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A CONVERSÃO DE BELZEBU
Samael Aun Weor

A CONVERSÃO DE BELZEBU
D E P RÍNCIPE DOS D EMÔNIOS A A NJO DE D EUS

1ª. Edição

Curitiba - PR
IGB Editora
2009
A CONVERSÃO DE BELZEBU
De príncipe dos demônios a anjo de Deus

SAMAEL AUN WEOR


[Kalki Avatar da Era de Aquário]
Título Original: La Revolución de Bel
(também publicado como La Revolución de Belcebú)
AUN WEOR – OCTUBRE DE 1950
(Con el secreto de todos los poderes y la llave de todos los imperios)
1ª. Edição original publicada em outubro de 1950 em
Ciénega – Magdalena - Colômbia, por Julio Medina Vizcaino.
(Al Padre se llega por medio del Corazón).
(Para llegar a la Alta Iniciación no se requiere ser erudito; lo que se requiere es ser
perfecto como nuestro Padre que está en los cielos es perfecto.
La perfección se logra con el corazón, no con el intelecto).
TRADUÇÃO: KARL BUNN – Presidente da Igreja Gnóstica do Brasil
Curitiba – PR – Brasil – Março 2005 – XLIII Ano de Aquário
Tradução totalmente revisada em novembro de 2009.
Design da Capa: Ricardo Bianca de Mello e Helen Sarto de Mello
Diagramação: Gilberto da Lapa Silva
Fotolitos e Impressão: Gráfica Editora Pallotti
1ª reimpressão (Terceiro milheiro) novembro 2009

© Direitos autorais desta edição: Igreja Gnóstica do Brasil www.gnose.org.br


Textos entre [ ] são do tradutor; não constam no original. Usamos esse recurso para
oferecer rápido e melhor entendimento e orientação para o leitor, evitando assim as
nem sempre práticas notas de rodapé. Textos entre ( ) constam do original exatamente
entre ( ).

Em sinal de respeito ao autor e aos irmãos que nos antecederam na história do Movi-
mento Gnóstico, nossas edições mantêm a totalidade e a integridade das obras origi-
nais. Nossos adendos estão sinalizados de forma expressa e direta, de modo que nossos
leitores possam diferenciar claramente o que é um e o que é outro.leitores possam dife-
renciar claramente o que é um e o que é outro.
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil
Weor, Samael Aun
A conversão de Belzebu : de príncipe dos
demônios a anjo de Deus / Samael Aun Weor. --
1. ed. -- Curitiba : IGB Editora, 2009.

1. Magia 2. Mistério 3. Ocultismo 4. Tergia


I. Título.
09-06927 CDD-133
Índice para catálogo sistemático:
1. Belzebu : Ocultismo 133

4
EXPLICAÇÕES NECESSÁRIAS

Š Š Š

A CONVERSÃO DE BELZEBU é a segunda obra da cronologia


bibliográfica oficial do autor. Na época, 1950, um jovem Mestre da
Primeira Iniciação de Mistérios Maiores, de apenas 33 anos de ida-
de [06.03.1917 – 24.12.1977].
Aqueles que quiserem conhecer em detalhes os elementos inici-
ais da história da gnose do século XX, devem ler, em rigorosa or-
dem cronológica, as obras de Samael Aun Weor. Também devem,
obrigatoriamente, ler o livro A HISTÓRIA DA GNOSE do primei-
ro discípulo do jovem Mestre na época: Julio Medina Vizcaino que
foi o financiador dos primeiros livros de Aun Weor.
Inexplicavelmente, muitos dirigentes atuais querem esconder as
verdadeiras raízes históricas da Gnose do Século XX, cujo marco
cósmico é a emblemática data de 9 de abril de 1948. Mas, nós, da
Igreja Gnóstica do Brasil e da Fundação Samael Aun Weor –
FUNDASAW-BRASIL, com a missão de preservar e velar pela in-
tegridade e totalidade das obras do Mestre, principalmente no idi-
oma “português”, fizemos um grande esforço no sentido de buscar
as edições originais; quer dizer, “a primeira edição original publica-
da”, para, então, traduzir ao nosso idioma. Assim, mantemos hoje,
em nosso acervo, as obras originais em espanhol [impressas e em
formato digital] e a tradução completa, total e integral dessas mes-
mas obras para nosso idioma.
Nossa visão e nossa preocupação sempre foram históricas. Nos-
so objetivo, como Fundação e como Igreja, é deixar, para as futuras
gerações, a obra completa e original, como fonte histórica autêntica,
confiável, legítima e verdadeira, para que os pesquisadores do futu-
ro não venham a beber de fontes adulteradas por interesses mesqui-
nhos e transitórios dos incontáveis grupos, que se dizem gnósticos,
espalhados pelo mundo.

5
A bem da verdade, as versões que circulam hoje [2009] no Brasil,
não são originais; foram traduzidas, em sua maioria, de edições pos-
teriores. Por isso, nem sempre apresentam a integridade e a totali-
dade das obras originais; porém, o pior de tudo é que foram
traduzidas sem os devidos cuidados e responsabilidade, omitindo
parágrafos inteiros ou adulterando, inúmeras vezes, o sentido ori-
ginal, por desconhecimento mesmo do idioma espanhol. Daí nosso
trabalho e nosso esforço para reparar tal falha e poder oferecer ao
leitor brasileiro um trabalho completo e confiável, se não de todos os
livros escritos pelo Grande Mestre Gnóstico, ao menos de suas obras
principais, com excelente qualidade gráfica e a preço de custo.
Sabemos que o ser humano é falho. Portanto, muito provavel-
mente o leitor venha a encontrar neste livro eventuais erros de
digitação ou de concordância nominal ou verbal [apesar das atentas
revisões que fizemos]. Mas podemos assegurar que aqui não encon-
trará supressões ou acomodações dos textos escritos pelo Mestre
Samael Aun Weor. Se alguma explicação acrescentamos ao texto ori-
ginal, está entre [ ].
A CONVERSÃO DE BELZEBU é uma obra dramática e polê-
mica, como, aliás, foi o próprio nascimento da gnose no século XX.
Estamos seguros que, mesmo tendo passados quase 60 anos da apa-
rição do primeiro livro gnóstico no cenário espiritualista sul-ameri-
cano, ainda hoje [2009], e por muitos anos mais, irá gerar verdadei-
ras comoções nas mentes arraigadas de idéias e conceitos piscianos.
Aqui neste livro é relatado, passo a passo, como Belzebu, citado
na Bíblia como o Príncipe dos Demônios, alcançou este grau dentro
da Loja Negra. Depois, num segundo momento, o autor descreve
como Belzebu se arrependeu, deu-se conta de seus erros e decidiu
voltar a trilhar o caminho da luz.
Na realidade, bem poucos seres humanos estão prontos e ma-
duros para compreender e aceitar essas verdades cósmicas. A igno-
rância dos temas espirituais e esotéricos continua sendo gigantesca
em todos os segmentos da sociedade humana. A humanidade segue
acreditando que é impossível alguém sair do inferno ou deixar de ser
diabo para se lançar pelo caminho da luz e tornar-se anjo de Deus.

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O mais surpreendente é tomar ciência que os supostos estudio-
sos e conhecedores das diferentes escolas esotéricas ignoram esses
fatos. Sinal que não possuem nenhuma capacidade de investigação
espiritual; sinal que são apenas intelectuais de suas doutrinas, ver-
dadeiros papagaios a repetir os mesmos e desatualizados textos.
Que um crente, um católico, um evangélico ignore ou rejeite as
asseverações deste livro, é compreensível, considerando-se sua to-
tal ignorância dos temas iniciáticos. Mas que os líderes, dirigentes e
instrutores das distintas escolas que se dizem e se apresentam ao
público como “iniciáticas” desconheçam tal evento cósmico da con-
versão do Príncipe dos Demônios e seu reingresso no caminho
angélico, é inaceitável – posto que passam atestado de total igno-
rância nas matérias onde se dizem ou se presumem “Mestres”.
Também é preciso que se diga que os primeiros livros de Samael
Aun Weor vieram para abrir caminho em meio a total ignorância
espiritual que pairava - e ainda paira - sobre a humanidade. A tarefa
de abrir caminho nunca é fácil, porque sempre houve e sempre ha-
verá uma guerra entre o velho e o novo.
Nos alvores da Era de Peixes, Jesus e João Batista tiveram que
abrir caminho em meio às arraigadas tradições mosaicas, conserva-
das e defendidas pelo rabinato da época. Agora, em 1950, Samael Aun
Weor, tendo buscado inicialmente – de forma infrutífera - apoio junto
às escolas ditas espiritualistas, rosacruzes, espíritas e teosóficas, den-
tre outras, das quais foi membro, não lhe restou alternativa que rom-
per com o velho e abrir caminho a ferro e fogo, em meio à eterna luta
do velho contra o novo. Foi assim que, anos mais tarde, surgiu o
Movimento Gnóstico Cristão Universal, aqui na América do Sul [1956].
Este é um livro-denúncia contra as atividades das escolas tene-
brosas e suas artimanhas para seduzir, aprisionar e escravizar os
inocentes e ignorantes da via iniciática. Este livro é o símbolo e, ao
mesmo tempo, é a síntese da II Guerra dos Céus. A primeira foi
conduzida e vencida por Mikael [Miguel], que, na época, como ex-
plicado neste livro, expulsou a Serpente Antiga do Céu; ela e seus
demônios vieram morar na Terra (na época da Lemúria). Agora, a II
Guerra Celeste foi conduzida e vencida por Samael, que encerrou
todos os demônios no Abismo da lua Lilith.

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Se não tivesse havido essa II Guerra Celeste na década dos anos
1940, não teríamos hoje nada de bom nesta Nova Era. Não teria ha-
vido espaço para a introdução de doutrinas libertadoras e salvadoras.
O comércio e a prostituição religiosa teriam alcançado níveis bem
mais profundos do que vemos hoje por aí pela televisão.
Tudo que se vê diariamente nos noticiários sinaliza, inequivoca-
mente, que o APOCALIPSE já se cumpriu totalmente, ao pé da le-
tra. O sétimo selo foi aberto em 2005 e já estamos na reta final, cujo
fim está às portas.
- Quando será isso? O dia e a hora exatos ninguém sabe, “só o
Pai que está nos céus”. Porém, os Maias prevêem o fim, ou a Grande
Catástrofe, para o ano 2012. Aguardemos, pois!

Paz Inverencial!

Karl Bunn

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LIBERDADE E ORDEM

Š Š Š

Democracia é o [tipo de] governo que aspiram os povos livres


que alcançaram uma cultura elevada à base da religião, buscando a
moral perfeita, o bem estar comum e a união com um ser superior
que chamamos de Deus.
A cultura alcançada pela humanidade está em grande perigo.
Hoje, um sistema exclusivamente político quer, fazendo exclusão
do governo divino, catequizar o mundo por meio da confusão e do
caos, e reger os destinos da humanidade à base de ódios e destrui-
ção. Nós não estamos de acordo com a agressão comunista, e luta-
mos pela sagrada defesa de nosso Hemisfério Ocidental, e advoga-
mos pelo fogo sagrado de nossa constituição democrática e pelo
restabelecimento da moral cristã.

O Editor [da obra original - 1950]

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APRESENTAÇÃO DA EDIÇÃO ORIGINAL

NO VESTÍBULO DO SANTUÁRIO

Š Š Š

A verdade é como as tempestades: causa estragos.

***

Ao homem lhe agrada a lisonja e lhe desagrada que lhe


digam a verdade, porque é amigo do engano.

***

As pessoas se agradam mais se lhes falarmos falsidades


em vez de verdades; fascinam-se com o falso e se sur-
preendem com a verdade.

***

Desde que Sócrates bebeu cicuta a verdade se tornou


amarga.

(V.M. Gargha Kuichines)

O homem na cidade converteu-se em idólatra do Bezerro de


Ouro: o dinheiro, invenção do mesmo homem. Por meio do dinhei-
ro tudo se classifica e se justifica; em resumo: vem a ser a máxima
aspiração da atual civilização.

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Tanto o homem que perdeu sua juventude buscando conheci-
mentos, por meio do estudo intelectual, como aquele que nada es-
tudou, chegam a essa mesma aspiração: ter dinheiro. Tanto para o
que muito tem como para o que nada tem, o dinheiro é a panacéia de
todos os males; é a única coisa em que todos concordam, tanto o que
sabe como o que não sabe; tanto os que têm como os que não têm.
Quando o grande Iniciado Moisés subiu ao Monte Sinai entre
trovões, raios, relâmpagos e tempestades para conquistar as Tábuas
da Lei, não teve medo das dificuldades, em meio às quais se deba-
teu para adquirir os dez mandamentos da Lei de Deus. Essas leis
são as leis do código da natureza. Todo seu imenso sacrifício foi
destruído, quando, tendo baixado do Monte, encontrou o povo de
Deus adorando o Bezerro de Ouro – esse mesmo dinheiro que hoje
embriaga a humana espécie. Cheio de profunda dor e indignação
destruiu as tábuas da lei. Quer dizer: o conhecimento por ele adqui-
rido, com tanto sacrifício não pôde ser entregue ao povo, porque o
povo estava adorando a sua própria criação. Hoje, essa idolatria al-
cançou o máximo, e o homem terá que saber, por experiência pró-
pria, qual será o resultado de haver se destruído com seus costumes
e com sua idolatria aos falsos ídolos: as leis do código da natureza.
No [plano] material tudo progrediu; no campo moral o homem
se tornou um perfeito artista, e no campo espiritual, lembra uma
possível promessa. A palavra “mistério” tem servido de rótulo ma-
ravilhoso para classificar o que o homem despreparado não conse-
gue compreender. O homem em si não progrediu; melhor dito, tor-
nou-se inútil. Se tirarmos do homem civilizado os elementos de que
se vale para ser poderoso, daria pena. Ao que tudo indica, é na co-
modidade que está a sua felicidade, e com garra, procura e conse-
gue, mas, depois que obtém, não sabe usar, e isso se vê até mesmo
no campo do menor de seus sentimentos. Vemos, assim, que
dedicadamente busca um amor, e quando consegue, forma um lar
carinhoso e respeitado; mas, inesperadamente, se encarrega de des-
truí-lo, como se não sentisse pena pela obra que ele mesmo realizou.
Se isso faz com suas realizações, com sua própria dor, o que não
será capaz de fazer com a dor alheia? Tornou-se poderoso para o
mal, e trata de justificá-lo recorrendo à história para confirmar que

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assim tem sido o homem em todos os tempos, e que a história sem-
pre se repete. Maravilhosa forma de justificar a perversidade! E as-
sim segue preparando-se para se destruir... Entretanto, o homem
crê piamente que está buscando o bem e a perfeição; tem posto mais
atenção às coisas de sua própria lavra do que as que faz o eterno
Deus vivo.
A educação, em geral, é puramente material, mesmo quando é
assistida com sentimentos piedosos e sabor religioso. A educação
não consegue transformar a pessoa; apenas a capacita. Porém, ela
segue com os mesmos vícios e rancores. O mau e o perverso não
deixam de sê-lo pelo fato de serem instruídos. Para que a educação
consiga cultivar o Ser, ou seja, transformar suas qualidades negati-
vas em qualidades positivas, é indispensável conhecer a fundo as
leis da natureza e a posição do homem diante delas. A cultura, que
atualmente se dá aos povos, somente serve para torná-los aptos para
o consumo dos elementos que produz o Bezerro de Ouro.
O progresso material tem íntima relação com os problemas eco-
nômicos. O progresso material se traduz em maior conforto; e mai-
or conforto, requer maiores investimentos de dinheiro para a vida
diária. De um lado, todo mundo deseja e exige comodidades e com-
pleta facilidade para tudo; mas, de outro lado, o mesmo homem se
queixa do custo de vida. Não é possível convidar o prazer sem que
venha junto sua irmã gêmea, a dor. O fato concreto é que assim como
uma família se endivida visivelmente quando adquire comodida-
des para sua casa, assim também os filhos de uma cidade se tornam
imediatamente endividados quando a cidade decide oferecer maio-
res comodidades e facilidades. Ou seja: o custo de vida aumenta
imediatamente. Uma cidade que pavimenta suas ruas, tem que tirar
o dinheiro do custo dessa pavimentação do bolso de todo mundo
que vive ali e daqueles que a visitam. A valorização de uma casa ou
de um prédio imediatamente se reflete no aumento do aluguel, o qual
encarece o custo das mercadorias vendidas nas lojas desse edifício.
A comodidade tornou o homem covarde. Por isso, tem medo da
vida, da morte, do amanhã e do que vão dizer por aí. O homem
valente evita a comodidade porque nada teme.
Daqui para frente [1950] a humanidade enfrentará muito sofri-

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mento, e teremos que recebê-lo com resignação, porque esse é o meio
de que se vale a Mãe Natureza para fazer com que seus filhos a ela
retornem. A dor será a marreta e a bigorna com a qual se modelará a
nova humanidade. As Raças [humanas] que chegaram a desfrutar
de maior comodidade jamais foram as de maior duração como cole-
tividade humana. Elas desapareceram e delas só restam vestígios
de sua grandeza e opulência. A única coisa que pode acabar com o
Bezerro de Ouro, é a dor, porque a dor foi o caminho mostrado pelo
Cristo para nossa redenção.
Aqui, entre nós, os humildes índios da Serra Nevada de Santa
Marta [Colômbia] vivem sem necessidade de dinheiro, e têm sobre-
vivido à catequização civilizatória do nosso meio, porque tanto o
seu número como a defesa natural que os protege, não permitiu [que
o dinheiro os alcançasse até 1950]. Sua escassa povoação não atrai
os produtores e fabricantes para criar centros de consumo; e a difi-
culdade de acesso do terreno, evita que os curiosos civilizados che-
guem ao cume tradicional.
Esses índios não possuem dinheiro, nem nossa cultura; entre-
tanto, vivem felizes e contentes. Eles trabalham na terra e trocam
seus produtos entre si, atendendo às suas necessidades. As únicas
tribos que têm problemas são aquelas que ficam nas partes baixas
[da Serra Nevada], ao alcance dos civilizados. Os índios que vivem
nas partes altas da Serra não entendem de problemas, nem sabem o
que significa “problema”. As ovelhas, o cizal e o algodão lhes dão
lã, fios e cordas para fazer suas roupas e seus utensílios indispensá-
veis; suas mulheres, nas horas de folga, confeccionam suas roupas e
seus utensílios.
O homem criou seus próprios problemas econômicos quando se
afastou de sua Mãe Natureza; o homem se separou da natureza quan-
do inventou a vida urbana; na cidade, criou uma vida artificial, e a
vida artificial urbana está cheia de problemas que o próprio homem
criou para si. Ao homem acontece o mesmo que acontece com o
pintinho que se separa da galinha. Se o pintinho tem frio, busca sua
mãe; ela o abriga com suas asas e seu calor; se tem fome, busca a
galinha que o alimenta; a galinha, escavando a terra, consegue
alimentá-lo. Nenhum partido político, nem o melhor e mais bem

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organizado governo [do mundo], é capaz de fazer pelo pintinho o
que faz sua mãe galinha.
Só ela é capaz de resolver esse grave e duro problema escavan-
do a terra; só a mãe sabe tirar a fome dos seus filhos. Nenhum líder
político, por mais inteligente que seja, e por maior que seja a sua
doutrina política, poderá fazer o que é capaz de fazer a mãe por seu
filho, pelo fruto de seu amor. É que só a mãe sabe e entende quais
são as íntimas necessidades de seu filho; só a mãe pode abrigá-lo
com seu calor e alimentá-lo com seu seio, porque ela é a natureza
em miniatura.
O homem se afastou de sua Mãe, a Natureza, quando se isolou
dentro da vida urbana. Conheceu então o homem a fome e a nudez;
surgiram os problemas e se corrompeu moralmente, porque ficou
órfão. Se o homem quiser solucionar seus problemas econômicos,
precisa retornar ao seio de sua mãe, a Natureza; ela sempre espera
por seus filhos, como a galinha espera seus pintinhos. Ela [a nature-
za] dá ao homem a lã e o linho para que se vista, o fogo para que se
aqueça e as madeiras da mata para que construa suas casas, seu
refúgio. Assim, enquanto o homem viver na cidade, tentando solu-
cionar seus problemas, estará fazendo o contrário do que deveria
fazer para se livrar dos mesmos. O homem que, tendo fome, sede e
está nu, acudir à vida urbana para resolver suas necessidades, asse-
melha-se ao homem que vai buscar alimentos no meio da areia do
deserto.
O alimento deve ser buscado onde é produzido: nos campos,
nos bosques; não nas cidades, porque na cidade não há agricultura.
Ali vivem os que produzem dinheiro, e o dinheiro faz com que os
homens, como feras, se matem uns aos outros. Para que o homem
solucione seus problemas terá que virar as costas à vida urbana, ao
Bezerro de Ouro e aos ídolos que adora, e acabar com as fronteiras
egoístas, porque as fronteiras são filhas do egoísmo do homem. O
mundo nos foi dado sem fronteiras; temos que regressar ao campo
para trabalhar e produzir vida, para assim ganhar o pão de cada dia
com o suor de nosso rosto, e, reverentes, inclinar nossa cabeça dian-
te da semente que depositamos na terra, para que multiplique nos-
so alimento e o de nossos filhos. Nesse dia, o homem não terá mais

15
problemas, porque sua mãe, a natureza, lhe matará a fome, o frio e a
nudez. Os partidos políticos se dissolverão porque os líderes políti-
cos não podem existir sem a massa que os siga, e haverá felicidade.
Nem o comunismo, nem o fascismo, nem o nazismo, nem o traba-
lhismo, nem o socialismo poderão dar ao homem o seio de sua mãe,
porque só a mãe pode dar o seio aos seus filhos e matar-lhes a fome
e o frio.
Não há motivos para que as pessoas morram de fome, porque a
terra dá abundantes frutos para alimentar a todos os seres que nela
moram. Os animais que morrem de fome, morrem porque o ho-
mem os prendeu em terrenos e lugares onde não há alimento. O
mesmo sucede com os homens que se encerram na vida urbana. A
solução econômica do mundo não consiste em dar mais dinheiro ao
mundo, porque com o dinheiro que existe, já temos suficientes pro-
blemas. O que necessita cada homem, para viver, é uma casinha e
um pedaço de terra para cultivar seus alimentos, e nossa mãe natu-
reza proverá o restante. Para fazer isso, não é preciso inventar mais
partidos políticos. Os partidos são como muletas para a humanida-
de inválida.
Recorremos sempre à natureza como exemplo para o ensi-
namento porque ela é um livro aberto, e seus ensinamentos são ofe-
recidos como exemplos vivos, fatos concretos – o que nos dá a expe-
riência, e a experiência é o melhor ensinamento. Conhecemos algo
quando realizamos; se não realizamos, é apenas uma teoria. Por isso,
buscamos incorporar em nossos costumes sociais os ensinamentos
que nos dá a mãe natureza, buscando levar as pessoas a discernir
aquilo que nos é mais conveniente.
É por isso que apresentamos exemplos como estes: A mulher do
campo cria o seu filho, o alimenta com seu peito; nela manda mais o
seu amor que o seu interesse, e esse alimento ela oferece cada vez
que seu filho pede; e seu afeto diz quando ele deseja e quando não
deseja, sem levar em conta hora, minuto ou segundo, porque ela
não tem relógio, nem o conhece, nem necessita. Em troca, a mãe
condicionada da cidade, não se sensibiliza pelo choro do seu filho;
mais parece que tem coração de pedra, e ao pé da letra, espera que
transcorram as quatro martirizantes horas que indicam todos os tex-

16
tos infantis sobre alimentar crianças. A mãe do campo sempre dor-
me com seu filho; ela o protege com seu calor e intuitivamente faz
com que o filho siga se alimentando com as cores de sua aura; ou seja,
da força radiante, que, como auréola, sai do corpo humano, especi-
almente da mãe, que é toda amor e ternura para com seu filho.
Essa força vital é indispensável para que se estabeleça uma ínti-
ma e estreita conexão externa e interna entre mãe e filho. Em troca,
a dama da cidade, desde o momento mesmo que nasce seu filho,
exige que o ponham em cama separada; além de não receber o calor
de sua mãe, para não a incomodar, faz, assim, tudo ao contrário do
que faz a mãe natureza, quando permite ao feto não só se alimentar
do mesmo sangue de sua mãe, como também viver em meio ao seu
calor e aconchego. Tudo isso dá lugar a que surjam mais compreen-
são e maior união entre mãe e filho nas pessoas que vivem no cam-
po e aldeias do que entre as pessoas finas e de costumes civilizados;
isso faz com que o primeiro se enraíze mais com sua mãe e com seu
lar que os filhos que são criados com tantos códigos, regras e siste-
mas antinaturais, que os desnaturaliza.
O materialismo histórico, como teoria da ciência oficial, não pode
servir de fundamento para a vida social, porque não conhece a his-
tória do materialismo; nem a conhece nem a pode conhecer, porque
desconhece a própria matéria e suas íntimas funções vitais que têm
determinado a teoria da matéria e o materialismo da história. A cons-
tituição da matéria está sujeita às leis do tempo e do espaço, e os
tempos não têm sido sempre os mesmos, nem os meio ambientes
jamais foram iguais.
A composição físico-química da matéria não tem sido a mesma
em todos os tempos, nem a biologia orgânica de alguns milhões de
anos atrás é igual a atual. Aquelas teorias peregrinas do materialis-
mo histórico, que afirmam que o homem teve que se afastar da na-
tureza e formar cidades para se defender das inclemências da pró-
pria natureza, são tão absurdas como pretender tirar o peixe da água
para salvá-lo das inclemências da mesma água. Cada organismo está
biologicamente adaptado ao ambiente em que se move; portanto, o
materialismo histórico, como base para uma sociedade bem organi-
zada, é completamente inadequado, porque desconhece a mesma

17
história da matéria, a qual, nem sempre, tem sido igual em sua cons-
tituição biológica, física, psíquica e somática.
O materialista nada sabe sobre o fundo vital; ou seja, sobre os
tattwas. Os tattwas são o fundo interno [invisível] da matéria. Os
físicos admitem o éter para explicar as leis de coesão, gravitação,
vibração e pulsação; porém, nada dizem sobre a constituição do
mesmo éter.
Se a Física quiser avançar de forma eficiente, terá que recorrer
ao Ocultismo e ao estudo dos tattwas, que são as primeiras modifi-
cações do éter, causa fundamental das tensões e distensões do
calórico, do movimento que produz o calor e o som, do calor e som
que produzem a luz, a luz que produz a cor. Por isso, nota, luz, cor
e movimento são uma só coisa, com distintas vibrações, e se desen-
volvem, evoluem e progridem dentro do éter e suas modificações,
chamadas de tattwas, em linguagem oriental.
Esta obra encerra uma série de conhecimentos incalculáveis,
porém, lástima que essa luz não possa chegar a todos, porque as
massas estão mais empenhadas em gozar a vida, e os que estuda-
ram, já formaram seus juízos; estão contentes com suas crenças e
prejuízos e são pouco amigos de fazer revisões. Tudo faz com que o
homem não busque a felicidade dentro de si, mas fora. Ele acredita
que com o dinheiro se consegue e se obtém tudo, mas, o dinheiro
somente poderá dar prazeres, nunca felicidade. Os prazeres can-
sam e desgastam, enquanto que a felicidade é constituída pelo con-
tentamento íntimo, e no interno não entra o dinheiro. A felicidade
se traduz pela beleza sadia e nunca enjoa.
Quando você, caro leitor, sentir desejos de nos considerar aman-
tes do atrasado e cantores da miséria, lembre-se que, o que estamos
tentando fazer, é fazer você compreender que a natureza é um livro
aberto; que nesse livro não se aprende com adornos nem com des-
prezos. Lembramos a você que a alquimia da natureza é muito mais
poderosa que a química que utiliza o homem; lembramos a você
que o talo de uma flor, por obra e graça da alquimia, transforma a
fetidez do lodo no perfume de sua flor; que da sujeira do pântano
sai a flor esplendorosa do loto; que da podridão da semente sai o
talo do fruto que nos dá o alimento; que do pasto e detritos com que

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se alimenta o gado sai o leite e a carne que alimentam o gênero hu-
mano; lembramos a você, que antes de inspirar-lhe compaixão, me-
lhor que se compadeça de seu corpo, que exala pestilências, porque
não tens decência; e se a conheces, não a praticas, porque ainda es-
tás sujo por dentro, por não saber fazer o que faz o talo de uma flor.
Todo o dinheiro que se emprega em conforto, luxo e comodida-
de faz pesar automaticamente a economia de todos participantes;
em troca, o dinheiro que se utiliza para favorecer o acesso aos pro-
dutos da terra, por meio de estradas, vias, ferrovias e outros meios
de transporte, diminuem o custo de vida, porque essas medidas con-
tribuem para minorar o custo do transporte dos alimentos que dá a
terra, e que se produzem nas regiões onde há acesso; ao mesmo tem-
po põe a cidade em contato com os produtores, evitando assim o
complicado mecanismo dos intermediários, já que os terrenos vizi-
nhos aos grandes centros de consumo, por seu alto custo, estão em
poder de pessoas que não cultivam a terra.
Não se pode negar que o homem melhorou muito as espécies de
que se serve e alimenta por haver dado muita atenção a isso. O agri-
cultor sabe que selecionando a semente obtém melhor colheita; o
mesmo sabe o avicultor, o agrônomo, o criador de gado, enfim, os
que sabem manejar a terra e suas espécies. Os próprios governos, de
forma eficaz, têm contribuído para essa realidade positiva. O único
que nunca recebeu a atenção dos homens foi a sua própria reprodu-
ção. Hoje em dia, depois de tantos avanços e estudos para melhorar
as raças animais, os frutos e as sementes, nada foi feito para melho-
rar a reprodução da espécie humana. É preciso ensinar o homem a
melhorar a sua reprodução. Para entrar nesse terreno é preciso pe-
netrar no conhecimento do próprio homem, não somente sobre os
componentes de seu corpo físico, mas também, de sua alma e de seu
espírito.
A ciência contemporânea tem ensinado mal o homem; ensina
que o ato sexual ou a união de um homem com uma mulher é um
fato biológico, semelhante aos que cumpre o corpo feminino por
sua qualidade de mulher, dando a entender com isso que é uma
função somente biológica chegar ao orgasmo; não se dão conta os
cientistas que a produção hormonal das gônadas [sexuais] também

19
é uma função biológica, e que a magia sexual é um processo de pro-
dução hormonal intensificado, desde o ponto de vista puramente
biológico; portanto, nós não violamos a lei biológica; somos mestres
da lei biológica. A ciência material esqueceu por completo o precei-
to bíblico, que diz ao homem em seu sexto mandamento “não
fornicar”. Ali não é dito com quem se autoriza fornicar; simples-
mente diz “não fornicar”. Quer dizer: o homem não deve utilizar a
sua semente senão única e exclusivamente para criar ou para gerar,
apesar do visto bom que as distintas crenças e sociedades dão às
uniões que não cumprem a lei de Deus.
Não se dá conta o homem que a sua semente está sujeita às mes-
mas regras de reprodução que os demais seres vivos? Com repug-
nância vemos o homem, mergulhado na pior ignorância, usar a sua
semente sem selecioná-la por meio de qualidades e condições inter-
nas, pondo seu corpo em melhores condições, e sobretudo, saber
que vai cumprir o ato mais santo, mediante o qual ele é um Deus
criador, e nas piores condições e com as mais baixas paixões se apre-
senta à mulher, sem respeito e sem amor, para fazer o contrário do
que ordena o sexto mandamento da lei de Deus: Não fornicar. Em
estado de embriaguez exalta seus mais baixos sentimentos, e por
último, como quem vai ao mercado, dá o seu dinheiro para selar [ou
pagar] o ato vergonhoso, como fiel idólatra do Bezerro de Ouro.
Com razão, esses filhos da paixão os chamam de suas próprias mães,
quando se referem ao novo ser que é gestado: um “descuido” indi-
cando assim que naquela união jamais tiveram a intenção de criar. A
bíblia, no Apocalipse, chama a humanidade de “grande rameira”.
O que pode nascer dessa união que se verifica contrariando uma
lei natural? O que pode esperar o gênero humano de sua própria
produção? Qual será a qualidade moral dessa nova semente que
leva potencialmente o germe dos motivos mesmos que deram ori-
gem à sua existência? Que educador pode mudar as mesmas bases
que geraram esse novo ser?
A educação, ali, terá que ser de uma transformação total do ser,
e para transformar o ser humano, é preciso conhecer o Ser. A educa-
ção exterior poderá fazê-lo apto a ganhar a vida e capacitá-lo para o
campo intelectivo, para conviver em sociedade, mas, no campo da

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cultura e da decência, nem lhe interessa a cultura nem quer a decên-
cia. Essa semente má, que inconscientemente para seus genitores se
converteu em um novo ser vivo, vem a ser, mais tarde, causa de
espanto para a sociedade da qual procede. Aqui, praticamente, a
sociedade vem a ser vítima de seu próprio invento. Depois, horrori-
zada, e sem dar com a causa do mal, acorre aos piores castigos para
a sua correção, e inventa leis, cárceres, punhais, confinamentos, tra-
balhos forçados, castigos corporais e até a morte, para assim, tratar
de regenerar ou extirpar o mal. Porém, o mal não somente segue de
pé, como ainda segue avançando de forma avassaladora, apesar das
leis e castigos existentes.
Prisões e lugares de confinamento são antros de corrupção. Ali
acontecem as piores indecências; o problema sexual adquire traços
repugnantes. Almas perversas, almas afins em convivência íntima
facilmente se corrompem umas as outras, e assim, em lugar de ex-
tirpar o mal, só fazem aumentá-lo. Nessas condições, as prisões e
cadeias para regenerar o delinqüente, têm que ser um rotundo fra-
casso, porque a cadeia é um lugar de vícios. Tiranizando o preso só
se faz aumentar o ódio para com a sociedade da qual procede; logo,
este não é o caminho para regenerar os delinqüentes, porque não se
consegue o resultado almejado, que é converter esses indivíduos
em pessoas úteis à sociedade.
Reformar é voltar a formar, e assim se vai combater o mal com a
violência, com castigos vergonhosos, com grilhões e cadeias; isso
vem a aumentar o mal. O mal não deve ser combatido com o mal,
porque isso só faz reforçar o próprio mal. O mal se combate com o
bem, que é o seu oposto, como calor e frio, duro e mole, luz e trevas.
Se os delinqüentes causam mal à sociedade, para regenerá-los é pre-
ciso buscar o modo e a forma de fazer com que eles pratiquem o
bem à sociedade, ou seja: o contrário do mal, e isso é possível fazen-
do-se do castigo algo proveitoso para a sociedade, e para isso, apre-
sentamos os seguintes pontos:
1. Criar granjas agrícolas com suficiente quantidade de terra para
cultura e cultivo de alimentos. Ali, a agricultura, a avicultura,
a apicultura e todo tipo de criação, dará vida. Quando o ho-
mem faz a terra produzir, dentro dele se agita o plano divino.

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Para nosso governo isso não é problema porque dispõe de
imensas áreas vazias. O dinheiro usado para as cadeias seria
usado em colônias agrícolas, onde cada apenado tenha seu
pedaço de terra, e depois, segundo seu merecimento, o tenha
fora da colônia também, após haver cumprido a sua sentença
e possa viver com sua família, isolando-se assim da vida ur-
bana e evitando-se que volte ao lodo do qual procede.
2. Todo homem que tenha um ofício ou profissão que pague a
sua pena trabalhando dentro das granjas naquilo que é espe-
cialista.
3. Manter psicólogos que estudem as aptidões dos penados, e
logo, ensinar-lhes ofícios e artes de acordo com suas caracte-
rísticas. O ensinamento deve ir acompanhado de boa assis-
tência social, filmes regeneradores e livros construtivos, etc.
Com essas medidas se logrará baratear o custo de vida, e o esta-
do, em vez de manter preguiçosos e formar especialistas em ócio [e
crime], lograria uma superprodução agrícola e por conseguinte, bai-
xar o custo de vida. Assim, em vez de os presos serem um estorvo,
passariam a ser úteis; de consumidores, passariam a ser produtores
e de peso-morto para a sociedade passariam a ser úteis ao país.
Existem duas classes de produção bem definidas e ao alcance de
toda compreensão: A que necessita o homem para viver e a que ne-
cessita para sua comodidade.
A que é necessária para viver foi criada por Deus e cultivada
pelo homem.
A que necessita para seu conforto é elaborada pelo homem com
os produtos criados por Deus.
A primeira é primordial para a vida e seu consumo iguala todos
os homens.
O outro não é primordial e seu consumo o divide em muitas clas-
ses, segundo o uso e o consumo do que é produzido pelo homem.
Poderíamos dizer que [há duas classes de homens, classificados]
segundo se ocupem em cultivar as coisas que cria Deus - as que
servem para dar vida - e as que elabora [ou produz] o homem – que

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são as que servem para a sua comodidade. Uns podem ser chamado
de colonos, camponeses, agricultores, etc. Os outros, chamamos de
operários, artesãos, profissionais, etc.
Os colonos, segundo as quantidades que produzem, vão adqui-
rindo nomes como agricultores, criadores de gado, fazendeiros, etc.
Os operários e artesãos segundo os volumes produzidos passam a
ser fabricantes, industriais, magnatas, burocratas, etc.
Dentro dos elementos que o homem constrói para seu conforto,
estão incluídos os que usam para sua defesa e os que servem para
manter seus vícios e prazeres.
O homem, como fiel idólatra do Bezerro de Ouro, desdenha as
coisas que Deus cria e se esmera naquilo que ele [homem] elabora.
Isso fez com que o colono, que é o responsável por produzir os ele-
mentos que dão vida, tenha sido relegado e desconsiderado, e quan-
do dele nos lembramos, é de modo compassivo. Na sociedade, ele
não ocupa nenhum posto, pelo fato de não possuir educação, que é
o que aspira nossa cultura atual. Em troca, os que elaboram os ele-
mentos de comodidade, de vícios, prazeres e até de morte, formam
a elite social em meio de aplausos e sorrisos.
Porém, uma coisa é a justiça dos homens, e outra, a justiça divi-
na. O homem que cria para a vida recebe: valor, paciência, mansi-
dão, humildade, resignação, sinceridade, fé, amor, caridade, justiça
– que são os dons e virtudes. Tudo isso se traduz em íntima compla-
cência, em satisfação plena. Em troca, os outros, se tornam podero-
sos, porém, uma coisa é ser poderoso e outra coisa é ser virtuoso.
Um tem valor perante os homens, o outro, diante de Deus.
Todas essas reflexões vamos fazendo aos nossos leitores para
que aprendam a discernir, e o discernimento os conduzirá ao esta-
belecimento de uma diferença entre o real e o ilusório, entre o direi-
to divino e o direito social.
É fato concreto que hoje estamos assistindo a catástrofe final da
falsa civilização moderna. Essa ordem de coisas está se esgotando,
através de grandes cataclismos sociais, e o homem é impotente para
conjurar o mal, porque o homem não aprendeu a discernir; quer
dizer: está caindo cego no abismo do desespero. Não é preciso ser

23
filósofo para compreender a catástrofe atual da falsa civilização
moderna. A vida nas cidades se torna cada dia mais insuportável e o
custo de vida, pior. Os líderes políticos querem oferecer panacéias,
porém, ao tomarem o poder, seus respectivos partidos políticos e
seus filiados se sentem enganados porque as promessas sempre se-
guem sendo apenas promessas.
A humanidade quer abrir um abismo entre o humano e o divi-
no, e aí está, precisamente, o erro do homem, porque, dentro do
mesmo homem está o divino (o Íntimo) que quer se atualizar medi-
ante as atividades diárias, mas, o homem busca fugir; o homem,
com suas crenças, o que faz é se afastar de si mesmo.
O homem que se filia às escolas materiais ou espirituais busca
somente escapatórias; quer fugir do conflito, tirar o corpo fora; sen-
te medo e preguiça de conhecer-se a si mesmo para resolver seus
próprios conflitos. As escolas, crenças, filosofias, etc. são formas fic-
tícias de consolo. A verdade não consiste em ser materialista nem
em ser espiritualista, mas sim, em ser realista, ou seja: realizar-se a
fundo, abordar-se a si mesmo, ajuizar a sua personalidade sem or-
gulhos adornados de virtudes, fingidas santidades, mas fazendo
sentar nossa personalidade no banco dos réus para julgá-la sem con-
siderações de nenhum tipo, severamente. Em seguida, traçar uma
severa disciplina moral e ética, para assim acabar com as raízes mais
íntimas de nossos próprios conflitos. Os conflitos são filhos de nos-
sa própria ignorância. Esses conflitos individuais, somados, vêm
gerar, depois, os conflitos sociais.
Hoje, mais que nunca, é necessário que o homem comece a pen-
sar por si próprio. As pessoas não querem usar o seu critério, mas se
acomodam no alheio e pensam como pensam seus líderes. O pro-
blema da massa [o povo] é o problema do indivíduo; enquanto este
não aprender a resolver seus próprios problemas, a massa inteira
da humanidade viverá cheia de incertezas, sofrimentos e calamida-
des que, em vão, tentarão resolver os líderes políticos, porque eles
mesmos estão cheios de problemas, e primeiramente, teriam que
aprender a resolver seus próprios problemas, para, depois, tentar
resolver os problemas alheios. Hoje, a massa desiludida, aspira a
catástrofe porque está martirizada, e assim pretende sair rapida-

24
mente de seu desespero, e por isso todos os dias ouvimos frases
como: “Antes de ficar arrastando, melhor deixar-se levar”.
Essa é uma idéia clara do desespero das massas e da magnitude
da catástrofe. A mente do homem terá que se libertar das travas do
desejo, do medo, dos apetites (da vida mole), das ânsias de acumu-
lação, do egoísmo, porque tudo isso coage a mente e a incapacita
para distinguir o real do ilusório, o mutável do permanente, o útil
do inútil bem como o mais útil do menos útil.
A mente atual do homem é um barco que vai de porto em porto;
cada porto é uma escola, uma teoria, uma crença, uma seita, um
partido político, um conceito, uma bandeira, uma filosofia, uma re-
ligião; quando a mente ancora num desses ancoradouros mentais,
então se encerra nesses molhes para agir e a reagir incessantemente
com seus pré-conceitos ali estabelecidos. Uma mente assim está in-
capacitada para compreender a vida livre em seu movimento; uma
mente assim é escrava do eu animal e das energias estancadas da
vida, onde existem conflitos, lutas de classes e onde existem a fome
e a dor.
A mente humana necessita se liberar do batalhar de antíteses
que a divide e a incapacita como instrumento do Íntimo. O homem
raciocinador, por meio das escolhas mentais, comete o erro de se
dividir a si mesmo, e disso resulta a ação equivocada e o esforço
inútil, de onde brota o conflito e a amargura. Se quisermos resolver
nossos próprios problemas individuais temos que aprender o uso e
o manejo da mente. O pensamento deve fluir integralmente, sem o
processo da opção (opinião) que divide a mente em opiniões tão
opostas. A mente deve fluir serena, integralmente, como o doce fluir
do pensamento, guiada unicamente pela intuição, que é a voz do
Íntimo, a flor da inteligência; disso resulta a reta ação, o reto esforço
e a plenitude perfeita. A chama evocadora da nova era é a luz do
pensamento.
O homem não vive o presente senão em meio das experiências
do passado e as preocupações do amanhã. Vê o presente através do
colorido das experiências do passado, por conseguinte, vê o presen-
te desfigurado, e por tanto, não vê a realidade do presente, e mesmo
assim, se chama a si mesmo de homem prático.

25
O novo mundo não será um mundo de conquistas militares nem
de linhas fronteiriças, senão de um novo estado de consciência, que
já está nascendo à margem de todas as limitações. Bandeiras verme-
lhas e azuis estão cheias de prejuízos ancestrais, tudo isso pertence
ao passado, ao que já deu seu fruto. Logo, ressoarão as trombetas
da Páscoa da Ressurreição de Aquário. Quando a chama do enten-
dimento iluminar a face da terra, todos os problemas do mundo
desaparecerão e não haverá senão felicidade.
O amor é a base da vida, e é conveniente falarmos do amor à luz
da ciência oculta. As pessoas necessitam de um conhecimento mais
profundo sobre essa vivência íntima do amor. As pessoas, até ago-
ra, não receberam uma luz sobre estes problemas profundos da cons-
ciência. Milhões de filósofos quiseram explicar o que não pode ser
explicado. A cada momento ouvimos falar de amor; nos salões, nas
ruas, nos clubes as pessoas fazem diversos comentários sobre os dis-
tintos problemas do amor, porém, ninguém compreendeu nunca a
fundo o que é essa força misteriosa que dorme no fundo de todos os
corações humanos. Os filósofos, por meio de suas elocubrações men-
tais, querem ajustar o amor a regras fixas e frias, como se o amor
fosse frio e estivesse sujeito a regras.
Com profunda dor observamos que as pessoas confundem a
paixão animal com o amor, a tal ponto que a humanidade já não
sabe quando é paixão carnal e quando é amor. O amor, até o dia de
hoje, é um mistério para a humanidade. Só a ciência oculta pode
descerrar o véu desse algo delicioso que jamais compreendemos,
mas que sempre temos sentido no fundo de nosso coração, como
uma sede devoradora, como uma contemplação divina; essa divin-
dade chegamos a conhecer por meio da forma (da figura material),
e quando o noivo ama e contempla a sua noiva, esta, sentindo-se
amada e absorvida, não troca esses momentos nem por todo o ouro
do mundo, porque seu próprio amor puro e vivido a leva até a
exaltação, e aí, em meio de um êxtase sublime, sente as delícias do
amor; não se pertence e até se sente alheia.
Assim, espontâneo como é alguém falar, mais se aproxima da ver-
dade do amor do que quando o trata de forma artificial, querendo
formar conceitos lógicos sobre esse algo que não admite conceitos.

26
Muitos desiludidos do amor vêm o final de uma tragédia amo-
rosa como uma catástrofe, mas, ocorre que as pessoas confundem o
que é uma vivência da alma com o que é uma paixão carnal. O amor
não pode trazer jamais desilusões, quando, de verdade, se sente
amor. Durante o transe amoroso e quando os que se amam se sen-
tem em plena contemplação, não lhes interessa que lhes explique o
que é o amor. O que se sente, sente e ninguém pode sentir teorias.
O casamento, através da gnose, exige afinidade de pensamen-
tos, afinidade de sentimentos, união de vontades, vivências afins
das consciências (que internamente sentem o mesmo) e as mesmas
aspirações.
No homem existem sete níveis de consciência, os quais devem
vibrar em uníssono com os sete estados de consciência do cônjuge.
O casamento deve acontecer no físico, no vital, no astral, no senti-
mental, no volitivo, no conscientivo e no místico; cada um desses
sete níveis de consciência se relaciona com cada um dos sete corpos
do homem.
É verdade que, a muitos, soa estranho falar de sete corpos que
tem o homem, porém, se o leitor tiver interesse e ler com atenção,
compreenderá o que tratamos de explicar sobre as sete bases do amor.
Esses sete corpos do homem são os seguintes:
1. Corpo físico
2. Corpo vital
3. Corpo astral
4. Corpo mental
5. Corpo da vontade
6. Corpo da consciência
7. Corpo do Espírito.
Estes sete corpos são totalmente materiais porque é um fato real
que nada pode existir, nem Deus, sem o auxílio da matéria. Cada
um desses corpos tem sua anatomia, sua biologia, sua fisiologia.
Por isso, o médico ocultista cura rapidamente, porque conhece a
anatomia desses sete corpos do homem.
Um casamento perfeito se realiza sob a condição de que os sete
corpos do homem realizem a união sexual com os sete corpos da

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mulher. Há quem esteja casado com o corpo físico, mas no mundo
do desejo não está casado por falta de compatibilidade emocional e
sentimental. Nesse caso, dito casamento é um fracasso. Ocorrem
casos de casais que estão desposados no mundo físico e até no mun-
do emocional, mas seus corpos mentais não realizam o ato sexual.
Esses casais possuem planos, pensamentos e projetos desafinados
entre si, ou seja, não compartilham no mundo da mente. Nesse caso,
o casamento tampouco é perfeito. Existem outros casais que vibram
afinadamente no físico, no emocional e no mental, mas, quando se
trata de tomar uma decisão na vida diária, então se chocam as von-
tades e surge o conflito. Esses casamentos tampouco são perfeitos.
Há consciências que vibram desafinadamente, ainda que nos de-
mais aspectos, sejam afins. Nesses casos, tampouco o casamento é
perfeito, porque, para que um casamento seja perfeito, é necessário
que os sete corpos do homem realizem a união sexual com os sete
corpos da mulher.
Muitas vezes um homem e uma mulher, que são simplesmente
amigos no mundo físico, que se compreendem mentalmente de for-
ma mútua, se deve a que são casados no mundo da mente universal,
mesmo que aqui, no mundo físico, estejam casados com outra pes-
soa. Isso dá uma idéia clara ao leitor do que significa o conhecimen-
to oculto do homem que a cada novo dia mais desconhece o próprio
homem.
Quando um casamento acontece apenas no plano físico, só exis-
te a relação carnal, o que significa que a única coisa que os une é a
relação sexual [física]. Quando o casamento acontece no físico e no
vital, existe, além do anterior, afinidade de gostos e pensamentos.
Quando o casamento se verifica no físico, vital e astral, além do an-
terior, há afinidade emocional. E quando o casamento acontece no
físico, vital, astral e mental, além do anterior, existe afinidade de
pensamentos e de sentimentos; e se o casamento acontece em todos
os planos anteriores mais o plano da vontade, haverá afinidade de
vontades, resoluções, decisões, aspirações, etc. Se o matrimônio se
verifica no físico, vital, astral, mental, vontade e consciência, soma-
se ao anterior as afinidades de consciências, amor, idéias, aspira-
ções, ideais, etc. Por fim, se houver um casamento nos sete planos,

28
um casamento de Íntimos, haverá um casamento de dois seres do
mesmo Raio e isso vem a ser o Matrimônio Perfeito, o Matrimônio
Gnóstico.
Há duas classes de vínculos matrimoniais: Cármico – que come-
ça do plano físico para cima, e Cósmico - que se realiza de cima para
baixo. Quer dizer: um casal recebe uma missão para cumprir nos
planos superiores, e logo irá se encontrando, de plano em plano, e
também, verificando os casamentos aí, até se encontrarem no plano
físico, dando lugar aos grandes amores, os quais não separam nem
a morte, porque vivem dentro do amor, e o amor os torna imortais,
sendo eles também um casal perfeito.
Uma grande maioria de seres vai se encontrando através das
idades e vai sendo marido e mulher em diferentes retornos e em
diferentes lugares da terra, gerando com isso grande afinidade e
mútuo conhecimento. Tudo isso nos dá a entender o grave que é o
homem ou a mulher se casarem por conveniência própria ou social,
o qual gera uma série de condições martirizantes que devem supor-
tar os casais, sendo que para muitos o casamento é um pesado fardo
ou uma tremenda desgraça para sua obscurecida mentalidade.
Hoje em dia a mulher não busca um homem para se casar como
é normal, mas busca um “partido”. Isso cheira a dinheiro, a negó-
cio. Este partido implica que o indivíduo seja endinheirado ou que
tenha alta posição ou um trabalho bem pago ou um título acadêmi-
co que lhe permita viver folgadamente. Tudo isso é um insulto à
majestade do amor; tudo isso só traz dor e desilusão.
Ao homem jovem sempre se apresenta uma mulher pura e ho-
nesta, com quem pode formar um lar e com a qual pode dignificar a
sua vida e assegurar uma velhice paterna dentro de um lar cheio de
amor e ternura com uma esposa e filhos que velem por sua velhice.
Porém, ocorre que o jovem mal instruído, pelo exemplo desolador e
vergonhoso dos mais velhos, se torna amigo de trocar de mulheres,
e com umas e outras, perde a sua juventude e a virilidade, alcançan-
do a velhice sem lar e sem mulher e sem ninguém que lhe alcance
um copo de água no leito de sua enfermidade. Então, busca e não
encontra, pede e não lhe dão. Esse é o seu castigo. “Prenderão ao
ímpio às suas próprias iniqüidades e detido será com as cordas de

29
seu pecado”. (Provérbios 5:22). Realmente, assim termina uma vida
concupiscente.
A humanidade é escrava do sexo. O gnóstico é seu rei! O gnóstico
sabe honrar o sexo e sabe que sua própria semente é a base de sua
própria existência; sua semente é para criar, vivificar-se e redimir-
se. A humanidade se envergonha do sexo, porém, a humanidade
deveria sentir vergonha é de sua corrupção, não do sexo, porque o
sexo não é culpado do mau uso que a humanidade dele faz.
Os ensinamentos desta obra levam o leitor à raiz mesma de nos-
so Ser, que é o sexo, que é a origem mesma de nossa existência,
porque todo ser humano é filho de um homem e de uma mulher.
Entretanto, alguns semivirtuosos, que querem aparentar castidade,
se escandalizam com o tema sexual e das palavras que representam
o sexo por razões de ensinamento. Até parece que esses novos vir-
tuosos não tiveram nem pai nem mãe; parece que se formaram do
vento. Não sabem eles que para o puro tudo é puro e para o impuro
tudo é impuro. Pois saibam eles que o homem não se transforma
senão mediante o sexo, e não se regenera senão pelo sexo, porque o
homem é filho do sexo e pelo sexo vive. Por essa porta se vem ao
mundo e por ela se sai também; por essa porta saímos do Paraíso e
por essa mesma porta voltaremos a conquistar o Paraíso.
Quem menospreza o sexo e se horroriza com o sexo está insul-
tando a Deus, porque Deus criou o mundo mediante o sexo e [até
hoje] vive dentro do sexo. Só se escandalizam com o sexo os
decrépitos, porque já esgotaram a sua seiva em bacanais e
fornicações. Do sexo só se horrorizam os fariseus hipócritas, os se-
pulcros caiados. Há quem se horroriza com a magia sexual, mas,
adulteram à esquerda e à direita, superando as piores bestas. Esses
são os que difamam; cada qual dá o que tem: o sábio dá sabedoria, o
hipócrita, difamação.
As aduanas objetivam controlar a economia das pessoas; elas
possuem uma verdadeira chave econômica que pesa terrivelmente
sobre os consumidores. Para saber quem se beneficia do sistema
aduaneiro, é só falar publicamente sobre sua eliminação; notaría-
mos quem se alarmaria com isso e seguramente aí não tem cabida a
teoria dos demais. Nós advogamos pelo livre intercâmbio comerci-

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al, não a base de dinheiro, como hoje, mas de produtos, aos quais,
grandes e pequenos, pudéssemos ter igualdade, equidade e
fraternidade, em forma cristã; estimo que quando alcancemos essa
paridade teremos encontrado o princípio econômico internacional
da futura Idade de Aquário. Seguramente que esse sistema não alar-
maria as pessoas do povo porque lhes favorece; só se alarmariam os
que hoje gozam do sistema atual: a minoria. Porém, o que criou o
homem que não possa cair? Este sistema político-econômico do li-
vre comércio sem barreiras aduaneiras e sem tantos controles que
descontrolam, substituiria o que existe hoje e que nos mantém em
estado de alarme.
Quando falamos de reincorporar o homem à vida natural, no
seio da natureza, os primeiros que aparecem entre os leitores são os
defensores da vida urbana, porque não conhecem outra vida; a pri-
meira pergunta que surge deles é acreditar que nós defendemos o
selvagem das cavernas e da idade da pedra. A esses contestaremos
com o axioma oculto: “O fim é igual ao começo mais a experiência
do ciclo”. Aqui também, a primeira idéia que surge no leitor, é a
figura do “círculo vicioso” (sair da selvageria para voltar à selvage-
ria). Isso porque a maioria dos leitores não nos lê com ânimo de
aprender, mas de criticar, porém, ao círculo que aludimos, “se reali-
za em forma de espiral”. Quer dizer: “Que tudo regressa ao ponto
de partida, somado com as experiências milenares, o que significa
regressar ao começo, com uma cultura superior, que serviu de fun-
damento para a espiral da vida”. Aquelas foram as bases seculares
de nossa espiritualidade triunfante e vitoriosa.
O homem tem medo ao que se chama de inclemências da natu-
reza e por isso prefere viver encerrado nas cidades, porque parece
que no campo não poderá desfrutar do luxo, conforto e comodida-
des que a vida urbana oferece. Mesmo assim, vemos como em Nova
Iorque, por exemplo, muitos comerciantes (de Wall Street) que tra-
balham durante o dia em meio ao ruído tormentoso da cidade e do
trabalho brutal dos negócios, já pela tarde saem fugindo da vida
urbana para passar a noite em suas mansões, chácaras e chalés, situ-
ados nos campos e a grandes distâncias da urbe, e ali, na tranqüili-
dade do campo, têm sua família. Isso nos dá a entender claramente

31
que os habitantes das cidades grandes estão começando a regressar
ao seio da mãe natureza.
Essa política que estamos propondo significa levar o conforto e
a comodidade das cidades ao seio da natureza. Assim, advogamos
meios de transporte cada vez mais rápidos e eficientes, estradas e
vias férreas que atravessem o planeta em todas as direções, peque-
nas vilas comerciais, artísticas e culturais, desde as quais se possa
governar sabiamente os destinos da coletividade. Quer dizer: nós
queremos converter o planeta inteiro em uma gigantesca cidade,
cheia de conforto e comodidades de todo tipo.
Que objetivo tem em seguir vivendo todos prensados uns nos
outros como sardinha em lata? Que necessidade temos de construir
casa com casa e apartamento sobre apartamento? Acaso o mundo
não é suficientemente grande e espaçoso para que possamos ter nossa
confortável residência, nossa horta e nosso jardim? Que necessida-
de temos de atormentar-nos uns aos outros e de respirar o ar vicia-
do das grandes metrópoles?
Convertamos todo o planeta numa só cidade, em cujos domíni-
os jamais se ponha o sol. Essa cidade celestial será a Nova Jerusa-
lém, descendo do céu de Deus, como uma esposa ataviada para re-
ceber seu marido (o Cristo).
A Idade de Aquário já está às portas e é imprescindível que a
humanidade desperte de sua letargia. O homem só tem consegui-
do, com sua primordial ambição, o adultério, ter contribuído para
multiplicar a maldade, espalhando-a, através de sua semente con-
cupiscente, a todos os âmbitos da terra. Aqui e ali nascem diaria-
mente os despropósitos, e o novo ser leva em seu germe as forças
latentes do mal, contra as quais se estatela toda educação, toda cul-
tura e toda religião.
O homem, por todas as suas crenças e sentimentos, tem dado
mais atenção à moral que à ética, ao extremo de a juventude acredi-
tar que só se deve usá-la no ramo dos negócios. Não senhores! A
ética provém, nada menos nada mais, que dos Dez Mandamentos
da lei de Deus, do Decálogo, que são as leis do Código da Natureza,
que servem para todos os tempos, para todas as raças e, por con-

32
seguinte, para todas as culturas e todas as civilizações. A ética da
natureza é superior à moral convencional dos homens; essa moral é
filha dos maus costumes de cada raça e o homem a utiliza quando
está em presença dos demais, enquanto que a ética põe o homem
permanentemente em presença da divindade, através da augusta
eternidade...

33
34
DEDICATÓRIA

Š Š Š

Dedico este livro aos homens de vontade de aço, aos grandes


rebeldes, às águias altaneiras, aos que jamais dobram sua cabeça
diante das fuças dos tiranos, aos super-homens da humanidade, aos
grandes pecadores arrependidos, porque deles sairá uma raça de
Deuses.
Bem sei que toda essa fauna de mentecaptos teosofistas,
rosacrucistas e espíritas da Colômbia lançarão, uma vez mais, suas
difamações contra o Mestre da Fraternidade Branca Aun Weor, so-
mente pelo fato de ser colombiano, pois é uma tremenda verdade
que ninguém é profeta em sua terra. Mas se alguém viesse do Ori-
ente, falando inglês ou sânscrito, toda essa fauna de misticóides e
santarrões beijariam seus pés, mesmo se tratando de um impostor;
porém, aceitar que na Colômbia exista um Mestre nativo, isso sim é
que não podem aceitar esses bobos do espiritualismo, e cheios de
ira, acabarão cravando os pregos de sua cruz a marteladas e dele se
mofarão e cuspirão em seu rosto, porque é uma tremenda realidade
que ninguém é profeta em sua terra. Por isso, lemos no Novo Testa-
mento estas palavras do Cristo: “E continuou: Decerto vos digo que
nenhum profeta é aceito em sua própria terra”. (Lucas 4:24)
Assim, pois, não é de se estranhar que os mesmos espiritualis-
tas colombianos tratem de me ridicularizar, porque o próprio Jesus
deu testemunho de que “o profeta em sua terra não tem honra” -
(João 4:44).
Esta sublime mensagem, que eu, Aun Weor, entrego à humani-
dade, inevitavelmente será rechaçada pela maior parte dos “sabi-
chões” do rosacrucianismo, do teosofismo, do espiritismo e até por
certos grupos de castrados volitivos cheios de pietismos, como os
denominados “Irmãos Herméticos de Lúxor”, famosos por sua pre-
guiça mental; os denominados Martinistas seguidores do mago ne-

35
gro Papus; os denominados buddhistas livres, entre os quais abun-
da o homossexualismo; os partidários de Max Heindel, famosos por
sua ignorância; e os exploradores das distintas religiões do mundo.
É tremendamente real e verdadeiro que as muitas letras corrom-
pem. Contam-se aos milhões os eruditos do espiritualismo que sa-
bem de tudo e não sabem nada. Eles discutem, eles polemizam, eles
argumentam e se declaram amos do saber, porém, no fundo, não
são senão pobres mentecaptos cheios de ódios, cheios de egoísmos,
cheios de invejas, cheios de intrigas e rancores.
Ocorre que, para se chegar à Alta Iniciação, não é preciso ser
erudito; o que se requer é ser perfeito, como Nosso Pai que está nos
Céus é perfeito. À Alta Iniciação não se chega com o intelecto, mas
sim, com o coração. Existem verdadeiros Mestres da Fraternidade
Branca que sequer sabem ler e escrever, e mesmo assim, são gran-
des sábios iluminados.
O tempo que perdem esses mentecaptos dessas famosas escolas
espiritualistas enchendo a cabeça de teorias e misticismos doentios
que a nada levam, deveriam empregá-lo para corrigir todos os seus
defeitos e acabar com todas as suas travas morais, porque ao Gólgota
da Alta Iniciação sobem somente as almas de coração puro e santo.
O intelecto não chega jamais à Iniciação. Só o coração chega ao
Gólgota da Alta Iniciação; a maior parte dos espíritas, teosofistas e
rosacrucistas já está corrompida; estão com a cabeça cheia de teori-
as absurdas e antigos preconceitos; eles não dão “passe” a nada novo.
Quando entrou em circulação nosso [primeiro] livro intitulado
O Matrimônio Perfeito, não houve espiritualista na Colômbia que
não lançasse contra nós a infâmia de suas críticas; é que os estultos
não estudam para aprender, senão para criticar.
Cada escola, sociedade ou loja espiritualista tem seu “tiraninho”
e sua “camarilha de mentecaptos”, que não querem nada novo. Ne-
nhum “chefinho ou tiraninho de escolinha” ou de “loja” quer admi-
tir algo que possa ameaçar a sua existência e o “negócio” de sua
congregação.
Dentro de pouco rugirão os canhões da Terceira Guerra Mundi-
al, e então, os que hoje se burlam de Aun Weor terão que escutá-lo (e
em que forma horrível o farão).

36
“A Justiça é a suprema piedade e a suprema impiedade da Lei”.
Os Deuses julgaram a Grande Rameira (a humanidade) e a con-
sideraram indigna; a sentença dos Deuses foi: Ao Abismo! Ao Abis-
mo! Ao Abismo!
Homens da Idade de Aquário! Homens do século XXI! Homens
do século XXX! Permanecei firmes na Luz; recordai-vos que os ho-
mens do século XX foram uns bárbaros, e que todos eles pereceram
e foram castigados por suas maldades. Que isto vos sirva de exem-
plo para que permaneçais firmes na fé em Cristo.
Homens de Aquário, apressai vosso Caminho à Luz; redimi-vos
e fusionai-vos com vossos Íntimos antes que os malvados do século
XX saiam do Abismo. Um novo período de trevas se aproxima
(Capricórnio), e a vós vos tocará estar alertas e vigilantes, porque a
terra será novamente invadida pelas “Almas-Demônios” da Negra
Idade que no século XX, eu, Aun Weor, encerrei no Abismo para
que tivésseis a felicidade que agora estais desfrutando.
Homens de Aquário, a vós especialmente dedico este livro que
os bárbaros do século XX não entenderam. Homens do século XX,
ouvi a palavra de Jeová: “Assim disse Jeová dos exércitos: Assim
quebrantarei este povo e esta cidade (a civilização atual) como quem
quebra uma vasilha de barro, que não se pode restaurar mais; e no
Tofet (vale da matança) serão enterrados, porque não haverá outro
lugar para enterrar”. (Jeremias 19:11)

Por: Aun Weor

37
CAPÍTULO 1
A REVOLUÇÃO DE BELZEBU

Canta, ó Deusa da Sabedoria, a majestade do fogo!


Levantemos nossas taças e brindemos pela Hierarquia das Chamas...
Escancaremos nossas ânforas de ouro e bebamos o vinho da luz
até embriagar-nos...
Ó Demóstenes! Quão rápidos foram teus passos em Queronéia...
Mesmer, Cagliostro, Agripa, Raimundo Lulio, a todos conheci,
a todos vi, e vos chamaram de loucos.
De onde tirastes vossa sabedoria? Por que a morte selou vossos
lábios? Que se fizeram de vossos conhecimentos?
Eu beberei o vinho da sabedoria esta noite, no cálice de vossos
augustos crânios, e num gesto de rebeldia onipotente, me rebelarei
contra a antiga sepultura.
Eu romperei todas as cadeias do mundo e me declararei imortal,
mesmo que me chamem de louco...
Eu empunharei a espada de Dâmocles e farei fugir a inoportuna
hóspede...
Porém, nada poderás contra mim, muda caveira, porque sou
eterno...
Cristo Ígneo, Cristo ardente! Levanto meu cálice e brindo pelos
Deuses, e Tu, batiza-me com o fogo...
De onde surgiu esta enorme Criação? De onde surgiram estas
imensas massas planetárias que, como monstros milenares, pare-
cem sair das fauces de um abismo para cair noutro mais terrível e
espantoso que o primeiro?
Levanto meus olhos ao alto e, sobre a cabeça ígnea do maior de
todos os sacrificados, leio esta palavra: INRI.
Ignis Natura Renovatur Integram. (O fogo renova incessante-
mente toda a natureza).
Sim, amados discípulos, tudo no universo não é senão gra-
nulações do Fohat.

38
Ah! As hierarquias do Fogo! Ah! As hierarquias das Chamas!
Rosas ardentes! Serpentes ígneas! Silvai! Silvai eternamente so-
bre as águas da vida, para que surjam os mundos! Silvai, silvai, silvai
eternamente com o silvo do Fohat, Santas Chamas! Bendito seja o
Fiat luminoso, o Fiat espermático do eterno Deus vivo que pôs em
existência o universo.
Divino fogo, tu és o Númen Divino de todas as existências infi-
nitas, e quando a chama subterrânea devorar a forma e queimar os
fundamentos do mundo, tu serás como eras antes, sem sofrer mu-
dança alguma. Ah! Fogo divino e eterno!
O Fohat fecunda a matéria caótica e surgem os mundos à exis-
tência. Tudo o que tem sido, o que é e o que será, é filho do fogo... O
fogo do Espírito Santo é a chama de Horeb.
O Fohat está em nossos testículos. É só questão de colocá-lo em
atividade por meio da Magia Sexual para converter-nos em Deuses,
em Devas, em seres divinos e inefáveis. O fogo da castidade é o fogo
do Espírito Santo, é o Fogo de Pentecostes, é o fogo de Kundalini...
É o fogo que Prometeu roubou do céu... É a chama sagrada do tem-
plo que as Vestais acendem... É a chama de tríplice incandescência,
é o carro de fogo com que Eliseu subiu ao céu...
Nos tempos do antigo Egito o neófito que aspirava ser um alqui-
mista, para despertar o fogo divino deveria casar-se com uma mu-
lher madura; porém, se o fazia com uma mulher jovem, havia de
esperar alguns meses antes de efetuar a união sexual. Entre as con-
dições matrimoniais, estava a obediência à sua mulher, à qual o al-
quimista se sujeitava com muito prazer...
“Introduzir o membro viril na vagina e retirá-lo sem derramar o
sêmen”.
Esta é a velha fórmula dos antigos alquimistas. Com ela, desper-
ta-se a serpente ígnea e conseguimos a união com o Íntimo. Ele [o
Íntimo] é o Real Ser, é aquele Ruach Elohim que, segundo Moisés,
lavrava as águas no princípio do mundo. Então, nos convertemos
no Rei-Sol, no Mago Triunfador da Serpente... Nos tornamos Deu-
ses onipotentes, e com a espada de Dâmocles, derrotamos a morte...

39
E a natureza inteira se ajoelhará diante de nós, e as tempestades
servirão de tapete para nossos pés.
Fohat é o Elixir da Longa Vida, e com este elixir poderemos con-
servar o corpo através de milhões de anos...
A mulher é a Vestal do Templo... A mulher acende a chama de
nosso Arqué sonoro, o qual vibra nos espaços cósmicos com essa
tremenda euforia solene e inefável dos extensos céus de Urânia...

MULHER
Aun Weor

Mulher, eu te amo...
Há muitas noites
Que choro muito... Muito...
E ao fim da jornada escuto teus cânticos,
E vibram de amor os sonolentos astros,
E beijam-se as musas celestiais com teus cantos...

És um livro selado com sete selos.


Não sei se és dita ou veneno.
Estou à borda de um abismo que não entendo:
Sinto medo de ti e de teu mistério.
Mulher, eu te adoro...
Quero beber licor de mandrágora,
Quero beijar teus seios,
Quero sentir o canto de tuas palavras
E acender meus fogos

Mulher, não podes me esquecer,


Me disseste que me amavas,
E me juraste teu carinho,
Em noites adoradas...
Em noites de idílio
Em noites perfumadas...
De cantos e de ninhos...

40
Antiga sacerdotisa, acende minha luz
Acende minha chama de tríplice incandescência,
Núbil Vestal do templo divino...
Entrega-me os frutos da ciência...

CAPÍTULO 2
A ARCÁDIA

Quem é esse jovem de túnica cinzenta, olhos negros e profun-


dos, nariz aquilino, corpo alto e cabelo desalinhado?
Quem é esse jovem alegre, que ri folgadamente em tertúlias com
os amigos, despreocupado e feliz na orgia?
Ah! É Belzebu, o rei da festa, o simpático amigo dos bares, o
alegre companheiro da orgia, o romântico galã despreocupado da
antiga Arcádia...
Tenho penetrado clarividentemente na Época de Saturno [Pri-
meira Ronda]. Aqui, não vejo nada vago, nem vaporoso... Besant,
Leadbeater, Heindel, Steiner, onde estão vossos poderes? Que foi
feito de vossos conhecimentos? Por que me falais de coisas vagas,
quando tudo aqui é concreto e exato?
Esses homens da Época de Saturno [Primeira Ronda] eram ho-
mens... E homens de verdade, porque tinham um Ser e sabiam que
o tinham...
As humanidades sempre são análogas. Esses homens da Época
de Saturno eram como os atuais... O ambiente semelhante... Quan-
do se fala de humanidades, vêm à mente negócios, cantinas, [bares,
boates, botecos], prostíbulos, orgias, belas jovens desajuizadas, dis-
putados galãs, princesas raptadas, velhos castelos, Tenórios de bair-
ro, poetas tresnoitados, o ancião que passa, a criança que chora, a
mãe que canta uma esperança e o frade que murmura alguma pre-
ce... Enfim, toda essa gama de qualidades e defeitos variados que
constituem os valores humanos...
A humanidade é uma matriz, onde são gestados Anjos e Demô-
nios... Dela não sai senão isso: Anjos e Demônios...

41
Quando as Mônadas Divinas animam os três reinos inferiores
não há nenhum perigo. O perigo está quando se chega ao estado
humano. Desse estado, sai-se como Anjo ou como Demônio...
Belzebu foi um grande rebelde que sacudiu sua cabeça e sua
cabeleira alvoroçada sobre as taças de delícias da Arcádia... Teve
ânsias de sabedoria e suas asas de águia rebelde não cabiam dentro
do galinheiro paroquial. Seu verbo tremendo e fogoso desconcerta-
va os imbecis e desmascarava os traidores, com seus provérbios con-
tundentes e luminosos... Em sua alma, ardia o fogo da eternidade;
um grito de rebeldia sacudia suas entranhas de titã... Gozava de
toda classe de comodidades e habitava uma confortável e luxuosa
casa da Arcádia... Ali era seu ninho de águia rebelde...
Toda a matéria era mental... Todos os humanos usavam corpos
astrais... Comiam, vestiam, bebiam e se divertiam como agora, por-
que o corpo astral é um organismo quase tão denso como o físico, e
estava analogamente constituído como o físico... Certamente, os
homens da Arcádia, recordavam antigos cataclismos e formosas tra-
dições milenares de épocas pré-saturnianas... Porém, no pleno apo-
geu do estado humano, a vida era semelhante à atual...

Festinhas brincalhonas...
De alegres camaradas...
Pálidas luzes
E licor de Mandrágoras.

Noites de festa e orgia...


Noites de carnaval...
Romances de amor e poesia...
Que vale mais não recordar...

Donzelas de cor morena


Que caem entre os braços...
E são como o vento ligeiras
Com esses trajes sem embaraços...

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CAPÍTULO 3
MAGIA BRANCA E MAGIA NEGRA

Há sete Verdades, sete Senhores Sublimes e sete Segredos...


O segredo do Abismo é um dos sete grandes segredos indizíveis...
Abbadon é o Anjo do Abismo. Veste túnica negra e turbante ver-
melho, como os Dugpas e os Bonsos do Tibet oriental e das comarcas
de Sikkim e Butão; como os magos negros do Altar de MATHRA
(pronunciado MASSRA, pelos Rosacruzes da Amorc da Califórnia).
Magos de turbante vermelho são também os veneráveis Anagaricas
[mestres das sombras] e, enfim, os grandes hierarcas das cavernas
tenebrosas...
Uma coisa é a Teurgia, e outra coisa, é a Necromancia... O Mestre
Interno do Teurgo é o seu Íntimo. O Mestre Interno do Necromante
é o seu Guardião do Umbral, o qual chamam de “Guardião de sua
Consciência, Guardião do Recinto, Guardião de sua Câmara, Guar-
dião de seu Sanctum”.
O Íntimo é nosso espírito divino, nosso Real Ser, nosso Anjo
Interno.
O Guardião do Umbral é o fundo interno de nosso Eu Animal.
O Íntimo é a chama ardente de Horeb, aquele Ruach Elohim que,
segundo Moisés, lavrava as águas no princípio do mundo. É o Rei
Sol, nossa Mônada Divina, o ‘Alter Ego’ de Cícero.
O Guardião do Umbral é nosso Satã... Nossa besta interna, fonte
de todas as nossas paixões animais e apetites bestiais...
O Real Ser do Teurgo é o Íntimo. O Eu Superior do Necromante
é o Guardião do Umbral.
Os poderes do Íntimo são divinos. Os poderes do Guardião do
Umbral são diabólicos.
O Teurgo rende culto ao Íntimo. O necromante rende culto ao
Guardião do Umbral.
O Teurgo vale-se dos poderes do Íntimo para seus grandes tra-
balhos de Magia prática. O necromante rende culto ao Guardião do
Umbral para seus trabalhos de Magia Negra.

43
Chegamos ao império onipotente da alta e da baixa magias.
A Luz Astral é o campo de batalha entre os magos brancos e ne-
gros. A Luz Astral é a chave de todos os impérios e a chave de to-
dos os poderes. Este é o grande agente universal da vida. Nela [luz
astral] vivem as colunas de Anjos e Demônios.
Para se chegar à Teurgia primeiro é preciso ser alquimista; é
impossível ser alquimista sem a mulher.
VITRIOLO é uma das chaves do Alquimista Gnóstico. Esta pa-
lavra significa: “Visita Interiorem Terrae Rectificando Invenies Occultum
Lapidem”. (Visita o interior da terra que retificando encontrarás a
pedra oculta).
A chave está no vidro líquido flexível maleável... Este vidro é o
sêmen. Temos que nos fundir dentro de nosso próprio laboratório
orgânico para aumentar e retificar nosso vidro líquido, a fim de au-
mentar, com heroísmo, a pedra filosofal, a força de Nous, o Logos
Imortal, a Serpente Solar, que, no fundo de nossa alma, dorme com
silente inquietude.
A mulher é a Vestal do Templo; a Vestal acende o fogo sagrado
de tríplice incandescência.
O elixir da longa vida é ouro potável; esse ouro é o sêmen... O
segredo está em conectar-se sexualmente com a sacerdotisa e reti-
rar-se antes de derramar o sêmen.
I... A... O...
Essas três vogais deverão ser pronunciadas durante o transe se-
xual assim: Cada letra requer uma exalação completa dos pulmões.
Logo se enchem [os pulmões] completamente, pronuncia-se a segun-
da [vogal]. Mais uma inalação, e a terceira. Isso deve ser feito mental-
mente quando a sacerdotisa não está preparada [não conhece o tra-
balho alquímico], evitando assim más interpretações de sua parte.
Com esta chave despertamos nosso Kundalini; depois, chegare-
mos ao matrimônio de Nous e conquistaremos a Bela Helena, pela
qual lutaram tantos ilustres guerreiros da velha Tróia.
A bela Helena é a mente ígnea da alma que já se desposou com
seu amado eterno, o Íntimo. A bela Helena é a mente ardente do

44
Teurgo. Com essa mente, o Teurgo transmuta o chumbo em ouro
real e efetivo... O Teurgo empunha a espada e, como um Rei da Na-
tureza, ressuscita os mortos, cura os cegos, os coxos e os paralíticos
[espirituais]... Desata os furacões, e heróico, passeia pelos jardins de
fogo da natureza.
Que lógica indutiva ou dedutiva serve de base aos neoplatônicos
Plotino e Porfírio para combater a Teurgia fenomênica?
Todas as existências infinitas do universo são filhas da Teurgia
Fenomênica... Há uma enorme diferença entre o espelho da Teurgia
e o espelho da Necromancia. O espelho de Elêusis é diferente do
Espelho de Papus e da Amorc, da Califórnia.
O espelho da Escola de Papus é Necromancia e Magia Negra. O
espelho dos Mistérios de Elêusis é pura e divina Teurgia.
O Iniciado de Elêusis, em estado de Mantéia (Êxtase), pronunci-
ava a sílaba sagrada, e então, aparecia no resplandecente espelho o
Íntimo do Iniciado, todo feito de luz e beleza... Muitas vezes o Inici-
ado provocava o estado de mantéia bebendo o cálice do soma, que o
transportava ao Pleroma inefável do amor.
O Necromante da Escola Amorc da Califórnia roga ao Guardião
do Umbral para que apareça no espelho, e uma vez feita a visão, o
candidato fica escravo do Guardião do Umbral, convertido em Mago
Negro.
O ritual de primeiro grau da Amorc da Califórnia é o crime mais
monstruoso que se tem cometido contra a humanidade. O discípu-
lo, olhando o espelho, invoca o monstro do umbral com estas per-
guntas que faz a si mesmo:
1. Quer conhecer o mistério de teu ser?
2. Quer conhecer o terror do umbral?
3. Escutarás a voz que te responde?
4. Ouviste falar da consciência?
5. Sabes tu que a consciência é a voz interna que fala quando se
dá a oportunidade de fazê-lo?
6. Darás à consciência liberdade para que te fale?
7. Sabia que tua consciência é teu Guardião, e portanto, o
Guardião deste Sanctum?

45
8. Sabia que este Sagrado Guardião estará sempre presente nes-
te Sanctum para guiar-te e proteger-te?
O ingênuo discípulo faz essas perguntas a si mesmo, e depois
de recitar alguns outros parágrafos de Magia Negra ante o espelho,
diz: “Ante meus Fráteres e Sorores e em presença do Guardião do
Sanctum proclamo que me aproximei do Terror do Umbral e que
não tive terror por minha alma. Agora sou um morador do umbral.
Purifiquei-me e ordenei a meu verdadeiro Eu (o Guardião do Um-
bral) que tenha domínio sobre meu corpo físico e minha mente”.
Assim, o ingênuo discípulo fica convertido em mago negro, es-
cravo do Guardião do Umbral e das trevas.
Este ritual de Magia Negra, adaptada hoje ao século 20, é
antiqüíssimo. Belzebu, depois de haver passado por ele, na antiga
Arcádia, começou sua horrível carreira de demônio. Com justa ra-
zão o reformador tibetano Tsong-Kapa, em 1387, lançou às chamas
quantos livros de necromancia encontrou. Porém, alguns lamas des-
contentes aliaram-se aos Bonsos aborígenes, e hoje formam uma
poderosa seita de Magia Negra nas comarcas de Sikkim, Butão e
Nepal, entregues aos ritos negros mais abomináveis.
Jâmblico, o grande Teurgo, disse: “A Teurgia nos une mais forte-
mente com a divina natureza. Esta natureza engendra-se por si mes-
ma e atua por meio de seus próprios poderes. É inteligente e man-
tém tudo. É o ornamento do Universo e nos convida à inteligente
verdade, à perfeição, a compartilhar a perfeição com os demais. Tão
intimamente nos une a todos os atos criadores dos Deuses, na pro-
porção de cada um, que logo ao cumprir os sagrados ritos, consoli-
da a alma nas ações de inteligência dos Deuses, até que se identifica
com elas e é absorvida pela primordial e divina essência. Tal é o
objetivo das Iniciações Egípcias”.
Jâmblico invocava e materializava os Deuses planetários. Pri-
meiro se é Alquimista, logo Mago, e por último, Teurgo. Praticando
Magia Sexual, despertamos a Serpente, e nos tornamos Teurgos. Todo
o segredo está em aprender a conectar-se com a mulher e retirar-se
sem derramar o sêmen.
Nos Mistérios de Elêusis, as danças desnudas, a Magia Sexual e
a música deliciosa eram algo inefável.

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A Igreja Gnóstica abriu suas portas à humanidade inteira, e a
mim, Aun Weor, me tocou difundir a Sabedoria da Serpente para a
humanidade doente.

ELÊUSIS
Mantéia, mantéia, mantéia
A música do templo me embriaga
Com este canto delicioso
E esta dança sagrada.

E dançam as exóticas sacerdotisas


Com impetuoso frenesi de fogo
Repartindo luz e sorrisos,
Naquele rincão do céu.

Mantéia, mantéia, mantéia,


E a serpente de fogo,
Entre mármores augustos,
É a princesa da púrpura sagrada,
É a virgem de muros vetustos.

É Hadit, a serpente alada,


Esculpida nas velhas calçadas de granito,
Como uma deusa terrível e adorada,
Como um gênio de antigos monolitos,
No corpo dos deuses enroscada.

E vi em noites festivas,
Princesas deliciosas em suas liteiras,
E a musa do silêncio sorria nos altares
Entre os perfumes e as sedas.

Mantéia, mantéia, mantéia,


Gritavam as vestais
Cheias de louco frenesi divino,
E silenciosos as miravam os deuses imortais
Sob os pórticos alabastrinos.

47
Beija-me, amor, beija-me, que te amo...
E um sussurro de palavras deliciosas...
Estremeciam o sagrado arcano...
Entre a música e as rosas
Daquele santuário sagrado.

Bailai, exóticas dançarinas de Elêusis


Entre o tilintar de vossos sininhos,
Madalenas de uma via-crúcis
Sacerdotisas divinas...

(Mantéia, nos antigos Mistérios de Elêusis, significa ‘êxtase’).

CAPÍTULO 4
OS DOIS CAMINHOS

“Eis que aqui, diante de vós, ponho dois caminhos: o


da vida e o da morte”. (Livro de Jó)
À sombra da bebida e da orgia cresce a feiticeira flor do delito. À
sombra da folhagem núbil da paixão o animal selvagem e o réptil
rasteiro formam seu ninho.
Em meio à farra e às bacanais, Belzebu aprendeu a jogar gran-
des somas de dinheiro. O dinheiro e o pecado original são
coexistentes: ambos são a tragédia do ser humano.
O jogo sempre levou à ruína e ao suicídio a dama elegante, o
astuto cavalheiro, o homem trabalhador e o jogador boêmio...
Belzebu aprendeu o vício do jogo, e ria alegre na bacanal, entre
o seco ruído dos dados e o abrir alegre e triunfante de outra garrafa.
Porém, eis que nunca falta na orgia um personagem misterioso.
Este fatídico personagem, de rosto sinistro, vestia túnica negra, no
estilo da Arcádia, e em suas orelhas reluziam sempre grandes brin-
cos de ouro.
Que mistério envolvia esse sinistro personagem? Era, acaso, al-
gum gênio da luz, vindo de remotas esferas? Era, acaso, algum lu-

48
minoso Senhor da Chama, ou algum antigo habitante de alguma
época histórica já desaparecida?
Não, nada disso! Esse homem era tão só um horrível e monstru-
oso transgressor da lei: um mago negro. Belzebu aprendeu, com
esse mago negro, certas chaves secretas para ganhar no vício do jogo.
A amizade se misturava com a gratidão e a orgia, e assim, o sinistro
personagem foi conduzindo a sua vítima pelo caminho negro...
Os homens da Época de Saturno [Primeira Ronda Terrestre] usa-
vam corpos astrais e eram de alta estatura. Neste então, nossos atu-
ais corpos humanos eram tão somente germes com possibilidades
de desenvolvimento. Os atuais Íntimos humanos, então, eram so-
mente chispas virgens que animavam o reino mineral. Porém,
Belzebu, era um homem daquela Época, porque tinha um Ser e sa-
bia que o tinha. Se houvesse seguido pelo augusto e estreito cami-
nho que conduz à Luz, teria se tornado um Senhor da Mente, um
Filho do Fogo, como os seus mais queridos amigos. Porém, a bebi-
da, o prazer, o jogo e a fornicação, com suas flores exóticas de beleza
maligna e sedutora, hipnotizam o débil e o levam ao abismo.
Belzebu se fez amigo íntimo do sinistro personagem, que, com
suas chaves milagrosas, o fazia triunfar no vício do jogo. Finalmente,
um dia, tristemente, tornou-se preparado para receber a primeira
iniciação de Magia Negra num templo tenebroso... Seu mestre havia
lhe feito promessas inefáveis; tinha lhe falado tanto de amor e de jus-
tiça que era impossível duvidar dele, máxime quando lhe havia tor-
nado sempre triunfante no jogo com seus maravilhosos segredos.
Como poderiam hoje em dia os estudantes da Amorc duvidar
do Imperátor e de sua Sagrada Ordem ou de seus “Santos Rituais”?
Quem vai cair nunca vê o buraco...
O ritual da primeira iniciação tenebrosa, que o discípulo Belzebu
recebeu no templo, foi o mesmo primeiro ritual que hoje os estu-
dantes da Amorc realizam no seu quarto, para receber o primeiro
grau. Assim como o estudante de primeiro grau da Amorc, depois
do rito, fica escravo do Guardião do Umbral, assim também Belzebu
ficou escravo do Guardião do Umbral, e começou a sua carreira de
demônio...

49
Acontece que durante as horas de sono ordinário, Véritas, o Guru
Negro, leva em corpo astral os discípulos do primeiro grau negro e
os sujeita a um rito muito curioso.
Vejamos: O discípulo dá algumas voltas ao redor de uma mesa,
golpeando-a, e logo recebe um tijolo das mãos do iniciador, o qual
pronuncia cerimoniosamente estas palavras: “Debaixo do Diabo.
Não te Esqueças”. Em seguida, o discípulo enterra o tijolo no solo.
Esta cerimônia simboliza que o pobre discípulo criou a base do
seu discipulado negro, e que agora precisa obedecer às ordens da
Fraternidade Negra. Depois disso fazem, na inocente vítima, certos
tratamentos ocultos sobre os principais chacras da cabeça, a fim de
controlá-la para a negra fraternidade, e se lhe aplica sobre sua nuca
uma lente em forma de olho, para influir sobre os importantes cen-
tros de seu subconsciente. Quando o discípulo desperta em sua cama
não traz nenhuma lembrança do ocorrido no astral.
Os magos negros têm sua mística e sempre acreditam firmemente
que seguem pelo bom caminho. Nenhum mago negro acredita que
segue pelo mau caminho... O caminho da magia negra é o caminho
largo e cheio de vícios e prazeres.
Mariela, a grande maga negra, cheia de beleza deliciosa e fatal,
com sua voz encantadora e seu terno rosto, deslizava ágil e ligeira
sobre o macio tapete dos grandes e esplêndidos salões da mais alta
aristocracia da nobreza européia. Sua voz sedutora ressoava na fes-
ta como um poema de amor, como um beijo das sombras, como
uma música inefável. Era algo assim como o romance de uma melo-
dia ou como o maravilhoso sonho de uma sinfonia de Beethoven.
Era Mariela, a grande maga, a esplêndida dama de todas as cor-
tes da Europa.
As 60 almas do caldeirão de cobre, com suas cabeleiras brancas,
assemelhavam-se a algo como um jardim de alvas margaridas, en-
tre os perfumes, as sedas e os fraques dos régios palácios... Eram as
60 almas do caldeirão de cobre um jardim de flores brancas de onde
soprava um hálito de morte.
O testamento das 60 Helenas foi um testamento de trevas e de
morte. E tu, Ângela, com essa régia vestimenta de longa cauda, pare-

50
ces a ansiada prometida de um amante que nunca chega; pareces a
ninfa misteriosa de um delicioso labirinto encantado; pareces uma
beldade inesquecível no veludo da noite salpicado de estrelas.
Quantas vezes te vi, ó Angela, como uma deusa fatal, entre os
espelhos feiticeiros daquele elegante salão de bruxaria, do qual tu
eras uma rainha do mal. Como se chama, ó filhos do mal, essa es-
plêndida mansão semelhante a um idílio?
Ah! É Javé-Semo, no salão delicioso de púrpura e seda. Aqui só
reina o amor e a beleza fatal do abismo do mal. Cada dama aqui é
um poema; cada sorriso, um idílio, e cada dança, um romance de
amor inesquecível... O corpo flexível e delicado de cada beldade
maligna é como o de uma bailarina na silhueta de uma paisagem
misteriosa.
Andramelek, o rico e faustoso mago negro da China, diz que o
ser humano é um anjo, e, portanto, não tem por quê sofrer, e aconse-
lha sempre seus amigos a ingressarem na aristocracia, se vestirem
como príncipes e conseguir muito dinheiro.
Cherenzi, o K. H. [Kout-Humi] negro, falando no sentido social,
diz que seus discípulos devem ser triunfadores e que o discípulo
que não é um triunfador não pode ser seu discípulo.
Os magos negros amam a fornicação, e como que tratando de
justificar-se, dizem que é uma relação divina. Os magos negros sa-
bem demasiado que as almas que se afastam do Íntimo, desintegram-
se no Abismo, porém, então Cherenzi, o porta-voz dos ensinamen-
tos dos Irmãos das Cavernas Tenebrosas, diz que a alma é tão só
uma veste, e que ela deve desintegrar-se, porque a eles só lhes inte-
ressa o Real Ser, e que aspiram construir seu ninho no Absoluto.
Esta é a mística perigosa da Magia Negra. Qualquer neófito em
ciência oculta cai facilmente nessa filosofia de beleza terrivelmente
maligna e sedutora...
Os magos negros odeiam o Cristo... Consideram-no um perso-
nagem malvado. Cherenzi, o K. H. negro, diz que o senhor Cristo
não era Iniciado, porque nenhum Iniciado se deixa matar... Os ma-
gos negros de São José da Califórnia são mais diplomatas por con-
veniência econômica.

51
Com essa filosofia das trevas, os Magos Negros formam sua
mística e cheios de regozijo, bebem, coabitam, divertem-se, assis-
tem suas grandes festas e dançam deliciosamente em seus elegantes
salões, e, no braço da fornicação, deleitam-se e riem...
O caminho negro é fácil e plano, e por esse caminho fácil e ale-
gre seguiu Belzebu, o disputado e simpático galã da antiga Arcádia...
“Apertada é a porta e estreito o Caminho que conduz à Luz e muito
poucos são os que o acham”... O Caminho que conduz à Luz está
cheio de abrolhos e espinhos. “Muitos são os chamados e poucos os
escolhidos”.
Em nossa evolução terrestre a maior parte das almas se perdeu:
a todas elas foi mais fácil e acessível o caminho negro, cheio de víci-
os e prazeres.
A evolução humana está fracassada! Só um punhado de almas
se unirá com o Íntimo e ingressará no Reino Angélico. A maior parte
das almas humanas se desintegrará no abismo através dos séculos e
dos Eons, entre as trevas exteriores, o pranto e o ranger de dentes.
Cristo, o Divino Redentor do Mundo, veio abrir a Senda da Ini-
ciação publicamente para a humanidade inteira. Toda a via crucis do
Divino Rabi da Galiléia é o caminho da Iniciação que o Iniciado deve
percorrer em sua caminhada até o Gólgota da Alta Iniciação, onde a
alma se une com o Íntimo e se imortaliza, alcançando as almas ine-
fáveis do Pleroma.
Um torpor de séculos impenetráveis pesa sobre os augustos e
sagrados Mistérios. O Verbo feito carne jaz no fundo de nossa Arca
Sagrada, aguardando o instante supremo de nossa ressurreição. A
doutrina santa do Salvador do Mundo brilha com o Fiat Luminoso e
Espermático do primeiro instante, e a vara de Aarão permanece
aguardando o passo da serpente.
A Santa Igreja Gnóstica é a zelosa guardiã de Pistis Sophia, onde
se acha escrito o ensinamento do divino Rabi da Galiléia, e no fundo
das idades, brilha resplandecente o antiqüíssimo e doloroso cami-
nho por onde trilharam todos os Mestres da humanidade.

52
CAPÍTULO 5
O BASTÃO DOS PATRIARCAS

Belzebu, cada vez mais sedento de sabedoria, cumpria fiel e sin-


ceramente todas as ordens que seu sinistro instrutor lhe dava. Co-
nheceu o curso das correntes seminais e despertou seu Kundalini
negativamente pelos procedimentos da fornicação e da concentra-
ção, tal como ensina Omar Cherenzi Lind em seu livro intitulado “A
Kundalini ou a Serpente Ígnea de Nossos Mágicos Poderes”.
O crepúsculo da Noite Cósmica estendia o veludo de suas asas
misteriosas sobre os vales profundos e as enormes e gigantescas
montanhas da velha Arcádia. As corpulentas árvores milenares, úl-
timos rebentos de pais desconhecidos, já viam, durante longos anos,
caírem as folhas do outono, e agora pareciam secar definitivamente,
para cair nos braços da morte. Nossos atuais corpos humanos pare-
ciam já fantasmas de homens e os Íntimos de nossa atual humani-
dade já haviam recebido sua mais fina vestimenta.
Terríveis terremotos sacudiam a Arcádia, e por todo lado sentia-
se um hálito de morte. Daquelas enormes multidões de seres huma-
nos haviam saído duas classes de seres: Anjos e Demônios.
A antiga beleza do disputado galã da Arcádia havia desapareci-
do. Seu corpo cobriu-se de pelo e assomou a forma de um gorila.
Seus olhos adquiriram o aspecto criminoso e horrível de um touro.
Sua boca agigantou-se, e com suas presas horríveis, apresentava o
aspecto das fauces de uma besta voraz. Sua cabeça, de enorme cabe-
leira, e seus pés e mãos disformes e gigantescos, lhe deram o aspec-
to de um monstro horrível, corpulento e misterioso. Tal era Belzebu,
o enigmático e disputado galã da antiga Arcádia...
Esta era a Taça da Sabedoria na qual ele queria beber? Para se
chegar a essa horrível monstruosidade é que foram todas essas sa-
gradas iniciações que ele passou no templo? Era este o néctar da
ciência, o licor da Sabedoria que ele anelava?

Sabedoria, divino tesouro,


Que com teu fogo me queimas,
Quando quero chorar não choro,
E se choro, tu me consolas.

53
Era um velho lenhador da comarca
Que não sabia ler nem escrever,
Só amava o fio de seu machado
E sentia ânsia de viver.

Regava o sulco com suas lágrimas


E amor sentia pela sabedoria,
Sorriam suas faces pálidas
E embriagava-se de amor e poesia.

Sabedoria, sabedoria, sabedoria,


Quanto me queimas,
Exclamou o ancião que morria
Sob as douradas estrelas.

Sabedoria, licor dos deuses,


É licor que envenena
E por um caminho muito duro meu espírito virá,
É terrível, meu Deus, a tortura de esperar.

Sabedoria, por ti levanto minha taça,


Estou cansado de chorar,
Sabedoria, a ti canto minhas estrofes
E aguardo entre as rosas
O amor que logo voltará.

Sabedoria, divino tesouro,


Que com teu fogo me queimas,
Quando quero chorar, não choro,
E se choro, tu me consolas.

O Kundalini, despertado em forma negativa, converteu-o [a


Belzebu] numa potência tenebrosa da natureza. Os magos negros,
durante a fornicação passional, aproveitam o instante da ejaculação
seminal para fazer subir, por meio da concentração mental, os
hormônios vitalizadores que as glândulas sexuais segregam, até a
cabeça; logo, com a mente, levam-nos ao coração, e deste, até o de-

54
dão do pé direito. Assim, despertam Kundalini negativamente, e se
convertem no monstro das sete cabeças de que fala o Apocalipse.
Na Índia há escolas de Yoga Negro que instruem seus discípu-
los nessa ciência tenebrosa. Todos os profundos estudos do Ocultis-
mo podemos reduzi-los a uma síntese: A Serpente.
Derramando o sêmen convertemo-nos em diabos; não o derra-
mando convertemo-nos em Anjos. Se a serpente sobe, somos Deu-
ses; se a serpente desce, forma-se em nós a cauda do demônio, e nos
convertemos em diabos. O rabo do demônio é um prolongamento
da contraparte astral do cóccix, e resulta do movimento da serpente
para baixo, para a terra.
Kundalini é o Bastão dos Patriarcas, a Vara de Aarão, o Báculo
de Brahma e o Cetro dos Deuses.
Praticando Magia Sexual, o Alquimista Gnóstico desperta o
Kundalini que sobe por um canal chamado Sushumna. Essa serpen-
te ígnea é grossa naqueles que têm muita substância crística (sê-
men) acumulada, e delgada naqueles que não têm muita energia
sexual armazenada. O despertar positivo de Kundalini é acompa-
nhado de uma grande festa no templo.
Terríveis dores se produzem no cóccix e o fogo serpentino vai
abrindo passo para cima, para a cabeça. A passagem de uma vérte-
bra a outra se realiza segundo os méritos morais do discípulo. Essas
vértebras formam as câmaras da coluna espinhal. Também são cha-
madas de “Pirâmides”.
Qualquer ato indigno rebaixa no discípulo uma ou mais vérte-
bras, segundo a magnitude de sua falta. São 33 vértebras que temos
que conquistar para chegarmos à Alta Iniciação, que é a união com
o Íntimo.
Esses 33 cânones pertencem ao grau 33 da Maçonaria. Trinta e
três são os anos de vida do Cristo. O grau 33 só o têm os Mestres de
Mistérios Maiores. Os dois 3, unidos, constituem o símbolo da união
da matéria com o espírito, o círculo perfeito da eternidade, cujo cen-
tro está em todas as partes e a circunferência em nenhuma.
A Alta Iniciação é realizada quando Kundalini tiver chegado à

55
cabeça; porém, para que Kundalini suba triunfante através das 33
vértebras, necessita-se praticar, ao pé da letra, todos os ensinamentos
dos santos evangelhos. Para se chegar à Alta Iniciação teremos que
passar primeiro as 9 arcadas. Estas são as 9 Iniciações de Mistérios
Menores.
Conforme o fogo serpentino vai subindo pela coluna espinhal,
vai despertando todos os poderes do homem, pois cada câmara tem
seu nome oculto e relaciona-se com determinados poderes.
Certo Mestre de Mistérios Maiores conta que antes de chegar à
Alta Iniciação teve a debilidade de cair em certa falta e então
Kundalini baixou quatro vértebras e para reconquistá-las teve de
lutar muitíssimo.
As ordálias da Alta Iniciação são sumamente severas: O discí-
pulo precisa seguir uma senda de santidade e castidade perfeitas,
porém ao chegar à união com o Íntimo, o homem se converte em
um Mestre de Mistérios Maiores, em um Teurgo.

CAPÍTULO 6
EU ACUSO

Depois de um período de repouso cósmico, a vida recapitulou a


Época de Saturno, e então se iniciou a Época Solar [Segunda Ronda
Terrestre]. A Terra brilhava e resplandecia com os coloridos inefá-
veis da Luz Astral. Os corpos físicos de nossa atual humanidade
desenvolveram-se um pouco mais e receberam o corpo vital que
hoje em dia serve de base a toda biologia humana.
Os anjos e os demônios da Época de Saturno flutuavam no am-
biente da Época Solar. Ali vemos clarividentemente Belzebu, o prín-
cipe dos demônios, entregue aos piores delitos. Membro ativo de
um grande templo de magia negra, lutava intensamente para fazer
prosélitos dentro da humanidade da Época Solar; muitas foram as
almas que ele conquistou para seu tenebroso templo. Belzebu des-
ceu os 13 escalões da magia negra e conseguiu a 13ª Iniciação Ne-

56
gra, que o converteu em Príncipe dos Demônios. Em sua cintura
levava o sinistro Cordão de Sete Nós, tal como usam os ditos “Cava-
leiros Templários” do mago negro Omar Cherenzi Lind e os mem-
bros da escola de magia negra Amorc de São José da Califórnia.
Fez-se hábil no manejo da mente e recebeu a Palavra Perdida
dos magos negros, que se escreve MATHREM, e se pronuncia
MASSREM. Em sua cabeça peluda colocou a boina da magia negra
e cobriu seus largos e peludos ombros com a negra capa de príncipe
dos demônios. Em sua fronte apareceram os chifres do diabo. Esses
cornos são a marca da Besta. Familiarizou-se com todas as palavras
de passe e se converteu num grande hierarca da Loja Negra, em um
Adepto da Mão Esquerda.
Os magos negros da Amorc de São José da Califórnia têm pala-
vras de passe muito curiosas para se reconhecerem entre si:
ARCO: palavra de passe para os de Segundo Grau.
KHEI-RA: para os de Terceiro Grau, que pronunciam assim:
QUE-I-RAA.
MATHRA: palavra de passe para os de Quarto Grau (pronun-
cia-se MASSRA). Esta é a Palavra Perdida dos magos negros; é o
nome de um templo de magia negra chamado Mathra. Dito templo
está situado em estado de Jinas na Montanha do Pico, ou Pico de
Montanha, nas Ilhas Açores.
Os magos negros do altar de Mathra são magos de turbante ver-
melho, como os Bonzos e Dugpas do Tibet. Desse tenebroso templo
atlante provêm os rituais da Amorc, e não do Egito, como falsamen-
te dizem os dirigentes dessa perigosa instituição.
Eu, Aun Weor, antiqüíssimo Hierofante dos Mistérios Egípcios,
acuso essa negra instituição, ante o veredicto da consciência públi-
ca, pelo delito de engano. Eu acuso a essa negra instituição por atri-
buir-nos, aos antigos egípcios, rituais de magia negra, que nós, no
Egito, jamais usamos. Eu acuso a Amorc da Califórnia pelo delito de
profanação. Eu acuso a Amorc da Califórnia por seu mercantilismo
de almas. Eu acuso a Amorc da Califórnia, diante do veredicto da
consciência pública, pelo horrendo engano de fazer crer a seus ingê-
nuos discípulos que é uma Instituição Branca.

57
Povo dos Estados Unidos, levantai-vos como um só homem para
acabar em definitivo com esses antros de corrupção que estão con-
duzindo milhões de almas ao abismo. Povo bravo, povo heróico,
chegou a hora das grandes revoluções, e não há tempo a perder.
Chegou o momento das grandes decisões, e de todos os seres hu-
manos nos reunirmos ao redor do Divino Rabi da Galiléia, que des-
de o cume do Gólgota, exclama: “Senhor, Senhor, como tens me
glorificado”.
Em vão os magos negros do quinto grau gritarão sua palavra de
passe ASTRO, porque esse antro de magia negra irá ao abismo, onde
está a Grande Besta e o Falso Profeta.
Em vão gritarão as vítimas horríveis do sexto grau THOKATH,
THOKATH, THOKATH (que se pronuncia [mais ou menos] assim:
SOCAS, SOCAS, SOCAS) porque o fio da espada da justiça cósmica
selará suas gargantas nas horríveis trevas da desesperação, onde só
se ouvem prantos e ranger de dentes.
E vós, místicos negros do sétimo grau, em vão queimareis o sal
das bruxas com álcool e incenso. O guardião imundo de vosso
sanctum não poderá vos salvar das trevas e da desesperação porque
chegou o Milênio e todo aquele que não está junto do Cristo, irá ao
abismo, mesmo que grite como louco “Mathrem, Mathrem,
Mathrem”.

CAPÍTULO 7
O ÁTOMO NOUS

Belzebu, o príncipe dos demônios, foi engrossando as filas de


suas legiões com novos prosélitos, que diariamente recrutava entre
os homens da Época Solar [Segunda Ronda Terrestre], e assim se
converteu em Hierarca de Legiões.
O Universo brilhava e resplandecia cheio de inefável beleza. A
humanidade da Época Solar era análoga às demais humanidades
de qualquer época; entre os homens daquela Época, houve um que

58
se esforçava terrivelmente para chegar à perfeição. Esse homem foi
mais tarde o CRISTO, o Divino Rabi da Galiléia, o Logos Solar [Jeshuá
Ben Pandirá].
Havia, na Época Solar, outro templo de magia negra, onde se
iniciaram, também, muitíssimos homens, que mais tarde, se conver-
teram em demônios. Astarot foi iniciado nesse negro e gigantesco
templo.
Ao se aproximar, depois de milhões de anos, a Noite Cósmica
daquela Época Solar, os quatro Senhores da Chama dotaram, os atu-
ais Íntimos humanos, de Alma Espiritual, o corpo búddhico, que é o
Corpo da Intuição.
O veículo da intuição está conectado diretamente com o cora-
ção. O coração é, pois, o centro da intuição. O chacra, ou Flor de
Lótus, da intuição, gira e resplandece com extraordinária beleza.
Nesse chacra, há sete centros atômicos, que servem de instrumento
às sete Grandes Hierarquias Cósmicas, para atuar sobre o nosso
maravilhoso organismo.
Como já dissemos em nosso livro intitulado O Matrimônio Per-
feito (ou A Porta de Entrada à Iniciação), o coração do Sol está,
analogamente, construído como o coração de nosso corpo humano.
Assim como no sol há sete hierarcas que dirigem os sete Raios Cós-
micos, assim também, em nosso coração, há sete cérebros que per-
tencem às sete Grandes Hierarquias Cósmicas.
Assim como o sol tem um núcleo atômico central, que é o Áto-
mo NOUS, que é a sede de Brahama em nós, esse átomo é o primei-
ro Centro Vital que funciona no feto e o último que deixa de viver
em nosso organismo.
Esse átomo contém a mente, a vida, a energia e a vontade do
homem, e tem uma aura luminosa opalescente, que irradia e res-
plandece.
Ao final da Época Solar, a humanidade daquele tempo chegou
ao estado angélico, e são os Arcanjos de hoje em dia. O mais Alto
Iniciado deles foi o Cristo [Jesus]. Porém, nem todos os humanos de
então chegaram a esse estado, pois a maioria se transformou em
demônios.

59
Javé, o pólo contrário do Cristo, foi o mais alto iniciado negro e
tenebroso dessa Época [Ronda]. Chegada a Noite Cósmica, o uni-
verso pareceu sumir-se no Caos. A natureza inteira entrou num sono
feliz... As sementes de tudo que vivia entregaram-se nos braços do
sono... E nos espaços infinitos vibraram deliciosamente as harpas
dos Elohim.

CAPÍTULO 8
A MENTE E A INTUIÇÃO

O Homem Mental mora na cabeça com seus Sete Portais. O cére-


bro foi estruturado para elaborar o pensamento, porém não é o pen-
samento; o cérebro é tão somente o instrumento do corpo mental.
O corpo mental é um organismo material, porém não é o orga-
nismo físico. O corpo mental tem sua ultra fisiologia, sua ultra bio-
logia e sua patologia interna, que os atuais homens de ciência des-
conhecem por completo. O corpo mental está numa sedosa envoltura
que o protege e o mantém alinhado com o sistema nervoso cérebro-
espinhal. Essa envoltura é a Armadura Prateada do corpo mental.
Dita armadura está toda recoberta de certos “cocurutos mutilados”,
chamados nódulos, os quais vêm a ser os sentidos do corpo mental.
Entre estes centros sensoriais existe um que lhe permite manejar
as correntes seminais, individuais e universais. Também existem,
em nosso corpo mental, certos sentidos que nos permitem receber a
sabedoria das distintas estrelas. A parte inferior de nossa envoltura
vem formar as circunvoluções do cérebro.
O corpo mental tem um núcleo atômico que lhe serve de base.
Esse núcleo é o Átomo-Mestre da mente. O Átomo-Mestre da Men-
te tem toda a sabedoria da natureza; aquele que, através da medita-
ção interna, aprender a comunicar-se com dito átomo, este o ensina-
rá e o instruirá na sabedoria cósmica, porque é sábio.
O Átomo-Mestre reside em nosso sistema seminal, porém, pra-
ticando a Magia Sexual, este átomo sobe à cabeça e então nos ilumi-
na no mundo da mente.

60
A armadura prateada brilha como ouro quando praticamos
Magia Sexual porque milhões de átomos transformativos de altíssima
voltagem recobrem-na e a transformam totalmente. Então, aí sim,
vem o despertar da consciência e a aristocracia da inteligência. En-
tão, sim, pode-se falar de cultura mental e de transformação ética.
Como pode o senhor Cherenzi falar de sublimação humana, de
superação atual e de imediatos resultados, sem possuir uma sólida
cultura mental?
Acaso o senhor Cherenzi conhece as íntimas relações existentes
entre a sexualidade e a mente?
O senhor Cherenzi, antes de seguir com sua impostura de
“Avatar”, deveria estudar a psicanálise de Sigmund Freud para co-
nhecer as primeiras noções de sexualidade em relação à mente.
O senhor Cherenzi acredita que jogando futebol, montando a
cavalo e selecionando sensações vai obter isso que empolgadamente
chama de “novíssimas concepções, cultura mental, aristocracia da
inteligência e renascimento espiritual”?
Está crendo o senhor Cherenzi que com seu “simpático” sistema
de controles mentais seus discípulos irão conseguir a intuição?
As dez pequenas regras da quarta lição de seu Curso Esotérico
estão boas para serem vendidas ao senhor Israel Rojas [então diri-
gente da F.R.A.] para que com elas faça muitos negócios. Isso de
falar de pragmatismo positivo e prático, sem o discípulo ter passa-
do por uma regeneração sexual, é o cúmulo da ignorância.
Como pode falar de vida metódica e plena de atenção um indi-
víduo degenerado pela enfermidade da paixão carnal? Como pode
falar de associação de idéias e de anelos um indivíduo cujo corpo
mental ainda não foi transformado pelos átomos transformativos?
Como pode falar de expansão mental aquele que ainda não tem o
Átomo-Mestre em seu trono? Como pode falar de mente criadora o
fornicário?
O senhor Cherenzi não sabe que os pensamentos que não estão
penetrados pela energia determinativa da natureza (Energia Sexu-
al) se desintegram? Ignora o senhor Cherenzi que a energia de-

61
terminativa é a força sexual? Como pode falar de valor, vontade e
triunfo um indivíduo cuja glândula pineal está atrofiada pela
fornicação?
Será que o senhor Cherenzi ignora as íntimas relações existentes
entre a glândula pineal e as glândulas sexuais? Ou o senhor Cherenzi
ignora que a glândula pineal é o centro emissor do pensamento?
Como pode falar de concentração mental um indivíduo cujo cére-
bro está debilitado pelo vício da fornicação?
Como se atreve o senhor Cherenzi dizer a seus discípulos isso de
suprimir os esforços inúteis sem lhes dar uma orientação definida?
Como pode falar de satisfação pessoal e de bastar-se a si mesmo
um indivíduo que não se reencontrou consigo mesmo e que devido
à Magia Negra afasta-se do Íntimo?
Como pode bastar-se a si mesmo uma alma débil? Não se dá con-
ta o senhor Cherenzi que as almas afastadas do Íntimo são débeis?
O senhor Cherenzi não é mais que um arrivista, um paranóico,
um megalômano, autoconsagrado avatar, um falso profeta.
A mente divide-se entre mente concreta e mente abstrata.
Uma coisa é a Crítica da Razão Prática e outra coisa é a Crítica
da Razão Pura [duas obras de Emmanuel Kant]. Os conceitos de
conteúdo da Crítica da Razão Prática fundamentam-se nas experi-
ências das percepções sensoriais externas; os conceitos de conteúdo
da Crítica da Razão Pura alimentam-se das idéias a priori e dos
intuitos.
Cherenzi ignora totalmente a filosofia de Emmanuel Kant, o gran-
de filósofo de Königsberg. Cherenzi, com seu sistema de controle e
de seleção de sensações, só busca escravizar os discípulos da Crítica
da Razão Prática, da Mente Inferior e da Mente Concreta. Tudo isso
é pura e legítima magia negra; com isso só é possível converter o
discípulo em um escravo das sensações externas e num mago negro.
Que sabe Cherenzi da Crítica da Razão Pura? Que sabe Cherenzi
sobre o Brahma-Vidya e sobre os Íntimos? Acaso Cherenzi conhece
as íntimas relações físico-somáticas do Brahma-Vidya? Acaso,
Cherenzi é um Sannyasin do Pensamento? Acaso Cherenzi é um

62
Damiorfla da Mente? Acaso Cherenzi é um estudante do Azug, li-
vro de Sabedoria Oriental?
Não, querido leitor, Cherenzi não é mais que um arrivista, um pa-
ranóico e um megalômano autoconsagrado avatar e um falso profeta.
O Brahma-Vidya é a mente do Íntimo. A mente do Íntimo vem a
ser o fruto ou extrato de todas as experiências adquiridas com o
corpo mental. O Brahma-Vidya vem a ser o Corpo Aureolado da
Vitória, mencionado no livro Deuses Atômicos [de “M”].
Uma coisa é a mente como mente e outra é a mente como instru-
mento. Das uniões momentâneas do Brahma-Vidya com o corpo
mental resultam as grandes Iluminações Cósmicas: A alma, então
unida com o Íntimo, some dentro do mundo, da Superalma de Emer-
son, e percebe todas as maravilhas macrocósmicas. Porém, para re-
alizar essas maravilhas é necessário haver aberto o Olho de Dagma.
Este Olho é a Intuição.
Quem já é intuitivo tem um corpo mental especialmente consti-
tuído. O núcleo de uma mente assim é um círculo de cor violácea
resplandecente. O livro Azug chama esta mente, assim organizada,
de DAMIORFLA. Uma Damiorfla não se dobra ante as Potências do
Mal, nem tampouco é escrava de Maya (a Ilusão).
Quem quiser estudar o Azug, livro da sabedoria oriental, tem
que se submeter primeiro às grandes e terríveis Provas Iniciáticas.
Eu recebi este livro das mãos do autêntico Mestre de Sabedoria
KOUT-HUMI (KH).
O simpático sisteminha cherenzista de viver todo dia selecio-
nando sensações e aguilhoando a mente com controles e mais con-
troles só consegue escravizar o discípulo à mente animal e ao não
menos fatídico intelecto. Tudo isso, é pura magia negra. Com essa
classe de ensinamentos tenebrosos, só se consegue uma separação
total da Mônada com a personalidade, e é precisamente isso que o
senhor Cherenzi busca, porque a ele não interessa a Mônada. Ele só
rende culto ao Guardião do Umbral, à Besta Interna.
Cherenzi, Paul Jagot, Marde e Arkinson não têm sido mais que
grandes charlatães, pietistas e paranóicos enganadores, que só co-
nheceram as atividades inferiores do entendimento. Qual deles co-

63
nheceu a ultra fisiologia e a ultra biologia do corpo mental? A maior
parte desses espaçosos psicólogos práticos, com suas famosas
introjeções psicológicas, não sabe senão de reações sensoriais e
atavismos subconscientes. Porém, qual deles conhece a estrutura do
corpo mental de um Brahmin? Qual deles conhece o uso e o manejo
do Tridente? Todos esses famosos psicólogos modernos não são se-
não analfabetos em seu ofício.
Uma coisa é a razão, e outra, é a intuição. A razão só se alimenta
de percepções sensoriais externas (por meio dos sentidos percebe
ou recebe as impressões e também elabora as sensações), e por con-
seqüência, é negativa e limitada.
O raciocinador crê chegar à verdade através do batalhar das an-
títeses que dividem a mente e que a incapacitam a compreender a
verdade.
O intuitivo só sabe escutar a Voz do Silêncio, e em sua mente se-
rena, refletem-se, com esplêndida beleza, as verdades eternas da vida.
O raciocinador converte sua mente num campo de batalha cheio
de prejulgamentos, medos, apetites, fanatismos, teorias, e suas con-
clusões sempre precisam ser favoráveis. Um lago turbulento jamais
pode refletir o Sol da Verdade.
A mente do intuitivo flui serena e silenciosa, longe, muito longe,
do negro batalhar das antíteses e da tempestade dos exclusivismos.
A mente do raciocinador é como um barco que só sabe mudar
de porto, e nesses portos, que são as escolas, teorias, religiões, parti-
dos políticos, etc., age e reage com os preceitos já estabelecidos. Uma
mente assim é escrava das energias estancadas da vida, e por conse-
guinte, tem complicações e dor.
Os Filhos da Intuição, qual águias rebeldes, elevam-se altanei-
ras até as grandes verdades inefáveis, livres do medo, das ânsias de
acumulação, livres de seitas, religiões, escolas, preconceitos sociais,
fanatismos de bandeiras, apetências, teorias, intelectualismos, ódi-
os, egoísmos, etc.
A mente do intuitivo flui serena e silenciosa, deliciosamente,
como fonte cristalina de resplandecente beleza, no augusto troar do

64
pensamento. O corpo mental do intuitivo é um veículo maravilhoso
do Íntimo. A mente do intuitivo só atua sob a direção do Íntimo e
dele resulta a reta ação, o reto pensar e o reto sentir.
O homem, que no mundo só se move sob a direção do Íntimo, é
feliz, porque está longe de toda classe de comparações e conflitos.
Para se chegar aos cimos inefáveis da intuição é necessário viver
integralmente de acordo com os sábios ensinamentos que o Divino
Rabi da Galiléia trouxe à Terra. São os ensinamentos do Cristo que
nos conduzem aos cimos inefáveis da intuição. O interessante é nos
movermos no mundo físico exatamente de acordo com os sábios
ensinamentos do Mestre. O interessante é fazer carne e sangue em
nós dos ensinamentos do Cristo.
Cristo não veio fundar religiões. Cristo veio unir-nos com o Ínti-
mo (nosso Pai Interno).
Todos os ensinamentos do Cristo têm o grande ritmo musical
do Plano das Ondas de Vida, que é o mundo Búddhico ou intuitivo.
O mantra Om Mani Padme Hum, vocalizado por dez minutos diá-
rios, desenvolve a intuição. Pronuncia-se este mantra assim:
OOOMMM... MAAASSSSSSSIIIIIII... PADMEEEE... HOOOMMMM...
Este é o mantra da Intuição.
A prática dos ensinamentos crísticos desperta o chacra do cora-
ção em nós e põe em atividade o corpo búddhico ou intuitivo que
nos conduz à sabedoria e à felicidade eternas. A Magia Sexual for-
ma parte dos ensinamentos que Cristo ministrou em segredo a seus
70 discípulos.
Conforme vamos praticando os ensinamentos crísticos, o corpo
etérico vai se reorganizando totalmente, aumentando o volume dos
Éteres Superiores. Certo centro, que se forma na cabeça, desce ao
coração e organiza este centro para a intuição. Ao não desperdiçar
nossa força crística, forma-se uma malha protetora ao redor do cor-
po etérico, e dessa forma este corpo fica protegido das correntes
externas. O corpo físico também se torna mais fino e forte, e até o
rosto se transforma e embeleza.
Os ensinamentos do Logos Solar operam sobre todos os nossos

65
corpos internos e os convertem em finos instrumentos do Íntimo. O
importante é viver estes ensinamentos na vida prática. Os membros
da Amorc confundem, tristemente, a mente cósmica com a consci-
ência cósmica. Uma coisa são as ondas da mente e outra são as on-
das da consciência.
A mente nutre-se da consciência.
A Consciência cósmica reúne as ondas afins da mente.
O Tridente simboliza o jogo da tríplice força dos Átomos
Transformativos da mente.
O corpo mental não é o Ser. O corpo é só um instrumento do Ser;
pretender escravizar-nos a esse instrumento material é o cúmulo da
ignorância.
A mente do intuitivo é um cálice inefável cheio de sabedoria. A
mente do intuitivo é o cálice do Santo Graal, repleto do sangue do
Mártir do Gólgota. A mente do intuitivo é a taça sagrada do Pleroma,
é a taça sagrada do Samadhi, é o licor dos Deuses, é o Soma que os
Senhores da Mente bebem, é o Licor do Amor, é o Licor Búddhico, é
o Vinho de Luz transmutado no Vaso Ígneo da Bela Helena. Esta é o
Cálice dos Deuses Imortais!

HELENA
Salve, salve, Deuses Imortais!
Brindo por vós neste cálice delicioso
E brindo pela virgem dos sete portais.

Eu brindo pela Helena de rosto majestoso


E a ela canto meus cantares
Sob os pórticos imortais
De seu templo silencioso.

Helena, enche minha taça


Com o vinho da intuição.
Helena, deixa cair em meu cálice
Tua ânfora de Amor...

66
Helena, consola meu dolorido coração.
Quero provar o licor da sabedoria
Mesmo que aumente a minha dor...
Quero embriagar-me de luz e poesia
E despertar nos braços de teu amor.

Bela Helena, eu te amo,


Tu és o buril da filosofia,
Tu és o fogo do arcano,
Tu és a ânfora da sabedoria
E a ansiada prometida dos sábios.

A púrpura e o ouro
Da antiga Ítaca os ponho a teus pés, ó Helena!
Ponho a teus pés o luxo de Astreida, ó núbil donzela.
Ponho a teus pés as naves gregas, ó Deusa serena.
Ponho a teus pés todas as antigas cidades, ó bela Helena!

Helena, enche minha taça


Com o vinho da intuição
Deixa cair em meu cálice
Tua Ânfora de Amor.

CAPÍTULO 9
O PERÍODO LUNAR

Passada a Noite Cósmica do Período Solar [Segunda Ronda] ini-


ciou-se a aurora do Período Lunar [Terceira Ronda]. O Universo Solar
condensou-se em Matéria Etérica. A vida recapitulou todos os esta-
dos dos passados períodos cósmicos, e depois desses processos de
recapitulação, iniciou-se em nossa etérica Terra, chamada Terra-Lua,
o Período Lunar, em toda sua plenitude.
Os homens dessa época eram de pequena estatura, e seus cor-
pos, de matéria etérica. Construíam suas casas sob a terra, se bem
que sobre a superfície punham tetos análogos aos das nossas atuais

67
casas. Negociavam, trabalhavam e divertiam-se da mesma forma
que nós. Suas populações urbanas eram pequenas e estavam
conectadas, como as nossas, através de caminhos e estradas.
Tinham também automóveis semelhantes aos nossos. As mon-
tanhas eram transparentes como o cristal e de uma cor azul escura
muito bonita. Essa é a cor que vemos nas montanhas distantes; esse
é o Éter. Toda nossa antiga Terra era dessa bela cor.
Os vulcões estavam em incessante erupção, e havia mais água
que em nosso tempo atual. Por onde quer que fosse, viam-se imen-
sos lagos e grandes mares...
Nesse Período Lunar vemos Belzebu vivendo numa casa enor-
me, construída sob a terra. Ali, instruía seus discípulos num amplo
salão. Vestia túnica de riscos negros e vermelhos e usava turbante e
capa dessa mesma cor. Era um mago negro de corpo alto e robusto.
Todos os chelas [estudantes] negros o veneravam profundamente.
Belzebu tinha dois livros: um que lia a seus discípulos e os ins-
truía, e outro, que só ele estudava em segredo. Foram muitos os
prosélitos que ele conquistou para a Magia Negra entre os homens
do Período Lunar.
A flora e a fauna desse tempo eram diferentes da nossa. Ali, ve-
mos clarividentemente vegetais-minerais; ou seja: semivegetais,
semiminerais, vegetais semi-animais, etc.
Os três reinos da natureza [ainda] não estavam completamente
definidos como agora. Nessa época, um reino confundia-se com o
outro. Havia, entre as árvores, uma acentuada tendência a tomar,
com seus ramos e folhas, as formas côncavas, o que as tornavam
semelhantes a gigantescos guarda-chuvas. Adivinhava-se, através
de tudo que existia, uma marcada tendência a inclinar-se “para bai-
xo”, isto é, até a condensação de nossa terra atual. A natureza é uma
escritura viva. Por onde quer que se vá, essa viva escritura escreve
seus desígnios.
Vemos, em troca, em nossa época atual [Quarta Ronda], do sé-
culo 20, uma forte tendência de o homem construir elevados edifíci-
os e aviões cada vez mais rápidos. Nossas atuais árvores não que-
rem inclinar-se, mas subir até o sol, para cima. É que nossa Terra já

68
chegou ao máximo de condensação material, e agora anseia por su-
bir novamente, voltar a eterizar-se. Na realidade, o éter está inun-
dando o ar e eterizando a Terra cada vez mais e, no fim da grande
Raça Ária, o Éter se fará totalmente visível ao ar livre. Então, as
criaturas que vivem no éter compartilharão com o homem todas as
atividades.
No Período Lunar, os corpos físicos de nossa atual humanidade
chegaram a um maior grau de perfeição, e então recebemos o corpo
astral. Os homens de hoje, éramos os animais do Período Lunar. Os
anjos e os demônios dos antigos períodos vagavam na atmosfera
etérica de nossa Terra-Lua. Eram visíveis e tangíveis à toda humani-
dade. O homem percebia, atrás do fogo dos vulcões em erupção, os
arcanjos ou criaturas do fogo, e atrás de todas as formas existentes,
os Senhores da Forma. Os Filhos da Vida regulavam as funções vi-
tais de tudo que existia, e as criaturas elementais dos três elementos
conviviam com os homens.
Foram os Senhores da Sabedoria que nos dotaram de corpos as-
trais e foram os Senhores da Personalidade os que nos dotaram des-
ta personalidade, que hoje em dia os teosofistas olham com tanto
desprezo.
Ao finalizar aquele grande Período Lunar, os Íntimos da atual
humanidade receberam o Corpo do Espírito Humano, chamado de
Corpo da Vontade, que Krishnamurti tanto despreza. Vontade é o
poder com o qual dominamos nossas paixões e nos convertemos em
Deuses.
Ao cumprir com a lei do Alquimista Gnóstico, de introduzir o
membro viril na vagina e retirá-lo sem derramar o sêmen, o fogo da
paixão se transmuta na luz astral, robustece-se e se enche de luz
resplandecente; e todos os frutos esplendorosos desse maravilhoso
organismo astral se fundem dentro do Corpo da Vontade e o
embelezam.
O fogo da castidade é o fogo do Espírito Santo; e o corpo do
Espírito Santo é o Corpo da Vontade, chamado de mente abstrata,
Corpo Causal. Na realidade, este é o corpo da mente abstrata, que
ao inundar-se de fogo por meio da Magia Sexual, converte-se no

69
Fogo de Pentecostes, e o homem extasiado, fala, embriagado do Es-
pírito Santo, em todos os idiomas, coisas inefáveis.
Diz textualmente a Santa Bíblia Gnóstica: “E como se cumpri-
ram os dias de Pentecostes, estavam todos reunidos juntos. E de
repente veio um estrondo do céu, como de um vento impetuoso, o
qual encheu toda a casa onde estavam sentados. E se lhes aparece-
ram línguas repartidas como de fogo, que pousaram sobre cada um
deles. E foram todos cheios do Espírito Santo, e começaram a falar
em outras línguas, como o Espírito lhes dava que falassem”.
(Atos 2:1-4)
Jeová, o Espírito Santo, vela pelo Corpo do Espírito Santo em
nós. Ele foi o maior Iniciado da Época Lunar. Ao finalizar aquele
Período, a humanidade dividiu-se em anjos e lucíferes, pois “mui-
tos são chamados e poucos escolhidos”.
Max Heindel e Steiner sustentam, em suas obras, que toda a
humanidade se salvará; isso se deve à ignorância desses autores. Os
versículos 23 a 28 do capítulo 13 de Lucas dizem textualmente:
“E disse-lhes: Senhor, são poucos os que se salvarão? E
ele lhes disse: Insisti em entrar pela porta estreita, por-
que lhes digo que muitos procurarão entrar e não po-
derão. Depois que o pai de família se levantar e fechar a
porta, começareis a estar fora e a bater à porta, dizendo:
Senhor, abri-nos, e respondendo lhes dirá: não vos co-
nheço de onde sejais. Então começareis a dizer: diante
de vós temos comido e bebido e em nossas praças ensi-
naste. E lhes dirá: digo-vos que não vos conheço de onde
sejais. Apartai-vos de mim, obreiros da iniqüidade. Ali
haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes a
Abraão e a Isaac e todos os profetas no Reino de Deus, e
vós, excluídos”.
Chegada a Noite Cósmica do Período Lunar, Jeová e seus anjos,
Lúcifer e seus demônios, retiraram-se do cenário cósmico e a natu-
reza toda entrou em profundo repouso.

70
CAPÍTULO 10
O PERÍODO TERRESTRE

Passada a Noite Cósmica do Período Lunar [Terceira Ronda], o


Universo condensou-se na nebulosa, da qual nos fala Laplace. Este
foi o começo da Época físico-química na qual nós vivemos. A natu-
reza recapitulou os passados Períodos Cósmicos tal como alegori-
camente os descreve o Gênese:
“No princípio, Deus criou o céu e a terra, e a terra esta-
va desordenada e vazia, e as trevas estavam sobre a face
do Abismo, e o Espírito de Deus movia-se sobre a su-
perfície das águas.” (Gênese 1:1-2)
Esses foram os tempos da nebulosa de Laplace, durante os quais
a Terra recapitulou a Época de Saturno [Primeira Raça Raiz].
“Disse Deus: haja luz. E houve luz. Viu Deus que a luz era
boa; e fez separação entre a luz e as trevas”. (Gênese 1:3-4)
As moléculas da nebulosa quente e escura entraram em fricção,
sob o poderoso impulso da palavra perdida do Criador, e então a
nebulosa fez-se ígnea.
Essa foi a época Hiperbórea [Segunda Raça Raiz], durante a qual
entraram em atividade os Átomos Solares da Época Solar. Nossa
Terra foi, então, um globo ígneo, cheio da sabedoria do fogo e da
luz que o mesmo fogo produz. E nesse globo ardente viveram os
Arcanjos, que foram os homens da Época Solar e expressaram-se
em toda a plenitude de sua sabedoria.
“E disse Deus: haja um firmamento no meio das águas,
e haja separação entre águas e águas. Fez, pois, Deus o
firmamento, e separou as águas que estavam debaixo do
firmamento das que estavam por cima do firmamento.
E assim foi. Chamou Deus ao firmamento Céu. E foi a
tarde e a manhã, o dia segundo”. (Gênese 1:6 - 8)
Aqui a Bíblia segue falando da recapitulação do Período Solar
[Segunda Ronda]: o globo ardente, em contato com as úmidas re-
giões interplanetárias, produzia vapor d’água, e se formavam enor-

71
mes nuvens que, ao se condensarem, caíam em forma de chuva, for-
mando enormes mares e poços que ferviam incessantemente sobre
o globo ardente, e as nuvens separaram as águas do céu das águas
do ardente globo.
“E disse Deus: Ajuntem-se num só lugar as águas que
estão debaixo do céu, e apareça o elemento seco. E as-
sim foi. Chamou Deus ao elemento seco terra, e ao ajun-
tamento das águas mares. E viu Deus que isso era bom”.
(Gênese 1:9-10)
Os poços de água, que ferviam incessantemente sobre o ardente
globo, vieram cristalizar-se sobre a superfície do mesmo, e assim
cumpriu-se a palavra do Criador, que disse: “Descubra-se a terra. E
chamou Deus a terra seca de Terra”. Assim foi como se formou a
primeira crosta terrestre chamada LEMÚRIA.
Nessa época lemuriana a terra recapitulou o Período Lunar [Ter-
ceira Ronda], porque é uma Lei da vida que a natureza, antes de
iniciar suas novas manifestações, recapitule todas as anteriores.
Aquele que quiser conhecer, objetivamente, todos os processos
evolutivos da humanidade, que observe o feto humano desde a sua
concepção. Entre o ventre da mãe e o feto recapitulam-se todas as
metamorfoses do corpo humano, desde suas antiqüíssimas origens.
O corpo humano é tão só a escama de nossa serpente ígnea, e o
universo solar, a escama da Serpente do Logos do Sistema Solar.
Quando a serpente abandona a escama, esta se desintegra. (A ser-
pente ígnea é Kundalini; veja o capítulo intitulado O Bastão dos
Patriarcas.)
Há, na Colômbia, uma altíssima montanha chamada La Juratena.
Dita montanha está situada no território de Vásquez, Departamen-
to [Estado] de Boyacá, às margens de um rio de águas largas e pro-
fundas, chamado Minero.
Os camponeses dizem que essa montanha está encantada, e con-
tam dela as mais antigas tradições. Quando vai chover, eles dizem
sentir um ruído, como se fosse de enormes volumes de pedras que
rolam até o abismo. Quando eles querem chuva, basta atear fogo à
montanha para tê-la em abundância. A esses camponeses não lhes

72
importa o comentário dos cientistas sobre este particular, pois, como
bem disse Goethe: “Toda teoria é cinzenta e só é verdade a árvore de
dourados frutos, que é a vida”.
Aqueles camponeses contam que se chega ao cume da Juratena
por umas escadarias de pedras lavradas por mãos antiqüíssimas.
Um daqueles camponeses relatava ao autor da presente obra que, ao
chegar às escadarias milenares, foi detido por uma chuva de pedras,
atiradas por mãos invisíveis, e como esteve a ponto de perecer sob o
peso avassalador de um gigantesco bloco que quase o esmagou.
Outro camponês explorou as bases da montanha, seguindo o
curso daquele rio de águas amplas e profundas. Aconteceu de, nos
enormes blocos de granito, banhados pelas águas tormentosas do
rio, encontrar um gigantesco templo, incrustado na rocha viva. O
camponês tentou penetrar no templo pela porta central (aquele tem-
plo tinha três portas), porém, deparou-se com uma grande quantida-
de de escamas de serpentes, e fugiu apavorado. Mais tarde voltou
ao lugar para ver o templo, porém, já não encontrou nada. O templo
desapareceu como se as rochas gigantescas o tivessem devorado.
Eu, Aun Weor, visitei em corpo astral esse templo. Os Mestres
que moram ali me receberam de braços abertos e me conduziram ao
interior do monastério, iluminado por um candelabro de ouro ma-
ciço de sete braços, semelhante ao candelabro de ouro de sete bra-
ços do Templo de Salomão; deles recebi secretos ensinamentos.
Os teosofistas crêem que só no Tibet estão os Mestres; e muitos
deles desejariam viajar até lá para seguir o Chelado. Porém, na rea-
lidade, os monastérios da Loja Branca estão espalhados pelo mun-
do inteiro. No oriente, os Mahatmas os chamam de NAGAS, isto é,
Serpentes, e todos os guardiões das sagradas criptas dos Templos
de Mistérios, têm a figura de serpentes gigantescas, e só permitem
passo aos Iniciados.
Assim como o veneno da cobra mata, assim também esse vene-
no é o Arcano precioso, com o qual chegamos à Alta Iniciação. Ouça-
me, leitor-iniciado: O silvo da serpente é a base da vida. Isto não é
para todos os leitores. Quem tiver ouvido que ouça.
Os habitantes das Terras Planas, no Estado de Zulia, na Vene-
zuela, espantam as cobras pronunciando os seguintes mantras:

73
Oooooooo..... SSS... Oooooooo
Oooooooo..... Goo... Aaaaaaaa
Aaaaaaaa..... SSS... Iiiiiiii
As vogais desses mantras são IAO, combinadas com a terrível
letra S. Aqui há sabedoria e quem tiver entendimento que entenda.
O S também é vogal, mesmo que os gramáticos digam que não.
Durante a conexão da Magia Sexual com a Sacerdotisa, temos que
pronunciar estas três vogais (I.A.O.), porque I.A.O. é o nome de nossa
Serpente...
Para complementar este capítulo diremos que a Época Polar [1a.
Raça-Raiz] corresponde à inteligência mercuriana da Serpente do
Logos (ao calor). A Época Hiperbórea [2a. Raça-Raiz], aos átomos
solares da serpente (ao fogo) e a Época Lemúrica [3a. Raça-Raiz], aos
átomos lunares (a umidade). Nosso Kundalini também está forma-
do de átomos solares e lunares e de uma síntese de Átomos Onisci-
entes. Dentro da Serpente encontra-se, na íntegra, a Sabedoria das
Sete Eternidades.
A mulher é a Vestal do Templo. Antigamente, só as vestais acen-
diam e cuidavam do fogo. Com isso, simbolizava-se que só a mu-
lher é a que pode acender o fogo de Kundalini do nosso corpo ou do
nosso Templo.
Pois o templo do Altíssimo Deus Vivo é o nosso corpo, e o fogo
deste templo é Kundalini, que nossa esposa-vestal acende por meio
do próprio contato sexual da Magia Sexual, tal como ensinamos no
livro O Matrimônio Perfeito (ou A Porta de Entrada da Iniciação)
e na presente obra. Hoje, a Igreja Romana perdeu totalmente a tra-
dição, e vemos que o fogo do templo é acendido pelo coroinha. Isso
representa não só um disparate, mas um gravíssimo sacrilégio e um
insulto à vida.
Esses passados períodos cósmicos existem, atualmente, em nos-
sos átomos seminais. É só questão de aprender a técnica da medita-
ção interior para entrar em seus domínios. A porta de entrada a es-
sas poderosas civilizações atômicas são nossos órgãos sexuais.
Os Pralayas e os Mahavantaras sucedem-se dentro de um ins-

74
tante sempre eterno. O passado e o futuro irmanam-se dentro de
um eterno agora. O tempo não existe! É a mente do homem que se
encarrega de dividir o eterno agora entre passado e futuro!
As poderosas civilizações saturnina, solar e lunar ainda existem
no fundo atômico de nosso sistema seminal, e podemos entrar em
seus domínios por meio da meditação interior. A transição, entre
um e outro estado de consciência, é o que, erradamente, chamamos
de tempo, porém, esses estados de consciência, agora, estão em su-
cessivos encadeamentos.
O homem deve aprender a viver sempre no presente. O homem
deve libertar-se de toda classe de teosofismo empolado, sectarismos
religiosos, fanatismos de pátria e de bandeira, religiões, intelectua-
lismos, ânsias de acumulação e apegos em geral. Todas essas “gai-
olas de papagaios sibaritas” são antros de negócios e tirania, e nada
ganhamos com essas linguagens difíceis de se entender, porque só
conseguem nos encher de preconceitos e fanatismos absurdos! To-
da a Sabedoria das Idades está dentro de nós mesmos, e o passado
e o futuro irmanam-se dentro de um eterno agora!
Dentro de nós está toda a sabedoria cósmica. Os átomos solares
nos iniciam na Sabedoria do Fogo, e os átomos lunares nos iniciam
na antiqüíssima sabedoria Netuniana-Amentina. Quando os átomos
solares e lunares fazem contato, então desperta o fogo sagrado e
nos convertemos em Deuses.
Em noites de lua cheia, os átomos lunares fazem contato com a
Armadura Prateada de nosso corpo mental, e então, por meio da
meditação, podemos receber os ensinamentos da Sabedoria Lunar.
Há sete correntes etéricas, dentro das quais vive intensamente a ci-
vilização de nossa antiga Terra-Lua.
As civilizações Solar e Lunar vivem em nossos mundos interio-
res, e podemos visitá-las por meio da profunda meditação interna.
Despertando o fogo sagrado de Kundalini, por meio da Magia Se-
xual, as civilizações solares e lunares, que palpitam intensamente
em nossos próprios mundos interiores, nos iniciam em suas pro-
fundas verdades e nos levam à Grande Iluminação.
Nossos sete chacras são sete Igrejas Internas; cada uma dessas

75
Igrejas contém a sabedoria de um Período Cósmico. Quando já ti-
vermos aberto os sete selos das sete igrejas do livro humano, por
meio da espada de Kundalini, então, as sete igrejas nos entregam
toda a sabedoria cósmica dos sete Períodos Cósmicos do
Mahavantara e nos fazem oniscientes...
O Apocalipse diz o seguinte: “E quando Ele abriu o sétimo Selo
houve no céu um silêncio por cerca de meia hora. E vi os sete Anjos
que estavam diante de Deus e lhes foram dadas sete trombetas. E
outro Anjo veio e parou diante do Altar, tendo um incensário de
ouro. E foi-lhe dado muito incenso para que espargisse, junto com
as orações de todos os santos, sobre o Altar de ouro que estava dian-
te do Trono. E a fumaça do incenso subiu da mão do Anjo com as
orações dos santos diante de Deus.” (Apocalipse 8:1 a 4)
Aqui, o Apocalipse nos fala deste livro selado com sete selos em
nosso organismo, com suas sete igrejas; nos diz claramente que só o
Cordeiro deve abrir seus sete selos com a espada de Kundalini. O
Cordeiro é nosso Anjo Interior, quer dizer, nosso Íntimo. Ensina-nos
a abrir o sétimo selo, que é a Igreja de Laodicéia, situado na cabeça.
Os sete Anjos das sete trombetas são os sete anjos das Igrejas.
O Anjo do Incensário é nosso Íntimo, que ingressa triunfalmen-
te na Hierarquia Branca junto com sua Alma de Diamante. Mais um
Perfeito na comunidade dos Eleitos...
“E o Anjo tomou o incensário e o encheu de fogo do
altar, e o lançou para a terra e houve trovões e vozes e
relâmpagos e terremotos.” (Apocalipse 8:5)
Aqui o Apocalipse nos diz que, quando abrimos o sétimo selo,
com a espada de Kundalini, então as sete igrejas nos abrem suas
portas e nos ensinam a sabedoria dos sete grandes períodos terres-
tres, que correspondem aos sete grandes períodos cósmicos.
E segue o capítulo oitavo do Apocalipse, falando-nos dos sete
Anjos que, conforme tocam suas respectivas trombetas, em sucessi-
va ordem, vão sucedendo os grandes acontecimentos cósmicos. Es-
ses sete anjos são os anjos de nossos sete planetas que dirigem os
sete chacras de nosso organismo e as sete épocas terrestres.
Assim, pois, as sete épocas terrestres estão dirigidas por sete

76
Hierarcas Cósmicos, e toda a sabedoria dessas sete épocas está den-
tro de nossos sete chacras... Nosso Período Terrestre tem sete épo-
cas [Sete Raças Raízes].
“E vi outro anjo forte descer do céu cercado de uma
nuvem e havia um arco-íris sobre sua cabeça e o seu
rosto era como o sol e seus pés como colunas de fogo. E
tinha em sua mão um livro aberto e pôs o seu pé direito
sobre o mar e o esquerdo sobre a terra. E clamou com
grande voz, como quando o leão ruge, e quando já ha-
via clamado, os sete trovões repetiram suas vozes.”
(Apocalipse 10:1-3)
Este anjo é o Hierarca da sétima época. O arco-íris simboliza
nosso atual Período Terrestre, que começou com o sinal do arco-íris.
Isso foi na Atlântida [Quarta Raça Raiz], pois a Lemúria foi uma
recapitulação do Período Lunar. O livro, que o anjo tinha em sua
mão, é o livro da evolução humana. O livro selado com sete selos é,
agora, o livro sem seus selos. É o corpo humano daquele que já rom-
peu os sete selos. É o corpo do Mestre! É a sabedoria cósmica daque-
le que já se realizou a fundo.
“E clamou com grande voz, como quando o leão ruge, e quando
já havia clamado, os sete trovões repetiram suas vozes”. Aqui o
Apocalipse fala-nos da palavra perdida, da sílaba sagrada. E os sete
trovões dos sete chacras repetem sua voz: essas vozes são as sete
notas da palavra, e a sílaba sagrada, abre os sete chacras e cada chacra
tem sua nota chave. Quem tiver ouvidos que ouça. O que tiver en-
tendimento que entenda, porque aqui há sabedoria.
Na sétima época a palavra perdida será encontrada...
“E quando os sete trovões repetiram suas vozes, eu ia
escrevê-las e ouvi uma voz do céu que dizia: ‘Guarde
em segredo o que os sete trovões disseram. Não escreva
nada’.” (Apocalipse 10:4)
Cada nota da palavra perdida encerra terríveis segredos indizí-
veis, e cada uma das notas da Palavra Perdida é a nota chave de
uma época terrestre. A nota chave da civilização egípcia é uma, a
nota chave da civilização indiana é outra, e assim sucessivamente.

77
Na sétima época, a Palavra Perdida haverá consumado totalmen-
te o Reino de Deus. Swedenborg (filósofo místico sueco) dizia sobre
a Palavra Perdida: “Buscai-a na China e talvez a encontrareis na
Grande Tartária”.
Os magos da Amorc usam, para seus fins demoníacos, o mantra
MATHRA (que se pronuncia MASSRA), e asseguram a seus discí-
pulos que essa é a Palavra Perdida. Porém, na realidade, este é o
nome de um templo de magia negra da antiga Atlântida, e por sua
vez, é um mantra de magia negra. Então, não é a Palavra Perdida.
Na Índia, os Arhats foram perseguidos por possuir a sílaba sagrada.
Na China, os discípulos do Tathagata a possuem.
A Palavra Perdida está muito bem guardada no Tibet. Ali reside
o Maha-Kohan.
Na sétima época, a Palavra Perdida será encontrada. “Porém,
nos dias da voz do sétimo Anjo, quando ele começar a tocar a trom-
beta, o Mistério de Deus será consumado, como ele o anunciou a
seus servos, os Profetas”. (Apocalipse 10:7)
“E jurou por Aquele que vive para sempre, que criou o
céu e as coisas que estão nele, a terra e as coisas que
estão nela, o mar e as coisas que estão nele, que o tempo
não mais será.” (Apocalipse 10:6)
O Iniciado, que já se une com o Íntimo, libera-se da ilusão do
tempo, porque o passado e o futuro irmanam-se dentro de um eter-
no agora.
Cada uma das sete épocas terrestres finaliza com um grande
cataclismo, descrito, simbolicamente, pelo Apocalipse, da seguinte
forma: “E o primeiro Anjo tocou sua trombeta e houve granizo e fogo
mesclado com sangue e foram arrojados à terra, e um terço das árvo-
res foi queimada, e toda erva verde foi queimada”. (Apocalipse 8:7)
Esse foi o primeiro cataclismo da primeira época [1a. Raça-Raiz].
“E o segundo Anjo tocou a trombeta e algo semelhante
a um grande monte ardendo como fogo foi lançado ao mar
e a terceira parte do mar tornou-se sangue.” A
(Apocalipse 8:8)

78
“E morreu a terceira parte de todas as criaturas que es-
tavam no mar, as quais tinham vida e a terceira parte
dos navios pereceu”. (Apocalipse 8:9)
Este foi o final da segunda época [2a. Raça-Raiz].
“E o terceiro Anjo tocou a trombeta e caiu do céu uma
grande estrela ardendo em fogo como uma tocha e caiu
sobre um terço dos rios e sobre as fontes de água.”
(Apocalipse 8:10)
“E o nome da estrela chama-se Absinto. E um terço das
águas transformou-se em absinto, e muitos homens mor-
reram por causa das águas, porque foram feitas amargas.”
(Apocalipse 8:11)
Este foi o final da terceira época [3a. Raça-Raiz].
“E o quarto Anjo tocou a trombeta e um terço do Sol foi
golpeado, e um terço da Lua, e um terço das estrelas, de
tal maneira que se escureceu um terço deles para que
não iluminasse a terceira parte do dia e o mesmo da
noite.” (Apocalipse 8:12)
Este foi o final da quarta época [4a. Raça-Raiz].
“E o quinto Anjo tocou a trombeta e vi uma estrela que
caiu do céu na terra e foi dada a chave do poço do Abis-
mo. E abriu o poço do Abismo e subiu fumaça do poço
como a fumaça de uma grande fornalha e escureceu o
Sol e o ar pela fumaça do poço.” (Apocalipse 9:1-2)[Isso
se refere à nossa atual Raça-Raiz. O 5o. Anjo é Samael,
Comandante das forças da Loja Branca na II Guerra
Celeste, que ocorreu em 1950].
O Abismo é o Avitchi, e este é o Plano de Consciência submerso,
de onde só se ouve o pranto e o ranger de dentes. Ali entram as
almas que tiverem chifres na fronte. Os chifres na fronte são o sinal
da besta. Nestes instantes, o Abismo está aberto e milhões de almas
demoníacas estão entrando no Abismo.
“E tem sobre si por rei o Anjo do Abismo, cujo nome em
hebraico é Abbadon, e em grego, Apolion.” (Apocalipse 9:11)

79
Estamos em épocas de guerras porque elas são necessárias. A
guerra gera milhões de mortos e as almas que têm chifres entram no
Abismo. (Todo clarividente vê as almas demoníacas.)
“O sexto Anjo tocou a trombeta; e ouvi uma voz do meio
dos quatro chifres do altar de ouro que estavam diante
de Deus, dizendo ao sexto Anjo que tinha a trombeta:
Desata os quatro anjos que estão atados junto ao gran-
de rio Eufrates. E foram desatados os quatro anjos que
estavam preparados para a hora, dia, mês e ano para
matarem um terço dos homens.” (Apocalipse cap. 9,
vers. 13, 14 e 15)
Esta é a sexta época: nela serão levados novamente ao Abismo
os demônios humanos, depois de lhes haver sido dada uma boa
oportunidade para progredir.
“Então o sétimo Anjo tocou a trombeta. E houve no céu
vozes fortes, que diziam: Agora, o poder para governar
o mundo pertence a Deus, Nosso Senhor, e ao Messias
que Ele escolheu. E o Messias reinará para sempre.
Amém.” (Apocalipse 11:15)
Nesses tempos [final da Sétima Raça Raiz], a Terra será mais
etérica, e nela só viverão os seres humanos que tenham chegado ao
estado angélico, porque os milhões de almas-demônios irão defini-
tivamente ao Abismo, onde se desintegrarão através das idades.
Esta é a Segunda Morte.

CAPÍTULO 11
A LEMÚRIA

“E havia Jeová-Deus plantado um horto no Éden, ao ori-


ente, e pôs ali o homem que tinha formado” (Gênese 2:8).
Muito se tem discutido sobre o paraíso terrestre. Max Heindel
sustenta que esse paraíso terrestre é a Luz Astral; não quis se dar
conta do que significa a palavra “terrestre”.

80
Realmente, esse paraíso existiu, e foi o continente da Lemúria,
situado no [na atual área do] oceano Pacífico. Esta foi a primeira
terra seca que houve no mundo. A temperatura era extremamente
quente. “Mas subia da terra um vapor que regava toda a face da
terra.” (Gênese 2:6)
O calor muito intenso e o vapor das águas nublavam a atmosfe-
ra, e os homens respiravam por guelras, como os peixes. “E criou
Deus o homem à sua imagem, à imagem de Deus, macho-fêmea os
criou.” (Gênese 1:27)
Os homens da época [Raça] polar e da época [Raça] hiperbórea e
princípios da época [Raça] lemuriana eram hermafroditas, e se re-
produziam como se reproduzem os micróbios hermafroditas. Nos
primeiros tempos da Lemúria, a espécie humana quase não se dis-
tinguia das espécies animais, porém, através de 150 mil [milhões?]
anos de evolução, os lêmures chegaram a um grau de civilização tão
grandiosa que nós, os ários, estamos ainda muito longe de alcançar.
Essa era a Idade de Ouro, essa era a Idade dos Titãs. Esses foram
os tempos deliciosos da Arcádia [da Lemúria, que repetiu os ciclos
da Terceira Ronda]. Os tempos em que não existiam nem o meu,
nem o teu, porque tudo era de todos. Esses foram os tempos em que
os rios manavam leite e mel.
A imaginação dos homens era um espelho inefável, onde se re-
fletia, solenemente, o panorama dos céus estrelados de Urânia. O
homem sabia que sua vida era a vida dos Deuses, e sabia tanger a
lira que estremecia os âmbitos divinos com suas deliciosas melodi-
as. O artista, que manejava o cinzel, inspirava-se na sabedoria eter-
na e dava às suas esculturas a terrível majestade de Deus.
Ah! A época dos titãs, a época em que os rios manavam leite e mel!
Os lemurianos foram de grande estatura e de ampla fronte. Usa-
vam simbólicas túnicas, brancas na frente e pretas atrás. Tiveram
naves voadoras e navios propulsados por energia atômica. Ilumina-
vam com a energia nuclear e chegaram a um altíssimo grau de cul-
tura. (Em nosso livro O Matrimônio Perfeito falamos amplamente
sobre o tema).
Esses eram os tempos da Arcádia [Lemúria]. O homem sabia es-

81
cutar, entre as Sete Vogais da Natureza, a Voz dos Deuses. Essas sete
vogais são: I - E - O - U - A - M - S, que ressoavam no corpo dos lemu-
rianos, com toda a música inefável dos compassados ritmos do fogo.
O discípulo gnóstico deve vocalizar uma hora diária na ordem
aqui exposta. A forma indica o som prolongado de cada vogal que
deve ser uma exalação completa dos pulmões:
I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I I . . .
E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E E . . .
OOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO...
UUUUUUUUUUUUUUUUUUUUU...
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA...
MMMMMMMMMMMMMMMMMMMMM...
S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S S . . .
O som de I faz vibrar as glândulas pituitária e pineal, e o ho-
mem se torna clarividente.
O de E faz vibrar a glândula tiróide, e o homem se torna
clariaudiente.
O som de O faz vibrar o chacra do coração, e o homem se torna
intuitivo.
O som de U desperta o plexo solar (boca do estômago), e o ho-
mem desenvolve a telepatia.
O som de A faz vibrar os chacras pulmonares, e o homem ad-
quire o poder de lembrar de suas vidas passadas.
As vogais M e S coadjuvam, eficientemente, o desenvolvimento
de todos os poderes ocultos.
Uma hora diária de vocalização vale mais do que ler um milhão
de livros de Teosofia Oriental.
O corpo dos lemurianos era uma harpa milagrosa no qual soa-
vam as sete vogais da natureza com essa tremenda euforia do Cos-
mos. Quando chegava a noite, todos os seres humanos adormeciam
como inocentes criaturas no berço da Mãe Natureza, embalados pelo
canto dulcíssimo e comovedor dos Deuses, e quando raiava o dia, o
Sol trazia diáfanos contentamentos e não tenebrosas penas.

82
Ah! A época dos Titãs! Esses eram os tempos em que os rios
manavam leite e mel.
Os matrimônios da Arcádia [Lemúria] eram matrimônios gnós-
ticos. O homem só efetuava o conúbio sexual sob as ordens dos
Elohim e como um sacrifício no altar do matrimônio para brindar
corpos às almas que necessitavam reencarnar. Desconheciam por
completo a fornicação e não existia a dor do parto.
Através de muitos milhares [milhões] de anos, de constantes ter-
remotos e erupções vulcânicas, a Lemúria foi se afundando entre as
embravecidas ondas do Pacífico, ao mesmo tempo em que surgia,
do fundo do oceano, o continente Atlante.

CAPÍTULO 12
A BATALHA NO CÉU

“E aconteceu uma grande batalha no céu: Mikael [Miguel]


e seus anjos lutavam contra o Dragão e o Dragão comba-
tia com seus anjos a Miguel. Mas não prevaleceram, nem
seu lugar foi mais encontrado no céu. E foi lançado fora
aquele grande dragão [com seus anjos], a serpente anti-
ga, chamada de Diabo e Satanás, a qual engana todo
mundo; foi arrojado na terra, e seus anjos foram arroja-
dos com ele. Portanto, alegrai-vos, ó céus, e vós, que
neles residis. Ai dos moradores da terra e do mar por-
que desceu a vós o Diabo, tendo uma grande ira, saben-
do que tem pouco tempo.” (Apocalipse 12:7, 8, 9 e 12)
Houve duas grandes batalhas contra os magos negros: a da
Arcádia [Lemúria] e a do ano de 1950, em que se abriu o poço do
Abismo. Esta última é a do Milênio. A terceira será a da Nova Jeru-
salém [depois da Era de Capricórnio].
Ao iniciar-se o Período Terrestre [Quarta Ronda], o Plano Men-
tal e também os planos divinos de consciência estavam densamente
superpovoados por toda classe de magos brancos e negros, perten-

83
centes aos Períodos de Saturno, Solar e Lunar. Os milhões de magos
negros constituíam gigantescas populações de malfeitores, que
obstaculizavam a ação e a vida dos magos brancos, e eram já um
gravíssimo inconveniente para a evolução cósmica nos mundos su-
periores de consciência. Se tudo tivesse continuado assim, teria sido
totalmente impossível o progresso dos aspirantes até os mundos su-
periores. Porém, a Fraternidade Branca deu a Miguel a missão de ex-
pulsar, dos mundos superiores de consciência, todos os magos ne-
gros; e foi entregue a Miguel a Espada da Justiça, e lhe foram conferi-
dos terríveis poderes para que cumprisse totalmente sua missão.
Todas as organizações da Loja Negra e todos os templos da
fraternidade tenebrosa estavam estabelecidos nos mundos superio-
res de consciência. Miguel pôde receber esta missão devido a per-
tencer ao Raio da Força.
E Miguel travou tremendos combates corpo a corpo com os ter-
ríveis hierarcas da Loja Negra. Assim, pôde expulsar dos planos
superiores de consciência o Dragão ou a serpente antiga, que se cha-
ma Demônio e Satanás, ou seja, a Magia Negra com todas as suas
legiões de demônios.
Luzbel é um grande hierarca da Loja Negra; usa capa vermelha
e túnica da mesma cor. Sua cauda, ou rabo, é sumamente longa, e na
ponta leva um papiro enrolado, onde está escrita a Ciência do Mal.
Esta cauda, nos demônios, vai sendo formada quando a corrente de
Kundalini dirige-se para baixo, até os infernos do homem. Essa cau-
da nada mais é que a própria Kundalini [negativa], que parte do
cóccix para baixo.
Os chifres de todo mago negro são propriamente a marca da
besta; portanto, pertencem ao Guardião do Umbral, que vem a ser o
“eu superior” do mago negro.
Ahrimã, grande hierarca negro, usa turbante vermelho e é chefe
de enormes legiões.
Lúcifer foi o maior iniciado negro da Época Lunar [Terceira Ron-
da] e suas legiões são numerosas. Todos esses milhões de demônios
ficaram no ambiente de nossa Terra [Plano Astral], e se dedicaram a
encaminhar as almas humanas para o caminho negro.

84
Belzebu, com suas legiões, também se estabeleceu em nosso
ambiente [terrestre], e através do tempo fez-se muito conhecido de
todos os atuais humanos. A Bíblia cita Belzebu como [sendo] o “Deus
de Ecrón, porque em Ecrón levantou-se um templo, onde [Belzebu]
foi adorado como deus”.
Belzebu estabeleceu sua caverna e se dedicou, plenamente, como
nos antigos Períodos, a extraviar almas. A Bíblia nos fala de Belzebu
no capítulo 12 [do evangelho] de Mateus, vers. 24, 25, 26 e 27:
“Mas, os fariseus, ouvindo isso, diziam: Este não ex-
pulsa os demônios senão por Belzebu, príncipe dos de-
mônios. E Jesus, conhecendo os pensamentos deles, dis-
se-lhes: Todo reino dividido contra si mesmo é desola-
do, e toda cidade ou casa dividida contra si mesma, será
destruída. E se Satanás expulsa a Satanás, contra si mes-
mo está dividido. Como, pois, permanecerá seu reino?
E se eu, por Belzebu, lanço fora os demônios, os vossos
filhos o farão através de quem? Por isso, eles serão vos-
sos juízes.”
Todos os magos negros estabeleceram em nossa Terra seus tem-
plos, lojas, cultos, etc. e se entregaram ao desenvolvimento de seus
planos, de acordo com as ordens supremas de Javé. [Não confundir
Jeová com Javé, como fazem os péssimos tradutores bíblicos que
crêem ser um só senhor]. Eles foram os responsáveis pelo fracasso
de nossa presente evolução humana, pois é uma terrível realidade
que a evolução humana fracassou.
Miguel triunfou nos céus, porém, nossa Terra se encheu de pro-
fundas trevas. Ai dos moradores da Terra!

CAPÍTULO 13
A ATLÂNTIDA

Os homens da Atlântida chegaram a um altíssimo grau de civi-


lização, análogo ao da Lemúria. A Terra estava envolta numa espes-

85
sa névoa e os homens respiravam por guelras [entenda-se que havia
algo similar a guelras na fisiologia do homem atlante]. Como na
Lemúria, também na Atlântida conheceram-se naves aéreas e navi-
os movidos a energia atômica.
Nos primeiros tempos [ainda na Lemúria, após a separação dos
sexos], as relações sexuais aconteciam unicamente para gerar cor-
pos para as almas reencarnantes, e eram escolhidos o dia e a hora
pelos Anjos. Por isso, não existia dor no parto, e o homem vivia em
estado paradisíaco. Porém, Lúcifer e seus tenebrosos seguidores [os
lucíferes], que são os magos negros do Período Lunar [Terceira Ron-
da], tentaram o homem e o extraviaram pelo caminho negro.
A Serpente [em si mesma, como simbologia] é a Força Sexual, e
não as atrações puramente materiais, como pretendem os rosacruzes
da Amorc (Califórnia) em suas monografias do nono grau.
A Força Sexual tem dois pólos: o positivo e o negativo. O positi-
vo é a serpente de bronze que curava os israelitas no deserto, e o
negativo, é a serpente tentadora do Éden.
O trabalho dos lucíferes foi um trabalho de magia negra. Eles
despertaram o fogo passional da humanidade, com o único objetivo
de fazer prosélitos para a Loja Negra, pois todo demônio é fornicário.
O líquido encéfalo-raquidiano e o sêmen são os dois pólos da
energia sexual. O Anjo tem seus dois pólos para cima, até a cabeça,
e o homem e os demônios, têm um pólo para cima e outro para
baixo. Com um formam o cérebro, e com o outro, coabitam. A
Kundalini do Anjo sobe; a Kundalini do demônio desce.
Jeová proibiu o homem de fornicar. Lúcifer o seduziu à fornicação.
“E Jeová-Deus ordenou ao homem, dizendo: De todas
as Árvores do Horto comerás, mas da árvore da ciência
do bem e do mal, não comerás, porque o dia que
comerdes dela, morrerás.” (Gênese 2:16 e 17)
“Então a Serpente disse à mulher: Não morrerás, mas
Deus sabe que o dia em que comerdes dela vossos olhos
serão abertos e sereis como deuses, sabendo o bem e o
mal.” (Gênese 2:5 e 6)

86
A ordem dada por Jeová é Magia Branca. A ordem dada por
Lúcifer é Magia Negra. Conforme o homem se entregou aos praze-
res do sexo, perdeu seus poderes ocultos e cumpriram-se as pala-
vras de Jeová, quando disse: “Com o suor de teu rosto comerás o
pão, até que retornes à terra; porque dela foste tomado, pois és pó e
ao pó retornarás”. (Gênese 3:19)
“À mulher disse: Multiplicarei em grande forma tuas
dores e tuas gestações; com dores darás à luz teus filhos
e a teu marido será o teu desejo, e ele se assenhoreará
de ti.” (Gênese 3:16)
A violação da lei traz dor. Na Lemúria, a mulher não tinha dor
no parto, porque o filho era concebido conforme a hora, minuto e
segundo em que as Leis Cósmicas favoreciam a reprodução. A vio-
lação desta Lei trouxe as dores do parto. Mesmo assim, ainda hoje
em dia há remédio para todos aqueles que resolvam adotar o Matri-
mônio Gnóstico. O Matrimônio Gnóstico reconduz o homem ao
Paraíso. Na Igreja Gnóstica [dos mundos superiores], os casais rece-
bem o dia, a hora e os minutos em que devem conceber os filhos, e
assim não há dores do parto. O importante é aprender a viajar em
corpo astral para visitar o Templo. Mais adiante darei as chaves.
Os lemurianos não conheciam a morte. Eles sabiam exatamente
data e hora exatas de seu desenlace, e eles mesmos cavavam sua
tumba. Assim, abandonavam seu corpo físico à vontade com um
sorriso nos lábios. Tampouco desapareciam da vista de seus paren-
tes porque eles eram clarividentes. Eles seguiam convivendo com
seus desencarnados, porque o único que ocorria, era que haviam
passado a um estado diferente. Porém, quando o homem, por culpa
do coito [da fornicação], perdeu seus poderes, conheceu a morte.

CAPÍTULO 14
A MAGIA NEGRA DOS ATLANTES

Os magos negros da Escola Amorc da Califórnia dizem que a


magia negra não existe, que isso é só uma superstição. Dizem que

87
os pensamentos de ódio e de maldade, emitidos pelas mentes mal-
vadas, desintegram-se, porque o cósmico é puro e bom; portanto,
não pode servir de instrumento às forças do mal.
Esse conceito dos magos negros da Amorc tem por objetivo jus-
tificar seus tenebrosos ensinamentos, e dar-lhes um colorido de pura
Magia Branca. O Cósmico é todo o infinito, e no Cosmos, há de tudo.
“Tal como é em cima é em baixo.”
Se o pensamento emitido por um malvado se desintegrasse no
ato, por que não se desintegra uma bala no espaço? Por que o cós-
mico serve de instrumento à bala que vai matar um ser humano,
que pode bem ser um ancião ou uma criança?
Se esse conceito dos magos negros da Amorc fosse certo, a bala
teria que se desintegrar no ato. Eles me objetariam que a bala é um
corpo material e um pensamento não o é. Porém, essa tampouco é a
razão, porque um pensamento também é matéria, pois nada pode
existir, nem mesmo Deus, sem o auxílio da matéria.
Além disso, todo átomo é sétuplo em sua constituição. A bala,
por exemplo, é um composto de átomos físicos, etéricos, astrais,
mentais, causais, conscientes e divinos: um núcleo de consciência
atômica, carregado das ondas de ódio de quem a disparou. Por que
não se desintegra? Por que o cósmico lhe serve de instrumento? Por
que o cósmico serve de instrumento às ondas destrutivas da bomba
atômica? Acaso as ondas mentais são inferiores às ondas radiativas
dos átomos de urânio?
O conceito dos magos negros da Amorc é tão só para encobrir
seus delitos e para enganar os incautos. Com isso, eles tratam de se
justificar como magos brancos. A maior parte dos ensinamentos e
conhecimentos negros da escola Amorc provém da Atlântida. Nas
monografias do nono grau, chamam de “Assunção” uma chave
mágica para dominar a mente e a vontade de seus semelhantes; este
procedimento é pura magia negra. O procedimento em referência
consiste em sentar-se, ou reclinar-se comodamente, fechar os olhos
e concentrar a mente na vítima distante, identificando-se com ela e
mudar a sua personalidade pela da vítima, ainda que seja do sexo
oposto. Esta mudança se realiza com a imaginação, sentindo-se ser

88
a personalidade da vítima e atuando como deseja que ela atue. Isso
é pura Magia Negra, porque ninguém tem o direito de exercer coa-
ção sobre a mente de ninguém: deve-se respeitar o livre-arbítrio dos
demais.
Todas as aberturas das convocações negras do nono grau da
Amorc são exatamente como as dos templos de magia negra da
Atlântida, em profundas trevas. O Mestre Negro começa suas con-
vocações com uma pregação tenebrosa, que diz assim: “Amados
Profetas Velados, reunimo-nos para comungar sob a proteção do
véu da obscuridade, que nossos pensamentos e ações dêem teste-
munho de nossas sagradas obrigações e de nossas tradições consa-
gradas pelo tempo. Esta convocação tem agora um caráter secreto.
A luz no shekinah se extinguirá agora”. (E manda um fráter ou só-
ror ao oficial para que apague a vela.)
Os amados profetas velados são magos negros que usam túni-
cas marrons ou vermelhas e se cobrem com um capuz. É que os
magos negros comungam sob o véu da obscuridade e amam as
trevas; eles não querem nada com a luz. Todas estas práticas vêm do
continente atlante.
As palavras de clausura pronunciadas pelo tenebroso mestre do
nono grau da Amorc são as seguintes: “Levantai-vos, amados pro-
fetas, e se separem para a bênção do signo da cruz e a proteção do
véu da obscuridade. Esta convocação está terminada”. O mestre atu-
ante sai primeiro, e os tenebrosos profetas velados, protegidos pe-
las trevas, retiram-se entre as sombras da noite.
As escolas de magia negra dão a seus afiliados um sem-número
de práticas absurdas para o desenvolvimento dos poderes ocultos.
Tais práticas, de caráter absolutamente externo, só conseguem rom-
per as membranas do corpo mental, e convertem o discípulo em
mago negro. Na monografia número 38 do nono grau se lê a seguin-
te prática:
“Tome um pequeno frasco que se mantenha firme so-
bre uma mesa e que tenha uma rolha. O frasco pode ser
do tamanho que possa caber quatro ou seis onças; pe-
gue uma agulha comum, dessas de costura e enfie

89
perpendicularmente 1 centímetro da ponta na rolha, de
modo que fiquem de fora uns 4 centímetros da agulha.
Tome uma folha de papel de um pouco mais de 7 centí-
metros de comprimento e 1cm de largura, e dobre na
metade em forma de “V”. Qualquer classe de papel de
mediana consistência e de qualquer cor servirá. Tome
este papel [dobrado em V] e vire-o formando um “A”, e
ponha-o na ponta da agulha de tal maneira que fique
no centro da dobradura que se fez no papel. Se o papel
está dobrado em duas partes iguais, a folha se manterá
equilibrada sobre a agulha, com as duas pontas para
baixo, em forma de A ou V invertido. Colocai esse fras-
co no centro da mesa, com o papel dobrado em forma
de A, à distância de pouco menos de um metro de seu
corpo, enquanto você se senta quietamente em uma ca-
deira. Esteja seguro de que não haja nenhuma janela
aberta por onde possa entrar vento, que possa mover o
papel, e evite que sua respiração tampouco mova o pa-
pel apoiado na agulha. Concentre-se agora no papel e
exercite a [força da] vontade para que o papel comece a
girar. Se o equilíbrio do papel dobrado sobre a agulha é
perfeito, ele se moverá facilmente, e você deverá fazê-lo
girar numa direção. Então, faça que seu movimento se
detenha e gire em direção contrária. Pratique por uns
dez minutos em cada ação concentrado no papel e gire-
o à vontade. De repente descobrirá que existe uma força
motriz que emana de você até o papel. Isso provará o
que dizemos e que exporemos nas próximas mono-
grafias, a saber: Que a vontade e a área psíquica podem
ser empregadas para dirigir a força para dentro ou fora
do corpo. Fraternalmente, o Mestre de sua classe”.
Essa classe de ensinamentos vem de um templo de magia negra
da Atlântida chamado Altar de Mathra, situado nas ilhas Açores, na
Montanha do Pico. Este templo ainda existe no mundo astral. Anti-
gamente, chegava-se a dito templo numa jornada de sete dias, e ao
final de cada jornada diária se fazia uma grande festa. Ali, no tem-

90
plo, há um salão chamado de Salão da Vontade, onde se praticam
inumeráveis exercícios similares aos da Amorc da Califórnia. O es-
forço que o discípulo realiza com esta classe de práticas absurdas
dá por resultado o rompimento das delicadas membranas do corpo
mental.
Não desejeis poderes, querido leitor, eles nascem como frutos
do Íntimo quando nossa alma estiver purificada.
A força mental que gastamos estupidamente para mover um
papel vamos usar para dominar a paixão carnal, para acabar com o
ódio, dominar a língua, vencer o egoísmo, a inveja, etc. Purifiquemo-
nos, que os poderes nos serão dados através das sucessivas purifi-
cações. Os poderes são flores da alma e frutos do Íntimo. Os pode-
res de um Mahatma são o fruto de milenares purificações. O discí-
pulo gnóstico vai recebendo da Loja Branca, através das Provas
Iniciáticas, distintos poderes. Esses poderes os recebem a Alma e os
agarra o Íntimo porque o Íntimo é o Homem Real em nós.
Quando o gnóstico deseja, por exemplo, que um amigo distante
venha a nós, roga a seu Íntimo assim: “Pai, trazei-me o senhor Fula-
no de Tal, porém não se faça a minha, senão a tua vontade”. E se o
Íntimo considera justa a petição, realiza o milagre, que é um traba-
lho teúrgico, e chega o distante amigo. Porém, se o Íntimo considera
injusta a petição, não atende aos rogos da alma. Esta é a pura Magia
Branca.
O mago negro procede de forma a usar sua chamada “Assun-
ção”, ou força de vontade, sem ter em conta para nada a vontade do
Íntimo.
“Faça-se tua vontade assim na terra como no céu”, diz o gnóstico,
porque o gnóstico não faz senão a vontade do Íntimo, assim na terra
como no céu, ou seja, nos planos superiores de consciência.
O gnóstico põe todos os seus anseios nas mãos do Íntimo.
Dominando a cólera e adquirindo a serenidade, preparamos
nossas glândulas pituitária e pineal para a clarividência. Sempre
falando palavras de amor e de verdade, preparamo-nos para des-
pertar o ouvido interno.

91
A Magia Sexual, a vocalização diária e a purificação incessante
nos leva aos cumes da Alta Iniciação. Não desejeis poderes. Não
significa que os gnósticos tomemos uma atitude passiva ao estilo
dos teosofistas, mas que devemos preparar-nos praticando Magia
Sexual, vocalizando [mantras] e expulsando todas as escórias [puri-
ficação interior]. O gnóstico transmuta suas secreções sexuais e
aguarda pacientemente ser digno de receber os poderes ocultos que,
como flores da alma, brotam quando já tivermos nos purificado. O
gnóstico não deseja poderes, prepara-se para recebê-los. A prepara-
ção do gnóstico consiste em purificar-se [santidade crescente] e pra-
ticar diariamente a Magia Sexual.
Os magos negros têm estabelecido em seus templos provas si-
milares às dos magos brancos. Cherenzi permite que nas festas ao
presumido candidato se lhe insulte, repreenda, digam impropérios
e até batam nele para aceitá-lo para sua iniciação.
Na monografia número cinco do nono grau da Escola Amorc,
depois que o discípulo tiver passado pelas quatro provas da terra,
fogo, água e ar num templo de magia negra, o discípulo recebe um
pergaminho que diz assim:
“Paz e saudações do Mestre do Templo. Por determina-
ção do Alto Sacerdote, através dos Guardiões que vos
serviram e velaram, e em prova de vossa perseverança,
fé e desejo, conforme ficou evidenciado nas câmaras
exteriores, tendes permissão para entrar no próximo
santuário e serdes ali preparado para a admissão ao
Sanctum dos Sancta depois de três dias de santificação
e purificação. Vosso nome [número?] será o 777; vossa
letra, o R; vossa saudação, AUM; vosso livro será o que
tem a letra M; vossa jóia será o jaspe verde, em forma
de escaravelho e a vossa hora será a nona. Descansai
com paciência e esperai a hora, o número e o sinal”.
Esta é, pois, pura e legítima magia negra. Estas provas o discípu-
lo as passa em um templo de magia negra situado no plano astral.
Quando o gnóstico pede as quatro provas, da terra, fogo, água e
ar aos Mestres no Astral, estes as vão soltando tal como descreve-

92
mos em nosso livro O Matrimônio Perfeito (ou A Porta de Entrada
à Iniciação), quase sempre com intervalo de vários dias entre uma e
outra prova, desde que tenha saído triunfante na prova anterior.
A cada triunfo festeja-se com o discípulo no Salão das Crianças
com música inefável e boas-vindas. Cada uma das quatro provas
tem sua festa especial. O nome de Salão das Crianças se deve ao fato
de que os Mestres recebem o discípulo com a figura de crianças para
dizer-lhes: “Até que não sejais como crianças não podereis entrar no
Reino dos Céus”. Nada de letras R, nada de 777, nada de pedras de
Jaspe, nada de horas, nem de signos. Isto é pura magia negra prove-
niente da Atlântida.
O único que se põe no discípulo gnóstico, quando ele o pede, é a
pequena veste de Chela.
O mago negro, depois de haver passado a Prova do Ar, recebe
uma jóia com dois anéis entrelaçados, a qual vem a ser o signo de
seu triunfo.
O mago branco recebe o anel simbólico que representa o Raio ao
qual pertence.
O anel do mago negro lembra que esteve sobre um Abismo,
suspenso por duas argolas. Os mestres do templo negro vestem-se
de branco; os Profetas Velados levam véus pretos; os estolistas le-
vam estolas de cor acinzentada; os escribas vão de azul; os astrólo-
gos, de azul e branco; os músicos, de amarelo, e os doutores, de cor
parda. O templo permanece em obscuridade. Ao discípulo do nono
grau se lhe admoesta com estas palavras:
“A alma vivente que atravessa sozinha este horrendo
caminho sem vacilações ou timidez, depois da purifica-
ção pela terra, fogo, água e ar, será iluminada pelos glo-
riosos mistérios”. Imediatamente, o discípulo negro
avança por entre os Guardiões da Morte. Na prova do
fogo, um guardião diz ao discípulo negro o seguinte:
“Se desejas chegar até o mestre, por esta porta deverás
passar; para chegar a esta porta, através deste salão de-
verás passar; para cruzar este salão, sobre os ferros de
fogo deverás pisar. Vem, se buscas o Mestre”. O discí-

93
pulo diz: “Adiante! Adiante! Adiante!” E, cheio de va-
lor, passa pelo fogo. Na prova da água um guardião
negro diz: “Se queres ver o Mestre e entrar no Santo
Templo, deves chegar a esta porta e passar por ela; para
cruzar esta porta, deves passar o lago”.
Todo o acima exposto refere-se ao nono grau da Fraternidade
Amorc. Tudo isso é pura e legítima magia negra.
Os discípulos da Loja Branca, como já dissemos, unicamente ce-
lebram sua festa no Salão das Crianças, depois de cada Prova em
que tenham saído triunfantes. Na Loja Branca, as quatro provas são
para examinar a moral do discípulo branco. Na prova do fogo, o
discípulo é atacado pelas multidões de inimigos que o insultam; se
este, em vez de lançar impropérios, lança amor sobre seus inimigos,
então triunfa na prova. E se é sereno, passa pelo fogo sem se quei-
mar. Como se vê, na prova do fogo é necessário chegar a beijar o
látego do verdugo para triunfar na prova. Em troca, na prova do
fogo do mago negro, só se trata de passar no meio do fogo, porque
a preparação moral não tem importância.
Com a prova da água do gnóstico, trata-se apenas de saber até
onde chega o altruísmo e a filantropia do discípulo. Com a prova do
ar, trata-se apenas de conhecer a capacidade de resistência do discí-
pulo contra as grandes adversidades e seu desapego das coisas ma-
teriais. É lógico que um discípulo que se suicide porque perdeu sua
fortuna não pode passar na prova do ar, simplesmente pelo fato de
não ser capaz de resistir moralmente a um fracasso. É claro que não
passará na prova do ar.
O que sucumbe ante os graves inconvenientes da vida fracassa
na prova da terra. Há muitas pessoas que têm passado essas provas
na própria luta com a vida, até mesmo no diário batalhar pelo pão
de cada dia.
Às vezes, na própria vida, têm havido homens que, têm traçado
um grande plano em benefício da humanidade, cumprem-no à ris-
ca, apesar de todos os reveses, penas e lágrimas. Ditos homens têm
passado em carne e osso as Quatro Provas. Temos o caso de Lênin
que libertou um povo inteiro da escravidão. Este realmente é um

94
Mestre de Mistérios Maiores, o mesmo que Karl Marx. [Entenda-se:
ditos personagens aqui citados eram boddhisattwas caídos; Samael
Aun Weor corrige essa revelação em obras posteriores].
As quatro provas da Terra, Fogo, Água e Ar são simplesmente
para examinar a moral do discípulo. Todos os nossos defeitos e cica-
trizes morais são precisamente o aspecto negativo dos quatro ele-
mentos da natureza para que possamos converter-nos em seus reis.
Na Loja Branca, as quatro provas vão acompanhadas de um rigoro-
so exame verbal para saber até onde chegam as purificações do dis-
cípulo. (Tudo isso acontece no plano astral e o discípulo preparado,
que tem maturidade espiritual, traz ao plano físico as recordações,
como se houvesse sonhado). Na Loja Negra trata-se somente de se
ter o valor do herói machão para sair triunfante nas provas.
As monografias do nono grau da Amorc da Califórnia provam à
saciedade o caráter tenebroso da instituição. Os oficiais da Amorc
podem empunhar suas armas contra o autor da presente obra por-
que o Hierofante Aun Weor não os teme. Chegou a hora de desmas-
carar os responsáveis pelo fracasso da Evolução Humana, e Aun
Weor segue somente os ditames da Venerável Loja Branca.
A pistola silenciosa [com silenciador] foi inventada nos labora-
tórios da Amorc e sabemos muito bem que vocês ensinam seus dis-
cípulos muito adiantados a se armarem. Como um mago branco
pode inventar armas destrutivas? O mal não pode provir senão do
mal. Vocês estão violando um dos preceitos da Lei de Deus, que é
“Não Matar”. Eu, Aun Weor, não temo essa pistola silenciosa por-
que estou disposto a subir ao cadafalso em nome da Verdade.
Depois dessa pequena digressão, voltemos ao tema de nosso
presente capítulo: A monografia número seis do nono grau nos re-
lata que depois que seus tétricos discípulos passaram triunfantes
por suas Quatro Provas, diz-se que têm direito a receber a sagrada
iniciação. Vejamos o seguinte parágrafo da página 3 da sexta
monografia do nono grau:
“Agora, deste modo fiquei inteirado de que os dois anéis
entrelaçados haviam de ser meu signo; portanto, dois
círculos entrelaçados semelhantes a dois elos de uma

95
cadeia são meu signo e serão também vosso signo nesta
iniciação. Tão prontamente como isso se me fez enten-
der, foi-me pedido firmar meu nome e deixar a marca
digital do polegar sobre uma página de papel especial,
aderida a uma peça de madeira, com outras também
aderidas, e logo se me ordenou ir à porta, empurrar uma
pequena tampa corrediça e dar minha letra e número”.
Isso cheira a delegacia de polícia, jamais a templos de iniciação
branca. Em nenhum templo de iniciação branca firma-se com o nome
pessoal nem se numera alguém. Nas Lojas Brancas e nos Arquivos
Kármicos, o ser humano figura com o nome do Íntimo e não com
nomes profanos.
Muitos dos estudantes de Cherenzi, ao formarem parte de sua
Universidade Espiritual, perdem seus nomes profanos; os que con-
quistam o Anagarikado assinam um nome caprichoso em substitui-
ção ao próprio, como prêmio por sua conquista, e em Cadeia em
seus Sancta, exclamam, em ação de graças aos Adeptos da mão es-
querda:
E... I... E... I... E... I... E... I... E... I...
Os magos negros da Amorc dão, no ritual de terceiro grau, o
nome de um demônio a seus ingênuos discípulos, e para tal, o discí-
pulo escreve em várias papeletas determinados nomes que lhe são
dados, e ao sacar uma papeleta com um nome, este segue figurando
no Astral. Os nomes são os seguintes:
ADJUTOR
AFECTATOR
AMORIFER
BENEFACTOR
COGNITOR
DIVINATOR
JUSTIFIQUE
PENSATOR
Cada um desses nomes pertence a um demônio que é cabeça de
legião, e o ingênuo discípulo fica sob as ordens e mando do nome
que escolheu ao azar. Os oficiais da Amorc fazem seus discípulos

96
crer que esses nomes revelam simples causalidades morais, e assim,
enganam suas vítimas.
Amorifer é um demônio de capuz vermelho, de corpo elevado e
rosto redondo. Cada um desses demônios é terrivelmente perverso.
Na religião católica, o leigo também recebe um novo nome, como
os magos negros, e isto é devido a que, hoje em dia, todas as seitas
religiosas caíram sob o domínio da magia negra. Isso de adotar no-
mes apócrifos é próprio das escolas de magia negra. Na Loja Bran-
ca, ao discípulo se faz saber o nome de seu Real Ser, ou seja, de seu
Íntimo, nome com o qual figura através de toda a Eternidade e em
todos os Livros Kármicos. Assim temos, por exemplo, que o Buddha
Gautama, nos Mundos Internos chama-se AMITHABA. Krumm-
Heller se chama HUIRACOCHA etc.
Se abrirmos o capítulo 19 do Apocalipse, vemos que o Santo da
Revelação [João] chama o ginete do Apocalipse de “Verbo de Deus”.
Deus é representado pelo monossílabo AUN, e de duas letras V da
palavra Verbo, formando um W; e com as vogais E e O, mais a letra
R, formamos o nome WEOR. Assim, forma-se o nome do “Ser Divi-
no” [Íntimo] do autor: AUN WEOR.
Eu vim ao mundo para cumprir uma grande missão de caráter
mundial. Todos os homens ocidentais têm lido a Bíblia e sabem que
o Ginete do Apocalipse virá (o ginete de que nos fala o capítulo 19
do Apocalipse); porém vim, e não me reconheceram. Antes, ao con-
trário, os líderes espiritualistas se lançaram furiosos contra mim, e
acontece que o mundo não quer trato com os Profetas da Luz. A
humanidade sempre matou os Profetas; a humanidade não gosta
dos Iluminados; a humanidade gosta só dos imbecis; daí que a con-
dição indispensável que se necessita para ganhar aplausos é ser im-
becil. A humanidade crucificou o Cristo e deixou Barrabás livre.
Chovem aplausos para os campeões de boxe porque sabem dar so-
cos. Essa é a humanidade!!!
Voltemos ao tema de nosso capítulo. Na Iniciação Branca
Gnóstica, o discípulo não tem que escolher nome, nem lhe dão um
nome ao azar, senão que recebe o nome de seu Íntimo, o de seu Real
Ser, nome com o qual figura no Livro Kármico, através de todas as
idades.

97
Antes de entrar na autêntica Iniciação Branca, o discípulo preci-
sa receber instruções esotéricas no Salão de Preparações. (Tudo isso
é no astral, não no plano físico)
Vejamos agora como a iniciação dos magos negros da Amorc
começa, também no plano astral:
“Me pedem agora para caminhar por trás de um gran-
de anteparo dourado, e ali, dois oficiais me põem uma
grande túnica azul que me fica folgada. Depois, põem
sobre minha cabeça um fino véu amarelo ou dourado, e
em minha mão, uma cruz de ébano, sobre a qual há uma
rosa vermelha; depois, um oficial vem a mim e anuncia
que é meu condutor. Veste uma túnica negra e um ca-
puz também negro; me toma pelo braço direito e me
gira, de modo que estou pronto para sair detrás do an-
teparo e, de novo, para dentro da câmara ou templo.
Então, um jogo de sinos principia a soar suas notas, que
parecem anunciar minha chegada, e entramos no tem-
plo e nos separamos ao centro, no fundo”.
O condutor do discípulo usa túnica e capuz negros. É, pois, um
autêntico mago negro, porque entre os mestres da Loja Branca, nin-
guém usa capuz negro. Zanoni veste túnica negra e leva um manto
de distinção [igualmente] negro, porém, não capuz negro. O capuz
negro é próprio dos magos negros.
“Havendo chegado ao fundo do templo novamente, se
me conduz até o centro do templo, e um oficial coloca
uma grande cruz sobre minha cabeça, enquanto me ajoe-
lho, e por três vezes soa uma campainha em alguma ou-
tra parte do templo. Então, desde o Leste do templo, um
mestre com túnica purpúrea aproxima-se de mim trans-
portando uma grande cruz egípcia presilhada, sustenta-
a sobre minha cabeça em lugar da outra cruz, enquanto
alguns oficiais param em volta de mim e me dizem: ‘Sob
a cruz da imortalidade e da vida eterna, bendito és’.”
Nos salões de autêntica iniciação gnóstica, nenhum mestre ja-
mais veste túnica púrpura ou vermelha. Essas cores, só as usam os

98
hierarcas da loja negra. Na iniciação branca coloca-se sobre os om-
bros do discípulo uma enorme e pesada cruz de madeira, signifi-
cando que o discípulo já começou a via crucis das nove arcadas. O
peso da cruz difere muito; o peso da cruz depende do Karma de
cada um. Algumas vezes o discípulo não pode com o peso da cruz,
e então o Cirineu tem que lhe ajudar.
As vogais E e U ajudam o discípulo a carregar a sua cruz, quan-
do esta é muito pesada. A cruz sobre os ombros é magia branca; a
cruz sobre a cabeça é magia negra. Cristo não levou a cruz sobre a
cabeça, mas sobre os ombros. A cruz representa a matéria, e levá-la
sobre a cabeça, é resolver viver sob a matéria, sob o mundo.
O mago negro diz: “Sob a cruz da imortalidade e da vida eterna,
bendito és”. O mago branco diz: “Sobre a Cruz, Eu Sou”. A cruz
sobre a cabeça é levada pelos pontífices [da igreja católica] em suas
mitras. Nenhum mago branco leva a cruz sobre a cabeça, mas sobre
os ombros, tal como o mostrou o Divino Redentor. Nós, os gnósti-
cos, não estamos debaixo da cruz, mas sobre ela.
O gnóstico tem de morder certa figurinha na Primeira Iniciação,
e antes de adentrar a ela, já terá recebido a autêntica Palavra Perdi-
da, que jamais foi escrita. Os exames verbais são muito rigorosos
para se receber a Iniciação. Ao mago negro pouco lhe importa a
moral. Uma vez que o Chela passa triunfante a iniciação branca, se
lhe faz uma festa. Na cerimônia negra, o discípulo recebe do mago
negro, vestido de amarelo, uma série de ensinamentos, que eles utili-
zam para se fazerem invisíveis e para fazerem invisíveis os demais.
No próximo capítulo, intitulado “O Nirvana” falaremos sobre
estes detalhes. Como já dissemos, todos estes ensinamentos vêm da
Atlântida. Na Atlântida, os homens também utilizavam as forças
sexuais para fazer danos. Orhuarpa formava, com a mente, mons-
tros, que logo os materializava, fisicamente, e os alimentava com
sangue e arrojava esses monstros sobre suas indefesas vítimas quan-
do queria.
A humanidade atlante foi clarividente e manejou a maravilha
das forças cósmicas. Em dita época houve um santuário muito im-
portante, chamado Santuário de Vulcano. Os Guardiões desse san-

99
tuário tinham sob seu controle Ahrimã e suas legiões para que não
pudessem atuar livremente em nosso planeta. Esses átomos de
Ahrimã danificaram a clarividência do homem, e então a humani-
dade ficou escrava da ilusão do mundo físico.
Também havia na Atlântida um grande Colégio de Iniciados, e
quando os malvados atentavam contra eles, eram mortos pela Espa-
da da Justiça.
Os Senhores de Mercúrio deram ao homem a mente para que
pensasse e não para que a usasse com fins destrutivos.
Orhuarpa, vendo que o povo o adorava como a um deus, armou
um poderoso exército e pôs-se em marcha contra TOLLAN [Thule
ou Thulé], a cidade das sete portas de ouro maciço, onde reinava o
mago branco da Atlântida.
E vestido com aço, com escudo, elmo, armadura e espada, luta-
va de dia; pela noite desatava suas bestas e suas feiticeiras que, em
forma de lobos, causavam danos ao inimigo; assim dominou Tollan,
a cidade das sete portas de ouro maciço e fez-se imperador de toda
a Atlântida, e estabeleceu o culto ao sol tenebroso.
Assim estavam as coisas quando o Mestre Mória encarnou. Reu-
niu seu exército de soldados e se pôs em marcha contra Orhuarpa.
Orhuarpa lançava contra o Mestre Mória suas bestas ferozes,
mas o Mestre as dissolvia com seus luminosos poderes.
E com o fio de sua espada o Mestre tomou Tollan, a cidade das
sete portas de ouro maciço, e todos os soldados de Orhuarpa caí-
ram sob a espada das forças da luz.
Vendo-se perdido, Orhuarpa encerrou-se numa torre e ali mor-
reu queimado, pois os soldados do Mestre Mória atearam fogo
à torre.
Porém, as coisas não terminaram aí. Imediatamente Orhuarpa
voltou a reencarnar, e quando tinha idade propícia, reuniu outra
vez seu exército de guerreiros e feiticeiras e pôs-se em marcha nova-
mente contra Tollan. Não conseguindo tomar a cidade, estabeleceu
trono contra trono. Então, quatro tronos disseram ao Imperador
Branco NOENRA (Noé): “Saí desta terra e passai ao deserto de

100
Góbi por onde quer que haja terra seca porque Deus vai submergir
esta terra”.
E Noenra obedeceu, e saiu com toda a sua gente até o deserto
de Góbi.
O povo de Noenra era composto pelas tribos semitas primitivas,
que haviam seguido o caminho da Magia Branca, e Orhuarpa tor-
nou-se amo e senhor da Atlântida.
Tempos depois da saída do Povo de Israel [da Atlântida], come-
çaram a aparecer algumas manifestações ígneas perigosas.
O uso das forças sexuais utilizadas para a Magia Negra fez en-
trar em atividade o fogo dos adormecidos vulcões. É que as forças
sexuais têm íntima relação com todas as forças da Natureza, porque
elas não estão somente em nossos órgãos sexuais como em todas as
nossas células e também em cada átomo do Cosmo.
A força sexual é a causa da eletricidade.
Portanto, é lógico que, por indução, entraram em atividade os
adormecidos vulcões, pois esses vulcões e os magos negros esta-
vam intimamente relacionados por meio da energia sexual.
E através de grandes terremotos afundou-se a Atlântida com
todos seus magos negros nas profundezas do Oceano Atlântico.
Todas as tribos indígenas da América são vestígios atlantes. Es-
sas tribos conservam muitas práticas de magia negra proveniente
dos atlantes.
Na América, há quem faça bonecos de cera, e os enterram com
alfinetes; e assim, exaltam a imaginação e concentram a mente so-
bre a vítima.
Há quem utilize as forças sexuais com propósitos destrutivos.
Tudo isso é originário da Atlântida.
Os índios arhuacos da Serra Nevada de Santa Marta [Colômbia]
queimaram todo um povoado, chamado Dibuya, por meio dos
elementais do fogo, chamados por eles de “Animes”.
No pequeno povoado de Santa Cruz de Mora (Estado de Mérida),
conheci uma humilde anciã que fazia maravilhas com os elementais

101
da natureza. Dita anciã, quando era jovem, casou-se com um índio.
Seu marido a levou para as selvas, e conta dessa tribo coisas muito
estranhas. Diz que durante o dia os índios abandonavam suas casas
e pela noite todos chegavam com aparência de animais, e já dentro
de seus ranchos, tomavam a figura humana.
Certo dia, o marido se despediu dela dizendo-lhe que ia para a
selva para morrer (pois esses índios se retiram para a selva para
morrer) e lhe entregou um amuleto dizendo-lhe: “Deixo-te esta lem-
brança para que peças o que precisar quando tiveres necessidade”.
A anciã fez maravilhas no povoado de Santa Cruz. Pedia ao
amuleto o que queria e lhe vinha o dinheiro, a bebida, as jóias, os
licores, os perfumes etc., como por encanto. As pessoas vítimas de
roubo não tinham outro trabalho senão consultá-la, e no ato ela pe-
dia o objeto roubado ao amuleto; trazido por mãos invisíveis, este
chegava. Assim, cada um recobrava o perdido.
Essas maravilhas terminaram para a anciã quando teve a fra-
queza de confessar-se com um padre, o qual lhe tomou o maravi-
lhoso talismã.
Isto não tem nada de fantástico nem de raro, isso simplesmente
se faz com os elementais da natureza. A obra do senhor Franz
Hartman, intitulada Os Elementais, trata amplamente destas coisas.
Todos estes conhecimentos vêm da Atlântida.
Os elementais tanto servem para o bem quanto para o mal. Os
atlantes utilizaram-nos para o mal.
Todos os conhecimentos da Escola Amorc, de São José da
Califórnia, vêm da magia negra dos atlantes.

CAPÍTULO 15
O NIRVANA

As tribos israelitas [no fim da Atlântida] emigraram em direção


ao Oeste, a partir do deserto de Góbi, para formar a Raça Ária. Isto

102
está descrito no Êxodo, com a saída de Israel da terra do Egito, rumo
à Terra Prometida.
Enormes caravanas de seres humanos, capitaneadas pelos Mes-
tres de Mistérios Maiores, saíram da Atlântida para o deserto de
Góbi, e logo, desse deserto, encaminharam-se ao Ocidente, para
se cruzarem com algumas raças ocidentais e formar nossa atual
Raça Ária.
Os capitães desse êxodo bíblico eram os próprios Mestres de
Mistérios Maiores. Eles eram profundamente venerados pela hu-
manidade, e ninguém ousava desobedecer às suas sagradas ordens.
Moisés levou 40 anos no deserto, ou seja, 40 anos permanece-
ram os israelitas primitivos no deserto, e construíram a Arca da Ali-
ança, e estabeleceram os Mistérios de Levi e adoraram a Jeová.
Os Sete Santuários de Mistérios Maiores emigraram até o Oci-
dente, e à luz desses Santuários, floresceu a Pérsia dos Magos, a
Índia dos Rishis, a Caldéia, o Egito, a Grécia helênica, etc.
A sabedoria oculta iluminou Sólon, Pitágoras, Heráclito, Sócrates,
Platão, Aristóteles, Buddha, etc.
À luz dos sagrados mistérios floresceram as mais poderosas ci-
vilizações do passado...
O homem foi desenvolvendo o intelecto, e o intelecto tirou-o
dos mundos internos. Quando o homem perdeu a clarividência,
conheceu o medo. Antes, não havia medo, porque o homem con-
templava a ação dos Deuses, e via o desenlace de tudo.
O homem se afastou da Grande Luz, e agora tem que regressar a Ela.
Os buddhistas nos dizem que quando o homem se livra da Roda
de Nascimentos e de Mortes entra na inefável felicidade do Nirvana.
Os gnósticos sabemos que o Cristo é um Nirmanakaya, que re-
nunciou ao Nirvana para salvar a humanidade.
O Livro dos Mortos diz: “Eu sou o crocodilo Sebek. Eu sou a
chama de três mechas, e minhas mechas são imortais. Entro na re-
gião de Sekem. Entro na Região das Chamas que têm derrotado meus
inimigos”.

103
Essa região de Sekem, essa região das chamas, é a dita inefável
do Nirvana.
Um Dhyan-Chohan é aquele que já abandonou os quatro corpos
de pecado: físico, astral, mental e causal.
Um Dhyan-Chohan só funciona com sua Alma de Diamante,
portanto, já se livrou de Maya, e vive feliz no Nirvana.
O Crocodilo Sagrado [Sebek] é o Íntimo. O Íntimo é a chama
com suas três mechas [pavios] imortais. Essas três mechas são sua
Alma de Diamante, sua mente ígnea, e Atman, seu próprio corpo
espiritual.
O Nirvana é uma região da natureza, onde reina a felicidade
inefável do fogo. Este plano nirvânico tem sete subplanos, e em cada
um desses sete subplanos de matéria nirvânica, há um grande salão
esplendoroso, onde os Nirmanakayas estudam seus mistérios. Por
isso, seus subplanos são chamados de Salões, e não de subplanos,
como são chamados pelos teosofistas.
Os Nirvanis dizem: “Estamos no 1º Salão do Nirvana, ou no 2º,
ou no 3º, ou no 4º, ou no 5º, ou no 6º, ou no 7º Salão do Nirvana”.
É impossível descrever a inefável felicidade do Nirvana. Ali rei-
na a Música das Esferas, e a alma arrouba-se num estado de beatitude
impossível de descrever com palavras.
Os habitantes dos salões superiores do Nirvana usam túnicas de
diamantes, e levam, sobre suas cabeças, mantos de distinção, que
caem até seus pés.
Nós podemos visitar o Nirvana em corpo astral. Os Yogues da
Índia, no estado de Samadhi, visitam o Nirvana em seus corpos
mental ou causal. Porém, pretender visitar o Nirvana com procedi-
mentos de magia negra, ao estilo da Amorc de São José da Califórnia,
é o cúmulo da loucura.
Os discípulos do nono grau da Amorc, depois de haver passado
pela Iniciação Negra, recebem os ensinamentos para formar uma
nuvem com a mente e com o verbo, utilizando o mantra Rama, que
se pronuncia assim:
R... A... M... A...

104
Ra é masculino, Ma é feminino.
Eles utilizam a força sexual e a força mental para formar uma
nuvem de matéria astral. Um vez formada a nuvem, metem-se nela,
se “tonificam” com tal ou qual lugar e, como é perfeitamente lógico,
produz-se uma separação ou desprendimento do astral, e eles se
transportam aonde querem nesse corpo astral, porém, não ao
Nirvana.
O gnóstico sabe entrar no Nirvana utilizando os poderes do seu
Íntimo. Quando o gnóstico quer entrar no Nirvana, deve fazer o
seguinte:
1. Sair em corpo astral.
2. Já fora de seu corpo físico, orar ao seu Íntimo assim: “Meu
Pai, leva-me ao Nirvana”, e então, o Íntimo transportará a Alma
do gnóstico até as ditas inefáveis do Nirvana.
O procedimento gnóstico para sair em corpo astral é muito sim-
ples. O gnóstico aproveita o estado natural de transição entre a vigí-
lia e o sono para sair do corpo, com tanta naturalidade como se saís-
se de sua casa. Basta-lhe pronunciar o mantra RUSTI, no momento
de estar adormecendo, e logo vai descendo de sua cama; não com a
mente, nem com a imaginação, mas em carne e osso. O corpo fica
sobre a cama.
Pronuncia-se o mantra RUSTI assim: RRR...UUU...SSS...TIII...
por várias vezes [por dezenas, centenas ou milhares de vezes].
O trabalho de concentração do mago negro do nono grau da
Amorc, juntamente com seu tremendo gasto de energia sexual, é
prejudicial para os discípulos. O mantra RA põe em atividade o pólo
masculino da força sexual que levamos em nossas glândulas sexu-
ais. A sílaba MA exterioriza a força sexual feminina que levamos
dentro.
O mago negro da Amorc utiliza, com o mantra Rama, suas pró-
prias forças sexuais, que, combinadas com a força mental, lhe permi-
te a saída em Corpo Astral. Claro que tem de formar com a mente
uma nuvem; logo, atrair essa nuvem em meditação, e depois, meter-
se nela, tonificar-se com determinado lugar, e aí fica fora do corpo.

105
Os antiqüíssimos magos negros se envolviam com a nuvem as-
sim formada, e logo, cheios de intensa fé, terminavam por andar em
carne e osso, e então, esse corpo se submergia dentro do plano as-
tral, e assim se transportavam a remotas distâncias em poucos mi-
nutos. Isso já foi esquecido pelos atuais dirigentes da Amorc. Os
magos negros sempre gastam suas energias sexuais nesses experi-
mentos e em muitos outros.
O gnóstico sabe muito bem que deve economizar sempre suas
forças sexuais, porque com elas desperta seu Kundalini.
O procedimento dos rosacruzes da Amorc prejudica o Kundalini
de qualquer discípulo da fraternidade branca, e assim, estanca o
seu progresso.
O mantra RA ajuda a despertar Kundalini, porém há que se sa-
ber como, e isto é o que ignoram os magos negros da Amorc. Eles
crêem que pronunciando o mantra RA-MA todas as manhãs, de pé,
e fazendo várias aspirações de ar, vão se purificar; com isso, de-
monstram desconhecer por completo a sabedoria dos egípcios.
Nós, os antigos egípcios, pronunciamos o mantra RA na posição
egípcia: os joelhos na terra, as palmas das mãos tocando-se com os
polegares na terra e a cabeça sobre o dorso das mãos.
Pronuncia-se o mantra assim: RRR... AAA..., por várias vezes.
Como já dissemos, os antigos magos negros, envoltos numa nu-
vem, transportavam-se fisicamente para onde queriam. A nuvem
vinha a ser a alavanca ou o instrumento para tirar o corpo astral da
região física e submergi-lo dentro do plano astral. E, quando já che-
gavam aonde queriam ir, então, abandonavam a nuvem e ficavam
novamente dentro do plano físico, no lugar anelado.
Os magos negros da Amorc já se esqueceram disso.
A força para fazer isso é tirada das glândulas sexuais, e isso é o
que eles não explicam a seus discípulos. Eles laconicamente dizem,
em sua monografia 7 do nono grau: “Ra representa a positiva força
criativa e Ma a negativa, que completa a Ra. Ra + ma, juntos, são a
força da Criação.
Por que não explicam isso ao discípulo? Por que vedam isso a

106
seus estudantes? Por que não falam com franqueza? O que aconte-
ce? Eles sabem muito bem que o dia que tirarem as máscaras sua
instituição fracassará, e é por isso que se calam.
Isso de empregar a força sexual para essas coisas é magia negra.
Com esses experimentos, o discípulo negro se descarrega totalmen-
te, como uma pilha elétrica, e perde as forças que poderia utilizar
para despertar Kundalini, positivamente.
Cristo, o Divino Rabi da Galiléia, ensinou-nos o segredo para
viajar com o corpo no plano astral. Vejamos os versículos 24 a 32,
capítulo 14, do Evangelho de São Mateus.
“E o barco já estava em pleno mar, atormentado pelas
ondas, porque o vento era contrário. Mas na quarta hora
da noite, Jesus foi a eles andando sobre o mar. E os dis-
cípulos, vendo-o andar sobre o mar, perturbaram-se
dizendo: É um fantasma... e deram vozes ao medo. Mas
logo Jesus falou-lhes: Confiai, sou eu, não tenhais medo.
Então, Pedro disse-lhe em resposta: Senhor, se és tu,
manda que eu vá a ti sobre as águas. E Ele disse: Vem...
E descendo Pedro do barco andava sobre as águas para
ir até Jesus. Mas, olhando para a forte ventania, teve
medo, e começou a afundar, e gritou dizendo: Senhor,
salva-me. E logo Jesus, estendendo a mão, segurou-o e
disse-lhe: Homem de pouca fé, por que duvidaste? E
como eles, entraram no barco, aquietou-se o vento.”
(Mateus 14: 24 a 32)
Este é o segredo gnóstico para se entrar com o corpo de carne e
osso dentro do plano astral.
Pedro estava caminhando sobre as águas porque seu corpo físi-
co, por obra da força e da fé, submergiu dentro do plano astral, po-
rém, no momento em que duvidou, saiu do plano astral, e esteve a
ponto de submergir.
As forças do plano astral sustentavam Pedro sobre as águas, e
era o plano astral que sustentava Jesus sobre as águas.
Os gnósticos, quando queremos ir com o corpo de carne e osso
ao plano astral, utilizamos a chave que o Mestre [Jesus] nos ensi-

107
nou. Procedemos da seguinte maneira: No preciso momento de des-
pertar do sono natural, sem dar tempo a nenhuma análise, dúvida
ou vacilação, cheios de grande fé, levantamo-nos de nosso leito, sa-
ímos de nosso quarto e nos elevamos na atmosfera.
Nisso, só a fé nos sustenta. Qualquer análise, dúvida ou vacila-
ção, prejudica o experimento.
Também podemos aproveitar o instante de estarmos adorme-
cendo ou simplesmente um instante em que a mente está em pro-
fundo repouso, como um lago tranqüilo.
O corpo físico simplesmente flutua porque, por meio da fé, aban-
donamos a força da gravidade e o plano físico, e penetramos com o
nosso corpo físico dentro do plano astral, onde reinam as leis da
levitação.
Nossos discípulos também sabem caminhar sobre as águas, o
mesmo que nosso Mestre.
Nós somos cristãos autênticos.
Os magos negros da Amorc também utilizam o procedimento
da nuvem para envolver-se com ela e tornarem-se invisíveis. Nisto
não esqueceram o mimetismo: caso se encontrem numa selva, farão
a nuvem verde, e se é dentro de um quarto de paredes brancas, fa-
rão uma nuvem branca e assim tornam-se invisíveis.
Os magos brancos utilizamos o poder do Íntimo para nos fazer-
mos invisíveis, porém esse poder só nos é entregue quando o temos
merecido. Os magos negros da Amorc crêem que com seus experi-
mentos negros podem penetrar no Nirvana, mas estão equivoca-
dos. Penetram no astral, não no Nirvana.
Os gnósticos podem penetrar no Nirvana até em carne e osso.
Claro que os teosofistas vão se rir de nós porque eles não sabem
dessas coisas. A única coisa que eles têm na cabeça é um arsenal de
teorias, porém, na prática, realmente, não são mais que uns eunucos
do entendimento, místicos afetados, sibaritas fornicários.
Todavia, recordo-me do teosofista A..., membro da Loja Arco-
Íris de Bogotá, que fugiu apavorado pela praça de Cartagena, quan-

108
do eu, Aun Weor, comuniquei-lhe que ele trabalhava conscientemen-
te no astral.
Isso é o cúmulo do negativismo dos teosofistas: Horrorizam-se
pelo fato de pensar no “despertar da Consciência”. A eles só lhes
interessa ter a cabeça cheia de baratas e viver adormecidos; entre-
tanto, dizem que pensam entrar no Nirvana algum dia... Estultos
exemplares de sabedoria. Ao Nirvana só entram aqueles que já pas-
saram pela Alta Iniciação; aqueles que têm dado até sua última gota
de sangue pela humanidade.
Todos anelamos a Alta Iniciação, porém, ao altar da Alta Inicia-
ção só se chega com o membro viril em estado de ereção.
O gnóstico vive sempre heróico, sempre triunfante e sempre re-
belde, como os heróis de Rabelais.
O gnóstico sobe a Alta Iniciação com o membro viril bem ereto,
porque o gnóstico é bem homem.
O gnóstico aspira ao Nirvana, porém, sabe muito bem que leva
o Nirvana nos testículos [e as mulheres, nos ovários], e só poderá
realizá-lo em si mesmo por meio da coragem.

CAPÍTULO 16
O ELIXIR DA LONGA VIDA

O Mestre Zanoni recebeu sua Iniciação na Caldéia em eras


remotíssimas, e conservou-se jovem durante milhares de anos.
Mejnour, companheiro de Zanoni, viveu também eras inteiras. Es-
tes Mestres eram invencíveis, e a morte não podia contra eles, que
foram cidadãos de uma antiga nação, já desaparecida (a Caldéia).
Qual o seu segredo? Qual o seu poder?
Ao chegar ao presente capítulo, muitos cirurgiões, analfabetos
da Medicina Oculta, olharão com desprezo e com gestos compassi-
vos; zombarão do Elixir da Longa Vida, considerando insensatos
estes ensinamentos, os quais, para eles, é algo impossível. As pesso-
as jamais compreenderam, nem querem admitir que o Elixir da Lon-

109
ga Vida, a Pedra Filosofal e a Chave do Movimento Perpétuo, en-
contram-se dentro dos testículos do homem e dentro do útero da
mulher.
Já temos dito e não nos cansaremos de repetir: a Iniciação é a
própria vida retamente vivida, e que a redenção do homem está
exclusivamente no ato sexual.
Quando circulou nossa obra O Matrimônio Perfeito, tal como
havíamos previsto, surgiram inumeráveis críticos, que nos qualifi-
caram de pornográficos, por haver falado em linguagem simples,
ao alcance de toda compreensão, e por haver dado a chave da Ma-
gia Sexual.
Entretanto, sabemos que para o puro tudo é puro, e para o im-
puro, tudo é impuro. Esses tais, modelos de sabedoria, místicos en-
fermos, através de suas elucubrações luxuriosas, que se acreditam
supertranscendidos, qualificaram-nos de materialistas. Tais sujeitos
ignoram totalmente que nada pode existir, nem mesmo Deus, sem o
auxílio da matéria.
Alguns velhos decrépitos e desgastados pelo coito passional, e
beatas sexualmente insatisfeitas, horrorizadas, lançaram fora o li-
vro, qualificando-o de escandaloso e pornográfico.
É que a humanidade não ama o bem, e sim, o mal. Houve místi-
cos alucinados que advogaram pela castidade absurda que predicam
e que não praticam; algumas seitas religiosas não sabem que a pró-
pria natureza rebela-se contra essa nefasta abstenção; por isso, vêm
as poluções noturnas, a descalcificação geral pela uretra, e como
conseqüência, a enfermidade.
É que a natureza é sábia em seus desígnios; os homens foram
feitos para as mulheres e as mulheres para os homens. O que temos
que aprender é estar com a mulher sem nos prejudicarmos. Para
isso existe a Magia Sexual.
Durante os transes amorosos, o gnóstico refreia o ato sexual, e
então o sêmen transmuta-se em energia atômica que sobe por certos
canais espermáticos à cabeça, e o homem se transforma em Deus.
Isso não entendem nem podem entender e nem explicam os
pseudo-apóstolos da medicina moderna, simplesmente porque não

110
conhecem a anatomia dos sete corpos do homem, nem a química
oculta, nem a ultra biologia dos corpos internos do homem, que são
a base fundamental da vida hormonal, das glândulas endócrinas.
Os hindus chamam esses canais espermáticos, por onde sobe
internamente a energia sexual à cabeça, de “IDA e PINGALA”. Es-
ses são os cordões nervosos, que se relacionam com o Vago e o Sim-
pático; enroscam-se na coluna espinhal, na forma simbólica com que
se representa o Caduceu de Mercúrio.
O corpo humano tem canais para a saída do sêmen e também
possui canais espermáticos por onde o sêmen, convertido em ener-
gia, sobe desde as bolsas seminais até a cabeça, porque a massa se
transforma em energia, como já demonstrou o grande sábio Einstein,
e a este processo é o que nós chamamos de “transmutação”.
Em épocas antiqüíssimas o homem usava os canais espermáticos
de subida; atualmente, os médicos dos índios da Serra Nevada de
Santa Marta, na Colômbia, sabem usar esses canais desde tempos
remotos. Por isso chegam até uma idade muito avançada, manten-
do lúcido seu entendimento, seus cabelos negros, sua dentadura
intacta; também, com freqüência, surgem entre eles filhos de
octogenários e centenários, enquanto que em nossa atual civiliza-
ção, o homem, aos 60 anos de idade, é um decrépito.
Existem milhares de provas para o homem civilizado e científi-
co se pôr a pensar sobre esse detalhe. Por exemplo, na criança, onde
sua força sexual não está recolhida em suas gônadas, mas encontra-
se latente em todo seu organismo... Se ela se corta, sara mais rapida-
mente que um adulto, porque este, desde a puberdade, já está des-
perdiçando suas energias sexuais. Ademais, não sabe manejá-las,
como é o caso da criança.
Grandes erros cometem os jovens, e também seus pais, quando
permitem que seus filhos gastem a força sexual em prazeres e dis-
plicências. É preciso lhes ensinar que nessa grande força reside o
princípio vital. É verdade, como diz a ciência oficial, que é uma fun-
ção biológica, mas, como diz o sexto mandamento do Decálogo, não
devemos desperdiçar essa força porque ela só cumpre a função cri-
adora ou de criar. Assim, a liberdade que os pais dão aos seus filhos,

111
para que cumpram livremente suas funções biológicas, não deixa
de ser um crime que se comete contra a juventude.
A Magia Sexual tem as seguintes vantagens:
1. Marido e mulher permanecem por toda vida amando-se com
maior intensidade, como se fossem noivos.
2. Não enche a esposa de filhos.
3. A mulher rejuvenesce, torna-se cada dia mais bela e atraente
porque, graças a seu marido, carrega-se diariamente de pode-
rosas forças.
4. O homem de idade rejuvenesce e não envelhece porque está
dando vida a si mesmo com sua força criadora; a sorte e a
felicidade os rodeiam por toda parte.
5. Desperta em ambos o sentido da clarividência, e então, o véu
dos mundos invisíveis se descortina ante suas vistas.
6. O fogo sagrado do Espírito Santo os ilumina internamente.
7. Unem-se com seu Íntimo (Deus Interno) e convertem-se em
Reis da Criação, com poderes sobre os quatro Elementos (Ter-
ra, Água, Ar e Fogo).
8. Adquirem o Elixir da Longa Vida que está no Kundalini.
9. A morte já não mais será. Tudo isso, apesar do discurso dos
nossos médicos dedicados à universidade materialista.
Quando entrou em circulação nosso livro O Matrimônio Per-
feito, milhares de magos negros se lançaram iracundos com pedras
nas mãos contra nós, apesar de esse livro ensinar o bem e ensinar o
homem a ser casto e puro.
Israel Rojas R., meu discípulo traidor, não pôde resistir ao co-
lapso de ira quando constatou que havíamos publicado em nossa
obra os ensinamentos secretos que o Mestre Huiracocha havia trazi-
do à Colômbia para o nosso bem; isso deu motivo para que o senhor
Rojas queimasse o livro; ele jamais quis que a pobre humanidade
doente conhecesse os Mistérios do Sexo. Ele só ensinava essa ciên-
cia secreta a seus discípulos mais chegados. Em troca, em suas mui-
tíssimas obras, que lhe deram gordos resultados financeiros, nada

112
de concreto ensinou a seus leitores. Os Mestres da Venerável Loja
Branca confiaram ao senhor Rojas uma missão que ele não soube
cumprir, enchendo sua sabedoria de orgulho e vaidade, traindo a
seu antigo Mestre Aun Weor.
O fato de alguns elementos fazerem mau uso destes ensina-
mentos não quer dizer que se possa privar a humanidade deste co-
nhecimento, porque a humanidade já está madura para recebê-los,
senhor Rojas. Pelo fato de alguns discípulos do senhor Rojas terem
feito mau uso da Magia Sexual, não por isso se vai privar a humani-
dade deste conhecimento, porque mais dano faz à humanidade sua
vida fornicária e passional. Enquanto a humanidade for fornicária,
não terá Luz.
Não entrais no Paraíso nem deixais os demais entrar! Eu des-
mascararei os traidores e desconcertarei os tiranos [das Lojas
Esotéricas] ante o veredito solene da consciência pública. Eu rom-
perei todas as correntes do mundo. Eu, Aun Weor, poderoso
Hierofante dos Mistérios Egípcios, iniciarei a Idade de Aquário, ainda
que tenha que converter a Terra inteira num gigantesco cemitério!!!
Não me atemoriza o sorriso sutil de Sócrates nem tampouco me
desconcerta a gargalhada estrondosa de Aristófanes!!!
Toma-se o céu por assalto porque o céu é dos valentes.
O gnóstico, envolto na couraça de aço do caráter, empunha a
espada da vontade, e como um terrível guerreiro, lança-se à batalha
para tomar o céu de assalto. Os gnósticos somos os homens das gran-
des tempestades, e entre o estampido do trovão, só entendemos a
linguagem de majestades.
Quando o guerreiro já se aproxima da Iniciação, pode então rir-
se da morte, com uma gargalhada que faz estremecer todas as ca-
vernas da terra. Então, sim, tem o direito ao Elixir da Longa Vida,
que é ouro potável, vidro líquido, flexível, maleável. Pede aos Se-
nhores do Karma mais anos de vida para pagar suas dívidas e assim
cumprem-se a Morte e a Ressurreição na presente encarnação. Une-
se ao Íntimo, e uma vez pago o Karma, convoca os Senhores da Lei
para lhes declarar que está resolvido a ficar no mundo, a fim de
trabalhar pela humanidade e, em conseqüência, segue com seu cor-
po físico até a consumação dos séculos.

113
Os Mestres Kout-Humi, Mória, Saint Germain, etc., têm corpos
físicos que datam de milhares de anos. Todos eles têm idades incal-
culáveis. Que faria um Mestre de Mistérios Maiores trocando de
corpo constantemente? O fundador do Colégio de Iniciados é o
Maha-Guru que permanecerá conosco até que o último Iniciado haja
chegado à sua estatura.
O autor de Deuses Atômicos nos diz que no Egito há dois Mes-
tres de idades realmente indecifráveis: um deles é citado por
antiqüíssimas escrituras religiosas. O Mestre conserva seu corpo
durante milhões de anos porque possui o Elixir da Longa Vida, e
este reside no Kundalini. O Mestre vive engendrando seu corpo di-
ariamente por meio de Kundalini. As células de um Mestre não
“murcham” porque o Fogo de Kundalini não as deixa murchar.
Kundalini é, pois, o Elixir da Longa Vida. Este fogo é o ouro potável
dos antigos alquimistas. Esta é a Árvore da Vida, da qual nos fala o
Gênese, no seguinte versículo:
“E havia Jeová-Deus feito nascer da terra toda árvore
de aspecto desejável e boa de comer, também a Árvore
da Vida no meio do Horto, e a árvore da Ciência do
Bem e do Mal.” (Gênese 2:9)
A Árvore da Vida é Kundalini e a árvore da Ciência do Bem e do
Mal é o sêmen. Ambas as árvores são do Horto de Deus.
“E saía do Éden um rio para regar o Horto e dali se
repartia em quatro ramais.”
“O nome de um era Pisom; este é o que cerca toda a
terra de Havilah, onde há ouro.”
“E o ouro daquela terra é bom: há ali também bedélio
[resina odorífica cujo uso medicinal resulta no bálsa-
mo] e pedra cornalina” [espécie de ágata; diz-se que o
Santo Graal foi feito dessa pedra].
A Terra de Havilah é nosso próprio corpo e o ouro desta terra
são os átomos solares de nosso sistema seminal, ou seja, o ouro po-
tável do sêmen.
“O segundo rio é Giom, este é o que rodeia toda a terra
de Etiópia.”

114
Este segundo rio é o líquido encéfalo-raquidiano, que é o outro
pólo de nosso sistema seminal, com o qual rodeamos toda nossa
terra de Etiópia, isto é, nossa cabeça e garganta, pois com o líquido
encéfalo-raquidiano, formamos cérebro e garganta.
“O nome do terceiro rio é Hidequel, este é o que vai
adiante da Assíria. E o quarto rio é o Eufrates”. (Gênese
2:10 a 14)
O rio que vai adiante da Assíria e do Eufrates são os dois pólos
da força seminal da mulher. A mulher está diante de nós porque é a
porta do Paraíso e a porta está sempre adiante.
O Éden é o próprio sexo e a Árvore da Vida está no Éden. O
Grande Hierofante Eliphas Levi disse que o Grande Arcano era a
própria Árvore da Vida, banhada pelos quatro rios do Éden. Porém,
temeroso, disse em um momento de arrependimento: “Temo haver
dito demasiado”.
Este é o terrível segredo, indizível, que jamais nenhum Iniciado
havia ousado divulgar. Este é o terrível segredo do Grande Arcano.
Esses quatro rios do Éden são as forças sexuais do homem e da
mulher. A Árvore da Vida está no meio dos quatro rios do Éden.
Se o homem, com todos seus vícios e paixões tivesse podido co-
mer da Árvore da Vida, então teríamos Nero vivo, e os grandes tira-
nos não haveriam deixado um só instante de luz para a humanida-
de. Conquanto vivesse Calígula e os 12 Césares de Roma, ainda es-
tariam sentados sobre seus tronos. Porém, felizmente, Jeová soube
guardar a Árvore da Vida.
“Colocou o homem para fora e pôs Querubins ao Ori-
ente do Horto do Éden, e uma Espada Flamejante que
se revolvia para todos os lados, para guardar o cami-
nho da Árvore da Vida”. (Gênese 3:24)
Acende tuas nove lâmpadas místicas, ó Chela!
Escuta-me! Há no fundo de tua alma um Mestre que permanece
em mística proximidade, aguardando a hora de ser realizado.
Ouve-me, amado discípulo, esse Mestre é teu Íntimo e tu és a
alma do Mestre.

115
O Íntimo se faz Mestre com os frutos das experiências milenares,
através das inumeráveis reencarnações.
Não esqueça, amado discípulo, que tu és uma alma e que teu
corpo é tua roupa.
Escuta-me, amado discípulo: quando uma roupa se estraga, o
que você faz?
Joga fora, porque já não te serve; isso você não pode negar.
Agora, se tu desejas outra roupa, aonde vais?
Tu me dirás que vais a um alfaiate, para que ele te faça uma
roupa nova.
Pois bem, querido discípulo, já te disse que tu és uma alma e que
teu corpo é uma veste [da alma]. Essa roupa de carne foi bem feita;
sob medida a fizeram os alfaiates, que foram teu pai e tua mãe. Quan-
do essa roupa se estraga, que fazes? Atira-a longe de ti; e se quiseres
repô-la, tens que buscar um novo par de alfaiates, que sejam ho-
mem e mulher, para que façam outro traje de carne, bem feito, sob
medida.
Tu me dirás: Como? E eu te pergunto: Como te fizeram essa rou-
pa de carne que tens? Da mesma forma, os novos alfaiates farão
outra roupa da carne.
Por que te parecem estranhas essas coisas? Quando retiras uma
roupa de pano e vestes outra, deixas de ser o senhor “X” e te esque-
ces de teus negócios e de tuas contas?
Claro que não! Seja com uma roupa de pano ou com uma roupa
de seda sempre pagarás as tuas contas. O mesmo acontece quando
tu, que és uma alma, te revestes com uma indumentária de carne:
Paga tuas velhas contas porque não existe outro remédio. Esses dé-
bitos são tuas más ações.
Escuta-me, amado leitor, são inúmeras vestes de carne que tens
usado desde o princípio do mundo. Se não te lembras disso, outros
se recordam, e chegará o dia em que poderás lembrar tuas milhares
de mortes e nascimentos, desde a constituição do mundo.
Não esqueças que Adão não é um só indivíduo, nem Eva uma só

116
mulher. Adão são os milhões de homens da Lemúria, e Eva, as mi-
lhares de mulheres da Lemúria.
As almas, que hoje em dia vês em trajes de carne e osso, são as
mesmas da Lemúria, que, naquela época, estavam vestidas com ou-
tras roupas de carne e osso.
Os Quatro Tronos, no amanhecer da vida, emanaram de sua pró-
pria vida milhões de corpos humanos em estado de embriões. Esses
corpos humanos desenvolveram-se através das eras, e agora, são
nossas maravilhosas vestes, feitas do limo da terra. Tudo isso a
Bíblia explica; porém, para estudá-la, necessita-se ter estudado o-
cultismo, e não se pode ler a bíblia pela letra morta, como quem lê
um jornal.
A bíblia é o livro dos gnósticos e só sendo gnóstico pode-se
entendê-la.
Entremos agora no problema da vida e da morte...
Ouve-me, leitor: Cada vez que tu pões numa nova roupa de car-
ne, és um pouquinho menos ruim, um pouco menos assassino,
um pouco menos invejoso, porque é certo que na vida aprende-se à
pauladas.
De fato, por força de tanto sofrer, a alma vai se aperfeiçoando...
O potro selvagem é amansado com o látego. Chegará também o dia
em que a alma se funda com o Íntimo e se converta em Anjo. Isso se
realiza nascendo e morrendo milhares de vezes, porém também é
certo que, em uma só vida, bem aproveitada, pode-se chegar à união
com o Íntimo.
Também é certo que podemos nos conservar jovens e não mor-
rer, por meio do Elixir da Longa Vida.
Mejnour viveu sete vezes sete séculos com seu corpo de carne e
osso [4.900 anos – e ainda vive com o mesmo corpo].
Zanoni também viveu milhares de anos, sempre jovem [até ser
guilhotinado na Revolução Francesa].
O conde Saint Germain vive atualmente no Tibet com o mesmo
corpo que teve durante os séculos 17, 18 e parte do século 19
na Europa.

117
Nós, os gnósticos, nos rimos da morte. Temos o segredo para
enganar a muda caveira, e como já dissemos no primeiro capítulo,
“com a espada de Dâmocles faremos fugir a inoportuna hóspede”.
Sentimo-nos onipotentes, e com um gesto de rebeldia soberana,
desafiamos a ciência.
Médicos estultos, biólogos ignorantes, físicos pedantes, onde está
vossa sabedoria?
A morte varre com todos: ricos e pobres, crentes e descrentes. A
morte vence a todos, menos a nós, os gnósticos.
Nós, os gnósticos, nos rimos da morte e a colocamos sob nossos
pés, porque somos onipotentes.
Acende tuas nove lâmpadas místicas, ó Lanu (discípulo)! Recor-
da que cada uma das nove Iniciações de Mistérios Menores tem uma
nota musical e um instrumento que a produz.
Três são as condições necessárias para adquirir o Elixir da Lon-
ga Vida: Magia Sexual, Santidade Perfeita e Saber viajar consciente-
mente em corpo astral.
Muitos podem começar viajando com seu próprio corpo físico,
no astral, porque isto é mais fácil. Mais tarde, tornam-se práticos no
uso e manejo do corpo astral.
Outros vão adquirindo a santidade pouco a pouco. Com efeito,
o melhor é fazer uma relação dos próprios defeitos, e logo ir aca-
bando em sucessiva ordem com cada um deles, dedicando dois meses
a cada um.
Aquele que intente acabar com vários defeitos de uma só vez se
parece com o caçador que quer caçar dez lebres ao mesmo tempo.
Então, não caça nenhuma.
Agora, quanto à Magia Sexual, temos que ir acostumando o or-
ganismo pouco a pouco. Há indivíduos tão brutos que até se lhes
poderia amputar a perna durante o ato sexual sem que sentissem a
mínima dor. Esses são bestas humanas.
A princípio, o casal poderá praticar de pé. O homem fará uma
massagem em sua mulher desde o cóccix até acima, com os dedos

118
indicador, médio e polegar, com a intenção de despertar o Kundalini
em sua mulher; esta, por sua vez, fará o mesmo em seu marido, com
o propósito de despertar-lhe o Kundalini.
A mente deve estar concentrada na medula e não nos órgãos
sexuais. Os dias serão às quintas e sextas-feiras, durante a aurora,
para os principiantes. Ao princípio não haverá conexão sexual, mais
tarde o homem poderá introduzir o pênis na vagina e retirar-se a
tempo para evitar a ejaculação seminal.
Homem e mulher deverão beijar-se e acariciar-se mutuamente
durante esta prática pronunciando o mantra I.A.O. por sete vezes
ou mais, assim:
IIIIIIIIIIIII... AAAAAAAA... OOOOOOOOO...
Quando sentirem fortes dores no cóccix, é sinal de que Kundalini
despertou. Ela irá subindo pelo canal da coluna espinhal, vértebra
por vértebra, segundo nossos méritos morais.
O despertar de Kundalini é celebrado no Salão das Crianças com
uma grande festa.
No progresso, desenvolvimento e evolução de Kundalini, a Éti-
ca [conduta reta] é o fator decisivo.
Há necessidade de que o discípulo adestre-se no corpo astral e
assista ao Pretor da Santa Igreja Gnóstica às sextas e aos domingos
durante a aurora. Nos demais dias, o discípulo pode receber sabe-
doria no salão de instrução esotérica do Templo.
No pórtico da Santa Igreja Gnóstica há alguns Guardiões que só
permitem a passagem aos discípulos sob a condição de que a con-
duta destes tenha sido reta durante o dia. Esses Guardiões têm uma
balança para pesar as boas e más ações do discípulo durante o dia.
Há também na Igreja Gnóstica uma lente para examinar as cores [da
aura] do discípulo.
Quando o discípulo não está com suas cores completas não pode
trazer as recordações ao corpo. Essas cores ficam muitas vezes no
corpo físico devido às preocupações diárias.
Em nosso cérebro existe um tecido nervoso sumamente fino e
que os homens de ciência desconhecem totalmente. Dito tecido é o

119
instrumento destinado a trazer nossas recordações internas, porém,
quando apresenta algum dano, o discípulo não pode trazer suas
recordações ao cérebro. Então, há que se solicitar aos Mestres
Hermes, Hipócrates ou Paracelso, a cura desses centros.
[Para isso] escreve-se uma Carta ao Templo de Alden solicitan-
do ajuda de qualquer dos três Mestres mencionados. Satura-se dita
carta com incenso e logo ela é queimada com fogo, pronunciando-
se os mantras OM-TAT-SAT [várias vezes].
Este ato deve ser realizado com muita fé, e de joelhos, orando ao
céu e rogando ser escutado.
Certamente queima-se a parte material da carta, porém, a
contraparte astral desta vai diretamente às mãos do Mestre para o
qual tenha sido dirigida a carta.
O Mestre lê a contraparte astral da missiva e procede a cura do
discípulo.
O Templo de Alden é o templo da Ciência.
Os corpos internos também se enfermam e necessitam de médicos.
Os Mestres da ciência são ricos em sabedoria. Eles curam os cor-
pos internos dos Iniciados e de todo aquele que pedir ajuda.
Um dos inconvenientes mais graves para a prática da Magia Se-
xual é a impotência.
Os excessos sexuais trazem, entre outras coisas, a impotência, e
nenhum dos remédios inventados pelos médicos alopatas tem dado
resultado; porém, a prática diária da Magia Sexual cura a impotência.
Agora vou dar duas fórmulas para curar os que sofrem de im-
potência, desde que não haja nenhuma lesão no membro viril.
Muito poucos são os seres humanos que se detiveram para me-
ditar sobre o valor transcendental da planta chamada Aloé Vera
[Sabila, no original].
Temos visto essa planta pendurada em paredes sem ar puro,
sem água, sem luz e sem terra. No entanto, é cheia de vida, multipli-
cando suas folhas e reproduzindo-se milagrosamente. De quê vive?
De quê se alimenta?

120
Isso é o que nenhum homem de ciência se deteve para analisar.
Nem o senhor Israel Rojas R. que tanto escreveu e tanto falou sobre
botânica, jamais lhe ocorreu estudar este caso. Na verdade, este se-
nhor não é mais que um copista da obra de Juanzin.
Esse é, precisamente, o inconveniente de todos esses pseudo-
botânicos modernos: não fazem senão copiar o que outros dizem,
mas a ninguém ocorre investigar por conta própria no maravilhoso
laboratório da Natureza.
Os farmacêuticos sabem fazer apenas “aguardente alemã” e
expectorantes de aloé. Isso é a única coisa que fazem com seus fa-
mosos cristais de aloé. É um grande expectorante, porém a
transcendental importância do aloé nem remotamente conhecem.
O aloé se alimenta diretamente dos raios ultra-sensíveis do sol,
da substância crística do sol. Os cristais vêm a ser a cristalização da
luz astral do sol. Os cristais, portanto, são o sêmen do sol, e existe
uma grande semelhança entre os cristais do aloé e o sêmen huma-
no. O aloé é, pois, uma grande panacéia para curar a impotência.
[Como preparar]: O procedimento é o seguinte: Coloca-se numa
vasilha, panela ou caldeirão uma rapadura [sim, isso mesmo: rapa-
dura ou açúcar mascavo] bem clara para que se derreta ao fogo.
Não se põe água na vasilha. Uma vez derretida a rapadura, colo-
cam-se os cristais de um aloé inteiro, acrescentando-lhe uns dez gra-
mas de “Ferro Giraud” [o elemento “ferro” pode ser encontrado em
farmácias de manipulação]. Mistura-se bem tudo que está na pane-
la com uma colher. Uma vez bem misturado, retira-se a vasilha do
fogo e se engarrafa seu conteúdo, acrescentando um pouco de
benzoato de sódio para que não fermente. Rotule e tome uma colher
em cada hora. Com esta maravilhosa fórmula cura-se a impotência.
Em nosso livro intitulado Tratado de Medicina Oculta e Magia
Prática daremos outra fórmula maravilhosa para curar a impotência.
A mulher que quiser despertar Kundalini tem que praticar Ma-
gia Sexual com seu marido. Ela também deverá vocalizar o mantra
I.A.O. e refrear o ato. A mulher também deverá retirar-se do marido
antes que lhe sobrevenha o derrame do sêmen feminino. Assim,
Kundalini desperta na mulher de forma positiva.

121
Quanto à Kundalini, a única diferença da mulher com relação
ao homem, refere-se ao fato de que os dois canais espermáticos, Ida
e Pingala, no homem estão dispostos de forma inversa. A ordem é:
Ida à direita e Pingala à esquerda no homem. Na mulher, Ida está à
esquerda e Pingala à direita. Estes dois canais espermáticos resso-
am com a nota LÁ da Natureza.
Ouve-me bem, leitor: Quando te sentires devidamente prepara-
do, pede na Santa Igreja Gnóstica aos Mestres para que te ponham
às provas de rigor, e se desejas ajuda especial, invoca o meu Real Ser
[Samael] AUN WEOR, e eu te conduzirei através dos Nove Portais
que te darão direito a subir ao Gólgota da Alta Iniciação, com a cruz
de madeira tosca e pesada que te entregam na primeira Iniciação de
Mistérios Menores.
Recorda-te, bom discípulo, que essa cruz tem o peso de teu pró-
prio Karma; não te deixes cair, porque o discípulo que se deixa cair
tem que sofrer e lutar muitíssimo para recuperar o perdido.
Ouve-me, bom discípulo, o caminho é duro, cheio de pedras e
espinhos. A pobreza e a infâmia tirarão suas máscaras para ferir-te
na metade da jornada. Suarás sangue e teus pés também sangrarão
na metade da jornada, com as pedras do Caminho.
A senda da Alta Iniciação é a Senda do Gólgota, um Caminho de
angústias e lágrimas.
No silêncio da noite acende teus fogos e no silêncio profundo
onde vigias, recorda-te de teu Deus Interior e penetra em sua caver-
na, que Ele te aguarda ali dentro, muito dentro de ti mesmo, espe-
rando a hora de ser realizado.
Acende teus fogos, ó Chela, no silêncio profundo da noite, e pe-
netra fundo, muito fundo, na Cidade Sagrada da Serpente; ali, den-
tro, está teu Deus, te esperando. Acende o fogo da noite, fecha teus
olhos, retira de tua mente toda classe de preocupações mundanas,
adormeça um pouquinho e trate de conversar com teu Deus Interi-
or, em Mistério, através da meditação interior, ó Lanu! Quando
aprenderes a entrar em tua própria caverna, através da profunda
meditação interior, poderás conversar com teu próprio Íntimo, ó
discípulo!

122
Acende o fogo sagrado na noite profunda donde vigias, deixan-
do a densa obscuridade. Teu Deus quer te falar na Sarça Ardente de
Horeb. Sensibiliza tuas Sete Igrejas com teu canto, ó discípulo, e não
te esqueças que o Verbo abre as sete portas das sete Igrejas de teu
corpo. Canta, discípulo, canta...
ÉFESO corresponde à nota DÓ.
ESMIRNA vibra com a nota RÉ.
PÉRGAMO, com a nota MI.
TIÁTIRA, com a FÁ.
SARDES, com a nota SOL.
FILADÉLFIA com a nota LÁ e
LAODICÉIA com a nota SI.

I – Clarividência, nota SI.


E – Ouvido Oculto, nota SOL.
O – Coração, Intuição, nota FÁ.
U – Plexo Solar, nota MI.
A – Pulmões, que vibram com a LÁ.
Uma hora diária de vocalização, cantando estas vogais, desper-
ta todos estes poderes internos.
Israel Rojas R., em seu livro Logos Sophia, diz que, vocalizando
a vogal I, o sangue sobe à cabeça. Com a vogal E, o sangue vai à
garganta. Com a vogal O, vai ao coração. Com a vogal U, vai o san-
gue aos intestinos, e com a vogal A, vai aos pulmões.
Claro que isso é assim, e que, em conseqüência, podem-se curar
esses órgãos quando estiverem enfermos. Porém, por que Israel Rojas
R. se cala sobre o melhor? Por que negou à pobre humanidade do-
ente o segredo da vocalização? Por que não lhes disse o segredo da
vocalização oculta para o desenvolvimento dos poderes internos?
Por que tanto egoísmo para com a pobre humanidade doente?
Israel Rojas R. não é mais que um explorador dos ensinamentos
ocultos. Quando, dito senhor, ensinou publicamente o mantra da
Cadeia de Cura AE-GAE, que se pronuncia guturalmente assim:
AAAAAAEEEEEEEE-GAAAAAAAEEEEEE

123
Um milhão de juramentos exige de seus discípulos para lhes
entregar o mantra AE-GAE. Isso não é espiritualismo, nem nada;
isso é egoísmo, exploração vil. O mantra AE-GAE e o mantra PAN-
CLARA, que se pronuncia PAN-CLA-RA, serve para curar-nos e
curar os demais.
Em um dos rituais rosacruzes que o Mestre Huiracocha trouxe à
Colômbia, há uma oração mântrica que serve para a Magia Sexual e
que deve se pronunciar no momento em que se está praticando a
conexão da Magia Sexual com a sacerdotisa. A oração diz:
“Ó Hadit, serpente alada de Luz, sê tu o segredo gnóstico de
meu Ser, o ponto central de minha conexão. A sagrada esfera e o
azul do céu são meus... O-A-O-KAKOF-NA-KHONSA” (três vezes).
Esses mantras fazem subir nossa força seminal, das glândulas
sexuais à cabeça.
Por que o senhor Rojas não ensinou nada disso aos seus discípu-
los? Porque ele é um egoísta!
Isso de que o senhor Israel Rojas R. recebeu a Iniciação das mãos
do Mestre Zanoni, lá em Bogotá, está bom para ser registrado como
piada, e levado a Cantinflas para usar em algum filme humorístico.
Os que conhecemos pessoalmente o Mestre Zanoni sabemos muito
bem que nem remotamente ocorreu ao Mestre Zanoni viver em Bo-
gotá. Tudo o que Israel Rojas R. conheceu em Bogotá foi um
antioquenho maluco que lhe ensinou algumas bobagens; porém, esse
não era o Mestre Zanoni. O Mestre Zanoni desencarnou na guilhoti-
na durante a Revolução Francesa e não voltou a obter corpo físico,
até esta data. [Retificando, com permissão do Mestre Samael: Na
época, 1950, aquele que foi Zanoni não tinha corpo físico. A encarna-
ção seguinte de Zanoni foi como Max Heindel. Em 2009, Zanoni é
um jovem estudante de gnose que vive no Brasil, anonimamente].
Israel Rojas, quando fala de Gómez Campuzano, aliás, o
antioquenho [cidadão nascido no Estado de Antióquia – Colômbia]
maluco que se fez passar por Zanoni, parece um padre de missa e
cozinha [bom garfo]. Que curiosa comicidade essa do senhor Rojas.
Em seu livro Logos Sophia, Israel Rojas R. faz longas e complicadas
dissertações sobre o Verbo, porém nem remotamente lhe ocorre en-

124
tregar a seus discípulos publicamente a chave oculta do Grande
Verbo Universal da Vida, e essa chave não é outra senão a Magia
Sexual.
Quando Kundalini desperta os Átomos da Linguagem, situa-
dos no sistema seminal, o homem adquire o poder de falar em to-
dos os idiomas do mundo. Os grandes iluminados da Cadeia Atlante
falam todos os idiomas do mundo.
Kundalini se torna criador na garganta. O mago pode criar uma
determinada figura com a mente e materializá-la por meio do verbo
criador de Kundalini. Assim é como os anjos criam as coisas viven-
tes. E quando o homem já se une com o Íntimo, ao chegar à Alta
Iniciação, então fala o divino verbo de ouro em que falam os Deu-
ses, e nos elevamos ao reino da felicidade eterna e nos convertemos
em deuses criadores por meio da Palavra [Verbo].
Um livro que trata sobre o Verbo e que não ensina Magia Sexual
é simplesmente um disparate; por isso, considero que o livro Logos
Sophia, de Israel Rojas R., serve apenas para embrulhar coisas [para
envolver comino, diz o original - NT].
Tirar a palavra dos mistérios do sexo é o cúmulo da loucura
porque o sexo é a própria base da palavra e não se pode falar o
verbo de ouro sem despertar Kundalini, e este só desperta pratican-
do-se Magia Sexual.
Aquele que se une com o Íntimo torna-se onipotente e oniscien-
te. Sabe mandar e obedecer, jamais se envaidece, porque aprendeu a
ser simples e humilde no cosmo.
A visão de um Mestre penetra em todas as Esferas da Natureza,
e como um soberano do infinito, desata as tempestades, apazigua
os furacões e faz tremer a terra. O raio serve-lhe de cetro, e o fogo de
tapete para seus pés.
Praticando Magia Sexual conseguiremos o Elixir da Longa Vida
e nos faremos onipotentes, porém é indispensável aprender primei-
ro a obedecer à Hierarquia Branca para chegar à onipotência.
“Eu sou o Alfa e o Ômega, o Princípio e o Fim, o Primei-
ro e o Último. Bem-aventurados os que guardam seus

125
mandamentos, para que sua potência esteja na Árvore
da Vida e entrem pelas portas na cidade”. (Apocalipse
22:13 e 14)

Cântico dos cânticos


Por: Aun Weor

Sinto em minhas entranhas um fogo abrasador


É o vinho delicioso do amor...
Eu sou a Rosa de Sarão
E o lírio dos vales
Eu sou o delicioso perfume da paixão.

Eu vivo entre a taça dos poetas coroados,


Eu Sou o canto das Bacantes,
Eu Sou o amor dos céus estrelados,
Eu Sou o cântico dos cânticos...

O mel de teus lábios agita minhas entranhas


E sinto que te amo
És o monte de mirra
E a passagem do incenso...
És o fogo do Arcano
És a erótica colina
E o delicioso sorriso
Do amor que se desnudou...

Agora, alegres do vinho imortal


Acendamos uma fogueira e cantemos às walquírias
Com um canto triunfal
De chamas e poesias.

Que venha bebida, luz e música...


Que dancem os casais sobre o macio tapete,
Que a Rosa de Sarão brilhe nas taças
E que o fogo devore as sombras...

126
Venha, alegria, sonho e poesia...
Dancemos felizes nos braços do amor,
Digam o que disserem
Gozemos na deliciosa câmara nupcial,
Entre os nardos e as mirras
E cantemos nosso hino triunfal
De luz e poesias...

CAPÍTULO 17
BELZEBU E SUA REVOLUÇÃO

Tudo na vida é uma questão de costume. Um fornicário é aquele


sujeito que acostumou seus órgãos genitais a coabitar intensamen-
te. Porém, se esse indivíduo troca o costume de coabitar pelo de não
coabitar transforma-se num casto. Temos, por exemplo, o caso as-
sombroso de Maria Madalena, a famosa prostituta. Essa mulher veio
a ser a famosa Santa Madalena, a prostituta arrependida. Maria
Madalena tornou-se a casta discípula do Cristo.
Paulo de Tarso, o encarniçado perseguidor dos gnósticos, de-
pois do acontecimento que lhe sucedeu em seu caminho para Da-
masco, recebeu a sagrada iniciação e deixou de perseguir os cris-
tãos; adotou os costumes gnósticos e se tornou um profeta gnóstico
cristão.
Se um malvado troca seus costumes de malvado pelos de um
santo, torna-se um santo.
Depois deste preâmbulo, entremos no interessante tema de nos-
so presente capítulo.
Belzebu, o antigo príncipe dos demônios, em nosso atual Perío-
do Terrestre chegou a um grau de perversidade impossível de des-
crever com palavras.
Quando o mago queria chamá-lo no astral, tinha que se armar
de um valor terrível para poder enfrentar a besta mais monstruosa
que conheceram os inumeráveis ciclos de evolução histórica.

127
O mago pronunciava o sinistro mantra de evocações tenebrosas,
que se escreve assim:
ANTIA... RA-RA-RA-RA...
Pronunciando-o dessa forma:
Annnnnnntiiiiiiiiiaaaaaaaaaaaaa...
Raaaaaaaaaaaa - Raaaaaaaaa - Raaaaaaaaaa - Raaaaaaaaa...
Após, chamava Belzebu três vezes por seu nome. Então, uma
brisa de morte gelava a atmosfera do evocador, e o príncipe dos
demônios respondia com um rugido aterrador que parecia sair de
todas as cavernas da terra.
Belzebu concorria ao chamado do valoroso mago. Seus passos
eram como o trotar de um potro infernal, e sua presença, mil vezes
mais terrível, mil vezes mais horrível que a morte.
Ai daquele ousado que se atrevesse a chamar o príncipe dos
demônios sem estar devidamente preparado. Ai do atrevido por-
que morria sob as garras dessa horrível besta.
Porém, o mago, bem disciplinado, firme como um guerreiro,
estendia sua mão direita para o príncipe dos demônios e o conjura-
va com as seguintes palavras:
“Em nome de Júpiter, Pai dos Deuses, eu te conjuro. Te Vigos
Cossilim”.
E o monstro ficava então aparvalhado.
Sua presença era como a de um gigantesco e peludo gorila. Com
sua longa cauda envolvia seus discípulos e amigos enquanto falava
com eles. Seus olhos eram iguais aos de um touro, seu nariz igual ao
de um cavalo, boca como de mula, seus pés e mãos enormes e horrí-
veis; seu corpo, peludo como o de um gorila. Na cabeça trazia um
barrete [boina ou gorro]; em seus ombros, uma capa negra de prín-
cipe dos demônios, e em sua cintura, um cordão com sete nós, como
aquele usado pelos “cavaleiros templários” de Cherenzi e dos ma-
gos negros da Amorc da Califórnia. Todas estas prendas denota-
vam que era um príncipe dos demônios, um mago negro de 13a.
Iniciação Negra.
Quando firmava um pacto com os magos negros, escrevia num

128
documento o seguinte: “Bel tengo mental la petra, y que a el la
anduve sedra vao genizar ledes.”
Belzebu sabia abandonar o plano astral momentaneamente para
entrar no plano físico, e assim se fazia visível e tangível para seus
atrevidos invocadores do plano físico.
Enriquecia aqueles com quem firmava pactos, e a alma do pac-
tuante ficava escrava de Belzebu. Ele lhes dava dinheiro, porém o
invocador tinha que resolver segui-lo em determinado momento,
dia, hora e minuto.
O próprio Belzebu desencarnava o pactuante e o levava para
colocá-lo a seu serviço, pois exigia a vida e a alma de seu filho mais
querido. Sei de um rico fazendeiro que tem um pacto firmado com
outro demônio, que não é Belzebu, e a cada ano desaparece misteri-
osamente um trabalhador de sua fazenda.
Uma menina contemplou sua mãe no exato momento em que
por mão misteriosa desaparecia, arrancada por alguém que não pôde
ser visto, ficando a menina órfã. É que os magos negros podem le-
var ao plano astral suas vítimas, mesmo em carne e osso, a fim de
pô-las a seu serviço nesse plano.
Tanto os rosacruzes quanto seus congêneres, os pseudo-
rosacruzes, dirão que isso é impossível, que o autor é totalmente
desequilibrado. Eu recomendo que estudem a Novela Iniciática de
Ocultismo de Krumm-Heller (Huiracocha), para que se dêem conta
da história do Santo Graal.
Esse Cálice esteve no plano físico e agora está mergulhado den-
tro do plano astral, junto com o templo que antes era físico e uma
parte da montanha de Montserrat, na Catalunha, Espanha. Isto se
chama estado de JINAS. (Dito Cálice está cheio do sangue do Re-
dentor do Mundo, que José de Arimatéia recolheu ao pé da cruz do
Gólgota.) Nessa obra vemos como o comandante Montero entrou
com seu corpo físico no autêntico templo Rosacruz de Chapultepec.
Esse Templo está em estado de Jinas. Montero entrou nele com seu
corpo em estado de Jinas.
O doutor Rudolf Steiner, grande médico alemão, disse: “Um

129
corpo pode estar dentro dos mundos internos sem perder suas ca-
racterísticas físicas”.
Mario Roso de Luna fez belos estudos sobre as terras de Jinas,
porém, ele morreu desiludido com a Sociedade Teosófica.
A Rosacruz é um dos sete Santuários Iniciáticos que estão no
astral, mas todas as escolas rosacruzes conhecidas no mundo físico
atualmente são falsas. Elas caíram nas mãos de Javé.
Os índios da América conheceram a fundo os estados de Jinas, e
quando chegaram os conquistadores espanhóis, esconderam seus
templos mais sagrados dentro do plano astral, e assim salvaram os
Mistérios Maias da profanação espanhola. O Santuário de Mistérios
Maias é um dos sete grandes Santuários ocultos que estão agora
dentro do plano astral.
Quando um corpo físico atua dentro do plano astral, fica sujeito
às leis desse plano, sem perder suas características fisiológicas.
Sei de um sujeito que furtou duas barras de ouro da profunda
caverna dos Pregoneros (Estado de Mérida, Venezuela), e já fora da
caverna, o homem em questão sentiu que as barras moviam-se em
suas mãos, simultaneamente com uma tempestade que estalou no
momento em que deixava o local. Ao observar, percebeu que suas
duas barras de ouro haviam se transformado em duas horríveis ser-
pentes. O homem as atirou fora e fugiu apavorado.
Também acontece de um desencarnado abandonar momentane-
amente o plano astral e meter-se dentro do plano físico. Então, dito
indivíduo faz-se invisível para os do plano astral, porém fica visível
e tangível para os do mundo físico. Nesse caso, fica o desencarnado
sujeito momentaneamente às leis que regem o plano físico, porém
sem que seu corpo astral perca as características do plano astral.
Desses casos contam-se aos milhares nos anais das aparições das
sociedades psíquicas. Essas são as aparições de falecidos de que fa-
lam os espíritas. Porém, jamais souberam explicar essas coisas, e só
superficialmente dizem que são fenômenos de materialização, e nos
enchem com um milhão de teorias.
Eles ignoram que a alma pode entrar nos distintos departa-

130
mentos do Reino. O que se requer é aprender a fazê-lo tal como o
sabem fazer os magos. O mago não necessita de médiuns espíritas
para realizar estes fenômenos de magia prática. O que acontece é
que quando se explica a magia tal como é aos iludidos, parece-lhes
algo sem razão, e preferem seguir seu mundo de ilusão. Conheço o
caso de um evocador que chamou Belzebu com a Clavícula (chave)
de Salomão, que é esta:
“AGION TETRAGRAM VAICHEÓN ESTIMILIA MATON
ESPARES RETRAGRAMMATON ORGORAN IRION. ERGLION
EXISTION ERJONA ÓMERA BRASIN MOIM MESSIAS SOLER.
EMANUEL, SABAOT, ADONAI. TE ADORO E TE INVOCO.”
Quando o invocador viu Belzebu na metade da peça, se encheu
de infinito terror, e não se atreveu a fazer com ele nenhum pacto,
porque sua língua ficou travada.
Belzebu tinha sempre sua caverna cheia de armas e de selos para
marcar os corpos astrais de seus discípulos. Eu, Aun Weor, observa-
va Belzebu no astral, e busquei conquistar sua amizade porque me
chamava sobremaneira a atenção o fato de irradiar amor a seus
amigos.
Era um caso raríssimo e único em seu gênero, pois jamais tinha
ouvido falar de um demônio que irradiasse luz azul, que é a do
amor.
É claro que me fazia terríveis ameaças, porém eu o vencia com
meus mantras e o acompanhava às suas cavernas no astral; até che-
guei a participar de suas festas, me fingindo de mago negro e de
colega seu, para assim estudar mais de perto esse personagem. Mi-
nha intenção, a longo prazo, era realizar a maior façanha do Cosmo:
tirar Belzebu da Loja Negra e convertê-lo em discípulo da Loja Branca.
Meus discípulos consideravam tudo isso como algo verdadeira-
mente impossível, e Belzebu não deixava de me ameaçar. Porém,
apesar de tudo, eu não desanimava. Houve um fato curioso que veio
dar-me ânimo em meu intento. Uma noite, junto com um chela, in-
vocamos Belzebu em astral e tendo ele concorrido ao nosso chama-
do, o convidamos para jantar. Ele aceitou o convite e fomos a um
restaurante do plano astral. (Como já explicamos, o corpo astral tam-

131
bém come elementos afins ao seu organismo. O mundo astral é qua-
se igual ao nosso.) Assim, pedi para Belzebu um prato, enquanto
me contentei em beber um copo de água. Quando Belzebu se sentou
à mesa, tirou seu barrete [gorro ou boina] da cabeça, e elegantemen-
te, começou a comer.
Era curioso ver aquela espécie de gorila sentado à mesa e ser-
vindo-se como um cavalheiro. Alguns chelas, que se encontravam
no recinto, dirigiram-se a mim dizendo que aquilo era um desres-
peito de minha parte, levando um demônio àquele local. E, como
era de se esperar, olharam-no com nojo e desprezo. Eu respondi a
eles: “Este também é um homem, e merece nosso respeito”. Belzebu
tomou a palavra, e em tom de profunda tristeza, disse: “Todos me
desprezam. O único que não me despreza é meu amigo Aun Weor”.
Essa experiência astral me deu ânimo para continuar com meu
ansiado propósito de tirar Belzebu da Loja Negra e fazê-lo discípu-
lo da Fraternidade Branca.
Para alguns teosofistas vai parecer impossível que o corpo astral
possa comer e beber, mas ocorre que sua mística doentia vive lhes
dizendo que o corpo astral é algo vago, um fluido vaporoso, intan-
gível e imaterial; como são apenas teóricos, não lhes ocorre compro-
var. Que ditos senhores estudem Vivekananda para que fiquem in-
teirados de que seus corpos internos (corpo astral) também são ma-
teriais. Os gnósticos dizemos que nada pode existir, nem mesmo
Deus, sem o auxílio da matéria.
O corpo astral também é material; é um organismo tão denso
como o físico. Pelo fato de que a matéria, em última instância, se
reduza à energia, nem por isso pode ser negada, quando passa ao
referido estado. Se, com o nosso sentido da visão, não podemos ver,
é porque pertence à 4a. Dimensão, e nossos olhos físicos não servem
para ver o astral, até que os tornemos aptos ou que mergulhemos
no mundo astral com nosso corpo físico. O organismo astral é tão
denso quanto o físico, porém pertence a outro departamento do
Reino.
O corpo astral é muitíssimo mais sensível que o seu correspon-
dente físico. Esse organismo é como uma duplicata do físico e tem

132
que se nutrir com alimentos afins, tal como faz o corpo denso. O
ocultista utiliza o corpo astral para estudar e para suas grandes in-
vestigações porque esse veículo está vantajosamente colocado so-
bre o material. Para ele não existe tempo nem distância e o que apren-
de fica de imediato gravado para sempre na consciência do Ser. As-
sim, meu caro leitor, não estranhe que Belzebu tenha ceado comigo
no mencionado restaurante.
Várias vezes havia chamado a atenção do Íntimo de Belzebu para
que fizesse algo por sua alma, porém a resposta de seu Íntimo era:
“Não posso, não me obedece, já lutei muito, porém, é impossível”.
É que Belzebu, como os magos negros da Escola Amorc, consi-
derava que o Espírito é inferior e que a alma é superior, dizem que
“por ser mais psíquica”. Belzebu, como os discípulos da Amorc, es-
tava convencido de que o Guardião do Umbral era seu “Real Ser”.
Precisamente por isso é que Belzebu não escutava seu Íntimo. Ele
ignorava que estava no mal e atacava furioso os magos brancos, cren-
do-os perversos. Ele se achava santo e bom, e aos magos brancos, os
considerava demônios.
Ele ignorava nosso princípio gnóstico que diz: “Temos alma mas
o espírito é”.
“Antes que a falsa aurora aparecesse sobre a terra, aqueles que
sobreviveram ao furacão e à tormenta, louvaram o Íntimo e a eles
apareceram os Arautos da Aurora” (do Testamento da Sabedoria).
O Íntimo é nosso Mestre Interno e a alma que se afasta do Ínti-
mo vai ao Abismo.
O Espírito é nosso Real Ser e a alma que se afasta de seu espírito
desintegra-se: essa é a Segunda Morte.
Cheio de ânimo por aquelas palavras que Belzebu manifestou
durante a ceia, fiz um novo experimento: invoquei-o novamente no
astral e uma vez mais concorreu ao meu chamado; diplomaticamente
o convidei para beber uns tragos comigo. Alegre e feliz, Belzebu
aceitou meu convite, e conforme caminhávamos pelo plano astral,
eu ia mudando a sua vibração, até que, finalmente, tirei-o do plano
astral e o conduzi ao plano de consciência mais divino do cosmo.

133
Este plano é chamado pela Mestra Blavatski, em seu 1º Tomo da
Doutrina Secreta, de “O anel que não pode ser transposto”. Consi-
deremos o cosmo como uma grande árvore, cujas raízes estão no
Absoluto. Essas raízes vêm a ser “o Anel que não pode ser transpos-
to”, porque desse plano ninguém pode passar, nem os maiores Deu-
ses do cosmo podem passar desse Anel.
Belzebu ficou realmente deslumbrado ante a terrível lumino-
sidade dessa inefável região, indescritível por sua beleza e felicida-
de. Porém, sentiu terror. Fazia quatro eternidades que Belzebu vivia
entre as trevas das cavernas tenebrosas, e agora, ao ver a luz, sentia
medo... e com voz rouca, exclamou: “Isso sempre é aterrorizante”.
“Mais aterrorizante são as trevas em que tu vives”, lhe respondi.
E, caminhando por esse plano, passamos em frente de uma casa.
“Podemos entrar?”, perguntou-me. Respondi-lhe afirmativamente.
De imediato entramos e estivemos nela por algum tempo. Para
Belzebu, tudo aquilo era realmente novo, e ele sentia-se mal. Ele
estava acostumado a viver entre os Profetas Velados, e portanto, a
luminosidade terrível desse plano o fustigava fortemente. Depois
de um momento de luz, levei-o ao outro extremo, às terríveis trevas
do Avitchi de nossa Terra, onde não se vêem senão pedaços de al-
mas em estado de desintegração, almas de prostitutas, que por for-
ça de tanto coabitar, separaram-se totalmente do Íntimo, as quais,
deitadas em seus imundos leitos, vão se desintegrando como velas
que se derretem pelo fogo da paixão.
Havia ali almas de demônios que já pareciam só pedaços. “Aqui
me sinto um pouco melhor”, disse-me Belzebu. Eu lhe respondi:
“Terás que te acostumar à luz”. “Isso dá trabalho, porque faz muito
tempo que vivo nas trevas”, respondeu-me. E eu, mostrando-lhe os
pedaços de almas, lhe adverti: “Vais parar aqui se continuares com
tuas maldades”.
Depois, eu o conduzi novamente ao seu plano astral. Apesar de
que para mim não foi de todo satisfatória essa experiência, não de-
sanimei. Compreendi que ele tinha o Guardião do Umbral dentro
de seus corpos internos, e como é lógico, esse Guardião, tão respei-
tado pelos magos negros de Cherenzi e da Amorc, o escravizava

134
totalmente, apesar das esperanças promissoras que eu observava
em Belzebu.
Ele não havia se enfurecido com a luz; unicamente, [a luz] o ha-
via molestado.
No astral, sofria muito; todos os espiritualistas o desprezavam,
e ele estava muito desiludido de sua gente.
Sempre o mesmo déspota que, por detrás do altar, dirigia seu
templo; sempre os mesmos vícios, e esses vícios já o tinham trans-
formado num gorila, numa besta imunda. Tudo isso, eu, Aun Weor,
compreendia, e por essa razão, não esmorecia, máxime quando ele
já tratava de sentir afeto por mim, e me considerava seu melhor
amigo.
Realizei um terceiro experimento, o qual foi realmente decisivo:
Levei Belzebu pela segunda vez ao “anel que não pode ser trans-
posto”. Invoquei ali seus melhores e antiqüíssimos amigos da Épo-
ca de Saturno. Esses amigos eram agora luminosos Senhores da
Mente, Senhores da Luz; cheios de dor abraçaram Belzebu. Um de-
les lhe disse: “Jamais acreditei chegar a ver-te neste estado”.
Belzebu respondeu: “Já estás vendo até onde cheguei”. Naquele
plano, Belzebu parecia algo assim como um gorila da selva africana
dentro de um elegante salão de Paris.
Porém, Belzebu, ao reconhecer seus amigos mais queridos,
consternou-se no fundo de sua alma e compreendeu totalmente seu
extravio. Esse era Belzebu, o simpático e disputado galã da Arcádia!
Se não houvesse seguido pelas tavernas, não haveria conhecido o
horrível mago negro que o extraviou...
Pedi permissão aos Mestres daquele luminoso plano para dei-
xarem Belzebu por um tempo nessa luminosa região; os Mestres
acederam de bom grado à minha petição, sob a condição de visitá-
lo constantemente. Então formamos uma Cadeia de Amor ao redor
de Belzebu e o inundamos com nossos melhores átomos e o satura-
mos de luz e esplendor.
Constantemente eu visitava Belzebu. Ele permanecia triste, era
o único gorila daquele plano de Deuses... Todos os seres daquela

135
região o olhavam com curiosidade, e os antigos amigos do Período
de Saturno o aconselhavam e o ajudavam.
Belzebu ia se acostumando pouco a pouco à luz, e no fundo de
sua alma, sentia remorsos pelo tempo perdido, vergonha ante seus
melhores amigos e ânsias de melhorar. Ajudamos e o unimos tem-
porariamente com seu Deus Interior, com seu Íntimo, e o Glorian
fez também um esforço supremo para chamar sua alma à união com
o Íntimo.
Ao chegar a esta parte de nosso livro, aos ocultistas poderá pa-
recer-lhes algo estranho falar do Glorian. Na realidade, o Glorian
nada mais é que um Raio [Raio Okidanokh] de onde foi emanado o
Íntimo. O Glorian é substância, porém não é Espírito nem Matéria.
O Glorian é um Hálito [Alento ou Sopro Divino], para si mesmo
desconhecido; um Hálito do Absoluto, um dos tantos Hálitos do
Grande Alento, o Fio Átmico dos hindus, o Absoluto em nós, nosso
Raio Individual, nosso Real Ser, todo feito glória. A alma aspira unir-
se com o Íntimo e o Íntimo aspira unir-se com o Glorian.
A sede de nosso Glorian é a “sela turca” de nosso organismo. A
sela turca é formada pelas vértebras cervicais de nossa coluna verte-
bral [conhecida, em anatomia, como região selar]. Nosso Glorian
tem aí seus átomos de prata; Belzebu, ao unir-se com seu Glorian,
brilhava a luz branca do Glorian com todo seu esplendor nessa par-
te de seu corpo astral.
A momentânea fusão com o Íntimo tirou-lhe a horrível aparên-
cia de gorila; com as vestes do Íntimo tomou a aparência do simpá-
tico jovem da Arcádia. Não devemos esquecer que os átomos do
Glorian são de prata e que o Santo Graal é de prata (e não de ouro,
como pretendem alguns rosacruzes), e o cálice que os Iniciados do
Deus Sírio levam sobre o capuz de sua fronte é de prata.
Qualquer chela que visite a Igreja Transcendente da estrela Sírio
se convencerá de minha afirmação. Em Belzebu produzia-se uma
grande revolução interna. Uma noite, a mais calma, a mais silencio-
sa, fiz uns experimentos de Teurgia que foram realmente decisivos.
Projetei para Belzebu, no cenário cósmico, algumas imagens dos
Arquivos Akáshicos. Ali apareciam aquelas primitivas épocas do

136
Período de Saturno, quando Belzebu ainda era um homem bom e
simples, quando ainda não havia colhido vícios, quando ainda não
era amigo de lupanares e tavernas. Todas aquelas cenas deslizavam-
se em sucessiva ordem, e Belzebu, silencioso, as contemplava. Logo
apareceram as tavernas, as festas, as noites de vigília, e vieram os
lupanares e a orgia.
Belzebu, cheio de terrível emoção interna, contemplava aquelas
antiqüíssimas cenas e recordava seus erros.
Estava na presença das primitivas causas que o haviam condu-
zido ao seu estado atual.
Uma verdadeira Revolução de Belzebu estava em atividade.
Belzebu revoltava-se contra o ódio, contra o egoísmo, contra os
vícios, contra a fornicação, contra a ira, contra o crime, etc.
De repente, surge, dentro da cena, algo tétrico e horrível. Esta
criatura era um horrível demônio, vestido com túnica negra e dois
brincos em suas orelhas. Os olhos de semelhante demônio projeta-
vam-se para fora e uma atmosfera de profundas trevas o envolvia.
Belzebu ficou contemplando-o atônito; era seu antiqüíssimo mes-
tre, o horrível mago negro que com suas chaves maravilhosas o aju-
dava sempre a triunfar no vício do jogo. Era o horrível demônio que
o conduzira à Primeira Iniciação Negra.
Foi quem o escravizou ao Guardião do Umbral naquele
antiqüíssimo templo tenebroso, onde passou o Primeiro Ritual que
hoje em dia passam os magos negros da Amorc da Califórnia.
Sorridente, o sinistro personagem se aproximou de Belzebu, para
cumprimentá-lo. Belzebu, como que atraído por um feitiço hipnóti-
co, quis aproximar-se para corresponder ao cumprimento, mas, se
deteve. Um gesto de rebeldia surgiu das profundezas de sua alma, e
heroicamente exclamou: “Não, não te cumprimento; não quero nada
contigo; tu és o responsável por eu estar neste atual estado.”
Então, o sinistro personagem respondeu com uma voz bem ás-
pera, que parecia emanar do fundo dos séculos e da profundidade
das cavernas tenebrosas:
“Este é o pagamento que dás aos meus serviços?

137
Já esqueceste de meus sacrifícios?
Já não te lembras dos ensinamentos que eu te dei?
Estás te deixando levar pelo mau caminho”.
Porém, Belzebu respondeu cheio de energia:
“Não quero te escutar; tu és o culpado de eu estar neste estado.
Os favores recebidos, creio havê-los pago”.
Então eu conjurei o sinistro personagem para que se retirasse e
o mago negro retirou-se com suas profundas trevas. Pareceu fun-
dir-se no Abismo.
Esta foi uma prova para Belzebu e ele saiu-se bem da prova.
Belzebu revoltou-se contra a magia negra. Um gesto de rebeldia
estalava no fundo de sua alma.
E depois que tinha projetado esses Arquivos Akáshicos na at-
mosfera, para que Belzebu os contemplasse, os Mestres e meus dis-
cípulos fizemos Cadeias de Amor para irradiar luz a Belzebu.
Depois projetei para Belzebu, em forma de quadros, o futuro
que o aguardava se seguisse o caminho negro. Apareciam quadros
onde se via Belzebu feliz nas tavernas, entregue a todos os vícios
da terra.
Por último, aparecia o crepúsculo da Noite Cósmica, os mares
transbordados sobre a terra, tudo ruínas e gelo, e, adiante, numa
praia, jogado, estava um pedaço da cabeça com o peito e os braços
do que antes havia sido Belzebu.
Uma vez terminado este quadro, eu lhe disse: Aqui está o teu
futuro se continuas no caminho negro.
Em seguida, projetei o futuro que o aguardava se seguisse o ca-
minho da magia branca. Nesses quadros, via-se Belzebu já unido
com seu Íntimo, vestido com a túnica do Mestre, com sua longa capa
de Hierofante e seu cetro de poder. Aparecia um luminoso jardim e
Belzebu passeava nele como um Deus onipotente e celestial.
“Este é o futuro que te aguarda se seguires o caminho da magia
branca. Decida-te agora mesmo. Vais continuar com a magia branca
ou com a magia negra?

138
Belzebu respondeu: “Sigo com a magia branca”. Sua resposta
foi firme, e Belzebu caiu de joelhos chorando como uma criança.
Levantou os olhos ao céu, juntou suas mãos sobre o peito e entre
lágrimas e soluços, orou ao céu...
Um demônio arrependido! Brilhavam os chifres de sua fronte,
como se já quisessem se desvanecer com a luz.
Os Irmãos Maiores o abraçavam com lágrimas nos olhos. Todos
se regozijavam entre si, e ouviu-se uma marcha triunfal e deliciosa,
com suas inefáveis melodias nos estrelados céus de Urânia.
“É que há mais alegria no céu por um pecador que se arrepende,
que por mil justos que não necessitam de arrependimento.”
Depois, de joelhos, prostrei-me ante o Hierarca mais poderoso
do cosmo, chamado pelos tibetanos de “A Mãe de Misericórdia”,
ou, a Voz Melodiosa, OEAOEH.
Este é o Único Criado, o Grande Verbo Universal da Vida, cujo
corpo são todos os sons que se produzem no Infinito. Sua beleza é
inefável; leva uma coroa de três pontas, e sua longuíssima capa é
transportada pelos Elohim. São eles que levam a longa cauda de
sua capa.
E eu roguei ao Único Criado que tivesse Belzebu perto, para que
lhe arrumasse seu Kundalini. O Kundalini de Belzebu fluía para
baixo, formando o rabo do demônio. Agora, tocava ao Único Criado
subir-lhe o Kundalini para cima, para a cabeça, para que se conver-
tesse em anjo.
O Mestre aceitou meu pedido e naquele plano de luz diamantina
colocou Belzebu dentro de um resplandecente jardim e lhe entre-
gou um livro cósmico para que o estudasse, e o instruiu no sendeiro
da luz, e o encheu de Átomos de Sabedoria.
Mais tarde fiz Belzebu reviver toda a sua vida, através dos qua-
tro grandes Períodos cósmicos, e lhe mostrei o belo porvir que lhe
aguardava se seguisse pelo luminoso sendeiro, e Belzebu, ao se ver
já feito hierarca do futuro, perguntou-me: “Isto será rápido?” Res-
pondi-lhe afirmativamente.
Quando já havia revivido tudo isso, chegou ao Único Filho, di-

139
zendo: “Venho com a alma transformada”, e o Mestre continuou
ajudando-o, e Kundalini subiu, desaparecendo o rabo do demônio.
Porém, os chifres continuavam sobre a fronte, porque os chifres
são do Guardião do Umbral e ele estava estreitamente fusionado
com o Guardião do Umbral.
Essa besta interna era realmente um obstáculo terrível para sua
evolução e havia necessidade de que ele a expulsasse para livrar-se
dese monstro interno, que desde idades inumeráveis o tinha
escravizado.
Esse monstro interno havia se assenhoreado de sua vontade, de
seu pensamento, de sua consciência, de tudo. Era necessário expulsá-
lo de seu ser para realizar um rápido progresso interno.
Foi então quando o levei ao astral para passá-lo à Primeira Pro-
va Iniciática, pela qual todo aquele que quiser chegar à Iniciação
tem que passar, irremediavelmente. Esta é a Prova do Guardião do
Umbral.
Ao se invocar o monstro, este sai para fora e se lança ameaçado-
ramente contra nós.
Belzebu chamou-o várias vezes. Uma brisa horrível soprava por
todas as partes. Então, apareceu o Espectro do Umbral em forma
terrível e ameaçadora.
Aquele ser era um gigante de três metros de estatura e dois de
largura. Tinha a aparência de um gorila monstruoso, de rosto chato
e redondo, com chifres e olhos saltados.
Belzebu o havia fortificado através dos tempos e agora não lhe
restava outro remédio senão combatê-lo; assim, pois, Belzebu lan-
çou-se valorosamente sobre o monstro e o pôs em derrota.
Esse era o monstro que dava a Belzebu essa horrível aparência
de gorila, essa era a Besta do Umbral. Um ruído “seco” ressoou no
espaço. Este som é diferente do som metálico que se produz em
casos similares com nossos discípulos atuais. É que Belzebu é de
outro Período Mundial.
Foi recebido no Salão das Crianças com grande festa e música
deliciosa, e ficou convertido em discípulo dos Irmãos Maiores.

140
Os Mestres lhe deram de presente uma simbólica taça de prata.
Passada a Primeira Prova, levei-o novamente ao Único Criado
para que Ele seguisse ajudando-lhe. Os chifres desapareceram de
sua fronte porque esses chifres eram de sua besta interna, o Guardião
do Umbral, chamado pelos rosacruzes da Amorc de “O Guardião
de sua Câmara, o Guardião de seu Sanctum”.
A monstruosa figura de gorila também desapareceu porque essa
não era sua, era do Guardião do Umbral, chamado, pelos rosacruzes
da Amorc, de ‘O Guardião de sua Consciência’. Belzebu ficou boni-
to, mas agora devia cumprir com o que disse o Mestre: “A César o
que é de César”.
Ele tinha que devolver aos magos negros as prendas que deles
havia recebido: o barrete [gorro ou boina], o cordão de sete nós e a
capa de príncipe dos demônios. Também tinha que apagar seu nome
do livro onde estava inscrito.
Ao chegar a esta parte do presente capítulo temos de dar algu-
mas explicações sobre o tema, porque muitos leitores estranham
ouvir falar de livros no mundo astral. É que as pessoas estão acostu-
madas a pensar que o plano astral é um mundo vago, fluido, vapo-
roso, intangível, imaterial. Nós os gnósticos somos essencialmente
realistas, e chegamos à conclusão de que nada pode existir, nem
mesmo Deus, sem o auxílio da matéria. É que esta é absolutamente
desconhecida para as chamadas escolas materialistas.
Ditas escolas são apenas “gaiolas de papagaios”, teóricos, por-
que na realidade os sabichões do materialismo não conhecem senão
os estados mais grosseiros da matéria. Porém, que sabem eles, por
exemplo, sobre a química oculta e a anatomia e ultra biologia dos
corpos internos do homem?
Tampouco compartilhamos nós dos dogmas doutrinários des-
ses “piedosos santinhos” das escolas espiritualistas. Essas incultas
criaturas estão totalmente afastadas das realidades fundamentais
da vida.
Todo o mundo tem sido testemunha das loucuras mentais e das
aberrações místicas desses iludidos da rosacruz, da teosofia e do
espiritismo. Já é hora de as autoridades policiais acabarem com es-

141
sas escolas de espiritismos doentios e desses rosacrucismos e
teosofismos enfermiços e pomposos que estão levando muitas pes-
soas à degeneração e à demência. As cidades estão cheias de espíri-
tas malucos com ares de transcendidos, e de rosacruzes e teosofistas
que estão causando danos gravíssimos aos cérebros dos jovens de
ambos os sexos. Tanto as teorias materialistas como as espiritualistas
têm levado muita gente ao manicômio.
O ceticismo materialista é o resultado de uma demência cere-
bral. Isso, os médicos psiquiatras de Paris acabaram de confirmar,
ao analisarem o cérebro de um existencialista.
Na realidade, dentro de todo homem normal existe uma mística
natural sem aberrações de espécie alguma, e tanto as teorias materi-
alistas quanto as espiritualistas estão cheias de aberrações e fantasi-
as. Assim, pois, nós os gnósticos, não somos nem espiritualistas nem
materialistas. “Somos realistas”! Conhecemos a fundo as infinitas ma-
nifestações da matéria e do espírito e sabemos que a base fundamental
do Ser não é o espírito nem a matéria. O Glorian é a substância que a
si mesmo se dá substância, porém não é espírito nem matéria.
Quando afirmamos que Belzebu deveria apagar seu nome do
livro de um templo, falamos com tanta segurança como quando di-
zemos que devemos apagar um nome de um livro físico-material. É
que se no plano físico existem objetos materiais, na região astral
também existem objetos sólidos materiais, porque dito plano é tão
material quanto o físico, e ainda podemos visitá-lo cada vez que
queremos, penetrando dentro dele, com corpo de carne e osso, ves-
tidos e preparados como se saíssemos à rua para passear.
Em todo templo de magia negra existem livros de matéria astral
nos quais estão anotados os nomes de seus afiliados, e todo mago
negro, ao retirar-se de um templo de magia negra, deve sempre apa-
gar seu nome do livro onde está anotado. Também deverá devolver
todas as prendas a seus donos: “Dai a Deus o que é de Deus e a Cé-
sar o que é de César”.
Assim, pois, depois da Prova do Guardião do Umbral, apresen-
tou-se Belzebu em seu tenebroso templo para apagar seu nome do
livro onde estava anotado. Aquele é um enorme e gigantesco tem-
plo de magia negra.

142
Atrás do altar estava o Grande Hierarca do Templo, e quando
viu Belzebu chegar, impaciente e colérico exclamou: “Afinal lem-
braste de vir! Sendo você quem dirige este templo, por que se de-
morou tanto para vir?”
Então, Belzebu contestou, em tom enérgico: “Eu já não pertenço
a este templo; agora sigo o caminho da Magia Branca”.
Em seguida, tirou o gorro da cabeça e o cordão da cintura e os
arrojou sobre o altar dizendo: “Aí te deixo isso porque já não preciso
mais. Agora sou da Loja Branca”. E acrescentou: “Me alcance o li-
vro para apagar meu nome”. Então, o tenebroso sacerdote respon-
deu, em forma despótica: “Pegue o livro você mesmo. Eu não vou
fazer isso”.
E Belzebu pegou o livro, apagou seu nome, e saiu do templo
com passo firme e triunfal.
Em seguida, nos dirigimos a certa caverna tenebrosa, onde de-
veria entregar a capa de príncipe dos demônios. Ao entrar na negra
caverna, Belzebu falou: “Venho entregar esta capa que já não me
pertence porque agora sou discípulo da Loja Branca”. E lhes atirou
a capa; enquanto aqueles magos negros da caverna o insultavam,
Belzebu saía da caverna.
Uma vez fora, dirigimo-nos à própria caverna de Belzebu. Viam-
se ali inumeráveis armas e selos de magia negra. Belzebu queimou
tudo aquilo com as salamandras do fogo.
E assim, querido leitor, foi como Belzebu, o antigo príncipe dos
demônios, se liberou da magia negra.
Belzebu continuou morando na luz do “anel do qual não se pode
passar”, e o Único Filho seguiu ensinando-o.
Dias depois, apresentou-se a Prova do Grande Guardião do
Umbral Mundial. Esta é a segunda prova que todo discípulo deve
passar, e Belzebu enfrentou o segundo Guardião valorosamente, e
foi celebrada uma festa em outro templo, e lhe foi entregue outra
simbólica taça de prata.
Passada a segunda Prova, vem outra, para queimar com fogo as
escórias que tenham ficado no discípulo. Belzebu entrou no Salão

143
de Fogo e se manteve nas chamas valorosamente. Esta é a terceira
prova, e Belzebu a passou bem. O fogo queimou todas as larvas de
seu corpo astral e assim ficou limpo.
Mais tarde passou pelas Quatro Provas, e demonstrou nelas que
estava disposto a beijar até o látego do verdugo.
Estas Quatro Provas são: da terra, do fogo, da água e do ar.
Belzebu passou essas Quatro Provas valorosamente, e então
recebeu a capa de chela da Loja Branca, e se vestiu com túnica cor de
amora. Belzebu fez-se discípulo da Loja Branca e se santificou
totalmente.
Os Irmãos Maiores celebraram com alegria uma grande festa
cósmica e o divino Rabi da Galiléia recebeu-o num abraço; e a mim,
Aun Weor, me felicitou pelo triunfo.
O acontecimento ficou escrito no Livro dos 24 Anciães, e todo o
Cosmo estremeceu.
Este é o maior acontecimento da evolução cósmica.
Eu tinha ouvido falar de anjos caídos, porém jamais de um de-
mônio arrependido.
Belzebu dedicou-se a curar enfermos e a levá-los pela noite em
corpo astral ao Templo de Alden para curá-los. Entregou-se ao bem,
à bondade e à justiça. Trocou seus costumes demoníacos por costu-
mes de santo e tornou-se santo.
Perdido o elo principal, que era Belzebu, o pânico se estendeu
pela Loja Negra.
Os magos negros desenrolaram velhos pergaminhos e se assom-
braram ao ler os inumeráveis graus que Belzebu tinha; como os havia
traído, alguns comentavam, dizendo: “Agora não nos resta senão o
Chefe Javé, o Patrão... Se ele nos abandona, estamos perdidos”.
Depois que Belzebu passou as Quatro Provas da terra, do fogo,
da água e do ar, ele visitou Javé, seu antigo chefe, e lhe disse: “Ve-
nho despedir-me. Agora já não dependo mais de teu governo, por-
que agora sou discípulo da Loja Branca”.
Furioso, Javé lhe respondeu: “Traidor! Miserável! Canalha! Te
deixaste convencer por Aun Weor, porém ele não tem teus graus
nem os meus. Observa que vais pelo caminho do mal”.

144
Belzebu respondeu-lhe energicamente: “Quem vai pelo caminho
do mal és tu; eu sigo com Aun Weor. Eu não havia visto a luz, po-
rém agora que ele a mostrou para mim, não tornarei a sair dela, e
sigo com Aun Weor como o seguem todos os seus discípulos”.
Então, Javé lhe disse: “Maldito, maldito, maldito! Minha maldi-
ção te perseguirá eternamente”. Porém Belzebu, sorrindo, respon-
deu: “Tua maldição não me afeta mais porque estou protegido pela
Loja Branca”.
Depois que tinha falado com Belzebu, Javé voltou-se para mim
dizendo: “É a ti que devo atacar porque tu és o responsável por
tudo isso”. Ato contínuo, atacou-me com todo seu sinistro poder
oculto, porém esconjurei-o facilmente e o derrotei.
Belzebu seguiu curando enfermos e chegou o instante em que se
fez necessário pedir corpo físico para escalar o Sendeiro da Iniciação.
E Belzebu pediu o corpo e foi aceita sua petição, e se inscreveu no
Escritório Kármico número 9 e ingressou em nossa evolução humana.
O Iniciado Gargha Kuichines ofereceu generosamente sua coo-
peração para que Belzebu tomasse corpo em seu lar, porém aquilo
foi completamente impossível por motivos de saúde de sua esposa.
Ela não poderia suportar a terrível vibração de Belzebu.
Porém, os Irmãos Maiores tinham previsto tudo muito bem e o
Chela Belzebu encarnou-se em corpo feminino na França. Agora é
uma bela menina da França, que assombrará o mundo por sua san-
tidade, poder e sabedoria.
Seus pais formam um jovem e belo casamento, onde só reina o
amor e a compreensão, pois ambos são Iniciados, são Obreiros, po-
rém gozam de uma vida simples e bela.
Belzebu nasceu com corpo de mulher porque o corpo feminino
é indispensável para ele desenvolver o sentimento, a ternura e o
amor. Agora, já com corpo físico, poderá ir passando rapidamente
as 9 Iniciações de Mistérios Menores, e ao fim se unirá com o Íntimo
e se converterá num Mestre de Mistérios Maiores da Fraternidade
Branca. Dos grandes pecadores nascem os grandes virtuosos.

145
A Sapiência do Pecado
Aun Weor

A sabedoria é elaborada com a sapiência do pecado


E a vertigem do Absoluto.
Ó Magdala vencida,
Teus lábios murchos de tanto beijar,
Também sabem amar...

Por isso a ti te quero


Mulher caída.
Eu por ti morro,
Digam o que disserem.

Gosto da dança e de teus amores,


Ai, mulher, não me deixes,
Que eu por ti morro...
Ai, mulher, não me deixes,
Que eu só a ti te quero.

O fruto proibido nos faz deuses.


As palavras deliciosas
Do amor, e teus graves juramentos,
São como o fogo das rosas,
São como aqueles deliciosos momentos
Que ninguém sabe...

Os maiores anjos
Sempre foram diabos
Das grandes bacanais.
Eles gozaram os lábios de amor,
Eles cantaram o Cantar dos Cantares...

As rosas vermelhas são melhores que as rosas brancas


Porque têm a sabedoria do pecado
E a vertigem do Absoluto,
E pelo muito que têm chorado,
Um doce nazareno as perdoa...

146
A tentação é a mãe do pecado
E a dor do pecado é a sabedoria.
Cristo amou a que muito havia chorado
E disse-lhe: Mulher,
Pelo muito que haveis amado,
Eu te perdôo...

Os Deuses mais divinos


São os que têm sido mais humanos.
Os Deuses mais divinos
São aqueles que foram diabos.

Canta Belzebu, canta tua canção,


Canta Belzebu, um canto de amor.
Mulher, és rosa de paixão,
Tens mil nomes deliciosos,
Porém teu verdadeiro nome é amor...
Eu quero envolver tuas fontes com laurel,
Eu quero beijar teus lábios com amor...

Eu quero dizer-te coisas exóticas


Eu quero dizer-te coisas íntimas,
Eu quero dizer-te tudo,
Na perfumada peça de mogno.
Quero dizer-te tudo em noites estreladas,
Tu és a Estrela da Aurora,
Tu és a luz da Alvorada...

Teus seios destilam mel e veneno


E o licor da fêmea
É licor de Mandrágoras.
É cume, é imensidade, é fogo,
É a chama ardente e adorada
Por onde se entra no céu...

147
CAPÍTULO 18
O MILÊNIO

Rompido o elo principal da Loja Negra, a Revolução de Belzebu


se estendeu sobre toda a face da terra, e o Milênio começou exata-
mente no ano de 1950.
Os alicerces do mundo foram abalados e outros magos negros
seguiram o exemplo de Belzebu.
Astaroth, companheiro inseparável de Belzebu, e Santa Maria,
companheira de Mariela, a grande maga, também seguiram o exem-
plo de Belzebu.
A Revolução de Belzebu está em marcha. Por onde quer que seja,
levantam-se os oprimidos contra os opressores. Por onde quer que
se vá, há guerras e rumores de guerras. O velho agonizante agarra-
se à vida e o novo quer nascer e viver.
A Revolução de Belzebu está em marcha. A Era de Aquário se
aproxima e a tempestade dos exclusivismos desatou-se com todo
seu furor. Os partidos lutam contra os partidos, as religiões contra
as religiões; as nações lançam-se à guerra e cada mão se levanta con-
tra cada mão. O caduco, o velho, luta por viver enquanto o novo
quer se impor.
É a luta entre duas épocas, uma que agoniza e outra que nasce.
Entramos no Milênio. A evolução humana fracassou. Quase todos
os humanos que atualmente vivem na Terra já receberam a marca
da Besta em suas frontes e são demônios. Os bilhões de almas que
atualmente estão encarnadas são almas-demônios, almas perversas;
só um pequeno punhado delas se salvou.
O astral estava cheio de trilhões de demônios que lutavam terri-
velmente para ganhar a Grande Batalha e estabelecer seu Governo
Mundial, tal como figura nos Protocolos de Sião.
Javé e sua Loja Negra já estavam a ponto de triunfar totalmente
sobre a Terra. Tudo marchava de acordo com seus planos.
A tempestade estava em todo o seu apogeu. Acercava-se a Era de
Aquário e não havia nem um raio de esperança nas trevas do ódio.

148
A Segunda Guerra Mundial acabara de acontecer e milhões de
almas desencarnadas nos distintos teatros da guerra seguiam em
nosso ambiente astral sedentas de sangue.
Foi então que a Venerável Loja Branca entregou em minhas mãos
a Chave do Abismo e uma grande cadeia para que se cumprisse o
versículo primeiro do capítulo 20 do Apocalipse, que diz:
“E vi um Anjo descer do céu, que tinha a Chave do Abis-
mo e uma grande cadeia em sua mão.”
E recebi ordem dos Senhores do Karma para encerrar Javé e to-
dos os magos negros no Abismo.
A tarefa era realmente esmagadora para mim, porém me senti
onipotente, porque os Veneráveis Mestres, depois de me submeter
às terríveis Provas da Iniciação, entregaram-me a Espada da Justiça
e o Cavalo Branco. Conferiram-me a mais alta honra para um ser
humano, qual seja, a de julgar [a humanidade] e iniciar a Era de
Aquário.
E foi posta uma cinta sobre a minha coxa, que em letra simbólica
diz: “Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”, para que se cumprisse o
Capítulo 19, vers. 16, do Apocalipse, que diz: “Em suas vestes e em
sua coxa está escrito este nome: Rei dos Reis e Senhor dos Senhores”.
Trago essa cinta na coxa para representar que o poder do ser
humano está no sexo. Em conseqüência foi-me entregue a missão
de ensinar à humanidade, pela primeira vez na vida, os terríveis
segredos do sexo. Por isso é que o Íntimo, o Real Ser deste que isto
escreve, traz essa cinta na coxa, com isso simbolizando minha mis-
são nesse sentido.
Chegada a noite em que deveria obedecer à ordem de prender
Javé, marchei com todos os meus discípulos em rigorosa formação
militar, lançando vivas a Javé, e o rodeamos e o prendemos de sur-
presa. Ele estava convencido de que iríamos homenageá-lo e por
isso não escapou das nossas mãos. Depois, o encerramos no Avitchi
da Lua Negra [Lilith].
Sete portas atômicas de ferro conduzem a esse plano de consci-
ência, e na grande porta externa permanece pendurada a espada

149
com a qual Miguel venceu Luzbel e todas as legiões tenebrosas dos
antigos Períodos Cósmicos.
Os magos negros se horrorizam ao ver essa espada. Javé tinha
um karma gravíssimo, pois foi o autor secreto da crucificação de
Cristo e o responsável direto pelo fracasso da evolução humana na
terra. Essa velha dívida tinha de ser paga irremediavelmente, pois
ninguém pode impunemente burlar a Lei.
Os Senhores do Karma entregaram-me uma enorme e pesada
cruz cheia de pontas para que crucificasse Javé com a cabeça para
baixo e os pés para cima, pois ele crucificou o Cristo, e agora o Karma
entrara em ação.
Eu obedeci e o amarrei na cruz com a cabeça para baixo e os pés
para cima.
E assim se cumpriram os versículos 2 e 3 do Apocalipse, capítu-
lo 20, que dizem: “E prendeu o Dragão, aquela Serpente Antiga, que
é o Demônio e Satanás, e o atou por mil anos. E o arremessei ao
Abismo, e foi selado para que não engane mais as nações até que
mil anos sejam cumpridos. E depois disto, é necessário que seja de-
satado um pouco de tempo”.
Mil anos significam vários milhares deles. Javé e sua gente per-
manecerão no Abismo durante todo o luminoso Ciclo de Aquário.
No Ciclo de Capricórnio ser-lhes-á brindada a última oportunidade
em nossa Terra para que se arrependam.
As palavras Dragão, Demônio e Satanás são palavras individu-
ais e genéricas porque simbolizam Javé e os bilhões de almas que
eu, Aun Weor, estou encerrando no Abismo.
Ao localizar o mal do mundo, pude me dar conta que toda a
maldade da Ásia tinha seu foco principal na China e toda a malda-
de ocidental tinha seu foco principal em Roma. Recordei-me que se
mata a cobra pela cabeça, e comecei por levar ao Abismo todos os
Hierarcas de outros Períodos Cósmicos, junto com seus trilhões de
demônios.
E vi Luzbel, com sua túnica e turbante vermelhos e na ponta de
sua cauda levava enrolado um antiqüíssimo pergaminho.

150
E vi Ahrimã, o autor do grosseiro materialismo. Ahrimã usa tú-
nica e gorro vermelhos.
E vi Lucífugo Rofocale, autor do dinheiro.
E vi Orhuarpa, o fundador dos Mistérios do Sol Tenebroso, na
Atlântida.
E vi Bael, o pólo contrário do luminoso Anjo Adonai. O Rei Bael
usa coroa e em um grande livro ensinava seus discípulos em sua
caverna no deserto.
E vi os soldados de Javé que assassinaram o Cristo. Disfarcei-
me de ancião e mago negro para convencer Luzbel que seu patrão
Javé o chamava com todas as suas legiões.
E movimentei-me diante deles e pouco a pouco os conduzi ao
Abismo.
E, assim, caíram Lúcifer e suas legiões, Ahrimã e suas legiões,
Lucífugo e suas legiões, Orhuarpa e suas legiões, Bael e suas legi-
ões, e Baal-Peor e suas legiões.
Diante desses chefes fiz maravilhas: Dancei, cantei, toquei tam-
bores, etc. Fiz tudo o que esteve ao meu alcance para limpar a at-
mosfera do mundo; utilizei todos os meus antiqüíssimos conheci-
mentos para encerrar no Abismo todos esses bilhões de demônios
que já tinham o mundo em suas garras.
Disfarcei-me de mil maneiras para poder levar os magos negros
ao Abismo.
E todos esses magos negros com suas legiões me fizeram gran-
des combates na Luz Astral, e eu, montado num cavalo branco e
com a Espada da Justiça na boca, os venci. E assim cumpriram-se os
versículos 15 e 19 do capítulo 19 do Apocalipse, que dizem:
“E de sua boca sai uma espada aguda para ferir com ela
as turbas, e Ele as regerá com espada de ferro; e Ele
mesmo pisa o lagar do vinho do furor e da ira do Deus
Todo-Poderoso.”
“E vi a Besta dos Reis da terra e seus exércitos congre-
gados para fazerem guerra contra O que estava sentado
sobre o cavalo e contra seu exército.”

151
Todas essas maravilhas foram realizadas pelo Real Ser deste que
escreve isto, e as realizou bem. O que isto escreve é tão só a humilde
e tosca personalidade do Mestre Aun Weor. Este Mestre é meu Real
Ser, quer dizer, meu Íntimo, minha Mônada.
E limpei a China, e limpei o Ocidente, e foram tão numerosos os
magos negros da China e do Ocidente como as areias do mar.
Todos os magos negros da China dependiam das ordens da Loja
Negra chamada Dragão Negro.
E todos os magos negros do Ocidente dependiam de certo mago
negro de Roma (o papa).
E caíram no abismo milhões de mortos da Segunda Guerra mundial.
E caíram no abismo milhões de sacerdotes católicos e centenas
de pontífices romanos, e todos foram encerrados no abismo. Todos
os templos negros, todas as escolas ficaram vazias.
E, no Avitchi, os Senhores do Karma estabeleceram um Tribu-
nal, e foi-me dado o poder de julgar esses magos negros e aplicar-
lhes o castigo.
E assim se cumpriu o versículo 11 do capítulo 19 do Apocalipse,
que diz:
“E vi o céu aberto e eis que um cavalo branco e o que
estava sentado sobre ele era chamado Fiel e Verdadei-
ro, o qual com justiça julga e luta.”
Encheríamos enormes volumes se relatássemos minuciosamen-
te todas as cenas e todas as coisas que fiz para poder limpar a Terra
de tanta maldade. Se não houvéssemos feito isto, teria sido impossí-
vel iniciar a luminosa Era de Aquário. Eu, Aun Weor, sou o grande
Avatar de Aquário, e estou cumprindo fielmente minha missão, e
agradeço profundamente aos Mestres a honra que me conferiram.
Eu Sou o Iniciador da Nova Era.
E os Mestres puseram sobre minha cabeça muitos diademas bri-
lhantes, e minha roupa parecia tingir-se de sangue em meio à bata-
lha. E assim cumpriram-se os versículos 12 e 13 do capítulo 19 do
Apocalipse, que dizem: “E seus olhos eram como chamas de fogo, e

152
havia em sua cabeça muitos diademas, e tinha um nome escrito que
ninguém entendia senão Ele mesmo.
E estava vestido de uma roupa tingida de sangue, e seu nome é
chamado O VERBO DE DEUS.
Neste nome Verbo de Deus oculta-se o nome de meu Real Ser,
pois a Bíblia é altamente simbólica.
Representa-se Deus com o monossílabo AUN (Verbo), e com os
dois V de Verbo forma-se o W, o qual, juntamente com as letras E, O
e R da palavra Verbo forma-se WEOR. Assim temos o nome AUN
WEOR oculto dentro da frase Verbo de Deus.
Meu nome foi ocultado propositalmente dentro dessa frase por-
que tenho cumprido essa missão com a Palavra Perdida, com o Ver-
bo de Deus, com a sentença anotada nesse “Fiat luminoso e
espermático do primeiro instante, com o silvo do Fohat”, e depois
de todas essas coisas o plano astral ficou limpo de magos negros.
A palavra perdida da Loja Negra, Mathrem, que figura na
monografia de 9º grau da Escola Amorc, amparou-os durante mi-
lhões de anos no véu da obscuridade, porém agora, no Milênio, já
não os protegerá mais.
Os Deuses julgaram a Grande Rameira com o número 6 e a con-
sideraram indigna. A sentença dos Deuses foi: Ao Abismo, ao Abis-
mo, ao Abismo...
O plano astral ficou limpo: milhões de almas humanas caíram
no Abismo, porém, no plano físico, ficaram bilhões de demônios em
carne e osso. Então foi quando os Deuses julgaram a Grande Rameira
para lançá-la ao Abismo.
A Terceira Guerra é inevitável e morrerão pessoas aos milhões,
como as areias do mar, para que se cumpram os versículos 17 e 18
do capítulo 19 do Apocalipse, que dizem: “E vi um Anjo que estava
no Sol e clamou com grande voz dizendo a todas as aves que voa-
vam no céu: ‘Vinde e congregai-vos à Ceia do Grande Deus. Para
que comais carnes de reis, carnes de fortes, carnes de cavalos e dos
que estão sentados sobre eles, e carne de todos, livres e servos, de
pequenos e grandes’”.

153
Os homens morrerão aos milhões como as areias do mar, e o
Colosso do Norte [EUA] pagará o seu karma. Haverá guerra entre
Oriente e Ocidente para o bem da humanidade. Assim diz o Senhor
Jeová. As almas demoníacas dos mortos da III Guerra irão ao Abismo.
De 1950 em diante só será dado corpo físico às almas devida-
mente preparadas para viver na Era de Aquário. Nosso planeta fica-
rá quase desabitado, porém milhões de moradores de outros plane-
tas virão iluminar a Era de Aquário.
Em nosso livro O Matrimônio Perfeito, já havíamos falado so-
bre os discos voadores e explicamos que são naves voadoras de ou-
tros planetas e que nelas virão os Instrutores de Aquário.
No Avitchi da Lua Negra [Lilith] os seres de nossa Terra estão se
estabelecendo com os mesmos costumes que aqui desenvolveram.
Formaram ali seu ambiente tal como o fizeram aqui.
Os Hierarcas da Loja Negra são obedecidos por esses bilhões de
almas-demônios.
Ali, se vê em todas as partes as mesas divinatórias: as famosas
figuras mágicas do Phúrbu sobre a tartaruga quadrada, as placas e
mesas de sacrifício, os círculos de Chinsreg...
Todos esses magos negros despertaram Kundalini negativamente
e coabitam incessantemente para praticarem a Magia Sexual Negra
que ensina Omar Cherenzi Lind, a fim de dar força à sua Kundalini
negativamente.
Pois como já dissemos nesta obra, há dois tipos de magia sexual:
uma que cria para a vida e outra para a morte. A primeira é Magia
Branca e a segunda é Magia Negra.
No princípio, esses magos fizeram milhares de experimentos
para escapar do Avitchi, porém todos os seus experimentos fracas-
saram.
No início, eles acreditavam que o Avitchi era uma caverna ou
algo assim, mas, agora, já estão se dando conta que o Avitchi é um
plano da natureza, semelhante ao do planeta terra. Portanto, eles
fizeram milhares de tentativas e consultaram seus livros sem obter
nenhum resultado: todos seus conhecimentos fracassaram.

154
E ali permanecerão até a Era de Capricórnio, quando ser-lhes-á
oferecida a última oportunidade para se arrependerem de suas mal-
dades.
O fogo a tudo transforma porque do fogo tudo saiu e ao fogo
tudo retornará.
A redenção do homem está no fogo. Fohat transforma tudo o
que é, tudo o que tem sido e tudo o que será.
Vencemos a morte e somos imortais. A espada de Dâmocles se
levanta ameaçadora contra a caveira silenciosa. O mundo está no
meio do Fogo da Alquimia, e as escórias estão caindo no Abismo.
Termino este livro em meio à tempestade. Rugem os canhões,
treme a terra, ouve-se o terrível estampido do trovão e no meio do
espantoso gemido do furacão se escutam vozes de majestade e pala-
vras terríveis.
A Terra está em chamas e o Fohat silva incessantemente; em meio
ao terrível silvo do Fohat se escuta a sentença dos Deuses do Fogo:
Ao Abismo!
Ao Abismo!!!
Ao Abismo!!!!!!!

155
HINO DA NOVA ERA
Por: Aun Weor
(para ser cantado em coro)

Rompamos cadeias
Já caiu a tirania
OM... OM... OM...
Está de festa a vida
Rompamos cadeias
OM... OM... OM...

Bom Jesus, vem, vem, vem


Ele não quer escravos
Já caiu Javé
Já caiu Luzbel

Rompamos cadeias
Já caiu a tirania
OM... OM... OM...
Está de festa a vida
Rompamos cadeias
OM... OM... OM...

Nos espaços infinitos


Os Deuses imortais
Entre relâmpagos divinos
Cantaram cantos celestiais

Já passou a negra noite


E seus cadafalsos de dor
Agora cantemos aos heróis da noite
Um canto de amor

156
Rompamos cadeias
Já caiu a tirania
OM... OM... OM...
Está de festa a vida
Rompamos cadeias
OM... OM... OM...

Bom Jesus, vem, vem, vem


Ele não quer escravos
Já caiu Javé, já caiu Luzbel
Agora somos livres
Agora somos sábios
Já caiu Luzbel

Rompamos cadeias
Já caiu a tirania
OM... OM... OM...
Está de festa a vida
Rompamos cadeias
OM... OM... OM...

INRI INRI INRI

157
APÊNDICE 1
Por: Julio Medina V.

Depois de haver lido detidamente esta obra do Mestre do Raio


da Força, Aun Weor, lamentamos o fato de que o despreparo da
maioria dos leitores, no campo do oculto, não lhes permita receber a
luz que é brindada a toda a humanidade por meio deste livro. A
humanidade tornou-se objetivista, e tudo julga através de dois ór-
gãos: olhos e ouvidos. Adquire seu conhecimento valendo-se des-
ses dois sentidos, e por conseguinte, aplica-os para esclarecer quan-
do tem dúvidas. Porém, nestes ensinamentos, onde a visão e o ouvi-
do são instrumentos demasiadamente densos, torna-se impossível
alcançar a verdade e entender o divino. E, ante sua impotência fren-
te ao desconhecido, [a humanidade] prefere culpar o autor, porque
o homem jamais quer se fazer responsável pelo que lhe ocorre.
O [livro] O Matrimônio Perfeito, do mesmo autor, é uma pedra
[fundamental], porém, esta obra, é um edifício para a Nova Era de
Aquário. Sem dúvida, todos estes ensinamentos serão atualidade
para essa Era luminosa. Agora, o homem está muito ocupado, es-
magando-se e dando cotoveladas uns contra os outros, como se o
mundo não fosse suficientemente espaçoso para se viver nele. O
conceito que se formou do Divino é a principal barreira, em meio à
obscurecida mentalidade. Por meio destes escritos se ensina a dissi-
par essa obscuridade, dizendo-se, simplesmente, que as trevas são
rompidas com a luz.
Aqui se diz ao homem cheio de trevas internas que acenda seu
fogo interior, para que se ilumine com a Luz de seu Espírito. Tam-
bém é ensinada a fórmula de “como” acender a chama e “quem” a
acende. Não obstante, o que o homem faz é defender sua tenebrosa
obscuridade, tirando sua defesa das milhares de teorias que leu, como
se as houvesse evidenciado, ou como se as tivesse vivido. Assim,
chama de “lei” a tudo aquilo que tem feito um “costume”, e o con-
firma ao dizer que “o costume faz a lei”. Assim, confunde o ilusório
com o real, o mutável com o Imutável e a alma com o Espírito.
Indubitavelmente, o homem criou um abismo entre o humano e
o divino, porque ainda não chegou a compreender que o corpo físi-

158
co é o veículo que a divindade usa para se expressar; que a alma é o
mediador entre o corpo e a divindade; ou seja, entre o humano e o
divino, e que cada um desses três corpos dispõem de elementos afins
que são estudados pelo Ocultismo.
O conceito material sobre o ocultismo é completamente errado.
O que mais dano causa às pessoas, para adquirir o conhecimento, é
precisamente o equivocado conceito que formaram sobre o que des-
conhecem. Todo homem se encontra atado ao poste de suas crenças,
e segundo a extensão da cadeia que o ata, também são os grandes
círculos que descreve ao redor de cada crença.
Possivelmente, muitos leitores acham claros os conceitos que por
meu pensamento se expressam; ao contrário, os que mal interpre-
tam o Mestre, este os confunde. A realidade é que minhas concep-
ções são menos profundas; estão mais ao alcance dos neófitos. Nos
ensinamentos que o Mestre nos oferece há sabedoria, há luz, e só ao
passar pela peneira densa de minha escassa claridade, são percebi-
das pelos leitores.
O Mestre Aun Weor pertence ao Raio da Força. Por isso, o senti-
mos demasiadamente forte ao se expressar; por isso, seus comentá-
rios contundentes; por isso empunha sua espada contra todos aque-
les ensinamentos que escravizam o homem, limitam-no e o encadei-
am à dor. Todos seus gloriosos ensinamentos conduzem o discípulo
que tem maturidade espiritual até sua realidade presente: o sexo.
O sexo é o primeiro degrau que nosso corpo físico nos oferece
para entrar nesse grandioso e imenso campo do amor e ao não me-
nos misterioso, a paixão. Segundo o caminho que o homem toma
por meio do sexo, seja pelo amor, seja pela paixão, assim se eleva
[ao céu] ou se afunda no abismo. A base fundamental da Magia Negra
e da dor é o sexo [fornicação]. A base fundamental da onipotência e
da felicidade absoluta é a Castidade Perfeita. Isso é um axioma!
Porém, a castidade não é questão de poses, pietismos ou retóri-
ca catequética. Quando falamos de “castidade”, aludimos à decên-
cia sexual, à Castidade Científica, à Magia Sexual, à união que se
verifica entre esposo e esposa, não para criar homens, mas para for-
mar Deuses. No entanto, o homem comum une-se como os animais,
para gerar animais, e usa o sexo para saciar torpes e brutais apetites.

159
Os enamorados, como a própria palavra indica, mantêm uma
força envolvente. Sua atração é tão poderosa que rechaça toda ame-
aça de separá-los. São capazes de todos os sacrifícios quando estão
ligados por essa força irresistível. Com o fogo do amor, fazem da
vida um paraíso, porém, todo este Éden, em meio do qual vivem, se
lhes esfumaça quando concluem com a união puramente animal,
quando fornicam. Então, passam a outros estados: ao cansaço, ao
fastio, à desilusão. Aqui se cumpre a máxima de Virgílio: Post coitum
animalia tristis est [depois do coito todo animal torna-se triste].
Exaltamos o amor quando nos unimos para acender os Fogos
Internos (Magia Sexual), e o extinguimos quando a união é pura-
mente animal, quando violamos a Lei Divina. O amor realiza mila-
gres quando lhe damos guarida em nosso coração. Por isso, a mu-
lher, quando ama seu marido, suporta até seus vícios. Porém, quan-
do não lhe tem amor, até suas virtudes a magoam.
Da mesma forma como o amor opera milagres e faz com que
seja percebido e faça da vida um paraíso, igualmente o homem, se-
dento de luz, atrai para si o conhecimento; e, como as portas de sua
compreensão estão permanentemente abertas, pode entrar a luz do
conhecimento. Por isso, o sábio vive permanentemente em função
do estudo; por isso, o filósofo se extasia com a natureza, porque ela
é um livro aberto, e nele só os dignos sabem ler; por isso, o profes-
sor vive aprendendo, porque reconhece que o conhecimento é infi-
nito; e, para saciar as ânsias de conhecimento que lhe demandam
seus alunos, se vê obrigado a ir mais além do alcance de seus discí-
pulos; por isso, o Templo de Delfos mantém em sua entrada um
letreiro que diz: Nosce te ipsum. “Conhece-te a ti mesmo” (e conhe-
cerás o universo...).
O Mestre Aun Weor, por meio dos ensinamentos deste livro,
conduz o estudioso, aquele que tem sede de verdade e de conheci-
mento, por uma via de estudo simples, prática e bem reta, para con-
quistar a sabedoria e a consciência de si mesmo. De minha parte,
desejoso de aproximar o Mestre dos demais, para que também rece-
bam a luz de sua palavra e o saber de sua experiência, aspiro, por
meio de uma série de perguntas e respostas, que foram formadas
não só por mim, mas também por inúmeras pessoas de distintos

160
conhecimentos, profissões e ocupações, colocá-lo mais ao alcance
de todos os leitores e aproximá-lo mais ainda da compreensão dos
que não têm informação suficiente sobre o que é Gnose; porque,
para mim, isso tem sido muito positivo, ter podido obter perma-
nentemente do Mestre a resposta precisa para cada pergunta, quan-
do, em meus momentos de grandes dúvidas, dele me aproximava
para interrogá-lo.
Com vocês, o Mestre, para que esteja mais perto de cada leitor;
participem todos, como tenho participado, e que para cada um dos
que formularem suas perguntas, nos dê [o Mestre] a luz de seu enten-
dimento e o profundo saber de sua experiência. E, foi assim que fiz a
seguinte pergunta ao Mestre, para tirar uma de minhas dúvidas.
1. MESTRE, por que diz GOETHE em sua obra “Fausto” que
dentro do ser humano existem duas almas: uma que nos atrai para
a luz e outra que nos atrai para as paixões animais?
R. Quando a Alma Divina se une com o Íntimo, seguindo os
ensinamentos que damos nesta obra, abre-se diante de nós um mar
vastíssimo e grandioso, porque então nos toca redimir a Alma Ani-
mal. A união com o Íntimo significa que já completamos a evolução
do período terrestre, porém não significa que tenhamos completa-
do a evolução. Cada um de nossos corpos internos terá que chegar à
perfeição absoluta antes de ser assimilada a consciência de cada um
dos quatro corpos interiores pelo Íntimo.
Nossa terra densa se tornará mais sutil e se eterizará na chama-
da Época de Júpiter [próxima Ronda]. Mais tarde, nossa terra estará
feita do mesmo material de nosso corpo astral; muito mais tarde
nossa terra estará constituída da mesma matéria de nosso corpo
mental. Assim, pois, a humanidade não poderá ter um corpo etérico
absolutamente perfeito, senão ao finalizar a época etérica de nossa
futura terra, e nosso corpo astral não terá chegado à perfeição senão
ao finalizar a época de nossa terra feita de matéria astral, e por últi-
mo, a mente humana, que hoje em dia só está na aurora de seu nas-
cimento, somente terá chegado à perfeição absoluta ao finalizar a
época mental de nosso planeta. A consciência anímica de cada um
desses instrumentos deverá ser extraída e assimilada pelo Íntimo,

161
quando os veículos tiverem chegado à perfeição. Então, o homem se
realizará como um Hierofante de Mistérios Maiores.
A Primeira Iniciação de Mistérios Maiores, ou seja, a da Alta Ini-
ciação, é tão só a união da Alma puramente Espiritual com o Íntimo.
Esta alma puramente espiritual vem a ser a soma total de todos os
frutos de nossas experiências milenares, [obtidas] através das inu-
meráveis reencarnações. Quem recebe a Alta Iniciação termina ape-
nas seu aprendizado no tocante ao período terrestre e, como é natu-
ral, colhe seus frutos milenares em forma de poderes e extratos di-
vinos. Esta [alma espiritual] é a Alma de Diamante do Íntimo.
A segunda Iniciação de Mistérios Maiores permite ao Adepto
colher todos os frutos da futura perfeição do corpo etérico do ho-
mem. A terceira Iniciação de Mistérios Maiores permite ao Adepto
colher todas as perfeições do corpo de desejos [corpo astral] do ho-
mem. A quarta Iniciação de Mistérios Maiores permite ao Adepto
colher todas as perfeições do corpo mental do homem. Há uma quin-
ta Iniciação de Mistérios Maiores, que não nos é dado revelar, por-
que não alcançamos compreendê-la. É assim como liberamos nossa
Alma Animal do lodo da terra e da dor. Então, nos faremos livres
dos quatro corpos de pecado e seremos um “Dhyan-Choan”, ou seja,
um Deus inefável, vivendo na imensidão do infinito.
Com cada uma dessas Iniciações de Mistérios Maiores adquiri-
mos a sabedoria correspondente a cada um dos grandes Períodos
Cósmicos do futuro. Este mesmo processo de aperfeiçoamento se-
gue a humanidade comum e corrente, através de eternidades de dor
e de amargura. Cada uma destas cinco Grandes Iniciações de Misté-
rios Maiores tem também 9 graus análogos às nove Arcadas (ou Ini-
ciações) de Mistérios Menores, às quais se referem a maioria dos
Mestres de ensinamentos de Mistérios.
Muitos estudantes de Ocultismo, como teosofistas, espíritas,
rosacruzes, etc., pensam que, para chegar a ser Adepto ou Mahatma,
necessita-se indispensavelmente abandonar o mundo, e retirar-se
aos cumes nevados do Himalaia e viver uma vida ascética, longe,
muito longe de toda relação sexual e humana. Esses tais, dotados de
“sapiência”, através de suas fantasias morbosas, o que estão bus-
cando é escapatórias da vida real e formas de consolação para seus

162
pietismos e vãs elucubrações mentais, porque, na realidade, o ho-
mem só pode se unir com seu Íntimo vivendo uma vida retamente
vivida e praticando Magia Sexual com sua esposa sacerdotisa.
Quando dizemos que o sexo é o próprio Éden, não queremos
falar em forma simbólica, mas, literalmente, sem metáforas de ne-
nhuma espécie. A luz edênica inunda os espaços interplanetários
com uma cor rosa-fogo, cheia de átomos transformativos de altíssima
voltagem, e quando nos conectamos com a esposa sacerdotisa, atra-
ímos até nossa atmosfera individual essa poderosa luz edênica, que
então nos submerge dentro de seu oceano inefável, chamado Éden.
Assim, penetramos nesse precioso jardim de que nos fala a Bí-
blia e nos convertemos em Anjos. A Luz Edênica é o agente de todas
as criações cósmicas do infinito, e isto foi o que se esqueceu Einstein,
quando lançou sua teoria da relatividade. A Luz Edênica é o grande
agente universal de vida, manipulado pelos Deuses, para elaborar
suas criações planetárias.
Assim terminou falando o Mestre e isto me sugeriu a seguinte
pergunta:
2. MESTRE, ao falarmos de Deuses, os leitores perguntam se
somos politeístas. O que pode nos dizer a respeito?
R. Diga a humanidade que os Deuses são homens perfeitos e
que cada ser humano é um Deus acorrentado, um Prometeu
acorrentado na dura rocha da matéria.
Com essas respostas tão rápidas, que o Mestre dava na presença
de alguns discípulos e estranhos, surgiram novas perguntas, e o
Mestre as respondia tão rápido que apenas podíamos tomar nota
delas. Assim, passamos a vocês leitores, essas perguntas e suas res-
postas, para torná-los partícipes daqueles momentos inesquecíveis,
e também, para aproximá-los da luz do Mestre.
3. MESTRE, o conceito que têm as religiões por nós conheci-
das é que existe um só Deus eterno e imortal. Que pode nos dizer
acerca disso?
R. As pessoas têm razão, porque o sistema solar no qual vive-
mos, nos movemos e temos nosso Ser, é tão somente a escama da

163
serpente ígnea de um Grande Ser, ao qual rendemos a mesma ado-
ração que rendem os átomos de nossos próprios corpos individuais
ao Real Ser do homem: o Íntimo.
4. MESTRE, por que a maioria das pessoas quando fala conosco
pergunta tanto se acreditamos ou não acreditamos em tal coisa?
R. As pessoas perguntam assim por medo de perder suas pró-
prias crenças, dentro das quais estão enjauladas as mentes de tantos
e tantos místicos doentios, cheios de pietismos e com ares de santos
antiqüíssimos. Hoje, não se trata mais de crer ou não crer em tal ou
qual coisa. O que se deve é compreender e discernir com a visão
crítica, para decupar as coisas de seus valores, e ver o que é que elas
têm de real. As crenças são formas mortas, crostas duras, às quais se
apegam os beatos e os fracos.
5. MESTRE, por que se ouve tanta gente perguntar desta ma-
neira: Sabe, à minha religião pertenceram meu pai, minha mãe e
meus antepassados. Por que haveria eu de pensar em outros siste-
mas para buscar a Deus?
R. Não se preocupe por isso, meu amigo. Isso indica claramente
que você todavia vive pendente do que os outros pensam. Essas
pobres pessoas, das quais você me fala, devem merecer compaixão,
pois, não são culpadas de sua pobreza mental. O que sucede é que
elas vivem uma vida puramente instintiva, e só lhes interessa co-
mer, dormir e se divertir. Eles ainda não pensam, mas se aferram às
tradições de seus familiares, precisamente para evitar o trabalho de
pensar. Elas vivem tranqüilas e contentes com sua vida puramente
instintiva e animal.
6. MESTRE, por que você se apresenta tão humilde e até a mim
me chama a atenção, já que estou acostumado a uma vida social
distinta?
R. Equivoca-se, meu amigo, em sua pergunta, porque eu jamais
tenho me apresentado humildemente diante de alguém, nem
tampouco me apresento com orgulho, vaidade ou ostentação. O que
sucede é que eu vivo uma vida simplesmente natural, sem artifícios
de nenhuma espécie, pois estou sumamente ocupado com o traba-
lho de minhas próprias realizações internas, e portanto, não me so-
bra tempo para me preocupar pelo que os outros possam pensar.

164
7. MESTRE, por que você ataca tão fortemente os diretores de
outras escolas, como a de Cherenzi, Rojas, Amorc, teosofia, espíri-
tas, etc. se eles não se meteram contigo? Ou você está tentando
monopolizar o conhecimento e a verdade?
R. Sua pergunta é capciosa, meu amigo, e entendo que isso te
afeta. Terei que te dizer, a propósito dessa pergunta, que todos os
membros das escolas que você menciona, estão incomodados com
meus ataques, e eles têm razão de estarem incomodados. Não existe
coisa que mais incomode do que a verdade. Precisamente por isso
se sentem ofendidos, porque lhes tiro o mais sagrado que eles amam,
ou seja: o véu com que se escondem, o manto com que cobrem suas
corrupções morais.
Não é que eu pretenda monopolizar o conhecimento. O que eu
quero, é justamente o contrário, e por isso os ataco, porque a verda-
de não pode ser monopolizada; e os membros de todas essas insti-
tuições não somente quiseram monopolizar a verdade, como pior
ainda, comercializá-la.
8. MESTRE, não lhe constrange abordar o tema sexual tão aber-
tamente? Não se envergonha de que o taxem de pornográfico?
R. O que deveria envergonhar é o fato de você me fazer essa
pergunta. Essa pergunta revela claramente que você deve ser um
fornicário, pois para o puro tudo é puro e para o impuro tudo é
impuro. Se eu tivesse vergonha de tratar as questões sexuais, isso
demonstraria claramente que eu também estaria sujo por dentro;
mas, como estou limpo, falo com a naturalidade com que pode falar
uma criança sobre tudo que é natural. E então?
9. MESTRE, muitas pessoas desejariam vê-lo na cadeia por cau-
sa do que ensina...
R. Pobre gente, meu amigo; não sabem o que têm em suas mãos.
Minhas obras O Matrimônio Perfeito e A Revolução de Belzebu,
são para formar uma raça de Deuses. Nelas, entrego à humanidade
o que jamais ninguém havia entregado: as próprias chaves do Éden.
Porém, já vê você, meu amigo, que todos os redentores morreram
crucificados. A ingratidão é a moeda com que paga o demônio. To-
dos os Irmãos Maiores da humanidade têm recebido as piores infâ-

165
mias como pagamento dos seus sacrifícios. Cristo morreu crucifica-
do; Sócrates, envenenado com cicuta; Apolônio de Thyana, encarce-
rado; Joana D’Arc, queimada na fogueira; Simão Bolívar, libertador
de cinco repúblicas de nosso continente, passou os últimos dias de
sua vida quase na indigência, triste e abandonado, pois não o abri-
gou em sua casa nenhum dos colombianos pelos quais se sacrificou,
senão, precisamente, um dos inimigos contra o qual lutou. Gandhi,
o Grande Mahatma, libertador da imponente e majestosa Índia,
morreu assassinado à bala por um de seus próprios compatriotas,
por um de seus próprios libertados.
Portanto, meu amigo, para mim seria uma honra ir ao cárcere e
até ao cadafalso, se fosse necessário, para salvar o mundo da dor e
da amargura. Saiba você que estou disposto a sacrificar-me pela
humanidade e até a dar a última gota de sangue para iniciar a Nova
Era de Aquário.
10. MESTRE, o comunismo lhe agrada?
R. Caro amigo, entendo que sua pergunta é capciosa. Com ela
você intenta uma das duas: ou confirmar suas opiniões políticas se
você é comunista, ou buscar uma arma política para me combater se
você não é comunista. Saiba que a felicidade verdadeira não se en-
contra dentro de nenhum sistema político. O comunismo, como en-
saio da mente embrionária da atual humanidade, cumprirá unica-
mente sua missão embrionária; porém, quando a mente humana dei-
xar de ser embrionária e amadurecer, então, o comunismo fracassará
totalmente, como têm fracassado todos os sistemas políticos da hu-
manidade. Logo verá que a Rússia, após ganhar a grande batalha,
dividir-se-á a si mesma por uma revolução política interna. Assim,
as bases do edifício comunista racharão e o edifício virá ao solo.
PERDOE-ME, MESTRE que o interrompa, porém, deixa-me
perplexo o fato de que a Rússia ganhe a presente batalha política
e logo caia dividida por ela mesma, depois de haver triunfado!
R. Cavalheiro, parece que você nunca estudou História Univer-
sal. Leia Cesare Cantù para instruir-se um pouco. Não foi, acaso, o
velho Egito dos Faraós berço de uma poderosa civilização na qual
beberam Sólon, Pitágoras, Heráclito de Éfeso, Aristóteles, Plotino,

166
Parmênides e muitíssimos outros? Não foi, acaso, o Egito a Luz da
Grécia, da Pérsia, da Assíria, de Roma, de Tróia, de Cartago, da
Fenícia, da Ática, da Macedônia, etc., e sem embargo, a origem des-
sa antiga civilização do signo zodiacal de Touro, pedra fundamen-
tal ou a base dessa antiqüíssima cultura, que datava de época
remotíssima? Não recorda você do acontecimento de Marco Antô-
nio e Cleópatra? Ignora você a decadência que minou as bases dessa
arcaica civilização? Não se dividiu a si mesmo o Egito? Não ruiu
dentro de si mesmo com lutas intestinas? Não foram seus próprios
filhos que corromperam o seu povo? Não foram eles que inconsci-
entemente prepararam a entrada de Dario, Rei da Pérsia? E Jerusa-
lém, a cidade querida dos profetas, o Império do velho Salomão,
acaso não foi ela mesma aquela que apedrejou os seus próprios pro-
fetas e se arruinou a si mesma com guerras intestinas, entre as doze
tribos de Israel, depois de haver formado uma poderosa civilização
entre os países da Média, a Pérsia, a Etiópia, com essas idéias lumi-
nosas que brotavam das culminâncias de Sião? Crê você, meu ami-
go, que Nabucodonosor, o poderoso Rei da Babilônia, teria podido
assaltar a sagrada cidade dos profetas e o templo de Salomão, se os
próprios filhos de Judá não houvessem corrompido a si mesmos?
Crê você, meu amigo, que o Rei Dario da Pérsia teria podido des-
truir Babilônia e matar Baltazar, filho de Nabucodonosor, se este e
seu povo não houvessem se corrompido? Ah amigo! Você está cru
em história. Porém, eu lhe direi que o “MENE MENE PHARES
UPHARSIN”, ou seja, o Mene Tequel Phares, como figura nas escritu-
ras [Daniel 5:25], que escreveu o Anjo na parede, atrás dos resplan-
decentes candelabros de ouro e de prata, no faustoso banquete de
Baltazar, também não se aplica à Rússia e à Roma? Você verá, meu
amigo, esta profecia acontecer dentro de algum tempo.
11. MESTRE, diga-me por favor, então, como você definiria de
fato o comunismo?
R. O comunismo não é mais que uma ponte apodrecida entre
duas eras: uma que agoniza e outra que quer nascer.
12. MESTRE, o que o senhor ganha em fazer meio mundo de
inimigos?
R. O amigo me parece que está mal de situação econômica, e por

167
isso me faz essa pergunta. Eu, por minha vez, perguntaria ao se-
nhor: Que ganha o senhor fazendo esse tipo de pergunta?
E a pessoa comentou: Realmente, eu não ganho nada com a per-
gunta, e se a fiz, é porque me admira que você, conhecendo a fun-
do a humanidade, esmere-se tanto por ela.
E o Mestre continuou: “Amigo, você não tem por que se meter
em minha vida interna. Você nada ganha em saber o que eu ganho.
O que lhe interessa saber é o que você ganha com meus ensi-
namentos. Asseguro-lhe, meu amigo, que quem dá, recebe, e quan-
to mais se dá, mais se recebe; isto é uma lei que você pode aplicar a
si mesmo”.
13. MESTRE, por que as pessoas, quando lêem seus ensina-
mentos, o único que não explicam é o por que de você, com seus
conhecimentos tão admiráveis, diga que os mantras ou vocalização
de sons servem para despertar adormecidos centros internos e por
isso zombam desses ensinamentos?
R. Amigo meu, essas pobres pessoas são ignorantes e você deve
saber muito bem que a ignorância é atrevida.
14. MESTRE, por que as pessoas se esmeram mais pela vida
urbana (a vida na cidade) que pela que você ensina?
R. Essas pobres pessoas têm razão, porque a vida urbana lhes ofe-
rece comodidades, dinheiro, prazeres, vícios, jogos, amizades, vida
social, fofocas, intrigas, enfim, tudo o que é agradável para eles. Em
troca, em meus ensinamentos, não lhes ofereço nada disso. Por isso, é
mais fácil, e mais cômodo o caminho negro, porque é largo e cheio
de vícios e prazeres. Precisamente, a própria pergunta que você
me faz, explica claramente porque a evolução humana fracassou, e
[porque] caiu a humanidade no abismo da dor e da amargura.
15. MESTRE, por que você cura e conhece tanto de medicina?
R. Porque conheço a anatomia, a biologia, a fisiologia, a química
oculta e a patologia de todos os sete corpos do homem, enquanto a
ciência oficial conhece unicamente o corpo mais grosseiro do ho-
mem. Ademais, ninguém pode ser médico se antes não for ungido
por Deus. Saiba você que estou de acordo com o Mestre Paracelso,
quando este afirmava: “Nem as universidades, nem os papas, nem

168
os reis poderão dar ao homem o poder de curar, se antes não tiver
sido ungido por Deus”. Precisamente, está em circulação meu livro
que porá a ciência médica sobre uma nova base. Esta obra intitula-
se: Tratado de Medicina Oculta e Magia Prática.
16. MESTRE, se é verdade que você sabe tanto, por que não
vive em Paris, Londres ou Nova Iorque, e não entre nós, que ape-
nas entendemos o que você diz?
R. Parece que ao amigo lhe agradam as comédias, o exibicionismo
e o espetáculo. Porém, nenhum dos membros da Loja Branca busca-
mos jamais esses exibicionismos; pelo contrário, agrada-nos a mo-
déstia e até a viver anônimos e desconhecidos, porém, sacrificando-
nos pela humanidade.
17. MESTRE, mas as pessoas não crêem em seus ensinamentos!
R. A mim não me interessa que creiam, mas que os compreen-
dam, e se não os compreendem, nem querem compreendê-los, isso
se deve ao fato de que não têm tempo para estudá-los. Todo o mun-
do está ocupadíssimo no trabalho de explorar seus semelhantes e
na satisfação de seus prazeres bestiais mais degradantes. Devemos
sentir compaixão por essas pessoas, caro amigo, pois todas elas cai-
rão no Avitchi, de que nos fala a Mestra H.P.B., em seu sexto volume
da Doutrina Secreta.
18. MESTRE, poderia dizer-me quem individualizou a Mente
Humana?
R. Com muita alegria, meu amigo, e até me agrada a sua per-
gunta, pois vejo por ela que você tem certas inquietações espiritu-
ais. Creio que você ouviu falar de Hermes Trismegisto, o Deus Íbis
de Thot, adorado pelos egípcios. E, a propósito, recordo agora que
no Egito há um baixo relevo, no qual aparece o Deus Íbis de Thot
com o membro viril em estado de ereção, e ao pé, uma inscrição que
diz: DOADOR DA RAZÃO. Não lhe parece estranho que se relacio-
ne Hermes com a razão e com o membro viril?
E o espiritualista respondeu: Sim, Mestre, isso me parece estra-
nho, porém não compreendo.
E o Mestre prosseguiu: “O símbolo fala claro, meu amigo. O

169
Átomo-Mestre da mente, reside no sistema seminal do homem; quem
deu este átomo ao homem foi Hermes Trismegisto, o Mensageiro
do Deus Mercúrio. Este átomo é quem dá ao homem toda a sabedo-
ria da natureza e quem o instrui na sabedoria oculta, quando o ho-
mem, no ato de praticar a Magia Sexual com sua esposasacerdotisa,
o faz subir à cabeça”.
O espiritualista disse: Obrigado, Mestre, por sua explicação,
porém eu queria que me explicasse quem é esse Deus Mercúrio
de que fala você e perdoe-me a impertinência.
O Mestre respondeu: “Não se preocupe, meu amigo, que com
muito prazer responderei à sua pergunta. O Deus Mercúrio é um
Homem Perfeito; sua presença é realmente sublime. Parece um an-
cião venerável de longa barba, rosto rosado e cor de fogo. Têm sua
morada num templo-coração no planeta Mercúrio, e leva sempre
por cetro o tridente da mente, que é o mesmo que usam os Brahmanes
da Índia Oriental. O tridente simboliza o tríplice jogo de força dos
átomos transformativos da mente. O Deus Mercúrio é um Anjo
Estelar, e o planeta Mercúrio, é seu próprio corpo físico. Foi Ele que
enviou Hermes à Terra”.
O espiritualista, interrompendo a palavra do Mestre, disse: Per-
doe-me, Mestre, que o interrompa novamente, porém, quero per-
guntar-lhe algo muito importante: Poder-se-ia obter ajuda invo-
cando o Deus Mercúrio?
E o Mestre respondeu: “Os Deuses sempre estão dispostos a aju-
dar o homem, quando o que se pede é justo”.
O espiritualista, algo pensativo, perguntou ao Mestre: Mestre,
eu antes de tudo, quero ter uma mente poderosa e firme. Seria
possível que o Deus Mercúrio me ajudasse?
E o Mestre lhe comentou: “Peça ao Deus Mercúrio (a Mãe do
Peixe). Concentre-se no Deus Mercúrio com todo seu coração e com
toda sua alma, em oração profunda, durante uma hora, rogando-
lhe que lhe entregue essa substância mental para que dê firmeza à
sua mente. Tenha certeza, meu amigo, que se o Mestre considerar
justa a sua petição, concorrerá ao seu chamado e colocará dentro de
seu corpo mental uma bola branca, formada da “substância-raiz”

170
do corpo mental que se encontra na Mente de Fogo do Íntimo. Essa
substância monádica dar-lhe-á uma firmeza mental jamais pressen-
tida por você. Entretanto, se sua petição não for justa, de nada servi-
rá um milhão de rogos. Esta substância monádica chama-se “A Mãe
do Peixe”. Isso nos lembra o peixe Oanes [Joanes, Johanes, Okeanes,
Okeanus, Oceano – um dos Titãs, filho de Rhea e Kronos] e o profe-
ta Jonas, vomitado por um peixe. O peixe simboliza o Íntimo, a for-
ça-mãe de “Manas” (a mente). Quem a possui se faz poderoso no
mundo da mente; porém, necessita-se ser “muito digno e merece-
dor” para ter a honra de recebê-la”. Um milhão de vezes poderia
invocar o indigno sem ser escutado. Para o indigno todas as portas
estão fechadas, menos a do arrependimento”.
19. MESTRE, é certo o que diz Max Heindel, que tão logo Je-
sus Cristo expirou, não houve trevas, como diz a Bíblia, senão
muita luz?
R. Max Heindel não alcançou a Alta Iniciação, e por isso, não
pôde aclarar bem isso; porém, eu, que sou um Mestre de Mistérios
Maiores, sim, posso esclarecer isso a você. A Bíblia, ao nos relatar o
acontecimento do Gólgota, e ao afirmar que no momento em que
expirou o Senhor a terra se encheu de trevas, simplesmente nos pin-
ta um fato espiritual, real e verdadeiro, que se repete com todo Ini-
ciado que chega à Alta Iniciação. É que, no instante de unir-se o
homem com seu Íntimo, fica submerso nas profundas trevas do in-
finito, iluminando-se com seu próprio azeite espiritual. A Luz que
antes o iluminava, em todos os planos cósmicos e em todo o infini-
to, “era emprestada”. Essa luz, com que se nutria, era a luz dos Deu-
ses. Eles eram seus pais espirituais e o nutriam com essa luz. Agora,
ele tem que nutrir os outros com a sua própria luz. Os Deuses o
alimentavam, cuidavam, iluminavam e o nutriam da mesma forma
que uma mãe faz com o fruto de suas entranhas, enquanto este cres-
ce e torna-se apto para trabalhar e ser um cidadão consciente. Po-
rém, uma vez que este é capaz de bastar-se a si mesmo, já não neces-
sita de seus pais. Assim, pois, aquele que se une com seu Íntimo, já
é um Irmão Maior, capaz de iluminar-se a si mesmo com seu pró-
prio azeite espiritual, extraído da Árvore da Ciência do Bem e do
Mal. Então, os Deuses retiram a luz com que o nutriam durante seu

171
estado de gestação espiritual no seio da Bendita Deusa Mãe do
Mundo. Porém, ao nascer a vida espiritual, o homem faz-se um ci-
dadão consciente do cosmo, e tem que se iluminar com seu próprio
óleo espiritual. Durante os primeiros dias da Alta Iniciação, o Mestre
sente uma nostalgia igual àquela do jovem, que, abandonando pela
primeira vez seu lar paterno, sente dentro das grandes cidades, em
busca de trabalho para conseguir o pão. Agora, já não há para ele con-
siderações; agora, só rostos estranhos, onde “cada qual é cada qual”;
onde cada um tem que bastar-se a si mesmo. Agora, creio que o amigo
já compreendeu o significado oculto de sua própria pergunta.
O Heindelista perguntou novamente: MESTRE, e onde está o
Gólgota da Alta Iniciação?
E o Mestre respondeu: “O Gólgota da Alta Iniciação vive-se em
carne e osso, amigo meu, e nisto não falta jamais um Judas, nem
uma Madalena, nem um Pedro, e em pleno calvário, o discípulo
sente-se abandonado por seu próprio Íntimo, e o mundo já não re-
presenta para ele nenhuma atração. Então, exclama o Iniciado, cheio
de dor: Meu Pai, por que me abandonaste?
O Iniciado tem que viver seu próprio Gólgota, e repetir a vida
do Cristo nele próprio, e ressuscitar nos mundos internos ao unir-se
a Alma com o Íntimo. Este processo de Iniciação é muito minucioso
e delicado, e por isso, só posso dar a você uma resposta sintética e
superficial, pois se requereriam horas e até anos inteiros para rela-
tar o processo da Alta Iniciação. Ademais, o esoterismo proíbe reve-
lar os grandes segredos da Alta Iniciação ao profano; por isso, limi-
to-me somente a dizer-lhe que o Gólgota da Alta Iniciação se vive
em carne e osso e que a ressurreição é interna. Creio que, com isto,
ter-me-á compreendido. O resto, intua-o, meu amigo. A Iniciação é
a tua própria vida! A Iniciação é um parto da Natureza e todo parto
é doloroso!
O Heindelista perguntou novamente: MESTRE, você disse que
o Gólgota se vive em carne e osso. Ainda que eu passe por imper-
tinente, quero saber algo de concreto sobre o seu. Quem foi seu
Judas e quem foram seus acusadores?
R. Já lhe disse que, com todos os detalhes da Alta Iniciação, se

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poderia encher um volume inteiro. Porém, com muito prazer, res-
pondo a sua pergunta. Meu Judas foi um discípulo muito estimado,
e meus acusadores, dói-me confessar-lhe, a maior parte foram os
espiritualistas da Colômbia, os inimigos de minha obra O Matri-
mônio Perfeito. Todos eles protestavam contra mim e contra minha
obra, e no astral, me acusavam ante um Mago Negro, que foi meu
Pilatos. Se você, meu amigo, quer chegar à Alta Iniciação, terá que
viver toda a tragédia do Gólgota, em carne e osso. Já lhe disse que a
Alta Iniciação é tua própria vida, porém, jamais poderei entregar ao
profano os segredos esotéricos da Alta Iniciação, porque isso seria
profaná-los. Você terá também seu Judas, seu Pilatos e seus acusa-
dores quando resolver subir seu próprio Gólgota.
20. MESTRE, você acha que alguém por amor a Deus deve su-
portar as impertinências de seu próximo ou deve defender-se?
R. Amigo, cada um se defende com o que tem de mais forte. O
ignorante dando pontapés e o sábio dando sabedoria. O sábio sabe
perdoar e escuta com resignação o rancoroso, fazendo-lhe partícipe
de sua magnanimidade. Conta-se que Buddha, tendo sido insulta-
do vilmente por um perverso, a cujos ouvidos chegara a notícia de
que ele não se perturbava diante de nada e de ninguém, depois de
receber o insulto, disse-lhe: Meu filho, se tu levas um presente a
uma pessoa e ela não o aceita de quem fica sendo esse presente? E o
rancoroso respondeu: Meu, de quem mais? Buddha, compadecido,
disse-lhe: Agradeço-te teu presente, porém não posso aceitá-lo.
21. MESTRE, o que entende você por reencarnação?
R. Amigo, entendo por reencarnação uma troca de roupa.
MESTRE, eu me troco semanalmente e, no entanto, não com-
preendo a que roupa você se refere.
E o Mestre prosseguiu: Poder-me-ia dizer quem é você?
Eu sou um homem de carne e osso, que tenho uma Alma imortal.
E, continuando, disse o Mestre: Caramba, amigo! Surpreende-
me que você pense ao reverso.
MESTRE, diga-me por que eu penso ao contrário?
R. Amigo, por que você está se confundindo com a roupa. Não

173
sabe que você é uma alma que tem um corpo, e não um corpo que
tem uma alma?
Como assim, Mestre, eu jamais havia dado atenção a este fato!
R. Amigo, nós somos almas, e o corpo de carne e osso, é tão
somente uma veste de pele feita por dois alfaiates: teu pai e tua mãe.
É o vestido de pele que nos fala a Bíblia. Agora, amigo, se lhe estra-
ga uma roupa das que você usa, que faz com ela?
Simplesmente jogo-a no lixo.
E se você precisar de uma roupa nova, o que você faz?
Vou ao alfaiate para que me faça uma roupa nova, e com ela
me sinto como novo.
E se o vestido de pele se estraga, que fazes?
Mestre, vou para o cemitério, isso todo mundo sabe.
E se quiseres repor esse vestido de pele, a quem irias?
Isso eu não sei Mestre, a menos que me diga.
Amigo, já lhe disse que você é uma alma, e que seu corpo é sua
veste, e que há necessidade de se trocar de roupa constantemente.
Assim, se você quer repor essa roupa de pele, tem que ir a outro par
de alfaiates, para que lhe confeccionem outra roupa de carne e osso,
bem feita e sob medida.
MESTRE, me é difícil entender como podem voltar a fazer outra
roupa de carne e osso!
Explique-me, meu amigo, de que forma lhe fizeram a veste de
carne e osso que tem agora?
E o primeiro sorriu maliciosamente (parece que se lembrara
da união de seus pais), e o Mestre, fazendo caso omisso do
interlocutor, continuou:
O amigo é malicioso (risos do auditório). Da mesma forma que
lhe confeccionaram a atual roupa de carne e osso dos seres huma-
nos, um homem e uma mulher, assim também, outro homem e ou-
tra mulher lhe confeccionarão outra veste bem feita e sob medida.
MESTRE, eu voando faria isso, porém, como faço para ter cons-
ciência de mim, depois de morto?

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Amigo, quando você se livra da roupa, seja para banhar-se, ou
simplesmente para trocar-se, quando está sem roupa, não tem cons-
ciência de si mesmo?
Claro que sim, Mestre, porque eu me dou conta de que estou
sem roupa.
Você é uma alma, meu amigo, já expliquei, e não me cansarei de
explicar que o corpo é tão só uma roupa de pele. Portanto, não existe
a morte, mas, simplesmente, uma troca de roupa, porque o verdadei-
ro homem é a Alma, e a Alma sempre vive consciente de sua própria
existência, e para ela, o processo de nascer e morrer, não é mais que
uma troca de roupa. Toda mulher, em estado de gravidez, traz, den-
tro de seu ventre, a alma de um falecido. Assim, pois, toda criança
que nasce, é um morto que ressuscita. Os gnósticos-cristãos sabemos
entrar e sair do corpo de carne e osso de forma consciente e à vonta-
de; por isso, não temos medo da morte. Por isso nossa sabedoria,
porque recordamos de nossas experiências de todas as nossas vidas
passadas. Por isso causamos assombro aos que vivem nas trevas.
22. MESTRE, quantas vezes alguém troca de roupa?
R. Diga-me: quantas vezes tem você trocado de roupa em sua
vida?
Milhares de vezes; tantas que não me recordo.
O mesmo sucede com a roupa de pele, meu amigo. Se pudesse
recordar de todas as roupas de pele com que te vestiste e tiraste
desde que o mundo é mundo, poderia formar com todas elas, jun-
tas, uma montanha de cadáveres. Da mesma forma, se pudesses re-
colher toda a roupa que tem usado desde que nasceste até a data atu-
al, formaria, com elas, uma verdadeira montanha de roupa e de tra-
pos velhos; no entanto, tu és o mesmo; não tens mudado, apesar da
inumerável quantidade de roupa que tens usado. Nós, os gnósticos,
recordamos todas as nossas vidas passadas e conhecemos todas as
nossas vidas futuras. Sabemos vestir-nos e despir-nos à vontade.
23. MESTRE, até quando toca a alguém estar vestindo-se e des-
pindo-se com roupa de pele?
R. Até que cheguemos à perfeita santidade.

175
24. MESTRE, fascina-me o que você diz, porém, fica muito di-
fícil abandonar meu sistema sexual porque já estou acostumado.
R. Isso é o que diz “Raimundo e todo mundo”. Porque o costu-
me faz a moda, e o mundo se acostumou a fornicar desde que saiu
do Paraíso. Se quiser voltar ao Paraíso novamente, terá que abando-
nar o costume de fornicar.
25. MESTRE, como faz alguém para não fornicar? Eu tive um
tempo em que me aguentei sem mulher, mas, durante as noites,
sobrevinham sonhos pornográficos e poluções noturnas que me
estavam descalcificando horrivelmente. Se houvesse continuado
com minha abstenção sexual, já teria ido parar no cemitério ou em
algum asilo de alienados.
R. Amigo, você tem razão; eu conheço também o caso de um
religioso em Cúcuta [cidade colombiana] que se sujeitou totalmente
ao seu voto de castidade, e como conseqüência, inflamaram-se-lhe
suas glândulas sexuais porque se encheram de forma exagerada de
esperma. Você compreenderá que o ser humano come, bebe, assimi-
la e, em conseqüência, seus vasos seminais vão se enchendo de es-
perma, e então, nós explicamos o caso do religioso de Cúcuta. Como
ele não tinha poluções noturnas, já que o religioso era casto de ver-
dade, os médicos tiveram que operá-lo para extrair-lhe o excesso de
esperma. Porém, se esse religioso tivesse conhecido a castidade ci-
entífica, teria se tornado um verdadeiro super-homem, um Gênio
de Deus, com essa quantidade de matéria seminal armazenada em
suas glândulas. Porém, desgraçadamente, estes conhecimentos so-
bre a castidade científica já os têm esquecido os religiosos da época
atual; e digo que os têm olvidados, porque os sacerdotes do cristia-
nismo primitivo, daquela religião cristã gnóstica, que Pedro fundou
em Roma, a qual pertenceram todos os príncipes da Igreja Gnóstica-
Católica, como Tertuliano, Santo Ambrosio, Irineu, São Tomás de
Aquino, Santo Agostinho, Orígenes, Carpócrates que fundou vári-
os conventos na Espanha, o Patriarca Basílides, Marco que cuidou
da Unção Gnóstica, Cérdon e muitos outros cristãos primitivos que
conheceram a fundo o cristianismo e seus segredos, praticaram a
castidade científica; quer dizer, a Magia Sexual, que nós predicamos,
propagamos e difundimos hoje, para o bem da humanidade e para
a maior glória de Deus.

176
26. MESTRE, queria que me dissesse que relação existe entre
os sete chacras do corpo astral e as sete igrejas?
R. Os sete chacras do corpo astral, as glândulas endócrinas e
seus correspondentes etéricos e mentais são tão só os expoentes
puramente animais dos 7 sóis do Íntimo. Estes sete sóis do Íntimo
residem em sua Alma de Diamante. Assim, pois, quando dizemos
que Kundalini abre as 7 igrejas sob a direção do Íntimo, estamos
falando da cristificação da Alma de Diamante. Esta tem que acen-
der seus sete sóis e cristificar-se totalmente para poder fusionar-se
com o Íntimo. O Olho de Brahman tem a figura de uma estrela bran-
ca e resplandecente que o Mestre traz em sua fronte divina. O ouvi-
do de Brahman é um sol branco amarelado que o Mestre traz em
sua laringe criadora. O coração de Brahman brilha com as cores bran-
ca e azul divinal, no coração do Mestre. E no umbigo de Brahman
resplandece o fogo solar, e por último, os outros três centros de
Brahman brilham como sóis inefáveis.
O Íntimo tem suas sete igrejas em sua Alma de Diamante e os
chacras astrais são tão somente seus expoentes animais; algo assim
como a sombra dos sete sóis do Íntimo. A nós, gnósticos, não nos
interessa o psiquismo inferior, nem os chacras astrais da Alma Ani-
mal; a nós só nos interessa a Alma de Diamante do Íntimo. A nós só
nos interessa os poderes superiores da consciência. Devemos aca-
bar com o processo da Alma Animal e extrair com heroísmo os ex-
tratos anímicos de nossos corpos inferiores para assimilá-los dentro
de nossa Alma de Diamante, a fim de realizar-nos cada um como
um “BRAHAMIN”, um Dhyan-Choan, como um Pitri Solar.
A Alma de Diamante é o corpo Búddhico ou Intuitivo, é o Corpo
do Espírito de vida, é a Alma-Espírito, é Buddha, a Consciência Su-
perior do Ser. Conquanto os chacras astrais girem e resplandeçam,
eles não passam de simples e míseras velas de cera, comparados
com o resplendor inefável das sete igrejas que o Íntimo tem, locali-
zadas em sua Alma de Diamante. Ditoso é aquele que se livra dos
corpos do pecado.
27. Diga-me, Mestre, em síntese, que é a evolução?
R. A evolução é a espiral da vida em progressão infinita. Nós

177
somos focos de consciência que aspiramos ser cada vez maiores den-
tro da grande consciência.
28. MESTRE, eu não entendo a vida senão à base de números,
assim, do ponto de vista matemático, poderia dizer-me que coisa
é a Morte?
R. A morte não é outra coisa que uma conta de subtração de
frações. Podia o cavalheiro responder-me o que fica depois que se
tenha feito uma subtração de frações?
Restam os valores.
Essa é a morte, amigo. Morre o corpo físico do homem, ficam os
valores da consciência, os quais, somados, constituem a Alma do
Homem.
29. MESTRE, eu tenho um poder hipnótico formidável; tenho
logrado levar até à catalepsia muitas pessoas. Com minha força
hipnótica rompo uma lâmpada elétrica e faço maravilhas. Como
lhe parecem meus poderes?
R. Amigo, essa força vital que você gasta tristemente nesses de-
ploráveis espetáculos que a nada conduzem, deveria melhor utilizá-
la na prática da meditação interior e em esforços de superação in-
cessante. Esses fenômenos são obra do psiquismo inferior da alma
animal. Deve você saber que nenhum entendido discípulo dos Mes-
tres se ocupará jamais dessas coisas. Nós temos duas almas: uma
Divina e outra Animal; a primeira nos leva até o Íntimo; a segunda,
direciona-nos às paixões puramente animais e até o psiquismo infe-
rior, hipnotismo, mesmerismo, etc.
MESTRE, isso me surpreende. Então, o que me aconselha?
Aconselho-o, amigo, que faça uma soma total de todos os defei-
tos próprios e que logo acabe com todos eles, um a um, dedicando-
lhe dois meses a cada defeito, pois o que intenta acabar com todos
os seus defeitos ao mesmo tempo, parece-se com o caçador que quer
matar dez lebres de uma só vez. Então, não caça nenhuma. Este es-
forço de purificação incessante, junto com as práticas diárias de
Magia Sexual e meditação interior, o conduzirão até o Gólgota da
Alta Iniciação, onde você se unirá com seu Íntimo e se converterá

178
em um Anjo. Este trabalho de auto-enaltecimento espiritual e de
aperfeiçoamento superativo é muitíssimo mais importante que cul-
tivar poderes tenebrosos da alma animal e do psiquismo inferior.
Essas práticas de hipnotismo, mesmerismo, espiritismo, etc., só con-
duzem à ruína e à degeneração moral aqueles que as praticam. Um
Logos Solar é o resultado de “milenares” purificações e cada um de
nós está chamado a ser um “Logos Solar”, um Deus.
MESTRE, é que eu desejo ter grandes poderes, então como farei?
Não desejeis poderes, eles são flores da alma que nascem quan-
do nos santificamos totalmente. Buscai o reino de Deus e sua justi-
ça, que tudo o mais vos será dado por acréscimo. Este assunto, de
andar buscando “poderes”, tem levado muitas pessoas à Magia
Negra e ao Manicômio. Nós, os gnósticos, não desejamos poderes;
preparamo-nos para recebê-los por meio de incessantes purificações.
30. MESTRE, qual é o Mantra para despertar a Intuição?
R. O Mantra para despertar a intuição escreve-se assim: OM
MANI PADME HUM, e pronuncia-se [esotericamente]: OM MASSI
PADME HOM, quer dizer: silabando cada letra, assim: OOO
OMMMMMM MMMAAAASSSSIIIII PPPPAAAADDD
MMMMEEE HHHOOOOMMMM, e significa: “Eu estou em ti e
tu estás em mim”. Eu sou a jóia de lótus e nele permanecerei. Esta é
uma prece ao Íntimo. Ele é o Nosso Pai que está em secreto, nosso
Espírito Individual, nosso Real Ser.
Em linguagem cristã Om Massi Padme Hom, poderia expres-
sar-se com a sétima frase que pronunciou o Mestre no Gólgota: “Meu
Pai, em tuas mãos encomendo meu espírito”. Om Massi Padme Hom
deve se pronunciar com o coração, e submerso em profundo reco-
lhimento, adorando o Íntimo, amando o Íntimo em meditação pro-
funda... e assim, despertará a intuição, e o cristão aprenderá a con-
versar com seu Pai, que está em secreto.
31. Poderia o MESTRE explicar-me algo sobre a vinda do Espí-
rito Santo em Pentecostes?
R. Com muito prazer, amigo. Observando cuidadosamente a
Bíblia veremos que o acontecimento de Pentecostes, no qual os Após-

179
tolos receberam o Espírito Santo, veio depois do sacrifício do Gólgota,
e isto é muito significativo. Quando o gnóstico já tiver passado pelo
Gólgota da Alta Iniciação, deverá seguir praticando Magia Sexual com
sua esposa sacerdotisa, por dois motivos: primeiro, para manter a
harmonia de seu lar, pois a relação sexual entre marido e mulher é
indispensável, e isto o compreende qualquer pessoa que viva vida
conjugal; segundo, para receber o Espírito Santo de Pentecostes.
O fogo do Kundalini é o fogo do Espírito Santo, e este sai fora de-
pois de abrir passagem pela parte superior do crânio, através de certo
orifício etérico, o qual sempre permanece cerrado nas pessoas comuns
e correntes. Quando o fogo do Kundalini sai fora do corpo humano,
mediante “supremos esforços” de Magia Sexual, então assume a fi-
gura de uma pomba branca em meio a uma chama de cor azul.
Essa pomba branca é o Espírito Santo, que nos ilumina com a
onisciência do fogo sagrado do Kundalini. Já expliquei que o
Kundalini é o próprio fogo do Espírito Santo. Ao receber o Espírito
Santo, o Kundalini se converte em instrutor onisciente do Mestre.
Guia-o sabiamente, e o Mestre é filho do Espírito Santo, porque é
filho da Magia Sexual. Por isso, o Espírito Santo apareceu em forma
de uma pomba sobre o Cristo no instante em que este era batizado
no Jordão, e por isso disse: “Este é meu filho muito amado no qual
tenho posto toda minha complacência”.
Essa pomba branca flutua sobre a cabeça de todo Mestre e o
ensina e o guia com sua onisciência. Assim, o Kundalini converte-se
em Instrutor, quando temos dominado a besta totalmente. Ao sair o
fogo do Kundalini fora do corpo físico, Jeová entrega ao Mestre uma
jóia sagrada, profundamente simbólica.
“Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no
mesmo lugar. De repente veio do céu um ruído, como que de um
vento impetuoso, e encheu toda a casa onde estavam sentados. E
lhes apareceram umas línguas como que de fogo, que se distribuí-
am, e sobre cada um deles pousou uma. E todos ficaram cheios do
Espírito Santo, e começaram a falar noutras línguas, conforme o
Espírito lhes concedia que falassem”. (Atos 2:1 a 4)
Essas línguas de fogo sobre cada Apóstolo é o Kundalini de cada

180
apóstolo, é força sexual, é o fogo sagrado da castidade, são os áto-
mos da onisciência.
Portanto, o Mestre é filho do Espírito Santo, é filho da Força Se-
xual, é filho da Serpente Ígnea do Kundalini.
Quando o fogo do Espírito Santo acende os átomos da lingua-
gem, situados na região seminal, o Mestre recebe o dom de línguas
e assim fala em todos os idiomas do mundo.
Os grandes clarividentes podemos ver que, sobre a cabeça de
todo Mestre, existe uma chama de cor azul, e no meio dessa chama,
a figura de uma pomba branca.
Os átomos oniscientes do Espírito Santo, ou energia sexual, cha-
mada Kundalini no Oriente, assumem a bela figura da pomba bran-
ca, para iluminar e guiar o Mestre.
Assim, pois, o Mestre é filho do Kundalini. O Mestre é filho da
energia sexual. O Mestre é filho do Espírito Santo; e este exclama:
“Este é meu filho muito amado, no qual tenho posto toda a minha
complacência”.
32. MESTRE, eu, antes de tudo, sou um homem prático e, so-
bretudo, o que necessito, é dinheiro, porque estou convicto de que,
sem o dinheiro, não se pode viver. Eu aceitaria seus ensinamentos
se eles me servissem para conseguir dinheiro e mais dinheiro.
R. Não entendo como pode o senhor se dizer um homem prático
pelo simples fato de amar tanto o dinheiro. Pode, acaso, chamar-se
prático o ato de criar tantos problemas?
E o comerciante interrompendo o Mestre, disse-lhe: MESTRE, é
que com dinheiro não há problemas!
E o Mestre continuou: “Se o dinheiro não cria problemas, por-
que então o mundo tem tantos problemas, havendo tanto dinheiro?
Pode se chamar prático um homem que passa uma vida inteira acu-
mulando dinheiro, para, no fim de tudo, não poder levá-lo à tumba,
senão deixar seu tesouro para trazer conflito entre seus herdeiros?
Não sabe que o dinheiro que se acumula com tanto empenho e pri-
vações, morre com o seu dono, já que passa ao poder de outras mãos,
e geralmente são de olhos que estavam mirando com cobiça e logo o
gastam com desprezo? Pode ser isto prático?”

181
33. MESTRE, me agrada sempre o que me alegra e me diverte.
Seus ensinamentos, francamente, nem me distraem, nem me di-
vertem, porque se eu quero rir vou ao cinema ver Cantinflas; se
quero saber das informações do momento, leio o jornal; se quero
erudição, leio o dicionário enciclopédico. Assim, me distraio, me
informo e obtenho erudição. Então, para que quero seus
ensinamentos?
R. Cavalheiro, entendo que o que lhe interessa é se divertir, e
nisso de diversão vejo que você não é perito; se fosse, já teria desco-
berto o truque que serve de base a tudo isso por trás de todas essas
poses de comediante. Conseqüentemente, não riria, mas, sentiria
compaixão pela pessoa que lhe brinda essas palhaçadas, ao desco-
brir que, dentro da alma daquele humorista [Cantinflas], encerra-se
a dor que acompanha todo o ser humano, e que as caretas que faz
não têm outro objetivo senão os porta-moedas que busca o ator, sabe
Deus como, para resolver quantos problemas e tragédias de sua vida
privada. Já vê você que não é perito em diversões, nem sabe se di-
vertir, porque, se soubesse, se divertiria com a música de Chopin,
de Beethoven, ou de Liszt, e gozaria deveras ao ler Hamlet, de
Shakespeare, Fausto, de Goethe. Então, sim, você seria um perito
em diversões, porque aprenderia a sorrir com as peripécias de Mefis-
tófeles, ou com o Corcunda de Notre Dame, ou com as caricaturas de
Moliére, enquanto que, agora, só sabe gargalhar, como disse o gran-
de poeta Júlio Flores: “Como um louco de atar, como um idiota”.
34. MESTRE, a vida espiritual é muito bela, mas alguém com a
vida tão difícil como esta, tem que primeiramente cuidar de sua
mulher e de seus filhos e isto não lhe permite uma dedicação à
vida espiritual que você predica.
R. O amigo está cometendo um erro gravíssimo ao querer esta-
belecer um abismo entre a vida espiritual e a vida material. O cava-
lheiro não se dá conta que a vida cotidiana, com seu tráfego brutal,
é precisamente, o escritório onde trabalha o Íntimo e a maravilhosa
escola onde a alma adquire e aperfeiçoa todas as suas faculdades.
Aquele que despreza esta maravilhosa escola, não é um espiritualista.
35. MESTRE, na página 29 de seu livro O Matrimônio Perfeito,
o senhor diz que existem almas irredentas. Eu te digo que se Deus

182
cria almas para que não se salvem, esse Deus é mau, o que não é
assim. Como vê, sua afirmação não é correta.
R. Amigo, um Mestre expõe suas vivências; quer dizer, o que vê,
toca e apalpa, para que outros, igualmente, façam o mesmo. Você
tem suas razões e as expõe, e pode convencer até mil ouvintes do
que afirma, porém, o mundo segue o mesmo e em nada se modifica-
rá pelo fato de que você e os seus seguidores creiam que estão com
a razão. Eu, de momento, limito-me a dizer-lhe que a razão é um
instrumento da Alma Animal, e como tal, apresenta argumentos e
formas concludentes que parecem verdades. Mas, real é aquilo que
se experimenta por si mesmo. Ninguém pode experimentar raciocí-
nios, nem teorias, nem conversa fiada.
O Mestre é uma pedra irremovível, portanto, ele expõe a verda-
de e guarda silêncio, deixando aos demais o trabalho de meditar e
até combater o que ele afirma. O intelectual brinca com raciocínios e
palavras, como uma criança brinca com seus brinquedos. Porém, a
pedra da verdade não brinca, ela é a base fundamental da sabedoria.
A verdade é a Pedra Filosofal, e a pedra filosofal é o ÍNTIMO do
Homem. Por isso, o Cristo disse a Pedro: “Tu és pedra e sobre esta
pedra edificarei a minha igreja”.
Cristo não disse que fundamentaria a sua igreja sobre os corpos
astral, ou do desejo; vital, físico, nem intelectual, que pertence ao
corpo mental, mas sobre “a pedra”, isto é: sobre o Íntimo.
Agora, se você quer confirmar (não lhe digo evidenciar, porque
você não despertou positivamente suas faculdades internas) o que eu
afirmo na página 29 do O Matrimônio Perfeito, busque os documen-
tos das Sagradas Escrituras. Vejamos Lucas Cap. 13 – Vers. 23-28:
“E alguém lhe perguntou: Senhor, são poucos os que se
salvam? Ao que ele lhes respondeu: Porfiai por entrar
pela porta estreita; porque eu vos digo que muitos pro-
curarão entrar, e não poderão. Quando o dono da casa
se tiver levantado e cerrado a porta, e vós começardes,
de fora, a bater à porta, dizendo: Senhor, abre-nos; e ele
vos responder: Não sei donde vós sois; então começareis
a dizer: Comemos e bebemos na tua presença, e tu en-

183
sinaste nas nossas ruas; e ele vos responderá: Não sei
donde sois; apartai-vos de mim, vós todos os que
praticais a iniqüidade. Ali haverá choro e ranger de den-
tes quando virdes Abraão, Isaque, Jacó e todos os pro-
fetas no reino de Deus, e vós lançados fora”.
A interpretação que nós damos a este documento fidedigno está
sabiamente corroborada pela Mestra Blavatsky nas últimas páginas
do Volume VI da Doutrina Secreta, quando nos fala sobre o Avitchi.
MESTRE, eu queria que me dissesse claramente o que se salva
das almas perdidas, quando estas caem no abismo?
R. Com muito prazer responderei sua pergunta. Quando as al-
mas-demônios caem no abismo salva-se apenas o “Real Ser”, for-
mado por Atman-Buddhi, porém, o Eu Inferior se desintegra atra-
vés das idades e dos séculos, de forma lenta e terrível, suportando
as angústias mais espantosas entre o pranto e o ranger de dentes.
Esse é o horrível final das almas infernais: trevas, pranto, desespe-
ro. Esse é seu desastroso fim. Dessa pavorosa desgraça só se salva o
Íntimo, quer dizer, o Espírito (Atman-Buddhi), falando em lingua-
gem oriental. Estes dois princípios superiores do homem são eter-
nos, porém, atualmente, existem em carne e osso muitas almas in-
fernais já separadas totalmente de seu “Real Ser”, e muitas dessas
almas malvadas são de brilhantíssima intelectualidade. Existem
damas de extraordinária beleza e cavalheiros distintíssimos da alta
sociedade já totalmente separados de seus Íntimos. Essa classe de
pessoas irá ao abismo imediatamente após a morte, sem considera-
ção alguma. Essa é a segunda morte de que nos fala o Apocalipse e
de nada lhes servirão as novenas e as missas de “requiem”, porque
o abismo é o abismo.
36. MESTRE, por que você para escrever não precisa de livros
de consulta, nem dicionários enciclopédicos, nem possui biblio-
teca alguma?
R. Porque eu não sou intelectual, nem quero sê-lo. O intelecto é
totalmente deficiente como faculdade cognitiva. O intelecto se ali-
menta das percepções sensoriais objetivas [externas], e com essas
sensações elabora seus conceitos de conteúdo (do que provêm suas

184
sensações). Se o ser humano tivesse todos os seus sentidos desen-
volvidos, abandonaria o intelecto porque teria perfeita consciência
de que a informação intelectual é limitada e se baseia unicamente
em cinco dos doze sentidos que tem o homem. Mas, como o homem
é, ainda, um embrião, utiliza o intelecto como fonte de informação
cognitiva. Porém, os que já temos desenvolvidos os sete sentidos
restantes, não necessitamos do intelecto para nada, e olhamos com
piedade os intelectuais. Eles são, para nós, os gnósticos ocultistas,
algo assim como as escolas de ensinamentos primários, como o per-
fume do passado, como as vagas imagens de nossos avós.
37. MESTRE, em seus ensinamentos você nos dá a entender
que na Luz Astral fica registrada a verdadeira história de tudo o
que sucede no grande teatro do universo e que com nosso corpo
astral podemos evidenciá-lo. Isso é assim?
R. Realmente, a luz astral é o armazém de todas as formas pas-
sadas, presentes e futuras da natureza. Certamente podemos
evidenciá-lo se aprendermos a nos mover conscientemente com o
corpo astral. Mas estas coisas, meu amigo, realmente não são para
estes tempos, porque as pessoas destes tempos não crêem senão em
carne, ração e banha, porque compram e vendem essas coisas. Acon-
tece que os teosofistas, os rosacruzes cherenzistas e até o livro Deu-
ses Atômicos, olham com desprezo o corpo astral, considerando-o
um remanescente do passado, algo sem importância.
E você, o que diz, Mestre?
R. A natureza não faz nada inútil, meu amigo. Verdadeiramen-
te, dá vergonha pensar como as pessoas, que se dizem espiritualistas,
desprezem as magníficas obras do Criador. Na Índia, por exemplo,
existem ascetas doentios que moram nas matas mais profundas e
torturam seu corpo físico, desprezando-o, e até se fazem eunucos,
para assim não sentirem desejos passionais; outros místicos doenti-
os se jogam no rio Ganges e perecem afogados; outros ainda se ati-
ram sob as grandes rodas dos carros de seus deuses durante as pro-
cissões de Shiva, Vishnu e Brahama, dizem que por desprezo ao
corpo físico, para assim, desta forma negativa, liberar-se.
Analogamente, as escolas do ocidente cometem estes mesmos erros
ao desprezarem o corpo astral.

185
Nós, os gnósticos, realmente somos positivistas e sabemos que a
Natureza não faz nada inútil. Então, cuidamos, aperfeiçoamos e
desenvolvemos os sete maravilhosos instrumentos do homem, para
extrair deles o máximo de proveito e a mais profunda sabedoria, em
forma de extratos anímicos.
38. MESTRE, com seus ensinamentos irrefutáveis e cheios de
tanta sabedoria, brevemente poderá ser chefe e até líder de mui-
tos seguidores. Será que não é isso o que você está buscando? Ser
um novo pontífice ou um Grande Líder?
R. Se isso fosse verdade, então eu já teria formado uma nova
organização, a qual, pressupõe-se, inegavelmente, haver um chefe e
uma diretoria. Mas, já está vendo que nada disso existe. Para que
fazer uma nova organização? Que tem ganho o mundo com tantas
organizações? Para que criar mais uma?
Já sabemos bastante que cada indivíduo se encaixa dentro de uma
organização, como se fosse uma peça mecânica dentro da engrena-
gem social, algo como uma figura inconsciente que repete sempre os
mesmos movimentos automáticos da maquinaria. Isso tem nome:
escravidão, castração da vontade, farisaísmos que não levam a nada,
misticoidismos doentios que só servem para engendrar toda sorte de
vícios. Então, para que vamos querer uma nova organização?
Uma organização é uma maquinaria que marcha de acordo com
regras fixas e frias, como se fosse possível encerrar a vida dentro de
normas artificiais estabelecidas pela burrice humana. Então, para
que vamos querer uma nova organização?
Meu amigo, eu não sigo ninguém, nem quero que ninguém me
siga; o que quero é que cada um siga a si próprio. O que quero é que
cada um escute o seu próprio Íntimo, que cada qual se converta em
líder de si mesmo, em chefe de si mesmo, e por tal, não vim para
fundar nenhuma nova organização, nem peço dinheiro, nem dou
certificados, nem entrego diplomas, patentes ou autorizações, etc.
Não aceito elogios, adulações, aplausos e nem me interessa o des-
prezo dos rancorosos. Eu não sou mais por que me elogiam nem
menos porque me criticam, porque sempre sou o que sou.
39. MESTRE, em que revelação ou teosofia está baseada sua
doutrina?

186
R. O senhor tem a resposta na própria pergunta. Minha doutri-
na se baseia no conhecimento revelado, que todo mundo pode obter
de seu Mestre Interior (o Íntimo). Este conhecimento divino chama-
se Teosofia. Quer dizer, Sabedoria Divina. “TEOS” significa DEUS,
e “SOFIA”, Sabedoria. A meditação constitui nossa técnica, e quem
se faz atleta em meditação, pode obter o conhecimento revelado ou
“Teosofia”. É nesta classe de conhecimento interior que eu baseio
minha doutrina, a qual pode ser obtida diretamente por todo aque-
le que se dê ao trabalho de desenvolver as faculdades superiores do
Ser, por meio da técnica científica da meditação. Não confunda a
Teosofia, na qual eu fundamento minha doutrina, com o teosofismo
institucional doentio. Esta Teosofia, ou Sabedoria Divina, não é de
minha exclusiva propriedade e cada um pode adquiri-la por sua
própria conta, sem necessidade de minha intervenção pessoal, por-
que ela é cósmica e universal, e o Íntimo de cada pessoa, é o zeloso
guardião dessa arcaica sabedoria. O importante é converter-se num
atleta da meditação para receber esse conhecimento diretamente do
próprio Mestre Interior de cada um, quer dizer, de seu Íntimo.
40. Mas, com que autoridade você predica tais ensinamentos?
R. Cavalheiro, enquanto o homem estiver coagindo sua mente
com o complexo de autoridade e de tradição, será um escravo. Esses
complexos são travas que incapacitam a mente para compreender a
vida livre em seu movimento. A autoridade e a tradição constituem
bancos pétreos aos quais se ancora o barco da mente, que se incapa-
cita para pensar por si mesma, para compreender-se a si mesma, e
ainda, torna-se incapaz como instrumento conscientivo do Ser. En-
quanto a mente do ser humano estiver enredada dentro de comple-
xos de autoridade e tradição, o homem será escravo do passado e não
poderá compreender o instante eterno da vida livre em seu movi-
mento. Autoridade é exploração, e se o cavalheiro defende alguma
autoridade e a preconiza, nisso há exploração. Aquele que desenvol-
ve a intuição, aquele que desperta as faculdades superiores da consci-
ência, recebe o conhecimento divino, e não necessita, para isso, afian-
çar-se nos bancos antiquados de supostas autoridades.
41. Como explica você a criação do próprio Deus e do Universo,
já que as almas foram criadas pelo Ser Supremo e não podem ser
partículas de divindade, porque a criatura não pode ser criador?

187
R. O cavalheiro está confundindo “alma” com “espírito”. Temos
uma alma mas o espírito é. Seria melhor afirmar que o espírito é
“um fragmento ou partícula da divindade”, e não um simples frag-
mento ou partícula de “uma divindade particular”. O primeiro se
baseia solidamente na consciência cósmica, a qual é inerente à vida,
como a umidade é inerente à água, enquanto o segundo seria uma
antropomorfização do divino, na forma de um Deus particulariza-
do, o qual seria idolatria. As almas não têm sido jamais criadas por
um Ser Supremo; elas são simplesmente o resultado das experiênci-
as milenares que o Espírito tem adquirido através das Eras; quer
dizer: o extrato conscientivo de todas as experiências adquiridas pelo
Espírito através das formas cada vez mais perfeitas dentro de um
instante eterno.
O cavalheiro faz, em sua pergunta, uma distinção entre criação
e criador, o que vem a ser, claramente, um absurdo, porque criar
significa fazer algo novo. Salomão disse: Nihil novum sub sole (nada
há de novo sob o sol). Não existe criação. O que existe é transforma-
ção e evolução infinita. Cada fragmento do Absoluto em nós aspira
a conhecer-se a si mesmo e este auto-conhecimento de si mesmo
realiza-se mediante as experiências incessantes da vida, por meio
das quais o Espírito adquire consciência de si mesmo, que é a Alma.
E quando esta alma tiver chegado ao summum de todas as perfei-
ções, então é absorvida pelo Íntimo, e este se converte, por tal moti-
vo, em um Mestre do Cosmo.
42. Então, me diga: os valores da consciência são próprios do
princípio vital ou da consciência anímica? Eu quero que me expli-
que isto.
R. Cavalheiro, os biólogos conhecem a biomecânica dos fenô-
menos orgânicos. Porém, que sabem eles do fundo vital? Nós, sim,
conhecemos a fundo os princípios vitais do organismo humano e os
funcionalismos mais diversos da consciência. Jamais confundimos
os princípios vitais com os valores da consciência; mas, sim, conhe-
cemos a fundo as interrelações dos valores da consciência, dos prin-
cípios vitais e dos hormônios.
Por exemplo, um enamorado exalta seu energetismo interior ou
seus princípios vitais atuando por meio dele sobre as substâncias

188
das glândulas endócrinas, produzindo-se uma grande quantidade
de genes e cromossomos, os quais, por último, vêm a se converte-
rem em espermatozóides.
O enamorado, devido à exaltação de seu energetismo interior,
super-estimula, subconscientemente, suas glândulas endócrinas, cujo
resultado é uma grande produção hormonal. Assim, vemos, muitas
vezes, um ancião decrépito encher-se de brilho e vitalidade depois
de estar enamorado. Isto se deve à super-produção de hormônios
que entram na circulação sanguínea, graças à exaltação de seus prin-
cípios vitais, durante a euforia dos valores transcendentais da consci-
ência da alma de um enamorado. Os valores da consciência são, por-
tanto, da alma, e não dos princípios vitais que animam o organismo.
43. Ao ser extinta a espécie humana, pelo esfriamento do sol
ou pelo choque da terra com outro astro, as almas, como partículas
de Deus, para onde irão ao não se reencarnarem?
R. Cavalheiro, os cientistas afirmam que o sol está esfriando. Se
isso fosse assim, chegaria o dia em que a terra esfriaria totalmente e
se extinguiria a raça humana. Porém, isso não é assim. O sol não
está esfriando; o que acontece é que está se eterizando e se tornando
mais sutil simultaneamente com a Terra, pois esta também está se
eterizando e se sutilizando juntamente com todos os seres que nela
vivem. Isto o sabem os criadores de gado e os agricultores que vi-
vem em contato mais direto com a Natureza. O gado de hoje não
tem o mesmo peso e volume de 50 ou 100 anos atrás e as plantações
de bananeiras e outros produtos agrícolas já não têm tampouco o
mesmo volume.
Quando Cristo desencarnou no Gólgota, penetrou até o coração
da Terra e a tomou por corpo. Essa foi a causa do terremoto da Sex-
ta-Feira Santa, porque o corpo astral do Cristo chocou-se com o cor-
po astral da terra e o resultado foi o terremoto. Desde aquele dia, ele
[o corpo astral do Cristo] está sutilizando e eterizando a Terra com
os raios eletromagnéticos da aurora boreal. A Terra é o corpo [físico]
do Cristo.
Estes raios saem do coração da Terra e são os raios do Cristo. O
éter inundará o ar, e então, tudo isto, que hoje preconizo, far-se-á

189
visível e tangível no ar, para o mundo inteiro. O azul do céu e o azul
que vemos nas longínquas montanhas é o éter. Neste elemento da
natureza estão se transmutando as duras rochas, as gigantescas
montanhas, os vales profundos e os mares imensos. O próprio cor-
po do homem e os de todas as espécies que povoam o planeta se
eterizarão totalmente.
O Apóstolo João, no Apocalipse, fala-nos da Jerusalém Celestial.
Esta Jerusalém Celestial será nossa terra etérica do futuro, que terá
a mesma cor azul que vemos nas distantes montanhas. “E vi um
novo céu e uma nova terra. Porque já se foram o primeiro céu e a
primeira terra, e o mar já não existe. E vi a santa cidade, a Nova
Jerusalém, que descia do céu da parte de Deus, enfeitada como uma
noiva ataviada para o seu noivo”. (Apocalipse 21: 1 e 2)
Nesse [novo] tempo a luz do sol será desnecessária para nós
porque cada um se iluminará com seu próprio óleo [luz] espiritual.
“E ali não haverá mais noite, e não necessitarão de luz de lâmpada
nem de luz do sol, porque o Senhor Deus (o Íntimo) os alumiará; e
reinarão pelos séculos dos séculos”. (Apocalipse 22:5)
A terra é, portanto, o corpo físico de um grande Gênio (o Cris-
to). Agora se explica ao cavalheiro, que me fez esta pergunta, por-
que é impossível que a terra se choque [fisicamente] contra outro
corpo celeste no espaço. Cada astro no espaço é o organismo físico e
material de um Anjo Estelar. Por isso, é impossível que a terra se
choque. Se isso fosse possível, já teria ocorrido, havendo transcorri-
do tantos milhões de anos.
44. Para onde vão as almas más depois da morte? Porque Jesus
disse: “Em verdade te digo que hoje mesmo estarás comigo no
Paraíso”. E também disse: “... e tu irás às trevas exteriores”. As-
sim, Jesus nega a reencarnação. O que pode nos dizer, Mestre?
R. Nem há tal morte, nem as almas vão para alguma parte. Esse
problemático “mais além” tem sido um quebra-cabeça para muitos,
e sob o amparo desse problema, tem surgido inúmeras religiões,
com as mais diversas formas de exploração. Não existe esse tal de
“mais além”. O Infinito e a Eternidade estão dentro de nós mesmos,
aqui e agora. A vida é sempre um instante eterno, e nem o tempo

190
nem o espaço existem. Somos nós mesmos que temos dividido o
instante eterno da vida, entre um passado e um futuro.
O espaço é também outra ilusão, porque tudo está dentro de nós
mesmos “aqui e agora”. Já Emmanuel Kant, o grande filósofo ale-
mão, disse, em sua Crítica da Razão Pura: “O Exterior é o Interior”.
Assim, pois, filosoficamente falando, posso responder à sua per-
gunta dizendo-lhe que as almas más se submergem dentro da Lua
Negra, pois nada está fora, tudo está dentro de nós mesmos; o exte-
rior é o interior.
Quando uma alma abandona o corpo, não faz senão adentrar
dentro de si mesma, aqui e agora. Quando a química dos raios sola-
res fizer visível o éter da atmosfera, então as almas dos mortos se-
rão visíveis e tangíveis para todo o mundo. Conseqüentemente, os
negócios frutíferos, erguidos à sombra do problemático “mais além”,
irão à falência. Quando o Cristo, no Gólgota, disse ao bom ladrão,
“de certo te digo que hoje mesmo estarás comigo no Paraíso”, não
teve em conta o conceito de tempo inventado pelos homens.
Para que possamos entender esta resposta que o Cristo deu ao
bom ladrão, vejamos os Versículos 15, 16 e 17 do Capítulo 11 do
Apocalipse: “E tocou o sétimo anjo a sua trombeta, e houve no céu
grandes vozes, que diziam: O reino do mundo passou a ser de nos-
so Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. E
os vinte e quatro Anciãos, que estão assentados em seus tronos di-
ante de Deus, prostraram-se sobre seus rostos e adoraram a Deus,
dizendo: Graças te damos, Senhor Deus Todo-Poderoso, que és, e
que eras, porque tens tomado o teu grande poder, e começaste
a reinar”.
Para compreender o sentido da súplica feita pelo bom ladrão,
vejamos o versículo 42 do Capítulo 23 de São Lucas: “Então disse:
Jesus, lembra-te de mim, quando entrares no teu reino”. O bom la-
drão disse “entrares” no teu reino; ele não disse quando “vás” ao
teu reino, mas quando “entrares” no teu reino. A que reino se refe-
ria pois o bom ladrão?
“Dizendo: damos-te graças, Senhor Deus Todo Poderoso, que és
o que eras e que hás de vir, porque tens tomado tua grande potência
e tens reinado”.

191
Por estes versículos bíblicos damo-nos conta exata das palavras
do bom ladrão: “Senhor, lembra-te de mim quando entrares em teu
reino, e da sábia contestação do Mestre: “de certo te digo, hoje mes-
mo estarás comigo no Paraíso”. Com isso, o bom ladrão prova que
conhecia a reencarnação e que não ignorava que o Mestre retornaria
em corpo etérico ao seu reino, a terra etérica do futuro.
Nós chamamos de tempo à transição de um a outro estado de
consciência; porém, os estados de consciência sucedem-se uns aos
outros dentro de um eterno agora. O bom ladrão conhecia a luz da
reencarnação e sabia que o Cristo tinha que voltar ao “seu Reino”, a
“terra etérica”, “a Nova Jerusalém”. Por isso pediu ajuda ao Mestre.
Se fizermos uma abstração do conceito tempo, o próprio fato de ar-
repender-se totalmente significa estar “hoje mesmo no Paraíso”. Nós
podemos voltar “agora mesmo ao Paraíso”.
O retorno ou a reencarnação foi conhecida por todos os povos
antigos e Cristo a ensinou em segredo aos seus 70 discípulos e a con-
firmou publicamente nos versículos 10, 11, 12 e 13 do Capítulo 17 de
São Mateus. Vejamos: “Perguntaram-lhe os discípulos: Por que di-
zem então os escribas que é necessário que Elias venha primeiro?
Respondeu ele: Na verdade Elias havia de vir e restaurar todas as
coisas; digo-vos, porém, que Elias já veio, e não o reconheceram; mas
fizeram-lhe tudo o que quiseram. Assim também o Filho do Homem
há de padecer às mãos deles. Então entenderam os discípulos que
lhes falava a respeito de João, o Batista” [reencarnação de Elias].
Por esta pergunta (do versículo 10) podemos entender que os
escribas aguardavam “Elias” novamente, quer dizer, aguardavam
que Elias reencarnasse, novamente. Os escribas conheciam a luz da
reencarnação, como se depreende do versículo em questão. E, pelos
demais versículos, percebemos que os discípulos entenderam tra-
tar-se de João Batista. Isto quer dizer que o Cristo lhes explicou que
Elias já havia voltado e que ele era o próprio João Batista. João Batis-
ta é, pois, Elias reencarnado novamente.
O cavalheiro que me inquiriu não tem, portanto, nenhuma ra-
zão sólida para a sua pergunta. Eu sou matemático na investigação
e exigente na expressão.

192
45. Se as almas, como partes ou partículas de Deus, são casti-
gadas, então, Deus se castiga a si mesmo? Ou a alma, como partí-
cula dele dá livre arbítrio e castiga as más ações? Como vê esses
auto-castigos, Mestre?
R. Cavalheiro, Deus quer a felicidade de seus filhos e não a es-
cravidão; por isso concede-lhes o livre arbítrio. Porém, que culpa
tem Deus, por exemplo, que você tome um banho de sol e, em razão
disso, lhe sobrevenha uma insolação? Que culpa tem Deus de que o
cavalheiro tome umas cervejas e logo, embriagado, caia e frature
uma perna? Que culpa tem Deus de que você tome um banho exces-
sivamente longo e contraia um resfriado?
A violação de toda lei natural traz dor, e Deus não é culpado que
seus filhos violem suas leis. Toda causa produz seu efeito inevitável
e as causas más produzem maus efeitos. O próprio homem vive se
condicionando diariamente com os seus próprios atos, e cada reen-
carnação é uma repetição da passada reencarnação mais as conse-
qüências boas e más dos passados atos e pensamentos. Ninguém
traça nosso destino. Somos nós os autores de nossos destinos, e os
agentes do governo mundial ou Senhores do Destino são unicamente
os Juízes da Lei.
46. ... estou vendo muitos Deuses. Isto é politeísmo. Deus dis-
se: não terás outros deuses diante de mim. Ísis, Marte, Mercúrio e
outros são deuses da fábula Greco-Latina. Se Mercúrio é Deus, a
Terra poderia ser Deusa.
R. Cavalheiro, já disse que a Terra é o corpo de um grande ser
que é o Cristo. Também afirmei que cada astro do firmamento é o
corpo físico de um Anjo Estelar, ou Deus Planetário. Esta mesma lei
também podemos aplicá-la ao átomo, pois cada átomo é um trio de
matéria, energia e consciência, semelhante a cada astro do espaço.
“Tal como é em cima é em baixo”. A lei das correspondências e das
analogias entre o Macrocosmo e o Microcosmo reina em todo o
Universo. Assim, pois, cada átomo, cada homem e cada estrela tem
corpo, alma e espírito. Esta é uma lei cósmica e a trindade é a base
da cosmologia.
O átomo quer ser homem e o homem quer ser estrela e assim

193
segue a vida em infinito progresso dentro do eterno agora. Nós so-
mos “focos de consciência” que aspiramos ser cada vez maiores den-
tro da Grande Consciência.
Vejo que o cavalheiro fala depreciativamente dos mitos, sem
havê-los jamais analisado, nem muito menos compreendido. Um
mito é um cofre sagrado dentro do qual se encerram grandes verda-
des cósmicas. Marte, Mercúrio, Júpiter, Vênus, Saturno, Lua e Sol,
são simples mente os corpos dos 7 espíritos que estão diante do tro-
no de Deus: O Logos de nosso Sistema Solar.
“João às sete igrejas que estão na Ásia: graças seja co-
nosco e paz do que é e que era e que há de vir, e dos sete
espíritos que estão diante de seu trono”. Apocalipse 1:4.
“E tinha em sua direita 7 estrelas e de sua boca saía uma
espada aguda de dois fios e seu rosto era como o sol
quando resplandece em sua força”. Apocalipse 1:16.
“E do trono saíam relâmpagos e trovões e vozes: e sete lâm-
padas de fogo estavam ardendo diante do trono as quais
constituem os sete espíritos de Deus”. (Apocalipse 4:5)
Nós chamamos estes sete anjos de Deuses, pois são infinitamen-
te superiores ao homem, conquanto eles também foram homens de
outras manifestações cósmicas.
47. Toda religião tem seu corpo de doutrina. O Cristianismo
tem o credo e, como oração, o “Pai Nosso”. Qual o corpo de doutri-
na de sua religião?
R. Cavalheiro, eu não vim fundar nenhuma nova religião, e o
corpo da doutrina que preconizo é o próprio homem, bem como
dentro dele também está a doutrina que ensino. Já entreguei à hu-
manidade os livros: O Matrimônio Perfeito e A Revolução de
Belzebu. Aquele que se sujeitar pacientemente às práticas que eu
entrego nesses livros, poderá ver e tocar tudo o que ensino publica-
mente, porque a doutrina que eu preconizo está dentro do próprio
homem. Desgraçadamente, o homem só pensa em explorar seus se-
melhantes e não lhe ocorre explorar a si mesmo. O homem que apren-
de a explorar a si mesmo, converte-se num Deus. Esta doutrina lhes
envia a Loja Branca. Eu, Aun Weor, sou um Mestre e um Mensagei-

194
ro da Loja Branca, que é o Colégio de Iniciados, ao qual pertencem
os Irmãos Maiores da Humanidade: O Cristo, Buddha, Maomé,
Gandhi, Francisco de Assis, Santo Antônio de Pádua, Lao-Tsé, Rama
Krishna, Joana D’Arc, Saint Germain, Paracelso, Kout-Humi (ou seja,
Pitágoras), Platão, Aristóteles, etc.
48. Mestre, poderia nos dizer qual o seu conceito sobre a
Astrologia?
R. Com muito prazer, cavalheiro. A Astrologia é tão só o corpo
físico da Astroteurgia. A Astrologia está, com relação a Astroteurgia,
como o corpo físico com relação ao Íntimo. Jâmblico, o Grande
Teurgo, invocava os deuses planetários e os materializava no plano
físico para falar com eles.
No coração de toda estrela ou planeta existe um templo, onde
mora e trabalha o Anjo Estelar, o Deus Planetário, pois cada estrela
é o corpo físico de um Anjo Estelar. E se o gnóstico quer aprender a
conversar com os deuses planetários, necessita despertar os pode-
res superiores da consciência por meio das mais severas práticas de
meditação interior.
“DHARANA” ou Concentração; “DHIANA” ou Meditação;
“SAMADHI” ou êxtase são os três degraus da Iniciação.
Através da augusta contemplação interior, atualizamos os po-
deres de nosso princípio búddhico ou intuitivo, e assim, despojados
da alma animal, penetramos nos templos dos Deuses Planetários e
aprendemos deles a sabedoria sideral e a Astroquímica que lhes
permitem trabalhar no grande Laboratório Alquimista da Nature-
za, transmutando forças e atualizando acontecimentos cósmicos
dentro do relógio sideral.
Os astrólogos sabem como caminham os Deuses Estelares, mas
não sabem como eles trabalham. Os astrólogos e as mulheres são
totalmente superficiais porque tanto uns como outros sabem ape-
nas vigiar os passos alheios e o exterior dos demais. Que sabem os
Astrólogos sobre os poderes divinos dos Anjos Estelares? Que sa-
bem os Astrólogos sobre a química e os raios siderais que
transmutam essência e provocam mudanças e acontecimentos?
Saibam os Astrólogos e que saibam agora mesmo, que nós, os

195
Mestres da Fraternidade Branca, trabalhamos nesta grande empre-
sa divina sob a direção pessoal dos Deuses Planetários, e os aconte-
cimentos que se sucedem no mundo físico são apenas o resultado
da Teurgia e da Astroquímica que nós manipulamos nos mundos
internos para impulsionar a evolução espiral da vida. Eu, Aun Weor,
sou o Grande Avatar da Era de Aquário, mas tenho que obedecer
estritamente às ordens de um grande Anjo Planetário que mora no
“Templo Coração de uma estrela do firmamento”. Sem ele, nada
poderia fazer.
A Hierarquia é a base da ordem. O Apocalipse nos fala clara-
mente deste Anjo sideral que está transformando o mundo, nos se-
guintes versículos: “E vi um anjo em pé no sol; e clamou com gran-
de voz, dizendo a todas as aves que voavam pelo meio do céu: Vinde,
ajuntai-vos para a grande ceia de Deus, para comerdes carnes de
reis, carnes de comandantes, carnes de poderosos, carnes de cava-
los e dos que neles montavam, sim, carnes de todos os homens, li-
vres e escravos, pequenos e grandes”. (Apocalipse 19:17 e 18)
Isso se chama de guerra, isso se chama de abismo. Este é o final
desta falsa civilização do século XX. O ginete do Cavalo Branco, do
capítulo 19 do Apocalipse, cumpre fielmente as ordens deste Anjo
Sideral.
49. MESTRE, você diz que o homem tem duas almas: uma es-
piritual e outra animal. Disse-nos também que na Alta Iniciação a
alma espiritual une-se com o Íntimo. Então, gostaria de saber o
que se faz da alma animal?
R. Quando a alma espiritual se une com o Íntimo, apresenta-se
diante de nós a tarefa mais terrível e angustiante: redimir a alma
animal. Temos que liberar e extrair com heroísmo o summum de to-
das as essências anímicas da alma animal. Temos que extrair a quin-
tessência mais fina de cada um dos corpos de pecado, e este traba-
lho é sumamente árduo, porque o mal humano tem raízes tão pro-
fundas que são necessárias as mais severas provas para extingui-las
totalmente em nós.
Este trabalho, minucioso e difícil, realiza-se através das grandes
Iniciações de Mistérios Maiores, onde somente reina o terror de Amor

196
e Lei. O estado humano tem nos deixado marcas tão profundas, tão
antigas e tão más, que, realmente, são necessárias as purificações
mais terríveis para extirpar totalmente de nós, até as mais finas e
incrustadas raízes do mal. Assim, extraímos com heroísmo as quin-
tessências anímicas mais suaves e delicadas de nossa pobre alma
animal. Digo “pobre alma animal” porque realmente ela merece
compaixão; ainda que seja muito intelectual e se expresse com ele-
gância, sempre é o burro em que o Cristo entrou montado em Jeru-
salém; sofre o indescritível e seguirá sofrendo até que a libertemos
dos corpos do pecado e da dor. Saiba você, meu amigo, que o inte-
lecto e os apetites são da alma animal.
Agora, creio que você compreenderá porque não damos impor-
tância ao intelecto nem ao intelectualismo. O burro é o animal que
mais sofre, meu amigo; por isso é que digo “pobre alma animal”. O
burro representa sempre a alma animal. Falando simbolicamente,
dir-lhe-ei que, para nos unirmos com o Íntimo, toca-nos transfor-
mar o burro em homem. Aqui há sabedoria e o que tiver entendi-
mento que entenda.
50. MESTRE, o Divino Redentor nos disse: “com a vara que
medirdes sereis medido”. Poderia dizer-nos de que forma alguém
paga as más ações?
R. Sempre houve um grande governo mundial dirigindo os des-
tinos do mundo. Este governo é a Sabedoria Divina, e suas leis são
as leis da natureza, que constituem o código de justiça mais perfei-
to. Este grande governo mundial é a Loja Branca, e seus decretos
são irrevogáveis. As cortes de justiça desse grande governo casti-
gam e premiam de acordo com a justiça cósmica. Todo o mal que se
faz, se paga. As nações, os povos e os homens estão severamente
vigiados pelos agentes deste grande governo mundial.
51. MESTRE, eu não tenho sido má e, no entanto, tenho sofri-
do muito. Por que isto?
R. Amiga, em sua passada reencarnação você cometeu faltas
gravíssimas, e agora não lhe resta outro remédio senão pagá-las. Os
agentes do governo mundial encontraram faltas em seu livro. To-
dos os atos de nossa vida são rigorosamente anotados nos livros do

197
governo mundial, e depois que morremos, não há outro remédio
senão agüentar o peso da justiça divina e, ao voltarmos a vestir um
[novo] corpo de carne e osso, toca-nos suportá-lo. Agora encontra-
rão meus ouvintes a explicação do por quê sofrem muitas pessoas.
52. MESTRE, por que tenho que pagar pelo que fez o outro?
R. Pelo fato de o amigo ter trocado de roupa e sentir-se outro
acredita estar isento do que deve? Amigo, o homem verdadeiro é a
alma. O corpo não é mais que uma veste de pele. Com a morte, o
que ocorre é que nos despimos, e com o novo nascimento, voltamos
a nos vestir. Nós somos os falecidos que ressuscitaram, e não nos
resta outro remédio senão pagar o que devemos. Não existe a tal de
morte, meu amigo; o que ocorre é uma troca de roupa. A vida vive
retornando em todas as partes, e cada criança que nasce, é um mor-
to que ressuscita, é a alma de um falecido, vestida com o corpo de
uma criança. Ela vem para pagar as contas que deve, porque não
existe outra solução. Nós vivemos nos condicionando diariamente
com os nossos próprios atos. Isto é o que se chama “Karma” no Ori-
ente, porém, por mais grave que seja o nosso Karma, podemos nos
libertar dessa cadeia no momento em que nos fusionemos com o
Íntimo, porque quando uma lei inferior é transcendida por uma lei
superior, esta lava a lei inferior.
53. MESTRE, estou com um problema muito sério. Tenho duas
mulheres e com ambas tenho filhos. O que devo fazer?
R. Meu amigo, nenhum discípulo dos Mestres jamais pode ser
um adúltero; além disso, tem que ser sincero consigo mesmo. Ne-
nhum homem pode amar duas mulheres ao mesmo tempo. Porém,
geralmente, confunde-se compaixão com amor. Nestes casos, o adúl-
tero arrependido deve discernir entre o que é compaixão e o que é
amor. E, se você quer sair do problema moral em que se encontra,
eu o aconselho a arranjar seu lar com a mulher que ama e que siga
sendo compassivo com a que você sinta compaixão. A que você ama,
transforme-a em esposa-sacerdotisa, e a outra, ajude-a financeira-
mente, mantendo para com ela as mesmas obrigações econômicas
que você mesmo criou. Porém, seja compassivo, meu amigo. Ajude-
a, mas não a engane. É melhor que você a desiluda de uma vez, e
que não siga assassinando-a com faca de madeira. Neste caso, aju-

198
de-a de longe; isso seria o mais acertado, pois o encontro de dois
seres que já tiveram carinho é doloroso. Mas, se a pessoa, pela qual
você sente piedade, tem possibilidades econômicas suficientes para
viver bem, então não a siga prejudicando, meu amigo; nesse caso,
estás livre. Afaste-se e arranje seu lar com a mulher que ama.
54. MESTRE, você nos diz que na Alta Iniciação a Alma Espiri-
tual se une com o Íntimo; não seria necessário um conhecimento
oculto para essa alma espiritual?
R. A Alma Espiritual ou Alma de Diamante é nossa consciência
enaltecedora e dignificante. É o veículo dos mais diversos funciona-
lismos da consciência, cujo instrumento físico, é o coração; é a intui-
ção divina. Há necessidade de preparar e atualizar as mais diversas
funções da consciência superior do Ser. Isso só é possível mediante
as práticas de meditação interior no Íntimo.
Concentração, meditação e adoração no Íntimo: estas são as três
escalas que conduzem à atualização dos poderes superiores da Alma
de Diamante, ou Alma Espiritual. Ela é a Prometida do Íntimo, e é
necessário prepará-la para as grandes bodas, por meio das práticas
da meditação interior, da Magia Sexual e Santidade Perfeita.
O discípulo, depois que estiver treinado no corpo astral, deve
aprender a funcionar como alma espiritual, livre dos corpos do pe-
cado. Estes corpos do pecado são os veículos inferiores da alma ani-
mal. Então, será necessário que o discípulo aprenda a se despojar,
voluntariamente, de seus corpos astral, mental e da vontade, para
agir, livremente, como Alma Espiritual nos mundos superiores de
consciência. A chave para isso é muito simples: o discípulo, já práti-
co, abandona momentaneamente seu corpo físico, para se mover no
astral com o corpo astral. Uma vez dentro desse plano, deverá aban-
donar todo o desejo, e se sentir tal como uma criança, e logo, arma-
do de uma régia vontade, ordenar ao seu corpo astral assim: “Cor-
po Astral, saia fora de mim”.
Esta ordem deve ir acompanhada da ação, e o discípulo proce-
derá energicamente, despojando-se deste veículo, arrojando-o fora
de si, pela coluna espinhal; quer dizer, para trás. Efetivamente, o
corpo astral sairá do discípulo por certas portas atômicas situadas

199
na coluna espinhal. Este mesmo procedimento deverá aplicar ao
corpo mental, e em seguida, ao corpo da vontade. Assim, a alma
espiritual, livre dos corpos do pecado, poderá agir feliz e consciente
em todos os planos de consciência, visitar o Nirvana e se preparar
rapidamente para as Grandes Bodas.
O discípulo, além de suas práticas esotéricas, necessita sujeitar-
se às mais severas e sucessivas purificações. Necessitará santificar-
se totalmente e sacrificar-se completamente pela humanidade, pois,
do contrário, não realizará nenhum progresso.
Aqueles que tiverem dificuldade para viajar em corpo astral que
pratiquem os exercícios de meditação interior, até que consigam o
despertar da consciência e a atualização dos poderes superiores da
Alma de Diamante. Assim, aprenderão também a mover-se à vonta-
de com sua Alma de Diamante, livres dos corpos do pecado e da
alma animal que se expressa dentro deles. A Alma de Diamante deve
aprender a mover-se dentro dos céus estrelados de Urânia, livre dos
corpos de pecado.
OM MASSI PADME HOM. Tu és a Jóia do Loto e eu em ti per-
manecerei. Eu estou em ti e tu estás em mim. Este é o mantra da
intuição, este é o mantra da Alma de Diamante, este é o mantra da
meditação interior do Ser.
A Alma Espiritual é a Bela Sulamita, que devemos despertar e
vestir para as grandes bodas nupciais da Alta Iniciação, em que a
alma espiritual se fusiona com o Íntimo.
A Alma de Diamante é a esposa do Íntimo, é a Bela Sulamita do
“Cântico dos Cânticos” (Capítulo 6: 4 a 13). É a Prometida eterna, e
o Íntimo a ama, adora e canta assim:
4 Formosa és, amada minha, como Tirza; aprazível como Jeru-
salém; imponente como um exército com bandeiras.
5 Desvia de mim os teus olhos, porque eles me perturbam. O
teu cabelo é como o rebanho de cabras que desce pelas colinas
de Gileade.
6 Os teus dentes são como o rebanho de ovelhas que sobem do
lavadouro, e das quais cada uma tem gêmeos, e nenhuma de-
las é desfiliada.

200
7 As tuas faces são como as metades de uma romã, por detrás
do teu véu.
8 Há sessenta rainhas, oitenta concubinas, e virgens sem número.
9 Mas uma só é a minha pomba, a minha imaculada; ela é a
única de sua mãe, a escolhida da que a deu à luz. As filhas
viram-na e lhe chamaram bem-aventurada; viram-na as rai-
nhas e as concubinas, e louvaram-na.
10 Quem é esta que aparece como a alva do dia, formosa como a
lua, brilhante como o sol, imponente como um exército com
bandeiras?
11 Desci ao jardim das nogueiras, para ver os renovos do vale,
para ver se floresciam as vides e se as romãzeiras estavam
em flor.
12 Antes de eu o sentir, pôs-me a minha alma nos carros do meu
nobre povo.
13 Volta, volta, ó Sulamita; volta, volta, para que nós te vejamos.
Por que quereis olhar para a Sulamita como para a dança de
Maanaim?
Assim canta o Íntimo à sua Prometida, e ela, por sua vez, cheia
de amor, canta ao seu amado (o Íntimo), os seguintes versículos:
“O meu amado desceu ao jardim, aos canteiros de bálsa-
mo, para pastorear nos jardins e para colher os lírios”.
“Eu sou de meu amado, e o meu amado é meu”.
(Cânticos 6:2 e 3).
E continua a Bela Sulamita (a Alma Espiritual)ou a Alma de Di-
amante cantando para o Íntimo (seu amado) nos seguintes versículos:
10 O meu amado é alvo e rosado, o primeiro dentre dez mil.
11 A sua cabeça é como o ouro mais puro, os seus cabelos são
crespos, pretos como o corvo.
12 Os seus olhos são como o das pombas junto às correntes das
águas, lavados em leite, postos em engaste.
13 As suas faces são como um canteiro de bálsamo, como colinas

201
de ervas aromáticas; e os seus lábios são como lírios que gote-
jam mirra preciosa.
14 Suas mãos como anéis de ouro guarnecidos de crisólitos; seu
ventre é como obra de marfim, coberto de safiras.
15 As suas pernas como colunas de mármore, assentadas sobre
bases de ouro refinado; o seu aspecto é como o Líbano, esbel-
to como os cedros.
16 O seu falar é muitíssimo suave; sim, ele é totalmente desejá-
vel. Tal é o meu amado, ó filhas de Jerusalém.
[Cânticos 5:10-16]
Todo o Cântico dos Cânticos representa os amores da Alma Es-
piritual, ou Alma de Diamante, com seu Íntimo.
Salomão é o Íntimo de cada ser humano e a bela Sulamita é a
Alma Espiritual, a Alma de Diamante; por isso diz o sábio: “Mas
uma é a minha pomba, a minha perfeita”.
E o Mestre, dirigindo-se aos ouvintes, pergunta a todos:
“Não lhes parece, senhores, que nós, os espiritualistas, vamos
melhor? Nós cultivamos a Alma Espiritual, e os intelectuais culti-
vam a alma animal. Todo intelectual é altamente fornicário e
passional, e muitas vezes, caem nos vícios mais repugnantes, por-
que eles só têm desenvolvido a alma animal, com todas as suas ca-
pacidades intelectuais e bestiais, pois tanto a fornicação como o in-
telecto, são da alma animal.
A cultura da Alma Espiritual é a obra máxima que podemos re-
alizar em nossa vida. O Íntimo é a voz do silêncio, que chama a sua
Alma de Diamante para as “Grandes Bodas”: “Abraça-me, minha
irmã, minha amiga, minha pomba, minha perfeita, porque minha
cabeça está cheia de orvalho, e meus cabelos, do sereno da noite”.
[Cânticos 5:2]
Porém, a alma dos seres humanos não tem querido escutar a voz
do amado, nem abrir a porta de sua câmara. Sua resposta é sempre
dura: “Eis-me despido de minha roupa, como a tenho de vestir?
Tenho lavado meus pés, como os terei que sujar?”

202
E assim, emaranhadas as almas em religiões, escolas, crenças,
etc. não abrem a porta ao amado, nem escutam a voz do silêncio...
55. MESTRE, se é como você diz que são as mesmas almas as
que evoluem desde o princípio do mundo, de onde saíram tantas,
já que o mundo cada dia tem mais habitantes?
R. Cavalheiro, já tenho dito que a morte é uma subtração de fra-
ções e se você quiser resolver este problema, faça uma grande sub-
tração de frações de toda a humanidade. O que fica depois de fazer
essa subtração de frações?
— Os valores das consciências de todos os seres que integram a
humanidade... Esses valores de consciência são os valores huma-
nos. E onde estavam anteriormente e como se expressavam?
— Mestre, isso eu não sei.
Esses valores de consciência (almas humanas) estavam nos mun-
dos supra-sensíveis da natureza e se expressaram por meio das gran-
des raças [humanas] do passado. “Assim, pois, a matemática nos
prova que não tem havido tal aumento de almas como você o conce-
be. O que existe é ignorância de sua parte, equivocada interpretação
dos ensinamentos bíblicos, pois Adão nunca foi um só homem, nem
Eva, uma só mulher. Estes nomes são genéricos e não individuais.
Adão corresponde ao sexo masculino da época Lemúrica, e Eva, ao
sexo feminino dessa mesma época. Assim, pois, Adão são todos os
homens daquela época, e Eva, todas as mulheres da mesma época.
Tampouco são nomes individuais os filhos desse casal [bíblico], que
figuram na Bíblia com os nomes de CAIM e ABEL; mas Abel é a
humanidade do continente Lêmur, e Caim, a humanidade do conti-
nente Atlante.
Diz a Bíblia que Abel era pastor de ovelhas, e Caim, caçador. Os
homens da Lemúria realmente foram pastores e agricultores e se
alimentavam do leite de seus animais e dos grãos da terra. Eles não
matavam animais para se alimentar e foram puramente vegetaria-
nos, como voltarão a sê-lo os homens da última raça que houver no
mundo, pois, o fim sempre é igual ao princípio, mais a experiência
do ciclo.
Caim simboliza a humanidade da época Atlante até à atual, em

203
que cada mão se levanta contra cada mão, e cada ser humano é um
Caim para seu semelhante, ou seja, para seu irmão. Caim é sempre
fratricida porque mata seus semelhantes; caçador, porque se alimenta
de cadáveres dos animais, tal como o faz nossa raça atual.
56. MESTRE, mas a Bíblia diz que Deus criou um só homem,
que foi Adão. Fê-lo à sua imagem e semelhança, e Eva, tirou-a de
costela de Adão. Então, como se explica isso que você diz?
R. “À sua imagem e semelhança Deus os fez, varão e fêmea os
fez”. Aqui a Bíblia simboliza que o homem primitivo era herma-
frodita, tal como Deus o é, já que tinha os dois pólos, positivo e
negativo, dentro de si mesmo; quer dizer, sua força sexual, à qual se
faz criadora por meio da palavra, e a prova disso vemos nos mami-
los do homem, que são glândulas mamarias atrofiadas, e no clitóris
da mulher, o qual vem a ser um membro viril atrofiado. Assim, pois,
todas as almas atuais estavam vestidas com corpos físicos herma-
froditas naquelas remotíssimas idades da terra. E foram os quatro
Tronos os jardineiros que regaram as sementes dos corpos huma-
nos, sobre o limo da terra, numa antiquíssima idade que ignoram
totalmente nossos maiores historiadores. Essas sementes germi-
naram no transcurso de várias eternidades até chegarem ao nosso
estado atual.
Portanto, quando se diz na Bíblia que Deus criou o homem, o
que se quer simbolizar com isso é que as hostes de Elohim criaram o
homem através de sucessivas eternidades, e as formas pelas quais
tem passado a humanidade durante toda esta imensidade de tem-
po, é recapitulado durante os 9 meses do estado de gravidez de cada
mãe. Isto se deve ao fato de que a natureza sempre vive recapitulan-
do seus passados ciclos evolutivos e nunca inicia uma nova ativida-
de sem haver recapitulado suas passadas atividades.
Quando se fala que Eva foi tirada da costela de Adão, com isso
se quer simbolizar a época em que a humanidade se separou em
dois sexos, seguindo um processo biológico, também de várias eter-
nidades, pois natura non facit saltus (a natureza não dá saltos). Creio
que agora o amigo se dará conta exata de que não tem havido tal
aumento de almas, nem aumento da população humana, porque as

204
mesmas almas de hoje vem sendo as mesmas do passado que cons-
tituíram as primitivas raças [humanas]. Nós somos os Lêmures e os
Atlantes, porém, agora, com outros disfarces. Isto indica por que o
espírito tem a sabedoria das idades e é nosso Mestre Interno. Tam-
bém lhe direi que não tem havido tal aumento de população; o que
está havendo é diminuição, porque a maior parte das almas huma-
nas estão se perdendo por suas maldades. Todas elas estão sendo
apartadas da atual onda evolutiva da humanidade.
57. MESTRE, poderia me ensinar a pronunciar o mantram
“AUM”?
R. Com muito prazer, fráter. O mantram AUM pronuncia-se
“AOM”. Tem que abrir bem a boca com a vogal “A”, arredondá-la
com o “O” e fechá-la com o “M”. Entre cada uma destas letras de-
vem ser contados sete segundos assim:
AAAAAAA......OOOOOOOO......MMMMMMMM.
“AOM” é a soma total de todos os tatwas em função criadora.
As estrelas e tudo o que vive é gerado com o “A”, gesta-se na
matriz com o “O” e se pare [vem à luz], com o “M”.
Milhares de ocultistas têm se ocupado do mantra AUM, porém
nenhum havia jamais ensinado a pronunciá-lo corretamente. Este
mantra escreve-se “AUM”, mas pronuncia-se “AOM” e seu número
cabalístico é 666.
Todo pensamento bom vocalizado com “AOM”, cristaliza-se
matematicamente.
[Atualmente, nos círculos internos da gnose vocaliza-se esse
mantra como AUM, e não como AOM – NT]
58. MESTRE, que diferença existe entre os poderes psíquicos
e os dons espirituais?
R. Os poderes psíquicos são da alma animal e os dons espiritu-
ais são do Espírito Santo. O fogo do Espírito Santo (Kundalini) abre
as sete igrejas da Alma de Diamante.
“Mas há repartimento de dons; mas o espírito é o mes-
mo” (Espírito Santo ou Kundalini).

205
“E há repartimento de Ministérios; mas o Senhor é o
mesmo (Cada Mestre tem seu Ministério).
“E há repartimento de operações; mas é o mesmo Deus
que opera tudo em todos”.
“Porém, a cada um lhe é dada uma manifestação do es-
pírito para proveito comum”.
“Porque a um a verdade é dada, mediante o Espírito, a
palavra da sabedoria; e a outro, segundo o mesmo Es-
pírito, a palavra do conhecimento; a outro, no mesmo
Espírito, dons de curar; a outro, operações de milagres;
a outro, profecia; a outro, discernimento de espíritos; a
um, variedade de línguas; e a outro, capacidade para
interpretá-las”.
“Mas um só e o mesmo Espírito (quer dizer, o Fogo Se-
xual do Espírito Santo) realiza todas estas coisas, distri-
buindo-as, como lhe apraz, a cada um, individualmen-
te”. (1a. Epístola aos Coríntios - cap. 12, vers. 4 a 11)
Quando o fogo do Espírito Santo consegue abrir passagem atra-
vés do crânio e sai fora assumindo a pictórica figura da branca pomba
do Espírito Santo, então se converte esta mística pomba no instrutor
do Mestre e lhe confere os dons espirituais [isso é visto apenas clari-
videntemente].
Cada Mestre, ao unir-se com seu Íntimo, recebe nos mundos
supra-sensíveis duas coisas: um trono e um templo, e assim todos
somos chamados a ser reis e sacerdotes do Universo.
Os dons que o Espírito Santo confere ao Mestre dependem do
Raio a que pertence o Mestre, pois existem sete raios de evolução
cósmica.
Não se esqueça, cavalheiro, que os dons do Espírito Santo são os
poderes do Íntimo que se expressam através da personalidade do
Mestre.
“Mas, se alguém não obedecer à nossa palavra por esta car-
ta, notai-o e não tenhais relações com ele, para que se en-
vergonhe. (2a. Carta aos Tessalonicenses, cap. 3 - vers. 14)

206
Este é o mandamento novo que eu, Aun Weor, entrego a meus
discípulos. Permanecei firmes na palavra do Senhor e guardai-vos
bem da maldade das mal chamadas escolas espiritualistas.
Não confundam os sete chacras do corpo astral com os sete sóis
do Íntimo, onde residem todos os dons do Espírito Santo, que logo
se expressam através da personalidade do Mestre.
Quem sobe os trinta e três escalões recebe o Bastão dos Patriar-
cas, porém quem recebe a pomba do Espírito Santo e a sagrada jóia,
recebe a vara inefável de Mestre de Mistérios Maiores. Aqui há sa-
bedoria, e quem tiver ouvidos que ouça e quem tiver entendimento
que entenda. Somente os puros de coração podem receber a Alta
Iniciação e o Espírito Santo.
O Colégio de Iniciados trabalha no laboratório da Natureza sob
a direção dos Deuses Planetários e cada Mestre trabalha em seu
ministério.
Por muito erudito que seja um indivíduo no espiritismo, ou
teosofismo, ou rosacrucianismo, não alcançará jamais estes dons,
porque estes dons só os recebem aqueles que houverem chegado à
santidade perfeita e à castidade absoluta.
Existem alguns que crêem que podem se entender com os pu-
ríssimos espíritos estelares, sem haver recebido os dons do Espírito
Santo, nem haver se santificado nem purificado, e sem haver recebi-
do a Alta Iniciação nem o trono, nem o templo, nem a vara, nem a
jóia, nem a espada. Esses tais, com visos de super-transcendidos,
são candidatos seguros para os asilos de alienados.
Os Apóstolos do Cristo eram pobres analfabetos e humildes pes-
cadores, porém puderam receber os dons do Espírito Santo, por sua
santidade e castidade perfeitas.
Quando o Íntimo se fusiona com sua Alma de Diamante, ou
Corpo Búddhico, então nasce o autêntico homem cósmico, o ho-
mem celeste, o qual não necessita (para nada) dos corpos Mental,
Astral, Vital, Físico ou volitivo e de todos veículos inferiores. O
Homem Cósmico só extrai seus extratos, suas essências sagradas, e
logo abandona esses veículos. Assim, pois, os dons do Espírito San-
to só pode receber quem tiver nascido como Homem Cósmico (Ho-

207
mem Celeste); e discípulos dos Anjos Estelares, só podem ser aque-
les que já nasceram como homens cósmicos. Os dons do Espírito
Santo nada tem a ver com o espiritismo, nem com o teosofismo ou
rosacrucianismo, nem com os poderes dos chacras astrais.
A bíblia é o livro sagrado dos gnósticos. A bíblia é a palavra do
Senhor, e a nós, os gnósticos, não nos interessa nada que nos aparte-
mos da santa bíblia.
Os Íntimos que ainda não se fundiram com sua Alma de Dia-
mante, ainda não nasceram como homens celestes. Portanto, são
embriões espirituais, e nenhum embrião pode jamais ser discípulo
dos Anjos Estelares. Nenhum embrião pode jamais afiliar-se ao Tem-
plo-Coração de uma estrela.
Somente podem ser discípulos dos Anjos Estelares os Irmãos
Maiores da Fraternidade Branca. Os Irmãos Maiores trabalhamos
sob as ordens diretas dos anjos estelares de acordo com os planos
cósmicos, porém, cada um de nós já está fusionado com sua Alma
de Diamante ou Princípio Búddhico. Cada um de nós já recebeu o
Espírito Santo e os dons espirituais.
Cada um de nós já nasceu como homem celeste com a fusão de
Atman-Buddhi.
Quando o Íntimo (Atman), fusiona-se com sua Alma de Diamante
(corpo Búddhico), então nasce como homem celeste, e cheio de sole-
ne e grandiosa alegria cósmica, se levanta sobre todos os seus veícu-
los e impõe-se a todos eles, controlando a laringe e expressando-se
através da palavra criadora.
Então, sim, tem o direito de ser discípulo dos Deuses Estelares,
porém aquele que quiser ser discípulo desses espíritos planetários
sem ter se realizado a fundo, o máximo que irá conseguir, será co-
municar-se com larvas ou demônios, que cedo ou tarde, o conduzi-
rão ao manicômio. Por isso vemos que a maior parte dos espíritas
são desequilibrados. Todos eles dizem que andam de mãos dadas
com os anjos, são tutelados por Deus e até jogam bilhar com o pró-
prio Jesus Cristo. Todos se sentem reencarnações famosas, sendo
abundante os Bolívares, os Batistas, as Madalenas, as Joanas D’Arc.
Nenhum deles se sente pequeno; todos dizem ser estigmatizados e
cristificados.

208
São tantas as idiotices que dizem os espíritas que se a humani-
dade se deixasse guiar por eles, iria todo mundo ao manicômio. Fa-
lando em linguagem oriental, diremos que Atman-Buddhi, já
fusionados, significa que o Mestre levanta-se eufórico e soberano
sobre o Manas Superior e sobre o Manas Inferior; ou seja, sobre a
Mente Superior e sobre a Mente Inferior, e sobre Kamas (o corpo de
desejos), e sobre o Lingha-Sarira (o corpo vital), e sobre o Stula Sarira
(o corpo físico), para ter o solene direito de ser discípulo dos espíri-
tos estelares [os Dhyan-Choan].
59. MESTRE, ainda temos algo de tranqüilidade no mundo. Po-
rém, quando as coisas se recrudescem em determinada forma, a vida
se torna totalmente impossível de ser vivida. Como se desenvolve-
rá a humanidade, em que forma e de que maneira sairá desse caos?
R. Querido fráter, a Nova Era é um parto da natureza e todo
parto é doloroso. O Cristo, falando da nova era e do estado atual em
que vivemos, deixou-nos dito o seguinte: “Quando, porém, ouvirdes
falar em guerras e rumores de guerras, não vos perturbeis; forçoso é
que assim aconteça: mas ainda não é o fim.
“Pois se levantará nação contra nação, e reino contra
reino; e haverá terremotos em diversos lugares, e haverá
fomes. Isso será o princípio das dores. (Marcos 3:7 e 8).
Esta é a época atual em que estamos vivendo e todo este século
será de guerras, epidemias, terremotos e amarguras. O comunismo
e o capitalismo se lançarão ao desastre para dominar o mundo, e ao
cabo de tudo, o conglomerado humano abandonará a vida urbana e
voltará aos campos para viver de acordo com as leis da natureza.
A Rússia ganhará a guerra, e o comunismo é tão só uma ponte
apodrecida entre duas eras: uma que agoniza e outra que quer nas-
cer. Depois de triunfar, o comunismo se dividirá em muitas facções
políticas, e finalmente, o homem, desiludido dos partidos políticos
e da vida urbana, irá se estabelecer nos campos e converterá suas
armas em arados. Então virá o despertar da inteligência, e a chama
do entendimento iluminará a face da terra. O porvir do homem será
no seio da natureza, nos campos. As chuvas constantes tornarão fér-
til toda a terra, e as cidades serão destruídas.

209
Cristo deixou-nos escrito o que devemos fazer nestes tempos:
“Porque estes são os dias de vingança, para que se cumpram todas
as coisas que estão escritas”. (Lucas 21:22)
“E quando virdes Jerusalém (que simboliza toda a ter-
ra) cercada de exércitos, sabei então que é chegada a
sua destruição. Então, os que estiverem na Judéia fujam
para os montes; os que estiverem dentro da cidade, sai-
am; e os que estiverem nos campos não entrem nela”.
(Lucas 21:20- 21)
Assim, vemos que as cidades serão destruídas e perecerão todos
os malvados da terra antes de se iniciar a Idade de Aquário. O por-
vir do homem estará nos campos, e a política que governará o mun-
do está esboçada pelo Iniciado Gnóstico Júlio Medina V. em seu es-
crito intitulado No Vestíbulo do Santuário [ver início desta edição].
Bandeiras vermelhas e azuis estão cheias de prejuízos; elas perten-
cem ao passado. O pensamento será a chama evocadora da nova era
e a bandeira branca do Cristo flutuará vitoriosa.
Homens de Aquário! Aproveitai o tempo, agora que as almas
malvadas estão encerradas no abismo.
60. MESTRE, poderia me explicar que diferença existe entre a
ressurreição e a ascensão?
R. Com muito prazer, irmão. A ressurreição é a fusão da Alma
de Diamante com o Íntimo, e a ascensão é a fusão do Mestre com o
seu “Glorian”. A ressurreição é da alma, e não do corpo. Vejamos os
versículos 44, 45 e 50 do capítulo 15 — da 1a. Carta aos Coríntios:
“Semeia-se corpo animal, é ressuscitado corpo espiritu-
al. Se há corpo animal (o corpo de carne e osso), há tam-
bém corpo espiritual (o corpo do espírito). Assim tam-
bém está escrito: O primeiro homem, Adão, tornou-se
alma vivente (este é o homem comum e corrente, nor-
mal); o último Adão (este é o homem já fusionado com
seu Íntimo), espírito vivificante. Mas digo isto, irmãos,
que carne e sangue não podem herdar o reino de Deus;
nem a corrupção herda a incorrupção”.
Com estes versículos o Apóstolo Paulo ensinou que a ressurrei-

210
ção é interna. O homem, pela fornicação, conheceu a morte e a dor,
e com a castidade e a fé em Cristo, conhecerá a ressurreição e a vida.
Os seres humanos estão mortos e necessitam ressuscitar. Vós
sois filhos da fornicação de vossos pais, e nós, os membros da Gran-
de Fraternidade Branca, somos filhos da ressurreição, porque já nos
fusionamos com os nossos Íntimos. Essa é a ressurreição.
“Porque assim como em Adão (o homem comum e cor-
rente), todos morrerão, assim também em Cristo todos
serão vivificados”. (Versículo 22, capítulo 15 – 1a. Carta
aos Coríntios).
Depois da ressurreição (a Alta Iniciação), todo Mestre se prepa-
ra para a ascensão descrita pela Bíblia.
“Tendo ele dito estas coisas, foi levado para cima, en-
quanto eles olhavam, e uma nuvem o recebeu, ocultan-
do-o a seus olhos. (ATOS 1:9)
Essa nuvem branca e resplandecente é o “Glorian”, que cheio de
alegria, faz vibrar a campainha vitoriosa nos espaços infinitos.
Quando o Mestre se une com o seu “Glorian” converte-se em
um Deus resplandecente do infinito. Porém, para chegar a essas
culminâncias inefáveis, há que passar pelas cinco grandes Inicia-
ções de Mistérios Maiores. “Tragada é a morte com a vitória”.
Onde está, ó morte, teu aguilhão? Onde, ó sepulcro, tua vitória?
Depois que o Mestre tinha respondido a todas as perguntas
que uns e outros formularam, falou da seguinte forma:
Amigos, até agora haveis conhecido a doutrina do nazareno his-
tórico. Porém, o importante é que vós também vos transformeis em
Nazarenos. O caminho do Gólgota deve ser vivido por cada um de
vós; e caireis sob o peso da cruz muitas vezes. Porém não vos aflijais;
tende valor e lançai a cruz sobre os vossos ombros com vontade
forte e poderosa, mesmo que o látego da dor e o arrependimento
vos firam as carnes depois de cada queda. Ao fim chegareis ao
Gólgota solene de vossa vida, e a ressurreição fará de vós filhos de
Deus, porque sereis filhos do Espírito Santo, essa força sexual que
agora gastais em vossas fornicações; vossa energia sexual feita toda

211
fogo, elevar-se-á sobre vossas cabeças e se converterá na simbólica fi-
gura da branca pomba do Espírito Santo, e assim vos ensinará e ins-
truirá com seus átomos de onisciência na autêntica sabedoria de Deus.
A mulher é o caminho; ela é a “porta estreita e apertada” que conduz
à Luz. Por isso disse o Mestre (Cristo): “Apertada é a porta e estreito o
caminho que conduz à Luz, e poucos são os que o encontram”.
“A mulher é a porta do Éden”, e a porta do Éden é sempre estrei-
ta. A mulher é a sacerdotisa da Luz e o templo sagrado do Querubim
do Éden. A mulher é o que é, e o demônio é a sua sombra.
Amados discípulos, hoje sois escravos da força sexual; amanhã
sereis discípulos diretos dos átomos oniscientes da força sexual. Hoje
sois filhos do demônio, porque sois filhos da fornicação; amanhã
sereis filhos do Espírito Santo, porque sereis filhos da magia sexual
e do fogo solene do sexo. O esposo sempre deve viver enamorado
de sua esposa; deve ser um noivo eterno; deve ser seu adorador
perene, porque nenhum ser humano pode fazer pelo discípulo o
que faz a mulher (a esposa-sacerdotisa). Ela é a única que pode nos
transformar em Deuses.
Para terminar, meus amigos, vou ler para vocês uma carta que
enviou um Iniciado Gnóstico para sua esposa-sacerdotisa, a fim de
que possam imitar este exemplo e [possam] viver sempre enamora-
dos de vossas esposas.
Querida esposa
Motivado por mais um ano de vida nesta tua preciosa
existência, queira receber meus sinceros cumprimentos
e que meu afeto se expresse por meio deste cartão que
te envio anexo. Nele, está registrado, em forma de can-
to, o que jamais me deixaste dizer, por meio de pala-
vras. Vais pensar que não te falo de amor mas de um
assunto que tomou conta de mim. De minha parte que-
ro te lembrar que o amor entre duas pessoas não come-
ça com palavras, mas, com emoções que se mostram
num olhar e é recebido com um rubor. E assim as coisas
se repetem porque o verdadeiro amor a gente sente para
depois realizá-lo com a união de dois amantes. Se a mãe

212
quer tanto o seu filho é porque ele vem a ser o docu-
mento que lhe é entregue por seu amor puro e vivido.
Agora, uma coisa é a paixão, o desejo desenfreado que
agita o passionário, mas esses não buscam uma esposa
para amar e querer, mas sim, buscam a várias para saci-
ar seus instintos pervertidos. Assim que não pode ser a
mesma coisa a união que acontece entre uma mulher de
vida livre e aquele que se diz ser seu amante. Este, nem
amante é, nem as delícias do amor conhece; este é um
degenerado. Converteu em vício o ato mais santo no
qual o homem é um Deus criador. Ele busca a mulher
para fornicar, quer dizer, para violar a lei divina, este
sexto mandamento que como terrível impasse figura nos
10 Mandamentos da lei de Deus. Ele somente sabe saci-
ar os apetites baixos e vis. Eu não me sinto adorador de
Cristo mas seu discípulo. Por isso, não quero violar seus
mandamentos e seus ensinamentos que são leis da na-
tureza. Por isso, quando me uno a minha esposa, que
para mim é minha sacerdotisa, me sinto um oficiante
do templo do amor.
E tu, mulher amada, ainda que não saibas, estás fazen-
do, estás conseguindo minha transformação; estás me
convertendo em filho preferido, irmão bondoso, espo-
so amoroso, pai generoso, amigo fiel, cidadão exemplar
e homem virtuoso. Tudo isso diante dos olhos dos ho-
mens, diante dos olhos divinos. É muito mais sublime
esse trabalho porque ali és a escada de Jacó para subir
até o céu.
A cada dia eu espero a hora que queiras ouvir, para que
aprendas e compreendas o que hoje por tolo orgulho
sem base nem fundamento não te deixas compreender,
porque não te permites que atendas o teu elegido, o qual,
amargamente, chora a tua ausência com os sublimes
ornamentos como sacerdotisa do templo de meu amor,
onde tu és a minha rainha. Então poderei fazer consci-
entemente por ti o que tu inconscientemente estás fa-

213
zendo por mim. Então, compreenderás que meus afe-
tos têm uma transcendência maior que a que tu hoje
consegues compreender; sentirás mais puro teu amor.
Ao chegar a ti, tu o purificas, porque a tua compreen-
são já é como água cristalina, e então poderás dizer como
eu te digo: “Minha esposa adorada, minha amada”.
Eu sei que tu me queres, que me amas intensamente,
porém, sofres com meu amor, porém, quero esclarecer:
um amor sofre quando não é correspondido. Se o eleito
ama, que mais se pode pedir? Quando a mulher não
atende os chamados do coração, seus olhos e seus ouvi-
dos a enganam porque informam mal. Por isso, uma
mãe sempre é justa quando julga seu filho porque o jul-
ga com o coração. Hoje, minha súplica é que escutes teu
coração e deixes que teus sentidos te informem as coi-
sas materiais, mas não no amor, porque o amor não é
material.
Leia esta carta, meu amor, e leia novamente; ela é porta-
dora do mais puro sentimento de meu coração. Se isso
te alegra, tu me alegras também; se te causar tristeza,
me pagas com dor. Mas, é assim: meu amor por ti nem
eu mesmo poderei mudar.
Um beijo
E assim terminou o Mestre, esclarecendo cada questionamento,
respondendo cada pergunta, refutando cada teoria, instruindo e
dando luz ao sedento de conhecimento, mitigando penas, fustigan-
do os perversos, confortando os fracos... Voltando-se para mim, me
disse: Sede altaneiros mas bondosos com os poderosos, para demons-
trar a eles a vossa superioridade.
O Mestre, com estes ensinamentos, busca, por todos os meios,
chegar até as massas e fazer com que o homem se recapacite e pense
por si mesmo. É doloroso dizer, mas é muito certo que este triste
formigueiro humano é composto apenas de autômatos. Ninguém
aprendeu a pensar por si mesmo, e cada um faz o que os outros
fazem; dizem o que os outros dizem e pensam como os outros pen-

214
sam. O grande formigueiro humano não gosta de pensar, se conten-
ta em obedecer às ordens de seus líderes astutos. Por isso a humani-
dade ama o caciquismo.
O Mestre Aun Weor, conhecedor profundo dessa triste realida-
de deu este livro à humanidade para que cada qual siga a si mesmo
e seja o chefe de si mesmo, e afirma que não quer seguidores nem
escravos. A sabedoria, que ele ensina, não é propriedade sua nem
de homem algum, mas é universal, é a sabedoria que cada qual traz
dentro de si e que cada um pode encontrar dentro de seu Íntimo.
Por meio desta obra, ensina a humanidade o caminho para che-
gar aos píncaros da Alta Iniciação, dizendo que esses caminhos
esotéricos têm o Íntimo de cada um, e que, por isso, não é necessário
agradecer a ele por nada, porque o que ele ensina não é novo nem
propriedade exclusiva dele.
O Mestre Aun Weor escreveu este livro para ser entregue a to-
dos aqueles que pedem luz e têm sede de conhecimentos; são ferra-
mentas indispensáveis para que cada qual possa trabalhar em seu
próprio templo, até conseguir a união com o seu Íntimo.
A natureza aguarda que seus filhos regressem ao seu seio. Nós
nascemos para fustigar a Esfinge, para mandá-la, e não para sermos
escravos. A natureza é u’a mãe de inefável bondade, que sabe amar
seus filhos com sabedoria infinita.
O Mestre Huiracocha estampou em um de seus rituais esta in-
vocação à natureza:
Ó Ísis, Mãe do Cosmos, raiz do amor, tronco, botão,
folha, flor e semente de tudo que existe. A ti, força
naturalizante, te conjuramos. Chamamos a rainha do
espaço e da noite, e, beijando seus olhos amorosos,
bebendo o orvalho de seus lábios, exclamamos: Ó Nut!
Tu, eterna seidade do céu, tu, que és o que foi e o que
será, com o sinal da cruz eu te conjuro, grande ser; tra-
ça um caminho de relação entre nós e que tua luz ilu-
mine nosso entendimento para conseguirmos nossa
encarnação.
Omnia in duobus, uno in nihilo.

215
E em outro de seus rituais o Mestre Huiracocha faz este prece:
Fazei o que quiserdes, mas, lembra-te que o que brota
dessa lei, provém destas cinco fontes: Luz, Amor, Vida,
Liberdade e Triunfo.
Amor é lei, porém, amor consciente.
Com a fronte para o alto adorai o Senhor e escutai sua
palavra de místico som. Um caminho assinala com luz
e eterno amor aos homens e povos que compreende-
ram sua voz. A parte mais profunda da mãe natura é a
aeônica vida que em nós fulgura.
Que o Santo Graal esteja convosco.
Por intermédio desses conhecimentos nos é ensinado a escutar o
[a voz do] Íntimo e adorá-lo, porque somos náufragos de uma terrí-
vel tempestade e não temos mais esperança de salvação senão o Ín-
timo. Ele é nosso Deus Interno, e somente Ele pode nos dar essa luz
e essa felicidade que buscamos. Só o Íntimo pode nos glorificar.
Aquele que praticar os ensinamentos dados pelo Mestre neste
livro, inevitavelmente chegará ao Gólgota da Iniciação, e já fusionado
com o Íntimo, poderá exclamar desde o cume majestoso do calvário:
“Meu Pai, em tuas mãos entrego meu espírito” (a alma universal)
Canto à Sacerdotisa
(Julio Medina V.)

A ti, de meu amor princesa majestosa,


De joelhos recebo tua candura
Porque tu és a chave poderosa
Que a meu amor forma dás.
Faça de minha morte uma ilusão
Minha amargura transformas em doçura
E obténs de meu ser a ressurreição
[Fim dos textos da primeira edição original publicada em outu-
bro de 1950, na Colômbia]

216
APÊNDICE 2
As Escolas Esotéricas

“Devemos lutar até a morte para fazer o Movimento


Gnóstico cada vez mais poderoso. Necessitamos que este
Movimento se faça Onipotente para o bem de tantos
milhões de seres humanos que estão no caminho da
Segunda Morte. Necessitamos ser compassivos e entre-
gar à Humanidade a Doutrina Solar, custe o que cus-
tar.” (SAMAEL AUN WEOR)

CAPÍTULO I
TIPOS DE ESCOLAS ESOTÉRICAS

Pessoas mal intencionadas e de pouca compreensão crêem, equi-


vocadamente, que o Movimento Gnóstico está contra todas as Esco-
las, Religiões, Ordens, Sociedades Espirituais ou Seitas. Nada pode
estar mais longe da verdade como o fato de nos considerarem ini-
migos de todas essas organizações mencionadas. Realmente, nós não
estamos contra ninguém. Só assinalamos e indicamos onde está o
perigo. Porque de tudo há na seara do Senhor; se há rosas, também
há espinhos; existem escolas de magia negra e magos negros disfar-
çados com pele de ovelha. Consideramos um dever assinalar o peri-
go. Os Irmãos do Templo estão obrigados a falar quando se deve
falar e a calar quando se deve calar. Há silêncios delituosos e pala-
vras infames. É tão mau falar quando se deve calar, como calar quan-
do se deve falar.
Não obstante, isso não significa que nós, os Irmãos do Templo,
estamos contra alguém. Não odiamos ninguém, não atacamos nin-
guém; só assinalamos o perigo, isso é tudo...
Há quatro tipos de Escolas:
1 – Escolas que ensinam fabricar Alma.
2 – Escolas que ensinam fabricar Alma e Espírito.

217
3 – Escolas que servem de Jardim de Infância à humanidade.
4 – Escolas de Magia Negra.
Examinemos agora estas quatro classes de Escolas em ordem
sucessiva.

1.1 - ESCOLAS QUE ENSINAM FORJAR ALMA


Isso de “forjar alma” parece muito estranho aos religiosos. Mui-
tos até nos caluniam, qualificando-nos de materialistas. Nós não
somos materialistas; somos esoteristas - isso é tudo.
O “animal intelectual”, equivocadamente chamado homem, crê
que já tem Alma e realmente não a tem. Querido leitor, não se assus-
te, não se escandalize, leia com paciência, analise, investigue.
O “animal intelectual” só tem encarnado o Buddhata, o princí-
pio buddhista Interior, a Essência, o Material Psíquico, a Matéria
Prima para fabricar a Alma. É necessário despertar a Consciência,
despertar o Buddhata e fortificá-lo, robustecê-lo, individualizá-lo;
isto é o que se chama “fabricar Alma”.
As Escolas que ensinam a fabricar Alma estão governadas por
Instrutores que já possuem Alma. Só quem tem Alma pode ensinar
aos outros a teoria completa sobre a fabricação da Alma.
Toda escola que ensina fabricar Alma sabe muito bem que o ho-
mem tem um Eu Pluralizado, que malgasta, miseravelmente, o ma-
terial psíquico em explosões atômicas de ira, cobiça, luxúria, orgu-
lho, inveja, preguiça, gula, etc., etc., etc.
Enquanto esse Eu Pluralizado existir dentro do homem, estare-
mos perdendo, miseravelmente, as forças do Buddhata. Faz-se ne-
cessário dissolver esse Eu, se é que queremos, realmente, fabricar
Alma.
O verdadeiro trabalho de um Instrutor com Alma é reformar
todos aqueles que aceitem a reforma, fazer normais as pessoas
e dirigir uma escola de normalidade. Realmente, só os normais po-
dem se desenvolver. Só os normais podem chegar a ser SUPER-
NORMAIS.

218
As multidões não têm Alma; estão controladas pelo Eu
Pluralizado, e, portanto, não têm individualidade; são ANORMAIS.
Isso parecerá muito duro a muitos leitores, mas é a verdade. Deve-
mos dizer a verdade, custe o que custar.
Todo Instrutor com Alma deve ensinar a seus discípulos a teoria
da aquisição de uma Alma. No entanto, por muito que lhes ensine
tal Instrutor, é relativo. O discípulo tem que fazer o trabalho, por-
que o Instrutor não pode fazer o discípulo. Cada qual tem que per-
correr o caminho por si mesmo. O Instrutor de uma Escola de Al-
mas trabalhará com embriões de Almas, ajudando-as em seu cresci-
mento, desenvolvimento e progresso.
Toda escola que ensina a dissolução do Eu é uma Escola de Al-
mas. Há Escola de Almas nos ensinamentos de Krishnamurti, no
Buddhismo, Buddhismo Chan, Buddhismo Zen, Sufismo, Quietismo
Cristão, etc., etc., etc. Toda Escola de Almas ensina a técnica para a
dissolução do Eu. Realmente, só à base de compreensão criadora de
todos os nossos erros, em todos os níveis mais profundos da mente,
desintegra-se, inevitavelmente, o Eu.
As Escolas para criar Almas ensinam também chaves, sistemas e
procedimentos para despertar os poderes do Buddhata. As Escolas
para Almas têm métodos muito eficazes para despertar o Buddhata.
As Escolas para Almas ensinam a Ciência da Meditação Íntima, com
a qual desperta a Consciência (o Buddhata). Assim, chegamos à Ilu-
minação Interna.
Os Instrutores das Escolas para criar Almas querem a aniquila-
ção do Eu Pluralizado (Satã). Os Instrutores das Escolas para Almas
querem que dentro do ser humano só exista um habitante, o
Buddhata (Alma). Realmente, o Buddhata está feito, por natureza,
de felicidade. O Buddhata é felicidade.
Toda escola que ensine a dissolução do Eu é uma Escola para
Almas.

219
1.2 - ESCOLAS QUE ENSINAM A FABRICAR ALMA E
ESPÍRITO
Toda escola que ensina a fabricar Alma e Espírito é uma Escola
de Regeneração. As escolas que ensinam a fabricar Alma, unicamente
fazem uma boa obra, mas as que ensinam a fabricar Alma e Espírito,
fazem uma “obra superior”.
O homem que somente fabrica Alma pode ser mortal ou imor-
tal. É imortal se ingressa em uma Escola de Regeneração; é mortal
se não ingressa em nenhuma Escola de Regeneração.
Toda Escola de Regeneração ensina o Maithuna (Magia Sexual).
Quem rechaça o Fogo Sagrado do Sexo faz-se mortal. A Alma que
não quer receber o Fogo Sagrado do Terceiro Logos, vai perdendo
suas forças íntimas, pouco a pouco, e depois de muitas reencarna-
ções, por fim, morre.
Quando trabalhamos na fabricação de Alma, nosso trabalho se
faz no Mundo Molecular. Quando trabalhamos na Fabricação do
Espírito, operamos no Mundo Eletrônico Solar. Os “animais intelec-
tuais” comuns e correntes, realmente só conhecem este Mundo Ce-
lular (o mundo físico).
Toda autêntica escola de regeneração ensina os três fatores bási-
cos da revolução da Consciência. Esses três fatores são: Morrer,
Nascer e Sacrificar-se pela humanidade. O Eu Pluralizado deve
morrer para se fabricar Alma.
Devemos trabalhar com o Hidrogênio SI-12 da energia sexual,
transmutando-o através da alquimia sexual, para termos direito ao
segundo nascimento. Só nascendo o Anjo dentro de nós mesmos
seremos imortais. É absurdo pensar no advento do Fogo, se não sa-
bemos transmutar a energia sexual. O Fogo Sagrado resulta da
transmutação de nossas secreções sexuais. Quem não conhece o
Maithuna (Magia Sexual), não pode receber o Fogo Sagrado. Se a
Alma não recebe o Fogo, se desvanece e morre depois de muitos
séculos, pouco a pouco...
O Movimento Gnóstico é uma Escola de Regeneração com os
três princípios básicos da Revolução da Consciência. Também são
Escolas de Regeneração: o Buddhismo Tântrico do Tibete, a Igreja

220
Amarela dos Lamas, o Sufismo com seus Derviches Dançantes, o
Buddhismo Zen, o Buddhismo Chan, da China, etc.
No passado existiram grandes Escolas de Regeneração. Recor-
demos os Mistérios de Elêusis, os Mistérios Egípcios, Astecas, Maias,
Incas, os Mistérios Órficos, os Mistérios dos Kabires e dos Dáctilos.
Os piores inimigos das Escolas de Regeneração são os infra-se-
xuais. O infra-sexual se considera superior às pessoas de sexualida-
de normal e odeiam, mortalmente, o Supra-sexo.
O Movimento Gnóstico é uma Escola de Regeneração mortal-
mente odiada pelos infra-sexuais. Os degenerados do infra-sexo se
crêem mais perfeitos que o Terceiro Logos e blasfemam dizendo: “o
sexo é algo muito grosseiro”; “a materialista Magia Sexual é algo
animal”; “nós trabalhamos pela espiritualização”.
Os degenerados do infra-sexo se crêem mais puros que o Espíri-
to Santo e falam horrores contra o sexo e contra a Magia Sexual.
Recordemos que as três forças principais do Universo são:
Primeiro: A Vontade do Pai.
Segundo: A Imaginação do Filho.
Terceiro: A Força Sexual do Espírito Santo.
Todo aquele que se pronuncie contra qualquer destas três forças
Logóicas é, de fato, um mago negro.
O trabalho com o Hidrogênio SI-12 é realmente terrível. O Inici-
ado tem que viver o Drama Cósmico. O Iniciado tem que se conver-
ter no personagem central desse Drama Cósmico.
O Iniciado que logrou fabricar Alma e Espírito tem todo o direi-
to de encarnar sua Divina Tríade Imortal (Atman-Buddhi-Manas),
porque ao que tem se lhe dá e quanto mais tem, mais se lhe dá, mas
ao que nada tem, nada lhe será dado e até o que tem lhe será tirado.
É absurdo afirmar que a Tríade Divina já está encarnada. Só fa-
bricando Alma e Espírito podemos encarná-la.
As pessoas que, definitivamente, não fabricam Alma nem Espí-
rito, se perdem, rompem toda a relação com a Mônada Divina
(Atman-Buddhi-Manas).

221
Essas pessoas se fazem partícipes do reino mineral e ingressam
em tal reino. Todas as religiões confessionais têm simbolizado dito
reino como seus Infernos. Recordemos o Tártarus grego, o Avitchi,
o Averno romano, o Inferno chinês, o Inferno cristão, etc., etc., etc.
No Reino Mineral se involui... É um cair no passado... Um retro-
cesso pelos reinos animal, vegetal e mineral. O resultado final de
semelhante desgraça é a desintegração. Certamente, esse é o objeti-
vo de semelhante involução no reino mineral.
Necessita-se dissolver o Ego no Avitchi para libertar o Buddhata.
Toda autêntica Escola de Regeneração sabe disso e quer salvar o
homem.
As Escolas de Regeneração produzem Adeptos, verdadeiros
Mestres da Grande Loja Branca.
O Movimento Gnóstico é uma Escola de Regeneração Autêntica.
No mundo existem milhares de escolas que prometem maravi-
lhas, mas só as Escolas de Regeneração Autênticas podem produzir
verdadeiros Mestres de Mistérios Maiores com poderes sobre o Fogo,
o Ar, a Água e a Terra.
Poderão existir muitas religiões, ordens e seitas, mas só as Esco-
las de Regeneração podem produzir Anjos e Mahatmas.
As Escolas de Regeneração têm a alta honra de terem produzido
Mestres como: Buddha, Jesus, Dante, Hermes, Quetzalcoatl, etc.,
etc., etc.
Cuidado, querido leitor! Não confunda gato por lebre! Escola
que não ensine os três fatores de revolução da Consciência, não é
realmente Escola de Regeneração. Escola que ensine o caminho da
fornicação não é Escola de Regeneração. Escola que ensine a fortifi-
car o Eu, não é Escola de Regeneração. Por seus frutos as conhecereis.
Conhece-se a árvore pelos seus frutos. Tal fruto, tal árvore.

1.3 - ESCOLAS QUE SERVEM DE JARDIM DE INFÂNCIA À


HUMANIDADE
Existem milhares de Escolas que servem de Jardim de Infância à
humanidade. Essas Escolas não conduzem ninguém à Auto-Reali-

222
zação Íntima, mas são úteis porque ensinam às pessoas as primeiras
noções elementais da Sabedoria Oculta.
Entre elas temos a Sociedade Teosófica, as Escolas Pseudo-
Rosacrucistas, como a de Max Heindel, os Centros Espirituais,
Ioguistas, Pseudo-Esoteristas, Pseudo-Ocultistas, Mentalistas, etc.
Todas essas Escolas têm muito de bom e muito de mau, mas são
úteis. Nelas aprendemos as primeiras letras do saber. Por elas nos
informamos das Leis do Karma e da Reencarnação. Por elas viemos
a saber algo sobre os Mundos Superiores.
O Jardim de Infância sempre é útil. O mau do Jardim de Infância
seria ficar nele durante a vida toda. O Jardim de Infância não pode
Auto-Realizar-nos. O que pode dar-nos o Jardim de Infância é, uni-
camente, uma informação incipiente, elemental, isso é tudo.
No Jardim de Infância achamos milhares de teorias, autores que
se combatem mutuamente. Enquanto uns dizem ao estudante que
os exercícios respiratórios são bons, outros dizem que são maus.
Enquanto uns dizem ao estudante que não coma carne, outros lhe
dizem que coma. Enquanto uns lhe dizem que tal coisa é branca,
outros lhe dizem que é negra, etc., etc., etc.
Todas as Escolas do Jardim de Infância crêem ter a verdade, ju-
ram ter a verdade, mas realmente, nenhum Jardim de Infância tem
a Verdade. A Verdade não vem a nós pelo que cremos ou pelo que
deixamos de crer.
A VERDADE só vem a nós quando o Eu estiver morto e quando
o Anjo nascer em nós.
São milhares de estudantes que passam a vida inteira no Jardim
de Infância. São milhares os estudantes que vivem borboleteando
durante a vida toda, de Escola em Escola, sempre curiosos, sempre
tolos, sempre néscios; enchem a cabeça com teorias contraditórias e,
se têm a sorte de não perderem a cabeça, chegam à velhice comple-
tamente fracassados, sem terem logrado a Auto-Realização Íntima.
Os fanáticos do Jardim de Infância são os que odeiam o Movi-
mento Gnóstico e nos qualificam de Magos Negros, etc. No fundo,
eles são unicamente pessoas ignorantes que não compreendem, pesso-

223
as que não podem, ainda, compreender os Ensinamentos Iniciáti-
cos de uma Escola de Regeneração. Por isso, merecem compaixão.
O mau do Jardim de Infância – o aspecto negativo das Escolas
que servem de Jardim de Infância – é que estão cheias de pessoas
infra-sexuais, pessoas que insultam o Terceiro Logos, dizendo que o
sexo é algo grosseiro, imundo, materialista, etc.
Não queremos dizer que todos os estudantes do Jardim de In-
fância sejam infra-sexuais, mas, sim, afirmamos, sem temor de dú-
vidas, que abundam os infra-sexuais no Jardim de Infância.

1.4 - ESCOLAS DE MAGIA NEGRA


Existem três classes de Tantrismo: Branco, Negro e Cinza.
As Escolas de Magia Branca se baseiam no Tantrismo Branco.
As Escolas de Magia Negra se baseiam no Tantrismo Negro. As Es-
colas de Tantrismo Cinza são incoerentes, vagas, imprecisas, mas
conduzem o Iniciado ao Tantrismo Negro.
Entende-se por Tantrismo Branco a conexão sexual sem
ejaculação seminal. Entende-se por Tantrismo Negro a conexão se-
xual com ejaculação do Sêmen.
Entende-se por Tantrismo Cinza a conexão sexual em que, às
vezes, existe ejaculação do Sêmen e, às vezes, não existe ejaculação
do Sêmen.
As Escolas de Regeneração proíbem a ejaculação do Sêmen. As
Escolas de Magia Negra não proíbem a ejaculação do Sêmen e até
justificam, à sua maneira, dita ejaculação com frases e sentenças re-
ligiosas.
Os Iniciados das Escolas Tântricas trabalham com o Hidrogênio
SI-12. Este é o Hidrogênio do sexo. Dito Hidrogênio processa-se no
organismo humano, de acordo com a Lei das Oitavas Musicais, des-
de DÓ até SI.
Todo organismo humano desenvolve-se na matriz dentro das
notas DÓ, RÉ, MI, FÁ, SOL, LÁ, SI. O Verbo, a Música, dá origem à
Criação.

224
O Hidrogênio SI-12, depois de se processar inteligentemente
dentro do organismo humano, pode, mediante o Maithuna, sem
ejaculação do sêmen, receber um choque adicional que o colocará
na nota DÓ de uma segunda oitava superior. Então, depois de satu-
rar, de forma íntegra, todas as células orgânicas, se cristalizará na
forma esplêndida de um corpo independente, luminoso e resplan-
decente. Esse é o Corpo Astral dos Adeptos e Anjos da Grande Loja
Branca, o Corpo Solar.
Os seres humanos, comuns e correntes, não têm Corpo Astral.
Só têm o corpo molecular dos profanos, o Corpo de Desejos menci-
onado por Max Heindel. Nesse corpo se viaja durante o sonho e
depois da morte. Dito corpo substitui, por agora, o Corpo Astral e é
um corpo frio, lunar, fantasmático, feminino.
Realmente, o Corpo Astral é um luxo que bem poucos podem se
dar. Necessitamos transmutar o chumbo em ouro. Necessitamos
transmutar a carne e o sangue de nosso corpo físico em Corpo As-
tral. Isso só é possível com o Hidrogênio SI-12.
O Corpo Astral deve substituir o corpo físico, e o substitui de
fato. O Corpo Astral está controlado por 24 Leis, e seu alimento bá-
sico é o Hidrogênio 24.
Quem já possui Corpo Astral deve, mediante a Transmutação
Sexual, colocar o Hidrogênio SI-12 na nota DÓ da terceira oitava
superior. Então, o maravilhoso Hidrogênio SI-12 se cristalizará na
esplêndida forma do Corpo Mental.
Assim o Iniciado ficará dotado da Mente Cristo do Arhat Gnós-
tico. O Corpo Mental está controlado por 12 Leis e seu alimento bási-
co é o Hidrogênio 12 da Mente, que não devemos confundir com o
Hidrogênio SI-12 do sexo. (Esclarecemos isto para evitar confusões).
A Mente do Arhat Gnóstico resplandece maravilhosamente no
mundo do Fogo Universal. É a Mente que realiza maravilhas e pro-
dígios. É a Mente que pode fazer milagres.
Todo Iniciado, em poder de um corpo físico são, de um Corpo
Astral e de um Corpo Mental, deve, mediante a Magia Sexual, sem
ejaculação do sêmen, dar um choque adicional ao Hidrogênio SI-12,
para passá-lo à nota DÓ de uma quarta oitava superior, que produ-

225
zirá a cristalização do Hidrogênio SI-12, na forma do Corpo da Von-
tade Consciente.
Ao chegarmos a estas alturas, já possuímos os Quatro Corpos
Sagrados. O Corpo da Vontade Consciente é o Corpo Causal de que
fala a Teosofia, supondo, equivocadamente, que todos os seres hu-
manos já o possuem, quando, na realidade, só os Adeptos da Gran-
de Loja Branca o possuem.
Dito Corpo está controlado por 6 Leis e seu alimento básico é o
Hidrogênio 6. Só quem possui realmente os Quatro Corpos de Per-
feição pode encarnar sua Mônada Divina, sua Divina Tríade Imor-
tal. Um homem assim é um Homem de Verdade, um Mestre de Mis-
térios Maiores da Grande Loja Branca.
Um Adepto Branco é, pois, a cristalização positiva do Hidrogê-
nio SI-12. Porém, temos que esclarecer que existem cristalizações
negativas: a dos Adeptos da Magia Negra. Eles também trabalham
com o Hidrogênio SI-12. Eles têm Ritos Sexuais Tântricos Negros.
Eles ejaculam o licor seminal durante a conexão. Eles também
imprimem choques adicionais ao Hidrogênio SI-12, que os colocam
em oitavas musicais inferiores a deste mundo físico em que vive-
mos. Então, cristaliza-se o Hidrogênio SI-12, na forma do Corpo de
Desejos, robustecendo-o e desenvolvendo-o com todos seus pode-
res tenebrosos, submergidos, diabólicos.
Quando um Iniciado descobre que sua cristalização como Adepto
tem sido negativa, deve dissolver sua cristalização, à vontade, e essa
é uma operação terrivelmente dolorosa. Quando não dissolve sua
cristalização à vontade, tem que ingressar no Reino Mineral, abaixo
da superfície da camada terrestre, onde involui no tempo, passando
pelos reinos animal, vegetal e mineral, até se desintegrar totalmen-
te. Esse é o Abismo e a Segunda Morte.
No Tibet, o Clã de Dag Dugpa pratica o Tantrismo Negro. Os
Iniciados Negros Bonzos e Dugpas ejaculam o sêmen, misticamen-
te, como os tenebrosos do Subud.
Bonzos e Dugpas de barrete vermelho têm um procedimento fa-
tal para reabsorverem o sêmen carregado de átomos femininos de

226
dentro da própria vagina da mulher, fazendo-os subir pela uretra com
a força da mente, para levá-lo [em forma de energia] até o cérebro.
Assim é como os Adeptos da Mão Esquerda pretendem mesclar
átomos solares e lunares, com o propósito de despertarem o
Kundalini. As intenções são boas, mas o procedimento é negativo
porque o sêmen derramado está carregado de átomos do Inimigo
Secreto. As más conseqüências de semelhante procedimento são o
despertar negativo do Kundalini, e a cristalização negativa do Hi-
drogênio SI-12.
No mundo ocidental, as Escolas de Tantrismo Negro identifi-
cam-se com o Cristo e com os Evangelhos. Falam coisas inefáveis,
bendizem e derramam misticamente o sêmen. O resultado é o mes-
mo que obtêm os fracassados do Clã Dag Dugpa.
São milhares as Escolas que parecem mais brancas que neve e
são mais negras que o carvão. O mais difícil é reconhecer as Escolas
Negras. Seus instrutores tenebrosos, sendo diabos parecem Cristos
Vivos, e como é apenas natural, fascinam seus seguidores. Uma pes-
soa se assombra, ao escutar esses lobos vestidos com pele de ovelha.
Pelo comum, são equivocados sinceros e senhores de muito boas
intenções. Falam coisas inefáveis e até se tornam caritativos e
santarrões.
Como duvidar de tanta doçura? Como duvidar de sua bonda-
de? Como duvidar de sua ternura e de suas obras de caridade? O
mais curioso é que, pelo comum, estes Adeptos da Mão Esquerda,
se pronunciam contra a Magia Negra. Como duvidar deles? E, no
entanto, são mais negros que o carvão. É um problema terrível!
Existem Escolas Negras que praticam com mente em branco.
Querem “mente em branco” sem conhecerem Buddhismo Zen, sem
terem ensaiado jamais com um Koam, sem terem estudado a fundo
a Ciência do Prathyara e a Lei da Bipolaridade Mental; sem conhe-
cerem a Lei pela qual a Essência da Mente se liberta de dentro da
garrafa das antíteses para mesclar-se com a Mônada e chegar ao
Satori (Iluminação).
Os fanáticos de ditas Escolas Negras crêem que isso da “mente
em branco” é algo assim tão fácil como soprar e fazer bolhas; espe-

227
ram que a “Grande Realidade” entre neles para lhes sacar fora as
entidades animalescas, bestiais, que constituem o Eu Pluralizado.
Querem que a Divindade entre neles sem terem os Veículos Solares
(ditos veículos só os têm aqueles que trabalham intensamente com o
Hidrogênio SI-12). Tentar encarnar a Grande Realidade sem possuir
os Veículos Solares é como querer selar antes de trazer os animais.
Os fanáticos de ditas escolas querem tornar consciente o sub-
consciente sem se preocuparem em dissolver o Eu, e sem trabalha-
rem com o Hidrogênio SI-12.
É de se horrorizar vendo-os cair ao solo, espumando pela boca,
presos de espantosos ataques epilépticos. São possessos que crêem
que vão indo muito bem. Abundam estas vítimas no Subud, assim
como em todos os centros espíritas, Cherenzistas, etc.
Não querem esses pobres fanáticos das Escolas Negras dar-se
conta que ainda são embriões, que ainda não têm Corpo Astral, que
só têm o Corpo Lunar frio, fantasmático e que, se no mundo físico,
aparentemente, são homens, na região molecular, são mulheres so-
nhadoras, subconscientes, frias, fantasmáticas...
Ignoram esses pobres débeis, que ainda não têm Corpo Mental,
que só têm o Eu Mental Pluralizado (legião de diabos), que usa como
veículo o Corpo Lunar. Ignoram esses pobres tontos que ainda não
têm o Corpo da Vontade Consciente e que só possuem a força do
desejo lunar. Esses fanáticos tenebrosos se crêem semideuses e crê-
em que a divindade pode se manifestar através de pessoas que ain-
da não têm os Corpos Solares.
Os Magos Negros são lunares cem por cento. Nós devemos nos
libertar da influência lunar e converter-nos em Seres Solares. Nós
devemos trabalhar com o Hidrogênio SI-12, transmutando-o, de
acordo com a Lei das Oitavas, para adquirirmos os Corpos Solares e
converter-nos em Seres Solares.

228
CAPÍTULO II
ESCOLAS DE IOGA

Por estes tempos abunda a literatura sobre Ioga e formam-se


grupos de Hatha Ioga por todas as partes. Faz-se necessário esclare-
cer esta questão para o bem de todos os aspirantes à luz.
Existem na Índia sete grandes Escolas de Ioga e todas elas são
muito úteis, porque servem de Jardim de Infância à humanidade.
Nas escolas de Ioga há muito de útil e muito de inútil. Faz-se
necessário distinguir entre o útil e o inútil, assim como entre o mais
útil e o menos inútil.
Os estudantes sérios que percorreram a Índia sabem muito bem
que o melhor de todas essas escolas, o mais transcendental, está no
Sexo-Ioga, no Tantrismo Branco.
O Hatha Ioga é Jardim de Infância quando só atende às necessi-
dades físicas e práticas de ginástica. Porém, a Hatha Ioga Tântrica já
não é Jardim de Infância; é de fato e por direito próprio Escola de
Regeneração, já que se relaciona com o Maithuna (Magia Sexual), e
com todas as suas shádanas tântricas ou sábias posturas mágico-
sexuais.
O Raja Ioga é Jardim de Infância quando só se relaciona com os
Chacras, Discos ou Rodas Magnéticas do homem. Mas, quando se
combina com a Kundalini Ioga e a Magia Sexual, deixa de ser Jar-
dim de Infância e, de fato, converte-se em Escola de Regeneração.
O Gnana Ioga é Jardim de Infância, quando só se preocupa com
a mente e seus poderes; mas, quando se combina com o Tantrismo
Branco, de fato, já não é Jardim de Infância, converte-se em Escola
de Regeneração.
O Karma Ioga é Jardim de Infância, quando só estuda o cami-
nho da Reta Ação, na forma teórica, quando o devoto ainda não é
capaz de modificar as circunstâncias da vida, quando ainda não
possui o Ser. Recordemos que só o Ser, isto é, o Íntimo, o Anjo Inter-
no pode fazer. O “animal intelectual” tem a ilusão de que faz, quan-
do na realidade, não faz, tudo acontece através dele.

229
Só o Ser pode modificar as circunstâncias da vida, e para pos-
suir o Ser é necessário praticar Magia Sexual, dissolver o Eu e Sacri-
ficar-nos pela humanidade.
O Laya Ioga é Jardim de Infância, se só atende ao relacionado
com a respiração e meditação. Deixa de ser Jardim de Infância, quan-
do se combina com o Maithuna (Magia Sexual).
O Samadhi Ioga é Jardim de Infância, quando não se combina
com o Maithuna, porque a forma mais elevada do Êxtase logra-se
com o Maithuna (Magia Sexual).
Quem tem viajado pela Índia, Tibet, China, Japão, Grande
Tartária, etc., sabe muito bem que o mais sério da Ioga está no
Tantrismo. Realmente, sem o Tantrismo (Magia Sexual), é absoluta-
mente impossível obter o Adeptado.
O exotérico círculo público de toda escola de Ioga é Jardim de
Infância. O esoterismo ou círculo secreto de toda escola de ioga não
é Jardim de Infância, é Escola de Regeneração.
Nos antigos tempos, ensinava-se em todos os Ashrams da Índia,
publicamente, o Maithuna, mas então, os irmãozinhos e irmãzinhas
yogues abusaram formando escândalos. Os Gurus desses Ashrams
tiveram que correr a cortina do esoterismo, e hoje, só muito
secretamente, ensina-se o Maithuna nessas comunidades. Essa me-
dida drástica dos Gurus desses Ashrams transformou-os em Jardins
de Infância para principiantes.
Não obstante, esses Gurus praticam Maithuna e o ensinam aos
mais preparados; assim evitam-se escândalos.
No mundo ocidental não se compreendeu o Ioga devidamente,
e como é natural, formaram-se muitos grupos infra-sexuais que odei-
am mortalmente o sexo.
Realmente, o Ioga sem o sexo, sem o Maithuna (Magia Sexual), é
como um jardim sem água.
O ioga sem o sexo é Jardim de Infância, mas não é escola de rege-
neração. O ioga sem o Maithuna não pode auto-realizar ninguém.
Recordemos a escola de Iogananda. Nós conhecemos muito bem
a kriya de Iogananda, a temos estudado muito a fundo... Está in-

230
completa, faltam-lhe os Tantras, falta-lhe o Tantrismo do Tibete.
Iogananda não recebeu a Kriya completa, por isso, dita Kriya, não
pode realizar ninguém.
Não queremos dizer com isto que dita kriya não sirva, é claro
que serve como Jardim de Infância, e isso é tudo. O absurdo é adul-
terar a Gnose, adulterar o conhecimento, colocando dita kriya den-
tro do Movimento Gnóstico. O adultério está totalmente proibido
no Evangelho Cristão.
Realmente, a kriya de Iogananda não é senão um ramo da Laya
Kriya Sádhana Tântrica do Tibete. Sem os tantras, dita kriya está
incompleta e, portanto, ninguém pode auto-realizar-se com dita
kriya. Nem sequer, ainda, o mesmo Iogananda logrou a Auto-Reali-
zação. Iogananda necessita reencarnar-se para se casar e trabalhar
com o Maithuna. Só assim logrará a Auto-Realização Íntima.
O grave dos fanáticos do infra-sexo é que estão plenamente con-
vencidos que podem auto-realizar-se, renunciando ao sexo ou
fornicando...
A Teosofia e as escolas Pseudo-Rosacrucistas têm feito crer a to-
dos os estudantes pseudo-ocultistas que o ser humano já possui os
sete corpos. Esse conceito é falso. O que sucede é que os clarividen-
tes de dita sociedade, devido à falta de iniciação cósmica, têm dado
uma informação deficiente, confundindo o corpo de desejos com o
Corpo Astral, a legião do Eu com o Mental, a Essência ou Buddhata
com o Corpo Causal, etc., etc., etc.
Nestas condições e com esses supostos na mente, é claro que os
fanáticos do ioguismo, pseudo-esoterismo, pseudo-ocultismo, etc.,
não têm compreendido a necessidade de se criarem os corpos inter-
nos, crêem que já os possuem, estão mal informados.
Se eles compreendessem, a fundo, isto dos corpos internos e se
baseassem na Lei das Analogias Filosóficas, trabalhariam com o
Maithuna (Magia Sexual), porque compreenderiam que tal como é
acima é abaixo e que, se com o ato sexual engendramos filhos, tam-
bém pela Lei das Analogias, com esse mesmo ato, engendramos
nossos corpos internos.
Desgraçadamente, nossos irmãos pseudo-ocultistas e pseudo-

231
esoteristas estão pessimamente informados. A ignorância é a mãe
de todos os erros.

CAPÍTULO III
O MOVIMENTO GNÓSTICO

O Movimento Gnóstico é o movimento-síntese da Era de Aquá-


rio. Todas as Sete Escolas de Ioga estão na Gnose, mas de forma
sintética e absolutamente prática.
Há Hatha Ioga Tântrica no Maithuna (Magia Sexual). Há Raja
Ioga prática no trabalho com os chacras. Há Gnana Ioga nos traba-
lhos e disciplinas mentais que, desde milhões de anos, cultivamos
em segredo. Temos Bhakti Ioga em nossas orações e Rituais. Temos
Laya Ioga na meditação e exercícios respiratórios. Há Samadhi em
nossas práticas com o Maithuna e durante as meditações de fundo.
Vivemos o caminho do Karma Ioga na Reta Ação, no Reto Pensar,
no Reto Sentir, etc.
A Ciência Secreta dos Sufis e Derviches Dançantes está na Gnose.
A doutrina secreta do Buddhismo e do Taoísmo estão na Gnose. A
Magia Sagrada dos Nórdicos está na Gnose. A Sabedoria de Hermes,
Buddha, Confúcio, Maomé, Quetzalcoatl, etc., etc., etc., está na Gnose.
A Doutrina do Cristo é a Gnose.
Jesus de Nazaré é de fato o Homem das Sínteses. Jesus de Nazaré
foi Essênio e estudou a Sabedoria Hebraica e teve dois mestres rabi-
nos durante sua infância. Contudo, e ademais de seus profundos
conhecimentos do Zohar, do Talmud e da Torah, é Iniciado Egípcio,
Maçom Egípcio. Jesus estudou na pirâmide de Kéfrem. Jesus é um
Hierofante Egípcio. Além disso, viajou pela Caldéia, Pérsia, Europa,
Índia e Tibet. As viagens de Jesus não foram turísticas; as viagens
de Jesus foram de estudo.
Existem documentos secretos no Tibet que demonstram que Je-
sus, o Grande Mestre Gnóstico, esteve em Lhasa, capital do Tibet,
Sede Sagrada do Dalai Lama.

232
Jesus visitou a Catedral de Jo Kang, a Santa Catedral do Tibet.
Foram magníficos os conhecimentos que Jesus adquiriu em todos
esses países e em todas essas antigas Escolas de Mistérios...
O Grande Mestre entregou-nos todos esses conhecimentos
Ioguis, todos esses conhecimentos Buddhistas, Herméticos, Zoro-
astrinos, Talmúdicos, Caldeus, Tibetanos, etc., etc., etc., de forma
sintética, já digeridos em sua Gnose.
Jesus não fundou a Igreja Católica Romana. Jesus fundou a Igre-
ja Gnóstica, a que existia nos tempos de Santo Agostinho; a que co-
nheceu Jerônimo, Empédocles, São Tomás, Marcião de Ponto, Cle-
mente de Alexandria, Tertuliano, Santo Ambrósio, Harpócrates e
todos os primeiros Padres da Igreja que, naquela época, se chamava
Igreja Gnóstica Católica.
A Igreja Católica Romana, em sua forma atual, não foi fundada
por Jesus; ela é um desvio ou corrupção, um ramo desprendido da
Santa Gnose, um cadáver.
A humanidade necessita voltar ao ponto de partida, regressar à
Santa Gnose do Hierofante Jesus. Retornar ao cristianismo primiti-
vo, ao Cristianismo da Gnose.
A doutrina de Jesus, o Cristo, é a doutrina dos Essênios, a dou-
trina dos Nazarenos, Peratissenos ou Peratas, etc., etc., etc.
Na doutrina de Jesus Cristo, há Ioga digerida, Ioga essencial,
Magia Tibetana, Buddhismo Zen, Buddhismo Prático, Ciência Her-
mética, etc., etc., etc.
Na Gnose está toda a sabedoria antiga já totalmente mastigada e
digerida.
Jesus, o Divino Mestre, é o Instrutor do Mundo. Se queremos,
de verdade, a Auto-Realização Íntima, estudemos a Gnose, prati-
quemos a Gnose, vivamos a Senda do Arhat Gnóstico.
A melhor exposição da Doutrina Secreta está na Síntese Gnóstica
do Hierofante Jesus, o Cristo.
A Gnose nos economiza trabalho e estudo; se não fosse pela Sín-
tese do Cristo, necessitaríamos colocar na cabeça milhões de volu-
mes e viajar pelo mundo inteiro, a fim de achar o caminho.

233
Afortunadamente, Alguém já o fez, e esse Alguém foi o Cristo.
Ele mesmo estudou na Catedral Buddhista de Jo Kang, investigan-
do antiqüíssimos livros tibetanos.
Para que necessitamos fazer esse mesmo trabalho de investiga-
ção? Ele já fez esse trabalho e, de forma sintética, entregou-nos toda
a Ioga, toda a Ciência Secreta. Que mais queremos?
Nosso dever é estudar a Gnose e vivê-la - isso é o importante.
Que riam de nós, que nos ataquem, que nos caluniem, que importa
à ciência e a nós?
Pode estar seguro, querido leitor, que o melhor da Yoga está na
Gnose. O melhor que tem o Buddhismo está na Gnose; o melhor da
Ciência Egípcia, Caldaica, Zoroastrina, etc., está na Gnose. E então?
Que mais queremos? Que mais buscamos?
O Movimento Gnóstico é o movimento revolucionário da Era
de Aquário. Atualmente, existem muitos indivíduos reacionários,
extemporâneos, retardatários, que se dizem Gnósticos e nos exco-
mungam porque divulgamos o Grande Arcano, o Maithuna, dizen-
do que estamos fazendo um trabalho pansexualista, pecaminoso.
Não querem que a humanidade receba a Chave da Auto-Realização
Íntima.
O Secretário das Instituições Gnósticas tem recebido cartas de
um desses Pseudo-Rosacruzes, Pseudo-Gnósticos, nas quais ele afir-
ma estar com a Gnose e com o Maithuna (Magia Sexual), mas quer
que a dita chave não seja entregue à pobre humanidade doente...
Diz que se preparem primeiro as pessoas antes de entregar-lhes o
Maithuna etc., etc. Contudo, quando dito líder dirige-se a certos es-
tudantes se contradiz falando contra o Movimento Gnóstico e contra
o Grande Arcano, qualificando-nos de pornográficos, etc., etc., etc.
Realmente, o que ele quer é não deixar os demais entrarem pela
Senda do Fio da Navalha. Estes são os que não entram e nem dei-
xam entrar. Ele sabe a chave sexual, ele conhece o Maithuna, mas
não quer que os demais o saibam, está empenhado em ocultar a
verdade aos pobres seres humanos.
Nós, francamente, resolvemos nos lançar a uma luta sem quar-
tel. A uma luta de morte para iniciar a Era de Aquário. Não importa

234
que nos critiquem, que nos insultem, que nos atraiçoem. A Gnose
deve ser entregue à humanidade, custe o que custar. Jesus ensinou a
Gnose e nós a entregaremos à humanidade, custe o que custar.
O Movimento Gnóstico apresenta o conhecimento Gnóstico de
forma revolucionária. O Movimento Gnóstico é revolucionário cem
por cento. O Movimento Gnóstico se formou para iniciar uma Nova
Era, dirigida por um planeta revolucionário. Esse planeta é Urano,
o planeta da sexualidade, o planeta da revolução em marcha.
Neste novo ano de Aquário, o Movimento Gnóstico Cristão Uni-
versal, deve lutar tremendamente pela Era de Aquário.
Cada Santuário Gnóstico deve eleger seu Missionário. Todos os
Missionários devem lançar-se a numa luta de morte pela vitória do
Cristo Jesus.
Todos os Lumisiais Gnósticos devem lançar intensíssima propa-
ganda Gnóstica, folhetos, folhas, convites, livros, avisos pelo rádio,
jornais, etc., etc., etc.
Quem quiser se cristificar deve estar disposto a dar até a última
gota de sangue pelo Cristo e pela humanidade doente.
Os egoístas, aqueles que só pensam em si mesmos e em seu pró-
prio progresso, jamais lograrão a Cristificação.
Atualmente, o Movimento Gnóstico tem mais de quatro milhões
de pessoas em toda a América. Mas, necessita crescer mais; necessi-
ta tornar-se poderoso, gigantesco, a fim de transformar o mundo
para a Nova Era que já começou.
O ano passado foi terrível... Fomos traídos por um vilão na zona
afetada... Mas vencemos... Ganhamos a batalha... Agora estamos mais
poderosos... Mais fortes... Mais numerosos... Terminou o ano passa-
do com vitória total para o Movimento Gnóstico.
Este ano de Aquário deve ser de guerra de morte contra a igno-
rância, o fanatismo e o erro. É necessário trabalhar intensamente na
Grande Obra do Pai e trazer às nossas filas Gnósticas milhares de
pessoas. Necessitamos robustecer o Exército da Salvação Mundial.
Recordai, Irmãos Gnósticos, que na Gnose do Cristo Cósmico
está a Síntese Prática de todas as Iogas, Lojas, Ordens, Religiões,
Escolas, Sistemas, etc., etc., etc.

235
Nosso Grande Mestre Jesus, o Cristo, estudou a fundo essa Ioga,
toda essa sabedoria antiga e, logo entregou-nos em sua Gnose, já di-
gerida e perfeitamente simplificada, de forma absolutamente prática.
Há Gnose na Doutrina Buddhista, no Buddhismo Tântrico do
Tibete, no Budismo Zen do Japão, no Budismo Chan da China, no
Sufismo, nos Derviches Dançantes, na Sabedoria Egípcia, Persa,
Caldaica, Pitagórica, Grega, Asteca, Maia, Inca, etc., etc., etc.
Se estudarmos cuidadosamente, os Evangelhos Cristãos, acha-
remos neles a Matemática Pitagórica, a Parábola Caldaica e
Babilônica e a formidável Moral Buddhista.
O sistema de ensinamento adotado por Jesus foi o Sistema dos
Essênios. Certamente, os Essênios foram Gnósticos cem por cento.
Os Quatro Evangelhos são Gnósticos e não podem ser entendi-
dos sem o Maithuna (Magia Sexual).
É um absurdo adulterar a Gnose com ensinamentos distintos. O
Evangelho Cristão proíbe o adultério. É absurdo conceber a Gnose
sem o Maithuna.
Podemos beber o vinho da Gnose (Sabedoria Divina), numa taça
Grega, Buddhista, Sufi, Asteca, Egípcia, etc., etc., etc., mas não de-
vemos adulterar esse vinho delicioso com doutrinas estranhas.
No Movimento Gnóstico está a Síntese Prática da Gnose, em sua
forma absolutamente Revolucionária.
O Movimento Gnóstico corresponde ao signo zodiacal de Aquá-
rio e, portanto, é absolutamente Revolucionário.
Os Lumisiais do Movimento Gnóstico devem ser academias
esotéricas e Templos de Liturgia Solar.
Os Rituais Gnósticos, realmente, são Liturgia Solar. Hoje em dia,
o ser humano ainda não tem Corpo Solar (Corpo Astral); esse é um
luxo que muito poucos podem se dar. O ser humano atual, isto é, o
animal intelectual, só tem Corpo Lunar (Corpo Molecular).
O animal intelectual é escravo da influência lunar. Carrega a Lua
em seu Corpo Molecular, fantasmático, negativo lunar. Realmente,
o ser humano atual é uma mescla híbrida de planta e de fantasma.

236
O que leva o animal intelectual dentro de seu Corpo Lunar é,
unicamente, a Legião do Eu e o Buddhata adormecido.
O Movimento Gnóstico ensina o Maithuna para que o ser hu-
mano fabrique o Corpo Solar. É necessário que o homem se liberte
da Lua e se converta em Espírito Solar.
Os Rituais Gnósticos nos identificam com a força solar. É neces-
sário lutar contra a força lunar, fazer-nos livres de verdade. Isso é o
que quer o Movimento Gnóstico.
A Lua é morte, o Sol é vida em abundância. A Lua é materialis-
mo, bebedeiras, banquetes, luxúria, ira, cobiça, inveja, orgulho, pre-
guiça, incredulidade, etc., etc., etc.
O Sol é Fogo, Sabedoria, Amor, Espírito Divino, Esplendor, etc...
O Sol é Cristo Cósmico, o Verbo, a Grande Palavra. Os Quatro
Evangelhos Gnósticos constituem o Drama Solar, o Drama do Cristo.
Nós necessitamos viver o Drama Solar, nós necessitamos con-
verter-nos no personagem central desse Drama Cósmico.
Não importa que nos critiquem, que nos incomodem, que nos
odeiem por divulgar o Maithuna (Magia Sexual), para o bem desta
pobre humanidade fracassada.
Os infra-sexuais degenerados, jamais nos perdoarão pelo fato
de nós defendermos a Supra-sexualidade.
Realmente, causa dor ver esses pobres infra-sexuais no Mundo
Molecular depois da morte. Seu Corpo Lunar os transforma em
mulheres lunares, que vagam pelo Mundo Molecular como sonâm-
bulas, adormecidas, frias e inconscientes.
De que serviram a esses pobres infra-sexuais todas suas práticas
subjetivas? De que lhes serviram todas suas práticas subjetivas? De
que lhes serviram todas suas Crenças, Sistemas, Ordens, etc.? Os
infra-sexuais, inutilmente, tentarão a liberação desprezando o sexo,
renunciando ao Maithuna (Magia Sexual), abstendo-se ou abusan-
do, seguindo o caminho degenerado dos homossexuais,
masturbadores, etc.
Inutilmente, os equivocados sinceros tentarão criar os Corpos

237
Solares praticando exercícios respiratórios, ou Ioguismo sem
Maithuna, exercícios similares, dietas vegetarianas, etc.
Está completamente demonstrado que somos filhos do sexo e
que só com o sexo se pode criar...
Realmente, só com o sexo poderemos criar os Corpos Solares.
Só com a força maravilhosa do Terceiro Logos podemos nos conver-
ter em Espíritos Solares.
Queremos ensinar à humanidade a Religião Solar. Queremos
entregar a estes pobres fantasmas lunares a Doutrina Solar do Cris-
to Cósmico, com o único propósito de que o homem se Cristifique.
É urgente que nasça o Cristo no coração do Homem. É necessá-
rio que cada ser humano se converta num Anjo Solar.
O Movimento Gnóstico tem uma gigantesca tarefa na Era de
Aquário, que estamos começando. Compete a nós a Missão Sagrada
de ensinar a esta pobre humanidade a Doutrina do Logos Solar.
Devemos lutar até à morte, para fazer cada vez mais e mais pode-
roso o Movimento Gnóstico. Necessitamos que este Movimento se
faça Onipotente para o bem de tantos milhões de seres humanos, que
estão no caminho da Segunda Morte. Necessitamos ser compassivos
e entregar à humanidade a Doutrina Solar, custe o que custar.

238
SUMÁRIO

Explicações necessárias ......................................................................... 5


Liberdade e Ordem ................................................................................ 9
Apresentação da edição original ........................................................ 11
No vestíbulo do santuário ................................................................... 11
Dedicatória ...................................................................................... 35
Capítulo 1 A revolução de Belzebu ............................................ 38
Capítulo 2 A Arcádia .................................................................... 41
Capítulo 3 Magia branca e magia negra ................................... 43
Capítulo 4 Os dois caminhos ...................................................... 48
Capítulo 5 O bastão dos patriarcas ............................................ 53
Capítulo 6 Eu acuso ...................................................................... 56
Capítulo 7 O átomo nous ............................................................. 58
Capítulo 8 A mente e a intuição ................................................. 60
Capítulo 9 O período lunar ......................................................... 67
Capítulo 10 O período terrestre .................................................... 71
Capítulo 11 A Lemúria ................................................................... 80
Capítulo 12 A batalha no céu ........................................................ 83
Capítulo 13 A Atlântida ................................................................. 85
Capítulo 14 A magia negra dos atlantes ..................................... 87
Capítulo 15 O Nirvana ................................................................. 102
Capítulo 16 O elixir da longa vida ............................................. 109
Capítulo 17 Belzebu e sua revolução ......................................... 127
Capítulo 18 O Milênio .................................................................. 148
Apêndice 1 .................................................................................... 158
Apêndice 2 .................................................................................... 217
Capítulo I Tipos de Escolas Esotéricas ................................... 217
Capítulo II Escolas de Ioga......................................................... 229
Capítulo III O Movimento Gnóstico .......................................... 232

239
240
SAMAEL AUN WEOR
O GRANDE MESTRE GNÓSTICO DO SÉCULO XX

Š Š Š

Nos dias 27 de outubro de cada ano a comunidade gnóstica mun-


dial celebra o advento de Samael - o Quinto Anjo do Apocalipse - o
Senhor do Quinto Raio - o Logos de Marte - o Décimo Avatar de
Vishnu.
Mas, afinal, quem é Samael? Quantos de fato o conheceram (ou
conhecem)? Qual seu papel na história contemporânea? Que influên-
cias suas idéias exercem e exercerão sobre a cultura, a ciência e a
religião do novo milênio? Como pode a humanidade admitir que o
Avatar de Aquário já veio e se foi de nosso convívio? Sendo o Avatar
um abridor de caminhos e aplainador de terrenos para a vinda do
Cristo ou de Vishnu, quando virá o Cristo da Era de Aquário?

241
Estas são algumas das mais palpitantes questões que os
esoteristas modernos estão buscando compreender. Samael, no
Talmud, Zohar e outros livros que comentam a Bíblia, é menciona-
do como um “Anjo Caído” (efetivamente, ele estava “caído” até o
século passado, mas para cumprir sua missão como Avatar da Era
de Aquário teve que se “levantar” - e o fez magistralmente. Por isso,
vale a pena conhecer algo de sua vida e sua obra.
O Apocalipse o descreve como o Quinto dos Sete. No esoterismo
mais profundo e autêntico, Samael é conhecido como o Logos Re-
gente de Marte ou o Senhor dos Exércitos. Modernamente podemos
dizer que Samael é o Senhor do Quinto Raio.
Para aqueles que nunca ouviram falar de Samael torna-se neces-
sário tecer alguns comentários acerca de sua obra e da sua missão
terrena no século XX. Mesmo o leigo tem idéia de que é muito difícil
a formação ou o nascimento de um Adepto ou Mestre de Sabedoria;
a maioria inclusive ignora que eles existem. Portanto, seguem va-
lendo as perguntas: O que é um Mestre de Sabedoria? O que é “le-
vantar-se”?
Bem poucos, pouquíssimos são os que chegam ao nível de “Mes-
tre de Sabedoria”; Samael Aun Weor foi um desses poucos. Por isso,
a Ele foi confiada a transcendental missão de ser o Avatar de Aquá-
rio, o esperado Kalki Avatar, Décimo Avatar de Vishnu, o abridor de
caminhos para a vinda do próprio Vishnu ou do Cristo Cósmico na
Era de Aquário.
O “boddhisattwa” de Samael nasceu no dia 6 de março de 1917
numa família aristocrática de Bogotá, Colômbia. Foi batizado com o
nome de Victor Manuel Gómez Rodríguez. Desde muito cedo de-
monstrou talentos e capacidades incomuns, como a de se lembrar
de suas vidas passadas e a de se desdobrar em astral consciente-
mente.
Ao fim de sua juventude já havia passado por diferentes escolas
espirituais, como espiritismo, yoga, rosacruz, teosofia. Sempre le-
vou uma vida nômade. Bem cedo recebeu a chave secreta do Gran-
de Arcano – que é o segredo dos segredos para quem quer o Cami-
nho Iniciático.

242
Suas capacidades e sabedoria logo se tornaram marcantes. Fi-
cou conhecido no círculo esotérico de seu país, ao final dos anos 40,
como “o jovem Mestre Aun Weor”. Falava com grande autoridade e
todos os que o escutavam sentiam a força que emanava de seu Ser.
Os que o conheceram pessoalmente naquela época não podiam dei-
xar de notar duas coisas: seu grande amor à humanidade e sua ex-
trema humildade.
Em 1948 lhe foi revelado no mundo espiritual qual seria sua mis-
são, conformada em três aspectos:
1. Formar uma nova cultura.
2. Forjar uma nova civilização.
3. Criar o Movimento Gnóstico.
Em 1950 é editado o primeiro livro do “jovem Mestre Aun Weor”.
O trabalho que ele desenvolveu nessa época está bem detalhado no
livro A História da Gnose, escrito por seu primeiro discípulo, Julio
Medina Vizcaino.
Um trabalho tão grande para a época e o país não poderia dei-
xar de provocar reações. E a tempestade apareceu em forma de per-
seguições, calúnias, traições, etc. Em 1952 Aun Weor é preso sob a
acusação de “curandeirismo”. Anos mais tarde, com a família (dois
filhos pequenos e a esposa grávida do terceiro), teve que abandonar
o país para não ser morto pelos “poderes deste mundo”. Cruzou o
Panamá e os países da América Central parte a pé parte pegando
carona, até chegar ao México, onde viveu até desencarnar em 1977.
Em 27 de outubro de 1954, no templo subterrâneo de Serra Ne-
vada de Santa Marta, Colômbia, um grande acontecimento espiritu-
al marca a vida de Aun Weor. Na presença de seus poucos discípu-
los, acontece o advento de Samael. Aun Weor alcançava a Quinta
Iniciação Maior e seu verdadeiro e real Ser [Samael] penetrou na
Alma Humana devidamente preparada pelas ordálias iniciáticas de
Aun Weor. Desde então assumiu sua total identidade íntima como
Samael Aun Weor.
Dia 4 de fevereiro de 1962 iniciava-se oficialmente a Era de Aquá-
rio. Graças a um excelente trabalho desenvolvido por vários de seus

243
discípulos na época, seus livros já estavam sendo distribuídos e cir-
culavam por diversos países da América do Sul, incluindo o Brasil
onde sua gnose chega em São Paulo nesse mesmo ano.
As décadas de 60 e 70 foram muito fecundas para o Mestre
Samael Aun Weor. Além de haver escrito suas mais notáveis obras
num total de quase setenta livros criou também diversas institui-
ções, abrangendo assim os principais segmentos sociais. Destaca-
mos dentre elas:
1. POSCLA – Partido Operário Socialista Cristão Latino Americano.
2. ICU – Instituto de Caridade Universal
3. IGCU – Igreja Gnóstica Cristã Universal
4. AGEACAC – Associação Gnóstica de Estudos Antropológicos
Em paralelo foram organizados e realizados diversos Congres-
sos Mundiais que chegavam a reunir mais de 3.000 (três mil) parti-
cipantes.
Toda essa larga trajetória de realizações bem sucedidas foi inter-
rompida pouco antes da noite do Natal de 1977. Na noite de 24 de
dezembro de 1977 ocorreu o desencarne do Mestre Samael Aun Weor.
Por havermos acompanhado parte de toda essa história sabe-
mos diretamente que o Mestre Samael não foi um simples escritor
esotérico, nem foi simplesmente um estudioso do hermetismo ou
tampouco o criador de mais uma simples “seita” como querem os
eternos detratores da Divina Gnose.
Samael, além de haver encarnado todos os princípios espirituais
que ensinou ao mundo no Século XX, soube também sintetizar a
essência do buddhismo e do cristianismo; decodificou a ciência
alquímica; rasgou os véus dos mistérios sexuais e abriu as portas da
antropologia esotérica que nos dá o elo perdido para unificar e con-
ciliar todas as culturas e civilizações do passado e do presente, do
Oriente e do Ocidente.
Assim como Deus se esconde em sua própria Creação, também
o Kalki Avatar da Era de Aquário se oculta em sua própria obra.
Porém para alguns inimigos da divindade, Samael Aun Weor é ape-
nas o criador de uma das mais destrutivas seitas do século XX. Por

244
paradoxal que pareça aos olhos dos não-iniciados, o Movimento
Gnóstico iniciado por Samael, é a única escola autenticamente
iniciática que restou à humanidade nos tempos atuais aqui no Oci-
dente. Seus livros abordam de forma escancarada todo o processo
de cristificação do ser humano que anela trilhar o autêntico Cami-
nho da Iniciação Branca.

245
A IGREJA GNÓSTICA DO BRASIL

Š Š Š

Igreja (Ecclesia) originalmente significava “assembléia”, “reu-


nião” e, por denotação, “comunidade”; tem o mesmo sentido da
“sangha” hindu. Porém hoje Igreja é vista como instituição religio-
sa. Para o futuro, as antigas ecclesia novamente assumirão o caráter
de comunidades espirituais.
“Tu és Pedro e sobre essa pedra edificarei minha Igreja e as por-
tas do inferno não prevalecerão contra ela”. Palavras do Cristo Je-
sus que inspiraram a Igreja de Roma a propagar ao mundo que “a
sua” era a verdadeira igreja. Porém, de acordo com um dos maiores
doutores dela mesma, Santo Agostinho, até o século V da nossa era,
essas palavras “Tu és Pedro ... “não se referiam à pessoa humana do
apóstolo, mas sim, à confissão que Pedro fizera da divindade de
Jesus: “Tu és o Cristo, filho do Deus Vivo”, declarou Pedro.
“A confissão da divindade do Cristo, diz Agostinho, é a pedra
fundamental da Igreja”. O próprio Agostinho diz ainda que a pes-
soa de Pedro, chamada por Jesus de carne e sangue, não podia ser a
pedra fundamental da igreja, até mesmo porque, em outras passa-
gens do evangelho, Jesus chama Pedro de Satanás, por ter pensa-
mentos humanos e não divinos. Nesse caso, essa igreja seria uma
igreja de Satanás e não do Cristo.
A pedra fundamental da Igreja é a divindade de Jesus, o Cris-
to. Esse foi o axioma sempre defendido pelos gnósticos dos primei-
ros séculos. Sabiam os gnósticos que não existe nem pode haver ver-
dadeira igreja fora do Cristo.
Detalhes como esse sempre foram motivo de terríveis discor-
dâncias nos concílios do passado. Diz Samael Aun Weor:
“A Igreja do Cristo não é deste mundo. Ele mesmo disse que meu
reino não é deste mundo”.

246
“No nome do Deus Vivo (o Cristo) há uma igreja invisível aos
olhos da carne, mas visível para os olhos da alma e do espírito. Esta
é a Igreja Gnóstica primitiva, à qual pertencem o Cristo e os Profe-
tas. Essa igreja tem seus bispos, apóstolos, diáconos e sacerdotes
que oficiam no altar do Deus Vivo”.
“O Patriarca dessa igreja invisível é Jesus, o Cristo. (...) Na Igreja
Gnóstica vemos o Cristo sentado em seu trono, onde podemos con-
versar com ele pessoalmente” (Do livro A Virgem do Carmo, cap.
VIII, pág. 20 e 21).
Samael Aun Weor foi o criador da Igreja Gnóstica Cristã Univer-
sal na década de 70, no México, hoje com ramos e derivações em
diversos países. Porém, há muitos e importantes antecedentes liga-
dos à criação da Igreja Gnóstica por Samael. As raízes da Igreja
Gnóstica na América Latina remontam ao início do século XX (ano
de 1910 mais exatamente) quando o médico alemão Dr. Arnold
Krumm-Heller chegou ao México procedente da Alemanha.
É por demais sabido nos círculos esotéricos e espirituais latino-
americanos que Krumm-Heller era o Patriarca da Igreja Gnóstica da
Europa para a América Latina. Ocorre que Samael foi discípulo de
Krumm-Heller (Mestre Huiracocha) nos anos 1940, e dele recebeu
os ensinamentos básicos que levaram o então Hierofante de Misté-
rios Menores, Aun Weor, a criar mais tarde o Movimento Gnóstico e
a própria Igreja Gnóstica, utilizando inclusive os mesmos ritos que
a Igreja Gnóstica de Krumm-Heller usava.
O distanciamento ou separação de Samael com a organização
do seu Mestre não aconteceu de forma conflituosa. Deu-se de forma
natural pela morte ou desencarne de Krumm-Heller em 1948. Por-
tanto, ainda que não haja uma ligação formal e jurídica entre a Igre-
ja Gnóstica criada por Krumm-Heller (V.M. Huiracocha) e o Movi-
mento Gnóstico de Samael, não há como esconder o fato de que o
Movimento Gnóstico de Samael Aun Weor sucedeu o trabalho e a
própria Igreja Gnóstica de Huiracocha.
A demonstração mais inequívoca disso são os ritos internos uti-
lizados pelas instituições gnósticas criadas por Samael. Eles foram
trazidos da Europa por Krumm-Heller. Além disso, nas primeiras

247
obras de Samael é muito forte a inspiração dos ensinamentos dados
pelo Mestre Huiracocha antes de desencarnar. Basta ler os primei-
ros livros de Samael Aun Weor para se perceber esse traço marcante.
Afinal, todo discípulo, antes de se tornar mestre, traz consigo os
traços do seu Iniciador.
Qualquer apreciação do Movimento Gnóstico e da Igreja
Gnóstica de Samael Aun Weor fora desse contexto levará aos natu-
rais desvios e falsas conclusões. A história e os fatos apontam o
surgimento da gnose em terras americanas no início do século XX,
tendo inclusive surgido antes na América Latina que na América
do Norte, onde um ramo também oriundo da Europa se estabele-
ceu em 1928, quase 20 anos depois de haver chegado ao nosso con-
tinente.
Em 1962 a Gnose de Samael chega ao Brasil, em São Paulo. Em
1972 chega a Curitiba. É nesse ano que começa a nossa história, a
história da Igreja Gnóstica do Brasil.

248
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249
LIVROS PUBLICADOS PELA IGB EDITORA
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O MATRIMÔNIO PERFEITO
A Porta de Entrada da Iniciação

AS 3 MONTANHAS
Esoterismo Iniciático Gnóstico

A CONVERSÃO DE BELZEBU
De Príncipe dos Demônios a Anjo de Deus

KUNDALINI YOGA
Os Mistérios da Serpente de Fogo

O LIVRO AMARELO
Manual prático para formar Buddhas e Arhats

OS MISTÉRIOS MAIORES
As Iniciações secretas de Jesus no Egito

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EDUCAÇÃO FUNDAMENTAL
Educar é bem mais que programar pessoas a produzir e consumir

A GRANDE REBELIÃO
Mudar a forma de pensar para mudar a forma de viver

PSICOLOGIA REVOLUCIONÁRIA
Bases espirituais para criar nova vida interior

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).
"
Hámaisal
egri
anocéuporum pecadorquesearr
epende
quepormi
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essi
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ependimento"
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Um demônioar rependido!Bem pouc oss ãooss ereshumanosque
estãomadur oseprontosparacompr eendereac eitarc
ertas
verdadescós micas
.Ahumani dades egueac redit
andos er
impossívelalguém sairdoinfernooudei xardes erdiabo
paraselançarpelocami nhodal uz.
ACONVERSÃO DEBELZEBUéumaobr adramát
icaepolêmica,
querel
atapas
soapas s
oumaj ornadadesvi
adapelosvíc
iose
pr
azer
esdocami nhonegr
oear etomadaem sur
preendente
r
egener
ação,umaverdadeir
arevoluç
ãodaalma.
Est
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vroéosegundodoentãojovem MestreAunWeor,
enosdes c
reveoaudaci
osoecoraj
osocaminhodeBelzebu,
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ransformadodePrínc
ipedosDemôni osem AnjodeDeus.
Temosaquium tes
temunhovivodotr
abalhoanôni
moe
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esdeCompai xãodaSagr
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"
Dosgrandespecadoresnascem osgrandesvir
tuos
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palhaport odaaTerraesegueconvidandoos
si
ncer
osarrependi
dosat ri
lharem oestr
eit
ocaminhoquel evaà
uniãocom oÍ nt
imo!

I
SBN978-
85-
62455-
02-
5

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gnose.
org.
br 9788562455025

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