Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Autor
Colaboradores
Sandra
Daviane
Elizângela
Marcelo
Mariana
Mariele
Matheus
Tiago
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
1) INTRODUÇÃO
A determinação dos constituintes alimentares é de extrema importância para
determinação do valor nutritivo dos alimentos, possibilitando assim o equilíbrio
eficiente das dietas oferecidas aos animais. Para controle de qualidade dos ingredientes
e produtos acabados (rações), essas análises constituem importante ferramenta.
Uma grande evolução foi realizada no ano de 1864, na estação experimental de
Wende, quando foram desenvolvidas as análises proximais. Grande parte dessa
metodologia proposta é ainda hoje utilizada, com exceção do método para determinação
da proteína bruta. As análises comumente realizadas são matéria seca (MS), proteína
bruta (PB), gordura ou extrato etéreo (EE), fibra bruta (FB), cinzas ou matéria mineral
(MM) e extrato não nitrogenado (ENN) sendo esta determinada pela diferença entre o
conteúdo total e os demais constituintes alimentares pré-determinados. Algumas críticas
são feitas a esse método tradicional. Primeiramente, este método analisa grupos de
compostos, muitas vezes de diferentes características químicas. O termo proteína bruta
inclui uma série de compostos nitrogenados que não formam aminoácidos. A análise de
fibra quantifica substâncias com diferentes propriedades nutricionais, sendo o conteúdo
real de fibra subestimado. Além disso, pode ser constatado que a análise de extrato
etéreo não quantifica somente triglicerídeos e sim substâncias solúveis em éter,
contabilizando pigmentos, ceras, dentre outros compostos. Assim, do ponto de vista
nutricional, a metodologia proposta na estação experimental de Wende, em 1864,
apresenta limitações. Para calculo dos nutrientes digestíveis totais (NDT), bem como
para controle de qualidade das indústrias de rações, as análises proximais continuam
sendo utilizadas. Para melhor quantificação do conteúdo real de fibra e do parcelamento
desse grupo em substancias melhor definidas quimicamente, o químico Van Soest
propôs o uso de detergentes. Esse método permite a quantificação de substâncias
presentes na fibra como lignina, celulose, hemicelulose, dentre outras.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Exercícios propostos
1) Conforme relatado, as análises proximais propostas na estação de Wende foram
extremamente importantes para o desenvolvimento inicial do processo nutritivo.
Como a composição dos alimentos poderá ser determinada a partir dessas
análises? Faça um esquema.
2) Quais as finalidades de realizarmos análises nos alimentos? Explique.
3) Descreva a função de todas as vidrarias/equipamentos utilizados durante o
preparo da solução, realizado por seu grupo.
4) Você pretende preparar 2 litros de solução de NaOH (hidróxido de sódio) 0,25
mol/l. Quanto da base será pesado na balança analítica? Tente resolver sem
utilizar fórmulas.
Dado: PM sódio: 23; PM oxigênio: 16; PM hidrogênio: 1.
5) Você pretende preparar 1 litro de solução HCl, 0,1 mol/l. Qual o volume
necessário de HCl concentrado para preparo dessa solução?
Dado: PM cloro: 35,5; densidade do HCl concentrado: 1,18g/ml; puresa do HCl
concentrado: 37%.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Para isso, extrator de lipídios especifico deve ser utilizado, devendo a perda ser
quantificada.
Após o preparo, a amostra deverá ser acondicionada em embalagens adequadas
de vidro ou plástico reforçado com tampa. Este frasco deve ser identificado e
acondicionado em local adequado. Não identificar a tampa, pois esta poderá ser traçada
entre os frascos.
As análises não poderão ser feitas uma só vez por amostra (unicata). Devem ser
feitas em no mínimo duplicata, preferencialmente em triplicata. Muitas vezes os
recursos são limitados, bem como o tempo e as análises são realizadas em duplicata, se
considerando uma variação máxima de 5,0% entre as amostras. Caso haja variação
superior, a análise deverá ser repetida. Embora pareça alto o valor de 5,0%, as amostras
normalmente utilizadas em nutrição animal normalmente proporcionam variação entre
réplicas de uma análise. Quanto maior for à quantidade de amostra pesada para análise,
menor tende a ser essa variação.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Para cálculo do teor de umidade perdida, considere o que foi perdido de massa
durante a secagem. Lembre-se de descontar o peso do saco após a secagem.
Obs: Esse material pode ser chamado de matéria pré-seca e ainda contém umidade, não
sendo o resíduo composto apenas de matéria seca. Alguns autores denominam este
material de amostra seca ao ar (ASA). A pré-secagem é realizada para retirar o excesso
de umidade do material e assim possibilitar a moagem.
Exercícios propostos
1) Como discutido, a amostragem é de extrema importância para a realização das
análises. Qual a finalidade de ser realizar esse procedimento? Explique.
2) Que instrumentos são utilizados para realização da amostragem e como deve ser
feita a amostragem em sacarias ou a granel?
3) Após realização de todo o processo de amostragem, numa fábrica de ração,
como proceder com o material coletado?
4) Qual o procedimento para preparo de amostras que tenham alto índice de
umidade? Descreva com detalhes.
5) Suponha que está realizando pré-secagem de alfafa. Após amostragem, você
pesou o saco vazio obtendo o valor de 14,6 g. Após, foi pesado 89,7 g da
amostra de alfafa que foi levada para estufa a 60°C, permanecendo durante 72 h.
Após, foi retirado, resfriado e pesado novamente, obtendo 45,1 g. Calcule o teor
de umidade perdida na amostra, bem como a quantidade de matéria pré-seca.
6) Você está moendo uma amostra de capim tifton 85 e percebe que o moinho de
facas não consegue moer parte do material a ponto de passar pela peneira de 1
mm. Como proceder?
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
(a) PB (b)
PB
Demais
nutrientes Demais
nutrientes
Umidade
Figura 05– Representação do conteúdo de proteína bruta (PB) na matéria natural (a) e na matéria seca (b).
Matéria mineral
Chamamos de cinzas ou matéria mineral ao conteúdo total de minerais obtido
após a oxidação completa da matéria orgânica. Esse processo acontece quando por
exemplo queimamos lenha em uma fogueira, ficando apenas as cinzas. Este teor de
cinzas não fornece detalhes quantitativos fornecendo quantitativamente a soma dos
minerais contidos na amostra.
O princípio dessa análise consiste na oxidação completa da matéria orgânica a
600°C, restando apenas o resíduo de matéria mineral. Para se alcançar essa temperatura
no laboratório, utiliza o forno mufla. Para se verificar o teor de matéria mineral basta
dividir o peso desse resíduo pelo peso da amostra e multiplicar por 100.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Cálculo: Pode-se verificar o teor de matéria seca pela comparação do peso do resíduo
com o peso da amostra pesada, ou seja, dividir o peso do resíduo (após descontar o peso
do cadinho) pelo peso da amostra e multiplicar por 100.
Observações:
A análise de cinzas pode ser realizada com a mesma amostra utilizada na análise
de matéria seca, devendo a amostra seca receber pré-queima.
Após a retirada da mufla o material estará muito quente para sair da mufla e ir ao
dessecador. Recomenda-se deixar a mufla desligada e retirar os cadinhos deixando-os
sobre uma placa de cerâmica e após direciona-los ao dessecador.
Exercícios propostos
1) Para a determinação da matéria seca, foi pesado 3,8750 g de farelo de soja. O
cadinho vazio pesou 32,5429g. Após 4 h na estufa a 105°C, o conjunto cadinho+resíduo
seco pesou 35,9689g. Calcule o teor de umidade e matéria seca da amostra.
2) Um cadinho, de tara 10, 4352 g, foi usado para análise de matéria seca e matéria
mineral. Pesou-se 3,5643g de amostra e após secagem a 105°C, o peso do cadinho +
amostra era de 13,5987 g. Após queima na mufla a 600°C, durante 4 h, o cadinho mais
as cinzas pesava 10,7342 g. Calcule a % de matéria seca e matéria mineral. Coloque o
valor de cinzas também na base de matéria seca.
3) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no campo,
pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após 72 h na estufa a
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou 36,98g. Após o material foi
moído e identificado para a realização das análises.
a) Foi pesado 3,2456g da amostra pré-seca e o cadinho pesava 34,3235g. Após 4 h
na estufa a 105°C, o conjunto (cadinho + amostra) pesou 37,1897g. Calcule o
teor de MS na amostra pré-seca e na matéria natural (como oferecido).
b) A mesma amostra acima foi após pesada, queimada sob o bico de bulsen e após
permaneceu no forno mufla a 600°C durante 4 h. Após, o conjunto pesou
34,6532g. Qual é o teor de MM na amostra pré-seca, na matéria seca e na
matéria natural?
controle de qualidade e cálculo dos nutrientes digestíveis totais (NDT). Todo rótulo de
ração deve indicar o conteúdo mínimo de extrato etéreo.
Em nutrição animal, o grupo de lipídeos mais importante é o dos triglicerídeos,
que são os principais fornecedores de energia desse grupo. Substâncias como esteróis,
resina, pigmentos como clorofila e xantofila, etc, são solubilizadas pelo solvente, o que
pode a vir mascarar o conteúdo total de lipídeos. Quando se faz análise de plantas
forrageiras, se observa que o conteúdo extraído tem a coloração verde, pois a clorofila é
extraída juntamente com os lipídeos.
O processo analítico consiste em se utilizar um extrator de lipídeos tipo Soxhlet
ou Goldfish, deixando a extração acontecer por seis horas, ver figura 6. Após esse
procedimento, a diferença entre o peso do balão (ou copo) entre antes e após o
procedimento determinará o conteúdo de extrato etéreo e para se verificar o teor, deve-
se dividir o peso encontrado pelo peso da amostra, multiplicando por 100, ou através de
uma regra de três simples.
Exercícios propostos
1) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no campo,
pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após 72 h na estufa a
60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou 36,98g. Após o material foi
moído e identificado para a realização das análises.
a) Para a determinação do extrato etéreo, foi pesada amostra de 3,2353g e colocada num
cartucho para extração. O balão vazio pesou 43,4532g. Após 6 horas de extração o
balão foi retirado e deixado por 30 minutos em estufa a 105°C. Após resfriar o conjunto
balão+resíduo pesou 43,6599g. Calcule o teor de extrato etéreo expressando os valores
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
em base na matéria natural (como oferecida), base em matéria pré-seca (material após a
pré-secagem) e em base de matéria seca.
2) Você está determinando o teor de extrato etéreo de uma amostra X. O balão utilizado
pesou 45,9810g e a amostra utilizada pesou 4,2363g. Após o processo, o conjunto
balão+resíduo pesou 46,1339 g. Calcule o teor de extrato etéreo da amostra X.
3) Consulte a tabela de Rostagno et al. (2005) e verifique qual pode ser o ingrediente
utilizado para a confecção da amostra X, do exercício anterior. Essa tabela chama o teor
de extrato etéreo de gordura.
4) A partir do exercício anterior, qual deveria ser a coloração do resíduo oleoso após a
extração? Por que isso acontece? Explique.
Cálculo:
%Nitrogênio = (Va - Vb) x 0,014 x 100 x Fc x N HCl x 100
Pa
% Proteína bruta = 6,25 x %Nitrogênio
Onde:
Va = Volume de HCl 0,1N gasto na titulação, em ml
Vb = Volume de HCl 0,1N gasto na titulação do branco, em ml
Fc = Fator de correção do HCl
N = Normalidade do HCl
P = Peso da amostra, em gramas
0,014 = Miliequivalente grama do nitrogênio
6,25 = Fator de transformação do nitrogênio em proteína (16% de nitrogênio)
Algumas observações devem ser feitas:
Exercícios propostos
1) Fábricas de ração não idôneas podem facilmente elevar o conteúdo protéico de suas
rações para monogástricos adicionando quantidades mínimas de uréia. Imagine que uma
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
fábrica adicione 1% de uréia numa ração para suínos. Essa inclusão será responsável por
qual fração da proteína bruta, numa ração de 16% deste nutriente?
Para pesquisar: Descreva um método eficiente para identificação desta adulteração.
2) Toda proteína têm 16% de nitrogênio? Explique. Como corrigir esse erro?
3) Todo nitrogênio analisado é advindo de aminoácidos? Explique.
4) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no campo,
pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após 72 h na estufa a
60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou 36,98g. Após o material foi
moído e identificado para a realização das análises.
a) Para a determinação da proteína bruta foi pesado 0,3245g da amostra. Após
análise, foi gasto 11,4 mL de solução HCl 0,05 N. Para a padronização, foi utilizado 10
mL Na2CO3 0,1N, gastando-se 22,3 mL do HCl para neutralização. Calcule o teor de
PB na amostra pré-seca, na matéria seca e na matéria natural.
5) Você está fazendo análise de proteína bruta da farinha de carne e ossos. Foi pesado
0,2321g da amostra. Ao final, foram gastos 22,5 ml de solução HCl 0,05N de Fc 1,01.
Calcule o teor de proteína bruta em base de matéria natural e em base de matéria seca,
sabendo que a mesma continha 12,5% de umidade. Considere que a prova em branco
não gastou volume do ácido.
6) Análise de fibra
6.1) O que é fibra?
Do ponto de vista nutricional, a fibra se refere às substâncias contidas na parede
celular vegetal que não são digeridas pelas enzimas produzidas pelos animais
mamíferos, sendo a soma de polissacarídeos não amiláceos e a lignina. Esses
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
componetes são hidrolizáveis apenas por enzimas de bactérias e têm em comum certas
propriedades frente ao sistema digestivo.
Essa fração é composta por uma matriz complexa sendo constituída por celulose,
hemiceluloses, pectinas e lignina, além de outras substâncias minoritárias, como a
cutina, tanino, sílica dentre outros. A célula vegetal em crescimento é gradualmente
envolvida por uma parede primária que contém poucas microfibrilas de celulose e
alguns componentes não celulosídicos como as substancias pécticas. Durante o
crescimento as células desenvolvem uma parede celular secundária compacta
consistindo de celulose embebida em uma matriz de lignina, hemicelulose, pectina,
proteína (extesina) e outras substâncias em menor proporção. Ligando as duas paredes
há uma substancia cimentante numa área denominada como lamela média.
A celulose é um polímero linear composto por moléculas de glicose, unidas por
ligações β1-4, sendo altamente polimerizado. Já as hemiceluloses são formadas por
diferentes polissacarídeos sendo os xilanos e glucomananos os principais polímeros
presentes. As pectinas são um grupo de substâncias formadas pelo ácido 1,4 β-D-
galacturônico, arabinose e resíduos de galactose. Já as ligninas não são carboidratos sendo
substâncias altamente resistentes e consistem de variados polímeros condensados de diferentes
álcoois fenilpropanóides, sendo o p-cumárico, corifenílico e sinapílico os precursores, além de
ácidos fenílicos e p-cumárico (Figura 04). A rigidez da parede celular está relacionada
principalmente ao conteúdo de lignina da planta.
(a) (b)
Figura 09 - a) Esquematização de uma microfibrila de celulose (polímero de Glicose unido por ligações β-1,4).
b) Estrutura da molécula de lignina (Onde R1 = R2 = H: álcool p-cumárico; onde R1 = H e R2 = OCH3: álcool conifenílico; onde R1
= R2 = OCH3: álcool sinapílico).
Fonte – McDougall et al. (1996)
digestibilidade para os animais, tendo ação cimentante entre as células. Para diversos
animais, o conteúdo de fibra na dieta deve estar equilibrado, pois influencia diretamente
a taxa de passagem.
Exercícios propostos
1) Atualmente nos laboratórios de pesquisa em nutrição animal, a análise de fibra
bruta foi abandonada, sendo substituída pelas análises de FDA e FDN, embora a
indústria de alimentação animal ainda utilize a primeira. Quais as vantagens que
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
as análises propostas por Van Soest possuem sobre a tradicional análise de fibra
bruta.
2) Explique por que o conteúdo de extrativo não nitrogenado é super estimado,
associando esse fato à análise de fibra bruta.
3) O que é fibra? Caracterize a fibra quimicamente.
4) Você está no laboratório realizando análise de FDN do farelo de trigo. Foi
pesado 1,0023 g de amostra e o cadinho filtrante vazio pesou 23,7037g. Após
digestão com o detergente neutro e posterior secagem, o cadinho+resíduo seco
pesou 24,1231g. Calcule o teor de FDN.
5) Sabendo que o farelo de trigo do exercício acima contém 89,65% de matéria
seca, expresse o teor de FDN na base de matéria seca.
6) Recorra à tabela de Rostagno et al. (2005) e tente calcular o teor de hemicelulose
do milho, farelo de soja e farelo de trigo, a partir dos dados de FDN e FDA.
Sugestão de leitura
Sugerimos o artigo: Ferreira W. M. Os componentes da parede celular vegetal na
nutrição de não ruminantes. Simpósio Internacional de Produção de Não Ruminantes.
Anais da XXXI Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia. p. 85-113, 1994.
Análise de cálcio
Para análise do cálcio, podem ser utilizadas diferentes metodologias, como,
absorção atômica, gravimetria ou oxidimetria (permanganometria). Quando se utiliza
esta última, se quantifica o teor de cálcio a partir de uma série de reações, onde um forte
agente oxidante (KMnO4) é utilizado. Por adição de oxalato de amônio, o cálcio é
precipitado ocorrendo a seguinte reação:
Análise de fósforo
Para análise do fósforo, diferentes metodologias podem ser utilizadas, tais como
absorção atômica e métodos que ser baseiam na intensidade de coloração da amostra, tais
como fotocolorímetro ou espectofotômetro.
Para melhor compreensão da análise de fósforo, alguns princípios básicos de
ótica devem ser discutidos. Chamamos de transmitância a quantidade de energia que
atravessa a amostra. Quanto mais intensa for a coloração de um meio, menos luz poderá
atravessar e assim, menor será a transmitância. Já a absorbância se refere à quantidade de
energia absorvida pela amostra e quanto mais intensa for a coloração do meio, maior será o
valor de absorbância (proporcional à concentração do soluto). A lei de Lambert diz que a
quantidade de luz absorvida é diretamente proporcional ao logaritmo da seção transversal
do solvente. Já a lei de Beer coloca que a quantidade de luz absorvida é diretamente
proporcional ao logaritmo da concentração do soluto. Para essa análise, o equipamento
deverá trabalhar no comprimento de onda de 420 nm.
O procedimento analítico se baseia na ação do molibidênio sobre o íon fosfórico,
resultando em ácido fosfomolíbdico. Após redução, utilizando-se o ANZA ou FOTORREX
(fortes agentes redutores), haverá formação de um complexo de cor azul, onde a intensidade
de coloração será proporcional à concentração do fósforo. Para leitura, faz-se o uso de uma
escala logarítmica.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Objetivo: Preparar a solução estoque que será utilizada para análise de minerais
Cada grupo de alunos realizará a abertura da amostra comumente utilizada para
as práticas anteriores. Uma queima da amostra deverá ser previamente realizada,
conforme visto na aula prática 03 (determinação das cinzas ou matéria mineral) tendo o
cuidado de anotar o peso da amostra inicial. Após, poderá se utilizar a seguinte marcha
analítica simplificada:
1) Transferir as cinzas para um béquer de 250 ml
2) Lavar o cadinho com solução de HCl 1:1 totalizando 40 ml
3) Tapar com vidro de relógio e deixar até haver redução de cerca de 1/3 do
volume
4) Filtrar com papel de filtro para balão volumétrico adequado
5) Transferir o conteúdo do balão volumétrico para um frasco adequado, que possa
ser armazenado para futuras análises de minerais.
Obs:
Devido à baixa concentração de alguns minerais no milho, se recomenda
utilizar balão volumétrico de pequeno volume (50 ou 100 ml) para
preparo desta solução estoque.
Deve-se dar atenção à anotação do volume do balão volumétrico
utilizado, pois este valor será utilizado posteriormente.
Amostras de ingredientes minerais como fosfatos e calcáreo não
necessitam de queima, podendo-se proceder diretamente a abertura.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Obs:
A concentração rósea que persiste ao final da análise é devido ao excesso
de KMnO4 que sobra após o término da reação, indicando o ponto final
da titulação.
No passo 04, a partir de 3 horas de descanso, a precipitação de oxalato de
magnésio têm início, o que contribuirá para erro analítico.
Para padronização do KMnO4, solução padrão de oxalato de sódio
poderá ser utilizada.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Exercícios propostos
1) Suponha que vamos fazer análise de uma forragem. Após amostragem no
campo, pesamos 76,98 g de amostra e o saquinho de papel pesou 12,65 g. Após
72 h na estufa a 60°C (pré-secagem) o conjunto (saquinho + papel) pesou
36,98g. Após o material foi moído e identificado para a realização das
análises.Foi pesado 3,2456g da amostra pré-seca. Após, foi feita queima da
amostra no forno mufla para obtenção da matéria mineral. Esse resíduo de
cinzas foi então aberto em HCl e o volume foi completado para 200 mL.
a) Para a determinação do Cálcio, foi retirada alíquota de 25 mL e
procedeu-se a análise. Após, foram gastos 10 mL de solução KMNO4
0,025N de FC = 0,99. Calcule o teor de cálcio na amostra pré-seca, na
base de matéria seca e na matéria natural.
b) Para a determinação do fósforo, uma alíquota de 1 ml foi utilizada. Após
análise foi lida transmitância de 69. Qual o teor de fósforo na amostra
pré-seca, matéria seca e matéria natural? Utilize o gráfico abaixo.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
8.1) Cromatografia
A técnica da cromatografia apresenta altíssima sensibilidade, podendo ser
analisadas concentrações de 10-6g. Além da alta sensibilidade, é possível analisar por essa
técnica um grande número de substâncias na mesma amostra.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Na figura acima, o eixo das abscissas (x) representa o tempo gasto após a injeção
da amostra. Cada aminoácido é lido, em tempos diferentes, devido à afinidade dos
mesmos pela fase estacionária, pois cada aminoácido têm uma cadeia carbônica
diferente dos demais. Os aminoácidos lidos são os seguintes; 1: lisina, 2: histidina, 3:
amônia, 4: arginina, 5: acido aspártico, 6: treonina, 7: serina, 8: ácido glutâmico, 9:
prolina, 10: glicina, 11: alanina, 12: cisteína, 13: valina, 14: metionina, 15: isoleucina,
16: leucina, 17: norleucina, 18: tirosina e 19: fenilalanina. Para determinação da
concentração desse aminoácido podem ser utilizadas equações matemáticas onde se
converte a área do pico em concentração por uma unidade de massa (mg/kg).
eletromagnética, que incide sobre uma amostra sólida finamente moída ou líquida. Este
aparelho emite uma quantidade de energia capaz de fazer vibrar as ligações químicas
que unem os átomos. Esta vibração difere conforme o tipo de ligação.
O NIRS faz comparações entre substâncias já analisadas em laboratório com as
lidas por ele, e possui extrema importância para os modernos laboratórios que se
destinam à análise de alimentos para animais; podendo realizar análises como: matéria
seca, proteína bruta, extrato etéreo, digestibilidade in vivo, carboidratos solúveis,
aminoácidos, etc. Pode predizer também os valores de energia bruta, energia
metabolizável, e energia líquida dos alimentos fornecidos a animais.
Cada substância absorve uma quantidade de energia definida em certo
comprimento de onda, sendo essa uma particularidade de cada substância, uma espécie
de “impressão digital”. A faixa utilizada é o infravermelho próximo, ou seja, de 700 a
2500 nanômetros (nm), pois nesta faixa a análise apresenta menor erro. A análise de
proteína, por exemplo, é realizada na faixa entre 1500 e 1510 nm.
A quantidade de energia absorvida é fornecida pela diferença entre a quantidade
de luz emitida e a quantidade de luz refletida. O esquema dessa análise pode ser
verificado na figura 17.
Analisa de forma muito rápida o teor de proteína bruta, fibra e vários compostos
orgânicos, podendo o resultado ser obtido em questão de segundos.
Pode predizer informações que demandariam experimentos de digestibilidade, tais
como energia digestível, energia metabolizável, etc.
É um que contribui para a sustentabilidade ambiental, pois não gera resíduos
químicos, o que é extremamente importante sobre o ponto de vista da sociedade
moderna.
Não necessita abertura ou destruição da amostra.
Pode-se fazer várias detecções simultâneas, ou seja, analisar diversos itens de um só
vez.
Não necessita de reagentes ou vidrarias.
Quando bem calibrado, possui grande precisão e rapidez.
Dessa forma este equipamento vem a cada dia ganhando maior aceitação nos
modernos laboratórios, porém existem algumas desvantagens, as quais são citadas a
seguir:
É um aparelho extremamente caro e de difícil calibração, muitas vezes demandando
meses ou até anos para que possa ser considerado calibrado. É necessário um
número muito grande de amostras para sua calibração (100 a 500).
Apresenta baixa sensibilidade (0,15%) e sendo assim não apresenta acurácia para
análise de compostos que estejam presentes em baixos teores.
Como são utilizadas análises químicas de rotina para sua calibração, o erros
analíticos recaem sobre a determinação realizada pelo aparelho.
A redução do tempo de calibração dos equipamentos, poderá ser obtida através do
intercâmbio de informações entre laboratórios de nutrição e institutos de pesquisa.
corresponde toda a energia contida entre as ligações químicas das moléculas orgânicas
(amido, fibra, lipídeos, aminoácidos, etc) do alimento.
Como princípio, haverá a quantificação do calor liberado de determinada
amostra completamente oxidada (combustão completa) em ambiente rico em oxigênio (25 a
30 atm de oxigênio). Para isso, se utiliza um equipamento comumente denominado de
bomba calorimétrica que é o calorímetro adiabático de Parr. Ao se realizar a queima da
amostra por combustão, a energia liberada pela amostra é analisada pela bomba de forma
indireta. A amostra é queimada, liberando quantidade de energia que aquece uma
determinada quantidade de água. O aparelho irá medir o aumento da temperatura da água,
sendo este aumento proporcional à quantidade de energia liberada.
Um esquema da bomba calorimétrica pode ser verificado na figura 18.
Exercícios propostos
1) Enumere os possíveis compostos analisados pelos métodos de cromatografia,
absorção atômica, NIRS e bomba calorimétrica. Faça uma tabela.
2) Seu laboratório tem a marca de ser “ecologicamente correto” e assim, não são
realizadas análises químicas de rotina e a geração de resíduos é mínima. O
laboratório dispõe somente de métodos instrumentais. Como poderão ser
determinados os teores das seguintes substâncias? a) acido butírico; b)lisina; c)
ferro; d) energia digestível (predição); e) energia bruta; f) proteína bruta; g) FDN; h)
vitamina E.
3) O que é fase móvel e fase estacionária na análise de cromatografia? Explique o
princípio dessa análise.
4) Consultando a figura 14, explique como são interpretados os resultados qualitativos
e quantitativos no gráfico após a análise de cromatografia.
5) Qual o princípio da análise de absorção atômica? Em que essa análise se assemelha
à análise de fósforo?
6) Discuta as vantagens e desvantagens do NIRS.
7) Se as rações animais não são formuladas com base em energia bruta, para que
realizamos essa análise nos alimentos? Explique.
8) Explique o princípio de funcionamento da bomba calorimétrica.
Sugestão de leitura
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
de processamento do grão. Níveis de urease acima do normal indicam que a soja foi
subprocessada. Já níveis muito baixos sugerem superprocessamento.
Mas como avaliar o nível de uréase? Para isso se mede a variação de pH
proporcionada pela amônia liberada a partir da ação da enzima uréase. No método oficial,
descrito no Compêndio Brasileiro de Alimentação Animal, se utiliza solução tampão de pH
7,00 e a atividade ureática será fornecida pela diferença numérica no pH após 30 minutos.
A atividade ureática ideal deve estar entre 0,01 a 0,15. Para maior detalhamento da
metodologia analítica, sugerimos consulta à literatura citada anteriormente.
Experimento realizado pela empresa POLINUTRI, a partir de 1700 amostras
revelou que grande parte do farelo de soja comercializado no Brasil é de boa qualidade, pois
mais de 96% das amostras analisadas apresentaram atividade ureática satisfatória.
Exercícios propostos
1) Quando soja crua for utilizada para animais não ruminantes, o que pode
acontecer?
2) Quais são os principais fatores antinutricionais. Faça um pequeno parágrafo
sobre cada um. Consulte uma fonte alternativa a essa apostila.
3) Discorra sobre o princípio da análise de atividade ureática.
4) Quais os testes realizados no farelo e soja e qual a importância dos mesmos?
5) O que a enzima urease tem haver com os demais fatores antinutricionais?
Explique em detalhes.
6) Como é a relação existente entre a digestibilidade da proteína e a solubilidade
em KOH? Explique.
7) Qual a principal vantagem de se realizar a digestibilidade da pepsina em
soluções mais diluídas que 0,2%? Explique.
Sugestão de leitura
Sugerimos o artigo Bellaver C; Zanotto D. L.; Guidoni A. L.; Klein C. H. Ajuste no teste de
solubilidade do nitrogênio em pepsina para farinhas de carne e ossos destinadas à
fabricação de rações. Comunicado Técnico, EMBRAPA, 1998.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Figura 20 – Método das duas etapas (Tiley e Terry, 1963) para determinação da digestibilidade in vitro em
forragens.
Para simulação das condições internas do animal, os seguintes itens devem ser
atendidos:
Temperatura: usa-se a estufa ou sala climatizada calibradas para permanecerem em
39,5°C. Nessas condições, a temperatura deve ser constantemente monitorada com auxílio
de um termômetro.
Inóculo: Denomina-se inóculo ao líquido ruminal, retirado da câmara fermentativa do
animal, o qual vai ser misturado a um meio de cultura específico. Esse inóculo irá conter os
microorganismos que irão realizar o processo de fermentação e degradar a matéria
orgânica. Preferencialmente, o líquido ruminal deve ser coletado no período matutino antes
da dieta, devendo ser mantido em garrafa térmica e depois de filtrado e diluído com meio de
cultura específico para posterior utilização.
Anaerobiose: Para se garantir a anaerobiose, deve-se se saturar o meio com CO2. Para isso,
deve-se utilizar mangueira acoplada a um cilindro de CO2, sendo esse gás liberado na
mistura ou na parte superior do frasco.
Poder tampão: A saliva de animais ruminantes apresenta poder tamponante. Dessa forma,
deve haver um artifício que garanta essa característica ao sistema in vitro, além do
fornecimento de nutrientes importantes. Para isso, pode ser utilizada solução de saliva
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
artificial, também chamada de meio de cultura, tampão ou buffer. As mais comuns são as
soluções propostas por MacDougall e Theodorou et al, dentre outras. Esse material é
mistura ao líquido ruminal para formação do inoculo ruminal.
Outros métodos in vitro que vêm ganhando destaque nos últimos anos são os que
avaliam a produção de gases. Esses métodos consistem em basicamente medir o volume ou
a pressão total do CH4 e CO2 e N2, principais gases liberados no processo de fermentação
microbiana. O volume de gás produzido correlacioa-se á digestibilidade do alimento.
A grande vantagem dos métodos de produção de gases está no fato que
possibilitam a descrição da da cinética de fermentação, pois as medidas são realizadas a
cada intervalo de tempo, o que possibilita a construção de curvas de fermentação, sendo
extremamente importantes na avaliação de diferentes alimentos ou cultivares em programas
de seleção. Para estudo da cinética de fermentação, um modelo matemático deve ser
utilizado.
Um método extremamente eficiente foi proposto por Maurício et al. (1999),
sendo denominado de técnica in vitro semi-automática de produção de gases. Este método
avalia a pressão gerada pelos gases, produzidos a partir da fermentação, sendo essa pressão
convertida em volume, a partir de equações matemáticas dependentes da altitude de cada
laboratorio. Para estudo da cinética de fermentação, o modelo matemático de France et al.
(1993) é utilizado. As figuras 21 e 22 apresentam respectivamente a produção acumulativa
de gáses, obtida pela soma da produção de gases em diferentes intervalos, e a taxa de
produção de gáses, medida em no T/2 ou seja metade da assíntoda .
T/2
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Figura 21 - produção acumulativa de gás de 4 híbridos de sorgo. Nota-se que a produção de gás é intensa
nas primeiras horas, mas se estabiliza (Maurício et al., 2003).
Figura 22 - Taxa de produção de gáses de 4 híbridos de sorgo. Nota-se que a produção de gases é intensa
nas primeiras horas, a partir de materiais facilmente fermentáveis, como amido. Após as 16 h, a curva
apresenta ligeira inclinação, devido a fermentação de substancias como a celulose. Retirado de Maurício
et al. (2003).
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
preparado e pesado.
8) Levar a estufa, deixando permanecer durante 24 h, a 105 h.
9) Retirar, esfriar e pesar.
10) Pode-se utilizar a seguinte fórmula para cálculo:
Exercícios propostos
1) No Método de digestibilidade in vitro proposto por Tiley e Terry, como são
simuladas as condições internas dos animais ruminantes? Em um parágrafo
curto, resuma a seqüência analítica desse método.
2) Faça um quadro comparativo apresentando os métodos in vitro e in vitro.
Apresente vantagens e desvantagens dos mesmos.
3) O que são métodos de produção de gases? Quais as vantagens obtidas quando se
trabalham com esses métodos?
4) Qual é o princípio do teste de digestibilidade in vitro de forragens para
ruminantes?
5) Como o de digestibilidade in vitro, proposto por Tiley e Terry (1963) é
realizado, ou seja, elabore uma seqüência de procedimentos a serem feitos para
essa determinação.
6) A partir do Excel, ou outra planilha, elabore um gráfico com linha de tendência
(linear) e valor de R2. Para a construção dos gráficos, pode-se utilizar os
seguintes dados:
a) Alunos de A a F:
In vivo In vitro
60,2 50,8
65,9 52,1
66,2 53,0
61,1 51,7
70,3 55,0
b) Alunos de G a N:
In vivo In vitro
71,6 42,6
72,0 42,9
80,0 45,0
69,1 41,3
66,0 39,7
c) Alunos de O a Z:
In vivo In vitro
60,2 50,8
65,9 52,1
66,2 53,0
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
61,1 51,7
70,3 55,0
Para resolução, poderá ser utilizada a seguinte seqüência: 1) Inserir
gráfico; 2) Escolher dispersão; 3) Clicar com botão direito sobre um ponto e
adicionar linha de tendência linear; 4) Clicar em exibir equação e valor de R2.
11) Testes físicos, granulometria e análise microscópica de rações
Dentro da moderna indústria de rações, bem como nos laboratórios de
nutrição animal, as verificações das características físicas e sensoriais são de extrema
importância. Nessas análises, podem ser avaliadas a forma física, cor, granulometria,
presença de impurezas, densidade além de características organolépticas como odor e
paladar. Estes testes não destrutivos são de extrema importância para controle de
qualidade na recepção dos ingredientes, bem como de produtos acabados. Os testes
físicos são aplicados a todas as mercadorias que irão ser recebidas pelas fábricas de
ração. Toda carga de milho deve receber avaliação, onde são verificados, além de
características organolépticas, o nível de grãos fora do padrão, chamados de avariados.
A análise de granulometria consiste de ferramenta valiosa para melhor compreensão do
tamanho da partícula da ração e assim favorecer o processo nutritivo ou reduzir custos.
Já a microscopia de ração é uma metodologia simples que proporciona a identificação
de possíveis contaminantes na ração. A seguir, estes testes serão mais detalhados.
11.1) Granulometria
A análise de granulometria se refere à verificação e caracterização do tamanho
das partículas da ração ou ingredientes.
O tamanho das partículas tem influencia direta sobre a digestibilidade dos
nutrientes no trato gastrintestinal dos animais. Quanto maior o tamanho, menor tende a
ser a digestibilidade. Por outro lado, partículas muito finas também não são desejadas,
pois podem favorecer o excesso de pó na fábrica além da rápida fermentação, o que
poderá provocar desequilíbrio no pH da câmara fermentativa. Além disso, as partículas
finas demandam muita energia elétrica do equipamento de moagem para a sua
formação.
A correta realização da amostragem é muito importante para que o material a ser
analisado seja realmente representativo. É aconselhável que se retire varias sub-
amostras de vários pontos diferentes, até que complete 1,0 quilo. Considerando um
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
laboratório onde são realizadas varias analises por dia de diferentes alimentos, ou até
mesmo varias analises do mesmo alimento vindo de fontes diferentes, é imprescindível
que as amostras sejam bem embaladas e identificadas, ao serem enviadas para os
laboratórios.
Um método eficiente foi proposto por Zanotto e Bellaver (1996). Este método
utiliza um conjunto de peneiras de diferentes tamanhos, acopladas a um equipamento
vibrador. Após o peneiramento, é medida a quantidade retida em cada peneira.
O procedimento no laboratório para determinação da granulometria pode ser
verificado a seguir:
Após amostragem, retira-se 500 g de amostra.
Leva-se à estufa 105°C por 24 horas, a fim de evitar agregação de partículas
finas nos crivos de menores diâmetros, para que assim não haja interferência
nos resultados.
Pesar 200 g de amostra seca e colocar no conjunto de peneiras
Deixar em aparelho específico sob vibração, por 10 minutos. Para isso, deve-
se usar conjunto de peneiras U.S.B.S. de números 5, 10, 16, 30, 50, 100 e
fundo. As peneiras devem ser sobrepostas em ordem crescente de abertura de
malhas
Separar e pesar a quantidade retida em cada peneira.
Para verificar a porcentagem de cada parcela retida, basta dividir o
conteúdo retido pelo peso inicial da amostra, multiplicando-se o quociente por
100. A partir dos resultados obtidos, é possível o cálculo de parâmetros
importantes, descritos a seguir:
a) índice de uniformidade (IU): O IU indica a proporção relativa entre partículas
grossas (maior que 2 mm), médias (entre 0,6 e 2 mm) e finas (menor que 0,6
mm). Para cálculo do IU, basta somar a porcentagem das frações retidas em três
grupos de peneiras: peneiras tamanho 5 e 10 (fração grossa); peneiras 16 e 30
(fração média) e peneiras 50, 100 e fundo (fração fina).
b) módulo de finura (MF): O MF assume valores numéricos entre 0 e 6. Quanto
mais próximo de zero, menor o tamanho das partículas e quanto mais elevado o
valor, maior a proporção de partículas grossas. O cálculo de MF consiste
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Para cálculo do IU basta somar a porcentagem das peneiras grossas, médias e finas.
Como resultado, tem-se a proporção entre as partículas nos três grupos:
Grossas: 2 + 14 = 16%
Médias: 14,5 + 41,0 = 55,5%
Finas: 27,5 + 1,0 = 28,5%
Para cálculo do MF, multiplica-se a porcentagem retida pelo fator k1, conforme
realizado na tabela. O MF será o somatório deste produto dividido por 100.
Então: 319,0/100 = 3,19
Para cálculo do DGM, deve-se utilizar a equação de Handerson e Perry (1955):
DGM(μm) = 104,14x(2)MF
DGM(μm) = 104,14x(2)3,19
DGM (μm) = 950,38 μm
Grãos mofados: são grãos que apresentam fungos visíveis (mofo) a olho nu. Estes
podem levar alto risco de contaminação para os animais que consumirem ração
composta por estes grãos, principalmente devido as aflatoxinas que são metabólitos
secundários produzidos pelos fungos.
Grãos chochos: são grãos desprovidos de massa interna, que não se desenvolveram
quando na espiga, são enrugados. Deve-se ter o cuidado de não confundir esses
grãos com grãos “ponta de espiga” os quais são de pequeno tamanho.
película protetora. Também grãos ardidos que foram queimados de forma excessiva,
apresenta parte de seus carboidratos complexados com aminoácidos, fato
comumente denominado de reação de Maylard.
Cálculos:
Exercícios propostos
Sugestão de leitura
Sugerimos a leitura do artigo de revisão: Machado L. C.; Costa D. M. Qualidade do
milho para utilização na alimentação animal. III Semana de Ciência e Tecnologia do
IFMG campus Bambuí, 2010. Anais..., CD Rom, 2010.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
12.1 - Armazenamento
O armazenamento de rações é um item de extrema importância numa fábrica de
rações. Um armazenamento realizado de forma inadequada poderá proporcionar
redução na qualidade das rações.
O ideal é armazenar o menor tempo possível, o que necessitaria de maior
controle logístico da empresa. Os ingredientes são armazenados em silos ou nas
próprias sacarias. Milho, e sorgo são armazenados em silos. Ingredientes líquidos como
melaço, óleos podem dispor de tambores para armazenamento. Ingredientes como farelo
de soja, farelo de trigo, farinha de carne e ossos, dentre outros, podem ser armazenados
nas próprias sacarias, sendo essas empilhadas sobre estrado de madeira (palet) e
mantidas a pelo menos 10 cm da parede e do chão.
Não só o armazenamento mas também o controle de qualidade se inicia no
momento da compra das matérias primas, isto é, o comprador precisa adquirir produtos
que irão permitir a elaboração de uma ração de alta qualidade, seja ela física sanitária ou
nutricional. Os compradores devem criar um sistema de seleção e qualificação de
fornecedores, que também deverá estar previsto no manual da qualidade.
Para recepção desses ingredientes, a equipe do controle de qualidade deve estar
atenta aos níveis de umidade. O milho preferencialmente deve ser recebido com até
13% de umidade, pois a mesma favorece o desenvolvimento de fungos, e por
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
12.2 – Micotoxinas
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Muito critério deve ser considerado para interpretação dos efeitos das
aflatoxinas, pois essas condições são verificadas comumente em animais experimentais,
os quais recebem altas doses dessas substâncias. Muitas vezes os sinais são subclínicos,
não havendo percepção por parte do responsável pelos animais.
A aflatoxina é um dos mais potentes agentes cancerígenos podendo lesionar as
vísceras do trato gastrointestinal e principalmente o fígado do animal. A absorção é
rápida e o depósito acontecerá a nível hepático, o que contribui para a destruição desse
órgão. Como principais efeitos, haverá aumento no tamanho de órgãos como fígado,
rins e baço, ma absorção de nutrientes, lesão hepática e hemorragias, falta de apetite
(anorexia) o que poderá proporcionar queda no desempenho animal, perda de peso,
queda na produção e na qualidade dos ovos além da redução na imunidade dos animais.
As micotoxinas presentes nos animais podem ser consumidas por humanos a
partir da ingestão da carne contaminada. O fígado é o maior depósito de aflatoxinas, que
pode contaminar humanos, sendo um forte agente cancerígeno.
Outras toxinas também podem ser citadas. A toxina T2 (deoxynivalenol) é uma
substância produzida por fungos do gênero Fusarium que pode causar redução no
consumo de ração, atrofia do oviduto e do ovário e dificuldades para o animal se
alimentar. As ocratoxinas são metabólitos tóxicos produzidas por fungos Penicillium
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
viridicum e Aspergillus ochraceus que podem causar lesão no fígado, aumento nos
tamanhos do pâncreas e rins proporcionando diminuição no ganho de peso e diminuição
na produção e qualidade dos ovos. Embora pouco pesquisadas, existem outras
micotoxinas como zearalenona, fumonisinas, citrininas, dentre outras.
O desenvolvimento dos fungos toxigênicos e a produção de micotoxinas são
dependentes ou influenciados por uma série de fatores, entre eles destacam-se a
umidade, a temperatura, o nível de oxigênio e a ocorrência de competição entre os
componentes da microbiota normal.
A seguir, são apresentados na Tabela 08, os principais tipos de fungos e as
respectivas micotoxinas que eles produzem em rações armazenadas, e os efeitos que
causam no organismo animal. Uma única espécie de fungo pode produzir inúmeros
tipos de micotoxinas. Assim, uma mesma amostra de ingredientes ou rações pode conter
mais de um tipo de micotoxinas e seus efeitos podem ser desastrosos.
Exercícios propostos
1- Porque o armazenamento de rações é um item de extrema importância numa
fábrica de rações?
2- As micotoxicoses podem resultar da ingestão de toxinas produzida por 3 tipos de
fungos, quais são eles?
3- Cite as micotoxinas mais comuns e explique a mais importante?
4- Para a prevenção do aparecimento de micotoxinas, quais os cuidados devem ser
tomados? Caso queira realizar o tratamento de materiais contaminados por
micotoxinas, o que deverá ser utilizado cite?
5- Faça um pequeno texto sobre Rancidez oxidativa.
6- Cite os tipos de antioxidantes? Por que utilizamos?
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
Tabela 10 – Quadro Resumo dos cinco sensos que compõem a técnica 5s.
S Sensos Prática
1° Senso de utilização Separar coisas úteis das coisas inúteis. Ver o que pode ser
reciclado ou negociado.
2° Senso de ordenação Arrumar, identificar, padronizar. Todos devem saber localizar os
itens de estoque ou de uso cotidiano.
3° Senso de limpeza Local limpo, roupa limpa, corpo limpo. O objetivo de é
proporcionar um ambiente ideal de trabalho.
4° Senso de saúde Física e mental: alimentação adequada, eliminar fontes de
acidentes, poluição. Praticar esportes. Cuidar do bom
relacionamento.
5° Senso de autodisciplina Ser responsável. Seguir os procedimentos da empresa, princípios
éticos e morais. Buscar o auto-desenvolvimento.
Note que essa técnica, assim como outros sistemas dão grande ênfase ao bem
estar e conscientização dos funcionários, que devem estar satisfeitos e conscientes de
seus atos para que toda empresa tenha êxito.
Exercícios propostos
1) O que são sistemas para garantia da qualidade? Explique.
2) Hoje a pressão da sociedade para que as fábricas de alimentos produzam
alimentos seguros é muito grande. Quais foram os principais acontecimentos que
evidenciaram a grande necessidade das fábricas de ração adotarem métodos de
garantia da qualidade?
3) Como são determinados os graus de risco dentro do sistema de HACCP?
Explique.
4) A partir da identificação dos riscos, quais medidas poderão ser tomadas dentro
do sistema HACCP?
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR
8) Referências bibliográficas
Compendio Brasileiro de Alimentação Animal. Publicação realizada pelo
SINDIRAÇÕES, com
apoio da ANFAR, CBNA e Ministério da Agricultura. Publicado em 2005.
SILVA D. J.; QUEIROZ A. C. Análise de alimentos: métodos químicos e biológicos. 3
ed. Viçosa:
UFV, 2002. 235p.
VAN SOEST P. J. Use of detergents in the analysis of fibrous feeds. II. A rapid method
for the
determination of fiber and lignin. Journal Association Official Analysis, v. 46, p. 829,
1963.
VAN SOEST P. J.; ROBERTSON J. B.; LEWIS B. A. Methods for dietary fiber,
neutral detergent
fiber, and nonstarch polysaccharides in relation to animal nutrition. In: Symposium:
carbohydrate
methodology, metabolism, and nutritional implications in dairy cattle. Journal of Dairy
Science, v.
MATERIAL EM ELABORAÇÃO – SUGESTÕES:
LUIZ.MACHADO@IFMG.EDU.BR