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EA611 – Circuitos II

Capı́tulo 4
Representação de sistemas de energia elétrica

Carlos A. Castro

DSE/FEEC/UNICAMP

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 1/192


Introdução

Em geral os circuitos elétricos utilizados na geração, transmissão e


distribuição de energia elétrica são considerados circuitos
trifásicos equilibrados

Na prática existem desequilı́brios, especialmente no nı́vel de


distribuição, mas estes são suficientemente pequenos, podendo
ser desprezados em certos estudos

Neste caso, os cálculos para circuitos deste tipo podem ser feitos
somente para uma fase, e os resultados para as outras fases são
obtidos considerando-se as defasagens apropriadas

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 2/192


Introdução

 Exemplo

Uma fonte de tensão trifásica equilibrada de 220 V de linha alimenta


uma carga em estrela com impedâncias de 22 \30Æ Ω por fase,
conforme mostra a figura abaixo. Obtenha as correntes de linha.
F ONTE C ARGA
ÎA
A a Z

ÎB
B b Z

ÎC
C c Z
 +
ÎN
N 127 V n

chave aberta

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Introdução

Considerando a sequência de fases ABC e a tensão da fase a como


referência angular, as tensões do circuito são:

V̂AN = 127 \0Æ V V̂AB = 220 \30Æ V


V̂BN = 127 \ 120Æ V V̂BC = 220 \ 90Æ V
V̂CN = 127 \120Æ V V̂CA = 220 \150Æ V

Como a carga é equilibrada, não há necessidade de fio neutro, pois não
haveria corrente por ele caso a chave do fio neutro estivesse fechada.

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Introdução

Pode-se verificar este fato através do cálculo da tensão entre o neutro


da fonte (N) e o neutro da carga (n) pelo método do deslocamento do
neutro:

YA V̂AN + YB V̂BN + YC V̂CN


V̂nN =
YA + YB + YC

Como YA = YB = YC = Y = 1=Z , chega-se a:


 
V̂AN + V̂BN + V̂CN
V̂nN = =0
3

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Introdução

As correntes de linha valem:

ÎA = V̂AN =Z = 5;77 \ 30Æ A


ÎB = V̂BN =Z = 5;77 \ 150Æ A
ÎC = V̂CN =Z = 5;77 \90Æ A

As correntes têm o mesmo valor eficaz e apresentam uma defasagem


de 120Æ entre si.
Desta forma, pode-se tomar apenas uma das fases, por exemplo a fase
a, e os cálculos são feitos somente para esta fase.
As correntes das outras fases são obtidas considerando-se as
caracterı́sticas dos circuitos equilibrados.

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Introdução

A figura abaixo mostra somente a fase a do circuito, e a corrente para


esta fase vale:
F ONTE C ARGA
ÎA
A a Z
V̂AN 
ÎA = ÎN =
Z
(
AN =Z 
IA = V
\ ÎA = \ V̂AN \ (Z )

ÎN
N n

chave fechada
Para as outras fases:
IC = IB = IA

\ ÎB = \ ÎA 120Æ


   

\ ÎC = \ ÎA + 120Æ


   

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Introdução

Na figura anterior é representado o fio neutro e, de acordo com esta


representação, a corrente ÎA passa por ele.
No entanto, sabe-se que para um circuito equilibrado a corrente de
neutro é nula.
Evidentemente, pode-se fazer a mesma representação para as fases b
e c, e, para cada uma delas, a corrente que passará pelo neutro será a
corrente de fase correspondente.
Para o circuito completo, a corrente pelo fio neutro será igual ao
negativo da soma das três correntes relativas às três fases1 , sendo
igual a zero.
Esta análise corresponde a uma aplicação do princı́pio da
superposição aos circuitos trifásicos.

1
Para chegar a esta conclusão, basta aplicar a lei das correntes de Kirchhoff ao ponto neutro da carga do circuito completo,
considerando que a chave esteja fechada.
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Introdução

Diagrama fasorial para o circuito2 :

V̂CN Escalas:
ÎC V: 1  – 12,5 V
I: 1–1A

V̂AN

30Æ

120Æ
ÎA
ÎB

V̂BN


2
Os diagramas para cada uma das três fases são semelhantes, devendo-se considerar as defasagens de 120Æ . As
defasagens entre as tensões e correntes de cada fase são as mesmas.
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 9/192
Introdução

O exemplo anterior mostrou que, para fins de cálculo, um circuito


trifásico equilibrado pode ser considerado como um sistema
monofásico, composto por uma das três fases e retorno de
corrente pelo neutro

Se a carga estiver conectada em triângulo (ou ∆), pode-se


executar procedimento semelhante, considerando-se a
equivalência Y-∆ vista anteriormente

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Introdução

 Exemplo

Considere o circuito mostrado a seguir, em que a carga está conectada


em triângulo (∆). A tensão de linha aplicada é de 220 V e as
impedâncias das fases valem 42\30Æ Ω. Calcule as correntes de linha.

ÎA

ÎAB Z∆
ÎB

B ÎCA Z∆

ÎBC Z∆
ÎC

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Introdução

Considerando sequência de fases ABC e a tensão da fase a como


referência angular:

V̂AN = 127 \0Æ V V̂AB = 220 \30Æ V


V̂BN = 127 \ 120Æ V V̂BC = 220 \ 90Æ V
V̂CN = 127 \120Æ V V̂CA = 220 \150Æ V

As correntes de fase valem:

ÎAB = V̂AB =Z∆ = 5;24 \0Æ A


ÎBC = V̂BC =Z∆ = 5;24 \ 120Æ A
ÎCA = V̂CA =Z∆ = 5;24 \120Æ A

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Introdução

Correntes de linha:
p
ÎA = ÎAB ÎCA = ÎAB  3\ 30Æ = 9;08 \ 30Æ A
ÎB = ÎBC ÎAB = 9;08 \ 150Æ A
ÎC = ÎCA ÎBC = 9;08 \90Æ A

Este problema pode ser resolvido de outra forma, lembrando da


equivalência Y-∆. A figura a seguir mostra um circuito com carga em Y:
ÎA
ZY
A

ÎB
ZY
B n

ÎC
ZY
C

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 13/192


Introdução

O circuito em Y será equivalente ao circuito em ∆ se:

= 14 \30Æ Ω
Z∆
ZY =
3
Então, a corrente de linha vale:

= 9;08 \ 30Æ A
V̂AN
ÎA =
ZY

As correntes de linha das outras fases têm o mesmo valor eficaz e são
defasadas de 120Æ em relação a ÎA , conforme já discutido
anteriormente.


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 14/192


Diagrama unifilar

Verificou-se que é possı́vel fazer a representação simplificada de


um circuito trifásico equilibrado através de um circuito monofásico
(uma das fases) com retorno de corrente pelo neutro

Pode-se simplificar ainda mais a representação através do


diagrama unifilar, para o qual o fio neutro não é representado

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 15/192


Diagrama unifilar

 Exemplo

Um circuito trifásico equilibrado é mostrado a seguir, em que uma fonte


alimenta uma carga através de uma linha de transmissão:

A ZL a Zc

B ZL b Zc
N
 n

C ZL c Zc


L INHA DE
F ONTE TRANSMISS ÃO C ARGA

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Diagrama unifilar

As especificações de seus componentes são as seguintes:

Linha: R = 1 Ω, X = 10 Ω ) impedância de cada condutor


Carga: jS3j = 120 kVA ) potência aparente trifásica nominal
fp = 80% atrasado ) fator de potência nominal
VL = 13;8 kV ) tensão de linha nominal

Determine a tensão fornecida pela fonte para que a tensão na carga


seja 13;8 kV.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 17/192


Diagrama unifilar

Representação do circuito trifásico por um circuito monofásico com


retorno de corrente pelo neutro:

A ZL a Zc

B ZL b Zc
N
 n

C ZL c Zc


L INHA DE
F ONTE TRANSMISS ÃO C ARGA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 18/192


Diagrama unifilar

Representação do circuito trifásico por um circuito monofásico com


retorno de corrente pelo neutro:

A ZL a Zc

N n

L INHA DE
F ONTE TRANSMISS ÃO C ARGA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 19/192


Diagrama unifilar

As especificações para o circuito monofásico são:

Linha: R = 1 Ω, X = 10 Ω ) impedância do condutor


Carga: jS1j = 120=3 kVA ) potência aparente nominal
de uma fase
p
fp = 80% atrasado ) fator de potência nominal
VF = 13;8= 3 kV ) tensão de fase nominal

em que o subscrito 1 representa uma grandeza por fase.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 20/192


Diagrama unifilar

Circuito representado por um diagrama unifilar:

 120 kVA
1 + j 10 Ω 0;8 atrasado
13;8 kV

No diagrama unifilar está representada uma fase do circuito trifásico


excluindo-se a representação do neutro. Além disso, os valores
atribuı́dos às tensões, correntes e potências são os normalmente
atribuı́dos aos circuitos trifásicos (tensões e correntes de linha,
potências trifásicas).

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 21/192


Diagrama unifilar

Na carga, tem-se:
p
jS3j = 3  VL  IL ! IL = p 120 = 5;02 A
3  13;8
p
Se V̂F = 13;8= 3 \0Æ kV (referência angular) e:

 = cos 1
(0;8) = 36;87Æ
pode-se obter o fasor da corrente de linha:

ÎL = 5;02 \ 36;87Æ A

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 22/192


Diagrama unifilar

Tensão da fonte:

13;8  103
V̂Ffonte = V̂F + ZL  ÎL = p + (1 + j 10)  5;02 \ 36;87Æ
3
13;86
= p \0;27Æ kV
3
ou seja, para se ter 13;8 kV na carga, é preciso ajustar a tensão de
linha da fonte para 13;86 kV.
O diagrama unifilar é uma forma concisa de se representar de maneira
completa um circuito trifásico equilibrado.


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 23/192


Diagrama unifilar

 Exercı́cio

Considere o circuito de distribuição primária a seguir. Obtenha o


circuito equivalente monofásico, a corrente de linha de cada carga, e a
corrente de linha e a tensão fornecidas pela subestação. Repita o
exercı́cio para a carga 2 conectada em ∆.

13;8 kV
Linha
Subestação
z = 0;05 + j 0;3 Ω/km
` = 50 km P2 = 200 kW
S1 = 400 kVA Q2 = 100 kvar
fp1 = 0;85 ind.

Resp.: 16;735 \ 31;79Æ A ; 9;355 \26;57Æ A ; 23;061 \ 11;59Æ A ; 14;03 kV.



Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 24/192
Transformadores – aspectos básicos

Os primeiros sistemas comerciais de fornecimento de energia


elétrica foram construı́dos basicamente para alimentar circuitos de
iluminação, e funcionavam com corrente contı́nua

Como as tensões de fornecimento eram baixas (da ordem de


120 V), altas correntes eram necessárias para suprir grandes
quantidades de potência

Em consequência, as perdas de potência ativa na transmissão


(proporcionais ao quadrado da corrente) eram muito grandes,
assim como as quedas de tensão

Assim, a tendência foi a de se construir pequenas centrais de


geração distribuı́das entre os pontos de carga que, em função da
pequena potência gerada, eram ineficientes e caras

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 25/192


Transformadores – aspectos básicos

A posterior utilização de corrente alternada na geração,


transmissão e distribuição de energia elétrica resultou em grande
avanço na operação eficiente dos sistemas elétricos

Os geradores elétricos, que fornecem tensões relativamente


baixas (da ordem de 15 a 25 kV), são ligados a transformadores,
que são equipamentos eletromagnéticos que transformam um
nı́vel de tensão em outro

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 26/192


Transformadores – aspectos básicos

alta tensão

baixa tensão

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 27/192


Transformadores – aspectos básicos

A tensão de saı́da de um transformador elevador ligado a um


gerador pode ser de várias centenas de kV

Se a tensão é maior, a mesma potência pode ser transmitida com


correntes menores, diminuindo as perdas e quedas de tensão

Consequentemente, pode-se ter centrais geradoras de maior porte


e a transmissão pode ser feita a distâncias maiores

Nos pontos de consumo, são ligados transformadores


abaixadores, que reduzem as tensões para nı́veis compatı́veis
com os equipamentos dos consumidores

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 28/192


Transformadores – aspectos básicos

Transformador elementar, composto por duas bobinas, com N1 e


N2 espiras:

i
i N1 N2
V
i
V

fluxo disperso fluxo enlaçado

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 29/192


Transformadores – aspectos básicos

Se uma corrente alternada i circula pela bobina 1, é gerado um


campo magnético alternado

O voltı́metro conectado à bobina 2 acusará uma tensão, que é


proporcional ao número de espiras N2 e à taxa de variação do
fluxo enlaçado ou fluxo concatenado com ela

Esta tensão induzida na bobina vale:

v2 (t) = N2 
d
(t)
dt

em que  é o fluxo concatenado com a bobina 2, e corresponde a


uma parcela do fluxo total  gerado pela bobina 1

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 30/192


Transformadores – aspectos básicos

Esta relação entre tensão induzida e fluxo magnético é conhecida


como lei de Faraday

O fluxo disperso não contribui para a indução de tensão

Em função desta caracterı́stica de funcionamento, o transformador


é usado para transformar nı́veis de tensão em um circuito, através
do ajuste do número de espiras das bobinas

Por exemplo, pode-se usar um aparelho projetado para operar em


127 V em uma cidade cuja tensão seja 220 V, bastando para isso
conectar um transformador entre a tomada e o aparelho que faça a
transformação adequada de tensão

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 31/192


Transformadores – aspectos básicos

O circuito transformador elementar mostrado anteriormente é um


circuito com acoplamento magnético, ou seja, não há ligação fı́sica
(elétrica) entre as duas bobinas mas energia pode ser transferida
entre elas

Se o voltı́metro for substituı́do por uma resistência, poder-se-á


observar a existência de corrente por ela e, portanto, de dissipação
de potência

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 32/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Circuito envolvendo um transformador ideal:

Fonte Carga

i1 (t) i2 (t)
chave

 v1 (t) N1 N2 v2 (t) Z

núcleo ferromagnético

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 33/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Duas bobinas são enroladas nas pernas de um núcleo de material


ferromagnético

De um lado conecta-se uma fonte de tensão alternada e do outro


uma carga de impedância Z

O lado em que a fonte é conectada é comumente chamado de


primário, sendo o lado da carga chamado de secundário

Costuma-se também denominar de lados de alta tensão e baixa


tensão, independentemente do lado em que fonte e carga são
conectadas

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 34/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

As principais caracterı́sticas do transformador ideal são:

o fluxo magnético produzido pelo enrolamento primário é totalmente


confinado no núcleo ferromagnético e enlaçado pelo enrolamento
secundário. Portanto, não há fluxo disperso
as perdas no núcleo são desprezı́veis;
as resistências dos enrolamentos primário e secundário são
desprezı́veis. Logo, não há perdas ôhmicas (r  I 2 ) nos
enrolamentos;
a permeabilidade do núcleo ferromagnético apresenta um valor
muito grande, e a corrente necessária para produzir fluxo é
desprezı́vel. Em termos gerais, o fluxo é diretamente proporcional à
permeabilidade do núcleo e à corrente pelo enrolamento. Para um
mesmo fluxo gerado, quanto maior for a permeabilidade, menor será
a corrente
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 35/192
Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Se uma tensão alternada v1 (t) é aplicada à bobina 1 (N1 espiras),


estabelece-se um campo magnético  que, pelo fato do
transformador ser ideal, fica totalmente confinado no núcleo (o que
equivale a dizer que se considera que o material do núcleo tem
uma permeabilidade infinita)

No transformador ideal não há fluxo disperso, e o fluxo


concatenado  é igual a . As linhas de campo magnético são
enlaçadas pela bobina 2 (N2 espiras) e uma tensão v2 (t) é
induzida em seus terminais

Aplicando-se a lei de Faraday ao primário, pode-se estabelecer


uma relação entre a tensão aplicada e o fluxo no núcleo:

v1 (t) = N1  (t)
d
(1)
dt
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 36/192
Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Poder-se-ia representar o efeito do aquecimento do enrolamento


primário devido à passagem de corrente por ele somando-se ao
membro da direita da equação (1) o termo r  i1 (t), onde r é uma
resistência associada a esse fenômeno fı́sico

No entanto, este termo é desprezado no caso do transformador


ideal, para o qual não se considera a existência de perdas de
potência

A relação entre a tensão induzida no secundário e o fluxo no


núcleo é:

v2 (t) = N2 
d
(t) (2)
dt

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 37/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Dividindo-se a equação (1) pela equação (2) termo a termo,


obtém-se a relação entre a tensão aplicada ao primário e a tensão
induzida no secundário:

v1 (t) N1
=
v2 (t) N2

A relação entre os fasores de tensão se mantém:

V̂1 N1
= (3)
V̂2 N2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 38/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Se uma carga Z é conectada ao secundário do transformador,


através do fechamento da chave, circulará uma corrente i2 (t) pela
carga (tensão v2 (t) aplicada em uma impedância Z ), e potência é
fornecida à carga

Se a carga e o enrolamento secundário não estão fisicamente


ligados à fonte, então a energia é transmitida através do
acoplamento magnético entre os dois enrolamentos

Assim, é requerida potência da fonte para alimentar uma carga


que não está fisicamente ligada a ela

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 39/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Assumindo que no transformador ideal não há perda de potência,


toda a potência fornecida pela fonte é entregue à carga. Assim:

S1 = S2
V̂1  Î1 = V̂2  Î2
!
Î1
=
V̂2
=
N2
N1
! Î1
=
N2
N1
Î2 V̂1 Î2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 40/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

 Exemplo

Obtenha o valor da corrente fornecida pela fonte para o circuito


mostrado abaixo.

220 : 110 V
Î1 Î2

220 V  V̂1 V̂2 Z2 = 300 Ω

F ONTE T RAFO C ARGA


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 41/192
Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Chama-se relação de transformação à relação entre as tensões


nominais dos lados de alta e baixa tensões do transformador. Neste
exemplo, as tensões nominais são 220 V e 110 V, respectivamente.
Assim, a relação de transformação, a, vale:

220 N1
a= =2=
110 N2

Considerando a tensão da fonte como referência angular, ou seja,


V̂1 = 220 \0Æ V, pode-se calcular a tensão fornecida à carga:

V̂2 =
N2
N1
 V̂1 = V̂a1 = 110 \0Æ V

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 42/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

A corrente no secundário vale:

= 366;67 \0Æ mA
V̂2
Î2 =
Z2

Finalmente, a corrente fornecida pela fonte vale:

= 183;33 \0Æ mA
Î2
Î1 =
a
Portanto, a fonte fornece 183;33 mA ao circuito.
As potências calculadas no primário e no secundário são:

jS1j = V1  I1 = 40;33 VA
jS2j = V2  I2 = 40;33 VA
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 43/192
Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Conceito de impedância refletida: considere o seguinte circuito:

220 : 110 V
Î1 Î2

220 V  V̂1 V̂2 Z2 = 300 Ω

F ONTE T RAFO C ARGA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 44/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Conceito de impedância refletida: conjunto carga + transformador:

220 : 110 V
Î1 Î2

220 V  V̂1 V̂2 Z2 = 300 Ω

F ONTE T RAFO C ARGA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 45/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

Conceito de impedância refletida: o circuito modificado fica:

Î1

220 V  V̂1 Z1

F ONTE C IRCUITO EQUIVALENTE


T RAFO + Z2

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Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

A impedância Z1 , que é a impedância vista pela fonte, vale:

V̂1
Z1 = (4)
Î1
Reescrevendo a equação (4) em função das grandezas do secundário,
chega-se a:

a  V̂2
 2  2
Z1 = =a 2
 V̂2
=
N1
 Z2 ! Z1 =
N1
 Z2
Î2 =a Î2 N2 N2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 47/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador ideal

A impedância Z1 é a impedância refletida do lado de baixa tensão no


lado de alta tensão. Neste exemplo, Z1 vale:

Z1 = (2)2  300 = 1;2 kΩ

A corrente fornecida pela fonte vale:

= 183;33 \0Æ mA
V̂1
Î1 =
Z1


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 48/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

O autotransformador se caracteriza pela existência de conexão


elétrica entre os lados de alta e baixa tensões

Pode ser utilizado somente quando não é necessário o isolamento


elétrico entre os dois enrolamentos

O autotransformador apresenta algumas vantagens em relação ao


transformador quanto à potência transmitida e à eficiência

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 49/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Transformador:

Î1 Î2

Î1 Î2
V̂1 N1 N2 V̂2

V̂1 N1 N2 V̂2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 50/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Autotransformador:

Î1 + Î2 Î1 Î2

Î1 + Î2 Î2 N2


V̂1 N1 N2 V̂2
V̂1 + V̂2
V̂1 + V̂2 V̂1 N1 Î1

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 51/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

As tensões e correntes em cada enrolamento individualmente não


mudam nos dois casos

Para o transformador:

S1 = V̂1  Î1
S2 = V̂2  Î2 ! S1 = S2 = ST ! potência nominal
do transformador

Para o autotransformador:

Se = V̂1  Î1 + Î2 !


 
potência de entrada

Ss = V̂1 + V̂2  Î2 !


 
potência de saı́da

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 52/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Desenvolvendo a equação para a potência de saı́da Ss :

Ss = V̂1 + V̂2  Î2 = V̂1  Î2 + V̂2  Î2


 

Da expressão da potência de entrada Se :

V̂1  Î2 = Se V̂1  Î1

que, substituı́da na expressão de Ss fornece:

Ss = Se V̂1  Î1 + V̂2  Î2 = Se


 

A transferência de potência entre os dois lados do


autotransformador se mantém, como no caso do transformador

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 53/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Analisando-se ainda a expressão para a potência Ss :

   
 Î2 = N1  V̂2 + V̂2  Î2 = N1 + 1  V̂2  Î2
 
Ss = V̂1 + V̂2
N N2
   2 
+ 1  S2 = + 1  ST
N1 N1
=
N2 N2

Assim, a ligação como autotransformador torna maior a


capacidade de potência do equipamento de um fator de
(N1 =N2 ) + 1

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 54/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

A potência de saı́da pode ser dividida em dois termos:


 
Ss =
N1
N2
+1  ST = NN1  ST + ST
2

O termo ST corresponde à parcela de potência transmitida pelos


campos magnéticos (efeito transformador). O termo (N1 =N2 )  ST
corresponde à parcela de potência transmitida eletricamente,
devido à ligação fı́sica dos enrolamentos

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 55/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Uma outra caracterı́stica importante do autotransformador diz


respeito à sua eficiência, quando comparada à do transformador

Em geral, a eficiência de um dispositivo pode ser definida como:

potência de saı́da potência de entrada perdas


= =
potência de entrada potência de entrada
perdas
=1
potência de entrada

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 56/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Se os enrolamentos são os mesmos e o núcleo é o mesmo, então,


as perdas são as mesmas nos dois casos

Como para o autotransformador a potência de entrada é maior que


para o transformador, conclui-se que a eficiência do
autotransformador é maior que a do transformador

Finalmente, a relação de transformação para o autotransformador


é:

a  V2
a0 =
V1 a
a  V2 + V2
= =
V1 + V2 a+1

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 57/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

 Exemplo

Dispõe-se dos seguintes equipamentos:


Fonte variável de 1;5 kV, 40 kVA
Trafo de 30 kVA, 1;5=13;8 kV
Carga resistiva de 30 kW, 15 kV

Obtenha o circuito para alimentação da carga com tensão nominal e calcule:


1 A corrente e tensão fornecidas pela fonte, para tensão e potência
nominais na carga.
2 A potência fornecida pela fonte.
3 A parcela da potência entregue à carga que é transmitida devido à
ligação elétrica dos enrolamentos.
4 A variação percentual de capacidade do trafo na ligação como autotrafo.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 58/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

O circuito para alimentação da carga é mostrado abaixo. É feita uma


ligação de autotransformador, onde a fonte é conectada à bobina de
baixa tensão:

Î2 (13;8) V̂2


+
Îf −
V̂c Sc
+

 V̂f Î1 (1;5)

F ONTE AUTOTRAFO C ARGA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 59/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

As condições na carga são:

V̂c = 15 \0Æ kV
Sc = 30 \0Æ kVA

Nova relação de transformação para a configuração autotransformador:

1;5 1;5
a0 = =
(1;5 + 13;8) 15;3

Tensão fornecida pela fonte:

V̂f = a0  V̂c ! V̂f = 1;4706 \0Æ kV

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 60/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Corrente na carga:
 
= 2 \0Æ A = Î2
Sc
Îc =
V̂c

Tensão no enrolamento de 13;8 kV:


 
13;8
V̂2 =
1;5
 V̂f = 13;5295 \0Æ kV
Potência complexa no enrolamento de 13;8 kV (igual à potência
complexa do enrolamento de 1;5 kV:

S2 = V̂2  Î2 = 27;0590 \0Æ kVA = S1

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 61/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Corrente no enrolamento de ;5 kV:


   
= 18;4 \0Æ A
S1 S2
Î1 = =
V̂f V̂f

Corrente fornecida pela fonte:

Îf = Î1 + Î2 = 20;4 \0Æ A

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 62/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

A potência complexa fornecida pela fonte é igual à potência complexa


consumida pela carga, ou seja, 30 \0Æ kVA.
Pode-se também calculá-la por:

Sf = V̂f  Îf = 30 \0Æ kVA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 63/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

Se Sc é a potência consumida pela carga e S2 é a parcela transmitida


por efeito transformador, então a parcela de potência transmitida
devido à ligação elétrica é igual à diferença entre Sc e S2 :

Sel = Sc S2 = 2;941 \0Æ kVA

ou, de outra forma:

Sel =
N1
N2
 S2 = 2;941 \0Æ kVA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 64/192


Transformadores – aspectos básicos
Autotransformador

A relação entre as potências do autotransformador e do transformador


é:
   
1;5
+ 1  S2 = + 1  S2 = 1; 1087  S2
N1
Sc =
N2 13;8

Assim, a capacidade do autotransformador aumentou de 10;87% em


relação à conexão como transformador.


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 65/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Na prática, a operação de um transformador revela algumas


caracterı́sticas deste que não são previstas no modelo do
transformador ideal

Alguns exemplos destas diferenças:

Se é aplicada tensão no primário de um transformador ideal, será


induzida uma tensão no secundário. Se o secundário estiver em
vazio (secundário em aberto, sem carga conectada a ele),
obviamente não haverá corrente circulando no secundário

Como a relação entre as correntes do primário e secundário é dada


simplesmente pela relação de espiras, conclui-se que a corrente no
primário também será nula

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 66/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

No entanto, na prática observa-se o aparecimento de uma corrente


no primário do transformador real

O enrolamento primário de um transformador real é uma bobina


que, portanto, apresenta uma impedância. Logo, deve haver uma
corrente no primário devido à aplicação de tensão, mesmo que o
secundário esteja em aberto

A tensão no secundário de um transformador real cai com o


aumento da carga (aumento da corrente no secundário), mesmo
que a tensão no primário seja mantida constante, indicando que a
relação entre as tensões do primário e secundário não é constante
e igual à relação de espiras, mas varia de acordo com a carga

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 67/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Tanto os enrolamentos como o núcleo de um transformador real


apresentam aquecimento quando sob operação contı́nua

Este fato demonstra que parte da potência de entrada do


transformador é dissipada no próprio equipamento, fato que não é
previsto pelo modelo do transformador ideal. Em outras palavras, o
transformador real apresenta uma eficiência menor que 100%, e a
potência de saı́da (entregue à carga) é menor que a potência de
entrada (fornecida pela fonte)

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 68/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Assim, é necessária a obtenção de um modelo apropriado para a


análise de um transformador real que leve em conta todos os
fenômenos fı́sicos envolvidos na sua operação

As principais caracterı́sticas que diferenciam um transformador


real de um transformador ideal são:

A permeabilidade magnética do núcleo não é infinita. Assim, a


corrente necessária para estabelecer um fluxo no núcleo não é
desprezı́vel

O fluxo magnético não fica totalmente confinado no núcleo,


existindo um fluxo disperso, que não contribui para a indução de
tensão no secundário

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 69/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

As bobinas têm resistência, o que implica em perdas ôhmicas


(perdas de potência ativa) nos enrolamentos

O fluxo variável no núcleo provoca perdas por histerese e por


correntes parasitas

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 70/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Circuito equivalente do transformador real: associar a um


transformador ideal resistências e reatâncias correspondentes a
cada fenômeno fı́sico que ocorre na operação do transformador
real

r1 x1 Î10 r2 x2

+ Î' + + +
Î1 Î2
V̂1 bm gn Ê1 Ê2 V̂2
Îm În
− − − −

N1 : N2
I DEAL

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 71/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Parâmetros do circuito equivalente:

r1 , r2 – resistências que levam em conta as perdas ôhmicas dos


enrolamentos
x1 , x2 – reatâncias que levam em conta a dispersão de fluxo
gn – condutância associada às perdas de potência no núcleo
bm – susceptância que leva em conta a magnetização do núcleo

Para o transformador ideal:


r1 x1 Î10 r2 x2

Î'
+ + + +
Î1 Î2
Ê1 Î2 N1
= =
Î10
V̂1 bm gn Ê1 Ê2 V̂2


Îm În
− − − Ê2 N2
N1 : N2
I DEAL

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 72/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Se é aplicada tensão ao primário, circula pelo enrolamento uma


corrente Î' , chamada de corrente de excitação, composta pela
corrente de perdas no núcleo În , e pela corrente de magnetização
Îm

A corrente Î' existe mesmo com o secundário em aberto (sem


carga conectada ao secundário)

Neste caso, o transformador opera com um baixo fator de


potência, devido à caracterı́stica fortemente indutiva do ramo de
excitação (ramo shunt)

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 73/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

É possı́vel eliminar o transformador ideal do circuito equivalente


refletindo-se os parâmetros r2 e x2 para o primário:

r1 x1 a2 r2 a2 x2

+ Î' +
Î1 Î2 =a
V̂1 bm gn a V̂2
Îm În
− −

N1
a=
N2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 74/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

 Exemplo

Um transformador de 220=110 V, 1 kVA, alimenta uma carga resistiva


de 110 V nas condições nominais. Seus parâmetros de circuito
equivalente são:

r1 = 0;5 Ω r2 = 0;125 Ω gn = 1 mS
x1 = 2 Ω x2 = 0;5 Ω bm = 2 mS

Calcule a tensão no primário.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 75/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Circuito equivalente para o transformador, já com os parâmetros do


secundário refletidos para o primário:

r1 x1 Ê1 a2 r2 a2 x2

+ Î' +
Î1 Î2 =a
Fonte V̂1 bm gn a V̂2 Carga
Îm În
− −

Trafo

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 76/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Relação de transformação:

220
a= =2
110
Tomando a tensão do secundário como referência angular
(V̂2 = 110 \0Æ V), e considerando S2 = 1 \0Æ kVA (carga resistiva),
pode-se calcular a corrente do secundário:
 
= 9;09 \0Æ A
S2
Î2 =
V̂2

Refletindo a tensão e a corrente do secundário para o primário:


r1 x1 Ê1 a2 r2 a2 x2

Î20 = Î2 =a = 4;54 \0Æ A


+ Î' +
 
Î1 Î2 =a

V̂20 = a  V̂2 = 220 \0Æ V


Fonte V̂1 bm gn a V̂2 Carga
Îm În
− −

Trafo

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 77/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Tensão Ê1 sobre o ramo de excitação:

Ê1 = V̂20 + (0;5 + j 2)  Î20


r1 x1 Ê1 a2 r2 a2 x2

+ Î' +
Î1 Î2 =a

= 220 + 2;06 \75;96Æ  4;54 \0Æ


Fonte V̂1 bm gn a V̂2 Carga
Îm În

= 222;45 \2;33Æ V
− −

Trafo

Admitância de excitação:

Y' = gn + j bm = 1 j 2 = 2;24 \ 63;43Æ mS

Corrente de excitação:

Î' = Y'  Ê1 = 0;50 \ 61;09Æ A

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 78/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Corrente fornecida pela fonte:


r1 x1 Ê1 a2 r2 a2 x2
Î'
+ +
Î2 =a

Î1 = Î' + Î20 = 4;80 \ 5;26Æ A


Î1
Fonte V̂1 bm gn a V̂2 Carga
Îm În
− −

Trafo

Tensão fornecida pela fonte:

V̂1 = Ê1 + (0;5 + j 2)  Î1 = 226;28 \4;67Æ V

que é maior que 220 V, em função da consideração de todos os


fenômenos fı́sicos envolvidos na operação de um transformador real.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 79/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Diagramas fasoriais para os circuitos primário e secundário:

V̂1
4;67Æ
V̂2
5;26Æ
Î2
Î1
Primário Secundário

O transformador é um elemento indutivo, devido ao atraso da corrente


do primário em relação à tensão, apesar da carga ser resistiva.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 80/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

r1 x1 Ê1 a2 r2 a2 x2

+ Î' +
Î1 Î2 =a
Fonte V̂1 bm gn a V̂2 Carga
Îm În
− −

Trafo

indutivo resistivo

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 81/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Potência complexa fornecida pela fonte:

S1 = V̂1  Î1 = 1;09 \9;93Æ kVA

que é maior que a potência consumida pela carga, indicando a


presença de perdas. O ângulo de 9;93Æ resulta em um fator de
potência de 0;985 atrasado na fonte.

Eficiência do transformador:

1;0
=
S2
S1
 100% =
1;09
 100% = 91;74%

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 82/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Perdas ôhmicas nos enrolamentos (perdas no cobre):

PCu = r1  I12 + r2  I22 = 21;85 W

Perdas de potência no núcleo (perdas no ferro):

PFe = gn  E12 = 49;48 W

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 83/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

 Exemplo

Foram realizados os ensaios de laboratório necessários para a


obtenção dos parâmetros do circuito equivalente de um transformador
de 1 kVA, 220=110 V. As medições são mostradas na tabela abaixo e
foram feitas no lado de alta tensão do transformador. Obtenha os
parâmetros do circuito equivalente do transformador.

Ensaio Tensão (V) Corrente (A) Potência (W)


Circuito aberto 220 0;50 50
Curto-circuito 5 4;54 10

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 84/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

O ensaio de circuito aberto consiste na aplicação de tensão nominal


em um dos enrolamentos, mantendo-se o outro enrolamento em
aberto, conforme mostra a figura a seguir.

A W

 V
gn bm

220 V 110 V

T RAFO

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 85/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Em seguida, mede-se os valores indicados pelos medidores.


Nota-se que a tensão medida (220 V) corresponde à tensão nominal do
lado de alta tensão.
Ao contrário do que é feito neste exemplo, na prática o ensaio de
circuito aberto é normalmente realizado no lado de baixa tensão.
Como o secundário (lado de baixa tensão) está em aberto, não há
corrente por ele e, portanto, ele não é representado.
Nas condições do ensaio, a corrente medida deve ser pequena, pois a
impedância do ramo paralelo (ramo de excitação) é alta.
Desprezam-se as quedas de tensão na resistência e reatância de
dispersão do primário.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 86/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

A potência medida pelo wattı́metro é praticamente igual à potência


consumida na condutância gn , e representa as chamadas perdas ferro.
Parâmetros gn e bm :

0;5
jY'j = VI 220
= 2;2727 mS
=
P 50
gn = 2 = = 1;0331 mS
V (220)2
q q
bm = jY'j gn = (2;2727)2
2 2 (1;0331)2 = 2;0243 mS

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 87/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

O ensaio de curto-circuito consiste na aplicação de uma tensão em um


dos enrolamentos tal que a corrente resultante seja a corrente nominal
do transformador, quando o outro enrolamento está curto-circuitado. O
circuito para este ensaio é:

A W
req xeq

 V

220 V 110 V

T RAFO

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 88/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

Corrente nominal do enrolamento de alta tensão:


S 1  103
Inominal = = = 4;54 A
V 220

que é o valor mostrado na tabela. O ensaio de curto-circuito é


normalmente executado no lado de alta tensão.

Como a tensão é muito baixa, a corrente pelo ramo de excitação é


muito pequena, e este pode ser desprezado. Os parâmetros série são
então agrupados, tais que:

req = r1 + a2  r2
xeq = x1 + a2  x2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 89/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador real – caracterı́sticas de operação e circuito equivalente

A potência medida pelo wattı́metro é praticamente a potência dissipada


nos enrolamentos (req  I 2 ) e representa as chamadas perdas cobre. Os
parâmetros req e xeq são calculados por:

jZ j = VI =
5
4;54
= 1;1013 Ω
P 10
req = 2 = = 0;4852 Ω
I (4;54)2
q q
xeq = jZ j 2 req = (1;1013)2
2 (0;4852)2 = 0;9887 Ω
Em geral assume-se que:

r1 = a2  r2 = req =2
x1 = a2  x2 = xeq =2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 90/192
Transformadores – aspectos básicos
Modelos simplificados de transformadores reais

Os transformadores utilizados em sistemas de energia elétrica


apresentam caracterı́sticas próprias que permitem simplificações
no seu circuito equivalente

A corrente de excitação dos transformadores é tipicamente da


ordem de 5% da corrente nominal

Assim, pode-se desprezar o ramo paralelo do circuito equivalente


do transformador quando este opera em torno das suas condições
nominais

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 91/192


Transformadores – aspectos básicos
Modelos simplificados de transformadores reais

O circuito equivalente resultante é bastante simples, sendo


formado apenas por uma impedância do tipo RL:

req xeq

+ +
Î1
V̂1 a V̂2

− −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 92/192


Transformadores – aspectos básicos
Modelos simplificados de transformadores reais

Para transformadores de potência nominal a partir de algumas


centenas de kVA, observa-se ainda que req é muito menor que xeq .
Assim, pode-se desprezar também a resistência, pois as perdas
de potência ativa nos enrolamentos são desprezı́veis em relação à
potência nominal do transformador

Circuito equivalente simplificado final:


xeq

+ +
Î1
V̂1 a V̂2

− −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 93/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

Considere três transformadores monofásicos idênticos ao


mostrado a seguir, para o qual a relação de transformação vale:

V1 100
100 V 50 V a 1 = = =2
V2 50

N1 : N2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 94/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

Eles podem ser conectados de maneira conveniente resultando


em um transformador trifásico

Uma das ligações possı́veis é a ligação Y-Y:


1
A a

100 V 50 V

2 1 1
B b A a
2 2
100 V 50 V B N n b
3 3

N n C c
3
C c

100 V 50 V

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 95/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

Considerando a sequência de fases ABC e a fase a como


referência angular, as tensões do primário são:
p
V̂AN = 100 \0Æ V V̂AB = 100 3 \30Æ V
p
V̂BN = 100 \ 120Æ V V̂BC = 100 3 \ 90Æ V
p
V̂CN = 100 \120Æ V V̂CA = 100 3 \150Æ V

Pode-se obter as tensões de fase e de linha no secundário,


considerando cada transformador individualmente. Para o
transformador 1 tem-se:

= 50 \0Æ V
V̂AN
V̂an =
a 1

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 96/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

As demais tensões de fase são obtidas considerando-se as


defasagens apropriadas

A tensão de linha entre as fases a e b vale:


p
V̂ab = 50 3 \30Æ V

A relação de transformação para um transformador trifásico é


definida como a relação entre as tensões de linha do primário e
secundário. Então, para a ligação Y-Y:
V̂AB
a 3 = = 2 = a 1
V̂ab
que neste caso é igual à relação de transformação para cada
transformador monofásico
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 97/192
Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

Outra ligação possı́vel é a Y-∆:

1 1

A a
2 2

B N b
3 3

C c

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 98/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

Suponha que definições das tensões no primário são as mesmas


do caso da ligação Y-Y

Tomando o transformador 1 e observando a ligação feita, nota-se


que ao enrolamento do primário é aplicada uma tensão de fase,
enquanto que no enrolamento secundário a tensão induzida é uma
tensão de linha

A relação entre as tensões nos enrolamentos primário e


secundário é a própria relação de transformação do transformador
monofásico:
= 2 ! V̂ab = 50 \0Æ V
V̂AN
V̂ab

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 99/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

A relação de transformação para a ligação Y-∆ é:

p p
= 2 3 \30Æ = a1 3 \30Æ
V̂AB
a 3 =
V̂ab
p
ou seja, além da relação de valores eficazes de a1 3, existe uma
defasagem de 30Æ entre as tensões de linha

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 100/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

Outras ligações são possı́veis, como a ∆-Y ou a ∆-∆, e seus


modos de operação podem ser deduzidos a partir das ligações
descritas anteriormente

Os transformadores utilizados na prática também podem ter seus


enrolamentos montados em um mesmo núcleo, e seu
funcionamento é idêntico ao banco trifásico de transformadores

Como o transformador é um equipamento que tem as três fases


idênticas, também pode ser representado através de diagrama
unifilar:


;
G ERADOR L INHA C ARGA

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 101/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

 Exercı́cio

Uma carga composta de três resistores em ∆ é conectada a um banco


trifásico ∆-Y composto de três transformadores monofásicos que têm relação
de espiras 5 : 1.
1 Esboce o diagrama elétrico das ligações do banco trifásico a uma rede
elétrica e à carga, e obtenha as relações de espiras e de transformação.
2 Se a corrente na impedância da carga é de 8 A, qual é o valor da
corrente de linha no primário?
3 Se a tensão de linha no primário é de 220 V, qual é o valor da tensão na
impedância da carga?

Resp.: 4;8; A; 76;2; V.



Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 102/192
Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

 Exercı́cio

Dispõe-se de uma rede elétrica trifásica 6;6 kV e de três


transformadores monofásicos 3800=220 V. Desenhe um diagrama
elétrico, indicando as ligações dos transformadores à rede elétrica e a
três lâmpadas de 200 W=127 V conectadas em Y. Obtenha as
magnitudes de todas as tensões e correntes, a relação de
transformação e a relação de espiras. Indique estes valores no
diagrama elétrico.

Resp.: 1;57; A; 0;91; A; 0;053; A.




Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 103/192


Transformadores – aspectos básicos
Transformador trifásico

 Exercı́cio

Dispõe-se de uma rede elétrica trifásica 6;6 kV e de três


transformadores monofásicos 3800=220 V. Desenhe um diagrama
elétrico, indicando as ligações dos transformadores à rede elétrica e a
três lâmpadas de 200 W=220 V conectadas em Y. Obtenha as
magnitudes de todas as tensões e correntes, a relação de
transformação e a relação de espiras. Indique estes valores no
diagrama elétrico.

Resp.: 0;91; A; 0;053; A.




Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 104/192


Especificações de equipamentos em sistemas de energia elétrica

Descrição limitada aos equipamentos básicos utilizados em


sistemas de energia elétrica e que têm interesse imediato nesta
disciplina

Máquinas Sı́ncronas: utilizadas para fornecer as tensões


alternadas ao circuito (gerador sı́ncrono), ou para fornecer ou
consumir reativos do circuito (compensador sı́ncrono)

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 105/192


Especificações de equipamentos em sistemas de energia elétrica

Um circuito equivalente para uma máquina sı́ncrona pode ser:

r xs

+ +
Îa
Îc  Êg V̂t
− −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 106/192


Especificações de equipamentos em sistemas de energia elétrica

Ic – corrente de campo, que é uma corrente contı́nua


aplicada no enrolamento de rotor (parte móvel) da
máquina. Quando o rotor é posto a girar, esta cor-
rente cria um campo magnético variável no interior
da máquina
Eg – tensão gerada, que é induzida em enrolamentos si-
tuados no estator (parte fixa) da máquina, devido à
variação do campo produzido por Ic
Vt – tensão terminal, ou seja, tensão disponı́vel para co-
nexão com o restante do circuito
Ia – corrente de armadura (estator), fornecida à carga
r – resistência de armadura, associada à perda ôhmica
de potência nos enrolamentos da máquina. Para
máquinas de grande porte, pode ser desprezada
xs – reatância sı́ncrona, que representa a dispersão de
fluxo e o efeito desmagnetizante da carga
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 107/192
Especificações de equipamentos em sistemas de energia elétrica

As especificações básicas para a máquina sı́ncrona são:

Potência aparente trifásica nominal


Tensão de linha nominal
Impedância (ou somente a reatância)

Transformadores: de acordo com a descrição dos transformadores


feita anteriormente, as especificações são as seguintes:

Potência aparente trifásica nominal


Tensões de linha dos lados de alta e baixa tensões
Reatância de dispersão

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 108/192


Especificações de equipamentos em sistemas de energia elétrica

Motores: são fornecidos os seguintes dados:

Potência ativa nominal disponı́vel no eixo


Rendimento
Tensão de linha nominal
Fator de potência para operação nominal

Cargas: são especificados os seguintes valores:

Potência aparente trifásica nominal


Tensão de linha nominal
Fator de potência para operação nominal

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 109/192


Especificações de equipamentos em sistemas de energia elétrica

Linhas de Transmissão: é fornecida a impedância série da linha,


conforme já utilizado em exercı́cios anteriores

Pode-se ter modelos mais completos (e complexos) para a linha de


transmissão, dependendo da aplicação

Exemplo de um diagrama unifilar contendo vários dos


equipamentos descritos3 :

 M
10 + j 50 Ω
100 kVA 10 HP=90%
100 kVA 100 kVA
13;8 kV 0;85 atrasado
13;8 : 69 kV 69 : 11;9 kV
x = 8% 11;9 kV
x = 5% x = 6%

3
Reatâncias dos equipamentos expressas em termos percentuais.
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 110/192
Sistema por unidade (pu)

Os sistemas elétricos de potência apresentam diferentes nı́veis de


tensão de operação, seja no nı́vel de transmissão, de
sub-transmissão ou distribuição

No caso da transmissão existem alguma tensões tı́picas, como


765 kV, 500 kV, 440 kV, 345 kV e 230 kV

As mudanças (ou transformações) de tensão são feitas por


transformador, como visto anteriormente

Com a mudança da tensão para uma mesma potência transmitida


haverá também a mudança da corrente

Surgirá também uma mudança da impedância vista de um


barramento, o que irá tornar a análise mais elaborada

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 111/192


Sistema por unidade (pu)

A análise dos sistemas com diferentes nı́veis de tensão é complexa

Além disto, não é trivial identificar se os valores de tensão em


unidades fı́sicas encontram-se dentro de faixas aceitáveis de
operação

Considera-se que a tensão de um sistema em operação normal


deve ficar situada na faixa de 95%  V  105%

Ainda é possı́vel que a tensão em algumas barras tenha uma


variação maior, de 90% a 110%

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 112/192


Sistema por unidade (pu)

Ao invés de trabalhar com valores em percentagem, em sistemas


elétricos de potência utiliza-se o sistema por unidade, onde as
várias grandezas fı́sicas como potência, tensão, corrente,
impedâncias são descritas como frações decimais de grandezas
base

Desta forma, as faixas acima seriam de 0;95 pu a 1;05 pu para a


tensão normal de operação e de 0;90 pu a 1;10 pu para algumas
barras

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 113/192


Sistema por unidade (pu)

Evitar o uso de unidades fı́sicas simplifica a análise, uma vez que


um engenheiro consegue identificar rapidamente uma operação
incorreta sem precisar saber qual a tensão de linha ou de fase em
volts naquele barramento

O sistema por unidade facilita a análise de circuitos que incluirem


transformadores

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 114/192


Sistema por unidade (pu)

Considere o seguinte circuito:

1 \80Æ Ω

+ Î
+

V̂f  220 \0Æ V 10 \30Æ Ω

− −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 115/192


Sistema por unidade (pu)

A tensão da fonte pode ser obtida por:

1 \80Æ Ω

+ +
Î = (220 \0Æ =10 \30Æ) = 22 \ 30Æ A

V̂f  220 \0Æ V 10 \30Æ Ω


V̂f = 220 \0Æ + 1 \80Æ  22 \ 30Æ
= 234;7 \4;1Æ V
− −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 116/192


Sistema por unidade (pu)

A informação de que a tensão na fonte é 234;7 V não tem grande


significado em si, a menos que se saiba que a sua tensão nominal
é 220 V

Aı́ sim se pode concluir que a fonte está operando 6;7% acima de
suas especificações

Normalmente prefere-se trabalhar com a informação de que a


tensão na fonte é de 106;7% ou 1;067 por unidade ou
simplesmente pu

Com esse valor, pode-se concluir imediatamente a violação das


especificações da fonte sem que seja necessário o conhecimento
das mesmas

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 117/192


Sistema por unidade (pu)

Define-se como valor por unidade (pu) de uma grandeza elétrica a


relação entre o valor real da grandeza e um valor de base
predefinido:

valor real
valor em pu =
valor de base

No caso do circuito exemplo, o valor real da tensão da fonte é


234;7 V e o valor de base é o seu valor de tensão nominal 220 V,
resultando em uma tensão 1;067 pu

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 118/192


Sistema por unidade (pu)

Desta forma, correntes, tensões, potências e impedâncias podem


ser representadas em pu

Na análise de circuitos de corrente alternada há quatro grandezas


elétricas fundamentais:

Tensão Impedância

Corrente Potência

Elas são dependentes umas das outras. Então, dadas duas delas,
as outras duas podem ser calculadas.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 119/192


Sistema por unidade (pu)

Considere o gerador monofásico:

1 kVA
220 V
x = 5%


G ERADOR

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 120/192


Sistema por unidade (pu)

É possı́vel definir uma potência de base igual ao seu valor


nominal, isto é, Sb = 1 kVA

Assim, se nos cálculos do circuito for obtida uma potência de


0;95 pu, conclui-se que a máquina está operando abaixo de sua
capacidade nominal

Pode-se definir também uma tensão de base igual a 220 V (Vb )

Corrente de base:
Sb
Ib = = 4; 54 A
Vb
Impedância de base:
Vb2
Zb = = 48;4 Ω
Sb
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 121/192
Sistema por unidade (pu)

Sempre são definidos dois valores de base (por exemplo, potência


aparente e tensão)

Os outros dois (corrente e impedância) ficam automaticamente


determinados, devido à dependência entre as grandezas

Os valores de tensão e potência de base definidos acima


coincidiram com os valores nominais do gerador

Isto não é obrigatório, podendo ser escolhidas quaisquer bases.


Na prática, no entanto, as bases são escolhidas da maneira
mostrada acima

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 122/192


Sistema por unidade (pu)

Os fatores que levam a esta escolha são os seguintes:

Um valor em pu é útil quando implicitamente se refere a um valor


importante do ponto de vista fı́sico, como por exemplo o valor
nominal correspondente ao equipamento

Se a base fosse outra que não a nominal, não haveria meio de se


saber se a grandeza em pu representa a operação acima ou abaixo
das especificações, a menos que fossem fornecidos dados
adicionais, o que faz o sistema pu perder sua principal utilidade

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 123/192


Sistema por unidade (pu)

Os fabricantes de equipamentos fornecem algumas especificações


em pu (ou em valores percentuais), com base nos valores nominais
dos mesmos

Para o gerador exemplo a reatância é fornecida em termos


percentuais, calculada para uma base de 220 V, 1 kVA

Uma reatância de 5% equivale a 0;05 pu. Isto significa que a


reatância em ohms é dada por:

Xohms = xpu  Zb = 0;05  48;4 = 2;42 Ω

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 124/192


Sistema por unidade (pu)

Gerador exemplo com sua reatância representada em ohms e em


pu:

j 2;42 Ω j 0;05 pu

 

G ERADOR G ERADOR

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 125/192


Sistema por unidade (pu)

 Exemplo

Considere o circuito a seguir. Se a tensão na carga é 220 V, calcule a


tensão da fonte.
j 10 Ω


F ONTE C ARGA
1 kVA  900 W / 0;90 indutivo
220 V 220 V

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 126/192


Sistema por unidade (pu)

Valores de base a potência aparente e a tensão da fonte:

Sb = 1 kVA
Vb = 220 V

Corrente de base:

Sb
Ib = = 4;54 A
Vb
Impedância de base:

Vb2
Zb = = 48;4 Ω
Sb

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 127/192


Sistema por unidade (pu)

Impedância da linha em pu4 :

= j 0;21 = 0;21 \90Æ pu


Z` j 10
z` = =
Zb 48;4

Na carga:

220 \0Æ
v̂c = = 1;0 \0Æ pu
220
900
pc = = 0;90 pu
1000
e:

jsc j = (pc =fp) = 1;0 pu



sc = 1;0 \25;84Æ pu
'c = cos 1 (0;90) = 25;84Æ

4
As grandezas expressas em letras minúsculas indicam que os valores estão em
pu.
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 128/192
Sistema por unidade (pu)

Corrente na carga:
 
= 1;0 \ 25;84Æ pu
sc
ˆ{c =
vˆc

ou, em ampères:

Îc = ˆ{c  Ib = 4;54 \ 25;84Æ A

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 129/192


Sistema por unidade (pu)

Tensão da fonte:

v̂f = v̂c + z`  ˆ{c = 1;108 \9;82Æ pu

ou em volts:
V̂f = v̂f  Vb = 243;8 \9;82Æ V
onde se nota que a tensão da fonte está 10;8% acima do seu valor
nominal.
Potência fornecida pela fonte:

sf = v̂f  ˆ{c = 1;108 \35;66Æ pu

ou em volt-ampères:

Sf = sf  Sb = V̂f  Îc = 1108 \35;66Æ VA


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 130/192
Sistema por unidade (pu)

A transformação das grandezas de um circuito em por unidade


permite a eliminação dos transformadores do circuito. A figura a
seguir mostra um circuito com transformador.

13;8 kV Área 1 Área 2

+ +
138 kV

V̂1 V̂2

− −

100 kVA
138 : 13;8 kV

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 131/192


Sistema por unidade (pu)

O circuito pode ser dividido em duas áreas, cada uma


correspondendo a um lado do transformador e com sua base
própria

Pode-se definir os seguintes valores de base:

Área 1: Sb1 = 100 kVA ! potência nominal do trafo


Vb1 = 138 kV ! tensão nominal do lado de alta tensão

Área 2: Sb2 = 100 kVA ! potência nominal do trafo


Vb2 = 13;8 kV ! tensão nominal do lado de baixa tensão

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 132/192


Sistema por unidade (pu)

A potência de base é a mesma para as duas áreas e igual à


potência nominal do transformador

A escolha se deve ao fato de que, se as perdas forem


desprezadas, a potência consumida pela carga no secundário é
igual à potência fornecida pela fonte no primário

As tensões de base são iguais às tensões nominais dos


respectivos lados do transformador

Uma tensão V2 de, por exemplo, 13 kV, vale em pu:

V2 13
v2 = = = 0;942 pu
Vb2 13;8

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 133/192


Sistema por unidade (pu)

A tensão V1 pode ser obtida aplicando-se a relação de


transformação:

V1 =
N1
N2
 V2 =
138
13;8
 13 = 130 kV
ou, em pu:
V1 130
v1 = = = 0;942 pu
Vb1 138

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 134/192


Sistema por unidade (pu)

Os valores em pu das tensões dos lados de alta e baixa do


transformador são iguais, mostrando que o trafo pode ser
eliminado, visto que a relação de transformação em pu é unitária

+ + + +

0;942 pu 0;942 pu 0;942 pu 0;942 pu

− − − −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 135/192


Sistema por unidade (pu)

Impedâncias de base:

2
Vb1 2
Vb2
Zb1 = Zb2 =
Sb1 Sb2

Se uma impedância Z2 é conectada no lado de baixa tensão do


transformador, seu valor em pu será:

Z2
z2 =
Zb2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 136/192


Sistema por unidade (pu)

O valor da impedância vista pelo lado de alta tensão em pu será:

 2
z1 =
Z1
Zb1
=
N1
N2
 Z2  SVb12
| {z b1
} |{z}
Z1 1=Zb1
 2  2
=
N1
N2
 Z2  Sb2  N2
N1
 V12 = Z2 
Sb2
2
Vb2
= z2
b2

Como z1 = z2 , constata-se mais uma vez a eliminação do trafo


quando se trabalha com pu. Entre as especificações do trafo, é
fornecida a impedância em pu, não sendo necessário especificar o
lado que foi considerado nos cálculos

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 137/192


Sistema por unidade (pu)

 Exemplo

Considere o circuito mostrado na figura a seguir. Calcule a tensão V̂f e


a potência fornecida pela fonte.

Gerador Trafo 1 Linha Trafo 2 Carga

j 0;1 Ω T1 1Ω j5Ω T2

 V̂f Vc = 110 V Zc = 10 \30Æ Ω

50 : 220 V 220 : 110 V


1;5 kVA 1;5 kVA

Área 1 Área 2 Área 3

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 138/192


Sistema por unidade (pu)

Será considerada como referência angular a tensão da carga


V̂c = 110 \0Æ V.

Corrente na carga: Îc = V̂c =Zc = 11 \ 30Æ A

Corrente na linha: Î` = (110=220)  Îc = 5;5 \ 30Æ A

Tensão no lado de alta de T2: V̂c0 = 220 \0Æ V

Tensão no lado de alta de T1: V̂f00 = V̂c0 + Z`  Î` = 239;44 \5;05Æ V

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 139/192


Sistema por unidade (pu)

Tensão no lado de baixa de T1: V̂f0 = (50=220)  V̂f00 = 54;42 \5;05Æ V

Corrente fornecida pela fonte: Îf = (220=50)  Îl = 24;2 \ 30Æ A

Tensão na fonte: V̂f = V̂f0 + j 0;1  Îf = 55;84 \7;08Æ V

Potência fornecida pela fonte: Sf = V̂f  Îf = 1351;3 \37;08Æ VA

Pf = 1078;06 W
Qf = 814;74 VAr

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 140/192


Sistema por unidade (pu)

Para a realização do mesmo cálculo em por unidade, o circuito é


dividido em três áreas, cujos valores de base são:

Área 1: Sb = 1;5 kVA ! Zb1 = 1;6667 Ω


Vb1 = 50 V

Área 2: Sb = 1;5 kVA ! Zb2 = 32;2667 Ω


Vb2 = 220 V

Área 3: Sb = 1;5 kVA ! Zb3 = 8;0667 Ω


Vb3 = 110 V

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 141/192


Sistema por unidade (pu)

As impedâncias do circuito em pu valem:

Impedância da carga: zc = Zc =Zb3 = 1;2397 \30Æ pu


Impedância da linha: z` = Z` =Zb2 = 0;1580 \78;69Æ pu
Impedância da fonte: zf = Zf =Zb1 = 0;06 \90Æ pu

A tensão na carga é tomada como referência:

= 1 \0Æ pu
V̂c
v̂c =
Vb3

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 142/192


Sistema por unidade (pu)

Circuito em pu:

j 0;06 0;031 j 0;1549

ˆ{f +

 v̂f 1 \0Æ 1;0736 + j 0;6198

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 143/192


Sistema por unidade (pu)

1 \0Æ
ˆ{f = = 0;8066 \ 30Æ pu
1;2397 \30Æ

v̂f = 1 \0Æ + 0;8066 \ 30Æ  (0;0310 + j 0;1549 + j 0;06)

= 1;1168 \7;08Æ pu

V̂f = v̂f  Vb1 = 55;84 \7;08Æ V

sf = v̂f  ˆ{f = 0;9008 \37;08Æ pu

Sf = sf  Sb = 1351;2 \37;08Æ VA


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 144/192
Sistema por unidade (pu)

A utilização do sistema pu em circuitos trifásicos não apresenta


dificuldades adicionais, visto que um circuito trifásico equilibrado
pode ser representado por um circuito monofásico (uma das fases
do Y)

Algumas das grandezas consideradas para um circuito trifásico


são:

Tensão de fase (fase-neutro) – Vf Tensão de linha (fase-fase) – V`


Potência aparente por fase – Sf Potência aparente trifásica – S3
Corrente de linha – I`

em que: p
S 3 = 3  S f V` = 3  Vf
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 145/192
Sistema por unidade (pu)

Assim, se for escolhida a base:

Sfb – potência aparente por fase de base


Vfb – tensão de fase de base

tem-se, consequentemente:

S3b = 3  Sfb ! potência aparente trifásica de base


p
V` =b
3 Vfb ! tensão de linha da base

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 146/192


Sistema por unidade (pu)

Logo:

Sfb S3b
p S3b
b
I` = =  V 3b ! I`b = p
Vfb 3 ` 3  V`b

2 !2 2
Vfb V`b V`b
b
Z = = p  3
! b
Z =
Sfb 3 S3b S3b

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 147/192


Sistema por unidade (pu)

 Exemplo

Se a tensão da fonte do circuito trifásico mostrado a seguir é igual a


13;8 kV, calcule a tensão no motor.

j 500 Ω 100 + j 500 Ω



10 HP
15 kVA Carga Eficiência 90%
6 kW = fp = 1 M
13;8 kV fp = 0;8
x = 5% 13;8 kV 13;8 kV

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 148/192


Sistema por unidade (pu)

Deve-se primeiramente determinar os valores caracterı́sticos de cada


elemento do circuito. Para o motor:

PHP  746 1
P 1 =
0;90
 3 = 2;7630 kW
jS1j = Pfp1 = 3;4537 kVA
'm = cos 1
(0;80) = 36;87Æ ! S1 = 3;4537 \36;87Æ kVA
q
Q 1 = S12 P12 = 2;0722 kvar

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 149/192


Sistema por unidade (pu)

Pode-se obter a impedância do motor conhecendo-se a potência


complexa e a tensão nominais:

Vf2
= 18;3803 \36;87Æ kΩ
S1
Zm =

Neste caso, supõe-se que o motor será submetido à tensão nominal e


consumirá a potência nominal, o que pode não corresponder à
realidade, como neste exemplo.
Se a tensão da fonte é ajustada em 13;8 kV, obviamente a tensão
sobre o motor será menor que 13;8 kV, devido às quedas de tensão
nas linhas.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 150/192


Sistema por unidade (pu)

O valor da tensão aplicada, por sua vez, determina o grau de saturação


dos materiais ferromagnéticos.

O valor da potência consumida também pode variar e depende da


carga conectada ao eixo do motor.

Por simplicidade, considera-se que a impedância do motor se mantém


constante para condições de operação em torno dos valores nominais.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 151/192


Sistema por unidade (pu)

Cargas podem ser modeladas como:

Potência constante Î

Corrente constante S Z

Impedância constante

Neste capı́tulo, consideraremos todas as cargas como sendo


impedâncias constantes, exceto se mencionado de outra forma

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 152/192


Sistema por unidade (pu)

Para a carga:

P1 = 2 kW
jS1j = 2 kVA ! S1 = 2 \0Æ kVA
Vf2
= 31;740 \0Æ kΩ
S1
Zc =

Para a fonte:

S1 = 5 kVA
p
13;8  103 = 3
2
V2
X = 0;05  f = 0;05  = 634;8 Ω
S 1 (15  103 =3)

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 153/192


Sistema por unidade (pu)

Circuito monofásico correspondente ao circuito trifásico:

j 634;8 Ω Î j 500 Ω Îm 100 + j 500 Ω

+
+ +

 13;8
p
3
\0Æ kV V̂1 31;74 \0Æ kΩ V̂m 18;4 \36;87Æ kΩ

− −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 154/192


Sistema por unidade (pu)

Impedância vista pela fonte Zeq :

Motor em série com linha: Z1 = 18;7634 \37;91Æ kΩ

Z1 em paralelo com carga: Z2 = 12;4201 \24Æ kΩ

Z2 em série com linha: Zeq = 12;6317 \26;07Æ kΩ

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 155/192


Sistema por unidade (pu)

Então:

= 0;6307 \ 26;07Æ A
V̂f
Î =
Zeq
13;5688
V̂1 = V̂f j 500  Î = p \ 2;07Æ kV
3

= 0;4175 \ 39;98Æ A
V̂1
Îm =
Z1
13;2914
V̂m = Zm  Îm = p \ 3;11Æ kV
3

Portanto, a tensão de linha aplicada ao motor é de aproximadamente


13;3 kV.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 156/192


Sistema por unidade (pu)

O problema pode ser resolvido em pu. Adotando-se como bases:

S3b = 15 kVA V`b = 13;8 kV


tem-se:

2
V`b
b
Z = = 12;6960 kΩ
S3b
S3b
I`b = p = 0;6275 A
3  V`b

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 157/192


Sistema por unidade (pu)

Para o motor, considerando tensão nominal v = 1 \0Æ pu:

PHP  746 1
pm =
0;90
 S b = 0;5526 pu
3

jsm j = fp = 0;6907 pu
pm

'm = cos 1 (0;80) = 36;87Æ ! sm = 0;6907 \36;87Æ pu


v2
zm =  = 1;4478 \36;87Æ pu
sm

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 158/192


Sistema por unidade (pu)

Para a carga:

Pc
pc = = 0;4 pu
S3b
sc = 0;4 \0Æ pu
v2
zc =  = 2;5 \0Æ pu
sc

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 159/192


Sistema por unidade (pu)

O gerador tem uma impedância de j 0;05 pu e as linhas têm


impedâncias de j 0;0394 pu e 0;0079 + j 0;0394 pu.
O circuito em pu é:

ˆ{ ˆ{m
j 0;05 j 0;0394 0;0079 + j 0;0394

+
+ +

 1 \0Æ v̂1 2;5 \0Æ v̂m 1;4478 \36;87Æ

− −

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 160/192


Sistema por unidade (pu)

Impedância vista pela fonte zeq :

Motor em série com linha: z1 = 1;4780 \37;91Æ pu

z1 em paralelo com carga: z2 = 0;9783 \24Æ pu

z2 em série com linha: zeq = 0;9950 \26;07Æ pu

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 161/192


Sistema por unidade (pu)

e:

= 1;0050 \ 26;07Æ pu

ˆ{ =
zeq
v̂1 = v̂ j 0;0394  ˆ{ = 0;9832 \ 2;07Æ pu

= 0;6652 \ 39;98Æ pu
v̂1
ˆ{m =
z1
v̂m = zm  ˆ{m = 0;9631 \ 3;11Æ pu

Assim, a tensão de linha no motor vale:

Vm = vm  V`b = 13;2908 kV


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 162/192


Sistema por unidade (pu)

Em sistemas de potência, costuma-se utilizar os valores de tensão


em pu, e não em volts, devido ao fato de que um sistema de
potência pode ter vários nı́veis de tensão envolvidos

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 163/192


Sistema por unidade (pu)

Já foi visto que a presença de um transformador implica na


existência de dois nı́veis de tensão no circuito

Os cálculos em pu resultam na eliminação dos transformadores e


as tensões nos seus dois lados assumem valores da mesma
ordem de grandeza

Assim, quando se trabalha com o sistema pu todas as tensões do


circuito têm valores muito próximos, facilitando a sua análise

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 164/192


Sistema por unidade (pu)

 Exemplo

Transforme o circuito mostrado a seguir em pu.


Área 1 Área 3 Área 2

G1 L1 G2
T1 T2

 5 + j 50 Ω

100 MVA 200 MVA
100 MVA 200 MVA
15 : 230 kV 230 : 15 kV
13;8 kV L2 L3 11 kV
10% 10%
4% 8%

1 + j 10 Ω 2 + j 10 Ω

C1

250 MVA
80% atrasado
230 kV

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 165/192


Sistema por unidade (pu)

Como o circuito tem dois transformadores, existem três nı́veis de


tensão envolvidos.
Assim, divide-se o circuito em áreas, e cada uma terá sua própria
tensão de base.
As bases de tensão obedecerão as relações de transformação dos
transformadores.
Desprezando as perdas, as potências nos dois lados do transformador
são as mesmas, o que leva à adoção da mesma base de potência para
as três áreas.
A potência de base escolhida é Sb = 200 MVA.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 166/192


Sistema por unidade (pu)

Área 1: a tensão de base é a tensão nominal do gerador,


Vb1 = 13;8 kV.

A reatância do gerador (xG1 ) é calculada para a base (100 MVA,


13;8 kV), que são os seus valores de potência e tensão nominais.

A reatância em ohms, XG1 , vale:


2
2
Vb1 13;8  103
XG1 = xG1  = 0;04  = 0;0762 Ω
Sb 100  106

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 167/192


Sistema por unidade (pu)

0 para a nova base adotada


A reatância do gerador em pu xG1
(200 MVA, 13;8 kV) vale:
0 200  106
xG1 = 0;0762  = 0;08 pu
(13;8  103 )2

Deve-se também atualizar a reatância do trafo T1:

2
15  103
XT 1 = 0;1  = 0;225 Ω
100  106
200  106
xT0 1 = 0;225  = 0;2363 pu
(13;8  103 )2

A reatância do transformador T1 pode ser atualizada tanto em


função da base da área 1 como da área 3. Pode-se verificar que o
resultado é o mesmo.
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 168/192
Sistema por unidade (pu)

Área 3: a tensão de base deve seguir a relação de transformação


do trafo T1:

230  103
Vb3 =
15  103
 Vb1 = 211;6 kV

Impedâncias das linhas em pu:

ZL1 200  106


zL1 = = 50;25 \84;29Æ  = 0;2245 \84;29Æ pu
Zb3 (211;6  103 )2
ZL2
zL2 = = 0;0449 \84;29Æ pu
Zb3
ZL3
zL3 = = 0;0456 \78;69Æ pu
Zb3

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 169/192


Sistema por unidade (pu)

Para a carga C1:

2
V2 230  103
Zc1 =  = = 211;6 \36;87Æ Ω
S (250  106 \36;87Æ )
Zc1
zc1 = = 0;9452 \36;87Æ pu
Zb3

Deve-se atualizar também a reatância do transformador T2.

Até agora, a maneira adotada para realizar a atualização consistiu


em transformar o valor de pu para ohms utilizando os valores de
base originais fornecidos e depois transformar novamente em pu,
agora para a nova base.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 170/192


Sistema por unidade (pu)

Ou seja:
2
velho Vbvelho
Xohms = xpu 
Sb
novo Sb
xpu = Xohms  2
Vbnovo
onde os ı́ndices velho e novo referem-se respectivamente às bases
original (dados do problema) e nova (definida na solução do
problema).
Portanto, a transformação de bases pode ser escrita simplesmente
por:
2 2
novo velho Vbvelho Sb velho Vbvelho
xpu = xpu   2 = xpu  2
Sb V novo V novo
b b

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 171/192


Sistema por unidade (pu)

Finalmente, para o trafo T2 tem-se:


2
0 230  103
xT 2 = 0;1  = 0;1181 pu
(211;6  103 )2

Área 2: a tensão de base vale:

15  103
Vb2 = 211;6  103  = 13;8 kV
230  103

Atualizando a reatância do gerador G2:


2
0 11  103
xG2 = 0;08  = 0;0508 pu
(13;8  103 )2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 172/192


Sistema por unidade (pu)

O circuito em pu fica:

0;0223 + j 0;2234
j 0;08 j 0;2363 j 0;1181 j 0;0508
 

0;7562 + j 0;0447 0;0090 + j 0;0447

0;7562j 0;5671

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 173/192


Sistema por unidade (pu)

 Exemplo

A figura a seguir mostra o diagrama unifilar parcial de um sistema


elétrico de potência trifásico.
1 2 3
G T L1
 M1

M2 M3

L2
Disjuntor
Medidor
4

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 174/192


Sistema por unidade (pu)

As especificações dos equipamentos do circuito são as seguintes:

G – Y, 100 MVA, 15 kV, xG = 10%


T – Y-∆, 100 MVA, 13;8 : 230 kV, xT = 10%
L1 – 10 km de comprimento, reatância de 10 Ω=km
L2 – 5 km de comprimento, reatância de 20 Ω=km,
resistência de 5 Ω=km

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 175/192


Sistema por unidade (pu)

Dois medidores de fluxo de potência (M1 e M2 ) e um medidor de


tensão (M3 ) são instalados nos locais indicados. Em um determinado
instante, foram feitas as seguintes medidas:

Tensão na barra 3: 230 kV

Fluxo de potência na linha L1 : 40 MW, 30 Mvar

Fluxo de potência na linha L2 : 30 MW, 40 Mvar

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 176/192


Sistema por unidade (pu)

Pede-se:
1 O circuito em pu, considerando uma base de 13;8 kV, 100 MVA
para o gerador.
2 A corrente na linha L1 .
3 A tensão na barra 2.
4 As perdas de potência ativa na linha L2 .
5 A tensão na barra 4.
6 A tensão na barra 1.
7 O carregamento do gerador.
8 O fator de potência visto pelo gerador.
9 A tensão na barra 1 caso todos os disjuntores abrissem.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 177/192


Sistema por unidade (pu)

O transformador T delimita duas áreas:

Área 1: que compreende o gerador. Os respectivos valores de


base são definidos pelo problema:

Sb = 100 MVA e Vb1 = 13;8 kV

A reatância do gerador é calculada na base 15 kV, 100 MVA. É


necessário, portanto, calcular a nova reatância do gerador para a
base definida:

15  103 100  106


2
0 Zbvelha
xG = xG  nova = 0;10   = 0;1181 pu
Zb 100  106 (13;8  103 )2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 178/192


Sistema por unidade (pu)

A reatância do transformador já é calculada na base correta, e seu


valor se mantém em 0;10 pu.

Área 2: composta pelo restante do circuito ligado ao lado de alta


tensão do transformador. A potência de base para esta área é a
mesma da área 1. A tensão de base deve respeitar a relação de
transformação do transformador:

230  103
Vb2 = Vb1 
13;8  103
= 230 kV

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 179/192


Sistema por unidade (pu)

A impedância da linha L1 é igual a j 100 Ω. A impedância da linha


L2 é igual a 25 + j 100 Ω. As respectivas impedâncias em pu valem:

100  106
zL1 = j 100  = j 0;1890 pu
(230  103 )
2

100  106
zL2 = (25 + j 100)  = 0;0473 + j 0;1890
(230  103 )
2

= 0;1948 \75;95Æ pu

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 180/192


Sistema por unidade (pu)

As medidas fornecidas transformadas em pu são:

230  103
Barra 3: v̂3 = = 1 \0Æ pu (referência angular)
Vb2

(40 + j 30)  106


Fluxo na linha L1 : s1 = = 0;5 \36;87Æ pu
Sb

(30 + j 40)  106


Fluxo na linha L2 : s2 = = 0;5 \53;13Æ pu
Sb

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 181/192


Sistema por unidade (pu)

O circuito em pu é:

1 2 3
j 0;1890
j 0;1181 j 0;1

ˆ{1 s1
s ˆ{ s2

v̂1 v̂2 v̂3

ˆ{2 0;1948 \75;95Æ

4 v̂4

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 182/192


Sistema por unidade (pu)

O fluxo de potência s1 é injetado na barra 3. Portanto, a corrente na


linha L1 é dada por:
 
= 0;5 \ 36;87Æ pu
s1
ˆ{1 =
v̂3

O valor da corrente em ampères é:

I1 = i1  Ib2 = i1  p Sb = 125;5 A
3  Vb2

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 183/192


Sistema por unidade (pu)

A tensão na barra 2 é dada por:

v̂2 = v̂3 + zL1  ˆ{1 = 1;0594 \4;09Æ pu

ou em volts:

V2 = v2  Vb2 = 243;7 kV

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 184/192


Sistema por unidade (pu)

A corrente na linha L2 é:


 
= 0;4720 \ 49;04Æ pu
s2
ˆ{2 =
v̂2

A potência ativa dissipada na linha é:

pL2 = r2  i22 = 0;0105 pu

que corresponde a 1;05 MW.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 185/192


Sistema por unidade (pu)

A tensão na barra 4 é:

v̂4 = v̂2 zL2  ˆ{2 = 0;9753 \2;0Æ pu

ou:
V4 = v4  Vb2 = 224;3 kV

A corrente fornecida pelo gerador é:

ˆ{ = ˆ{1 + ˆ{2 = 0;9665 \ 42; 78Æ pu

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 186/192


Sistema por unidade (pu)

A tensão da fonte vale:

v̂1 = v̂2 + zT  ˆ{ = 1;1318 \7;44Æ pu

que corresponde a 15;6 kV.

A potência complexa fornecida pelo gerador é:

s = v̂1  ˆ{  = 1;0939 \50;22Æ pu

Como a potência nominal do gerador é 100 MVA (ou 1 pu), o


carregamento é dado por:

Carregamento =
potência aparente real
potência aparente nominal
 100%
1;0939
=
1
 100% = 109;39%
Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 187/192
Sistema por unidade (pu)

O fator de potência visto pelo gerador é:

fp = cos (50;22Æ ) = 0;64

A tensão interna do gerador (devido à variação do fluxo) é:

ê = v̂1 + j xG0  ˆ{ = 1;2217 \10;86Æ pu

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 188/192


Sistema por unidade (pu)

Se todos os disjuntores fossem abertos, a corrente ˆ{ passaria a ser


igual a zero, e, portanto:

v̂1 = ê = 1;2217 \10;86Æ pu

ou V1 = 16;9 kV.


Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 189/192


Sistema por unidade (pu)

Em resumo, as principais caracterı́sticas do sistema pu são:

Máquinas de diferentes capacidades e tamanhos em um sistema de


potência podem ter impedâncias muito diferentes umas das outras

As respectivas impedâncias em pu são da mesma ordem de


grandeza
Transformadores ideais são eliminados, e as tensões do circuito
ficam da mesma ordem de grandeza
Diminui-se o risco de confusão entre valores de fase e de linha,
monofásicos e trifásicos
É mais fácil fazer comparações e avaliações das grandezas do
circuito

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 190/192


Exercı́cios propostos

G. Barreto, C.A. Castro, C.A.F. Murari, F. Sato, Circuitos de


corrente alternada: fundamentos e prática, Oficina de Textos, 2012
– capı́tulo 8.

C.A. Castro, M.R. Tanaka, Circuitos de corrente alternada – um


curso introdutório, Unicamp, 1995 – capı́tulo 5.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 191/192


Referências

P. Cardieri, notas de aula.

M.C.D. Tavares, notas de aula.

C.A. Castro, M.R. Tanaka, Circuitos de corrente alternada – um curso


introdutório, Unicamp, 1995.

Carlos A. Castro EA611 – Sistemas de energia elétrica 192/192

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