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Mies proclamou a planta livre, e desenho a Farnsworth como sua apoteose, mas essa
Liberdade se tornou uma prisão, uma vez que os moradores são obrigados a manter tudo em
ordem porque tudo é visto por fora, o que acontece dentro afeta diretamente o que acontece
fora. Se tornaram prisioneiros da liberdade.
HOW TO DANCE :
EM HOW TO DANCE, Roomer van Toorn faz uma analise da obra de NL architects, no começo
do texto, o autor escreve que o grupo holandês opera através de uma arquitetura projetiva,
mapeando a atualidade, abrançando o dia-a-dia, muitas vezes banal, numa atração pelo real,
buscando oportunidades que emergem da contemporaneidade e da cultura de massa, ao
invés de expor o que há de errado com a sociedade, como grande parte da arquitetura
critica.
Ao não se opor, e preconceber julgamentos sobre o “realismo sujo” das massas, estes
arquitetos acham muitas oportunidades a partir da esquizofrenia do capitalismo tardio. A
arquitetura holandesa ve a arquitetura do sec XXI como sociológica ao invés de estilística.
Para Van Torn as dicotomias do século passado, com global e local, ficção e realidade,
humanidade e tecnologia... não funcionam mais frente a criação destrutiva do capitalismo
atual. O autor critica o que chama de conservadorismo revolucionário, praticado por Gehry e
outros, para ele essa é uma arquitetura apolítica que provoca contradições simbolicas mas não
abra novas possibilidades. Van torn acha que NL arch. Faz uso do discurso livre indireto,
caracterizado por:
“ No discurso livre indireto você combina o convencional, de tal maneira que seu uso ou
interpretação são sempre abertos.”
Roemer Van Toorn finaliza o texto escrevendo que, a maioriadas vezes o arquitetos é aquele
que normaliza coisas. Opera como a policia. Coisas que poderiam fugir do controle são
normalizadas pelo design, que as restringem. Ao propor subversões programáticas, a norma
é desestabilizada, novas relações emergem, e transcendem as discussões de estilo. Desta
maneira, uma arquitetura projetiva que opera através do discurso livre indireto, não é
conformista e favor da manutenção de um status quo. Esta arquitetura é um exemplo de
reflexividade que desafia os usos ordinários, e propõe novos programas urbanos a partir de
uma técnica particular de desacordo. Tradicionalmente o arquiteto é aquele que busca
respostas para algumas questões, mas aqui, ao contrário o arquitetura passa a ter o papel de
levantar novas questões.
“...os sonhos utópicos são necessários para incorporar ao projeto perspectivas que tenham
um alcance além do status quo.” Pg 236
Em outro deste Roemer Van Torn expõe como a mudança no capitalismo operou uma
mudança nos objetos, ele opõe os objetos da indústria cultural que operava antes da
globalização e a indústria cultural global, que opera na contemporaneidade, onde fronterias
são cada vez mais amorfas. Segundo Van Torn, os objetos culturais do séc passado eram
estáticos, fixos e predeterminados em sua formação e em seus efeitos. Os objetos globais da
sociedade contemporânea, estão por sua vez, fora do controle de seus criadores, mudam
muito rapidamente, são objetos reflexivos, indeterminados tanto em sua formação quanto
em seus efeitos. Os objetos indeterminados se encontram com os sujeitos reflexivos da
contemporaneidade, aqueles que moldam suas próprias normas, teses, politicas e desejos,
produzindo relações complexas que geram diferenças. Perante esta realide,é ingenuidade
procurar predeterminar os efeitos de determinado objeto, uma vez que este é reproduzido
infinitamente, como matéria e como imagem.
Acabaram-se os sonhos ?
Neste texto, Roemer van Torn, opõe duas praticas, a arquitetura projetiva, e arquitetura
critica, que inclui escolas como o desconstrutivismo e o regionalismo critico. Van torn localiza
o fracasso desta última pratica em sua insistência em rejeitar e reagir contra as coisas positivas
alcançadas na sociedade contemporânea, tais como o grande leque de possiblidades de
escolha, e a vitalidade do “realismo Sujo”, a cultura de massa, o hedonismo, luxo e diversão.
O autor defende a proatividade da arquitetura projetiva que não rejeita, mas abraça essa
realidade, porem van torn também critica a falta de agendas politicas e sociais em muitas
dessas arquiteturas.
“ se por um lado essas práticas aceitam a realidade, fazem muito pouco para alterá-la em um
sentido utópico”
Van torn critica a retórica e os comentários internos ao dicurso arquitetônico feitos pelos
arquitetos críticos, num olhar sempre para tras.
Em vez de investir contra a realidade a pratica projetiva analisam fatos e com isso tomam
decisões, durante o processo de projeto o arquiteto fica a espera e observa para onde a
informação lhe conduz.
Os projetos não são criados para serem contemplados, são cenários baseados em dados
encontrados dentro da realidade extrema contemporânea. Considerando que não existe
uma resposta ‘adequada” em face ao grau de inovação e incerteza da realidade
contemporânea, a arquitetura se torna um background, um suporte para suas mutações
múltiplas.
Ao invés de uma arquitetura funcional, uma arquitetura hiperfuncional, que gira em torno do
movimento, da interatividade, das possibilidades, das mutações.
“...os sonhos utópicos são necessários para incorporar ao projeto perspectivas que tenham
um alcance além do status quo.” Pg 236
Roermer Van Torn afirma que é a interação entre o sonho utópico e a realidade que
desenvolveria uma nova perspectiva social, um equilíbrio entre o pragmatismo congelante e a
utopia ingênua.