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INSTITUTO FEDERAL DE
EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PARAÍBA
Leitura literária ou
História da Literatura?
1 Objetivos de aprendizagem
2 Começando a história
Caro estudante,
Pois bem, aqui nesta aula, iremos tratar mais detalhadamente dessa discussão.
Noutras palavras, discutiremos sobre o ensino de literatura a partir da leitura
integral dos textos, pensando os estudos de história e de teoria da literatura
como conteúdos a posteriori.
3 Tecendo conhecimento
Nosso objetivo maior aqui é lançar uma discussão mais focada na relação entre
literatura e ensino, no sentido, também, de apontar referências bibliográficas
importantes e situar a discussão num âmbito mais nacional.
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AULA 07
Para tanto, iniciaremos nossa reflexão por uma questão bastante séria e urgente,
que é a democratização da leitura.
Leia no box abaixo uma discussão sobre um estudo importante de Magda Soares.
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AULA 07
Outro aspecto apontado por Lígia Chiappini (2005) como inadequado no ensino
de literatura diz respeito à apresentação das obras por meio de fragmentos
de textos disponibilizados em livros didáticos. E isso se dá, primordialmente
também, quando o ensino de literatura acontece por meio do historicismo puro
e simplesmente, tendendo ao positivismo, ou seja, a uma maneira de observar
os fenômenos históricos por meio de classificações que, muitas das vezes, são
extremamente arbitrárias.
Como assim?
Ora, entendendo certos fenômenos históricos (no nosso caso, a literatura) sem
analisá-los em seus aspectos mais particulares e individuais, ou seja, generalizando-os
e colocando-os num rol em que se afinam pelos elementos comuns.
Vejamos o que diz Alfredo Bosi (2002, p. 9-10) em seu estudo sobre o assunto:
Uma história da literatura que pretendesse ser verdadeira, isto
é, fiel ao seu objeto, deveria admitir que os textos dispostos no
tempo do relógio não têm a continuidade nem a organicidade
dos fenômenos da natureza. Os escritos de ficção, objeto por
excelência de uma história da literatura, são individuações
descontínuas do processo cultural. Enquanto individuações,
podem exprimir tanto reflexos (espelhamentos) como
variações, diferenças, distanciamentos, problematizações,
rupturas e, no limite, negações das convenções dominantes
do seu tempo.
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Leitura literária ou História da Literatura?
Para que uma história da literatura seja mais próxima da verdadeira e que
contemple toda a sua produção, deve:
Exercitando
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Leitura literária ou História da Literatura?
Para tanto, sugerimos historiografias que, para além dos quadros classificatórios,
são verdadeiras análises de textos literários, os quais são discutidos como obras
que fazem parte de um determinado chão histórico e social, mas que, acima de
tudo, apresentam particularidades.
Por exemplo:
Figuras 1 - 2
5 Trocando em miúdos
O assunto apresentado aqui não se esgota nessa breve aula, pois demanda
ainda alguma discussão e leituras de diversos estudos. O mais importante aqui é
responder à pergunta que intitula a aula: Leitura literária ou História da Literatura?
6 Autoavaliando
Chegamos ao final da nossa aula e precisamos ter mais ou menos claro em nossa
mente algumas respostas, ou, pelo menos, condições de problematizá-las ainda
mais. Como assim? 1. Como devemos lidar com a literatura em sala de aula?
Partindo da própria literatura ou do que se fala sobre ela? 2. Leitura literária ou
História da Literatura? Qual merece mais a nossa atenção? Uma exclui a outra?
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Referências
______. História concisa da Literatura Brasileira. 32. ed. São Paulo: Cultrix, 1994.
SILVA, Maria Analice Pereira da. O romance Dois irmãos no ensino médio
e no vestibular: uma discussão teórico-metodológica. Tese de Doutorado.
Universidade Federal da Paraíba: João Pessoa, 2008.
SOARES, Magda Leitura e democracia. In: SANTOS, Maria Aparecida Paiva Soares
dos. et al. Democratizando a leitura: pesquisas e práticas. Belo Horizonte: Ceale;
Autêntica, 2004.