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1.1 CONCEITO
É a manifestação da vontade humana objetivando criar, modificar, conservar
ou extinguir relações jurídicas. É da declaração humana que emana o
negócio.
Existência;
Validade;
Eficácia;
1.2.1 Existência
O plano de existência do negócio jurídico não foi incluso pelo legislador civil
na Codificação, sendo, porém, diuturnamente tratado pela doutrina.
Agente;
Objeto;
Forma;
Vontade exteriorizada (consentimento);
1.2.2 Validade
É sinônimo de adequação (um juízo de adequação) ao sistema jurídico,
verificando se o negócio existente pertence ao ordenamento jurídico.
Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este (instrumento) é da substância do ato.
Obs.: esta regra do art. 108 do CC, não abrange as hipóteses de contratos
preliminares, pois o contrato preliminar tem forma livre.
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou
não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro
do prazo, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for
sujeita a encargo.
Absolutas (nulidades);
Relativas (anulabilidades);
o Pelas partes;
o Por terceiro interessado;
o Pelo Ministério Público (quando lhe couber intervir);
o Juiz ex ofício (de ofício);
Art. 168, único: As nulidades devem ser pronunciadas pelo juiz, quando
conhecer do negócio jurídico ou dos seus efeitos e as encontrar provadas,
não lhe sendo permitido supri-las, ainda que a requerimento das
partes.
Erro;
Dolo;
Coação;
Estado de perigo;
Lesão;
Fraude contra credores.
Vícios de consentimento:
o Erro;
o Dolo;
o Coação;
o Lesão;
o Estado de Perigo;
Vícios Sociais:
Art. 179. Quando A LEI dispuser que determinado ato é anulável, sem
estabelecer prazo para pleitear-se a anulação, será este de DOIS
ANOS, a contar da data da conclusão do ato.
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NULOS ANULÁVEIS
Conversão substancial;
Convalidação (saneamento, ratificação, confirmação);
Redução:
Conversão substancial
Expressa (direta);
Tácita (indireta);
Art. 172. O negócio anulável pode ser confirmado pelas partes, salvo
direito de terceiro.
Redução
Condição
Futuridade;
Incerteza (porque se for certo, será um termo e não uma condição);
Condição dada exclusivamente pelas partes (não há possibilidade
de terceiro impor uma condição);
Suspensiva X Resolutiva
Lícita X Ilícita
Art. 122. São lícitas, em geral, todas as condições não contrárias à lei, à
ordem pública ou aos bons costumes; entre as condições defesas se
incluem as que:
Ex: João promete imóvel à Maria quando esta se casar com Pedro. Assim,
enquanto não se casar com Pedro, Maria não tomará posse do imóvel.
Contudo, Maria sabe que o imóvel está localizado em local perigoso e constrói
um muro para guardar (praticou ato para conservar a casa) o imóvel (direito
eventual).
Ex: Primeira parte do artigo: José, por ter se arrependido e não querer
mais que Maria se case com Pedro, para não lhe dar a casa, mata Pedro.
Segunda parte do artigo: Maria, maliciosamente, se casa com Pedro só
para receber a casa prometida por José, mas depois se divorcia daquele.
Termo
Art. 134. Os negócios jurídicos entre vivos, SEM PRAZO, são exequíveis
desde logo, salvo se a execução tiver de ser feita em lugar diverso ou
depender de tempo.
Modo ou encargo
É o ônus que há de ser cumprido pela parte para que tenha um benefício que
entenda superior. Ex: doações modais.
Ex: José promete um carro a Maria, se ela, por 2 anos, leva-lo e trazê-lo do
trabalho.
Isso, porque, tomando o exemplo anterior, para que Maria leve e traga José
para o trabalho, é necessário que ela já esteja com o carro em mãos, por
óbvio.
Ex: se José promete carro a Maria impondo como encargo que ela transporte
drogas para ele, como este é o motivo determinante da doação do carro
(da liberalidade), restará INVALIDADO de logo o negócio jurídico.
Boa fé
Integrativa
Contudo, dentro dos deveres anexos dos dois mais famosos são:
Restritiva (limitadora)
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-
lo, EXCEDE manifestamente os limites impostos pelo seu fim
econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes.
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Apesar da lei não deixar muito claro isso, a doutrina possui entendimento
pacífico que, sim, a boa-fé se aplica também pré ou mesmo pós contrato ou
negócio.
E. 25 - Art. 422: o art. 422 do Código Civil não inviabiliza a aplicação pelo
julgador do princípio da boa-fé nas fases pré-contratual e pós-
contratual.
En. 170 – Art. 422: A boa-fé objetiva deve ser observada pelas partes na
fase de negociações preliminares e após a execução do contrato, quando
tal exigência decorrer da natureza do contrato.
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Art. 109. No negócio jurídico celebrado com a cláusula de não valer sem
instrumento público, este é da substância do ato.
Fiança;
Aval;
Negócios sancionatórios;
Parágrafo único. Para esse efeito, tem-se como celebrado pelo representante
o negócio realizado por aquele em quem os poderes houverem sido
subestabelecidos.
Ex: José quer vender um carro e, não querendo fazer por si próprio, concede
uma procuração a João para vende-lo. Contudo, João, representando José,
vende para si mesmo o carro. Aqui é o auto contrato: João está figurando
nos dois polos da relação, um em nome próprio e no outro em nome de José.
Desta feita, fica evidente, na forma do art. 190 do NCPC, que o legislador
permite a influência do autoregramento da vontade, e, ainda, deixa um
espaço para que os sujeitos do processo possam influir e participar na
construção da atividade procedimental.
Art. 426, CC: “Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva”.
Assim, tudo isso sempre foi possível no processo civil, mas agora existe uma
cláusula geral de negócios processuais atípicos. É o que dispõe o art.
190 do NCPC:
Art. 190, novo CPC: “Versando o processo sobre direitos que admitam
autocomposição, é lícito às partes plenamente capazes estipular
mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades da causa
e convencionar sobre os seus ônus, poderes, faculdades e deveres
processuais, antes ou durante o processo.
Vícios de consentimento:
o Erro;
o Dolo;
o Coação;
o Lesão;
o Estado de Perigo;
Vícios Sociais:
Esse erro acessório não possui importância para o direito. Ex: dou um
presente a pessoa por ela ser cega. Depois descubro que ela não é cega.
Assim, este negócio (doação) é anulável, pois, por não ser a pessoa cega, o
erro cometido por mim é substancial (pois só dei o presente a ela por que
acreditava que ela era cega).
Ele não é recusa a aplicação da lei. Ele é o equívoco sobre o alcance da lei.
Ex: pessoa sabe que em determinada cidade há certa área dela onde não
pode haver locação. Contudo, compra um terreno nela sem saber que este
está dentro dessa área. Assim, a pessoa não comprou o terreno de má-fé,
sabendo que nele não poderia edificar, nem muito menos tem intenção de
transgredir tal lei que proíbe as edificações. A pessoa comete apenas um erro
de direito.
À natureza do negócio;
Ao objeto principal da declaração; ou
A alguma das qualidades a ele essenciais;
Falso motivo
Ex: outorgo procuração a um amigo para que ele aceite determinado negócio
e ele o recusa. Houve aí uma transmissão errônea da vontade, pois disse ao
meu amigo que aceitasse e ele recusou o negócio.
Erro de cálculo
E por último...
Ex: vou numa loja e compro lactopurga pensando que é leite de magnésio.
Me apercebendo do erro, volto na loja e digo que errei na escolha do remédio,
e o dono da loja diz: Ok, então você queria levar o leite de magnésio? Beleza,
me devolva o lactopurga e pode leve o lei.
Dolo
Art. 145. São os negócios jurídicos anuláveis por dolo, quando este for a
sua causa.
Dessa forma, o dolo, assim como o erro, só gerará a anulação do negócio
jurídico quando sua causa principal ou o objeto determinante.
Modalidades de Dolo
Art. 148. Pode também ser anulado o negócio jurídico por DOLO DE
TERCEIRO, se a parte a quem aproveite dele (do dolo do terceiro)
tivesse ou devesse ter conhecimento;
Ex: José possui um carro com muitos problemas, mas mesmo assim tenta
vende-lo a João, dizendo que ele está em ótimo estado. João, indeciso e sem
saber se o carro está bom, diz a José que pedirá ajuda a Bruno para que ele
averigue o carro. José, sabendo disso, em antecipação a João, vai até Bruno
e pede que ateste que o carro está em perfeito estado, mesmo que perceba
que ele não está.
Assim, para o que o negócio seja anulado, preciso averiguar duas coisas:
Dolo do representante
E essa representação poderá ser de duas formas: legal (não há escolha, a
lei que impõe) ou convencional (a parte escolhe o representante).
Dolo recíproco/bilateral
Coação
Absoluta/física/vis absoluta;
Relativa/moral/psíquica;
Esta que é tratada no CC. Este diz que essa coação poderá viciar o negócio,
desde que atendidos alguns requisitos:
Art. 151. A coação, para viciar a declaração da vontade, há de ser tal que
incuta ao paciente fundado temor de dano iminente e considerável à
sua pessoa, à sua família, ou aos seus bens.
Art. 154. Vicia o negócio jurídico a coação exercida por terceiro, se dela
tivesse ou devesse ter conhecimento a parte a que aproveite, e esta
responderá solidariamente com aquele por PERDAS E DANOS.
Coação exercida por terceiro: a parte que aproveita não sabia ou não
deveria saber Responde só o terceiro;
Lesão
Art. 157. Ocorre a lesão quando uma pessoa, sob premente necessidade,
ou por inexperiência, se obriga a prestação manifestamente
desproporcional ao valor da prestação oposta.
E para fechar:
E. 291 – Art. 157. Nas hipóteses de lesão previstas no art. 157 do Código
Civil, pode o lesionado optar por não pleitear a anulação do negócio
jurídico, deduzindo, desde logo, pretensão com vista à revisão judicial do
negócio por meio da redução do proveito do lesionador ou do
complemento do preço.
Estado de perigo
Anterioridade do crédito;
Negócios Gratuitos:
Outros casos:
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Presunção de Boa-fé
De estabelecimento mercantil;
De estabelecimento rural;
De estabelecimento industrial;
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Simulação
Absoluta (simulação):
Relativa (dissimulação):
Assim, como pondera Maria Helena Diniz, “não há que confundir a simulação
com a dissimulação. A simulação absoluta provoca falsa crença num estado
não real, quer enganar sobre a existência de uma situação não verdadeira,
tornando nulo o negócio (CC, art. 167, 1ª parte). Procura, portanto,
aparentar o que não existe. A dissimulação (simulação relativa) oculta ao
conhecimento de outrem uma situação existente, pretendendo,
portanto, incutir no espírito de alguém a inexistência de uma situação
real e no negócio jurídico subsistirá o que se dissimulou se válido for na
substância e na forma (CC, art. 167, 2ª parte)”.
Presunção de simulação
PRESCRIÇÃO E DECADÊNCIA