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AULA 05: DAS PENAS (ESPÉCIES, COMINAÇÃO). !
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SUMÁRIO
1. DAS PENAS .................................................................................................. 2
1.1. Conceito ................................................................................................... 2
1.2. Princípios ................................................................................................. 2
1.3. Finalidade: teorias ................................................................................... 3
1.3.1. Teoria absoluta e sua finalidade retributiva .................................................. 3
1.3.2. Teoria relativa e sua finalidade preventiva ................................................... 4
1.3.3. Teoria Mista (unificadora ou eclética ou unitária) e sua dupla finalidade ........... 4
1.4. Espécies ................................................................................................... 4
1.5. Penas em espécie ..................................................................................... 6
1.5.1. Privativa de liberdade ............................................................................... 6
1.5.1.1. Regras do regime fechado ...................................................................... 7
1.5.1.2. Regras do Regime semiaberto ................................................................. 8
1.5.1.3. Disposições gerais acerca dos regimes de cumprimento da pena .................. 9
1.5.2. Penas restritivas de direitos ..................................................................... 10
1.5.2.1. Regras da substituição ......................................................................... 12
1.5.2.2. Penas restritivas de direitos em espécie.................................................. 14
(i) Prestação pecuniária .................................................................................. 14
(ii) Perda de bens e valores .......................................................................... 15
(iii) Prestação de serviços à comunidade ......................................................... 16
(iv) Interdição temporária de direitos .............................................................. 18
(v) Limitação de fim de semana ....................................................................... 19
1.6. Pena de multa ........................................................................................ 20
2. RESUMO .................................................................................................... 22
3. EXERCÍCIOS DA AULA ............................................................................... 28
4. EXERCÍCIOS COMENTADOS ....................................................................... 34
5. GABARITO ................................................................................................. 48
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1.! DAS PENAS !
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1.1.! Conceito
Se a conduta incriminada pelo tipo penal incriminador é um preceito
primário, a pena (sanção penal) a ele cominada (prevista) é o que se pode
chamar de preceito secundário.
A pena criminal é, acima de tudo, um castigo1. Trata-se de um mal
que se aflige a alguém em razão da prática de um delito2. O conceito não
se confunde, porém, com os fins (ou finalidades) da pena.
A pena possui como pressuposto de sua aplicação a culpabilidade
do agente3. Já as medidas de segurança não possuem a culpabilidade
como pressuposto de sua aplicação (até porque o agente não é plenamente
imputável, não possuindo, portanto, culpabilidade), mas sim a
periculosidade. Isto é importante!
A pena pode ser conceituada como a resposta que a sociedade dá ao
indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal estabelecida, e consiste na
privação ou restrição de um bem jurídico do condenado (liberdade,
patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-lo.
1.2.! Princípios
Alguns princípios norteiam a Teoria Geral da Pena:
a) Reserva legal ou legalidade estrita – Somente a Lei (em sentido
estrito) pode cominar penas: “Nulla poena sine lege”. Está previsto no art.
5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP;
b) Anterioridade – A Lei que prevê a pena para a conduta deve ser
anterior à prática do crime: “Nulla poena sine praevia lege”. Também
está previsto no art. 5°, XXXIX da Constituição e art. 1° do CP, sendo,
juntamente com o princípio da reserva legal, subprincípios do princípio da
LEGALIDADE;
c) Intranscendência da pena – A pena deve ser cumprida somente pelo
condenado, não podendo, em caso de morte deste, ser transferida aos seus
familiares, salvo a obrigação de reparar o dano e o perdimento de bens,
que podem ser cobrados dos sucessores até o limite do patrimônio
transferido pelo condenado falecido. CUIDADO: A pena de multa, embora
patrimonial, não pode ser cobrada dos sucessores!
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1
BATISTA, Nilo; ZAFFARONI, Eugénio Raúl. Direito Penal brasileiro. 4. ed. Rio de Janeiro: Ed. Revan,
2011. Tomo I, p. 99.
2
MIR PUIG, Santiago. Introducción a las bases del Derecho penal. 2. ed. Montevideo, Buenos Aires:
Ed. B. de F., 2003, p. 49.
3
DIAS, Jorge de Figueiredo. Direito penal, parte geral. 2. ed. Coimbra: Coimbra Editora, 2007. tomo
I, p. 46-47
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d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Presentes os!
requisitos para a condenação, a pena não pode deixar de ser imposta e
cumprida. É mitigado, atualmente, por institutos como o sursis, o
livramento condicional, etc.;
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não
pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua
integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel,
desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição);
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve
ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser
suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social;
g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de
maneira individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa
individualização se dá em três fases distintas: a) cominação: O legislador
deve prever um raio de atuação para o Juiz aplicar a pena no caso concreto,
estabelecendo penas mínimas e máximas, de forma que o Juiz possa aplicar
a quantidade de pena que achar conveniente no caso concreto; b)
aplicação: Saindo da esfera legislativa, passamos à esfera judicial,
segunda etapa, que consiste na efetiva aplicação individualizada da pena,
que será imposta conforme as circunstâncias do crime e os antecedentes
do réu, de acordo com a margem estabelecida pelo legislador; c) Na
terceira e última fase temos a aplicação deste princípio na execução
da pena (esfera administrativa), de forma que o cumprimento da pena,
progressão de regime, concessão de benefícios devem ser analisados no
caso concreto, e não abstratamente, pois entende-se que “cada caso é um
caso”, e não cabe ao legislador retirar do Juiz a possibilidade de analisá-lo
e proceder da forma que melhor atenda aos anseios da sociedade. Está
previsto no art. 5°, XLVI da Constituição da República.
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4
BACIGALUPO, Enrique. Manual de Derecho penal. Ed. Temis S.A., tercera reimpressión. Bogotá,
1996, p. 12
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1.3.2.! Teoria relativa e sua finalidade preventiva !
Pune-se o agente não para castigá-lo, mas para prevenir a prática de
novos crimes. Essa prevenção pode ser:
1.4.! Espécies
Quanto às espécies, as penas podem ser:
a) Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à
liberdade de locomoção, por determinado período (é vedada pena de
caráter perpétuo, art. 5°, XLVII, b da Constituição). Máximo de 30 anos
para crimes (art. 75 do CP) e de 05 anos para contravenções penais (art.
10 da Lei de Contravenções Penais);
b) Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de
liberdade, limitam (restringem) o exercício de algum direito do condenado.
Estão previstas no art. 43 do CP e em alguns dispositivos da Legislação
Especial;
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5
ROXIN, Claus. Derecho penal, parte general. Madrid: Civitas, 1997. tomo I, p. 91.
6
DOS SANTOS, Juarez Cirino. Direito Penal, Parte Geral. Curitiba: Ed. Lumen Juris, 2008, p. 470
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c) Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do!
condenado;
d) Restritiva de liberdade – Restringem, mas não retiram o direito
de locomoção do condenado. Na verdade, trata-se de uma espécie de pena
restritiva de direitos. Exemplo: Proibir o marido de se aproximar da casa
da ex-esposa no caso de violência doméstica;
e) Penas corporais – Trata-se de castigos aplicados ao corpo do
indivíduo. É espécie de pena vedada pela Constituição Federal (art. 5°,
XLVII, e).
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1.5.! Penas em espécie !
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É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a !
pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais.
SÚMULA 719
A IMPOSIÇÃO DO REGIME DE CUMPRIMENTO MAIS SEVERO DO QUE A PENA APLICADA
PERMITIR EXIGE MOTIVAÇÃO IDÔNEA.
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9
O exame criminológico tem por finalidade permitir a individualização da pena (um dos princípios
da pena) em sua terceira fase, em homenagem ao disposto no art. 5°, XLVI da Constituição:
XLVI - a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras, as seguintes:
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direito do qual ele está privado é a liberdade. Assim, o preso não se!
tornou um escravo do Estado, devendo receber pelo seu trabalho, como
qualquer pessoa.
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separado dos demais estabelecimentos prisionais e que não deva possuir!
características de prisão, principalmente no que se refere à existência de
obstáculos físicos para a fuga. Caso não haja vagas no regime semiaberto
(são raríssimas as casas de albergado), o STF entende que o preso deve
ser posto em liberdade, até que surja vaga. O STJ, por sua vez, entende
que deve o preso ficar recolhido à prisão domiciliar10.
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ser recolhido a Hospital de custódia e tratamento psiquiátrico, ou outro!
estabelecimento adequado.13
CUIDADO! Se a doença mental sobrevém após o início da execução
da pena, aplica-se o art. 183 da LEP, que autoriza o Juiz a substituir a
pena privativa de liberdade por medida de segurança.
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13
Art. 41 - O condenado a quem sobrevém doença mental deve ser recolhido a hospital de custódia
e tratamento psiquiátrico ou, à falta, a outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
14
Art. 37 - As mulheres cumprem pena em estabelecimento próprio, observando-se os deveres e
direitos inerentes à sua condição pessoal, bem como, no que couber, o disposto neste Capítulo.
(Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
15
XLVIII - a pena será cumprida em estabelecimentos distintos, de acordo com a natureza do delito,
a idade e o sexo do apenado;
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Duas são as características elementares das penas restritivas de!
direitos: autonomia e substitutividade.16
Por autonomia entende-se a impossibilidade de serem aplicadas
cumulativamente com a pena privativa de liberdade.
Por substitutividade entende-se o caráter substitutivo das penas
restritivas de direito, ou seja, elas não são previstas como pena
originária para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de
maneira a substituir uma pena privativa de liberdade
originariamente imposta, quando presentes os requisitos legais.
Entretanto, as penas restritivas de direitos devem ser aplicadas
somente se presentes alguns requisitos, que a doutrina divide em
objetivos e subjetivos.17 Os primeiros referem-se ao crime em si, e à
penalidade imposta. Os últimos estão ligados à pessoa do criminoso. Estão
previstos nos incisos do art. 44 do CP.18
REQUISITOS OBJETIVOS
Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes
culposos (todos eles) ou no caso de crimes
dolosos, desde que, nesse último caso, não
tenha sido o crime cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia
substituição no caso de homicídio).
Quantidade de A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não
pena aplicada pode ser superior a quatro anos. No caso de
crimes culposos, pode haver a substituição
qualquer que seja a pena aplicada.
REQUISITOS SUBJETIVOS
Não ser OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime
reincidente em culposo, poderá haver a substituição.
crime doloso OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo
se o condenado for reincidente em crime doloso,
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16
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal – Parte Geral. Ed. Saraiva, 21º edição. São
Paulo, 2015, p. 659/660
17
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 662/666
18
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de liberdade,
quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for cometido com
violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena aplicada, se o crime for culposo;
(Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado, bem como
os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja suficiente. (Redação dada pela
Lei nº 9.714, de 1998)
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poderá haver a substituição, desde que a medida !
seja socialmente recomendável (análise das
características do fato criminoso e do infrator) e
não se trate de reincidência específica
(reincidência no mesmo crime), conforme previsão
do art. 44, § 3° do CP.
Suficiência da A pena restritiva de direitos deve ser suficiente
medida (princípio para garantir o alcance das finalidades da pena
da suficiência) (punição e prevenção, geral e especial).
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19
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 671/672
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Pode ocorrer, durante o cumprimento da pena restritiva, que o!
condenado descumpra a obrigação imposta pelo Juiz. Nesse caso, ocorrerá
o que se chama de RECONVERSÃO OBRIGATÓRIA. Embora a lei diga
“conversão”, a conversão ocorreu da primeira vez, quando se converteu a
pena privativa de liberdade em restritiva de direitos. O que acontece,
agora, é uma reconversão à pena original. Nos termos do art. 44, § 4°
do CP:
§ 4o A pena restritiva de direitos converte-se em privativa de liberdade quando
ocorrer o descumprimento injustificado da restrição imposta. No cálculo da
pena privativa de liberdade a executar será deduzido o tempo cumprido da
pena restritiva de direitos, respeitado o saldo mínimo de trinta dias de detenção
ou reclusão. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
É mais ou menos assim:
B) Lei permite que ele não vá para a jaula, desde que cumpra pena
restritiva de direitos
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cumprirá ambas, simultaneamente; se não for possível, haverá a!
reconversão para a pena privativa de liberdade anteriormente aplicada.20
EXEMPLO: Imagine que fulano tenha sido condenado a pena de 02 anos
de detenção, substituída por restritiva de direitos consistente na
prestação de serviços à comunidade. Enquanto cumpria a pena
alternativa, fulano foi condenado a uma pena privativa de liberdade que
não foi suspensa (sursis) nem convertida em restritiva de direitos. Nesse
caso, o cumprimento de ambas é inviável, pois fulano não pode ao mesmo
tempo estar preso e cumprir a pena de prestação de serviços à
comunidade. Assim, deverá haver a reconversão da restritiva de direito
em privativa de liberdade.
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20
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 699
21
HC 133.942/MG, Rel. Ministro ADILSON VIEIRA MACABU (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO
TJ/RJ), QUINTA TURMA, julgado em 28/02/2012, DJe 20/03/2012
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No entanto, pode acontecer de, por acordo entre o infrator e o!
beneficiário da prestação, esta ser de outra natureza que não seja
patrimonial.22
EXEMPLO: joias, bens móveis, imóveis, mão-de-obra, etc.
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22
§ 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus dependentes ou
a entidade pública ou privada com destinação social, de importância fixada pelo juiz, não inferior a
1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e sessenta) salários mínimos. O valor pago
será deduzido do montante de eventual condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os
beneficiários. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação pecuniária pode
consistir em prestação de outra natureza. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
23
Está prevista no art. 45, § 3° do CP:
§ 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á, ressalvada a legislação
especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor terá como teto - o que for maior - o
montante do prejuízo causado ou do provento obtido pelo agente ou por terceiro, em consequência
da prática do crime. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
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Poderá ter, como teto, dois parâmetros:
•! Montante do prejuízo causado
•! Montante do proveito obtido pelo agente ou por terceiro
com a prática do delito
Perceba, caro aluno, que esta pena só poderá ser aplicada nas
hipóteses de crimes que gerem algum prejuízo ao sujeito passivo ou tragam
algum benefício ao sujeito ativo ou a terceira pessoa.
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pode ter como destinatária entidade privada, desde que possua!
destinação social.24
A Doutrina entende, ainda, que a pena não pode ser prestada em
Igrejas, por não se tratar de serviço à comunidade, e pelo fato de que seria
uma ofensa ao princípio do Estado laico (art. 19, I da Constituição).
O § 1° determina que a pena deva ser cumprida mediante a atribuição
de tarefas gratuitas ao condenado. Ou seja, diferentemente do que ocorre
no caso de trabalho realizado pelo preso no estabelecimento prisional,
quando em cumprimento de pena privativa de liberdade, aqui o
condenado não recebe nada pelo trabalho, exatamente porque esta
é a própria pena. Na pena privativa de liberdade a execução das tarefas
não é a pena (que é a privação da liberdade), mo’tivo pelo qual naqueles
casos o preso deve receber retribuição salarial.
O § 3° estabelece que as tarefas sejam atribuídas de acordo com
as aptidões do condenado. Vejamos:
§ 3o As tarefas a que se refere o § 1o serão atribuídas conforme as aptidões
do condenado, devendo ser cumpridas à razão de uma hora de tarefa por dia
de condenação, fixadas de modo a não prejudicar a jornada normal de
trabalho. (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
24
Em nenhuma hipótese será possível a prestação de serviços a entidades privadas que visem lucro.
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 682
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Imagine, no exemplo anterior, que a condenação de fulano tenha sido!
a dois anos de reclusão. Nesse caso, o CP possibilita que fulano realize duas
horas-tarefa por dia, o que lhe fará abater dois dias de cumprimento da
pena, que será cumprida na metade do tempo previsto. No entanto, o
cumprimento não pode se dar em menos da metade do tempo previsto!
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Art. 57 - A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código,!
aplica-se aos crimes culposos de trânsito. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
25
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 688/689
26
Entende-se que o lugar deva ter alguma relação com o delito cometido, e que seja um lugar que
exerça influência criminógena sobre o condenado (um lugar que propicie a ele a prática do delito).
BITENCOURT, Cezar Roberto. Op. cit., p. 690/691
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Está regulamentada pelo art. 48 do CP: !
Art. 48 - A limitação de fim de semana consiste na obrigação de permanecer,
aos sábados e domingos, por 5 (cinco) horas diárias, em casa de albergado ou
outro estabelecimento adequado. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de
11.7.1984)
Parágrafo único - Durante a permanência poderão ser ministrados ao
condenado cursos e palestras ou atribuídas atividades educativas.(Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
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EXEMPLO: Imagine que um réu é condenado ao pagamento de 10 dias- !
multa, considerando-se cada dia multa como 1/30 do maior salário
mínimo vigente (exemplificativamente, R$ 600,00). Assim, 1/30 de R$
600,00 igual a R$ 20,00. Desta forma, o valor total da condenação será
de 10 (quantidade de dias-multa) x R$ 20,00 (valor do dia-multa). Logo,
a pena de multa será fixada em R$ 200,00 (Duzentos reais).
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conversão). Nesse caso, a multa será considerada como dívida de valor e!
executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda
Pública (Execução Fiscal).29
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que
embora o não cumprimento da pena de multa não possa gerar a conversão
em pena privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena.
Assim, aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará
extinta a punibilidade30, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se
pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do
art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de
reparar o dano e o perdimento de bens.
Por fim, o art. 52 do CP prevê que, sobrevindo doença mental ao
condenado, ficará suspensa a pena de multa.
2.!RESUMO
CONCEITO - A pena pode ser conceituada como a resposta que a
sociedade dá ao indivíduo que transgride a ordem jurídico-penal
estabelecida, e consiste na privação ou restrição de um bem jurídico do
condenado (liberdade, patrimônio, etc.), de forma a castigá-lo e reeducá-
lo (adoção da teoria mista, unificadora, eclética ou unitária - dupla
finalidade: punição e prevenção).
PRINCÍPIOS
a) Reserva legal ou legalidade estrita – A pena deve estar prevista em
Lei Formal.
b) Anterioridade – A pena deve estar prevista em Lei anterior ao fato.
c) Intranscendência da pena – A pena não pode passar da pessoa do
condenado.
d) Inevitabilidade ou inderrogabilidade da pena – Uma vez aplicada,
não pode deixar de ser executada. Há exceções (Ex.: Sursis).
e) Princípio da humanidade ou humanização das penas – A pena não
pode desrespeitar os direitos fundamentais do indivíduo, violando sua
integridade física ou moral, e também não pode ser de índole cruel,
desumano ou degradante (art. 5°, XLIX e XLVII da Constituição);
f) Princípio da proporcionalidade – A sanção aplicada pelo Estado deve
ser proporcional à gravidade da infração cometida e também deve ser
suficiente para promover a punição ao infrator e sua reeducação social.
!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
29
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será considerada dívida de
valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive
no que concerne às causas interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº
9.268, de 1º.4.1996)
30
GOMES, Luiz Flavio. BIANCHINI, Alice. Op. cit., p. 531
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g) Princípio da individualização da pena – A pena deve ser aplicada de!
maneira individualizada para cada infrator em cada caso específico. Essa
individualização se dá em três fases distintas: a) cominação; b)
aplicação; c) Na terceira e última fase temos a aplicação deste
princípio na execução da pena;
ESPÉCIES
São adotadas no sistema penal brasileiro:
Privativas de liberdade – Retiram do condenado o direito à liberdade de
locomoção, por determinado período (é vedada pena de caráter perpétuo,
art. 5°, XLVII, b da Constituição).
Restritivas de direitos – Em substituição à pena privativa de liberdade,
limitam (restringem) o exercício de algum direito do condenado.
Pena de multa – Recai sobre o patrimônio financeiro do condenado.
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OBS.: Natureza da pena:
Pena de reclusão – Qualquer regime inicial
Pena de detenção – Regime inicial somente semiaberto ou aberto
!
Regras para fixação do regime inicial
Leva em conta a quantidade de pena aplicada, reincidência e circunstâncias
judiciais:
Regra:
!! Condenado a pena superior a 8 (oito) anos – Regime inicial
fechado.
!! Condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4
(quatro) anos e não exceda a 8 (oito) – Pode ser fixado regime
inicial semiaberto.
!! Condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a
4 (quatro) anos - Pode ser fixado regime inicial aberto.
Observações importantes:
!! É possível fixar regime inicial semiaberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judiciais (súmula 269 do STJ).
!! A opinião do julgador sobre a gravidade ABSTRATA do delito não é
fundamento para aplicar regime mais severo que o previsto (súmula
718 do STF)
!! A fixação de regime inicial mais severo exige motivação IDÔNEA
(súmula 719 do STF)
!! Gravidade CONCRETA da conduta é considerada motivação idônea.
!
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS
Também chamadas de “penas alternativas”, pois se apresentam como uma
alternativa à aplicação da pena privativa de liberdade, muitas vezes
desnecessária no caso concreto.
Características
!! Autonomia - Impossibilidade de serem aplicadas cumulativamente
com a pena privativa de liberdade.
!! Substitutividade - Não são previstas como pena originária
para nenhum crime no Código Penal, sendo aplicadas de maneira
a substituir uma pena privativa de liberdade originariamente imposta,
quando presentes os requisitos legais.
Requisitos:
REQUISITOS OBJETIVOS
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Natureza do crime Só pode haver substituição nos casos de crimes !
culposos (todos eles) ou no caso de crimes
dolosos, desde que, nesse último caso, não
tenha sido o crime cometido com violência ou
grave ameaça à pessoa (ex.: Não caberia
substituição no caso de homicídio).
Quantidade de A pena aplicada, no caso de crimes dolosos, não
pena aplicada pode ser superior a quatro anos. No caso de
crimes culposos, pode haver a substituição
qualquer que seja a pena aplicada.
REQUISITOS SUBJETIVOS
Não ser OBS.1: Se o condenado for reincidente em crime
reincidente em culposo, poderá haver a substituição.
crime doloso OBS.2: Entretanto, excepcionalmente, mesmo
se o condenado for reincidente em crime doloso,
poderá haver a substituição, desde que a medida
seja socialmente recomendável (análise das
características do fato criminoso e do infrator) e
não se trate de reincidência específica
(reincidência no mesmo crime), conforme previsão
do art. 44, § 3° do CP.
Suficiência da A pena restritiva de direitos deve ser suficiente
medida (princípio para garantir o alcance das finalidades da pena
da suficiência) (punição e prevenção, geral e especial).
Esquema:
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>?ΒΕ≅7Σ?! 87Ι9≅7
8ΓΙ7>Β7!87!>ΦΓ!
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Regras da substituição !
Pena igual ou inferior a um ano = Substituição por multa ou uma pena
restritiva de direitos.
Pena superior a um ano = Substituição por pena de multa e uma pena
restritiva de direitos, ou por duas restritivas de direitos. No caso de serem
aplicadas duas restritivas de direitos, o condenado poderá cumpri-las
simultaneamente, se forem compatíveis, ou sucessivamente, se
incompatíveis (art. 69, § 2° do CP).
Reconversão
!! Obrigatória - Descumprimento injustificado da restrição imposta.
!! Facultativa – Superveniência de nova condenação à pena privativa
de liberdade, por outro crime. Pode deixar de reconverter se for
possível cumprir ambas simultaneamente.
Observações importantes:
Não se admite a reconversão se o condenado deixa de pagar a pena
de multa.
Não se deve confundir pena de MULTA com pena de PRESTAÇÃO
PECUNIÁRIA. A primeira é uma modalidade de pena, a outra é uma
espécie de pena RESTRITIVA DE DIREITOS. No primeiro caso, NÃO É
POSSÍVEL A CONVERSÃO EM PRISÃO pelo não pagamento. No segundo
caso é POSSÍVEL, conforme entendimento do STJ.
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(<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋2Λ!
Prestação de serviços à comunidade - Atribuição de tarefas gratuitas,!
e de acordo com as aptidões do condenado, em favor da comunidade ou
de entidades públicas (em entidades assistenciais, hospitais, escolas,
orfanatos e outros estabelecimentos congêneres, em programas
comunitários ou estatais), ou privadas com destinação social
(entendimento doutrinário). Cabível para as condenações superiores a seis
meses de privação da liberdade. O sistema de cumprimento adotado pelo
CP é o da hora-tarefa, ou seja, cada hora de tarefa realizada será
computada como um dia da condenação. Se superior a 01 ano, pode ser
cumprida em menor tempo, mas nunca inferior à metade.
Interdição temporária de direitos – Consiste na limitação temporária
de alguns direitos do condenado, e pode ser de diversas ordens:
(a) proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública,
bem como de mandato eletivo - só pode ser aplicada quando o crime
for cometido no exercício do cargo ou função pública
(b) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do
poder público – só pode ser aplicada quando o crime for cometido no
exercício de atividade que dependa de habilitação especial, licença ou
autorização do poder público.
(c) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir
veículo – somente se aplica nos casos de crimes culposos cometidos no
trânsito (CTB também trata deste tema).
(d) proibição de frequentar determinados lugares – Impossibilita o
condenado de frequentar certos lugares, e deve ter relação com o fato
praticado (Ex.: proibir um valentão, membro de torcida organizada, de
frequentar estádios de futebol).
(e) proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame
públicos - em se tratando de uma pena substitutiva, esta pena terá
como duração o mesmo período da pena privativa de liberdade aplicada.
PENA DE MULTA
Conceito - Modalidade de pena que consiste no pagamento de
determinada quantia em dinheiro e destinada ao Fundo Penitenciário
Nacional.
Fixação – Bifásico. O critério utilizado para a fixação da pena de multa é o
do dia-multa.
Primeiro fixa a quantidade de dias-multa – Entre 10 e 360 dias-multa
(com base nas circunstâncias judiciais do art. 59)
Depois fixa o valor do dia-multa – Deve variar entre 1/30 (um
trigésimo) e 5 vezes o valor do maior salário mínimo vigente à época do
fato (com base na situação econômica do condenado).
OBS.: A pena de multa pode ser aumentada até o triplo, caso se mostre
insuficiente (de acordo com a situação financeira do condenado).
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!
Tópicos importantes
!! O pagamento da pena de multa deve se dar em até 10 dias a contar
do trânsito em julgado da sentença.
!! Juiz pode, considerando as circunstâncias e a requerimento do
condenado, permitir o parcelamento.
!! Pode ser descontada diretamente na remuneração do condenado,
salvo na hipótese de ter sido aplicada cumulativamente com a pena
privativa de liberdade.
!! Não pode incidir sobre recursos indispensáveis ao sustento do infrator
e de sua família.
!! Não sendo paga, será considerada dívida de valor, devendo ser
executada pelo procedimento de cobrança da dívida ativa da Fazenda
Pública
!! Em caso de sobrevir doença mental ao condenado é suspensa a
execução da pena de multa
!! Em caso de morte do condenado, NÃO passa aos herdeiros.
Neste caso, fica extinta a punibilidade
___________
Bons estudos!
Prof. Renan Araujo
3.!EXERCÍCIOS DA AULA
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As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma!
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes
critérios e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais
rigoroso:
a) o condenado reincidente, cuja pena seja igual a 4 (quatro) anos, deverá,
desde o início, cumpri-la em regime aberto.
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 6 (seis) anos e
não exceda a 12 (doze), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime
semiaberto.
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
d) o condenado reincidente, cuja pena seja inferior a 4 (quatro) anos,
deverá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
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d) poderá conceder a suspensão condicional da pena privativa de liberdade!
por até 4 anos.
e) poderá fixar o regime aberto para o cumprimento inicial da pena
privativa de liberdade.
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Sobre a pena de MULTA prevista no Código Penal, é INCORRETO afirmar!
que
A) deve ser paga dentro de 10 (dez) dias depois do trânsito em julgado da
sentença.
B) se converte em pena de detenção, quando o condenado solvente deixa
de pagá-la ou frustra a sua execução.
C) sua cobrança pode ser efetuada mediante desconto no salário do
condenado, quando aplicada isoladamente.
D) sua execução será suspensa se sobrevém ao condenado doença mental.
E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre os
recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua família.
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C) seis meses, não sendo reincidente o condenado. !
D) um ano, não decorrendo eventual reincidência da prática do mesmo
crime e a medida for socialmente recomendável.
E) dois anos, independentemente de reincidência.
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c) III. !
d) I e II.
e) II e III.
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b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas. !
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
4.!EXERCÍCIOS COMENTADOS
(<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!52!()!23!
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(<;ΓΗ∋#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋,∋∗ΙΚ>∋2Λ!
e) a pena de reclusão poderá ser cumprida em regime aberto. !
COMENTÁRIOS: Em relação aos regimes de cumprimento da pena
privativa de liberdade, é correto afirmar que a pena de reclusão poderá ser
cumprida inicialmente em qualquer dos regimes. A de detenção, porém,
não poderá ser inicialmente cumprida em regime fechado. O regime
fechado é aquele cujo cumprimento se dá em estabelecimento de
segurança máxima ou média. Já o semiaberto se dá em colônia agrícola ou
industrial (ou similar) e o regime aberto em casa de albergado ou similar.
Vejamos:
Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-
aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) regime fechado a execução da pena em estabelecimento de segurança
máxima ou média;
b) regime semi-aberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou
estabelecimento similar;
c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou estabelecimento
adequado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e!
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-
aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Vemos, assim, que a alternativa correta é a letra C, eis que de acordo com
o previsto no art. 33, §2º, c do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA C.
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Assim, vemos que é possível a substituição da pena, pois o agente não é!
reincidente.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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C) só pode ser estabelecida em favor da vítima ou de seus!
dependentes.
D) é autônoma e, nos crimes culposos, substitui a privativa de
liberdade não superior a quatro anos.
E) pode consistir em prestação de outra natureza, se houver
aceitação do beneficiário.
COMENTÁRIOS: Primeiramente devemos analisar a natureza da pena de
prestação pecuniária. A pena de prestação pecuniária é uma modalidade
de pena restritiva de direitos, nos termos do art. 43, I do CP. Desta forma,
se submetem ao regramento aplicável às penas restritivas de direitos.
Uma destas características é a substitutividade, pois a pena restritiva de
direitos sempre será aplicada como medida alternativa à pena privativa de
liberdade, logo, ela nunca será autônoma (diferentemente da pena de
multa, que pode ser autônoma ou substitutiva).
Pode ser aplicada aos reincidentes, desde que não se trate de reincidência
específica e a medida seja socialmente aconselhável (art. 44, § 3° do CP).
Diz, ainda, o art. 45, em seus §§ 1° e 2°, que a prestação pecuniária pode
ter como beneficiários, além dos familiares, entidades públicas ou privadas
com destinação social, e que a prestação pode ser de outra natureza, que
não a pecuniária, desde que haja aceitação do beneficiário.
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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07.! (FCC – 2010 – TRE/RS – ANALISTA JUDICIÁRIO – ÁREA
ADMINISTRATIVA)
A pena de interdição temporária de direitos NÃO inclui:
A) proibição do exercício de mandato eletivo.
B) suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.
C) proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que
dependam de habilitação especial, de licença ou autorização do
poder público.
D) proibição de frequentar determinados lugares.
E) proibição de se ausentar da casa de albergado aos sábados e
domingos.
COMENTÁRIOS: A pena restritiva de direitos na modalidade de interdição
temporária de direitos está prevista no art. 47 do CP, que prevê as suas
modalidades:
Art. 47 - As penas de interdição temporária de direitos são: (Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984),
I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de
mandato eletivo; (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;(Redação dada
pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984), III - suspensão de autorização ou de
habilitação para dirigir veículo. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
IV - proibição de freqüentar determinados lugares. (Incluído pela Lei nº 9.714,
de 1998),
V - proibição de inscrever-se em concurso, avaliação ou exame públicos.
(Incluído pela Lei nº 11.250, de 2011).
ASSIM, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
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E) se cobrada mediante desconto no salário, não deve incidir sobre!
os recursos indispensáveis ao sustento do condenado e de sua
família.
COMENTÁRIOS:
A) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50 do CP;
B) ERRADA: A pena de multa, quando não paga, não se converte em pena
privativa de liberdade, passando a ser considerada mera dívida de valor a
ser cobrada mediante execução fiscal. Nos termos do art. 51 do CP:
Art. 51 - Transitada em julgado a sentença condenatória, a multa será
considerada dívida de valor, aplicando-se-lhes as normas da legislação relativa
à dívida ativa da Fazenda Pública, inclusive no que concerne às causas
interruptivas e suspensivas da prescrição. (Redação dada pela Lei nº 9.268, de
1º.4.1996).
A Doutrina e a Jurisprudência entendem, em razão disso, que embora
o não cumprimento da pena de multa não possa gerar a conversão em pena
privativa de liberdade, isto não lhe retira seu caráter de pena. Assim,
aplicada pena de multa e sobrevindo a morte do infrator, estará
extinta a punibilidade, nos termos do art. 107, I do CP, já que não se
pode estender os efeitos da pena aos sucessores do infrator, por força do
art. 5°, XLV da Constituição, que ressalvou apenas a obrigação de
reparar o dano e o perdimento de bens. Esta é a posição majoritária
(esmagadora), embora existam alguns julgados no STJ entendendo que a
multa, nesse caso, passou a ter caráter extrapenal (ultraminoritário esse
entendimento).
C) CORRETA: Esta é a previsão do art. 50, § 1°, a do CP.
D) CORRETA: Sobrevindo ao condenado doença mental, ficará suspensa a
execução da pena de multa, nos termos do art. 52 do CP;
E) CORRETA: Os descontos efetuados no salário do condenado, de forma a
garantir o pagamento da pena de multa, não podem prejudicar o seu
sustento e o de sua família, nos termos do art. 50, § 2° do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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I - prestação pecuniária; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998), !
II - perda de bens e valores; (Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998),
III - (VETADO) (Incluído e vetado pela Lei nº 9.714, de 1998),
IV - prestação de serviço à comunidade ou a entidades públicas; (Incluído pela
Lei nº 7.209, de 11.7.1984 , renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de
25.11.1998),
V - interdição temporária de direitos; (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984
, renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998),
VI - limitação de fim de semana. (Incluído pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984 ,
renumerado com alteração pela Lei nº 9.714, de 25.11.1998)
Assim, a multa não é considerada pena restritiva de direitos, mas uma
espécie de pena, tal qual a pena privativa de liberdade e a restritiva de
direitos.
DESTA FORMA, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
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Desta forma, as alternativas I e III trazem hipóteses que não se!
caracterizam como penas restritivas de direitos. A reclusão é uma
modalidade de pena privativa de liberdade, e a multa é uma espécie de
pena, também diversa da restritiva de direitos.
PORTANTO, A ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA E.
(<;ΓΗ#:∆>∆∋∗<>Ιϑ;∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∋∀∀∀#∃%&∋(&∃)∗(+,−+.∋%,%#+,/#0∋!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!∀#∃%&∋!24!()!23!
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PORTANTO, ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA D. !
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Art. 33 - A pena de reclusão deve ser cumprida em regime fechado, semi-!
aberto ou aberto. A de detenção, em regime semi-aberto, ou aberto, salvo
necessidade de transferência a regime fechado. (Redação dada pela Lei nº
7.209, de 11.7.1984)
(...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios
e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
(...)
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
II - ERRADA: A pena, neste caso, não pode ser substituída, eis que o crime
de coação no curso do processo se dá com violência ou grave ameaça à
pessoa, o que veda a conversão, nos termos do art. 44, I do CP:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime
não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que
seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714,
de 1998)
III - ERRADA: Mesmo Maurício sendo reincidente, o art. 44, §3º permite a
substituição, caso o Juiz verifique que esta seja recomendável, já que
Maurício não é reincidente específico (no mesmo crime). Vejamos:
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as
privativas de liberdade, quando: (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime
não for cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que
seja a pena aplicada, se o crime for culposo; (Redação dada pela Lei nº 9.714,
de 1998)
II - o réu não for reincidente em crime doloso; (Redação dada pela Lei nº
9.714, de 1998)
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do
condenado, bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa
substituição seja suficiente. (Redação dada pela Lei nº 9.714, de 1998)
(...)
§ 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável
e a reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime.
(Incluído pela Lei nº 9.714, de 1998)
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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Com relação às penas, analise as afirmativas a seguir: !
I. São penas privativas de liberdade: detenção, reclusão e limitação
de fim de semana.
II. O Código Penal prevê somente as seguintes hipóteses de penas
restritivas de direitos: prestação de serviços à comunidade ou a
entidades públicas; interdição temporária de direitos e prestação
pecuniária.
III. A pena de interdição temporária de direitos compreende as
seguintes situações: proibição do exercício de cargo, função ou
atividade pública, bem como mandato eletivo; proibição do
exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de
habilitação especial, de licença ou autorização do poder público;
suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo;
proibição de frequentar determinados lugares; e, obrigação de
permanecer, aos sábados e domingos, por cinco horas diárias, em
casa de albergado ou outro estabelecimento adequado, ocasião em
que serão ministrados cursos e palestras ou atribuídas atividades
educativas.
Assinale:
a) se nenhuma afirmativa estiver correta.
b) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
c) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
d) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
COMENTÁRIOS:
I – ERRADA: A limitação de final de semana é modalidade de pena restritiva
de direitos.
II – ERRADA: Existem outras, como a perda de bens e valores e a limitação
de final de semana, nos termos do art. 43 do CP.
III - ERRADA: Item errado, pois a “obrigação de permanecer, aos sábados
e domingos, por cinco horas diárias, em casa de albergado ou outro
estabelecimento adequado, ocasião em que serão ministrados cursos e
palestras ou atribuídas atividades educativas” não é modalidade de
interdição de direitos, mas constitui a pena de limitação de final de semana,
nos termos do art. 48 do CP.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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b) semiaberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as!
circunstâncias judiciais.
c) fechado, ainda que fixada a pena-base no mínimo legal.
d) aberto, se favoráveis as circunstâncias judiciais, ainda que
reincidente o agente.
e) aberto, se reincidente o agente e desfavoráveis as circunstâncias
judiciais.
COMENTÁRIOS: No caso, o agente, em tese, deveria cumprir a pena
inicialmente em regime fechado, por ser reincidente. Vejamos:
Art. 33 (...)
§ 2º - As penas privativas de liberdade deverão ser executadas em forma
progressiva, segundo o mérito do condenado, observados os seguintes critérios
e ressalvadas as hipóteses de transferência a regime mais rigoroso: (Redação
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984)
a) o condenado a pena superior a 8 (oito) anos deverá começar a cumpri-la
em regime fechado;
b) o condenado não reincidente, cuja pena seja superior a 4 (quatro) anos e
não exceda a 8 (oito), poderá, desde o princípio, cumpri-la em regime semi-
aberto;
c) o condenado não reincidente, cuja pena seja igual ou inferior a 4 (quatro)
anos, poderá, desde o início, cumpri-la em regime aberto.
Contudo, o STJ possui entendimento sólido, inclusive sumulado, no sentido
de que é possível a fixação do regime semiaberto neste caso, desde que
favoráveis as circunstâncias judiciais. Vejamos:
Súmula 269 STJ
É admissível a adoção do regime prisional semi-aberto aos reincidentes
condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as
circunstâncias judicias.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA A.
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§ 1º - Considera-se: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) !
(...) c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou
estabelecimento adequado.
Portanto, a ALTERNATIVA CORRETA É A LETRA B.
5.!GABARITO
1.! ALTERNATIVA E
2.! ALTERNATIVA C
3.! ALTERNATIVA E
4.! ALTERNATIVA E
5.! ALTERNATIVA E
6.! ALTERNATIVA C
7.! ALTERNATIVA E
8.! ALTERNATIVA B
9.! ALTERNATIVA B
10.! ALTERNATIVA E
11.! ALTERNATIVA D
12.! ALTERNATIVA D
13.! ALTERNATIVA A
14.! ALTERNATIVA A
15.! ALTERNATIVA C
16.! ALTERNATIVA A
17.! ALTERNATIVA A
18.! ALTERNATIVA B
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