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A IGREJA EM CRISE - “A VOCAÇÃO DE SANSÃO”

Livro de Juízes Cap. 16:1-22 e 23-31


1Parte. O chamado para o povo de Deus combater a batalha final. (Cap. 16:1-
22).
1 Sansão foi a Gaza, e viu ali uma prostituta, e coabitou com ela. 2 Foi dito
aos gazitas: Sansão chegou aqui. Cercaram-no, pois, e toda a noite o
esperaram, às escondidas, na porta da cidade; e, toda a noite, estiveram em
silêncio, pois diziam: Esperaremos até ao raiar do dia; então, daremos cabo
dele. 3 Porém Sansão esteve deitado até à meia-noite; então, se levantou, e
pegou ambas as folhas da porta da cidade com suas ombreiras, e, juntamente
com a tranca, as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima, até
ao cimo do monte que olha para Hebrom. 4 Depois disto, aconteceu que se
afeiçoou a uma mulher do vale de Soreque, a qual se chamava Dalila. 5 Então,
os príncipes dos filisteus subiram a ela e lhe disseram: Persuade-o e vê em que
consiste a sua grande força e com que poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para
assim o subjugarmos; e te daremos cada um mil e cem siclos de prata. 6 Disse,
pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua grande força
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e com que poderias ser amarrado para te poderem subjugar. 7 Respondeu-lhe
Sansão: Se me amarrarem com sete tendões frescos, ainda não secos, então,
me enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem. 8 Os príncipes dos
filisteus trouxeram a Dalila sete tendões frescos, que ainda não estavam secos;
e com os tendões ela o amarrou. 9 Tinha ela no seu quarto interior homens
escondidos. Então, ela lhe disse: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Quebrou
ele os tendões como se quebra o fio da estopa chamuscada; assim, não se
soube em que lhe consistia a força. 10 Disse Dalila a Sansão: Eis que
zombaste de mim e me disseste mentiras; ora, declara-me, agora, com que
poderias ser amarrado. 11 Ele lhe disse: Se me amarrarem bem com cordas
novas, com que se não tenha feito obra nenhuma, então, me enfraquecerei e
serei como qualquer outro homem. 12 Dalila tomou cordas novas, e o amarrou,
e disse-lhe: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão! Tinha ela no seu quarto interior
homens escondidos. Ele as rebentou de seus braços como um fio. 13 Disse
Dalila a Sansão: Até agora, tens zombado de mim e me tens dito mentiras;
declara-me, pois, agora: com que poderias ser amarrado? Ele lhe respondeu:
Se teceres as sete tranças da minha cabeça com a urdidura da teia e se as

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firmares com pino de tear, então, me enfraquecerei e serei como qualquer outro
homem. Enquanto ele dormia, tomou ela as sete tranças e as teceu com a
urdidura da teia. 14 E as fixou com um pino de tear e disse-lhe: Os filisteus vêm
sobre ti, Sansão! Então, despertou do seu sono e arrancou o pino e a urdidura
da teia. 15 Então, ela lhe disse: Como dizes que me amas, se não está comigo
o teu coração? Já três vezes zombaste de mim e ainda não me declaraste em
que consiste a tua grande força. 16 Importunando-o ela todos os dias com as
suas palavras e molestando-o, apoderou-se da alma dele uma impaciência de
matar. 17 Descobriu-lhe todo o coração e lhe disse: Nunca subiu navalha à
minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de minha mãe; se
vier a ser rapado, ir-se-á de mim a minha força, e me enfraquecerei e serei
como qualquer outro homem. 18 Vendo, pois, Dalila que já ele lhe descobrira
todo o coração, mandou chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi mais
esta vez, porque, agora, me descobriu ele todo o coração. Então, os príncipes
dos filisteus subiram a ter com ela e trouxeram com eles o dinheiro. 19 Então,
Dalila fez dormir Sansão nos joelhos dela e, tendo chamado um homem,
mandou rapar-lhe as sete tranças da cabeça; passou ela a subjugá-lo; e

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retirou-se dele a sua força. 20 E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão!
Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez
como dantes e me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o SENHOR se
tinha retirado dele. 21 Então, os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos,
e o fizeram descer a Gaza; amarraram-no com duas cadeias de bronze, e
virava um moinho no cárcere. 22 E o cabelo da sua cabeça, logo após ser
rapado, começou a crescer de novo.
2Parte. Deus promete ao seu povo a vitória na batalha final. (Cap. 16:23-31)
23 Então, os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer grande
sacrifício a seu deus Dagom e para se alegrarem; e diziam: Nosso deus nos
entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo. 24 Vendo-o o povo, louvavam ao
seu deus, porque diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo,
e o que destruía a nossa terra, e o que multiplicava os nossos mortos. 25
Alegrando-se-lhes o coração, disseram: Mandai vir Sansão, para que nos
divirta. Trouxeram Sansão do cárcere, o qual os divertia. Quando o fizeram
estar em pé entre as colunas, 26 disse Sansão ao moço que o tinha pela mão:
Deixa-me, para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me

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encoste a elas. 27 Ora, a casa estava cheia de homens e mulheres, e também
ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o teto havia uns três mil
homens e mulheres, que olhavam enquanto Sansão os divertia. 28 Sansão
clamou ao SENHOR e disse: SENHOR Deus, peço-te que te lembres de mim,
e dá-me força só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos
por um dos meus olhos. 29 Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do
meio, em que se sustinha a casa, e fez força sobre elas, com a mão direita em
uma e com a esquerda na outra. 30 E disse: Morra eu com os filisteus. E
inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que
nela estava; e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na
sua vida. 31 Então, seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, tomaram-
no, subiram com ele e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá,
seu pai. Julgou ele a Israel vinte anos.
Vs. 1 a 22. O livro dos Juizes é um livro sobre reforma na Igreja.
A Igreja do Antigo Testamento, Israel, havia sido libertada por Deus de todos
os seus inimigos, sido posta em um monte elevado e chamada a caminhar em
fiel obediência na presença do Senhor.

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Mas, continuamente, Israel caia no pecado da idolatria correndo atrás dos
outros deuses dos cananitas dos demais povos que estavam ao seu redor,
mesmo tendo recebido a advertência de Deus de que se amasse a esses
ídolos, seria entregue à escravidão.
E assim acontecia. Quando Israel sofria pelas mãos do Senhor como
conseqüência de seus pecados, corria e clamava a Deus por um libertador.
E de tempo em tempo, Deus enviava a Israel um libertador. Certa vez foi
Gideão, de outra vez Eliúde, noutra Débora e nesta porção que lemos, vemos
que o libertador enviado foi Sansão.
Sansão foi chamado desde o seu nascimento para ser nazireu. Veremos, a
seguir, que neste capítulo 16 de Juízes, o grande desafio e luta na vida de
Sansão, de Israel, de Jesus Cristo e de todos os crentes, é a luta, o desafio e o
combate entre a nossa carne e o nosso chamamento.
Vamos observar três coisas que despontam nos versos 1 a 22:
Nos versos de 1 a 3 encontramos o chamado final de Deus para a batalha;
Nos versos de 4 a 17 observamos a forma frívola e jocosa como Sansão se
entrega;
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Nos versos 18 a 22 vemos a situação fútil em que se encontrava Sansão e o
povo de Israel. Algum tempo já havia se passado desde o acontecimento
narrado no capítulo 15 verso 20 "Sansão julgou a Israel, nos dias dos filisteus,
vinte anos", que resume o ministério de Sansão como juiz.
1 Sansão foi a Gaza, e viu ali uma prostituta, e coabitou com ela. 2 Foi dito
aos gazitas: Sansão chegou aqui. Cercaram-no, pois, e toda a noite o
esperaram, às escondidas, na porta da cidade; e, toda a noite, estiveram em
silêncio, pois diziam: Esperaremos até ao raiar do dia; então, daremos cabo
dele. 3 Porém Sansão esteve deitado até à meia-noite; então, se levantou, e
pegou ambas as folhas da porta da cidade com suas ombreiras, e, juntamente
com a tranca, as tomou, pondo-as sobre os ombros; e levou-as para cima, até
ao cimo do monte que olha para Hebrom.
No verso 1 do capítulo 16, nós encontramos Sansão na cidade de Gaza, uma
das cinco capitais dos filisteus e Sansão está de bem com eles, a ponto de
entrar até ao centro desta cidade onde mais uma vez é confrontado na sua
carne: a luta de ver uma prostituta e coabitar ou não com ela.

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Um momento de travar sua batalha final, um confronto entre a sua vontade e
a de Deus, quando mais uma vez, se entrega e é vencido nessa batalha.
Ele entrega o seu chamado pelo prazer da carne (é admirável como Deus
pode usar a um homem como Sansão para os seus propósitos).
E, mais uma vez, Deus o livra de seus pecados pelo poder do seu Espírito,
fazendo-o escapar e sair da cidade de Gaza com os portões da cidade em seus
ombros, subindo um monte de cerca de mil metros de altura, fincando os
portais no alto do monte para que ao amanhecer ficassem visíveis aos
habitantes de Gaza.
O Senhor Deus, libertando o seu fraco servo Sansão. Libertação visível tanto
para os judeus como para os filisteus na manhã do dia seguinte.
Vamos nos deter um pouco aqui para podermos olhar pausadamente o que
está de fato acontecendo nestes poucos versos.
O que acontece é que, a despeito da desobediência e Sansão, Deus o
convoca mais uma vez ao arrependimento.
Até este momento ainda não havia aprendido a lição proposta por Deus para
ele, de que o seu ofício requeria que sua carne lhe fosse serva.
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Lembremos que ele era nazireu e podemos ver no livro de Números Cap. 6 as
instruções relativas ao nazireado, mais especificamente nos seis primeiros
versos deste capítulo.
1 Disse o SENHOR a Moisés: 2 Fala aos filhos de Israel e dize-lhes: Quando
alguém, seja homem seja mulher, fizer voto especial, o voto de nazireu, a fim
de consagrar-se para o SENHOR, 3 abster-se-á de vinho e de bebida forte;
não beberá vinagre de vinho, nem vinagre de bebida forte, nem tomará
beberagens de uvas, nem comerá uvas frescas nem secas. 4 odos os dias do
seu nazireado não comerá de coisa alguma que se faz da vinha, desde as
sementes até às cascas. 5 Todos os dias do seu voto de nazireado não
passará navalha pela cabeça; até que se cumpram os dias para os quais se
consagrou ao SENHOR, santo será, deixando crescer livremente a cabeleira. 6
Todos os dias da sua consagração para o SENHOR, não se aproximará de um
cadáver.
Note que qualquer pessoa podia fazer o seu voto de nazireado, mas no caso
de Sansão, foi Deus quem o separou para ser nazireu. E este é o problema em
nosso texto.

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Sansão era um nazireu de acordo com a sua aparência, mas não por
convicção. Separado para Deus no seu exterior, mas não no seu interior.
E quando o Espírito do Senhor deu a Sansão o poder para tomar os portais da
cidade era mais uma vez a mensagem do Senhor para que ele se
arrependesse de seus pecados.
O Senhor usa o seu servo pecador Sansão e o livra novamente. O Senhor é
paciente e bom, misericordioso e gracioso, tardio em irar-se e cheio de amor.
Mas veja, Sansão é um retrato de Israel.
Com seu cabelo longo e sua abstinência de bebida forte, ele era um sermão
ambulante. Ele anda entre o povo de Israel lembrando-os de que têm um
caráter nazireu, pois testificava a pureza e santidade, como alguém separado
para Deus.
Assim também deveria andar todo o povo de Israel no meio dos cananeus -
em pureza, santidade e separação. O povo precisa olhar para os portais da
cidade de Gaza plantados no topo do monte e atender ao chamado de Deus
para lhe ser um povo santo e separado para o seu serviço.

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Neste momento, quero lhe fazer algumas perguntas: Quantas vezes Deus tem
livrado você das conseqüências de seus pecados?
Quantas vezes Deus lhe tem livrado das conseqüências de sua falta de
castidade? Das conseqüências de sua desonestidade? Das conseqüências de
suas próprias paixões e avarezas?
Por que é que Deus fica livrando você das conseqüências de seus pecados?
Pela mesma razão que Ele livrou Sansão e pela mesma razão que Ele livrou
muitas vezes a seu povo Israel - para que aprendêssemos a subjugar a nossa
carne e dispô-la a serviço de nosso chamado e de nossa vocação.
Deus nos livra das conseqüências de nosso pecados para que possamos nos
arrepender.
Vejamos o que diz o apóstolo Paulo em Romanos 2:4 "Ou desprezas a
riqueza da sua bondade, tolerância e longanimidade, ignorando que o bondade
de Deus é que te conduz ao arrependimento?." O propósito da bondade e da
longanimidade de Deus é o de nos conduzir ao arrependimento.

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Não posso dizer nada a respeito daqueles que como você estão lendo estas
palavras. Mas uma coisa é certa: esta pode ser a última vez que Deus convoca
você a submeter a sua carne à sua vocação.
Talvez seja a última vez em que Deus vem a você e diz: Arrepende-te! Talvez
você não possa continuar lendo estas palavras ou não esteja mais no próximo
domingo na casa do Senhor.
Quem é que sabe o que a providência divina tem reservado para você? Mas
esta palavra de Deus vem a você agora, neste momento dizendo-lhe que
examine a sua vida, observe o seu coração, examine os seus motivos e os
seus impulsos e, talvez por uma última vez, coloque todos os seus impulsos e
desejos a serviço de sua santa vocação.
Foi este o chamado de Deus para Sansão neste livramento. Mas como foi que
ele respondeu? Isto é o que encontramos nos versos seguintes.
Sansão entrega, vende o seu chamado e vocação com o propósito de
satisfazer a sua carne. Saímos de Gaza e nos dirigimos agora, a Soreque,
onde encontraremos a mulher chamada Dalila, uma peça do jogo proposto
pelos reis filisteus.
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Ela recebeu uma oferta muito boa de dinheiro para atender aos seus
caprichos: "Persuade-o e vê em que consiste a sua grande força e com que
poderíamos dominá-lo e amarrá-lo, para assim o subjugarmos; e te daremos
cada um mil e cem siclos de prata."
E, por quatro vezes, ela tenta executar o trabalho que lhe fora confiado.
Quatro vezes a mesma pergunta - Qual é o segredo da tua força? E, mais uma
vez, vemos a batalha final sendo travada na vida de Sansão.
A batalha de conflito entre o seu ofício e os desejos da carne. E eis o que o
relato bíblico nos apresenta sobre a primeira das quatro vezes:
“Disse, pois, Dalila a Sansão: Declara-me, peço-te, em que consiste a tua
grande força e com que poderias ser amarrado para te poderem subjugar.
Respondeu-lhe Sansão: Se me amarrarem com sete tendões frescos, ainda
não secos, então, me enfraquecerei, e serei como qualquer outro homem.”
E ela fez o que ele lhe dissera, mas não obteve sucesso. Segunda vez Dalila
faz a mesma pergunta: Sansão, meu bem, por favor me diga o segredo da sua
grande força. E ele responde: Dalila, amarre-me com cordas novas e serei tão
fraco como qualquer outro homem.
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Ela amarrou e ele não ficou. Terceiro "round" – Dalila, se você amarrar o
cabelo de minha cabeça com uma trança e prendê-la com pinos de tear, então,
serei tão fraco como qualquer outro homem.
Ela, assim o fez e ele não ficou.Bem, a medida que se lê esta história, você
imagina um diretor de cinema de Hollywood fazendo disto um filme.
A medida que a história se desenrola, somos tentados a parar o filme em um
certo momento e achegarmo-nos a Sansão, tocar-lhe o ombro e dizer-lhe:
Acorda! Sansão, você não está vendo que está caindo em uma cilada?
Mas, meus irmãos, Sansão não está sendo enganado aqui. Ele não está
agindo ingenuamente. Ele está fazendo um jogo. Ele sabe muito bem o que
está fazendo. Ele está jogando com a sua vocacão, usando o seu ofício para
provocar Dalila.
E as suas respostas formam um enigma seduzindo Dalila a participar do jogo
para desvendá-lo. Cada uma de suas resposta dá uma dica relacionada ao seu
ofício que é a verdadeira fonte de sua força.
1. Use SETE tendões frescos - Você sabe o que quer dizer o número SETE
na Bíblia? Muitas vezes este número aponta para perfeição e santidade.
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Sansão havia sido dedicado completamente desde o nascimento para ser
santo ao Senhor.
Era isso o que significava ser um nazireu.
2. Amarre-me com NOVAS cordas - Você sabe o significa biblicamente ser
NOVO? Significa consagração.
3. Então, Sansão aponta para o SEU CABELO.Todo mundo sabe que a força
de Sansão não residia em sua cabeleira, mas esta era um símbolo de seu
chamamento, de sua vocação. Sua vocação era a fonte de sua força.
E seu cabelo apenas apontava para aquela vocação. bem, você sabe como a
história continua. Vemos no verso 15 que Dalila continuou a pressionar Sansão
e ela o incomodou até quando ele estava, como diz o próprio texto, cansado de
morte - "impaciência de matar".
Sansão já não agüentava mais a pressão feita por Dalila e chegamos ao verso
17, quando ele se rende: “Descobriu-lhe todo o coração e lhe disse: Nunca
subiu navalha à minha cabeça, porque sou nazireu de Deus, desde o ventre de
minha mãe; se vier a ser rapado, ir-se-á de mim a minha força, e me
enfraquecerei e serei como qualquer outro homem.”
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O que encontramos aqui nestes versos? Eu poderia resumir a situação com a
seguinte frase: A ILUSÃO COMPULSIVA DO PECADO TRAZ COMO
RESULTADO A RENDIÇÃO DEGRADANTE DE SEU PRÓPRIO OFÍCIO. Uma
vez que você põe seus pés no caminho do pecado, não há como ficar parado.
Esta estrada sempre leva adiante.
É como patinar montanha abaixo. Sua velocidade só vai aumentando à
medida que você vai descendo. Sansão se envolveu em uma situação que
transcendia a sua própria força.
É esta é a ilusão do pecado: que você poderá parar ou frear a qualquer
momento. Primeiro você avista o pecado bem de longe; então se aproxima um
pouco apenas para olhar melhor; depois você estende as suas mãos apenas
para tocá-lo; depois disso você o toma em suas mãos e aí você o agasalha no
seu seio, em seu coração onde ele passa a habitar.
Esta é a dinâmica e a progressão do pecado. E a ilusão é de que você pode
dar um basta a qualquer instante, transformando este seu encontro com o
pecado em um jogo, que lhe diverte e torna-se um jogo de provocação.

16
Como um gato brincando com um rato. Mas observe bem qual é o resultado
deste jogo. Sansão, em sua própria brincadeira, acabou rendendo a sua
vocação.
Não se deixe enganar, pois quando estamos envolvidos pela sedução do
pecado não conseguimos perceber que se trata de uma batalha de vida ou de
morte. E tal ilusão sempre finda apenas com a sua rendição. Rendição da
força.
Lembre-se que Sansão é uma figura viva da condição do próprio Israel. Sua
batalha é a batalha dos israelitas em Canaã. Foram chamados para viver junto
aos seus vizinhos pagãos mas em tudo ser diferentes deles.
Como o povo da aliança de Deus, Israel possuía uma vocação específica para
viver, comer e educar os seus filhos de uma forma diferente. Mas toda vez que
eles traziam os ídolos das nações vizinhas para dentro de sua fronteira, Israel
rendia e entregava a sua vocação, seu chamado e seu direito de existir.
Querido leitor, escolher o caminho da carne em detrimento do caminho da
nossa vocação redunda em nossa grande batalha final.

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Pais, vocês precisam reconhecer isto, não apenas em suas próprias vidas,
mas nas de seus filhos também. A batalha pode ocorrer na fila de um
supermercado, em relação àquelas prateleiras em que se encontram os doces
e os chocolates à vista de nossas crianças.
A discussão entre pais filhos começa em relação aqueles doces e pode surgir
com crianças bem pequenas ainda. Pode ser que esta batalha tenha seu lugar
em nossos próprios lares, em termos dos programas de televisão que
assistimos, ou da música que ouvimos, da roupa que usamos e em tantas
outras maneiras nas quais somos chamados por Deus para sermos diferentes
do mundo.
E compete aos pais estarem atentos a esta grande batalha, a luta entre aquilo
que Deus quer e o que nós queremos. Os presbíteros precisam estar atentos a
estas batalhas, pois são chamados para supervisionar a vida espiritual do povo
de Deus e precisamos estar atentos para identificar esta grande batalha na vida
da congregação, especialmente do povo jovem.
Algumas vezes criamos eufemismos, um jeito mais brando ou fácil de se falar
a respeito de coisas horríveis. Quando nossos jovens ou nossos filhos se

18
desviam do caminho do Senhor, nós dizemos: ah! eles ainda precisam
amadurecer; ou - eles ainda não se encontraram! e começamos a inventar
desculpas que na verdade encobrem a desobediência.
Mas não podemos camuflar a verdadeira questão. Porque a verdadeira
questão na vida e no coração deles é a escolha entre o que Deus quer e o que
eles próprios querem.
E precisamos ser cuidadosos para não fazer da igreja e da religião cristã um
jogo. Em outra circunstância lhes falei a respeito da crise da igreja moderna em
relação a necessidade de unidade. E vimos pelas Escrituras a diferença entre
os caminhos propostos pela igreja e os do mundo.
E dirijo-me agora aos pastores e presbíteros na tentativa de alertá-los para
esta grande batalha que está se travando dentro de nossas igrejas. E falo ao
membros de igreja que se engajem nesta batalha; uma convocação para a
batalha pela verdade, porque em seus fundamentos esta batalha tem a ver com
a própria natureza de nossa vocação, para sermos povo santo, nazireus. Nós
que fomos batizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, fomos
separados como nazireus ao Senhor.

19
Como igreja, nós somos a igreja nazirena. Somos chamados, todos e cada
um de per si, para colocarmos a nossa carne ao serviço submisso de sermos
santos ao propósito de nossa vocação.
O poder da Igreja não está em sua piedade, nem na afluência ou fortuna que
ela possua, mas o poder da igreja reside no chamado que ela tem para ser
diferente do mundo.
E quando os valores e as estratégias do mundo invadem a igreja, então nós
estamos travando a grande batalha final. Mas agora vamos retornar ao nosso
texto e ver o que acontece finalmente.
Vejamos os versos 18 a 22.
O que iria acontecer a Sansão já estava determinado pela sua própria
rendição e tudo há de se desenrolar de acordo com isso. Dalila já tinha o que
queria e o faz adormecer deitado ao seu colo. Chama um "barbeiro" e Sansão
recebe o primeiro corte de cabelo de sua vida.
Então Dalila começa a provocar e atormentar a Sansão e chegamos ao que
acredito ser um dos versículos mais tristes da Bíblia, o verso 20.

20
18 Vendo, pois, Dalila que já ele lhe descobrira todo o coração, mandou
chamar os príncipes dos filisteus, dizendo: Subi mais esta vez, porque, agora,
me descobriu ele todo o coração. Então, os príncipes dos filisteus subiram a ter
com ela e trouxeram com eles o dinheiro.
19 Então, Dalila fez dormir Sansão nos joelhos dela e, tendo chamado um
homem, mandou rapar-lhe as sete tranças da cabeça; passou ela a subjugá-lo;
e retirou-se dele a sua força. 20 E disse ela: Os filisteus vêm sobre ti, Sansão!
Tendo ele despertado do seu sono, disse consigo mesmo: Sairei ainda esta vez
como dantes e me livrarei; porque ele não sabia ainda que já o SENHOR se
tinha retirado dele. 21 Então, os filisteus pegaram nele, e lhe vazaram os olhos,
e o fizeram descer a Gaza; amarraram-no com duas cadeias de bronze, e
virava um moinho no cárcere.
Este é o resultado da ilusão de Sansão. Ele não se apercebeu que o Senhor
já havia se retirado dele. E você sabe como é que esta história termina. Sansão
é capturado e levado à Gaza. Seus olhos lhe são arrancados e ele é colocado
no cárcere para trabalhar na mó e trabalhar para os filisteus.

21
Eu quero que você veja algo aqui nestes versos: que a estrada do pecado
sempre termina em ironia e em futilidade. Você sabe o que é ironia? é aquela
parte de uma história ou evento que traz um certo tipo de risinho em sua face.
Note, inicialmente, que estamos de volta a Gaza. O texto começou nessa
cidade quando o Senhor deu a Sansão a convocação final de colocar a sua
carne a serviço de sua vocação.
E o homem que arrancou os portões daquela cidade agora era um prisioneiro
dentro dos portões de sua cadeia.
Note agora o segundo elemento de ironia registrado no texto - os seus olhos
foram arrancados. Esses olhos que haviam sido a causa de tantos pecados de
Sansão.
Isso é ironia! Ah, se Sansão tivesse ouvido as palavras de Jesus Cristo - se
teu olho direito te faz pecar, arranca-o e lança-o fora, pois melhor é entrar nos
céus com um olho só do que ir para o inferno com os dois.
Mas a estrada do pecado não termina apenas em ironia, também termina em
futilidade. Porque, agora, Israel já não tem mais um libertador. O salvador de

22
Israel está agora na cadeia. Israel ainda precisa de um libertador, alguém que
verdadeiramente colocará a sua carne a serviço de sua vocação.
Precisa de um libertador mais forte do que Sansão. Alguém que seja um
verdadeiro nazireu de dentro para fora. E você sabe onde é que poderia ser
encontrado tal libertador?
É o Senhor Jesus Cristo. Você percebe que esta nossa história aqui do Antigo
Testamento estica os braços e aspira por alguém maior do que Sansão?! O
Redentor de Israel cuja comida e bebida seria fazer a vontade daquele que o
enviou.
O nosso Senhor Jesus Cristo, o verdadeiro nazireu, o sermão ambulante de
Deus em sua versão última e final.
Mas eu quero que você escute o evangelho e ele é encontrado nesta história
no versículo 22; o cabelo da sua cabeça, logo após ser rapado, começou a
crescer de novo.”
Você lê um versículo deste desapercebidamente e diz, mas é claro que o
cabelo de sua cabeça começou a crescer de novo. Pois quando eu vou ao
barbeiro e corto o meu cabelo ele também torna a crescer novamente.
23
Mas não é por isso que este versículo está registrado aqui em nossas Bíblias.
Porque enquanto Sansão caminhava em torno da pedra de mó em sua prisão
na cidade de Gaza, ele podia sentir seu cabelo crescendo e crescendo todos
os dias e enquanto isso acontecia estava recebendo um sinal visível do
Evangelho de Deus para si e para o seu povo, anunciado- lhe que o seu ofício
estava sendo restaurado e que sua vocação lhe seria restaurada.
Pois bem, não existe ninguém neste momento que tenha pecado de forma tão
horrenda e que tenha entregado o seu chamamento para ser santo, a quem
Deus não venha com o seu evangelho de perdão e lhe diga: você pode ser
restaurado!
O cabelo de Sansão que crescia novamente é a promessa divina de
restauração e promessa de vitória. Voltemos ao nosso texto e vamos
porsseguir observando o que acontece nos versos 23 a 31, quando nos
deparamos com a narração sobre a vitória final.
22 Então, os príncipes dos filisteus se ajuntaram para oferecer grande
sacrifício a seu deus Dagom e para se alegrarem; e diziam: Nosso deus nos
entregou nas mãos a Sansão, nosso inimigo.23 Vendo-o o povo, louvavam ao

24
seu deus, porque diziam: Nosso deus nos entregou nas mãos o nosso inimigo,
e o que destruía a nossa terra, e o que multiplicava os nossos mortos.24
Alegrando-se-lhes o coração, disseram: Mandai vir Sansão, para que nos
divirta. Trouxeram Sansão do cárcere, o qual os divertia. Quando o fizeram
estar em pé entre as colunas, 25 disse Sansão ao moço que o tinha pela mão:
Deixa-me, para que apalpe as colunas em que se sustém a casa, para que me
encoste a elas. 26 Ora, a casa estava cheia de homens e mulheres, e também
ali estavam todos os príncipes dos filisteus; e sobre o teto havia uns três mil
homens e mulheres, que olhavam enquanto Sansão os divertia. 27 Sansão
clamou ao SENHOR e disse: SENHOR Deus, peço-te que te lembres de mim,
e dá-me força só esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos
por um dos meus olhos. 28 Abraçou-se, pois, Sansão com as duas colunas do
meio, em que se sustinha a casa, e fez força sobre elas, com a mão direita em
uma e com a esquerda na outra. 29 E disse: Morra eu com os filisteus. E
inclinou-se com força, e a casa caiu sobre os príncipes e sobre todo o povo que
nela estava; e foram mais os que matou na sua morte do que os que matara na
sua vida. 30 Então, seus irmãos desceram, e toda a casa de seu pai, tomaram-

25
no, subiram com ele e o sepultaram entre Zorá e Estaol, no sepulcro de Manoá,
seu pai. Julgou ele a Israel vinte anos.
Olhando cuidadosamente para o texto acima, poderemos notar três coisas
relevantes com relação a esta vitória.
Nos versos 24 e 25 vemos a ocasião desta vitória, que demonstra exatamente
o momento ou ocasião em que a carne de Sansão está em desgraça.
Nos versos 26 a 30, encontramos a maneira ou a forma desta vitória, que não
é outra senão que a carne de Sansão é sacrificada. E finalmente no verso 31,
vemos a prova desta vitória no fato de que a carne de Sansão é enterrada.
Assim, a carne de Sansão é desgraçada, sacrificada e finalmente sepultada.
Depois da vitória dos filisteus contra o seu maior inimigo nacional, Sansão,
eles se reúnem em um grande festival religioso onde as crianças têm um
feriado das escolas e todo mundo tem um feriado do seu trabalho e unidos
seguem para um grande ajuntamento e, como uma expressão de religião, se
dirigem ao templo de culto.
E nesse festival cúltico, em meio as suas canções e expressões de alegria,
vemos a verdadeira natureza da batalha que se travava. Era uma batalha entre
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os deuses. Uma batalha entre Jeová, o Deus de Israel e Dagon o deus dos
filisteus.
E como eles possuiam a Sansão em suas mãos, acreditavam que possuíam
também aos deus de Sansão em suas mãos, porque na fraqueza de Sansão,
Jeová aparecia como que sem poder.
Então, Sansão é levado pelo corredor para dentro do templo de Dagon. Ele é
um bobo da corte ou palhaço. E inventam um poema para celebrar este dia
nacional de vitória conforme se encontra na segunda parte do verso 24 acima.
Vemos, então, que os filisteus estavam cheios de confiança, confessando a
sua fé. Aqueles que, no início desta história, não tinham coragem de chegar
próximo de Sansão, veêm agora ele sendo conduzido humilhado e indefeso
pelas mãos de um pequeno menino para lhes divertir naquele festival cúltico.
Observemos o que é que realmente está em jogo. A carne de Sansão está
sofrendo humilhação, sendo escarnecida, zombada e caçoada pelos filisteus.
Mas a humilhação de Sansão em sua carne é apenas um meio para
zombarem e escarnecerem do Deus de Israel, pois é verdade que toda vez que
o povo de Deus cai em pecado, quando os crentes sacrificam e rendem a sua
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vocação, os descrentes e incrédulos que observam o nosso modo de vida
nunca dizem: bem, ele é humano também e os crentes pecam como todo
mundo!
Mas sempre riem um pouquinho e zombam ou escarnecem um pouco às
custas do cristianismo e da Bíblia. Lembrem-se do que seus vizinhos, seus
amigos e seus parentes pensam a respeito de você como um cristão.
Você está vestido com o nome de Jesus Cristo e tudo o que você faz e até o
modo de falar é como um reflexo que se propaga até o Senhor Jesus Cristo.
E quando você cai em pecado, quando você abandona a sua vocação, de
uma coisa você pode estar certo: o nome do Senhor Deus será blasfemado
entre os incrédulos.
Mas aquela era a ocasião para a vitória final. Porque quando voltamos nossos
olhos para o modo ou maneira desta vitória, descobrimos que a carne de
Sansão é sacrificada.
Ele está em pé diante de três mil espectadores bêbados que estão caçoando
e gritando. E diante de toda esta multidão e próximo das colunas principais que
sustentavam este templo, Sansão faz uma oração.
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Gostaria de destacar duas coisas com relação a esta oração. Em primeiro
lugar a motivação e em segundo, o conteúdo desta oração.
A motivação é a contrição e o arrependimento de seus pecados. Todos os
dias ele sentia os seus cabelos crescendo como sinal de que sua vocação
estava sendo restaurada e nós vemos no versículo 28 que ele clama dizendo:
"Senhor Deus, peço-te que te lembres de mim e dá-me forças só estava vez, ó
Deus..." Ele está orando com um coração contrito e com espírito quebrantado,
pedindo a graça restauradora de Deus - Lembra-te de mim mais uma vez!
Porque quando Deus se lembra, Deus age. Sansão pedia livramento mais
uma vez para que pudesse finalmente aprender a lição de sua vocação e que
tivesse uma última oportunidade para colocar a sua carne em submissão ao
seu ofício.
E o conteúdo desta oração que desponta no versículo 28: "e dá-me força só
esta vez, ó Deus, para que me vingue dos filisteus, ao menos por um dos meus
olhos."
Eu gostaria de sugerir uma alteração no texto dessa oração, quanto a sua
tradução. A idéia que nossa tradução transmite é de que Sansão pede para
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que ele possa fazer vingança. Mas na realidade ele está pedindo para que ele
possa ser vingado por Deus.
Você consegue perceber a diferença entre fazer vingança e ser vingado por
Deus? é a diferença entre 2 e 3. Porque aqueles que fazem vingança tomam a
questão em suas próprias mãos, mas aqueles que querem ser vingados por
Deus colocam a questão nas mãos do próprio Deus para que Ele julgue a
questão contra seus inimigos.
Isto é um princípio importante para a vida cristã. Os cristãos nunca podem
querer fazer vingança, mas podemos e devemos orar ao Senhor para que Ele
nos vingue, que Ele vingue o mau que nos foi feito.
Sansão está orando, pedindo que lhe seja restaurado o seu ofício e a sua
vocação e a resposta a sua oração vem nos versículos seguintes: 29 Abraçou-
se, pois, Sansão com as duas colunas do meio, em que se sustinha a casa, e
fez força sobre elas, com a mão direita em uma e com a esquerda na outra.
30 E disse: Morra eu com os filisteus. E inclinou-se com força, e a casa caiu
sobre os príncipes e sobre todo o povo que nela estava; e foram mais os que
matou na sua morte do que os que matara na sua vida.
30
Aqui temos o ato final e oficial de Sansão como juiz. Seu ato final como
libertador, o salvador da igreja do Antigo Testamento.
Deus ouviu a sua oração e Sansão deslocou as colunas de suas bases
fazendo com que o templo desabasse sobre si e sobre todos aqueles que
estavam lá dentro.
E no meio desta bagunça sangrenta e cheia de gritos, a carne de Sansão foi
finalmente sacrificada. E esta é a questão. No sacrifício de sua carne por razão
de sua vocação, o ofício de Sansão lhe é restaurado mais uma vez e, então,
glorificado.
Algumas pessoas qualificariam o que Sansão fez aqui como suicídio. Mas não
foi um ato de suicídio, porque as pessoas que cometem suicídio estão fugindo
de seus chamamentos, fugindo de suas responsabilidades.
Sansão está fazendo exatamente o oposto a isto. Ele não está tentando fugir
de sua responsabilidade, mas sim cumprir o seu chamado.
Aqui vemos que Sansão finalmente compreende o que significa ser um
nazireu, porque isto é ser completamente separado e dedicado para Deus e

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finalmente confessa o significado de seu ofício, quando lemos no verso 30
"morra eu com os filisteus".
Aprendemos assim que no sacrifício de sua carne, Sansão cumpriu o
significado de seu chamado. Mas agora preste atenção. Gaza está situada na
estrada para o calvário. A obediência de Sansão é uma sombra que antecipa a
obediência de um outro libertador, o Senhor Jesus Cristo, que colocaria a sua
carne a serviço de sua vocação e que sacrificaria a sua carne em favor de seu
povo.
Qual o significado disso para nós hoje? Eu já disse que existe restauração
para nós e para o nosso chamado. Existe perdão em Deus. A misericórdia de
Deus é grande o suficiente para cobrir os nossos pecados.
Mas o caminho para a restauração é o sacrifício e a morte de nossa carne. É
a entrega completa dos desejos de nossa velha natureza. O Apóstolo Paulo
fala claramente a respeito de sacrificar e fazer morrer a nossa velha natureza e
trazer à vida a nossa nova natureza.
Vejamos o que o Apóstolo diz em Romanos 12:1 e 2.

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“Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o
vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto
racional. E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela
renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável
e perfeita vontade de Deus.”
O caminho para a restauração é o caminho do sacrifício. Há muitas pessoas
que acham que o Antigo Testamento já acabou, no sentido de não ser mais
relevante para nós hoje. Mas isso é um engano muito sério.
Tudo no Antigo Testamento é a Palavra Viva de Deus que vem e nos é
aplicada agora através do Senhor Jesus Cristo. Porque o Senhor Jesus
cumpriu toda a lei e os profetas e através do seu espírito Ele agora nos
capacita com o seu poder para obedecê-lo em nossa vidas.
Não há uma só pessoa que tenha pecado tão gravemente, pois a Palavra do
Senhor vem e nos diz que existe perdão e restauração, mas você precisa
morrer. Não há outro jeito.
Não há outra maneira de adentrar ao serviço de Deus que não seja através da
morte para o pecado. Não uma só vez, mas todos os dias, uma vez após a
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outra. Esta é a vida cristã normal; é a vida de morrer para o pecado e nascer de
novo para uma vida ressurreta em Cristo Jesus.
Portanto, coloque de lado a desonestidade e viva com integridade. Coloque
de lado a cobiça e os desejos maus e cultive a bondade e o auto-controle.
Coloque de lado a mentira e fale a verdade. Isto é o Evangelho.
Finalmente, nós apredemos o que é a prova desta vitória no verso 31 do
nosso texto, onde lemos que Sansão foi sepultado.
Durante a sua vida, Sansão foi um guerreiro solitário. Ele não tinha um
exército que ficasse na sua retaguarda. Estava isolado de seu próprio povo. Até
em sua morte estava sozinho.
Mas em seu sepultamento o Senhor dá a Sansão a graça da comunhão. A
graça da comunhão com seu próprio povo. Notemos o seguinte: primeiro, a sua
família vem para tomar o seu corpo e para sepultá-lo.
Não deixaram o seu corpo lá no local de sua morte para ser comido pelos
pássaros, nem que ficasse sepultado sob as ruínas junto com os filisteus, mas
levaram o corpo de Sansão para uma cova em comunhão com o restante de
seu povo.
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Mas observemos onde é que ele foi sepultado. O texto nos diz que foi entre
Zorá e Estaol. Você sabe onde fica isso? É um local que fica num elevado, de
onde se tem uma visão muito clara do vale de Soré. Nesse vale Sansão
"vendeu" o seu chamado.
E, agora, seu corpo foi sepultado acima dele, em um lugar de onde se avista
todo aquele vale. Segundo, se nós voltarmos ao capítulo 13 verso 25
encontramos que "E o Espírito do SENHOR passou a incitá-lo em Maané-Dã,
entre Zorá e Estaol."
Sansão foi enterrado no mesmo local onde no início de sua história, o Espírito
do Senhor o havia capacitado para que cumprisse com a sua vocação. Então
podemos ver que agora no seu sepultamento, o Senhor, lhe dá um sinal de sua
vitória final na batalha proposta.
Terceiro, observemos como termina o texto – “julgou ele a Israel, 20 anos.”
Onde é que já vimos isto antes? no capítulo 15:20, onde encontramos –
“Sansão julgou a Israel nos dias dos filisteus, 20 anos.”
O Senhor nosso Deus nunca diz algo duas vezes. Mesmo que aparentemente
sejam as mesmas palavras, Ele não está aqui meramente repetindo-as. Esse
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comentário final na passagem que estamos considerando, nos é oferecido para
nos mostrar que esse último ato, esta cena final na vida de Sansão, fazia parte
da totalidade de seu serviço.
Isto significa que esse texto termina com uma nota de triunfo. E ainda assim,
foi um serviço imperfeito. O triunfo de Sansão foi incompleto, porque ainda que
saibamos que o sacrifício e a morte dele tenha trazido libertação para Israel
das mãos dos filisteus, este livramento foi temporário e Israel continuava
clamando por um libertador que pudesse através do seu sacrifício garantir para
sempre o livramento definitivo.
E esta vitória final e definitiva é nossa em Cristo Jesus. Então, quando agora
eu o chamo para viver como nazireu do Novo Testamento, cristãos que são
pais e mães, que são pastores e presbíteros, que usam ou que possuem os
mais variados ofícios, posso declarar-lhes a promessa do Evangelho de que
Jesus Cristo, que ofereceu a sua carne em serviço da sua vocação, tem tudo
de que vocês precisam para segui-lo até através da morte rumo a ressurreição
e a glória. Amém!

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Pai Celeste Te agradecemos pelo Evangelho de vitória. É uma vitória que
conhecemos em Jesus Cristo. Uma vitória que nos traz esperanças em nossas
casas, em nossos casamentos, em nossa igreja e em nossos empregos. Pai
Celeste, Te damos graças porque Tu nos chamastes para sermos nazireus -
sermões ambulantes que apontam para a tua graça enquanto vivemos nossas
vidas aqui neste mundo.
Equipa-nos pelo teu Espírito, enche-nos pela tua graça, dirigi-nos mediante a
tua palavra para que em tudo possamos seguir com determinação e afinco o
Senhor Jesus Cristo, em nome de quem oramos, amém!

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