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 EM DEFESA DO POPULISMO ECONÔMICO

Publicado em 11/01/2018 por Valor Online

Populistas abominam restrições aos políticos em cargos executivos. Uma vez que a rmam representar "O Povo", eles
consideram que limitar seu exercício do poder é prejudicial à vontade popular. Essas restrições só podem bene ciar os
"inimigos do povo" - minorias e estrangeiros (para os populistas de direita) ou as elites nanceiras (no caso de populistas de
esquerda). Essa é uma atitude perigosa na esfera política, porque permite que uma maioria despreze os direitos das minorias.
Sem a separação de poderes, poder judicial independente ou mídia livre, que todos os autocratas populistas - de Vladimir
Putin e Recep Tayyip Erdogan a Viktor Orbán e Donald Trump - detestam, a democracia degenera em tirania de quem está no
poder. Eleições periódicas sob o domínio populista tornam-se uma cortina de fumaça. Na ausência do império da lei e das
liberdades civis básicas, os regimes populistas podem prolongar seu governo manipulando à vontade os meios de
comunicação e o poder judiciário. A aversão dos populistas às restrições institucionais se estende à economia, onde exercitar
o controle total "no interesse das pessoas" implica que nenhum obstáculo deve ser colocado em seu caminho por agências
regulamentadoras autônomas, bancos centrais independentes ou regras de comércio mundial. Mas, embora o populismo no
domínio político seja quase sempre prejudicial, o populismo econômico pode por vezes ser justi cado. Comecemos
discutindo porque restrições à política econômica podem ser desejáveis. Os economistas tendem a uma predileção por tais
restrições, porque políticas governamentais plenamente vulneráveis a pressões do mundo político domésticas podem gerar
resultados extremamente ine cientes. Em especial, a política econômica é muitas vezes sujeita ao problema que os
economistas denominam inconsistência temporal: os interesses de curto prazo muitas vezes prejudicam a busca de políticas
que são muito mais desejáveis no longo prazo. Um exemplo canônico é política monetária discricionária. Os políticos que têm
o poder de imprimir dinheiro à vontade podem gerar "in ação surpresa" para aumentar a produção e o emprego no curto
prazo - por exemplo, antes de uma eleição. Mas isso é um tiro no pé, porque as empresas e as famílias ajustam suas
expectativas de in ação. No m das contas, uma política monetária discricionária resulta apenas em mais in ação sem
produzir ganhos de produção ou de emprego. A solução é um banco central independente, isolado da política, operando
unicamente segundo sua missão de manter a estabilidade de preços. Os custos do populismo macroeconômico são
familiares na América Latina. Como Jeffrey D Sachs, Sebastián Edwards e Rüdiger Dornbusch argumentaram anos atrás,
políticas monetárias e scais insustentáveis foram a ruína da região até que a ortodoxia econômica começasse a prevalecer,
na década de 1990. Políticas populistas produziram crises econômicas periódicas dolorosas, que prejudicaram
predominantemente os pobres. Para romper esse ciclo, a região adotou regras scais e escolheu ministros de Finanças
tecnocratas. Outro exemplo é o tratamento dado a investidores estrangeiros. Depois que uma empresa estrangeira realiza seu
investimento, ca cativa dos caprichos do governo hospedeiro. Promessas feitas para atrair a empresa são facilmente
esquecidas, substituídas por políticas que a exploram em benefício do orçamento nacional ou de empresas nacionais. Os
custos do populismo macroeconômico são familiares na América Latina. Políticas populistas produziram crises econômicas
periódicas dolorosas, que prejudicaram predominantemente os pobres. Para romper esse ciclo, a região adotou regras scais
Mas os investidores não são estúpidos e, com medo desse resultado, investem em outros países. A necessidade dos
governos de estabelecerem sua credibilidade deu origem a acordos comerciais com as chamadas cláusulas de resolução de
con itos entre investidores e Estados, permitindo que empresas processem governos em tribunais internacionais. Esses são
exemplos de restrições à política econômica que assumem a forma de delegação a agências autônomas, tecnocratas ou
regras externas. Conforme descrito, eles servem a valiosa função de impedir que os que estão no poder atirem em seus
próprios pés praticando políticas míopes. Mas há também outros cenários nos quais as consequências das restrições à
política econômica podem ser menos salutares. Em particular, as restrições podem ser instituídas por grupos de interesses
especiais ou pelas próprias elites, para consolidar um controle permanente sobre a formulação de políticas. Nesses casos, a
delegação a agências autônomas ou a assinatura de regras globais não atendem os interesses da sociedade como um todo,
mas apenas de uma estreita casta de privilegiados. Parte da reação populista atual está enraizada na crença, não totalmente
injusti cada, de que esse cenário descreve grande parte da formulação de política econômica das últimas décadas. Empresas
multinacionais e investidores moldaram a agenda das negociações comerciais internacionais, resultando em regimes que
bene ciam desproporcionalmente o capital à custa do trabalho. Regras rigorosas de patentes e tribunais internacionais para
atender o interesse de investidores são os exemplos mais importantes. Exemplo similar é a captura de agências autônomas
por setores da economia que estas deveriam regulamentar. Bancos e outras instituições nanceiras têm sido bem sucedidos
em obter o que desejam e instituir regras que lhes permitem atuar sem amarras. Os bancos centrais independentes
desempenharam um papel crítico na redução da in ação nos anos 80 e 90. Mas no atual ambiente de baixa in ação, seu foco
exclusivo em estabilidade de preços impõe um viés de acionário à política econômica e cria tensões com a geração e o
crescimento do emprego. Essa "tecnocracia liberal" pode estar em seu apogeu na União Europeia, onde regras e
regulamentação econômica são elaboradas a considerável distância das deliberações democráticas em nível nacional. E em
praticamente todos os Estados membros, esse fosso político - o chamado dé cit democrático da UE - deu origem a partidos
populistas e eurocéticos. Nesses casos, pode ser desejável relaxar as restrições à política econômica e devolver a autonomia
da formulação de políticas governamentais aos governos eleitos. Períodos excepcionais demandam liberdade de
experimentação em política econômica. O New Deal, de Franklin D. Roosevelt, é um exemplo histórico adequado. As reformas
de Roosevelt exigiram que ele removesse os grilhões econômicos impostos por juízes conservadores e por interesses
nanceiros domésticos e pelo padrão ouro no exterior. Devemos sempre descon ar do populismo que sufoca o pluralismo
político e mina as normas democráticas liberais. Populismo político é uma ameaça a ser evitada a todo custo. Populismo
econômico, ao contrário, é ocasionalmente necessário. Na verdade, em tais momentos, pode ser o único meio de combater
seu primo político - muito mais perigoso. (Tradução de Sergio Blum) Dani Rodrik, é professor de economia política
internacional na Faculdade de Governo John F. Kennedy, de Harvard. É autor de "Economics Rules: The Rights and Wrongs of
the Dismal Science". Copyright: Project Syndicate, 2018. www.project-syndicate.org

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