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hot rods # 120

Especial CUBA
picape ford 1939 - Fiat 500 - Chevrolet Marta rocha 1955

ISSN 1808-9399
ano 9 #120
R$ 19,90

Marta rocha
ford 1939 rat rod

Picape Chevrolet revive a década


www.cteditora.COM.BR

de 1950 com estética moderna


e fôlego do motor 6 cilindros
Cultura: A batalha dos rodders brasileiros em busca da “placa especial” Evento: 1º Clássicos Brasil
Técnica: O que você acha de adaptar um motor elétrico em um hot rod?
Editorial

Novas possibilidades
Hot rod elétrico, placa preta, exposição de clássicos, carros cubanos...
Assunto é o que não falta nesta edição. Aproveite!
Ademir Pernias e Ricardo Kruppa - editores

P
ode parecer uma contradição, em se tratando de uma Confira ainda a cobertura da exposição Clássicos Brasil,
revista cujo principal assunto são os carros antigos cus- que reuniu em São Paulo cerca de 130 veículos represen-
tomizados. Mas novidade é o que não falta nesta edi- tativos das diversas fases da indústria automotiva nacio-
ção de Hot Rods! Uma delas, que pode te surpreender, nal, da “era JK” até a Nova República.
é o hot rod elétrico. Antes de fazer cara feia, leia o artigo E mais: um panorama da frota de carros que circula em
sobre o assunto, que aborda de maneira direta a vantagem Cuba, a maioria formada por carrões americanos da década
de adaptar um ou mais motores elétricos em um carro antigo. de 50. Verdadeiras sucatas sobre rodas, mas que podem ser
Outra reportagem que vai dar o que falar é a movimen- uma boa fonte de peças para quem deseja montar um hot.
tação dos rodders brasileiros em busca de regulamentar Temos ainda a história de uma picape Marta Rocha
a emissão de placas de veículos especiais customizados 1955, cuja restauração inclui estética moderna e fôlego
para os hots. Saiba a proposta do grupo, que pretende de um motor 6 cilindros, e o “T-Balde”, um dos primeiros
levar às autoridades de trânsito do país a minuta da regu- hots nacionais construído na década de 1980.
lamentação da atividade rodder por aqui. Boa leitura e até a próxima.
Sumário

Chevrolet Marta Rocha 1955

06 Marta Rocha revive década de 50 com estética moderna e fôlego renovado


pelo motor 6 cilindros: um clássico que traz doces lembranças

Hot Rods
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Hot do Leitor Cultura Hot

16 Acompanhe a saga do leitor para montar


e conseguir documento para sua F1 1948 24 Rodders buscam soluções para regulamenta-
ção dos veículos “antigos especiais”

Evento - 1º Clássicos Brasil Especial- CUBA

30 Exposição em São Paulo passa em revista a


história da indústria automotiva nacional 40 Meio século de embargo americano
mantém nas ruas carros dos anos 50

Fiat 500 Picape Ford 1939

58 Pequeno modelo da Fiat recebe motor de


Lamborghini Murcielago V12 66 Motor flathead e suspensão socada no chão
são atrações de picape Ford 1939
Chevrolet Marta Rocha 1955

Alinhavando a
memória
Marta Rocha revive década de 50 com estética moderna e fôlego do motor
6 cilindros: um clássico que traz doces lembranças
Texto: Bruno Bocchini::Fotos: Ricardo Kruppa
Chevrolet Marta Rocha 1955

O
s modelos Chevrolet Amazona, Alvorada, Corisco,
6500, Boca de Bagre e C10 podem mexer com
a cabeça de qualquer entusiasta. Mas basta olhar
um raro exemplar da 3100 Marta Rocha para que
a história se transforme. Fabricado de meados de
1955 até o final de 1956, o veículo de design
arredondado arrebatou os brasileiros. O apelido, claro,
foi emprestado do nome da modelo brasileira Martha
Rocha, que em 1954 conquistou o segundo lugar no Miss
Universo. Tratava-se de uma picape com mecânica robusta,
pouco confortável, resistente para transportar peso e enfren-
tar estradas de terra. Alguns dizem que o apelido veio da
cabine larga. Outros, dos para-lamas evidentes. Por isso, o
nome veio a calhar (sem o “h”, diferente da homenageada).

Caçamba com assoalho de madeira:


capricho nos mínimos detalhes
Hot Rods 8
Hot Rods 9
Chevrolet Marta Rocha 1955
Albino Nardi Junior, empresário de São Paulo de 45 anos,
sempre foi fã do 3100. Há 11 anos ele adquiriu a Marta
Rocha para, anos mais tarde, transformá-la outra vez em
sensação. A “velha escola” da GM em produzir veículos
“sólidos” passa despercebida na reconstrução projetada por
Albino. Isso porque o conforto e a modernidade estão presen-
tes em cada detalhe do veículo. “Modificar é sempre muito
difícil. Ainda mais quando você começa a mexer com um
clássico que é pouco visto. Sempre dá certa preocupação,
mas todos estão elogiando, acho que deu certo”, comenta.

Retrovisores e para-choque importados, rodas Enkei de 20” e pintura


saia e blusa dão o tom nas modificações externas
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Chevrolet Marta Rocha 1955
Projeto de família
As curvas permanecem na tradicional carroceria, mas o avan-
ço na mecânica e no interior do modelo revela nova forma de
reescrever a memória do clássico. Albino, ao lado dos irmãos
Wagner e Adriano, mantém a oficina restauradora Centro
Automotivo Nardi, em São Paulo. Foi no espaço da empresa
familiar que a Marta Rocha ganhou forma. A ideia de projetar
o carro começou a ser desenhada com o pai para ganhar cor
e sentido nas mãos dos filhos. “Meu pai foi o nosso grande
incentivador, desde o começo. Ele sempre trabalhou nesse
segmento, projetava rodas de madeira para Fordinho, foi um
grande mestre. E a Marta Rocha começou a ser pensada junto
com ele. Infelizmente, ele nos deixou, mas o poder de transfor-
mar continua em nossas mãos”, reforça Albino.
Com a carroceria prejudicada pelo tempo, a Marta Rocha
ocupou espaço na oficina por muitos anos. Com a morte do
pai, Albino deixou o carro de lado até retomar o trabalho.
“Todos perguntavam quando nós voltaríamos a mexer no
modelo. Mas algumas coisas não são tão simples. O tempo
foi importante para nós. Durante os últimos seis anos, sem
pressa, tocamos o projeto”, explica.

Toque de modernidade
Montada no chassi da Silverado, a Marta Rocha recebeu
motor 6 cilindros de Opala com carburação, câmbio Clark de
quatro marchas e diferencial 13x43 de Landau. O conjunto é
completo e conta com sistema de ar-condicionado, direção e
embreagem hidráulicas. Desde o estofamento até a tapeçaria
foram ações praticadas pelos irmãos. Adriano Nardi foi res-
ponsável por toda a parte elétrica do carro, enquanto Wagner
preparou a pintura especial para o modelo: a Marta Rocha
exibe na parte superior a cor vermelho Rembrandt da GM e
na divisão inferior preto Phantom da Subaru.
Para harmonizar o estilo da Marta Rocha os irmãos testaram Pintura nas cores vermelho e preto
oito jogos de roda, até calçarem os pneus com modelos aro
20 da Enkei. “Nós gostamos de verificar primeiro que roda e conjunto mecânico moderno:
o carro vai levar. Porque, dependendo do modelo, perde a
característica, fica sem sentido. Então, depois de testarmos vida nova à picape Marta Rocha
diversas rodas, achamos esse modelo mais adequado. Aliás,
são os únicos itens importados no carro, as rodas, o para-
-choque e os retrovisores”, aponta Albino.
A Marta Rocha está longe de ser desconfortável. Sua suspen-
são é camarada e o banco contribui para dar a impressão
de maciez ao rodar. Na época, a fábrica definia o assento
do modelo como sendo de luxo, mas em nada se compara
Hot Rods 12

ao conforto atualizado por Albino. Agora, a única ação que


resta é a cromação do volante para dar o toque final ao clás-
sico. Dos tempos de lata velha esquecida, para a moderni-
dade que encanta pelas ruas: a Marta Rocha tem o poder de
tornar viva a figura de um pai que sempre esteve presente na
formação automotiva dos filhos. Uma lembrança que aquece
o coração e injeta doses de alegria.
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Chevrolet Marta Rocha 1955

Abaixo, os irmãos Nardi, e o tributo à memória do pai

Ficha Técnica
Chevrolet Marta Rocha 1955

Mecânica
Motor 6 cil. de Opala, alimentação por carburador, câmbio
Clark de quatro marchas e diferencial 13x43 de Landau

Parte interna
Estofamento, tapeçaria e bancos em couro projetados pela
Centro Automotivo Nardi. Ar-condicionado e direção hidráulica.
Assoalho elevado

Parte externa
Pintura especial vermelho Rembrandt da GM e preto Phantom
da Subaru, rodas Enkei de aro 20 e para-choque e retrovisores
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importados

Quem fez?
Centro Automotivo Nardi. Tel.: (11) 3931-9320.
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Hot do Leitor

Sem lenço, sem documento


Acompanhe a saga do leitor para montar e conseguir documento para sua F1
1948, que o acompanha desde 1988
Texto e fotos: Amarildo Antonio Germiniani
“S
ou o feliz proprietário de uma F1 1948 que
está comigo desde 1988, um ano após eu
ter me formado. Já a reformei três vezes,
com minhas próprias mãos. Agora, que já
não posso mais encaixar sozinho a caixa
de marchas, deitado de costas sob o chassi,
decidi deixar o serviço para uma oficina.
A história deste modelo começou com um presente de
meu avô, que tive de vender para pagar a universidade.
Mas com a promessa a mim mesmo de que compraria
outra na primeira oportunidade.
Esta última reforma já me consumiu dois anos, e alguns
detalhes a mais fizeram a demora se tornar um tormento. A
primeira reforma levou três anos e meio e exigiu muitas visitas
a ferros-velhos e desmanches, horas e mais horas quebrando
a cabeça, pois a picape não tinha banco, para-brisa, fecha-
duras, motor, sistema elétrico e freios. O eixo dianteiro estava
torto e o traseiro era do Maverick. Resumindo, era só cabine e
caçamba que, além de não ser dela, estava toda ‘ferrada’.
Primeiramente comprei pneus e rodas e um conjunto de
motor V8 e caixa de picape. Ajeita daqui, solta dali e,
enfim, ela rodou, para minha alegria.
Como o velho V8 fervia muito, troquei-o por um 302. Mas
este também tinha temperamento forte, além de um vício
por óleo. Fui aos Estados Unidos, pois não achei à época
quem vendesse essas peças (lembro que a internet veio bem
depois). Sem saber nada de inglês e coisa alguma de mecâ-
nica, entrei na Tennesse Speed Sport, em Nashville, onde
comprei jogo de pistão, anéis, bronzinas, bielas, distribuidor,
válvula termostática, ventoinha, bomba d’água, filtro de
gasolina, velas de ignição, bobina, dois conjuntos de cabos
de velas (não me pergunte por que dois), bomba de gasolina
elétrica, etc. Metade dos itens não usei, pois não serviram.
Mas o vendedor gostava de hot rods, me mostrou foto do
carro dele, do cachorro, da namorada (nesta sequência) e
ainda ganhei uma camiseta que usei até uns anos atrás.
A dificuldade, a partir daí, era achar quem poderia mon-
tar o 302. Usinado o bloco, achei um velho mecânico
aposentado que me ajudou a montar o ‘bicho’. Infelizmen-
te ficou vazando água no coletor de admissão, mas nada
que uma cola não desse jeito.
Infelizmente, a “Preta” (sempre a pintei de vermelho, mas
quando chegou às minhas mãos a picape era preta, e
ficou o nome) tinha um problema de identidade. Ela não
tinha documento e como estava havia anos jogada num
barracão, em completo abandono, não foi possível recu-
perar. Mas, para poder andar, eu precisava de um docu-
mento, afinal todo mundo tem que ter RG ou CPF.
Desde que a adquiri, falava com todo mundo que conhecia,
buscando uma forma de regularizar a F1. Certo dia um
amigo me sugeriu montá-la sobre outro chassi, pois já tinha
Hot do Leitor
gasto um tempo razoável na busca por documento e nada
indicava que conseguiria.
A reforma já tinha consumido muito tempo e, como não
sou de desistir, fui atrás de uma picape que pudesse des-
montar e usar chassi e documento. Infelizmente o que con-
segui foi uma Ford F100 1960, que desmanchei e vendi
todo o resto para um desmanche. Rodei com ela desta for-
ma mais de 50.000 quilômetros e, quando me paravam,
era para ver o carro ou sentar atrás do volante.
Nesta última reforma, pensei ser possível fazer o que
tanto leio por aì: montá-la sobre o chassi de outro carro e
aí regularizar. Inclusive vi vários veículos montados sobre
Silverado, S10, Ranger etc.
Nesta última reforma planejei tudo direitinho, guardei recursos
e li a respeito. Como muito do que li falava em montar sobre
uma Ranger, fui a São Paulo comprar uma. Transportei a Ran-
ger para minha cidade e, ao começar a usá-la, para minha
surpresa, não gostei de nada do carro. Decidi então procurar
um motor, conversa daqui, conversa dali, me ofereceram um
motor V8 da Explorer, mas a um preço nas alturas. Entro na
internet, acho varias Explorers, vendo a Ranger para SC, volto
a SP e, depois de muito pesquisar, comprei uma Explorer em
perfeito estado, tanto de motor como de aparência.
Tenho o carro, tenho a oficina, tenho o que quero. Mas falta
o quê? Isso mesmo, o documento. Já faz dois anos que estou
atrás de regularizar este carro e não acho quem me ajude”.
Hot Rods 18

F1 1948 de Amarildo: apelidada de


“Preta”, apesar da cor vermelha
Hot Rods 19
História

“Carro estranho”
Da série “Desbravadores do Hot Rodding Nacional”, o “T-Balde”
do Ariovaldo Vicentini
Texto: Aurélio Backo::Fotos: Ariovaldo Vicentini

Ariovaldo Vicentini e o “T-Balde” no início da década de 80

N
Hot Rods 20

o início dos anos 80 caiu em redor de um motor V8 exposto. E, insta- Ariovaldo, empresário do ramo meta-
minhas mãos uma revista Motor lado atrás deste motor, havia o que pare- lúrgico e morador de São Paulo, era
3 que tinha na capa um carro cia ser um pedaço de calhambeque. um aficionado por carros e, em espe-
“estranho” que me chamou a Dentro da revista descobri que este carro cial, por carros antigos e originais. O
atenção. O carro, basicamente, “estranho” era um hot rod e o construtor contato com revistas norte-americanas
era um monte de cromados ao da obra de arte era Ariovaldo Vicentini. lhe mostrou outra vertente dos carros
antigos, a dos hot rods. Com sua expe-
riência na restauração de antigos e com
a estrutura de sua fábrica de prensas,
ele percebeu que poderia montar um
daqueles carros que apareciam nas
revistas Hot Rod, Rod and Custom e
Street Rodder. Naquela época não
havia internet e muito menos TV por
assinatura. As revistas eram a fonte das
informações deste tipo de cultura.

Este foi o Ford 1929 doador da carcaça

O Landau 1975
que foi “abatido”
para a retirada da
mecânica

A carcaça do Fordinho já modificada


com a retirada das portas traseiras

O modelo de inspiração foi o valor comercial, pois chegava a fazer


T-Bucket. Mas como, aqui, uma car- apenas 3,5 km com um litro de gaso-
caça de Ford T era difícil de achar, lina. Naquela época o custo da gaso-
no seu lugar foi usada uma de Ford lina era altíssimo. Atualmente o preço
1929. Na verdade, Ariovaldo com- do barril de petróleo está ao redor de
prou um Fordinho inteiro, do qual 45 dólares; em 1980, ou seja, 35
aproveitou apenas o habitáculo e anos atrás, o preço era 37 dólares!
partes da suspensão dianteira. Já
Hot Rods 21

para doador das partes mecânicas,


um Landau 1975 em ótimo estado foi
comprado e prontamente abatido. Há Ariovaldo, abaixado e ao lado do chas-
35 anos, um Fordinho em mau estado si, estuda o suporte para o tensor da
não tinha muito valor e um Landau suspensão dianteira do Ford 29
1975 era um carro usado com baixo
História
Para a montagem do seu hot Ariovaldo
usou, do Landau, o motor V8 Ford de
292 polegadas cúbicas, a caixa auto-
mática, o eixo traseiro e os discos de
freio dianteiros. Do Ford 1929, foram
utilizados a carcaça e o eixo dianteiro,
com alguns de seus componentes. Esta
carcaça foi encurtada com a retirada
das portas traseiras. Já o chassi foi
construído a partir de perfis metálicos
novos, mas algumas partes foram apro-
veitadas do chassi de 1929. A capa
do radiador foi feita artesanalmente e,
nas laterais, um par de faróis de MP
Lafer foram instalados. As lanternas
traseiras foram criadas com inspiração
nas do Ford Modelo T. Na traseira foi
construída uma pequena caçamba de
madeira que abrigava o tanque de ar
de caminhão Mercedes-Benz que fazia
as vezes de tanque de combustível.

O “T-Balde” pronto: um legítimo car show com acabamento


impecável e muito cromo!

alcançados. Primeiro porque Ariovaldo Depois de vários anos, o “T-Balde” foi


rodou bastante com o carro e quando vendido. Mas o carro ainda existe,
foi oferecer o “T-Balde” para uma apenas apresenta algumas modifi-
reportagem na revista Motor 3, o pesso- cações, como me contou Alexandre
al fez uma matéria com cinco páginas Vicentini, filho do Ariovaldo. Alexan-
e ainda estampou o carro sozinho na dre nos ajudou fornecendo fotos do
capa da edição de julho de 1982. arquivo de seu pai, que infelizmente
faleceu no final do ano passado.
Mas a saga continua: Alexandre, que
O carro foi montado em tempo aprendeu a dirigir no “T-Balde”, her-
recorde: 10 meses dou do seu pai o gosto pelos carros
antigos e atualmente está construindo
um Ford 32 Hiboy!

No total, cerca de 10 meses foram


dedicados à construção do carro, um
excelente tempo para um hot tão deta-
lhado e com acabamento tão capri-
chado.Todo hot tem de ter um nome,
Hot Rods 22

e o nome escolhido por Ariovaldo foi


“T-Balde”! O nome seria uma tradução Capa da Motor 3 de julho de 1982: esta
para o português de T-Bucket. revista e este carro me fizeram comprar
Uma das motivações de Ariovaldo para em 1986 uma lataria de Ford 29 e um
construir este modelo, além de ter um Dodge 1973 batido para montar um car- Alexandre, filho do Ariovaldo,
carro único e chamativo, era ter um veí- ro igual que nunca acabei. O motor do “ajudando” na manutenção do
culo confiável. Os dois objetivos foram Dodge ainda está na minha garagem... “T-Balde” em 1994
Hot Rods 23
Cultura Hot

Rodder placa preta


A busca por soluções para a regulamentação dos veículos “antigos especiais”
(2ª parte)

Texto e fotos: Victor Rodder

A conceituação dos hot rods, falando genericamente, não tem fim e gera discussão até hoje. Mas, seguindo os padrões mais
adotados em eventos internacionais, a comissão optou por adotar quatro categorias básicas: hot rods, street rods, customs e
personalizados
D
e 27 a 30 de novembro de 2014 aconteceu em
São Paulo o II Workshop Nacional FBVA. Na
ocasião, rodders e colecionadores de antigos
originais buscaram, juntos, soluções para a regu-
lamentação dos “antigos especiais”.
Na edição de dezembro, contei um pouco sobre
minha participação neste evento, o II Workshop Nacional
FBVA, e como foi a discussão na Comissão de Veículos Anti-
gos Modificados. Nesta edição vou concluir o artigo elen-
cando quais foram as principais sugestões para esse tema
que vem fervendo o radiador de toda a comunidade hot rod.
Mas, antes, vamos fazer um breve retrospecto:
1987 - Nasce a Federação Brasileira de Veículos Antigos
(FBVA), com a finalidade, dentre outras, de fortalecer a
representação junto aos legisladores brasileiros para que
fosse constituída uma placa especial para colaborar na
preservação dos veículos antigos.
1993 - Surge a primeira regulamentação sobre o assunto:
a Resolução 771, que introduzia termos na legislação
brasileira de trânsito como “Certificado de Originalida-
de”, “Veículos de Coleção” e “Antigomobilismo”, desta-
cando: “... a necessidade de incentivo à preservação
cultural dos bens que ostentam valor histórico, e a indis-
pensável adequação à legislação de trânsito...”. Porém,
a nova legislação protegia apenas os veículos “originais”,
deixando de lado hot rods, street rods e customs.
1997 - O novo Código de Trânsito Brasileiro previa a
categoria de “Veículo de Coleção” como digna de trata-
mento especial, classificando essa espécie como veículos
que “mesmo tendo sido fabricado há mais de 30 anos,
conserva suas características originais de fabricação
e possui valor histórico próprio”. Mais uma vez os hots
(falando genericamente) ficaram de fora.
1998 - A Portaria 03 do Denatran outorga aos “clubes e enti-
dades autorizados pela Federação Brasileira de Veículos Anti-
gos” a capacidade de emitir os certificados de originalidade.
1998 - Não afiliados à FBVA começam a se insurgir. A FBVA
perde a exclusividade de emissão dos Certificados. Qualquer
clube que solicitasse o credenciamento ao Denatran poderia,
se aceito, emitir também o Certificado de Originalidade.
Aparecem os primeiros “híbridos”: carros que nem eram
suficientemente originais para serem merecedores da pla-
ca preta, conforme a lei e a FBVA queriam, nem eram hot
rods (mais uma vez falando genericamente).
1999 - A Federação tenta uma reaproximação com os clu-
bes não filiados, inclusive chamando alguns Clubes de Hot
Rods de São Paulo para buscar albergar esses carros em
alguma categoria de placa especial. Mas sem sucesso.
2000/2013 - Cada vez mais os “placa preta” sofrem com
a emissão irregular de Certificados de Originalidade e os
Clubes de Hot Rods não conseguem se organizar suficiente-
Cultura Hot

Para fins de regulamentação dentro do território nacional, hot rods seriam os carros antigos personalizados
fabricados até 1936: T-Buckets, Hi-boys, hots, rats etc.

mente para pleitear o tratamento adequado que merecem. que por muitas vezes abdicaram de seus próprios interesses
Surgem leis como o Controlar, e a necessidade de achar em prol de um bem maior: a regulamentação dos hot rods!
alguma brecha para que os “hots” pudessem rodar agra- Algo que só começará efetivamente a acontecer quando
va ainda mais a emissão irregular de placas especiais. As mostrarmos união, seriedade e respeito entre nós.
placas pretas são cada vez mais banalizadas e emitidas Tenho consciência de que as resoluções da Comissão de
muitas vezes sem o devido critério. Veículos Antigos Modificados não agradaram a todos.
2014 – A nova diretoria da FBVA, em especial o recém- Porem, se você é um dos descontentes, antes de “atirar
empossado presidente, Roberto Suga, que já vinha desde a a pedra” reflita. E depois, se ainda achar conveniente,
campanha apontando para a necessidade de rediscussão entre em contato comigo ou qualquer outro membro da
da questão dos hot rods e da sua legalização, cumpre os Comissão. O debate continua aberto e críticas e suges-
compromissos assumidos junto à comunidade antigomobilista tões construtivas serão sempre bem-vindas!
e convoca os Clubes de Antigomobilismo, federados ou não,
para que participassem do II Workshop Nacional FBVA. E Resumo das propostas
lá se trava uma ampla discussão sobre vários assuntos, que Mas vamos ao que interessa. Fiz um breve resumo das ideias
envolviam desde a própria questão da placa preta e de seus e sugestões que a “Comissão de Modificados” apresentou no
critérios, até importação de peças e veículos antigos, even- encerramento do II Workshop Nacional FBVA. Aqui estão elas:
tos, uso de tecnologias, contabilidade dos clubes etc.
Novembro de 2014 - É criada a Comissão de Veículos Anti- 1 - A utilização da nomenclatura “veículos antigos personali-
gos Modificados junto à FBVA, com a missão de identificar zados”, em vez de “veículos modificados”, em face do cará-
as categorias dos veículos antigos modificados; os eventos e ter pejorativo que tal denominação assumiu.
exposições no Brasil e no mundo; trazer exemplos de regula- 2 - A busca de regulamentação específica para veículos
mentação em outros países; discutir a forma de certificação antigos personalizados, preferencialmente através de
de segurança veicular desde segmento e ao final, elaborar portarias e/ou resoluções, diante da agilidade que essa
um documento em forma de proposta de regulamentação. espécie normativa possibilita.
Diante deste panorama, as principais lideranças do segmento 3 - A criação de um banco de dados nacional de veículos
de hot rods foi convidada para uma nova tentativa de encon- antigos personalizados (iniciativa que, inclusive, já havia sido
trar a necessária solução para a questão dos hot rods. E, ao tomada anteriormente pelo amigo Manoel Bandeira).
final de quatro dias de debate, eu, juntamente com outros 4 – A organização de um calendário próprio de eventos
nomes de relevância no cenário nacional de hot rods, chega- para os personalizados.
Hot Rods 26

mos a algumas conclusões, as quais foram apresentadas à 5 - A orientação e assessoria dos interessados para criação ou
FBVA, que por sua vez assumiu o compromisso de levar essas formalização de clubes de hot rods e antigos personalizados.
ideias e propostas à frente pelos canais competentes. 6 - O reconhecimento de que veículos antigos persona-
Mas, antes de dar um panorama sobre o que ficou indicado lizados, especificamente os fabricados até 1964, sem
como “mais adequado” segundo à Comissão, quero frisar demérito das outras modalidades de veículos, em virtude
que tudo foi muito discutido, ponderado e pensado. E, prin- de seu caráter histórico e cultural, necessitam de tratamen-
cipalmente, foi fruto de ideias e ideais de pessoas distintas, e to legal específico.
Street rods, por sua vez, são os
carros antigos personalizados fabri-
cados entre 1937 e 1948. O ano de
“corte” – 1937 – não foi escolhido
à toa. Foi neste ano que a Ford
implementou um novo conceito de
carroceria, ao embutir pela primei-
ra vez os faróis no para-lama

11 - Que a importação de carros antigos modificados seja per-


mitida, desde que enquadrados nas categorias acima, e que a
importação se limite a veículos com mais de 30 anos, prontos
e acabados, devidamente documentados no país de origem,
limitados a dois veículos por ano por sócio, o qual deverá per-
manecer com carro por, no mínimo 2 anos, não podendo em
qualquer hipótese, caracterizar finalidade comercial.
12 - Seguindo as categorias acima elencadas, que sejam
adotados os critérios a seguir sugeridos para regulariza-
ção dos personalizados:
7 - A utilização, resguardadas as devidas proporções, a) Que a licença seja renovada anualmente.
do modelo sugerido pelo SEMA – Specialty Equipment b) Que não recebam a licença os veículos que tenham sido
Market Association, instituição que regulamenta e auxilia autuados com penalidades grave ou gravíssima nos últimos
antigos personalizados nos EUA desde 1963, data de 12 meses.
sua criação, como legislação de base. c) Que não recebam certificação veículos que tenham
8 - O reconhecimento, em virtude de suas características sido modificados de forma que a modificação seja passí-
históricas e culturais, de quatro categorias de carros anti- vel de caracterização do veículo como sendo de compe-
gos personalizados, a saber: tição, exceto para os carros com fabricação até 1964, e
a) Hot rods: veículos antigos personalizados fabricados
até o ano de 1936.
b) Street rods: veículos antigos modificados fabricados entre
os anos de 1937 e 1948.
c) Customs: veículos antigos modificados fabricados entre os
anos de 1949 e 1964.
d) Personalizados: carros antigos modificados com fabrica-
ção a partir de 1965 e com mais de 30 anos de fabricação.
9 - A criação de critérios rígidos e específicos para regu-
lamentação dos antigos personalizados, os quais depen-
derão de um prévio “Certificados de Conformidade” (algo
Hot Rods 27

próximo ao que hoje se exige para emissão de Certifi-


cado de Originalidade de antigos que almejam a placa
preta, resguardadas as devidas proporções).
Customs são os carros fabricados entre 1949 e 1964. Mais uma
10 - Que os “Certificados de Conformidade” para veícu-
vez, a escolha não foi aleatória. Em 1949 um novo tipo de
los antigos personalizados apenas sejam emitidos para carroceria foi inaugurado pela Ford, agora embutindo os para-
veículos associados a clubes afiliados à FBVA, através de -lamas traseiros ao corpo do carro. Surgia o primeiro shoebox!
seus respectivos clubes.
Cultura Hot

Personalizados: os veículos com fabricação a partir de 1965,


com mais de 30 anos, serão enquadrados simplesmente como
“personalizados”. Mas a ideia não é transformar a legislação dos
antigos personalizados em válvula de escape da placa preta. Não
podemos permitir que um veículo receba o certificado de confor-
Uma das razões que impede até hoje a regulamen-
midade se efetivamente não seja severamente modificado. Hoje
tação dos hot rods é a questão da segurança. Duran-
já existe legislação que regulamenta alteração de cor, suspensão,
te décadas os rodders vem sendo estigmatizados
rodas, motor etc. Não precisamos – pelo menos neste primeiro
como inconsequentes, arruaceiros e, principalmen-
momento - de uma lei específica para isso.
te, causadores de problemas. Sempre nos associa-
ram aos rachas de rua e às corridas ilegais. Então,
excluir veículos que tenham sido modificados de
forma a caracterizar o veículo como sendo de com-
petição é algo mais do que recomendável.

O SEMA (Specialty Equipment Market Association) vem, desde


sua criação, colaborando com a regularização dos hot rods, e
seu modelo de legislação é a base para a maioria das leis que
rege a matéria nos EUA. Por isso a opção por utilizar esta base
de legislação também no Brasil. Off-road não entra!

que participem exclusivamente das competições oficiais lisadas em conjunto, e alcancem simultaneamente, altera-
da CBA/FBVA para veículos antigos. ções de motor, suspensão, rodas e pintura.
d) Que não recebam certificação veículos passíveis de f) Que as tentativas de fraude aos regulamentos que
regularização pela legislação já existente (exemplos: alte- venham a existir sobre a legalização dos antigos persona-
ração de suspensões, roda, motor). lizados sejam punidos severamente, inclusive inabilitando
e) Que não recebam certificação veículos caracterizados o associado à obtenção de certificado de conformidade
como réplicas e/ou recriações, os quais serão objeto de por determinado período.
estudo próprio em momento futuro por esta mesma comis- Enfim, essas foram as principais conclusões e resultados
são. (A ideia não é excluir ninguém, mas precisamos ir obtidos na Comissão de Veículos Antigos Personalizados, da
com calma, um passo de cada vez); qual hoje faço parte juntamente com outros nomes de rele-
f) Que não recebam certificação veículos que se caracteri- vância no cenário nacional de Hot Rods. Mas a discussão
Hot Rods 28

zem como off-road. só está começando. Temos um longo caminho pela frente até
g) Que veículos com fabricação até 1964 sejam certificados encontrarmos uma forma justa e adequada de lidar com os
seguindo critérios de valoração histórica e cultural, com base hot rods e a legislação nacional de trânsito. Deixo aqui meu
na vasta e sedimentada literatura norte-americana sobre o tema; e-mail (Victor.rodder@gmail.com) para quem quiser contribuir
e) Que veículos com fabricação a partir de 1965, com com o tema, já agradecendo de antemão àqueles que vêm
mais de 30 anos de fabricação, tenham no mínimo mais se manifestando desde dezembro de 2014.
de 80% de modificação, sendo estas modificações ana- Abraços e até a próxima edição!
Hot Rods 29
Evento - 1º Clássicos Brasil

História em revista
Exposição em São Paulo exibe os modelos clássicos da
indústria automobilística nacional
Texto: Da Redação::Texto: Osvaldo Furiatto/Divulgação

S
audosismo e realização são pala- para valorizar todos os carros da indús- que pouco rodaram, mas com muita his-
vras que definem o 1º Clássicos tria nacional e a indústria dos fora-de- tória. Uma verdadeira realização para
Brasil, exposição de carros clás- -série”, diz José Ricardo de Oliveira, da quem gosta de automóveis antigos.
sicos nacionais que aconteceu ZR Soluções Automobilísticas, organiza- “As pessoas se emocionavam. Esses
entre os dias 23 e 25 de janeiro dor e realizador do evento. carros clássicos carregam a história da
no Clube Hípico Santo Amaro, Na exposição foi possível ver de perto indústria automobilística nacional e da
em São Paulo. “A ideia do evento surgiu raridades de colecionadores, carros sociedade da época. Deveriam ser vis-
Galaxie ambulância e ônibus Colégio Dante Alighieri: premiação especial
Evento - 1º Clássicos Brasil
tos e considerados realmente como uma
atividade cultural brasileira”, diz.

Premiação
Entre os cerca de 130 carros inscritos
estavam três raridades do acervo da
Fiat. Trinta e dois foram premiados,
divididos em categorias. Para efeito de
premiação foram considerados veículos
com mais de 30 anos de fabricação e
80% originais. Oito juízes, especialis-
tas na área, tiveram a difícil e impor-
tante missão de escolher os melhores
dos melhores. Para receber o troféu
cada carro “desfilou” na Alameda dos
Clubes, um caminho que tinha bandei-
ras de clubes federados à Federação

Modelos foram separados por categorias, de acordo com o período em


que foram fabricados, desde a JK até a Nova República
Hot Rods 32
Brasileira de Veículos Antigos, como
forma de homenagear estes apaixona-
dos do antigomobilismo.
A categoria JK (veículos fabricados até
1960) retrata a infância da indústria
automobilística brasileira, com os pri-
meiros modelos fabricados por aqui,
ainda com algumas (ou muitas) peças
importadas e similares aos modelos de
origem das matrizes das fábricas. Nela
foram premiados: Romi Isetta (1956),
DKW Universal (1956), VW Kombi
Standard (1960) e VW Monarca.
A categoria Tropicalismo (entre 1961 e
1966) inclui veículos que passaram a
ter alto índice de nacionalização (mais
de 90%) e isso incrementou a indústria
de autopeças nacional. Projetos, alte-
rações e modelos brasileiros exclusivos
surgiram, consolidando o parque indus-
trial do Brasil. Foram premiados: Espor-
te Brasília (1961), DKW Belcar 1000
(1963), Fusca 1200 Pé de Boi (1965)
e Willys Renault Teimoso (1966).
A categoria Milagre Brasileiro (entre
1967 e 1973) abrange um período
de grande desenvolvimento, devido a
diversos investimentos das fábricas, forta-
lecendo ainda mais nossa indústria. Isso
durou até a crise mundial do petróleo,
Hot Rods 33

em 1973. Foram premiados: Willys Ita-


marati Executivo Limusine (1967), Opala
3800 (1969), Shark (1970), Galaxie
500 (1971), Karmann Ghia Coupé
(1971), Ford Corcel GT (1971), Alfa
Romeo JK (1972), VW Variant (1972) e
Galaxie LTD Landau (1973).
Evento - 1º Clássicos Brasil

Especialistas elegeram
os destaques de cada
categoria

A categoria Geração Disco (entre sos países e com componentes vindos (1977), Puma DKW (1967), Puma GT
1974 e 1982) inclui carros da época de diversas fábricas, fornecedores (1968) e Willis Interlagos (1966).
marcada pelo lançamento de uma e filiais de vários países. Isso até a
nova geração de carros médios, abertura das importações pelo gover- O evento
menores e mais econômicos e pelo no, no início da década de 1990 – A intenção do organizador é que, em
fechamento do mercado para importa- foi premiado o Escort L (1985). cada uma das próximas edições, haja
ções de automóveis a partir de 1975. O 1º Clássicos Brasil também teve uma o lançamento de um carro. Como foi
Foram premiados: Dodge Charger premiação especial que destacou os o caso do Monarca 1954, que foi
R/T (1972), Ford F 75 (1973), Mave- veículos: Galaxie Ambulância (1969), desenvolvido e montado por Olivier
rick Coupé V8 (1974), Maverick Fusca de Competição AUTOZOOM, Monarca, projeto a partir de um Pors-
Sedan V8 (1974), Chevrolet Chevette Fiat 147, do acervo Fiat, GM Carbra- che 356. Há alguns anos Oliveira o
(1974), VW Brasilia(1976), Dodge sa Escolar (1962), Ônibus Colégio achou e o resgatou, pesquisando toda
Hot Rods 34

Dart 4 portas (1977) e Envemo Super Dante Alighieri, Dogde 180 e Puma sua história e colhendo fotos da época.
90 (1981). GTE Espartano (1972). Leo Steinbruch Posteriormente foi comprado pela famí-
A categoria Nova República (entre também criou o prêmio Fábio Steinbru- lia Murad, que fez todo o processo de
1983 e 1992) inclui carros da épo- ch, em homenagem ao irmão, a quem restauração e, 60 anos depois, repagi-
ca em que as grandes fábricas se o 1º Clássicos Brasil foi um tributo. Por nado, foi lançado no Clássicos Brasil,
globalizaram e surge o conceito do ele foram premiados cinco carros: Dod- representando o começo dos carros
“Carro Mundial”, fabricado em diver- ge Charger R/T (1971), Maverick GT fora-de-série no país.
Hot Rods 35
Técnica

Hot rod
elétrico... Será?
Adaptar um motor elétrico em um carro antigo não deve ser
tarefa muito difícil. Mas e o ronco do V8?
Texto: Manoel G. M. Bandeira::Fotos: Divulgação

O
Hot Rods 36

s motores a combustão interna ganharam a prefe- o que motivou o setor industrial a optar pelos motores a
rência das indústrias no final do século XIX devido combustão interna e, assim, deixar de lado outras opções,
à grande oferta de petróleo existente, principal- como os carros elétricos e as máquinas a vapor.
mente nos estados do Meio-Oeste americano. Hoje vemos os carros elétricos ganhando espaço e novas
Transformar algo que brotava da terra, pratica- tecnologias sendo criadas para viabilizar a utilização des-
mente sem custo algum, em riquezas e divisas, foi te tipo de motor visando resolver o grande problema que
é a baixa autonomia. Os motores elétricos são potentes, de andarmos com
leves e oferecem várias opções de utilização. Existem pro- nossos carros, mas
tótipos de veículos que utilizam quatro motores pequenos, também de que
cada um acoplado a uma das rodas do carro, enquanto novos carros sejam
outros projetos optam simplesmente por substituir o motor construídos.
a combustão por outro elétrico, utilizando inclusive o mes- Esta é uma briga
mo sistema de transmissão, devidamente adaptado. antiga. Já tentamos
A poluição do ar é a grande aliada dessas mudanças e o fazer um cadas-
aquecimento global vem forçando os pesquisadores das tramento nacional
grandes fábricas a acelerar os processos de desenvolvimen- dos hot rods e con-
to de novas tecnologias. Muito em breve, comprar um carro seguimos apenas pouco mais de 200 cadastros. Somente
novo com motor a combustão será coisa do passado. na cidade de São Paulo certamente existem bem mais de
200 hots. Mas o pior é que muita gente nos procurava
E o ronco do motor? querendo cadastrar Jeeps, picapes F75 e carros off-road
Mas, e os hot rods, como ficam nesta história toda? Nos em geral, ou seja, o pessoal não entende que hot rods
EUA, já temos alguns rodders fazendo as primeiras experi- não são carros antigos modificados. Eles são projetos
ências com hots movidos a energia elétrica. Como sempre cuidadosamente elaborados em cima de tendências que
frisamos aqui, a essência que move o movimento Hot Rod remetem a uma época e têm apelo histórico inestimável,
é justamente a vontade de inovar e ultrapassar limites. pois representam não apenas uma, mas várias gerações
Neste caso, o grande desafio será manter o estigma dos de pessoas absolutamente dedicadas à construção de car-
hot rods clássicos das décadas de 40 e 50, porém uti- ros com identidade própria.
lizando um ou mais motores que têm como uma de suas Adaptar um ou mais motores elétricos em um carro anti-
principais características justamente o silêncio no seu go, ou em uma réplica, não deve ser tarefa muito difícil.
funcionamento. Ou seja, indo na direção oposta a uma Bem mais complicado seria fazer o contrário, pois em um
das características clássicas de um hot de verdade, que é motor a combustão interna temos de lidar com tanque de
o ronco forte e estrondoso de um bom e velho motor V8. combustível, escapamentos e coxins resistentes a grandes
Existe um movimento mundial muito forte no sentido de vibrações dos motores a combustão. Isso sem considerar
diminuir a poluição do ar. O que me chamou a atenção o próprio tamanho do motor a combustão, que é muito
foi justamente uma lei aprovada em Lisboa, a capital por- maior do que seu similar movido a energia elétrica.
Hot Rods 37

tuguesa, há cerca de dois meses. Pela norma, ficam proi- O grande problema nos carros elétricos é a colocação das
bidos de trafegar no perímetro urbano da cidade, durante baterias, uma vez que, quanto mais baterias tivermos, mais
os dias de semana, carros com mais de 20 anos de fabri- autonomia terá nosso carro. Porém, nesta questão os hot rods
cação. Esperamos que leis como esta não sejam imitadas levam vantagem sobre os carros modernos. Em geral as car-
aqui no Brasil, mas de qualquer forma isto soa como mais rocerias dos hots são grandes e leves, podendo, assim, abri-
um alerta sobre o reconhecimento dos carros hot rods em gar uma quantidade suficiente de baterias, principalmente se
nossa legislação, o que nos garantirá o direito, não só considerarmos que um hot tem seu uso mais direcionado ao
Técnica

lazer e dificilmente é utilizado no dia a dia.


A rapidez de informação que temos hoje favorece o
desenvolvimento de novas tecnologias. Qualquer novida-
de é registrada em fotos ou vídeos e invariavelmente vai
parar nas redes sociais, por isso é bom ficar ligado nas
novidades. Já estão começando a aparecer publicações
de hot rods elétricos. Se você tem nas veias o verdadeiro
espírito do movimento, garanto que já está pensando em
plugar seu hot na tomada da garagem.
Vamos ficar atentos, porque a imaginação vai longe. Eu já
estou pensando em uma réplica de Ford 1930 sedan com
motores elétricos sendo utilizado como carro de uso, leve,
ágil e sem poluição, ainda contando com todo o charme e
carisma de um Ford da década de 1930. Quer mais que
isso? Para falar a verdade, eu quero, quero muito mais,
Hot Rods 38

ainda prefiro o ronco do bom e velho motor V8, cheirando


a gasolina e falhando um pouco, ainda prefiro deitar em
baixo do carro e tentar tirar aquele vazamento teimoso, mas
já estou considerando outras iddias. E você, o que prefere,
as mãos sujas de óleo ou levar um choque elétrico de vez em
quando? Seja como for, o bom mesmo é andar de hot rod e
esquecer o tempo. Estou descendo até a garagem. Tchau.
Hot Rods 39
Especial

Cuba
libre
Reaproximação com os EUA mostra ao mundo a
frota de carros velhos que circula pelas ruas da ilha
Texto: Da Redação::Fotos: Glauber Coimbra e Divulgação
Especial

N
ão será do dia para a noite
que os cidadãos cubanos vão
poder, na prática, dirigir um car-
ro zero, ou mesmo com poucos
anos de uso. Apesar de Cuba
e os Estados Unidos terem anun-
ciado a intenção de reatar relações
diplomáticas, suspensas desde a revo-
lução na ilha, em 1959, ainda está
longe o dia em que os cubanos terão
condições financeiras de fazer frente
aos preços cobrados nas lojas.
Em fevereiro deste ano, o governo
cubando autorizou seus cidadãos
a comprar carros novos e usados
sem necessitar de uma autorização
especial, prática que vigorou por
décadas. Mas as lojas de veículos,
controladas pelo governo, pediam o
equivalente a 90 mil dólares por um
Peugeot 206 ano 2013, algo impen-
sável para trabalhadores que recebem
o equivalente a 20 dólares por mês.

Trânsito atual nas ruas


de Havana: parece os
EUA nos anos 50
Hot Rods 42
Hot Rods 43
Especial
Antes da Revolução, Cuba era um dos
maiores compradores de automóveis
de marcas norte-americanas, princi-
palmente os modelos grandes. Com o
embargo, que proibiu as importações,
esses carros são verdadeiras relíquias
que transformam a ilha em um museu
automobilístico a céu aberto. Mas isso
não significa que esses veículos foram
conservados e circulam como modelos
antigos preservados. A falta de peças,
Modelos como Bel Air e Mercury estão entre
aliada à escassez de mão de obra
especializada e de oficinas, faz com
os que podem ser vistos nas ruas da ilha
esse carros circulem pelas ruas das
cidades cubanas, em sua maioria, em
péssimo estado de conservação.
E mesmo quem espera que o possível
fim do embargo americano à ilha, que
depende ainda de uma difícil negocia-
ção com o Congresso Americano, pos-
sa significar facilidade para retirar esses
carros do país, saiba que uma lei cuba-
na promulgada em 2010 proíbe que
esses carros sejam retirados da ilha.
Os Chevys do começo da década de
1950 são os modelos mais comuns.
Mas pelas ruas de Havana circulam
também Fords, Buicks, DeSotos, Plymou-
ths e Oldsmobiles. Mais raro é encon-
trar algum gigantesco Cadillac do final
da década de 1940 ou começo da
década de 1950.
O fim do embargo a Cuba ajudaria
principalmente os donos cubanos de
carros clássicos a comprar peças. A
maioria dos carros vale muito mais em
Cuba do que valeria nos Estados Uni-
dos. Eles não apenas perderam muitas
das partes originais cobiçadas pelos
colecionadores, como também são
responsáveis pela renda de seus donos,
já que muitos funcionam como taxis
coletivos.
Longe de ser o paraíso de colecio-
Hot Rods 44

nadores de carros antigos originais


e bem conservados, Cuba exibe aos
visitantes uma frota de carros, literal-
mente, velhos, usados até o osso e cuja
manutenção não obedeceu a qualquer
manual do bom mecânico.
Hot Rods 45
Garage Tech

O som que interessa


Acompanhe a troca do rolamento do câmbio e
acabe com ruídos indesejáveis
Texto e fotos: Norberto Jensen

N
esta edição, acompanhe a troca de um rolamento ma antes de uma cuidadosa verificação.
interno do câmbio, cujo desgaste costuma ocasio-
nar ruídos incômodos. Este barulho pode ser confun- Dúvidas ou sugestões, escreva para:
dido com o ruído do rolamento da embreagem, o suporte@hotcustoms.com.br.
que torna mais difícil o diagnóstico real do proble- Até a próxima.

01 02

Após a retirada do câmbio, dê início à retirada do Solte os parafusos de fixação e retire o rolamento
rolamento de embreagem

03 04
Hot Rods 46

Solte agora os parafusos que fixam a base do Retire a moringa, que pode estar colada
rolamento, conhecida como moringa
05 06

Solte a trava do rolamento do eixo Retire a trava do rolamento

07 08

Solte agora as travas externas do câmbio Solte os parafusos de fixação lateral

09 10
Hot Rods 47

Solte os parafusos de fixação da caixa do câmbio Com uma alavanca, ou martelo de borracha, desloque a
capa do câmbio
Garage Tech

11 12

Retire cuidadosamente a capa do câmbio O rolamento que será trocado ficou preso na capa
retirada

13 14

Com a ajuda de um martelo de borracha, retire o Junto a ele haverá as arruelas de calço
rolamento danificado

15 16
Hot Rods 48

Kit de rolamento novo, ainda na embalagem Verifique se o rolamento ainda está com a trava
17 18

Encaixe a trava à parede externa do rolamento Limpe as superfícies de união das partes do câmbio

19 20

Passe o adesivo específico para fazer a vedação Limpe a outra face da superfície

21 22 Hot Rods 49

Encaixe a capa novamente ao câmbio Recoloque e reaperte os parafusos de fixação


Garage Tech

23 24

Recoloque as travas externas Coloque o novo rolamento no eixo

25 26 27

Encaixe corretamente com um martelo de Passe adesivo na moringa Recoloque a moringa e seus parafusos
borracha até o encaixe encostar

28 29
Hot Rods 50

Recoloque o rolamento de embreagem Aperte os parafusos de fixação


Hot Rods 51
Serviço

Xô, Frankenstein!
Saiba como evitar o famoso “efeito Frankenstein”, quando algumas
peças do seu hot rod não harmonizam com o veículo
Texto e fotos: Garage Oldschool
“T
em algo estranho nesse carro!”. Esta visual de um hot que sofre deste mal. Este Ford 5 janelas
constatação é mais comum do que se 1931 tem algo estranho. Os para-lamas traseiros não
possa imaginar, principalmente em rela- combinavam com este raro exemplar 5 janelas e tinham
ção aos hot rods. É o chamado “efeito mais um aspecto de de buggy. A solução foi mudar as
Frankenstein”, que ocorre quando um ou pontas dos para-lamas.
mais componentes utilizados na constru- Devido à grande dificuldade de encontrar peças origi-
ção do hot não ficam em harmonia com outras peças. nais, como este para-lama, tivermos de fazer o trabalho
Isso pode acontecer quando se utiliza acessório de um artesanalmente. Pegamos uma chapa de lata e começa-
carro muito mais moderno em relação ao modelo que se mos a bater, puxar, alinhar e desenhar, até chegarmos
deseja utilizar como base, ou de marca diferente. ao visual desejado.
Nesta edição, vamos mostrar como podemos melhorar o Acompanhe o trabalho feito na Garage Oldschool.

Para-lamas traseiros não


combinavam com este raro
exemplar 5 janelas
Serviço

Solução foi
enxertar lata
para mudar as
pontas dos
para-lamas
Hot Rods 54
O alinhamento
da peça é muito
importante para
o bom resultado
Hot Rods 55

do trabalho
Serviço

Novos ângulos dos


para-lamas em
hamonia com o
raro modelo 5 janelas
Hot Rods 56
Hot Rods 57
Fiat 500

Perdido na tradução
Como qualquer obra de arte, você não tem de entender o idioma para
absolutamente amá-la!
Texto: Midge::Fotos: Bryn Musselwhite::Tradução: Felipe Cassiaro
Fiat 500

P
erdoe o clichê batido. Mas, de vez em quando,
você vê algo que simplesmente o surpreende muito.
Para mim, este carro é exatamente isto e um desses
que desafiam o modo como você vê as coisas
automotivas. Ele certamente muda a forma como
eu vejo o Fiat 500. Quero dizer, para começar,
eu não gosto do original. Puristas dirão que o pequeno
e icônico Fiat a ar era uma grande mudança. A resposta
italiana pós-guerra ao Fusca. Simples, barato e estranha-
mente bonito. Mas, enquanto isto é tudo verdade, ainda
acho que o carrinho se parece com um sapo fazendo suas
necessidades. Eu o acho parecido com o Skoda Rapide, o
Ford Probe ou o Proton Saria GTi. Melhor esquecê-los.

Escapamento esportivo e corpo


modificado estão entre as mudanças
na parte externa do Fiat 500
Hot Rods 60
Hot Rods 61
Fiat 500
Este 500 em particular, no entanto, é outra coisa. É inspi-
ração, desejo e puramente maluco. É arte, é isso que ele
é, não há outra palavra. É óbvio que esta versão em par-
ticular é única, você não vai encontrar outra em nenhum
lugar no planeta. O Fiat monstruoso com motor de Lambo
V12 é um grande testemunho à paixão ardente italiana.
Mas, mais importante, este aqui vai completamente contra
a maré em conceito e execução.
Nossos amigos mediterrâneos são bem conhecidos por
sua falta de paciência por qualquer um que mexa com
seus supercarros caseiros. Mas Gianfranco Dini, o compa-
nheiro que o construiu, não é um italiano típico. Ele não
se parece com o cara dos anúncios de TV. Ele tem o que
você pode chamar de temperamento artístico, como certo
pintor renascentista que uma vez disse: “Não, droga, é a
minha Mona Lisa, não vou fazê-la sorrir!”.
Não é preciso dizer que tivemos que ter este carro na
revista. Mas o texto, que é o lugar onde meu próprio tem-
peramento aparece, conseguir a cena completa não foi
tão simples. Gianfranco é o homem por trás da Oemmedi
Meccanica, uma pequena e familiar loja de tuning italiana
famosa por fazer coisas malucas com 500s originais, isto
eu já sabia. Infelizmente para mim seu inglês era tão bom
quanto meu italiano, ou seja, uma porcaria completa.
Ainda assim, o que eu posso desvendar é que esta confi-
guração é devida à habilidade impecável e à simplicida-
de minimalista.
Tecnicamente falando, este monstro 4WD de 580bhp é
provavelmente o carro mais simples que já exibimos. Sim,
eu sei que parece suspeito, mas antes de começar a pensar
que ficamos malucos, apenas preste mais atenção. Essen-
cialmente isto é um chassi inteiro de Lambo Murcielago com
um corpo customizado de Fiat 500 sobre si. E isto é prati-
camente tudo! Não houve tentativas de espremer motores
idiotas em pequenos compartimentos, ele já fez isso com um
500 com motor Porker e com um Ferrari V8. Digo mais, não
houve dúvidas sobre como adaptar e encaixar essas rodas
Diablo enormes, nenhum arco torto em vista. Com absolu-
tamente nada mais a provar, esta é uma visão nova em um
antigo problema de modificação. Na verdade, a ideia em
si é incrivelmente inspiradora em sua simplicidade.
É claro, não há nada verdadeiramente simples sobre o tra-
balho feito, ou sobre como conseguiram fazê-lo. É preciso
um olho de artista, grande habilidade e testículos do tama-
Hot Rods 62

nho de um planeta para tentar um trabalho desses, mas


obviamente Gianfranco tem mais de um desses atributos.
E também há o início do projeto. A Fiat pode ter feito
mais de 54 milhões de unidades durante os 28 anos de
produção do 500, mas eles estão mais escassos agora.
Havia apenas 4.000 Murcielagos feitas até então, nada
fácil de encontrar um doador de um desses.
O motor veio de um Lamborghini
Murcielago V12

Hot Rods 63
Fiat 500
Eu acho que o mais importante foi o resultado e que este
amálgama de iconografia automotiva italiana não é apenas
agradável esteticamente, é absolutamente épica. Eu sei que
a frase “moldado à perfeição” está gasta, mas este corpo
realmente é tão especial assim, uma obra-prima escultural
com mais de 3.000 horas de trabalho para torná-lo 46cm
mais largo na traseira e 38cm na dianteira para acomodar
o encorpado chassi Lambo e todo seu equipamento 4WD.
O interior customizado é especial também e toques espertos
como os radiadores duplos, luz traseira elétrica e contador
de rotações montado no volante não passam despercebidos.
Para mim este é um dos trabalhos mais especiais e peço
desculpas que, graças à barreira da linguagem, eu possa
realmente apenas especular exatamente o que ele fez. Não
posso falar a você o que passou pela sua cabeça enquanto
criava esta obra de arte automotiva tanto quanto não posso
dizer o que Van Gogh estava pensando quando pintou seus
quadros. Tudo que sei é que eu gosto dele e me faz achar
que o mundo seja um lugar mais interessante.
Carro-show, projeto dos sonhos ou apenas uma boa risa-
As rodas utilizadas na customização
da? Não tenho ideia de porque este carro exista, mas
todos deveriam ser gratos à sua existência!
são Diablo OZ de 18”

Ficha Técnica
Fiat 500
Performance/Tuning
Motor Lamborghini Murcielago V12 6.2l
Escapamento esportivo
Tanques de água e combustível manufaturados
Radiadores gêmeos
Diferencial Lamborghini Murcielago
Caixa de câmbio Lamborghini
Rodas 18” Diablo OZ
Barra anti rolagem

Exterior
Corpo modificado
Retrovisores manufaturados
Entrada de ar dupla
Hot Rods 64

Interior
Volante Momo com conta-giros no centro
Assentos OMP modificados
Instrumentos Lamborghini
Console central manufaturado
Hot Rods 65
Picape Ford 1939
Abre-alas
Picape Ford 1939 com suspensão a ar encosta no
chão. Motorização Flathead é a cereja do bolo!
Texto: Vitor Giglio::Fotos: Ricardo Kruppa
Picape Ford 1939

N
o universo da customização automotiva, existiram no
passado, e continuarão existindo, aquelas práticas
que são febre passageira. Pinturas com pigmentos,
grandes aerofólios e body kits e portas lambo-door
são exemplos de características que não mais são
vistas nas ruas com a mesma frequência de antes.
No universo dos hot rods a premissa é a mesma. Há momen-
tos em que determinados modelos estão em voga e em breve
caem no esquecimento, e o mesmo é válido para acessórios.
O que é muito usado hoje pode ser deixado de lado amanhã.
Com muitos acessórios é assim que acontece. Mas nem todos.
Se existem dois conceitos que jamais deixaram a prefe-
rência daqueles que são apaixonados por carros, esses
itens, por assim dizer, são, definitivamente, a motorização
e a suspensão.
Se em um carro moderno esta combinação de suspensão
rebaixada com forte motorização é receita de sucesso garan-
tido, porque não levá-la para um hot rod, para variar?
Foi exatamente isso o que a oficina Boden Autohaus, loca-
lizada na California, Estados Unidos, fez em uma picape
Ford 1939. E se você quer saber se o projeto “combinou”
com o estilo clássico de um hot rod, basta a informação
de que foi, de fato, um dos destaques da última edição
do SEMA Show em Las Vegas, o principal evento de cus-
tomização automotiva do planeta.

No chão
Ford foi destaque no estande da
Foi no estande da Accuair, empresa especializada em suspen-
sões a ar, que a picape foi exibida no evento. Não à toa, foi
Accuair no SEMA Show
esta a empresa responsável pelo kit de suspensão a ar, capaz
de, literalmente, encostar o chassi da veterana no chão. A
suspensão permite que as quatro rodas sejam controladas de
maneira independente, por meio de controle remoto.

Ronca alto
Precisaria de algo muito especial no projeto para roubar
o protagonismo da suspensão a ar. E esse algo existe:
um motor Flathead V8, de 286ci, capaz de gerar 340HP
com esta configuração atual.
Os Flathead deixaram de ser fabricados nos Estados Unidos
há mais de 50 anos. Não por qualquer outro motivo que não
seja a nova tecnologia, que oferece, desde então, motores
mais compactos, leves e com melhor relação de consumo.
Acontece que, para muitos apaixonados por carros
Hot Rods 68

antigos, nenhum destes itens realmente importa. O que


importa, muitas vezes, é a confiabilidade, a potência e o
preço, e nisso, os Flathead sempre foram insuperáveis.
Pistões forjados, coletor dimensionado, supercharger Mag-
nuson, câmbio automático, diferencial 9” e freios a disco
Wilwood nas quatro rodas completam as especificações
mecânicas deste singular projeto.
Hot Rods 69
Picape Ford 1939
Pura ousadia
Não bastasse a intenção de rebaixar uma picape 1939, e
como se sua respeitável motorização não fosse o suficiente
para chamar a atenção, o modelo foi concebido no estilo
rat rod, com a carroceria ostentando ferrugens, no melhor
estilo “em ruínas”que só os rats podem oferecer. O interior,
por outro lado, prima pela sofisticação ao exibir uma série
de instrumentos assinados pela Classic Instruments.
Essa combinação de traços característicos de hots, como
grande motorização, aliado a itens mais usuais em veí-
culos de passeio contemporâneos, como a suspensão
rebaixada no talo, contando ainda com esse incompará-
vel apelo visual, fazem com que o sucesso da veterana
no SEMA não se fizesse por menos. Um belíssimo projeto
onde a ousadia foi merecidamente premiada.

Acima, os controles da suspensão a


ar, que leva a “veterana” ao chão Ficha Técnica
Ford 1939 picape

Parte externa
Carroceria no estilo rat rod

Parte interna
Relógios de medição Classic Instruments

Mecânica
Motor Flathead V8
Pistões forjados
Coletor dimensionado
Supercharger Magnuson
Hot Rods 70

Câmbio automático
Diferencial de 9”
Freio a disco Wilwood

Quem fez: Boden Autohaus


www.bodenautohaus.com
Hot Rods 71
Calendario de Eventos 2015
Hot Rods, a única publicação nacional mensal
especializada no segmento

Fevereiro
BRASIL
22 - Encontro Hot Rods Brasil - São Bernardo do Campo (SP) 05 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62
22 - Evento mensal do Clube V8 & Cia. – Campinas (SP) 06 a 08 - Yuma, AZ - Midnight at the Oasis - 3500 S. Avenue A
22 - Antigomobilístas de Interlagos - São Paulo (SP) 06 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St.
22 - Encontro de Carros Antigos - São Paulo (SP) 07 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte
07 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams
EUA 07 - Lakewood - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave - Noon - Pre ‘78 Cars
20 a 22 - San Diego - Big 3 Auto Parts Exchange - Qualcomm Stadium 07 - Los Angeles - L.A. Literature & Toy Show - 5711 W. Century Blvd.
20 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St. 07 - Palm Desert - Palm Springs Cruisin’ Association Cruise-In - 72-840 Highway 111
21 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del 07 - Thousand Oaks - Conejo Valley Cars & Coffee - 140 W. Hillcrest Dr. #121
Norte 07 - Westminster - Latin Gents Low & Slow Cruise Night - Carl’s Jr. Beach Blvd. & Trask
21 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams 08 - Anaheim - 5th Annual So Cal All-Porsche Swap & Car Display - 1340 S.
21 - Thousand Oaks - Conejo Valley Cars & Coffee - 140 W. Hillcrest Dr. Sanderson
#121 08 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 Woodruff
22 - Arcadia - Carcadia @ Route 66 - Denny’s Santa Anita Ave. & Huntington 08 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave.
Dr. 08 - Long Beach - Hi-Performance Swap Meet & Car Show - Veterans Stadium
22 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 5000 Lew Davis St.
Woodruff 08 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd.
22 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark 08 - San Diego - Coffee & Cars - JBA Speed Shop 5675 Kearny Villa Rd.
Ave. 08 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 Paci-
22 - Long Beach - So-Cal Cycle Swap Meet - Veterans Stadium 5000 Lew fic Coast Hwy
Davis St. 10 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redondo
22 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Beach Blvd.
Blvd. 11 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante
22 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 12 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball
Pacific Coast Hwy 12 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62
24 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redon- 13 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St.
do Beach Blvd. 13 a 15 - Goodguys 6th Spring Nationals - WestWorld of Scottsdale, 16601
25 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante North Pima Road, Scottsdale, AZ
26 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball 14 e 15 - Pomona - Street Machine & Muscle Car Nationals - Fairplex
26 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62 14 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte
27 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St. 14 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams
28 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del 14 - Long Beach - Hot Roddin’ at Huff’s - 8105 E. Wardlow Rd.
Norte 14 - Oxnard - Mullin Automotive Museum - 1421 Emerson Ave.
28 - Lake Forest - Car & Bike Show at Scarantino’s - 23862 Bridger Rd. 15 - Buena Park - Picker’s Paradise Automotive Swap Meet - Elks Lodge 7212
28 - Oxnard - Mullin Automotive Museum - 1421 Emerson Ave. Melrose St.
28 - Whittier - 4th Annual Whittier Area Classic Car Show - 8100 Colima 15 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 Woodruff
Rd. 15 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave.

Março
15 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd.
15 - Oxnard - L.A. Studebaker Drivers Club Winter Meet Car Show - 2230 Sta-
tham Blvd.
BRASIL 15 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 Pacific
01 - Evento fixo Encontro no Largo Epatur - Porto Alegre (RS) Coast Hwy
01 - Confraria Fifty Riders & Garagem Motors – Londrina (PR) 17 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redondo
01 - Encontro mensal de Carros Antigos - Bento Gonçalves (RS) Beach Blvd.
01 - Encontro mensal de Fuscas Antigos e Derivados de Mandirituba (PR) 18 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante
01 - Encontro mensal no Parque da Luz - São Paulo (SP) 19 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball
07 - Encontro de Carros Antigos de Fortaleza (CE) 19 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62
08 - Encontro mensal de Carros Antigos da Fundação Santo André - S. André 20 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St.
(SP) 20 a 22 - Goodguys 5th Spring Lone Star Nationals - Texas Motor Speedway -
15 - Encontro do Clube do Galaxie - São Paulo (SP) 3545 Lone Star Circle, Fort Worth, Texas
15 - Encontro de Carros Antigos em Limeira (SP) 21 - Brea - 7th Annual Family Fair, Car, Truck & Vintage Trailer Show - 217 E. Birch St.
15 - Trancas Old Cars Club – Guarulhos (SP) 21 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte
21 – Encontro de Carros Antigos – Itapira (SP) 21 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams
22 - Encontro Hot Rods Brasil - São Bernardo do Campo (SP) 21 - La Verne - 4th Annual Auto Shop Car Show - 3102 D Street
22 – Encontro de Carros Antigos – São Paulo (SP) 21 - Thousand Oaks - Conejo Valley Cars & Coffee - 140 W. Hillcrest Dr. #121
29 - Evento mensal do Clube V8 & Cia. – Campinas (SP) 22 - Escondido - 3rd Annual Deer Park Car Show - 29013 Champagne Blvd.
29 - Antigomobilístas de Interlagos – São Paulo (SP) 22 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 Woodruff
22 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave.
EUA 22 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd.
01 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 22 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 Pacific
Woodruff Coast Hwy
01 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark 24 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redondo
Ave. Beach Blvd.
01 - Pomona - Pomona Swap Meet and Classic Car Show at the Fairplex 25 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante
01 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 27 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St.
Pacific Coast Hwy 28 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte
03 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redon- 28 - Lake Forest - Car & Bike Show at Scarantino’s - 23862 Bridger Rd.
do Beach Blvd. 28 - Riverside - Wings & Fins Aircraft & Car Show - Riverside Airport
04 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante 28 e 29 - Goodguys 33rd All American Get-Together -
05 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball Alameda County Fairgrounds - 4501 Pleasanton Ave, Pleasanton, Califórnia
29 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 Woodruff 17 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St.
29 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave. 18 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte
29 - Long Beach - So-Cal Cycle Swap Meet - Veterans Stadium 5000 Lew Davis St. 18 - Corona - 8th Annual NJROTC Classic & Custom Car Show - 1150 W. 10th
29 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd. St.

Abril
18 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams
18 - Redondo Beach - 40th Annual Vette Set All GM Car/Truck Show - 245 N.
Harbor Dr.
BRASIL 18 - Thousand Oaks - Conejo Valley Cars & Coffee - 140 W. Hillcrest Dr. #121
03 - Encontro de Carros Antigos de Fortaleza (CE) 19 - Buena Park - 30th Annual Fabulous Fords Forever - Knott’s Berry Farm
04 - Encontro mensal no Parque da Luz - São Paulo (SP) 19 – Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 Woo-
04 - Confraria Fifty Riders & Garagem Motors – Londrina (PR) druff
04 - Encontro Mensal de Carros Antigos - Bento Gonçalves (RS) 19 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave.
04 - Evento fixo - Encontro no Largo Epatur - Porto Alegre (RS) 19 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd.
04 - Encontro mensal de Fuscas Antigos e Derivados de Mandirituba (PR) 19 - Pomona - Pomona Swap Meet and Classic Car Show at the Fairplex
11 - Encontro mensal de Carros Antigos da Fundação Santo André - Santo André (SP) 19 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 Pacific
18 - Encontro de Carros Antigos em Limeira (SP) Coast Hwy
18 - Trancas Old Cars Club – Guarulhos (SP) 21 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redondo
18 - Encontro do Clube do Galaxie - São Paulo (SP) Beach Blvd.
25 – Encontro de Carros Antigos – São Paulo (SP) 22 - Simi Valley - Weekly Cruise Night - See Flyer for Location - Changes Each
25 - Antigomobilístas de Interlagos - São Paulo (SP) Week
25 - Encontro Hot Rods Brasil – São Bernardo do Campo (SP) 23 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball
25 - Evento mensal do Clube V8 & Cia. – Campinas (SP) 23 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62
24 - 4° Encontro de Colecionadores de Carros em Miniatura - São Paulo (SP) 24 a 26 - Osceola Heritage Park 1875 Silver Spur Lane, Kissimmee, FL
24 - Encontro Carros Antigos em São Manuel (SP) 24 a 26 - Western Street Rod Nationals Plus at Kern County Fairgrounds in Baker-
sfield, California
EUA 24 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St.
01 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante 25 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte
02 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball 25 - Dana Point - Doheny Wood 2015 All Woodie Show - Doheny State Beach
02 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62
03 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St. 25 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams
03 - Costa Mesa - First Fridays Roadshow - City Hall 77 Fair Drive 25 - Lake Forest - Car & Bike Show at Scarantino’s - 23862 Bridger Rd.
04 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte 25 - Menifee - 3rd Annual Big Barn Classic Car Show - 28380 Hwy. 74 #15
04 - Chatsworth - 4th Annual European Car Show - 21000 Plummer St. 25 - Seal Beach - 2015 Classic Car Show - Old Town Main St.
04 - Fontana - 1st Annual Cars & Stars Car Show - 9300 Cherry Ave. 26 - Arcadia - Carcadia @ Route 66 - Denny’s Santa Anita Ave. & Huntington Dr.
04 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams 26 - Buena Park - Picker’s Paradise Automotive Swap Meet - Elks Lodge 7212
04 - Lakewood - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave - Noon Melrose St.
04 - La Verne - Cool Cruise 2015 - Old Town La Verne 26 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 Woo-
04 - Palm Desert - Palm Springs Cruisin’ Association Cruise-In - 72-840 Highway druff
111 26 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave.
26 - Long Beach - So-Cal Cycle Swap Meet - Veterans Stadium 5000 Lew Davis
04 - Thousand Oaks - Conejo Valley Cars & Coffee - 140 W. Hillcrest Dr. #121 St.
04 - Westminster - Latin Gents Low & Slow Cruise Night - Carl’s Jr. Beach Blvd. & 26 - Newport Beach - lboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd.
Trask 26 - Santa Ana - Gasoline Alley Customs & Classics Car Show - 100 South Main
05 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill - 4132 Woo- St.
druff 26 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 Pacific
05 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave. Coast Hwy
05 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd.
05 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 Pacific 26 - Tustin - Million Dollar Breakfast Cruise - Enderle Center 17th & Yorba St.
Coast Hwy 28 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redondo
05 - Tustin - Million Dollar Breakfast Cruise - Enderle Center 17th & Yorba St. Beach Blvd.
07 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redondo 29 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante
Beach Blvd. 30 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball
08 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante
09 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball
09 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62
10 e 12 - Southwest Street Rod Nationals Plus at State Fair Park in Oklahoma City,
OK
10 e 12 - Del Mar - 15th Goodguys Del Mar Nationals - Del Mar Fairgrounds

10 e 12 - Fontana - California Festival of Speed - Auto Club Speedway 9300


Cherry Ave.
10 - Buena Park - Classic Car Fridays - Elks Lodge 7212 Melrose St.
10 - Riverside - Tuxie’s Drive In Cruise Night - 6030 Magnolia Ave.
11 e 12 - Van Nuys - Spring Fling XXVII - Woodley Park
11 - Carlsbad - Cbad Cars - Carlsbad Company Stores 5620 Paseo Del Norte
11 - Huntington Beach - Donut Derelicts - Magnolia & Adams
11 - Long Beach - Hot Roddin’ at Huff’s - 8105 E. Wardlow Rd.
12 - La Jolla - La Jolla Concours - Ellen Browning Scripps Park
12 - Lakewood - Hot Cakes & Hot Rods at Glory Days Sports Grill
12 - Lakewood - Classic Cruisers Association - Fuddrucker’s - 5229 Clark Ave.
12 - Long Beach - Hi-Performance Swap Meet & Car Show - Veterans Stadium
5000 Lew Davis St.
12 - Newport Beach - Balboa Car Show at the Fun Zone - 607 East Balboa Blvd.
12 - San Diego - Coffee & Cars - JBA Speed Shop 5675 Kearny Villa Rd.

12 - Seal Beach - Hot Rods at the Beach - Glory Days Seaside Grill - 620 Pacific
Coast Hwy
14 - Gardena - Unrealable Cruise Association - Farmer Boys 641 W. Redondo
Beach Blvd.
15 - Simi Valley - Weekly Cruise Night – evento itinerante
16 - Anaheim - Thursday Night Cruise at Angelos - Brookhurst & Ball
16 - Yucca Valley - Sonic Drive-In - 58145 Highway 62
17 a 19 - North Carolina State Fairgrounds 1025 Blue Ridge Rd, Raleigh, NC
27607
17 a 19 - Long Beach - 41st Toyota Grand Prix of Long Beach
Vitrine
Calçados novos
A VFort Pneus destaca este mês os pneus da marca BF Goodrich
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Hot Rods 74

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Hot Rods 75
Hot Rods 80
Hot Rods 81
Rock’n Hots

Os filmes deste filme


Coluna homenageia Quentim Tarantino por meio
de Death Proof, filme que faz referência a outros
grandes filmes e trilhas sonoras

D
Por Victor Rodder

eath Proof (À Prova de Morte – EUA – 2007) é um e o “carro à prova de morte” ficou por anos maturando até que o
dos grandes filmes de Quentin Tarantino. Porém, mais filme surgiu. Mas, quando concebeu Death Proof, Tarantino acabou
do que isso, é um filme de muitos filmes. A ideia deste por criar um verdadeiro jogo de “caça ao tesouro”, pois o filme faz
grande sucesso das telonas surgiu quando Tarantino referência a inúmeros outros títulos. Alguns são claramente home-
conversava com um amigo sobre a compra de um carro. nageados, como Comboio (1978), Vanishing Point (1971), Dirty
Ele (Tarantino) queria um Volvo, porque “não ia morrer Mary Crazy Larry (1974), White Line Fever (1975) e 60 Segundos
em algum acidente de carro como o de Pulp Fiction (1994)”. Foi (o original, lógico). Já a trilha sonora é outro quebra-cabeças. Com
quando o amigo respondeu que ele poderia pegar qualquer carro ela, Tarantino aproveitou para reforçar seu conceito de “filme-home-
e entregá-lo a uma equipe de dublês! Por 10 ou 15 mil dólares eles nagem” e deixar bem claro todas as suas referências ao escolher
poderiam transformá-lo em um “carro à prova de morte”. deliberadamente músicas que falassem sobre carros ou que teriam
A frase e o conceito grudaram no imaginário do diretor e roteirista sido trilhas de outros “car movies”. Enjoy!

BULLITT (Bullitt - EUA - 1968) CORRIDA DA MORTE ANO 2000 (Death Race 2000 – EUA - 1975)
Steve Mcqueen e um Ford Mustang ’67 – modelo GT 390. Neste cult Quem inventou aquele jogo “GTA” certamente viu esse filme antes! Nele,
car movie em que Mcqueen é o mocinho, o que não faltam são pegas David Carradine e Silvester Stallone estão numa corrida de carro através
bonitos. Principalmente quando o carro dos bandidos é um Dodge Char- dos EUA, na qual, para ganhar pontos, os pilotos têm de atropelar pedes-
ger R/T 68! Diferentemente dos filmes de baixa produção da década de tres inocentes. Quanto mais brutal a morte, mais pontos! Mas a melhor
50, este recebeu até Oscar! A história é boa, a trama bacana e as cenas parte, sem dúvida, são os carros customizados: muitos Volkswagens,
de perseguição rodadas nas ladeiras de São Francisco são fantásticas! incluindo um Karmann-Ghia, um Ford Mustang 1966, um Fiat 850 Spider,
O estilo inovador para a época influenciou muita gente (até Tarantino!). um Corvette, um Nova, e por aí vai! Interessante!
Se você não viu, já tem programa para o próximo feriado!

A CIDADE DOS GIGANTES (Village of the Giants – EUA – 1965) JEEPSTER - T. REX (UK - 1971)
Este filme mistura ficção científica, comédia e os clássicos Beach Party Principal música de um single que trazia “Life’s a Gas” no lado B, a banda
Movies dos anos 60! Atores adolescentes, cantores convidados fazendo inglesa de glam rock T. Rex foi seriamente criticada por esta música, já que
números musicais – no caso a banda The Beau Brummels e o cantor a canção lembra muuuuito “You’ll Be Mine” de Howlin’ Wolf e “You’re My
Freddy Cannon – e até mesmo o “Surfit” (carro criado por Ed Roth). Baby” (conhecida na voz de Roy Orbison) escrita por Johnny Cash. Mas,
Com baixo orçamento, lindas atrizes e muito apelo sexual (numa época tirando a falta de originalidade da música, a grande sacada foi a metáfora
em que isso ainda não era normal), foi exibido basicamente em drive-ins que Marc Bolan (compositor) criou ao comparar alguém obstinado a um
quando foi lançado. Mas os toscos, porém eficazes, efeitos especiais da Jeep, que não conhece obstáculos na pista! Um Jeepster!
película a transformaram em um clássico cult movie.

DOWN IN MEXICO - THE COASTERS (EUA – 1956) STAGOLEE - PACIFIC GAS & ELECTRIC (EUA - 1970)
Hot Rods 82

Escrita pela dupla Jerry Leiber e Mike Stoller (os “sullivan e massadas” “Stagolee” (na verdade “Stagger Lee”) é uma música popular norte-
originais), essa música foi lançada pelo The Coasters em 56 e bateu a 8ª -americana que fala sobre a morte de Billy Lyons por “Stag” Lee Shelton
posição na parada de R&B daquele ano. A banda, The Coasters, é uma em St. Louis, Missouri, no Natal de 1895. A canção foi publicada pela
das minhas favoritas e foi formada poucos meses antes. Mais precisa- primeira vez em 1911, e foi gravada pela primeira vez em 1923 por Fred
mente em outubro de 1955, como uma derivação da banda The Robins. Waring’s Pennsylvanians. Mas foi a versão de Lloyd Price que atingiu o #1
E depois disso Carl Gardner, Billy Guy,Bobby Nunn, Leon Hughes e Adolph na Billboard Hot 100 de 1959 e está entre as 500 maiores músicas de
Jacobs (os Coasters originais) não pararam mais de fazer sucesso. todos os tempos da Rolling Stones. E essas (do Pacif Gas e do Loyd) são
apenas duas das muitas versões que a canção tem. Eu contei 50!
Hot Rods 83

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