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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

CENTRO DE LETRAS E ARTES – DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA E TEORIA DA ARTE


HISTÓRIA DA ARTE
ESTÉTICA I
FICHAMENTO
LUCAS HENRIQUE DE SOUZA GUIMARÃES DRE: 114076682

A visão dionisíaca do mundo


NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. A visão dionisíaca do mundo e outros textos de juventude. São
Paulo: Martins Fontes, 2005.

 Os gregos estabeleceram como dupla fonte de sua arte duas divindades: Apolo e
Dioniso.
 O homem alcança em dois estados o sentimento de delícia em relação à existência, a
saber, no sonho e na embriaguez.
 A bela aparência do mundo onírico, no qual cada homem é artista pleno, é o pai de
toda arte plástica.
 Somente quando o transluzente sentimento de sua aparência cessa, começam os
efeitos patológicos (o delírio, em que o sonho é confundido com a realidade).
 Dentro daqueles limites (nos quais o sonho é sentido como aparência, como ilusão),
não são somente as imagens agradáveis e amistosas que procuramos em nós com
aquela inteligibilidade universal: também o grave, o triste, o baço e o sombrio são
contemplados com o mesmo prazer.
 Enquanto, portanto, o sonho é o jogo do homem individual com o real, a arte do
escultor (ou de todo artista plástico) é o jogo com o sonho (o artista plástico procura
fazer o real corresponder ao sonho, obrigando suas matérias plásticas a se
conformarem com o sonho na realização da obra de arte).
 Mas em que sentido Apolo pôde se tornar uma divindade artística? Somente na
medida em que é o deus da representação onírica.
 A arte dionisíaca, por outro lado, repousa no jogo com a embriaguez, com o
arrebatamento.
 O homem, conformado pelo artista dionisíaco, está para a natureza assim como a
estátua está para o artista apolíneo.
 Ora, se a embriaguez é o jogo da natureza com o homem, então o criar do artista
dionisíaco é o jogo com a embriaguez.
 Assim, o servidor de Dioniso precisa estar embriagado e ao mesmo tempo ficar à
espreita atrás de si, como observador. O caráter artístico dionisíaco não se mostra na
alternância da lucidez e embriaguez, mas sim em sua conjunção.
 Essa conjunção caracteriza o ponto máximo da helenidade.
 Quanto mais forte medrava o espírito da arte aoplínea, mais livre se desenvolvia o
deus irmão Dioniso.
 O grego conhecia os terrores e horrores da existência, mas os encobria para poder
viver.
 Aquele luminoso mundo olímpico só veio a dominar porque o tenebroso poder do
“Destino”, que destina Aquiles a morrer cedo e Édipo a um pavoroso matrimônio,
deveria ser ocultado pelas figuras brilhantes de Zeus, de Apolo, de Hermes, etc.
 Também os deuses eram submetidos à “Necessidade”.
 A mesma pulsão que chama a arte à vida, como o preenchimento e completude da
existência seduzindo para o continuar vivendo, deixou também que surgisse o mundo
olímpico, um mundo da beleza, da calma, do gozo.
 Nos gregos, a Vontade queria se contemplar transfigurada em obra de arte: para se
magnificar, as suas criaturas precisavam se sentir como dignas de magnificação, elas
precisavam se rever em uma esfera mais alta, como que elevadas ao ideal, sem que
esse mundo perfeito da contemplação agisse como imperativo ou reprovação. Essa é a
esfera a beleza na qual eles miravam as suas imagens especulares, os olímpicos. Com
essa arma, a Vontade helênica lutou contra o talento – correlativo ao talento artístico
– para o sofrer e para a sabedoria do sofrimento.
 A embriaguez do sofrer, na onipotência de sua essência, penetra nos mais íntimos
pensamentos da natureza, conhece a terrível pulsão para a existência e ao mesmo
tempo a contínua morte de tudo o que chegou à existência.
 Uma grande revolução começou em todas as formas de vida: em toda parte penetrou
Dioniso, mesmo na arte.
 A visão, o belo, a aparência delimitam o domínio da arte apolínea: esse domínio é o
mundo transfigurado dos olhos que no sonho, com as pálpebras fechadas, criam
artisticamente.
 O artista – como aquele que constrange à arte por meios artísticos – não pode ser ao
mesmo tempo o órgão catalisador da atividade artística.
 Qual era a intenção da Vontade – que afinal é todavia uma – ao permitir a entrada dos
elementos dionisíacos, contra sua própria criação apolínea? Tratava-se de um novo e
mais alto “recurso” da existência, o nascimento do pensamento trágico.

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