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PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO


26ª Câmara de Direito Privado
Apelação nº 1002311-24.2017.8.26.0010

Registro: 2018.0000230967

ACÓRDÃO

Vistos, relatados e discutidos estes autos de Apelação nº


1002311-24.2017.8.26.0010, da Comarca de São Paulo, em que é apelante NUCLEO DE
ENSINO EXITO LTDA, é apelado CAIO RICARDO SOARES ACQUESTA.

ACORDAM, em sessão permanente e virtual da 26ª Câmara de Direito Privado


do Tribunal de Justiça de São Paulo, proferir a seguinte decisão: Negaram provimento ao
recurso. V. U., de conformidade com o voto do relator, que integra este acórdão.

O julgamento teve a participação dos Desembargadores FELIPE FERREIRA


(Presidente sem voto), BONILHA FILHO E RENATO SARTORELLI.

São Paulo, 3 de abril de 2018.

Antonio Nascimento
Relator
Assinatura Eletrônica
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26ª Câmara de Direito Privado
Apelação nº 1002311-24.2017.8.26.0010

3ª Vara Cível do Foro Regional do Ipiranga/SP


Apelante: NÚCLEO DE ENSINO ÊXITO LTDA
Apelado: CAIO RICARDO SOARES ACQUESTA
MM. Juíza de Direito: Drª. LÍGIA MARIA TEGÃO NAVE

VOTO Nº 21.372

APELAÇÃO AÇÃO DECLARATÓRIA DE


INEXIGIBILIDADE DE DÉBITO C.C. REPARAÇÃO POR
DANOS MORAIS PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS. Cobrança
indevida. Ausência de prova da origem do débito objeto dos
apontamentos. Danos morais configurados (in re ipsa).
Manutenção da quantia fixada em primeiro grau, à luz dos
princípios da razoabilidade e proporcionalidade. Honorários
sucumbenciais arbitrados em consonância aos ditames legais.
Manutenção do julgado. RECURSO DESPROVIDO.

A sentença de fls. 131/134 julgou


procedente a presente ação declaratória de inexigibilidade de débito,
cumulada com indenização por danos morais, ajuizada por Caio Ricardo
Soares Acquesta contra Núcleo de Ensino Êxito Ltda, para confirmar a tutela
de urgência e declarar a inexistência do débito apontado em desfavor do autor,
mas também para condenar a requerida ao pagamento da quantia de
R$ 8.000,00, a título de reparação por danos morais, acrescidos de correção
monetária desde sua prolação e juros moratórios, devidos da citação. A ré foi,
ainda, condenada a arcar com as custas e despesas do processo, além dos
honorários advocatícios da parte adversa, estes fixados em 15% sobre o valor da
condenação.

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Inconformada com o desfecho dado à


controvérsia, a demandada interpôs, a fls. 136, recurso de apelação, vindo a
arrazoá-lo a fls. 137/145. Assinala não há se falar em danos morais, haja vista a
falta de prova pelo autor. Refuta, subsidiariamente, a importância arbitrada em
primeira instância. Requer, ao final, a redução da verba honorária sucumbencial.

O recurso é tempestivo e preenche os


requisitos legais para sua admissibilidade.

Contrarrazões a fls. 148/163, com pedido


para ampliação dos honorários sucumbenciais.

É o relatório.

Cuidam os autos de ação declaratória,


cumulada com indenização por danos morais e materiais decorrente de
contrato de prestação de serviços. Relata o autor, no essencial, ter contratado os
serviços da requerida. Refuta, todavia, a cobrança perpetrada pela ré, alusiva aos
apontamentos havidos, indevidamente, no cadastro de inadimplentes. Aduz que
sempre adimpliu pontualmente suas obrigações. Requer seja declarada a
inexistência da dívida, sem prejuízo da reparação por danos morais.

Não há como se negar que o Código de


Defesa do Consumidor (Lei Federal 8.078/90) estende seu senhorio sobre a
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situação retratada nos autos. E, por força do primado da lei consumerista,


imperam, como diretrizes para a atuação da lei ao caso concreto, a inversão do
ônus da prova e a responsabilidade objetiva do fornecedor de serviços em face
dos consumidores.

Evidentemente, não pode o usuário ser


compelido a produzir prova de fato negativo ou seja, que não utilizou os
serviços. Nessa ordem de ideias, cabia à ré a prova da correção de sua conduta
(CPC, art. 373, inc. II), o que, todavia, não logrou realizar.

Aliás, em suas razões recursais, a


requerida não teceu uma linha sequer a respeito da ilegitimidade do apontamento
que promoveu. São, por isso, indevidos os valores indicados nas restrições de
fls. 17/22.

Finalmente, os danos sofridos por aquele

que indevidamente tem o seu nome lançado no rol de maus pagadores, ou nele
mantido indevidamente, é in re ipsa, independendo de prova, pois impede a
prática de atos comerciais relacionados, especialmente, à compra e venda a
prazo, aquisição de crédito, entre outras necessidades da vida cotidiana.

Confira-se, nesse sentido, o


posicionamento do E. Superior Tribunal de Justiça: “Nos casos de protesto indevido
de título ou inscrição irregular em cadastros de inadimplentes, o dano moral se configura
in re ipsa, isto é, prescinde de prova, ainda que a prejudicada seja pessoa jurídica.
Precedentes.”1

1 STJ 3ª Turma - REsp 1059663/MS - Rel. Minª Nancy Andrighi J. 02/12/2008.


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É certo, porém, que a reparação não


pode importar valor que possa ganhar contornos de enriquecimento sem causa,
devendo o julgador, nesse caso, pautar-se pelos princípios da proporcionalidade
e razoabilidade na sua fixação. Dessa forma, mostra-se prudente e adequada a
importância fixada em 1º grau.

Finalmente, não há o que se alterar a


verba honorária arbitrada em sentença, pois consentânea aos ditames do art. 85,
§ 2º, do CPC. Aliás, a fixação em 15% sobre o valor da condenação é também
suficiente para dar cumprimento ao disposto no § 11 do sobredito dispositivo
legal, pois guarda similitude com o tempo de processamento da demanda, a
complexidade da causa e o trabalho desenvolvido pelos causídicos, inclusive em
2º grau.

Postas essas premissas, nega-se


provimento ao recurso.

Antonio (Benedito do) Nascimento


RELATOR

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