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LUIZNETO

ADVOGADOS ASSOCIADOS

EXCELENTlSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 2a VARA CIVEL


DA COMARCA DE PAULO AFONSO/BAHIA.
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PROCESSON0: 0009410-91.2014.8.05.0191

ZEZITO RAIMUNDO DA SILVA e MARIA DE LOURDES FRUTOSO DA SILVA, já


qualificado nos autos em epígrafe, por seu advogado que esta subscreve, tendo em
vista as contestacões às fls. 45, 154, 172 e 240, apresentadas pelas
Requeridas, vem respeitosamente à presença de Vossa Excelência apresentar a

RÉPLICA

As contestações na verdade, não acrescenta nada de novo para o presente


feito, sendo apenas um ato protelatório, servindo apenas para prejudicar
os Autores em terem o seu direito respeitado.

PRELIMINARM ENTE
1.1 - DA ILEGITIMIDADE PASSIVA AD CAUSAM

Requer que seja afastada a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam arguida


pela parte Ré ICATU SEGUROS S.A, uma vez a relação jurídica entre as partes
caracteriza como sendo de consumo, razão pela qual verifica-se, no caso em tela, a
responsabilidade solidária, pelos prejuízos causados aos autores.

No entanto, compulsando os autos, verifica-se que na apólice de seguro às. 18/37


e contra cheque do autor onde vem descontado a parcela do seguro de vida da
sua cônjuge à fl.17 dos autos, onde figura como autores ZEZITO RAIMUNDO DA
SILVA e MARIA DE LOURDES FRUTOSO DA SILVA, e como seguradora a Ré
ICATU SEGUROS S.A. Nesse sentido, se mostra de forma inconteste a reiação
jurídica existente entre autores e a Ré.

Assim, resta evidenciado a legitimidade passiva da contestante para permanecer


no pólo passivo desta celeuma, pois, como restou provado nos autos, fora realizada
apólice de seguro junto a seguradora Ré ICATU SEGUROSS.A.

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Logo, não deve prosperar a preliminar arguida pela Ré de ilegitimidade


passiva ad causam tendo em vista que restou comprovado nos autos
através dos documentos colacionados a exordial, assim como apólice de
seguro às fls.18/37, a relação de consumo existente entre as partes, bem
como a responsabilidade solidária das requeridas, podendo os autores
ajuizar ação pleiteando a reparação de danos pertinentes.

1.1 DA AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL FALTA DE


COMUNICACÃO DO SINISTRO

Argui a parte Ré ICATU SEGUROSS.A, preliminarmente, da ausência de interesse


processual - falta comunicação do sinistro, alegando que os autores não
promoveram a regulação do sinistro junto à seguradora. Que os autores nunca
solicitaram abertura do processo interno de regulação do sinistro.

A presente preliminar não deve prosperar, tendo em vista que a falta de pedido
administrativo não pode conduzir à carência de ação, sob o risco de ofensa ao
disposto no art. 50,XXXV, da Constituição Federal Constituição da República
Federativa do Brasil de 1988.

A instauração de processo administrativo não constitui requisito essencial


à propositura da ação de cobrança de seguro. Desta forma, mesmo diante
da ausência de pedido administrativo de pagamento, não se pode falar em
ausência de interesse de agir.

Contudo, por mais que a Requerente não tenha ingressado inicialmente na via
administrativa, nada impede que esta venha a juízo requerer o recebimento do
montante que entende fazer jus. Aliado ao fato dos autores terem realizado
conatos telefônicos juntos as requeridas e não obteve êxito, propondo assim a
presente demanda.

É cediço que nenhuma seguradora poderá se eximir de cumprir o que determina a


Lei, pois, é a lei que estabelece o direito do beneficiário e seu legítimo interesse
configura-se nos termos da disposição legal, cabendo às seguradoras simplesmente
cumprir.

Com efeito, não existe qualquer regra que imponha ao beneficiário primeiro se
valer de pedido administrativo, para só depois ingressar na via judicial. Neste
sentido a Corte já decidiu:

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"SEGURO OBRIGATÓRIO. RESPONSABILIDADE CIVIL.


ACIDENTE DE TRÂNSITO EM 08/03/2009. DPVAT.
INDENIZAÇÃO POR INVALIDEZ PERMANENTE.
INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL. INADMISSIBILIDADE.
O autor tem interesse de agir. Isso porque desnecessário o
prévio esgotamento da via administrativa, que não é condição
para a propositura da ação (cf. art. 5°, XXXV, da Constituição
Federal). Sentença anulada. Necessidade de dilação
probatória. Recurso provido em parte para afastar a extinção.
(Apelação nO 0013039-26.2010.8.26.0456 ReI.
Desembargador ROMEURICUPEROJulgado em 24/02/2011).

Não obstante, frente à atual orientação do STJ, Corte responsável pela


uniformização do direito federal, ao entendimento de não ser imprescindível a
comprovação do pedido administrativo prévio.

Após o advento da Constituição da República de 1988, que adotou o princípio da


inafastabilidade da jurisdição, consagrado no art. 50, inciso XXXV, da Carta Magna,
o esgotamento da via administrativa não é mais condição para ajuizamento de
ação.
O pleno acesso ao Judiciário é um direito fundamental previsto na Constituição
Federal de 1988, não sendo cabível impor a alguém a obrigação de esgotamento da
esfera administrativa, ante a ausência de tal exigência em lei.

Nesse sentido, a jurisprudência a seguir transcrita:

"PROCESSUAL CIVIL - APELAÇÃO - AÇÃO DE COBRANÇA DE


SEGURO DPVAT - INVALIDEZ - PRELIMINAR DE FALTA DE
INTERESSE DE AGIR - EXAURIMENTO VIA ADMINISTRATIVA -
DESNECESSIDADE - SENTENÇA CASSADA - PERÍCIA MÉDICA
PEDIDA - GRAU DE INVALIDEZ - NECESSIDADE DE APURAÇÃO
- PROSSEGUIMENTO DO PROCESSO.- Não há necessidade
de prévio esgotamento da via administrativa, como
condição para o beneficiário ingressar em juízo
pleiteando o recebimento da indenização relativa ao
seguro DPVAT. ( ... )" (Apelação Cível nO 1.0024.09.485302-
5/002; Relatora Desembargadora Márcia De Paoli Balbino; data
do julgamento: 04/02/2010; data da publicação: 16/03/2010).
grifamos
APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO COBRANÇA DE INDENIZAÇÃO DO
SEGURO OBRIGATÓRIO DPVAT. EXAURIMENTO DA VIA

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ADMINISTRATIVA. DESNECESSIDADE. ACIDENTE DE


TRÂNSITO. LEI N° 6.194/74. . QUANTIFICAÇÃO EM
SALARIOS MÍNIMOS VIGENTES À ÉPOCA DO SINISTRO.
POSSIBILIDADE. INVALIDEZ PARCIAL. INDENIZAÇÃO
PROPORCIONAL. QUANTIFICAÇÃO DAS LESÕES. PERÍCIA
TÉCNICA. JUROS DE MORA E CORREÇÃO MONETÁRIA. TERMO
INICIAL. I - Não há necessidade de prévio exaurimento da via
administrativa para que a parte possa recorrer ao Judiciário
pleiteando o pagamento da indenização do seguro obrigatório
DPVAT. II - ( ... ) (Apelação Cível N° 1.0024.08.081748-9/001-
reI. Des.Leite Praça - 17aCACIV. DJ.22.03.2012). grifamos

Nessa linha, desnecessária a comprovação da prévia recusa administrativa para


que o autor se valha do judiciário para receber a indenização securitária decorrente
do seguro a qual faz jus, por meio da cobertura prevista em apólice.

Isso porque não se exige o esgotamento das vias administrativas previamente ao


ajuizamento de demandas como a presente, em que se pretende a cobrança do
seguro obrigatório, a teor do disposto no artigo 50, XXXV, da Constituição Federal.

AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE COBRANÇA DE


SEGURO DPVAT - PRELIMINAR DE FALTA DE INTERESSE
DE AGIR, ANTE A AUSÊNCIA DE REQUERIMENTO
ADMINISTRATIVO - REJEIÇÃO. Não é preciso que o
indivíduo esgote as vias administrativas para ingressar
com qualquer pedido perante o poder judiciário, diante
do principio da inafastabilidade, previsto no artigo 5°,
inciso XXXV, da Constituição da República. MATÉRIA
REGIDA PELO DIREITO COMUM - NATUREZA LEGAL -
AUSÊNCIA DE RELAÇÃO DE CONSUMO - INAPLICABILIDADE
DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. Seguro DPVAT que
possui a natureza jurídica de obrigação legal e não contratual,
que tem como finalidade cobrir os riscos da circulação dos
veículos em geral. Descabida a aplicação do instituto da
inversão do ônus da prova. Recurso a que se dá parcial
provimento, com fulcro no artigo 557, l°-A do Código de
Processo Civil, para afastar a inversão do ônus da prova
decorrente da aplicação do Código de Defesa do Consumidor.
(TJ/RJ-AI: 00627395320138190000RJ 0062739-
53.2013.8.19.0000, Relator: DES. CESAR FELIPE CURY, Data

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de Julgamento: 08/01/2014, DÉCIMA PRIMEIRA CAMARA


CIVEL, Data de Publicação: 27/03/201415:06). Grifamos

Logo, a preliminar DA AUSÊNCIA DE INTERESSE PROCESSUAL - FALTA DE


COMUNICACÃO DO SINISTRO deve ser rejeitada. Não é preciso que o
indivíduo esgote as vias administrativas para ingressar com qualquer
pedido perante o poder judiciário, diante do princípio da inafastabilidade,
previsto no artigo 5°, inciso XXXV, da Constituição da República.

2. DA ILEGITIMIDADE "AD CAUSAM" - EXTINCÃO DO PROCESSO

Requer que seja afastada a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam arguida


pela parte Ré CHESF, uma vez a relação jurídica entre as partes caracteriza como
sendo de consumo, razão pela qual verifica-se, no caso em tela, a responsabilidade
solidária, pelos prejuízos causados aos autores.

A preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela ré Companhia Hidro Elétrica do


São Francisco - CHESF, não merece acolhida, vez que a mesma é empresa
instituidora da FACHESF, tratando-se de mesmo grupo econômico, onde os seus
próprios regulamentos estabelecem essa solidariedade (art. 40 do Regulamento nO
002 FACHESF), não havendo de se falar em ilegitimidade da referida demandada.

Embora a Ré alegue ser apenas empresa estipulante do contrato de seguros, está


é parte legítima para figurar no pólo passivo da ação de indenização pelo não
recebimento do seguro quando, por sua atuação negligente, der causa à justa
recusa da seguradora ao pagamento da indenização securitária.

Ora, na espécie, aplicam-se as disposições do Código de Defesa do Consumidor,


uma vez que a relação jurídica havida entre as partes, segurador e securitário,
caracteriza-se como de consumo, conforme se denota das disposições dos artigos
20 e 30 da Lei Consumerista.

O resultado da incidência da norma tutelar do consumidor é o exame com a


flexibilização do princípio da obrigatoriedade dos termos contratados (pacta sunt
servanda), que autoriza a anulação de cláusulas que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada em relação ao fornecedor, por essa razão consideradas
abusivas (CDC arts 6°, V, e 51, IV).

Logo, merece ser rejeitada a preliminar arguida pela Ré de ilegitimidade


passiva ad causam tendo em vista que restou comprovado nos autos
através dos documentos colacionados a exordial, a responsabilidade da Ré

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diante do caso em tela, devendo responder juntos as demais requeridas de


forma solidária pelos danos causados a parte autora.

3. DA PRELIMINAR: A ILEGITIMIDADE PASSIVA DA FACHESF

Requer que seja afastada a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam arguida


pela parte Ré FACHESF, uma vez a relação jurídica entre as partes caracteriza
como sendo de consumo, razão pela qual verifica-se, no caso em tela, a
responsabilidade solidária, pelos prejuízos causados aos autores.

A preliminar de ilegitimidade passiva arguida pela ré Companhia Hidro Elétrica do


São Francisco - CHESF, não merece acolhida, vez que a mesma é empresa
instituidora da FACHESF, tratando-se de mesmo grupo econômico, onde os seus
próprios regulamentos estabelecem essa solidariedade (art. 40 do Regulamento nO
002 FACHESF), não havendo de se falar em ilegitimidade da referida demandada.

Embora a Ré alegue ser apenas empresa estipulante do contrato de seguros, está


é parte legítima para figurar no pólo passivo da ação de indenização pelo não
recebimento do seguro quando, por sua atuação negligente, der causa à justa
recusa da seguradora ao pagamento da indenização securitária.

Ora, na espécie, aplicam-se as disposições do Código de Defesa do Consumidor,


uma vez que a relação jurídica havida entre as partes, segurador e securitário,
caracteriza-se como de consumo, conforme se denota das disposições dos artigos
20 e 30 da Lei Consumerista.

O resultado da incidência da norma tutelar do consumidor é o exame com a


flexibilização do princípio da obrigatoriedade dos termos contratados (pacta sunt
servanda), que autoriza a anulação de cláusulas que coloquem o consumidor em
desvantagem exagerada em relação ao fornecedor, por essa razão consideradas
abusivas (CDC arts 5°, V, e 51, IV).

Logo, merece ser rejeitada a preliminar arguida pela Ré de ilegitimidade


passiva ad causam tendo em vista que restou comprovado nos autos
através dos documentos colacionados a exordial, a responsabilidade da Ré
diante do caso em tela, devendo responder juntos as demais requeridas de
forma solidária pelos danos causados a parte autora.

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4. DA ILEGITIMIDADE PASSIVA DA RÉ DDV CORRETORA DE SEGUROS


LTDA

Requer que seja afastada a preliminar de ilegitimidade passiva ad causam arguida


pela parte Ré DDV CORRETORA DE SEGUROS LTDA, uma vez a relação jurídica
entre as partes caracteriza como sendo de consumo, razão pela qual verifica-se, no
caso em tela, a responsabilidade solidária, pelos prejuízos causados aos autores.

Saliente-se, primeiramente, que a relação entre as partes se caracteriza como


fornecimento de serviço, reclamando a incidência do regramento do Código de
Defesa do Consumidor.

Desse modo, em que pese a ré tente se eximir de sua responsabilidade, a mesma


ostenta a qualidade de fornecedora, uma vez que integra a cadeia de
fornecimento e, desta forma, responde objetivamente e solidariamente pelos
danos causados.
Restou vasta mente provado nos autos através dos documentos colacionados às
fls.02j37, configurando o vínculo de solidariedade existente entre a seguradora e
o corretor, decorrente do fato de serem integrantes da mesma cadeia
fornecedora, razão pela qual devem responder solidária e objetivamente perante a
segurada, ora autores.
Nos termos do art. 34 do Código de Defesa do Consumidor a responsabilidade da
corretora de seguros e da seguradora é objetiva e solidária em relação aos atos de
seus prepostos ou representantes autônomos, que em seu nome, agenciam ou
negociam contratos de seguro.

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE OBRIGAÇÃO DE FAZER


COMBINADA COM INDENIZATÓRIA POR DANO MORAL.
CANCELAMENTO UNILATERAL DE PLANO DE SAÚDE
COLETIVO. RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA DA CORRETORA
DE SEGUROS E DA SEGURADORA. SENTENÇA DE
PROCEDÊNCIA CONDENANDO A RÉ A REATIVAR O PLANO E
INDENIZAR A CONSUMIDORA EM R$ 10.000,00 POR DANO
MORAL. RECURSO DE AMBAS AS PARTES. DECISÃO
MANTIDA. A ALMEJADA ISENÇÃO DE RESPONSABILIDADE DA
RÉ PELA FALHA NA PRESTAÇÃO DO SERVIÇO NÃO SE
SUSTENTA, TENDO EM VISTA QUE POSSUI NÍTIDO VíNCULO
EMPRESARIAL COM A CORRETORA A QUEM IMPUTA O
ILÍCITO. AMBAS SE UNEM PARA CAPTAR CLIENTES E
AUFERIR LUCRO, DEVENDO RESPONDER SOLIDARIAMENTE

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PELOS DANOS CAUSADOS A SEUS CLIENTES. 1. Narra a


exordial que a autora, menor, representada por seu avô,
mantém com a ré contrato de prestação de serviços de
saúde, na modalidade coletivo por adesão, tendo como
intermediária da relação contratual a empresa PS Padrão
Administradora de Benefício. Alega, entretanto, que, em
30/11/2012, ao buscar socorro médico no Hospital da
demandada, em Niterói, sentindo febre alta e muitas dores
pelo corpo, teve o atendimento médico negado, ao argumento
de que o contrata encontrava-se cancelado desde
janeiro/2012. Sustenta que a preposta do réu não soube lhe
informar o motivo do cancelamento, limitando-se a impedir o
atendimento médico. Alega que sempre adimpiiu os
pagamentos mensais, não havendo motivo para tal. Em
virtude desses fatos, pugnou pela reativação do plano e a
continuidade do envio dos boletos à sua residência, bem
como condenação da ré por dano moral. 2. Em resposta, a ré
alega ilegitimidade passiva, imputando a responsabilidade
pelo cancelamento do plano à empresa intermediária, PS
Padrão, ao argumento de que a aludida sociedade é quem
gere o contrato entre as partes. Rechaça a ocorrência de dano
extra patrimonial, pugnando pela improcedência do feito. 3. A
sentença acolheu a tese autoral, condenando a ré ao
restabelecimento do plano de saúde, bem como ao
pagamento de R$ 10.000,00 por dano moral. 4. Recurso de
ambas as partes. A SENTENÇA DEVE SER MANTIDA. 5. Em
que pese a ré tentar se eximir de sua responsabilidade, a
mesma ostenta a qualidade de fornecedora, uma vez que
integra a cadeia de fornecimento e, desta forma, responde
objetivamente e solidariamente pelos danos causados. O
cancelamento do plano, de forma unilateral pelos
fornecedores, se deu sob a justificativa do inadimplemento da
segurada. Nesse caso, constata-se a violação ao
art. 13, parágrafo único, inciso II, da Lei 9.656/98, dispondo
que a rescisão unilateral somente se dará após
inadimplemento de sessenta dias e mediante a notificação
prévia do consumidor. O defeito é de maior gravidade, diante
do fato de a consumidora ser menor impúbere e estar em dia
com suas prestações. 6. Em que pese refutados os fatos que
ensejaram a condenação sofrida pela ré, restou patente a
falha na prestação do serviço, sendo forçoso reconhecer que

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os transtornos sofridos ultrapassam o limite da normalidade e


admissibilidade, cabendo a reparação pelo dano moral. 7.
Tem-se por razoável e em consonância com precedentes
desta Corte o valor arbitrado por dano moral, em R$
10.000,00. 8. Precedentes desta Corte. 9. RECURSO A QUE
SE NEGA PROVIMENTO. Processo APL
00004061120138190212 RIO DE JANEIRO OCEANICA
REGIONAL NITEROI 1 VARA CIVEL Órgão Julgador
VIGÉSIMA SEXTA CÂMARA CÍVEL CONSUMIDOR - Partes
APELANTE: AMIL ASSISTENCIA MEDICA INTERNACIONAL S A,
APELADO: OS MESMOS Publicação05/05/2015
Julgament030 de Abril de 2015 - Relator JUAREZ FERNANDES
FOLHES.

Logo, merece ser rejeitada a preliminar arguida pela Ré de ilegitimidade


passiva ad causam tendo em vista que restou comprovado nos autos
através dos documentos colacionados a exordial, a responsabilidade da Ré
diante do caso em tela, devendo responder juntos as demais requeridas de
forma solidária pelos danos causados a parte autora.

5. DOS FATOS

O primeiro Requerente, Sr. ZEZITO RAIMUNDO DA SILVA, firmou instrumento


particular de adesão de Contrato de Seguro de Vida em Grupo com os Requeridos,
desde 01/01/2012, tendo como um dos beneficiários sua esposa, a Sra. MARIA
DE LOURDES FRUTOSO DA SILVA.

Ocorre que, a segunda Requerente - Sra. Maria de Lourdes Frutoso da Silva,


beneficiária do citado plano no qual seu esposo é tituiar, foi diagnosticada como
portadora de Neoplasia Maligna da Mama - não especificada, classificada na
CID C 50.9, tendo sido submetida à cirurgia de retirada da mama e quimioterapia
adjuvante em 2011, conforme demonstra atestado médico em anexo. Atualmente
encontra-se em acompanhamento médico na cidade do Recife/PE realizando
controle semestrai com profissional especializado, bem como está em uso de
hormonioterapia antineoplástica que deverá ser mantida até dezembro de 2016,
conforme comprova documentação em anexo.

O primeiro Requerente, titular do piano, procurou a Requerida FACHESFpara obter


informações sobre o procedimento a ser feito para que o plano efetuasse o
pagamento da indenização com base no contrato de seguro de vida. Sem obter

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maiores informações, o requerente foi avisado pela Assistente Social de que sua
esposa (segunda requerente) não teria direito ao recebimento da indenização.

Destarte, a atitude da primeira Requerida acarretou enormes constrangimentos e


desconfortos à Requerente, lhe causando estresses e angústia, se sujeitando à
situação humilhante e vexatória, pois, diante ainda que a cirurgia tenha sido
coberta pelo piano, a Requerente continua indo a consultas em outra cidade
(estado), tendo gastos com a viagem, alimentação, hospedagem etc.

Vaie ressaltar, que a quantia gasta com os demais gastos pós-cirurgia não estava
no orçamento da família, visto que o fato de pagar plano de saúde os deixava
tranquilos por acharem poderiam acionar o plano a qualquer tempo para que
pudessem receber a indenização devida e de direito. Assim, é fato notável que o
orçamento da família diminuiu com a situação ocasionada pela negativa de um
direito por parte da primeira Requerida.

Em razão dos fatos já elencados, pode-se concluir que os Requerentes têm direito
ao total reembolso pelas despesas médicas nas quais deveriam ser integralmente
de responsabilidade das Requeridas.

6. DO MÉRITO

No mérito, totalmente improcedente as alegações apresentadas pelas


Requeridas, sendo as Contestações desprovidas de fundamentos fáticos e
jurídiCOS capazes de afastar a pretensão deduzida pelo Autor. Restou
comprovado nos autos que a parte autora faz jus aos pleitos contidos na
exordial.

Entendimento do STJ:

Ao julgar o REsp 519.940, a Terceira Turma determinou que o


plano de saúde cobrisse as despesas com a colocação de
prótese para corrigir a incontinência urinária em um homem
que havia retirado a próstata em razão de câncer.

Na ocasião, os ministros concordaram que, se a necessidade


da prótese decorre de cirurgia coberta pelo plano, a
seguradora não pode se valer de cláusula que proíbe a
cobertura.

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Dano moral presumido

o STJ garantiu o pagamento de indenização por dano moral a um segurado que


teve recusado o custeio de tratamento de câncer pelo plano de saúde (REsp
1.322.914). A Terceira Turma atendeu ao recurso do segurado, aplicando a teoria
do dano moral presumido (in re ipsa), que dispensa a demonstração de ocorrência
do dano. O julgamento reverteu decisão de segunda instância e restabeleceu o
valor de R$ 12 mil fixado na sentença para a indenização.

A relatora, ministra Nancy Andrighi, entendeu que "sempre haverá a possibilidade


de consequências danosas para o segurado, pois este, após a contratação, costuma
procurar o serviço já em evidente situação desfavorável de saúde, tanto física
como psicológica".

Para a ministra, é possível constatar consequências de cunho psicológico, sendo


dispensável, assim, a produção de provas de ocorrência de danos morais. Para a
Terceira Turma, a injusta recusa de cobertura de seguro de saúde agrava a
situação de aflição psicológica do segurado, visto que, ao solicitar autorização da
seguradora, ele já se encontrava em condição de abalo psicológico e saúde
debilitada.

O direito do Autor está expressamente consignado no Novo Código Civil em seu


artigo 776 e 779:
"Art. 776. O segurador é obrigado a pagar em dinheiro o
prejuízo resultante do risco assumido, salvo se
convencionada a reposição da coisa."

"Art. 779. O risco do seguro compreenderá todos os


prejuízos resultantes ou consequentes, como sejam os
estragos ocasionados para evitar o sinistro, minorar o
dano, ou salvar a coisa."

A parte Requerente busca tutela ao direito subjetivo que pretende seja reconhecido
em juízo, no art. 757, do novo Código Civil Brasileiro, que assim preleciona:

"Art. 757. Pelo contrato de seguro, o segurador se


obriga, mediante o pagamento do prêmio, a garantir
interesse legítimo do segurado, relativo a pessoa ou a
coisa, contra riscos predeterminados:'

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Por fim, estabelece o art. 60 da Lei nO 8.078 de 11 de setembro de 1990, a


inversão do ônus da prova em favor do consumidor:

"Art. 60 - São direitos básicos do consumidor:

( ... )

VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive


com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no
processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a
alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as
regras ordinárias de experiências;"

Portanto, Vossa Excelência, é perfeitamente cabível a tutela dos interesses do


Requerente, razão pela qual passa a expor os seus pedidos, vislumbrando a mais
plena medida de justiça.

o NCC traz nos arts. 789 a 802, a matéria relativa ao seguro de pessoa, também
comumente chamado de Seguro de Vida. Este seguro, eminentemente privado,
consiste no "contrato pelo qual o segurador se obriga, em contraprestação
ao recebimento do prêmio, a pagar ao próprio segurado ou a terceiro,
determinada quantia sob a forma de capital ou de renda, quando da
verificação do evento previsto". Situação jurídica que corresponde ao caso em
tela.

Sendo a vida um bem inestimável, não há limite ao valor a ser pago (que nos
seguros de pessoas é chamado de "prestação") e que deve ser aquele constante na
apólice.

Logo, através dos documentos já acostados aos autos e dos fatos narrados na peça
vestibular, constata-se o interesse da Requerente em mover a presente demanda,
uma vez que houve a recusa da Seguradora Requerida em pagar o valor ora
pleiteado.

Resta provado quem realmente agiu com conduta evidentemente desleal


foi a Seguradora Requerida e não a parte Requerente que vem sendo
lesada devido essa lamentável situação.

A doutrina, Excelência, nos informa que os seguros de pessoas, ou de vida,


costumam ser subdivididos em: seguro de vida propriamente dito e seguro de
sobrevivência. Neste o segurador se obriga a pagar certa quantia ao segurado, no

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caso dele chegar a determinada idade ou se for vivo a certo tempo; naquele o
pagamento da prestação está condicionado a morte do próprio segurado
ou do terceiro durante a vigência do contrato.

Saliente-se que segundo a exegese do art. 189, do Código Civil de 2002, a


violação do direito é condição da pretensão, que será
para o surgimento
extinta com o término do prazo prescricional. Dispõe a referida norma: "Violado o
direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela
prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. "

7. DO DANO MORAL

A parte Autora sofreu imensurável dano moral, em virtude de ato ilícito provocado
pela Ré, que, não cumpriu com o que estava no Contrato de Seguro, acarretando
em transtornos tanto de ordem pessoal quanto financeira, pois se encontra
bastante abalado com essa situação.

Ademais, a prática do ato iiícito mencionado (não cumprimento do contrato) é


repudiada pelo Código Civil em seu artigo 186, sendo garantido o direito de
reparação do dano, ainda que, exclusivamente moral. É o que versa a lei.

A ilegítima recusa da Reclamada de liberar a verba indenizatória pertinente a


invalidez do segurado, sem uma justificativa razoável, além de ferir a própria
natureza do contrato de seguro por ela ofertado, viola o artigo 51 da Lei 8.078, que
diz:
"São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas
contratuais relativas ao fornecimento de produtos e
serviços que:

IV - estabeleçam obrigações consideradas iníquas,


abusivas, que coloquem o consumidor em desvantagem

exagerada, ou sejam incompatíveis com a boa-fé ou a


eqüidade.
S 1° - presume-se exagerada, entre outros casos, a
vantagem que:

11 - restringe direitos ou obrigações fundamentais


inerentes à natureza do contrato, de tal modo a ameaçar
seu objeto ou o equilíbrio contratual."

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o Autor sofreu imensurável dano moral, em virtude de ato ilícito provocado pela
Ré, que, não cumpriu com o que estava no Contrato de Seguro, acarretando em
transtornos tanto de ordem pessoal quanto financeira, pois se encontra bastante
abalada com essa situação.

Ademais, a prática do ato ilícito mencionado (não cumprimento do contrato) é


repudiada pelo Código Civil em seu artigo 186, sendo garantido o direito de
reparação do dano, ainda que, exclusivamente moral. É o que versa a lei:

"Artigo 186: Aquele que, por ação ou omissão


voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e
causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral,
comete ato ilícito." (grifo nosso).

Ainda sob a égide da lei civil, remete-se o julgador ao artigo 927, fazendo
manifesta a obrigação de indenizar a parte lesada, sendo o que se extrai do texto
legal, a saber:
"Artigo 927: Aquele que, por ato ilícito, causar dano a
outrem, fica obrigado a repará-lo." (grifo nosso).

Tendo em vista que os Autores honraram com as obrigações contratuais do seguro,


torna-se totalmente descabida a recusa da seguradora em pagar a indenização
pactuada.

Como se vê demonstrado, o direito que milita em favor da parte autora está por
demais cristalino, amparado, inclusive, em nossa Carta Política, que lhe reserva o
direito de estar em juízo pleiteando indenização por ato ilícito, ainda que este
direito não estivesse consignado no campo normativo das leis inferiores; por tratar-
se de direito subjetivo imutável. CF/88 - Art. 50:

v- é assegurado o direito de resposta, proporcional ao agravo,


além da indenização por dano material, moral ou à imagem.
X - são invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a
imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo
dano material ou moral decorrente de sua violação.

Restou comprovado a falha imputada à Ré, que consistira na má-prestação dos


serviços que lhe estavam debitados, culminando com o evento reportado, o dano
que ensejara, que é representado pelas ofensas direcionadas aos atributos da
personalidade dos autores, consubstanciando-se no vexame, no sofrimento, nas
dores íntimas, angústia e desalento que os afetaram ao presenciar o momento em

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que o corpo da sua genitora ao ser sepultado, desgarra-se do féretro, aliado ao


fato da mesma encontrar-se despida, estando presente o nexo de causalidade
jungindo o proceder da prestadora às lesões intrínsecas experimentadas pelos
ofendidos, e, por fim, a irreversível culpabilidade da Ré, ficam caracterizados todos
os pressupostos para a geração da obrigação de compensar os danos que
provocara, pois aperfeiçoara-se o silogismo delineado pelo artigo 186 do Código
Civil para que o dever de indenizar resplandeça.

A responsabilidade civil derivada de ofensa à integridade física, moral ou à imagem


de qualquer pessoa adquirira outro patamar, uma vez que o cabimento da
indenização já não depende da caracterização ou ocorrência de qualquer prejuízo
material efetivo, bastando, para sua caracterização, tão somente a ocorrência do
ato lesivo e seu reflexo na personalidade do ofendido. E não se trata, ressalte-se,
de pagar a dor do lesado, ainda que não tenha enfrentado qualquer desfalque
patrimonial, mas, em verdade, de outorgar-lhe uma compensação pecuniária como
forma de atenuar as dores que lhe foram impregnadas pela ação lesiva do agente.

Os autores foram atingidos nos seus sentimentos mais íntimos, experimentando


sofrimento, angústia e desalento, devem-lhe ser assegurada satisfação de ordem
pecuniária, que não constitui, como é cediço, pagamento da dor, pois que é esta é
imensurável e impassível de ser ressarcida, mas representa a consagração e o
reconhecimento, pelo ordenamento jurídico, do valor inestimável e importância
desse bem, que deve ser passível de proteção tanto quanto os bens materiais e
interesses pecuniários que também são legalmente tutelados. E isso se verifica
porque a prova do dano, na espécie, se satisfaz com a demonstração dos fatos que
ensejaram-no e qualificaram-se como sua origem genética.

No caso em baila, mostra-se desnecessário fazer prova do dano moral, uma vez
que este é imaterial e subjetivo, devendo-se apenas comprovar a ocorrência do
fato capaz de ensejar a privação desse bem jurídico precioso ao lesado e sua
autoria.

A fixação do valor devido pelos danos morais deve ser feita mediante prudente
arbítrio do juiz, que se vale dos seguintes critérios objetivos: a) existência do
evento danoso; b) nexo de causalidade entre o evento danoso e a conduta do réu;
c) existência do prejuízo; d) extensão e natureza do dano; e) a condição
econômico-financeira das partes. Aliados a tais critérios, merecem também detida
análise o caráter pedagógico e punitivo da indenização, sempre em sintonia com os
princípios da razoabilidade e proporcionalidade, tendo como limite evitar-se que a
indenização consubstancie enriquecimento sem causa ao autor, mas que também
não seja irrisória de forma que valha como incentivo à prática ilícita praticada pelo

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ofensor. Quanto ao nexo causal e os danos morais ocasionados à autora estão


devidamente comprovados pelas provas e documentos juntados aos autos.

Para a fixação do vaior pecuniário da indenização, o juiz deve, à luz dos elementos
constantes nos presentes autos, arbitrar o valor do dano moral a fim de compensar
ou pelo menos abrandar a dor suportada pela vítima.

o valor da indenização por dano moral deve ser aferido, caso a caso,
segundo a extensão do dano, as circunstâncias psicológicas e sofrimento
decorrente do abalo emocional do consumidor.

Quanto ao recorrente, trata-se de grande empresa, colocada dentre as maiores nos


setores em que atua, fato notório que dispensa qualquer comprovação. De outro
lado, a conduta do recorrente, no que violou a dignidade do recorrente, mostra se
de menosprezo, discriminatória e abusiva, pouco zelosa nos seus mecanismos
administrativos que resguardem o direito dos seus clientes.

A Revista Forense traz em seu volume 83, página 422, o entendimento doutrinário
do Professor Pires de Lima, o qual preleciona:

Portanto, reconheçamos que todas as ofensas contra a


vida e a integridade pessoal, contra o bom nome e
reputação, contra a liberdade no exercício das
faculdades físicas e intelectuais, podem causar um forte
dano moral à pessoa ofendida (grifo nosso).

Portanto, demonstrados os requisitos da responsabilidade civil, impõe-se a


reparação pela recorrida do dano moral experimentado pela parte
recorrente.

Necessário lançar-se mão da função punitiva dissuasória da responsabilidade civil,


de molde a se coibir práticas semelhantes no futuro. De outra banda, para a
quantificação da indenização, pelos danos extrapatrimoniais sofridos, há que se
ievar em conta, concomitantemente, a extensão dos prejuízos e o caráter
punitivo/dissuasório da responsabilidade civil, quando visa atentar a Recorrente
para a inadequação da conduta adotada, evitando a sua reiteração no futuro.

Da mesma forma, constata-se que a Empresa Ré agiu de forma abusiva,


demonstrando falta de compromisso com os princípios básicos que devem nortear
os contratos, como boa fé, transparência, dever de informação e confiança.

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Dessa forma, em razão da ausência de demonstração de conduta diligente das Rés,


que estão causando danos, o Autor resolveu buscar na justiça solução para o seu
problema.

8. DA APLICABILIDADE DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

Primeiramente, importante destacar a necessidade de analisar-se a avença sob a


ótica do Código de Defesa do Consumidor. Considerada, para tanto, disposição
expressa contida no art. 30, 9 2°, do CDC.

Destaca-se, que os contratos de seguro caracterizam verdadeiros contratos de


adesão, uma vez que não é propiciada ao segurado nenhuma discussão sobre as
cláusulas e condições contratuais, sendo-lhe simplesmente imposta a aderência ao
pacto.

Ademais, é cediço que o contrato de adesão celebrado entre os litigantes favorece


em suas cláusulas a seguradora, que vem a ser, insofismavelmente, a parte
econômica e tecnicamente mais forte, de forma que ao consumidor, in casu,
hipossuficiente e beneficiário da justiça gratuita resta uma posição de submissão
jurídica, fato que obsta flagrantemente o seu direito de defesa.

Sendo assim, o Código de Defesa do Consumidor é aplicávei ao caso em exame,


tanto pela relação de consumo existente entre as partes, quanto pelo caráter
adesivo dos contratos de seguro.

Destaca-se do acervo jurisprudencial Catarinepse:

"Quando se trata de contrato de seguro, as relações


contratuais securitárias encontram-se ao abrigo do Código de
Defesa do Consumidor, conforme dispõe o seu art. 3°, 9 2°.
(Agravo de Instrumento n. 2001.011499-2, ReI. Des. Carlos
Prudêncio, publicado no DJ de 19-8-2003)."

Se assim o é, a análise do pedido exordial deverá ser realizada sob as


determinações constantes no Código de Defesa do Consumidor, em observância
aos arts. 20 e 30 do referido diploma legal.

Conclui-se, portanto que:

o Autor está amparado pelo direito diante da existência do contrato entre as


partes. A reiação de consumo existe, logo, as cláusulas contratuais devem ser

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interpretadas de forma mais favorável ao consumidor - autor; o dano moral existe,


devendo o requerente ser indenizado pelo sofrimento causado.

A negativa de pagamento do valor a que tem direito o autor, representa, por óbvio
notória agressão à sua integridade moral, posto que faz gerar dúvida sobre seu
caráter e retidão de conduta, visto que pretende lançar mão e receber valores aos
quais não tem direito.

E não se está aqui, de forma alguma, afastando o lídimo direito de a seguradora


pagar, apenas e tão somente, pelos riscos assumidos contratualmente na apólice.

"Uma das normas importantes para o contrato de seguro é a


que determina a interpretação restritiva de suas cláusulas. É
necessário aplicar estritamente os termos convencionais,
sobretudo com relação aos riscos cobertos. Há uma correlação
estreita entre a cobertura e o prêmio." (PEDRO ALVIM. "O
Contrato de Seguro". Ed. Forense, 2a Ed. Página 175).

Por fim, estando o contrato sujeito às regras do Código do Consumidor, em caso de


dúvida, resolve-se em seu favor, conforme decidido pelo 20 Tribunal de Alçada Civil
do Estado de São Paulo, "verbis":

"O contrato de seguro privado configura uma relação de


consumo na qual a boa-fé do segurado é presumida, cabendo
à seguradora a prova cabal da alegada má-fé com que aquele
teria agido no momento da contratação.

Em matéria de contrato de adesão regido pelo Código de


Defesa do Consumidor, como é o caso dos contratos de seguro
de vida e acidentes pessoais, eventual dúvida resolve-se em
favor do segurado e não do segurador. Inteligência do artigo
47 da lei 8.078/90." (Ap. c ver. 527.188-0/0, rei. Juiz
Soares Levada).

"Dano moral. Quantificação. Critérios observáveis. O dano


moral deve ser arbitrado de acordo com o grau de
reprovabilidade da conduta ilícita, com a capacidade econômica
do causador do dano, com as condições sociais do ofendido,
em quantitativo consentâneo com a natureza e intensidade da
humilhação, da tristeza e do constrangimento sofridos pelo
ofendido, com o ato ilícito praticado pelo ofensor.

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A indenização deve representar uma punição para o infrator, capaz de desestimulá-


lo a reincidir na prática do ato ilícito, e deve ser capaz de proporcionar ao ofendido
um bem estar psíquico compensatório do amargor da ofensa.

(Des. Pestana de Aguiar, Presidente e Des.


Wilson Marques, Relator).

Na fixação do quantum debeatur, de acordo com conhecida lição de Caio Mário,


deve o juiz:
1) punir pecuniariamente o infrator, pelo fato de haver
ofendido um bem jurídico da vítima, posto que imaterial;
2) pôr nas mãos do ofendido uma soma, que não é o pretium
doioris, porém o meio de lhe oferecer oportunidade de
conseguir uma satisfação ... ou seja um bem estar psíquico
compensatório do mal sofrido, numa espécie de substituição da
tristeza pela alegria ... (Direito Civil, volume lI, nO 176).

Deve o julgador considerar, também, no arbitramento, o grau de reprovabilidade


da conduta ilícita, a capacidade econômica do causador do dano, as condições
sociais do ofendido, para chegar a um quantitativo consentâneo com a natureza e
intensidade da humilhação, da tristeza e do constrangimento sofridos pelo
ofendido, com o ato ilícito praticado pelo ofensor,

Em outras palavras, a indenização deve representar uma punlçao para o infrator,


capaz de desestimuiá-io a reincidir na prática do ato iiícito, e deve ser capaz de
proporcionar ao ofendido um bem estar psíquico compensatório do amargor da
ofensa,

Sendo assim, resta efetivamente caracterizada a conduta ilícita da Ré, dando


ensejo à reparação do dano morai, afim de satisfazer a dor da vítima, além de
impor a ré, uma sanção que lhe desestimule e iniba a prática de atos lesivos à
personalidade de outrem, notadamente no que tange à prática de Abuso de Direito.

9. DOS PEDIDOS

Pelo exposto requer 'a improcedência das preliminares arguidas pelas


requeridas, no mérito requer seja julgada TOTALMENTE IMPROCEDENTE as
Contestações apresentadas, e suplica que sejam acatados todos os pedidos
formulados na inicial, em face dos motivos de fato e de direito aduzidos acima,
por ser medida de inteira justiça!

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Nestes termos,
Pede e espera deferimento.
Pa onso/BA de j~u. de tp16.
~ V'..-/i V\ 0J .
(do mento a inado ele onicamente)
J é Luiz . Neto - OAB/BA 18.822

(documento assinado eletronicamente)


Jorge P. S. Neto - OAB/BA 20.542

(documento assinado eletronicamente)


Gilselândia B. de Gois - OAB/BA 40.601

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