Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
Coordenadores:
Prof. Dr. Joachin de Melo Azevedo Sobrinho Neto (Universidade de Pernambuco)
Prof. Dr. Luciano José Vianna (Universidade de Pernambuco)
Prof. Dr. Thiago Eustáquio Araújo Mota (Universidade de Pernambuco)
A noção de temporalidades, no plural, tal qual é evocada aqui não tem nenhum tipo de
compromisso com a linearidade. Muito próximo das reflexões de Jacques Ranciére, sobre a
verdade do historiador e o anacronismo, postulamos que é necessário romper com a organização
sucedânea do presente porque essa concepção de tempo é bem mais teológica do que científica.
A noção de contemporâneo que remete a uma imagem imóvel feita de vários fragmentos bem
encaixados do passado acaba transformando nosso próprio tempo em eternidade. Desse modo,
assim o autor conclui o seu pertinente elogio do anacronismo: “Há história à medida que os
homens não se ‘assemelham’ ao seu tempo, à medida que eles agem com ruptura com o ‘seu’
tempo, com a linha de temporalidade que os coloca em seus lugares impondo-lhes fazer este ou
aquele ‘emprego’”1. Sendo assim, buscaremos contemplar trabalhos embasados em métodos
historiográficos que consideram a possibilidade de conexões entre nossa linha de temporalidade
com outras ou levam em conta que várias épocas podem dialogar com um único recorte. Essa
diretriz favorece novas formas de se interpretar o passado.
1
RANCIÉRE, Jacques. A verdade do historiador e o conceito de anacronismo. In: SALOMON, Marlon (Org.).
História, verdade e tempo. Chapecó, SC: Argos, 2007, p. 47.
Escripturas
Revista Eletrônica de História da Universidade de Pernambuco/campus Petrolina
ISSN: 2526-6543
www.revistaescripturas.com
A relação entre tempo e política, dentro do atual contexto turbulento que estamos vivenciando,
perpassa também discussões mais amplas sobre a memória. Conforme aponta François Hartog, a
transição do século XX para o XXI foi marcada pela difusão de posicionamentos que afirmam
identidades buscando legitimidade no passado enquanto bem inalienável da humanidade; de um
público consumidor cativo de livros acerca de testemunhos ou pela museificação de incontáveis
vestígios humanos. O conceito de regime de historicidade pode auxiliar aqui, portanto, no
processo de compreensão de monumentalização dos tempos, bem como na análise das mútuas
relações que existem entre antiguidade, medievo e modernidade/contemporaneidade.2
A Escripturas também aceita a submissão de artigos com temas livres, assim como resenhas.
Atenciosamente,
Conselho Editorial da Escripturas (2017)
----------------------------------------------
The notion of temporalities, in the plural, as evoked here, has no commitment with linearity.
Closer to Jacques Ranciere's reflections on the historian’s truth and anachronism, we postulate
that it is necessary to break with the substitutionary organization of the present because this
conception of time is much more theological than scientific. The notion of a contemporary that
refers to a still image made of several well-embedded fragments of the past ends up transforming
our own time into eternity. Thus, the author concludes his pertinent praise of anachronism:
2
Cf. HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica,
2014.
Escripturas
Revista Eletrônica de História da Universidade de Pernambuco/campus Petrolina
ISSN: 2526-6543
www.revistaescripturas.com
“There is a history to the extent that men do not 'resemble' their time, to the extent they act
breaking ‘their’ time, with a timeline that places them in their places imposing on them to do this
or that”.3 Thus, we will seek to contemplate works based on historiographic methods that
consider the possibility of connections between our timelines with others or take into account that
several eras can dialogue with a single approach. This guideline favours new ways of interpreting
the past.
The relationship between time and politics, within the current turbulent context that we are
experiencing, also pervades broader discussions about memory. As François Hartog points out, the
transition from the twentieth to the twenty-first century was marked by the diffusion of positions
that affirm identities seeking legitimacy in the past as an inalienable good of humanity; from a
captive consumer audience of books about testimonies or by the museification of countless
human remains. Therefore, the concept of a regime of historicity can help here in the process of
understanding the monumentality of the times, as well as in the analysis of the mutual
relationships that exist between antiquity, middle ages, and modernity/contemporaneity.4
Escripturas also accepts the submission of articles with free themes, as well as reviews.
- Submission of proposals: between May 10, 2017 and October 31, 2017
- Acceptance of works: until December 31, 2017
- Dossier published: February 2018
Sincerely,
Editorial Board of Escripturas (2017)
----------------------------------------------
El significado de las temporalidades, en plural, como es aquí citado, no presenta ningún tipo de
compromiso con el carácter lineal. Muy cerca de las reflexiones de Jacques Ranciére sobre la
3
RANCIÉRE, Jacques. A verdade do historiador e o conceito de anacronismo. In: SALOMON, Marlon (Org.).
História, verdade e tempo. Chapecó, SC: Argos, 2007, p. 47.
4
Cf. HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica,
2014.
Escripturas
Revista Eletrônica de História da Universidade de Pernambuco/campus Petrolina
ISSN: 2526-6543
www.revistaescripturas.com
verdad del historiador y el anacronismo, proponemos que es necesario romper con la organización
sucedánea del presente porque esa concepción del tiempo es más teológica que científica. La
noción de contemporáneo que remite a una imagen inamovible hecha de diversos fragmentos
correctamente encajados del pasado acaba transformando nuestro propio tiempo en eternidad.
De este modo, así el autor concluye su pertinente elogio del anacronismo: “Hay historia en la
medida que los hombres no se ‘parecen’ a su tiempo, en la medida que ellos rompen con ‘su’
tiempo, con la línea de temporalidad que los pone en sus sitios haciéndoles hacer este o aquel
‘empleo’.”5 Así, buscamos contemplar propuestas con fundamento en métodos historiográficos
que consideren la posibilidad de establecer conexiones entre nuestra línea de temporalidad con
otras, y que asimismo tengan en cuenta diversas épocas que puedan dialogar con un único
recorte.
La relación entre tiempo y política, como demuestra el contexto actual que vivimos, también
forma parte de discusiones más amplias sobre la memoria. De acuerdo con François Hartog, la
transición entre el siglo XX y el XXI ha sido marcado por la difusión de posicionamientos que han
afirmado las identidades buscando legitimidad en el pasado como bien inalienable de la
humanidad, de un público consumidor de libros sobre testimonios o por la momificación de
incontables vestigios humanos. El concepto de régimen de historicidad puede auxiliar aquí, por lo
tanto, en el proceso de comprensión de monumentalizar el tiempo, así como en el análisis de las
mutuas relaciones que existen entre la antigüedad, el medievo y la
6
modernidad/contemporaneidad.
Escripturas también acepta el envío de artículos con temas libres, así como reseñas.
Atenciosamente,
Consejo Editorial de la Escripturas (2017)
5
RANCIÉRE, Jacques. A verdade do historiador e o conceito de anacronismo. In: SALOMON, Marlon (Org.).
História, verdade e tempo. Chapecó, SC: Argos, 2007, p. 47.
6
Cf. HARTOG, François. Regimes de historicidade: presentismo e experiências do tempo. Belo Horizonte: Autêntica,
2014.