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SOUZA, Kezia Andreia Alves de
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GONZAGA, Wanessa Lorayne Moreira
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BASTOS, Thiago Moraes. Profº Esp. orientador:
RESUMO
INTRODUÇÃO
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Kezia Andreia Alves de Souza. Graduando em Pedagogia. E mail: kezia.andreia2013@gmail.com
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Wanessa Lorayne Moreira Gonzaga. Graduando em Pedagogia. E mail: wanessacdo@gmail.com
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Thiago Moraes Bastos. Graduado em Administração com habilitação em comércio exterior. Mba em
Gestão Executiva. Especialista em Educação Ambiental e Docência do Ensino Superior. E mail:
thiagomoraes@fmb.edu.br
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uma pergunta pertinente que conduz a uma reflexão sobre o significado da
aprendizagem com prazer. Desde muito cedo, em casa, os pais procuram ensinar a fala
por meios dos sons e para isso buscam a forma mais atrativa possível, as brincadeiras. O
sentido delas pode contextualizar (situar) e significar os sons para o desenvolvimento da
fala. Essa atitude dos pais tem na sua essência um significado do aprender com prazer.
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Quando se fala em aprendizagem é preciso diferenciar esse significado daquele
de ensino. A ideia de ensino é vertical e tem a sua origem na intenção de levar a alguém,
que não sabe ou não conhece algo, um conhecimento estabelecido socialmente. Essa
ideia remete a uma situação, a de que alguém sabe mais e ensina a quem não sabe.
Nesse caso, o significado de ensino se limita ao de transmissão, repasse e entrega de
algo pronto e acabado. Na outra margem dessa compreensão aparece outro conceito, o
de aprendizagem. No reverso da ideia de ensino, a ideia de aprendizagem traz o
significado de construção.
Nesse sentido, a palavra significa “criar pela ação” própria, pelo esforço pessoal
e aprender com o que faz. Nessa linha de raciocínio as brincadeiras podem contribuir
com a aprendizagem no sentido de serem os meios mais agradáveis, divertidos e
prazerosos de se construir o conhecimento. E na Educação Infantil esse recurso assume
grande importância.
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As crianças desenvolvem gradualmente a capacidade de utilizar as palavras e
conceitos, nesse sentido, necessariamente, precisam estar envolvidas em situações de
aprendizagem que possibilitem ajuda para a compreensão dos sentidos das palavras.
Nesse caso, as brincadeiras com encenações teatrais, mímicas e os gestos podem
contribuir para diferenciar o que querem comunicar. Na expressão dos sentimentos, por
exemplo, os gestos de afeto e carinho são eficazes no encorajamento das ações. As
palavras de elogio na hora dos jogos podem elevar a auto-estima.
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forma a atribuir-lhes novos significados. Essa peculiaridade da brincadeira
ocorre por meio da articulação entre a imaginação e a imitação da realidade.
Toda brincadeira é uma imitação transformada, no plano das emoções e das
ideias, de uma realidade anteriormente vivenciada (RCNEI, v.1, p.27).
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vertente da brincadeira, a didático-pedagógica. Essa vertente, ainda carente, no que se
refere à orientação pedagógica nas escolas, a brincadeira pode garantir a qualidade do
trabalho docente no que se refere ao bom ensino, aquele que contribui para adiantar o
desenvolvimento da criança.
Do ponto de vista da teoria histórico-cultural, sustentada por Vygotsky, os
processos de aprendizado da criança são impulsionados pelo prazer de se relacionar com
o mundo e com as pessoas com quem se convive. E a brincadeira é a via menos sofrida
e traumática para a criança. Sobre a questão do bom ensino, Rego (1995, p. 107) explica
o pensamento de Vygotsky:
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métodos tradicionais de estudo dos conceitos dividem em dois grupos: o método de
definição e o da abstração. O método da definição é típico do primeiro grupo e é
utilizado para investigar os conceitos já formados na criança. Sobre esse método,
Vygotsky (2008, p. 65) explica:
O segundo método, do grupo da abstração, diz respeito aos processos psíquicos que
levam à formação de conceitos. Para o autor, os métodos desse segundo grupo
negligenciam o papel desempenhado pelo símbolo (a palavra) na formação dos
conceitos; um quadro simplificado substitui a estrutura complexa do processo total por
um processo parcial.
Mas, Vygotsky (2008, p. 66), explica: “Um passo à frente foi dado com a criação de
um novo método que permite a combinação de ambas as partes. Esse novo método,
introduz na situação experimental, palavras sem sentido, que a princípio não significam
nada ao sujeito do experimento”. Vygotsky continua explicando que esse novo método
introduz também conceitos artificiais, ligando cada palavra sem sentido a uma
determinada combinação de atributos dos objetos para os quais não existe nenhum
conceito ou palavra já pronta.
É nesse ponto das discussões de Vygotsky que se deve acrescentar um adicional
importante: o uso dos instrumentos, ou seja, a mobilização dos meios apropriados sem
os quais o trabalho não poderia ser realizado. É aqui que se acrescenta o papel
importante das brincadeiras.
Elas têm o poder de significar e contextualizar o uso das palavras por meio de uma
linguagem específica da criança. Esse é um aspecto importante das brincadeiras porque
diz respeito à forma de aprendizagem da criança que é diferente da aprendizagem do
adulto. Para confirmar essa afirmação, Vygotsky (2008, p. 69), explica:
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[...] num estágio inicial de seu desenvolvimento, uma criança é capaz de
compreender um problema e visualizar o objetivo colocado por esse
problema; como as tarefas de compreender e comunicar -se são
essencialmente as mesmas para o adulto e para a criança, essa desenvolve
equivalentes funcionais de conceitos numa idade extremamente precoce, mas
as formas de pensamento que ela utiliza ao lidar com essas tarefas diferem
profundamente das do adulto, em sua composição, estrutura e modo de
operação.
O que a autora esclarece que é nesse espaço do “faz de conta” que a literatura
apresenta “[...] elementos estéticos que se constrói a essencialidade intrínseca e
imanente da literatura, o que lhe confere estatuto de arte, e é da escolha e organização
desses elementos que brotam o mágico e o encantatório, que lhes são próprios”
(SOUZA, 2010, p. 18). Nesse entendimento o que se pode concluir é que as brincadeiras
têm seus aspectos importantes em qualquer uma de suas vertentes, seja ela pedagógica,
artística, cultural e literária.
Finalmente, essa reflexão da autora confere a necessidade da orientação pedagógica
nas escolas para o trabalho didático com as brincadeiras. Uma ação pedagógica
centrada na aprendizagem com prazer prima pela ludicidade das brincadeiras. Porém,
essa ação exige formação, preparo planejamento e orientação na execução das atitudes
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pedagógicas. O fato é que nas escolas ainda há carência ou ausência da orientação
planejada para o trabalho com o lúdico.
Considerações finais
Isso implica ainda na discussão sobre as vertentes das brincadeiras que oferecem
ao professor, em sala de aula, diferentes possibilidades para trabalhar com as
brincadeiras. Por exemplo, pode-se trabalhar com as brincadeiras folclóricas para a
recuperação da memória histórica dos costumes. Trabalhar as brincadeiras como arte de
representar o mundo vivenciado na região de atuação da criança ou como expressão
cultural. Daí a importância das brincadeiras para a aprendizagem e formação das
crianças nas séries iniciais.
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É importante ainda ressaltar que as brincadeiras devem ser introduzidas num
contexto de estudo e referenciadas por uma necessidade. Isso significa que elas não
devem ser realizadas como meios para outros fins. Mas, para provocar o prazer, a
satisfação de aprender mesmo sem ter a intenção pré-estabelecida.
REFERÊNCIAS
DOHME, V. Jogando: o valor educacional dos jogos. São Paulo: Informal Editora,
2003.
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