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A IMPORTÂNCIA DA PSICOTERAPIA NO TRATAMENTO DA DEPRESSÃO EM IDOSOS

THE IMPORTANCE OF PSYCHOTHERAPY IN THE TREATMENT OF DEPRESSION IN ELDERLY

Diego CAROLI1, Sergio Fernando ZAVARIZE2

Resumo
O mundo vem experimentado uma ascensão na população de pessoas idosas. De acordo com a
Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2050 elas serão mais de um bilhão e meio, totalizando
20% de toda a população mundial. Sabendo que as doenças mentais estão entre as doenças
crônicas mais prevalentes neste grupo e, sendo a depressão a mais comum, o presente trabalho
se propôs a verificar a importância da psicoterapia em seu tratamento, além de apontar
características diagnósticas e interventivas específicas. O método utilizado foi a revisão
bibliográfica realizada durante o ano de 2015 nos bancos de dados Scielo, Google Acadêmico e
BVS. Foram selecionados 19 artigos e 3 livros. O resultado da pesquisa aponta a psicoterapia
como uma intervenção importante no tratamento da depressão em idosos, além de explicitar o
quanto esta vem sendo subdiagnosticada e subtratada.
Palavras-Chave: Depressão geriátrica, Depressão em idosos, Depressão na terceira idade,
Psicoterapia.

Abstract
The number of elderly people is growing in the world. According to World Health Organization
(WHO), in 2050 there will be over 1.5 billion elderly totaling 20% of the population. Knowing that
mental illnesses are among the most prevalent chronic diseases in this group, the most common
being depression, this article aims to verify the importance of psychotherapy in their treatment,
while pointing out specific diagnostic and interventional characteristics. For this, the method used
was a literature review (during 2015) via Scielo, Google Scholar and BVS. We selected 19 articles
and three books. The result of the research points to psychotherapy as an important intervention
for treating depression in the elderly, and explain how it is being underdiagnosed and
undertreated.
Keywords: Geriatric Depression, Depression in the elderly, Depression in old age, Psychotherapy.

1
Graduado em Psicologia pela Faculdade Municipal Professor Franco Montoro. E-mail:
diego_caroli@hotmail.com
2
Doutor em Psicologia – PUC-Campinas. Professor e Diretor Acadêmico da Faculdade Mogiana do Estado de
São Paulo. Docente do curso de Graduação em Psicologia na Faculdade Municipal Professor Franco
Montoro. Email: sergio.fernando.zavarize@gmail.com.br
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Introdução dê continuidade às suas atividades


sociais, laborativas ou domésticas,
A depressão, enquanto exceto de modo muito limitado
psicopatologia, caracteriza-se por: falta (CARDOSO, 2011).
de motivação ou humor deprimido; Previsões realizadas pela OMS no
perda de prazer e interesse (anedonia); e século passado apontavam que em 2030
energia reduzida, o que eleva a a depressão seria responsável por 9,8%
fatigabilidade e reduz a realização de do total de anos de vida saudáveis
atividades. Há também outros sintomas perdidos para doenças, porém, em 2010
comuns, dos quais podemos citar: o índice já havia sido atingido (LUCENA,
concentração e atenção reduzidas; 2014). Quando falamos da depressão em
autoestima e autoconfiança rebaixadas; idosos, os dados tornam-se ainda mais
ideias de culpa e inutilidade; visões alarmantes, visto que o aumento dessa
desoladas e pessimistas do futuro população é um fenômeno que vem
(comumente chamadas "catastróficas"); ocorrendo em todo o mundo. Como as
Ideias ou atos autolesivos ou suicidas; doenças mentais estão entre as doenças
Alterações de apetite (ganho ou perda crônicas mais prevalentes em idosos,
significativo, cerca de 5% no último mês); sendo a depressão a mais comum, a
Insônia ou hipersonia (CID 10, 1993). ascensão desses diagnósticos torna-se
O episódio depressivo pode ser inevitável (SCAZUFCA; MATSUDA, 2002).
classificado como leve, moderado ou A população, quer seja especializada ou
grave. Tal classificação se dará de não, necessita perceber que a depressão
acordo com a frequência, gravidade e é uma doença e não um aspecto
duração das apresentações sintomáticas. indissociável do envelhecimento;
Um indivíduo com um episódio portanto, deve ser devidamente
depressivo leve, por exemplo, sente-se diagnosticada e tratada (DUARTE; REGO,
angustiado pelos sintomas e tem 2007).
dificuldades em dar continuidade às suas Segundo Paradela (2011), um fato
atividades rotineiras, porém, dificilmente muito importante é que a depressão
irá parar completamente suas funções. nesta faixa etária tende à cronicidade,
Já em casos moderados a graves, torna- pois é subdiagnosticada e subtratada,
se muito pouco provável que o indivíduo causando elevado sofrimento psíquico,
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aumento da dependência funcional, risco manutenção de relações sociais com a


de suicídio e isolamento social. Tais participação do cônjuge, com os seus
circunstâncias pioram drasticamente a familiares e amigos, principalmente da
qualidade de vida e elevam a mesma geração, pode auxiliar no bem-
mortalidade dos indivíduos acometidos. estar psicológico e social dos idosos
Para Lima e Fleck (2009), as (CARNEIRO, 2007).
doenças mentais, em especial a A depressão em idosos é
depressão, contribuem para uma piora geralmente uma consequência direta de
significativa na qualidade de vida mais do mudanças fisiológicas (inclusive uma
que outros quadros médicos, além de menor irrigação sanguínea no cérebro)
provocar maiores prejuízos em tarefas ou até mesmo, um resultado da
diárias do que doenças cardíacas, artrite, indignidade trazida pela percepção da
diabetes e hipertensão. A conclusão decadência de seus corpos. Há uma certa
desses autores indica evidências de que dificuldade de os idosos perceberem que
diferentes diagnósticos psiquiátricos estão deprimidos, visto que acreditam
tendem a interferir de forma desigual que os sintomas da depressão são típicos
nos diversos domínios de qualidade de da velhice e de uma suave demência,
vida. fato que frequentemente os impedem
Segundo Zavarize e Wechsler de dar passos fundamentais rumo à
(2012) a qualidade de vida em idosos melhora (SOLOMON, 2000). Paradela
pode ser prejudicada por uma doença (2011) retrata que os eventos
crônica e por quadros dolorosos, que estressantes da vida como uma viuvez
restringem o indivíduo das suas recente ou outras perdas importantes,
atividades no dia a dia. Quanto maior o dores crônicas e estar vivendo sozinho
tempo da doença, menores os índices de são, também, fatores que aumentam o
qualidade de vida. Sendo assim, o idoso risco de sintomas depressivos.
percebe um decréscimo de suas O diagnóstico da depressão no
habilidades e de sua disposição para o idoso tem suas especificidades, visto que
enfrentamento. as questões da libido não desempenham
Sendo assim, o apoio dos um papel tão significativo nestes casos. A
familiares ao idoso deprimido tende a culpa também aparece com menos
favorecer a sua qualidade de vida. A frequência e intensidade do que em
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depressivos mais jovens. A hipersonia é depressão no adulto jovem parecem


menos recorrente, já que o idoso tende a indicar que a depressão na velhice
ter insônia, ficando acordado à noite, responde igualmente ao tratamento
frequentemente tomado pela paranoia. inicial, porém apresenta uma evolução
Pequenos eventos são percebidos como longitudinal mais adversa do que a
grandes catástrofes, deixando-o instável depressão nos grupos mais jovens (com
emocionalmente a circunstâncias muitas prognóstico pobre em 20-50% dos
vezes rotineiras. Somatizações podem casos). Isto pode ser explicado por
ser vistas como sinalizações relevantes, fatores como a presença de
já que ocorrem em grande parcela dos comorbidades médicas, além de a
casos. Estas muitas vezes são presença de episódios anteriores da
apresentadas na forma de queixas de doença depressiva, fato que nos sinaliza
dores peculiares e desconfortos a importância de estuda-la enquanto
gigantescos. Por sua vez, o humor entidade distinta das demais depressões
depressivo tem muito menos (PIMENTEL, 2010).
características da tristeza clássica, Em referência ao tratamento com
expressando-se como irritação, rudeza antidepressivos, sabe-se que os mesmos
emocional exagerada ou indiferença inibidores seletivos da receptação da
emocional àqueles que o rodeiam serotonina que em um indivíduo adulto
(SOLOMON, 2000). Embora o prejuízo da começam a trabalhar em três semanas,
memória seja o mais evidente, nos levam doze ou mais para serem eficazes
idosos tendem a estar alteradas a em idosos, além de que estes pacientes
velocidade de processamento de têm lapsos de memória, elevando os
informações, a atenção, a capacidade e riscos de que se esqueçam de tomar o
destreza de formular hipóteses e alterá- medicamento ou tomem o dobro da
las de acordo com tentativa-e-erro dose necessária (SOLOMON, 2000). A
(GARCIA et al., 2006). duração mínima do tratamento com
Do mesmo modo que o doses terapêuticas do antidepressivo
diagnóstico ocorre de forma diferente, o deve ser de seis a nove meses para o
desenrolar interventivo também tem primeiro episódio e dois a quatro anos
suas características próprias. Estudos para o segundo, devendo-se considerar o
comparativos de depressão geriátrica e tratamento continuado em casos de
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segundo episódio grave ou de terceira ou e 74% falta de disposição. Segundo


mais recorrência ou recaída (PARADELA, levantamento citado no estudo a
2010). prevalência de depressão pode chegar a
Em casos de depressão maior os 32% em idosos (GAZELLE; HALLAL; LIMA,
antidepressivos demonstram-se eficazes 2004).
no período de crise e também na Para Medeiros (2010) a incidência
manutenção do tratamento, porém a de depressão nas pessoas idosas
recaída ou recorrência ocorrem com aumenta com o desenvolvimento das
frequência. Na terceira idade é comum doenças, especialmente o câncer, o
que as pessoas necessitem de outras enfarto do miocárdio e problemas
medicações, tornando os antidepressivos neurológicos. De acordo com a autora,
muitas vezes contraindicados devido à por mais surpreendente que possa
interação com essas drogas; além de que parecer, os índices de suicídio na
podem surgir efeitos colaterais população idosa são praticamente o
desagradáveis, tornando sua dobro dos que se verificam em outras
aceitabilidade e tolerabilidade difíceis. faixas etárias, o que pode ser explicado
Assim sendo, a psicoterapia apresenta-se pelas tentativas de suicídio serem mais
como opção muito atrativa para essa eficazes nesse grupo. Paradela (2010)
população (SCAZUFCA; MATSUDA, 2002). aponta que entre idosos, a relação dos
Um estudo realizado com o que tentam o suicídio e os que
intuito de verificar se os médicos em conseguem êxito é de 2:1 revelando que
geral estavam investigando a depressão a intenção do autoextermínio é
em idosos durante a rotina clínica. De verdadeira e consistente. Um dado
acordo com a análise, apenas 1/4 deles importante apresentado pelo DATASUS
foi questionado sobre tristeza e (2012), é que entre 1996 e 2012, o
depressão em sua última consulta, suicídio cresceu 154% nesta faixa etária
demonstrando que os médicos podem no Brasil.
estar negligenciando a depressão neste Por um longo período, a cultura
grupo. Tal circunstância torna-se ainda médico-centrada de viés puramente
mais preocupante ao observar que, na organicista colocou as questões
mesma amostra estudada, a prevalência psicológicas às margens das causas
de tristeza foi de 43%, 48% de ansiedade desencadeantes da depressão, visando a
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primazia das alterações orgânicas pessoas sofre de uma depressão


relacionadas a seu surgimento. significativa. O autor prossegue citando
Atualmente algumas coisas mudaram, que os efeitos de tratamento com
visto que diversos estudos apontam o placebo em pacientes idosos são
quão o funcionamento psicológico substancialmente mais altos do que o
exerce um papel relevante nesses padrão, remetendo isso ao fato de que a
quadros. Sabe-se que eventos breve interação que acompanha a crença
incontroláveis, emoções negativas, em estar sendo medicado é de extremo
avaliação da autoeficácia como valor para eles e conclui, portanto, que
inadequada e ter 60 a 69 anos são os idosos devem se sentir extremamente
fatores que aumentam o risco para a solitários, já que essa pequena resposta
depressão. Em um levantamento lhes causa tamanho ânimo.
chegou-se à conclusão de que os eventos Diante dos graves efeitos que a
estressantes são menos preditivos à depressão pode causar na população
depressão do que a avaliação cognitiva e idosa, o objetivo desta pesquisa foi
enfrentamento de tais circunstâncias verificar a importância da psicoterapia
(BURGOS; NERY; CUPERTINO, 2008). em seu tratamento, além de apontar
A depressão também está características diagnósticas e
fortemente relacionada à desesperança, interventivas específicas.
que se caracteriza por pensamentos
auto-derrotistas e uma visão negativa e Método
pessimista diante do futuro (um filtro
catastrófico que distorce as percepções O presente trabalho trata-se de
do indivíduo, acentuando aquilo que há uma revisão bibliográfica. Para tal, foram
de aversivo, e subvalorizando realizadas buscas de artigos científicos
circunstâncias positivas) (OLIVEIRA et al., nos seguintes bancos de dados: Scielo,
2006). Google Acadêmico e BVS e livros
De acordo com Solomon (2000) acadêmicos para complementação dos
idosos morando em abrigos para a estudos. As pesquisas foram realizadas
terceira idade são no mínimo duas vezes no período de março de 2015 até
mais propensos à depressão, inclusive novembro do mesmo ano, e os artigos
sugere que mais de um terço dessas
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selecionados são publicações do ano de 19 artigos e 3 livros atenderam a todos


1999 ao de 2015. os critérios de seleção.
Os termos pesquisados (isolados Segundo Schestatsky e Fleck
ou combinados) foram: depressão (1999) atualmente pode-se afirmar que o
geriátrica; depressão em idosos; tratamento das depressões maiores
depressão na terceira idade; psicoterapia através de psicoterapias é eficaz,
e tratamentos. Ao final, foram havendo evidências importantes a
selecionados 29 (vinte e nove) trabalhos respeito de sua eficiência, algo que há
na etapa inicial. Os artigos obtidos mais de uma década parecia depender
durante as pesquisas foram avaliados e apenas da experiência intuitiva que os
selecionados de acordo com os critérios psicoterapeutas e psiquiatras derivavam
de inclusão, sendo eles: que melhor se do dia-a-dia com seus pacientes.
relacionaram às propostas do artigo; De acordo com Scazufca e
estar dentro da cronologia proposta; Matsuda (2002) testes clínicos que
clareza na exposição dos dados compararam a eficácia da psicoterapia
estudados; especificidade no grupo de em relação ao grupo-controle ou a
depressivos idosos; estar disponível na eficiência de diferentes formas de
íntegra. Foram excluídos desta pesquisa psicoterapia, comprovam a
os trabalhos que apresentaram resolutividade destas para o tratamento
incompatibilidade ao tema, aqueles que da depressão em idosos. As autoras
não estavam disponíveis na integra e as citam a revisão de estudos, os quais
que não mostraram relevância em trouxeram resultados bastante
relação ao estudo. promissores. Um ensaio clínico que
comparou a eficácia de quatro tipos de
Resultados e Discussão tratamentos para pacientes com
depressão maior, sendo eles: alprazolam,
A partir da metodologia utilizada placebo, TCG (terapia cognitiva em
obteve-se como resultado: 28 artigos e 3 grupo), e placebo e TCG trouxe
livros selecionados em uma etapa conclusões interessantes. Segundo a
preliminar. Posteriormente, 10 artigos avaliação clínica houve diminuição dos
foram removidos por não se adequarem sintomas depressivos nos quatro grupos
às propostas finais do trabalho. Ao final, estudados, não havendo diferença
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significativa para esse desfecho. Já na (antidepressivos e/ou tranquilizantes


autoavaliação os dois grupos assistidos maiores e eletroconvulsoterapia),
com a terapia cognitivo comportamental verificou-se que os sujeitos que
em grupo apontaram melhora gradativa receberam TCC e tratamento usual na
dos sintomas durante todas as fases do fase inicial e de continuação do
estudo, e, nos dois grupos que não tratamento apresentaram menos
receberam terapia cognitiva, os sujeitos sintomas depressivos na avaliação de um
não relataram melhora nos sintomas ano de seguimento do que os sujeitos do
depressivos. Em referência ao sono grupo de tratamento usual. Já na
também houve uma maior eficácia comparação entre a eficácia da terapia
dentre os dois grupos assistidos com a com lítio ou placebo durante a fase de
TCG em grupo, sendo que estes manutenção não foi encontrada
melhoraram a qualidade do sono entre o nenhuma diferença. Tal resultado aponta
início e o fim do tratamento e a avaliação que a psicoterapia traz uma redução da
de seguimento, enquanto nos dois vulnerabilidade do paciente ante novos
grupos que não receberam terapia episódios depressivos (WILSON et al.
cognitiva, essa melhora não foi 1995 apud SCAZUFCA; MATSUDA, 2002).
observada. A proporção de desistência Em sua tese Medeiros (2010)
no decorrer do tratamento (entre a chega à conclusão de que para tratar a
quarta e a vigésima semana para ser depressão leve em idosos, a psicoterapia
mais específico) foi duas vezes maior no por si só é eficaz, porém, em casos
grupo placebo (67%) se comparado ao moderados a severos, a combinação da
grupo assistido com terapia cognitivo psicoterapia e da farmacoterapia
comportamental (31%), fato que deve geralmente produz maior redução dos
ser levado em conta por apontar uma sintomas depressivos e maior
maior adesão ao tratamento (BEUTLER et manutenção de resposta do que cada
al. 1987 apud SCAZUFCA; MATSUDA, uma destas terapêuticas isoladamente.
2002). Ainda segundo a autora a psicoterapia é
Já em um estudo no qual o muito útil no tratamento dos distúrbios
objetivo foi examinar a eficácia da TCC depressivos e a resposta terapêutica vai
(terapia cognitivo comportamental) depender do tipo de psicoterapia em
como adjuvante ao tratamento usual questão. A terapia cognitivo
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comportamental e a terapia interpessoal psicofarmacológicos combinados em


combinadas com a medicação casos de depressões moderadas a
antidepressiva, apresentam grande graves.
evidência em termos de eficácia no Azevedo, Almeida e Moreira
tratamento da depressão no idoso. Esta (2009) apontam que o tratamento de
terapia pode mitigar alguns déficits idosos com depressão é difícil, pois nessa
cognitivos associados à depressão. Ela faixa etária os comportamentos
prossegue dizendo que muitos estudos inadequados estão bem estabelecidos,
revelam que a TCC, especialmente em além de os indivíduos, na maioria das
doentes deprimidos e com doença vezes, não apresentarem um bom
médica concomitante, pode ser uma repertório social. Ainda de acordo com
terapêutica extremamente eficaz. os autores é muito importante para o
Uma revisão realizada por Lima e tratamento a ideia de que para enfrentá-
Fleck (2009) sobre o tratamento de la não se pode trabalhar apenas
depressão trouxe informações amenizando sintomatologias que
importantes, visto que foram apontadas incomodam e incapacitam, mas que se
evidências recentes, obtidas através de faz necessário obter uma reestruturação
estudos de revisão e metanálises, que na vida dos indivíduos. Sendo assim, a
mostraram eficácia no tratamento agudo psicoterapia pode melhorar os
das depressões para as seguintes formas resultados das medicações, auxiliando o
de tratamentos psicológicos: indivíduo a reassumir gradualmente as
psicoterapia cognitivo-comportamental, antigas responsabilidades e adaptar-se
psicoterapia comportamental, às pressões normais da vida
psicoterapia interpessoal e psicoterapia (GONÇALVES; OLIVEIRA; CUNHA, 2007).
de resolução de problemas. Ainda Baseado nos modelos de
segundo os autores foi possível intervenções comportamentais, o
encontrar uma eficácia similar entre tratamento da depressão envolve
tratamentos com antidepressivos, discriminação dos mantenedores do
terapia cognitivo comportamental, problema, de estímulos relacionados à
comportamental e interpessoal. Também instalação e manutenção de
se verificou uma maior eficácia em comportamentos incompatíveis com os
tratamentos psicoterapêuticos e sintomas, instalação e/ou aumento de
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habilidades sociais e, em especial, psicólogos que trabalham com esta faixa


aumento de atividades prazerosas etária devem estar preparados para
(CARDOSO, 2011). Ainda de acordo com integrar e adaptar os processos
a autora, é importante treinar o terapêuticos às limitações físicas e
enfrentamento das situações aversivas funcionais que alguns idosos
para a resolução de problemas. Assim, apresentam.
modificar comportamentos e
pensamentos relacionados ao problema Conclusões
parece importante quando se pretende
tratar essa patologia. A falta de informações faz com
De acordo com Stella et al. (2002) que o idoso com depressão não venha
a psicoterapia breve é a intervenção sendo assistido do modo como deveria;
psicoterapêutica particularmente ora não sendo devidamente
indicada para idosos, já que além de diagnosticado, ora recebendo um
reduzir o sofrimento psíquico do tratamento deficitário (somente
paciente, ajuda o idoso deprimido a psicofarmacológico, enquanto as
reorganizar seu projeto de vida. É uma evidências apontam eficácia superior
terapia prospectiva, voltada para o quando os fármacos são associados à
presente e para o futuro, com duração, psicoterapia).
em geral, de seis meses. Além da desinformação, o
Rebelo (2007) após extensa preconceito também dificulta os avanços
revisão bibliográfica conclui que são na área. A percepção de que o idoso
vários os modelos e as propostas de típico é aquele ranzinza, sem ânimo e
intervenções psicológicas com indivíduos repleto de queixas somáticas faz com
na idade avançada, deixando claro que o que características diagnósticas
problema da eficácia da clínica nesta extremamente importantes, sejam
faixa etária já não constitui uma barreira percebidas como sendo a norma e não a
à institucionalização das psicoterapias exceção (SOLOMON, 2000).
nos serviços e unidades de geriatria e Diagnosticar e tratar de forma
completa salientando que não se pode ineficaz os idosos com depressão, além
reduzir o envelhecimento à sua de ser um desrespeito com os indivíduos
dimensão psicossocial, até porque os em questão, causa também danos
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