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Jesus desejava por esse momento. Tinha esperado por isso durante muitos
anos.
“Quando eu for levantado sobre a terra, atrairei a mim todas as coisas”,
disse certa vez aos seus discípulos. Era a intuição certa de que tinha que
somente após a sua morte na cruz, a redenção iria acontecer. Agora sim há
salvação. Aqui se consuma a nossa Redenção, aqui a dor do mundo
encontra o seu sentido, aqui conhecemos verdadeiramente a malícia do
pecado e o amor de Deus por cada um dos homens.
Tudo isso, minhas caríssimas irmãs, meus caríssimos irmãos, deve levar-
nos a pensar: tudo isso foi por mim! Esse foi o preço do meu amor. “Foi o
cravo que prendeu Jesus no madeiro. Mais do que os pregos, foi o amor”.
Às vezes pensamos na Redenção de maneira muito genérica. Tentamos
apaziguar a situação dizendo: “Jesus morreu pela humanidade inteira”. É
verdade! Mas vale pensar o seguinte: “morreu por mim”. E se fosse
necessário sofrer tudo isso somente para me salvar a mim, pois ele não teria
hesitado. E nós? Como havemos de corresponder?
Uma outra ideia que poderíamos pensar é que não existe Redenção sem
cruz. E na cruz, Cristo verteu até a última gota do seu sangue. Quando
muitas vezes queremos apresentar um Cristianismo light, açucarado e
pouco consistente… um Cristianismo que se amolde às ideologias e modas
desse mundo, um Cristianismo sem cruz, temos que afirmar energicamente
com a nossa vida que não! Não existe Cristianismo sem a cruz! E a cruz
não é o fim, mas o meio pelo qual chegamos à Alegria pascal.
Ao cobrir as imagens dos santos, até a Vigília Pascal, a Igreja mostra o luto
pela morte de seu Senhor, incutindo nos fiéis uma mortificação à sua visão.
O sentido profundo desse ato de cobrir as imagens sacras, fundamenta-se
no luto pelo sofrimento de Cristo Nosso Senhor, levando os fiéis a refletir,
ao contemplar esses objetos sagrados cobertos do roxo, que simboliza a
tristeza, a dor e a penitência.
Muito perto de Jesus está sua Mãe, com outras santas mulheres.
Também ali está João, o mais jovem dos Apóstolos. Quando Jesus viu sua
Mãe e, perto dela, o discípulo que amava, disse à sua mãe: Mulher, eis aí o
teu filho. Depois disse ao discípulo: Eis aí a tua mãe. E dessa hora em
diante o discípulo a levou para sua casa10. Jesus, depois de dar-se a si
próprio na Última Ceia, dá-nos agora o que mais ama na terra, o que lhe
resta de mais precioso. Despojaram-no de tudo. E Ele nos dá Maria como
nossa Mãe.
Este gesto tem um duplo sentido. Por um lado, o Senhor preocupa-se
com a Virgem, cumprindo com toda a fidelidade o quarto mandamento do
Decálogo. Por outro, declara que Ela é nossa Mãe. “A Santíssima Virgem
avançou também na peregrinação da fé e manteve fielmente a sua união
com o Filho até a Cruz, junto da qual, não sem um desígnio divino,
permaneceu de pé (Jo 19, 25), sofrendo profundamente com o seu
Unigênito e associando-se com entranhas de mãe ao seu sacrifício,
consentindo amorosamente na imolação da Vítima que Ela mesma tinha
gerado; e, finalmente, foi dada como mãe ao discípulo pelo próprio Cristo
Jesus, agonizante na Cruz”
Aos pés da Cruz, ela é a mãe das dores; com o filho nos braços, ela é a mãe
da piedade; com o filho sepultado, ela é a mãe da solidão, soledade.
Com Maria, nossa Mãe, ser-nos-á mais fácil consegui-lo, e por isso
cantamos-lhe com o hino litúrgico: