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Universidade Lúrio

Campus Universitário de Cabo Delgado


Faculdade de Engenharia
Engenharia Civil
Geologia da Engenharia

Tema: Métodos Elétricos ( SP, IP, Resistividade e Conductividade)

Discentes : Docente:
Abas Nordine Aly, 2º ano;100% Eliude Chilaule, Lic.
Daniel Alberto Chalé, 2º ano;100%
Erasmo V. Z. Mutumane, 2º ano;100%
Lígia da Elsa Zeca, 3º ano;100%
Osvaldo Carlos Neves, 2º ano.100%

Pemba, aos Maio de 2017


ÍNDICE

Introdução ....................................................................................................................................... 1
Métodos Elétricos ........................................................................................................................... 2
1. Método de Resistividade Elétrico ............................................................................................ 2
1.1. Metodologia para aquisição de dados .................................................................................. 2
1.2 Áreas de Aplicação .............................................................................................................. 7
1.3 Capacidades e limitações do método de resistividade eléctrica........................................... 8
1.4 Materiais .............................................................................................................................. 8
1.5 Resistividade Aparente ........................................................................................................ 9
1.6 Dispositivos geoeléctricos ................................................................................................... 9
1.6.1 Wenner ................................................................................................................................. 10
1.6.2 Schlumberger ....................................................................................................................... 10
1.6.3 Dipolo-dipolo ....................................................................................................................... 10
1.6.4 Polo-polo ............................................................................................................................. 11
1.7 Selecção do dispositivo a considerar ................................................................................. 11
1.8 Profundidade de investigação ............................................................................................ 12
2. Método da Polarização Induzida ( IP) ................................................................................... 12
2.1 Fontes de efeito IP ................................................................................................................. 13
2.1.1 Polarização de membrana............................................................................................... 13
2.1.2 Polarização de elétrodo .................................................................................................. 14
2.2 Circuito elétrico equivalente .............................................................................................. 15
2.3 Formas de medição da polarização induzida ..................................................................... 16
2.3.1 Medida no domínio do tempo ........................................................................................ 16
2.3.2 Medida no domínio da frequência .................................................................................. 17
2.4 Procedimento de campo – aquisição de dados ................................................................... 17
2.4.1 Aquisição 2D .................................................................................................................. 18
2.4.2 Aquisição 3D .................................................................................................................. 19
3. Método Potencial Espontâneo (SP) ....................................................................................... 20
3.1 Aplicações ............................................................................................................................... 20
3.2 SP na prospecção mineral .................................................................................................. 21
3.3 SP em geologia de engenharia ................................................................................................ 22
3.3.1 Potenciais de Difusão ........................................................................................................... 22
3.3.2 Potenciais de Fluxo (streaming potential)............................................................................ 23
3.4 Metodologia para o potencial espontâneo (SP)-Materiais e Equipamentos ...................... 24
3.5 Metodologia para Aquisição de dados ............................................................................... 24
3.5.1 Técnica dos Gradientes (ou eletrodos móveis) .............................................................. 25
3.5.2 Técnica dos Potenciais (ou base fixa) ............................................................................ 25
4. Método de Conductividade Elétrico ...................................................................................... 26
4.1 Factores que influenciam condutividade eléctrica (ECa) ....................................................... 27
4.2 Medidas da salinidade do solo ........................................................................................... 27
4.3 Equipamentos para medida de condutividade elétrica ....................................................... 29
Conclusão...................................................................................................................................... 30
Referencia bibliográficas .............................................................................................................. 31
Introdução
Os métodos elétricos são métodos em que consiste em injectar corrente no solo para podermos
descobrir diferentes fenomenos.
Neste presente trabalho, abordardaremos sobre os Métodos Elétricos para pesquisa de campo
geotécnica e que compreende quatro métodos que são: método de resistividade, conductividade,
polarização induzida(IP) e potêncial espontâneo (SP), na qual iremos falar em geral sobre o em
que consiste cada método, metodologia de campo, aquisição de dados e equipamentos.
Temos como objectivo central conhecer e comprender os métodos elétricos e ser capaz de fazer
uma pesquisa geotécnica, e como objectivos especifícos temos:
 Pereceber as aplicações dos métodos, para resolução de problemas de engenharia;
 Saber como fazer aquisição e levantamentos de dados;
 Conhecer a metodologia para aquisição de dados;
 Saber que materiais e equipamentos usar.
Para a realização deste trabalho, será baseado em livros, PDF´s, manuais, textos de apoio e
informações disponiveis na internet.
Este trabalho estra estruturado como um trabalho normal de investigação, contendo capa, índice,
introdução, desenvolvimento, conclusão e referências bibliográficas.

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Métodos Elétricos
Os métodos elétricos de prospecção geofísica utilizam parâmetros elétricos de solos e rochas,
como conductividade, resistividade, potencial espontâneo, polarização, para investigar a geologia
de subsuperfície. Compreendem o método da resistividade, o método da Polarização Induzida (
IP), o método do Potencial Espontâneo ( SP) e o método da conductividade.

1. Método de Resistividade Elétrico


A utilização do método de resistividade eléctrica tem origem da década de 1920 com os trabalhos
dos irmãos Schlumberger, sendo mais desenvolvidos na segunda metade do século XX.
No método de resistividade, é injectada corrente eléctrica no terreno através de um par de
eléctrodos (A e B – eléctrodos de corrente) e é medida a diferença de potencial resultante entre
outro par de eléctrodos (M e N – eléctrodos de potencial). A resistividade do terreno é então
calculada a partir das distâncias entre os eléctrodos, corrente aplicada e diferença de potencial
medida, com base na Lei de Ohm. O resultado é a resistividade do terreno em ohm.m ou o seu
inverso, a condutividade em Siemen(S)/metro.

1.1. Metodologia para aquisição de dados


Para realizar um estudo com o método de resistividade, obtendo os dados da distribuição da
resistividade ao longo de pseudosecções, o equipamento mais utilizado é um resistivímetro
multi-eléctrodos, que está ligado a um grande número de eléctrodos (24, 48, 72, …). Este
equipamento tem capacidade para efectuar medições entre os vários eléctrodos de forma
automática, depois de definida, pelo operador, a sequência de medições (dispositivo,
espaçamento e outros parâmetros).
Num resistivímetro, depois de inserida a sequência de medições há que colocar os eléctrodos ao
longo da linha escolhida respeitando o espaçamento previamente definido. Posteriormente são
efectuadas as leituras e guardadas temporariamente, faz-se a transferência dos dados para um

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computador e inicia-se o seu processamento e inversão que transformará os dados de
resistividade aparente em resistividade real.
A obtenção de um mapa com a distribuição da resistividade em profundidade envolve os
seguintes passos:
1. Escolha do equipamento (caso seja possível);
2. Planeamento da prospecção;
3. Escolha do dispositivo eléctrico;
4. Colocação dos eléctrodos no solo e ligação dos cabos;
5. Obtenção e registo das leituras;
6. Transferência dos dados para o computador;
7. Processamento por inversão.
 Equipamento
O resistivímetro é o equipamento principal para realizar um estudo de resistividade do subsolo.
Este aparelho é responsável pela injecção de corrente eléctrica no subsolo, através dos dois
eléctrodos de corrente (A e B) e pela medição de diferença de potencial entre os eléctrodos de
potencial (M e N).
Actualmente são utilizados resistivímetros multi-eléctrodos que fazem a troca automática entre os
eléctrodos responsáveis pelas medições. Permite ainda o armazenamento temporário das leituras
para posteriormente serem transferidos para o software de processamento. Existem resistivímetros
com vários canais (multi-channel) permitindo fazer a várias medições simultâneas de diferença de
potencial para a mesma injecção.
 Planeamento da Campanha de Prospecção
Antes de se iniciar um levantamento geofísico com o método de resistividade eléctrica, é
necessário conhecer, minimamente, o problema ambiental em causa e ter alguns conhecimentos
do substrato no local. Uma das condições fundamentais para o sucesso da utilização deste método
é existir contraste entre as propriedades físicas do meio e as dos contaminantes ou alvos a detectar.
Como software utilizou-se o EarthImager 2D da Advanced Geoscience Inc. (AGI). Este programa,
para além de efectuar a inversão dos dados de campo, tem a vantagem de se poder fazer o
planeamento do levantamento e sua aplicabilidade, com base em dados sintéticos. Esta
funcionalidade denomina-se Survey planner.

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A partir deste modelo sintético, é feita uma simulação directa para estimar o mapa com a
distribuição dos dados de resistividade aparente que se obteriam testando um ou vários dispositivos
e espaçamentos entre eléctrodos.
 Definição da Sequência de Medições
No caso de estudo, para a definição da sequência de medições, utilizou-se o software Electre II.
Neste software são definidos parâmetros como a configuração dos eléctrodos (Array type), o
espaçamento entre eles (Electrode spacing) e o número de níveis a estudar em profundidade
(Depth level).
Além disso, podem ser escolhidos outros parâmetros mais específicos como, o tempo de duração
de cada injecção de corrente (500 ms, 1000 ms, …), a percentagem de erro máxima admissível
(Q max), e o número mínimo e máximo de medições para cada leitura (stack min/max).
Para definir a sequência de medições e os parâmetros referidos seguem-se os seguintes passos: Set
of Sequences – New.

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Após definição dos parâmetros indicados, procede-se à transferência da sequência de medições
para o resistivímetro. Para esta operação utiliza-se a opção Save a set of sequences.
 Colocação dos Eléctrodos
Depois da observação de certas condições existentes no terreno como, topografia pouco
acidentada, camada de solo facilmente penetrável pelas estacas, pouca vegetação e árvores que
podem ser um obstáculo à colocação dos eléctrodos e manutenção de uma linha recta e, finalmente,
ausência de factores externos que perturbem a qualidade das medições como, estruturas metálicas
à superfície e postes de electricidade, pode iniciar-se a colocação dos eléctrodos.
Estes são espaçados com os intervalos previamente definidos e devem ser correctamente
introduzidos no terreno. É utilizada uma marreta e fita métrica para esta operação. De seguida é
esticado o cabo ao longo da linha de prospecção e feita a ligação entre o cabo, os eléctrodos e o
resistivímetro. Este é colocado a meio da linha de prospecção.
A colocação e retirada dos eléctrodos e dos cabos pode ser morosa e fisicamente exigente devido
às distâncias percorridas (no caso de grandes espaçamento entre os eléctrodos) e à natureza do
trabalho, pelo que, é recomendável, no mínimo, uma equipa de três pessoas.

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Seguidamente é importante verificar se todas as ligações e eléctrodos estão correctamente
instalados e a transmitir corrente ao solo. No aparelho utilizado, esta operação é feita muito
rapidamente com a função RS CHECK. Os valores de resistência medidos não devem ultrapassar
o valor de 20 kohm. Para melhorar o contacto entre os eléctrodos e o terreno deve molhar-se os
eléctrodos e o solo envolvente com água salgada que, como se sabe, apresenta elevada
condutividade.
Após terem sido efectuadas todas as medições, devem retirar-se primeiro os eléctrodos e só
depois o cabo, pois estes ficam facilmente escondidos na vegetação.
 Obtenção das Leituras
Como foi dito anteriormente, no resistivímetro utilizado a obtenção das medições é automática,
não tendo o operador que intervir durante o processo de aquisição de medições.
O tempo de duração das medições depende de vários factores, desde o tipo de resistivímetro,
configuração dos eléctrodos, profundidade de investigação (Depth level), duração de cada
injecção de corrente e número de medições (stacks min/max). Se a resistência do terreno junto
aos eléctrodos for elevada os erros são maiores e poderão ser feitas mais leituras levando a que a
duração das medições seja mais elevada.
 Transferência dos Dados
Terminada a recolha dos dados pode fazer-se, imediatamente e no próprio local, a sua transferência
para um computador portátil, processar os dados e obter-se um mapa da distribuição da
resistividade ou da condutividade.
No caso de estudo, e para o equipamento utilizado, é necessário um software próprio (PROSYS
II) para transferir os dados do resistivímetro para o computador; só depois é usado o software de
inversão (EarthImager) dos dados para obtenção do mapa da distribuição da resistividade.
Depois das ligações feitas (cabo RS232), para transferir os dados seguem-se os seguintes passos
no software: Comunication – Data download – Syscal Kid Switch.
Para exportar os dados para o software de inversão, seguem-se os seguintes passos: File – Export
and Save – Res2dinv.
 Inversão dos Dados de Resistividade Aparente
O objectivo do método de resistividade é a obtenção de uma imagem da distribuição da
resistividade sob a superfície que está correlacionada com a geologia do local de estudo. A
obtenção da distribuição da resistividade sob a superfície a partir dos dados de resistividade
aparente é feita através da chamada inversão.
A resposta de um modelo reconstruído deve ajustar-se aos dados medidos no campo. Para aferir a
qualidade da inversão são considerados os desvios entre a pseudo resistividade medida e a pseudo
resistividade calculada. A não unicidade de soluções baseia-se no facto de existirem um ilimitado
número de modelos cujas respostas se ajustarão às medições de campo (Aktarakçi, 2008).

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Em certos casos a geologia caracteriza-se por um número de regiões que são internamente
homogéneas mas com variações bruscas entre diferentes regiões. Nestes casos é mais adequado
utilizar uma formulação no processo de inversão que enfatize as variações absolutas no modelo de
resistividade (Loke, 1999).
O primeiro objectivo da inversão é a redução da diferença entre os dados da resistividade aparente
medida e a resistividade aparente calculada. A diferença entre estes dois conjuntos de dados é
quantificada pelo erro quadrático médio (root mean square - RMS) em percentagem.

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𝑑 𝑃𝑟𝑒𝑑 − 𝑑𝑖𝑀𝑒𝑎𝑠
𝑁 ( 𝑖 )
√ 𝑑𝑖𝑀𝑒𝑎𝑠
𝑅𝑀𝑆 = ∑ 𝑥 100%
𝑁
𝑖=1

Onde 𝑁 é o número total de medições, 𝑑𝑃𝑟𝑒𝑑 corresponde aos dados previstos e 𝑑𝑀𝑒𝑎𝑠 aos dados
medidos. O erro 𝑅𝑀𝑆 está muito dependente do número de valores anómalos e da magnitude dos
mesmos. Um único valor anómalo pode aumentar substancialmente o valor do erro 𝑅𝑀𝑆, ainda
que as restantes medições sejam de boa qualidade. A melhor solução será remover estes valores
anómalos. O erro máximo recomendado RMS é 3%.
Espera-se que o 𝑅𝑀𝑆 vá diminuído de iteração para iteração, definindo-se o critério redução do
erro (error redution) que suspende as iterações. O valor recomendado é de 5%.

1.2 Áreas de Aplicação


Segundo Hasan Aktarakçi (2008) as aplicações mais frequentes e eficazes do método de
resistividade são:
 Detecção de cavidades;
 Caracterização geotécnica;
 Prospecção de águas subterrâneas;
 Mapas litológicos;
 Prospecção de massas minerais;
 Investigações arqueológicas;
 Detecção de plumas de contaminação;
 Monitorização de terrenos sujeitos a técnicas de remediação;
 Monitorização de processos subterrâneos como recarga de aquíferos, infiltração, intrusão
salina, túneis e infiltração em barragens.
No que respeita ao estudo de locais de resíduos perigosos ou não perigosos, o método pode ser
usado para (Martinho, 2002):
 Localizar e delimitar plumas de contaminação;
 Estabelecer a direcção e fluxo de propagação de plumas de contaminação (se forem feitas
campanhas sucessivas);
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 Localizar locais de resíduos enterrados;
 Investigar a qualidade da água subterrânea.

1.3 Capacidades e limitações do método de resistividade eléctrica

As principais capacidades e limitações do método da resistividade eléctrica são as seguintes


(adaptado de Martinho, 2002):
Capacidades:
 Os perfis de resistividade podem ser usados para detectar e delimitar plumas de
contaminação em associação com as características hidrogeológicas tais como o nível
freático;
 As sondagens de resistividade podem estimar a profundidade, espessura e resistividade
das camadas;
 Os dados das sondagens e dos perfis podem ser avaliados no campo;
 Os valores de resistividade podem ser usados para identificar a provável composição
geológica de uma camada ou para estimar a condutividade de uma pluma;
 A profundidade de lixeiras e locais de depósito de resíduos enterrados podem ser
estimadas.
Limitações :
 O método é muito susceptível ao ruído provocado por cercas metálicas, tubos e
heterogeneidade geológica;
 A interpretação quantitativa exige o uso de curvas padrão e/ou programas de computador
e experiência na sua utilização;
 O método é relativamente lento e exige dois ou três operadores no campo.

1.4 Materiais
Segundo Oliveira (2009) para poder fazer o estudo do terreno, precisamos ter os seguintes
materiais:
 Resistivímetro;
 Bateria externa;
 Eléctrodos (estacas de aço);
 Cabo sísmico;
 Cabos eléctricos para ligação entre as estacas e o cabo principal;
 Marreta;
 Fita métrica;
 Garrafão com água e sal;

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 Computador portátil para transferência e interpretação dos dados;
 Caderno de campo.

1.5 Resistividade Aparente


Quando o solo é homogéneo, a resistividade calculada pela equação anterior deverá ser constante
e independente da configuração dos eléctrodos e da localização espacial. Porém, quando existem
heterogeneidades, a resistividade irá variar com a posição relativa dos eléctrodos. O valor
calculado chama-se então resistividade aparente 𝜌𝑎 :

𝜌𝑎 = (Δ𝑉/𝐼)* 𝑘

Onde 𝑘 é o factor geométrico próprio de cada dispositivo geoeléctrico.


A resistividade aparente não é uma propriedade física do terreno, ao contrário da resistividade
verdadeira. Para estimar as resistividades verdadeiras, a partir dos dados de campo de resistividade
aparente, tem de se recorrer a um processo designado por inversão dos dados.

1.6 Dispositivos geoeléctricos


O valor da resistividade aparente depende da geometria dos eléctrodos, estando representadas na
tabela abaixo com as configurações mais comuns dos eléctrodos de corrente e potencial.

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1.6.1 Wenner
∆𝑉
𝜌𝑎 = 2𝜋𝑎( 𝐼 )

O dispositivo de Wenner é um dos mais simples e mais utilizados. Aqui, os eléctrodos são
igualmente espaçados ao longo de uma linha.
Esta configuração é relativamente sensível a variações verticais de resistividade (estruturas
horizontais), contudo é menos sensível a variações horizontais (estruturas verticais). Comparando
com as outras configurações, o dispositivo Wenner faz investigação até profundidades médias e é
o que apresenta a força de sinal mais elevado. Este facto é importante quando o ruído de fundo é
elevado (Loke, 1999).

1.6.2 Schlumberger
𝜋𝐿2 ∆𝑉
𝜌𝑎 =
𝐼 2𝑙
Neste dispositivo, os eléctrodos de corrente (A e B) são espaçados com distância superior à
distância entre os eléctrodos de potencial (M e N). O factor 2𝑙 é a distância entre os eléctrodos de
potencial M e N, e 2𝐿 é a distância entre os eléctrodos de corrente A e B.
É uma configuração sensível tanto para variações horizontais como verticais de resistividade. Em
áreas em que se espera encontrar estruturas geológicas com variação vertical e lateral, este
dispositivo é um bom compromisso entre o dispositivo Wenner e o Dipolo-Dipolo. A profundidade
média de investigação é superior em 10%, aproximadamente, ao dispositivo de Wenner para o
mesmo espaçamento entre os eléctrodos de corrente A e B. A força do sinal é menor do que no
dispositivo de Wenner mas é maior do que no dipolo-dipolo (Loke, 1999).
Comparativamente ao dispositivo dipolo-dipolo, este tem a vantagem de ser mais sensível na
região central sob os eléctrodos de potencial M e N. Tem ainda, maior cobertura horizontal que a
configuração de Wenner, embora seja menor que a cobertura horizontal da configuração dipolo-
dipolo (Loke, 1999).

1.6.3 Dipolo-dipolo
∆𝑉
𝜌𝑎 = 2𝜋𝑎𝑛(𝑛 + 1)
𝐼
Este arranjo tem sido muito utilizado em estudos de resistividade e potencial induzido (IP). O
espaçamento entre os eléctrodos de corrente A e B e de potencial M e N é dado por “a”. Considera-
se ainda um factor de distância “na” entre os dipolos de corrente e os de potencial. Neste tipo de
dispositivo o espaçamento “a” é mantido inicialmente constante; para aumentar a profundidade de
investigação o espaçamento é aumentado de um factor “n”, que não deve ultrapassar o valor de 8
(Loke, 1999).
A sensibilidade desta configuração é maior sob os dipolos de corrente A e B e de potencial M e
N, e menor no centro do dispositivo. É também mais sensível a variações horizontais na
resistividade mas menos sensível a variações verticais. Este facto faz dele um bom dispositivo

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para detectar estruturas verticais como diques e cavidades mas é pouco indicado para detectar
estruturas horizontais como estruturas geológicas com geometria horizontal. A profundidade
média de investigação depende do factor “n” assim como do valor de ”a”. Em geral atinge
menores profundidades que o dispositivo de Wenner (Loke, 1999)
Uma possível desvantagem deste dispositivo é a fraca força de sinal para valores elevados do
factor “na”. A voltagem é inversamente proporcional ao cubo do factor “na”. Isto significa que
para a mesma corrente, a voltagem medida diminui cerca de 200 vezes com o aumento do factor
“n” para o valor 6. Uma técnica para ultrapassar esta limitação consiste em aumentar o
espaçamento “a”.
Para usar este dispositivo eficazmente, o resistivímetro deve rejeitar bem o ruído de fundo, e deve
estabelecer-se um bom contacto dos eléctrodos com o solo (Loke, 1999).

1.6.4 Polo-polo
Este dispositivo é o mais adequado para prospecção a 3D. Na prática o dispositivo polo-polo, com
um eléctrodo de corrente e outro de potencial não existe. Para fazer uma aproximação, o segundo
eléctrodo de corrente e de potencial devem ser colocados a uma distância 20 vezes maior do que
o espaçamento entre os eléctrodos A e M. O efeito produzido pelos eléctrodos B e N é proporcional
ao espaçamento a que se encontram dos dois eléctrodos centrais e por isso o seu efeito não é levado
em conta. É importante manter a distância de 20 vezes o maior espaçamento entre A e M para
assegurar um erro inferior a 5% (Loke, 1999).
Em campanhas de prospecção onde o espaçamento entre eléctrodos é muito elevada pode haver
problemas práticos para encontrar localizações adequadas para os eléctrodos B e N. Outra
desvantagem tem a ver com o facto de os eléctrodos de potencial estarem tão afastados que ficam
susceptíveis ao ruído telúrico o que diminui a qualidade das medições. Por essa razão é mais
utilizado em campanhas onde o espaçamento entre eléctrodos é menor (inferior a 10 metros). É
muito utilizado em arqueologia com espaçamentos entre eléctrodos pouco elevados.
A vantagem deste dispositivo é a maior cobertura horizontal e a grande profundidade de
investigação (Loke, 1999).

1.7 Selecção do dispositivo a considerar


Segundo Locke (2009) para ajudar à selecção do melhor dispositivo a aplicar em cada caso de
estudo apresenta-se a tabela abaixo (A – mais adequado, B – moderado e C – menos adequado):
Identificação Identificação Profundidade Resposta do Cobertura
de estrututas de estruturas da sinal horizontal
horizontais sub-verticais investigação
Wenner A C B A C
Schlumberger B B B B B
Dipolo-dipolo C A B C A
Polo-polo C C A B A

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1.8 Profundidade de investigação
Num solo homogéneo, a profundidade de penetração da corrente aumenta com a separação dos
eléctrodos de corrente. A Figura abaixo mostra a percentagem de corrente que fluí abaixo de uma
dada profundidade 𝑍 em função da razão de separação 𝐿 dos eléctrodos de corrente e da
profundidade 𝑍.

Quando L=Z cerca de 30% da corrente fluí abaixo de Z e quando L=2Z cerca de 50% flui abaixo
de Z. Assim, para pequenos valores de L/Z só a parte superficial é sondada, enquanto para grandes
valores da relação L/Z só as maiores profundidades são sondadas. A separação dos eléctrodos de
corrente tem que ser escolhida de modo a que seja injectada corrente no solo até à profundidade
requerida e deve ser no mínimo o dobro e preferencialmente mais do que três vezes a profundidade
(Reynolds, 1997).
Além do afastamento entre eléctrodos, outros factores, como a configuração escolhida,
características dos terrenos e capacidade do resistivímetro, influenciam a qualidade das medições
em profundidade. Para fazer prospecção a grandes profundidades a situação ideal é possuir um
equipamento que injecte maior intensidade da corrente e o terreno possuir resistência baixa entre
os eléctrodos de corrente (Benard, 2003).

2. Método da Polarização Induzida ( IP)


Este método foi desenvolvido inicialmente para detecção de concentrações de minérios
disseminados, essencialmente sulfetos, no âmbito da pesquisa de metais base (Van Voorhis et al.
1973, Summer, 1976). Sua popularização ocorreu a partir da década de 1950, por meio de diversos
trabalhos descritos entre 1948 e 1952 (Keller & Frischknecht, 1966; Telford et al., 1990). É um
fenômeno de estimulação de voltagem que ocorre após a interrupção repentina do fluxo de corrente
elétrica em solos e rochas.
Este fenômeno pode ser ilustrado a partir de um arranjo de quatro eletrodos dispostos para medidas
de resistividade, onde um par de eletrodos é utilizado parainjeção de corrente e outro para leituras
da diferença de potencial como poderemos ver na figura abaixo. A injeção de um sinal de corrente
direta durante um período de tempo é seguido de por um corte abrupto e resulta num decaimento

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do campo elétrico. Este campo não chega a zero imediatamente, mas decai lentamente após uma
queda brusca inicial, para um valor E0 que corresponde a uma fração do campo inicial Ess .
Esta queda lenta é passível de medição, que pode variar de poucos segundos até alguns minutos.

A curva de decaimento representa um retorno ao estado original de repouso pretérito ao distúrbio


devido à aplicação de uma corrente elétrica. Durante o tempo de aplicação desta corrente, uma
fração desta energia é armazenada no meio geológico. Este armazenamento pode ocorrer sob a
forma de energia mecânica, elétrica ou química, dentre as quais a energia química se mostra a mais
importante na ocorrência deste fenômeno em solos e rocha.

2.1 Fontes de efeito IP


O armazenamento de energia química é o resultado de:
 variações na mobilidade dos íons no fluido através da estrutura da rocha – polarização de
membrana. Constitui o background do efeito IP e ocorre em rochas que não contêm
minerais metálicos;
 variações entre a condutividade eletrolítica e eletrônica quando minerais metálicos estão
presentes – polarização de eletrodo. Tem magnitude maior do que o background e depende
da presença de minerais metálicos na rocha.
Os dois efeitos são indistinguíveis para a medição do efeito IP.

2.1.1 Polarização de membrana


Quando minerais metálicos estão ausentes nas rochas ou ocorrem com pouca freqüência, a única
forma de condução é a eletrolítica. Nesta situação, a estrutura da rocha deve ser porosa para
permitir o fluxo de corrente. A maioria dos minerais das rochas tem uma rede de cargas negativas
na interface superfície-fluido do poro. Consequentemente os íons positivos são atraídos e os
negativos são repelidos por essa interface. Essa concentração de íons positivos pode se estender
na zona do fluido até a profundidade da espessura do próprio poro, como mostra a figura a). Se
isso ocorrer, quando um campo elétrico for aplicado, os íons negativos se acumularão em uma

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extremidade da zona, e deixarão a outra vazia. Como resultado dessa distribuição de polarização,
o fluxo de corrente é impedido, como ilustrado na figura b). Quando a corrente é interrompida os
íons retornam as suas posições originais em um intervalo de tempo finito.
A magnitude da polarização de membrana é maior na presença de minerais de argilas, cujos poros
são particularmente pequenos. Entretanto, essa magnitude não cresce constantemente com a
concentração de argila, mas atinge um máximo e decresce novamente. Isso ocorre porque deve
haver uma passagem alternativa maior no material, onde não ocorre o acúmulo de íons, caso
contrário tanto o fluxo de corrente com a polarização seriam reduzidos. O aumento da salinidade
do fluido do poro também provoca uma queda no efeito de polarização (Telford et al, 1990).

2.1.2 Polarização de elétrodo


A polarização de eletrodo ocorre quando minerais metálicos estão presentes na rocha e o fluxo de
corrente é parcialmente eletrônico e parcialmente eletrolítico. Na presença de um mineral metálico,
uma rede de cargas de sinais opostos é formada em cada face, resultando em um acúmulo de íons
no eletrólito adjacente a cada face, como mostra a figura abaixo. A ação é de eletrólise, quando a
corrente flui e ocorrem trocas de elétrons entre o metal e os íons da solução. Esse efeito é conhecido
como sobrevoltagem (overvoltage).
Essa sobrevoltagem é a energia potencial extra requerida para dar início a processos
eletroquímicos, particularmente a transferência de elétrons. Esse potencial deve-se principalmente
a reação de oxidação-redução, chamado “sobrevoltagem de ativação”. Também contribui para a
sobrevoltagem o gradiente de concentração iônica da solução na interface.

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Como a velocidade do fluxo de corrente no eletrólito é muito menor do que no metal, o acúmulo
de íons é mantido pela voltagem externa. Quando a corrente é interrompida, a voltagem residual
decai conforme os íons voltam ao seu estado de equilíbrio.

A magnitude da polarização de eletrodo depende da corrente externa e também das características


do meio. Depende da porosidade e resistividade da rocha hospedeira, assim como da concentração
de minerais, pois como é um fenômeno de superfície, espera-se que seja tão maior quanto mais
disseminado o mineral (Telford et al, 1990).

2.2 Circuito elétrico equivalente


O circuito da figura abaixo, ilustra o modelo de circuito analógico (Pelton et al, 1978) do
mecanismo responsável pelo efeito IP. O modo de relaxamento Cole-Cole, cujo modelo
matemático tenta explicar a variação da resistividade com a freqüência, observado no método IP,
é definido como:
1
𝜌(𝜔) = 𝜌0 [1 − 𝑚(1 − )]
1 + (𝑖𝜔𝜏)𝑐
onde r = resistividade, m = cargabilidade verdadeira, ω = frequência angular, t = tempo de
relaxação, c = constante de relaxação.

15
No circuito, r0 simula a passagem não bloqueada pelo poro, e a impedância complexa r1(iwX)-c
simula a interface iônica-metálica e a passagens bloqueadas pelo poro.
Superficialmente, os tempos de armazenamento e decaimento se assemelham ao tempo de carga e
descarga de um circuito RC, respectivamente. Entretanto a curva de decaimento não é exponencial
como no circuito RC, nem começa no potencial máximo (Telford, 1990).

2.3 Formas de medição da polarização induzida


O efeito IP é medido pela aplicação de uma corrente elétrica artificial no terreno através de dois
eletrodos, e medição do potencial gerado em outros dois eletrodos nas proximidades do fluxo de
corrente. A medição é feita durante o fluxo de corrente e após seu cessamento. Medidas do efeito
IP podem ser realizadas tanto no domínio do tempo como no domínio da freqüência. No domínio
do tempo a voltagem inicial VC emitida durante o intervalo de fluxo de corrente e a voltagem
residual V(t) existente em um tempo t após o corte da corrente são medidas. A voltagem residual
deve ser medida antes que tenha decaído ao nível de ruído. No domínio da freqüência, as medidas
de resistividade aparente são feitas em duas ou mais freqüências. Os parâmetros medidos nos dois
método são descritos a seguir.

2.3.1 Medida no domínio do tempo


PORCENTAGEM IP – Comparação da voltagem residual V(t) existente em um instante t após a
corrente ter sido cortada, com a voltagem estabilizada Vc durante o fluxo de corrente. A razão V(t)

16
VC é expressa em mV/V, ou em porcentagem, C 100×V (t) V . Na prática, o intervalo de tempo
pode variar de 0,1 a 10 segundos.
INTEGRAL DO TEMPO DE DECAIMENTO - Integração das medidas do potencial sobre um
intervalo de tempo. Se o tempo de integração for pequeno e a curva de decaimento for amostrada
diversas vezes, os valores da integral são efetivamente as medidas do potencial existente em
diferentes instantes. Essa medida é uma extensão da medida de porcentagem IP, da qual se pode
obter o formato da curva de decaimento.
CARGABILIDADE - Definida pela integração da curva de descarga durante um intervalo de
tempo Dt = t2 - t1, é fornecida por:
1 𝑡2
𝑀= ∫ 𝑉(𝑡). 𝑑𝑡
𝑉𝐶 𝑡1

Quando V(t) e VC têm as mesmas unidades, a cargabilidade (M) pode ser medida em
milissegundos, mas geralmente é expressa em mV/V.

2.3.2 Medida no domínio da frequência


EFEITO DE FREQUÊNCIA – Medição da resistividade aparente em duas ou mais frequências.
O efeito de freqüência é definido como:
(𝜌𝑑𝑐 − 𝜌𝑎𝑐 )
𝑓𝑒 =
𝜌𝑎𝑐
enquanto a porcentagem do efeito de freqüência é dada por:
(𝜌𝑑𝑐 − 𝜌𝑎𝑐 )
𝑃𝐹𝐸 = 100
𝜌𝑎𝑐
onde pdc, pac são as resistividades aparentes medidas em d.c. e em altas freqüências. Na prática,
as medidas são realizadas na faixa de 0,1 a 10 Hz, e rdc é o valor obtido para a menor frequência.
FATOR METÁLICO – O fator metálico tem unidade de S/m e é definido como:
(𝜌𝑑𝑐 − 𝜌𝑎𝑐 )
𝑀𝐹 = 2𝜋 ∗ 105
𝜌𝑑𝑐 𝜌𝑎𝑐

2.4 Procedimento de campo – aquisição de dados


Os métodos de eletroresistividade e polarização induzida envolvem medidas de uma impedância,
com subseqüente interpretação em termos de propriedades elétricas da subsuperfície, e finalmente
da subsuperfície geológica.
Em medidas puramente no domínio da freqüência, a corrente de entrada é uma onda senoidal com
freqüência f e período T = 1 f . A impedância também pode ser medida no domínio do tempo, e

17
nesse caso a corrente é periodicamente ligada e desligada. A saída é a voltagem medida em vários
instantes quando a corrente transmitida é desligada. A entrada
também é periódica, porque as medidas devem ser feitas para cada um dos muitos períodos e
então somadas ou empilhadas, para eliminar o ruído

Os equipamentos utilizados possuem uma fonte controlada para emissão de corrente elétrica e
medidores da corrente e voltagem geradas. Neste trabalho foi utilizado um sistema resistivímetro
fabricado pela Iris Instruments, modelo Syscal Pro, que mede a voltagem aplicada e valores da
curva de decaimento da voltagem, fornecendo dados de resistividade e cargabilidade.

As medidas são normalmente realizadas com um arranjo de quatro eletrodos, uma corrente elétrica
artificial é aplicada no terreno através de dois eletrodos (denominados C1 e C2), e o potencial
gerado é medido em outros dois eletrodos (denominados P1 e P2), de maneira a determinar a
resistividade real ou aparente em subsuperfície. Todos os arranjos geométricos usados para obter
a resistividade e a cargabilidade aparentes são baseados na equação. Um resumo dos arranjos mais
utilizados é mostrado na tabela a seguir.
Arranjo Posição de eletrodos Fator Geométrco

Schulumberger 𝐾 = 𝜋 ∙ 𝑏 ∙ (𝑏 + 1) ∙ 𝑎

Wenner 𝐾 =2∙𝜋∙𝑎

Pólo-pólo 𝐾 =2∙𝜋∙𝑎

Pólo-dipolo
𝐾 = 2 ∙ 𝜋 ∙ 𝑛(𝑛 + 1) ∙ 𝑎

Dipolo-dipolo
𝐾 = 𝜋 ∙ 𝑛(𝑛 + 1) ∙ (𝑛 + 2)𝑎

2.4.1 Aquisição 2D
Conhecida como técnica de caminhamento elétrico (CE), a aquisição 2D obtém a variação lateral
de resistividade em profundidades aproximadamente constantes. Isso é alcançado fixando-se um
espaçamento de eletrodos e caminhando-se com estes ao longo de perfis e efetuando as medidas.

18
Dahlin & Zhou (2004) simulam numericamente a aquisição 2D com diversos arranjos eletródicos
e avaliam suas vantagens e limitações, considerando a sensibilidade a ruído e efeitos de anomalia.
O efeito de anomalia é utilizado na avaliação da eficiência da medição de um arranjo e considera-
se que este deve ser significativamente maior do que o nível de ruído local. Os autores concluem
que os efeitos de anomalia para os diferentes arranjos variam com a geologia local, e recomendam
os arranjos pólo-dipolo, dipolo-dipolo e Schlumberger, entre outros, para levantamentos 2D, sendo
que a escolha final deve ser determinada pela geologia local, objetivo da investigação e
considerações logísticas.
Com o arranjo dipolo-dipolo, os eletrodos C1 e C2 de injeção de corrente e P1 e P2 de potencial
são dispostos segundo um mesmo perfil e o arranjo é definido pelos espaçamentos X = C1C2 =
P1P2 . Normalmente, as medidas são efetuadas em várias profundidades de investigação, isto é n
= 1, 2, 3,..., atribuídas à intersecção das linhas que partem do centro de C1C2 e P1P2 com ângulos
de 45o como ilustrado na figura 4.7. A profundidade de investigação cresce com o espaçamento
(E) entre os centros dos dipolos transmissores e receptores, e teoricamente corresponde a E/2. O
arranjo dipolo-dipolo é considerado por Dahlin e Zhou (2004) como um arranjo que apresenta boa
resolução, porém mais suscetível à contaminação por ruído.
Barker (1989) discute diversos conceitos do termo “profundidade de investigação”, e argumenta
que na prática, a profundidade de investigação de um arranjo eletródico é aprofundidade com a
qual uma medida de resistividade parente feita na superfície pode sermelhor associada. Dahlin e
Zhou (2004) ressaltam que a profundidade de investigação de umdeterminado arranjo, assim como
a resolução do imageamento, não depende apenas dotamanho dos dipolos, mas também da
geologia local (propriedades elétricas e geometria do corpo anômalo) e do nível de ruído.

2.4.2 Aquisição 3D
Como a maioria das estruturas geológicas são 3D por natureza, um levantamento 3D usando o
modelo de interpretação 3D teoricamente forneceria resultados mais precisos.
Entretanto a aquisição 3D não é rotineiramente usada como a aquisição 2D, principalmente pelo
fato de que o custo e o tempo do levantamento 3D são significativamente maiores se a área do
levantamento for suficientemente grande. Para o levantamento 3D os eletrodos são posicionados
em uma malha regular com o mesmo espaçamento nas direções perpendiculares x e y. O arranjo
mais comum utilizado nesse tipo de levantamento é o pólo-pólo, onde o número máximo de
medidas nmax depende do número de eletrodos ne e é dado por nmax = ne (ne -1)/2. Nesse caso,
cada eletrodo é usado como eletrodo de corrente e depois como eletrodo de potencial. Devido à
reciprocidade, só é necessário medir o potencial nos eletrodos com índices maiores do que o
eletrodo de corrente. Para um grid de 5 por 5, por exemplo, um conjunto de dados completo tem
300 pontos, e para um grid de 7 por 7, 1176 pontos. Essa técnica de levantamento é conhecida
como 3D completo.
O levantamento de um arranjo como esse pode levar muito tempo. Uma técnica que reduz o
número de medidas sem degradar a qualidade do modelo a ser obtido é o levantamento diagonal

19
cruzado. Nessa técnica as medidas são feitas somente ao longo das linhas horizontal, vertical e da
diagonal com 45º que passam pelo eletrodo de corrente.
Muitas vezes o conjunto de dados 3D é construído a partir de dados de perfis 2D paralelos.
Comparado com os demais arranjos comumente utilizados, o arranjo dipolo-dipolo é o mais
sensível aos efeitos 3D, devido ao padrão da sua função de sensibilidade. A função sensibilidade
de um arranjo basicamente diz o grau com que uma mudança na resistividade de uma seção da
subsuperfície influencia o potencial medido. Quanto maior o valor da função, maior a influência
da região da subsuperfície na medida.

3. Método Potencial Espontâneo (SP)


O potencial espontâneo é um dos mais antigos métodos geofísicos. Foi utilizada pela primeira vez
por Robert Fox, interessado em detectar corpos de sulfeto em Cornwall – Inglaterra, em 1830
(Drahor, 2004). Atualmente este método é utilizado em investigações de movimentação de águas
subterrâneas, principalmente em engenharia e estudos ambientais.
Este método apresenta rapidez e baixo custo de aquisição, seja em investigações preliminares ou
durante estudos extensivos com outras técnicas geofísicas e/ou geotécnicas.

3.1 Aplicações
Inicialmente aplicado extensivamente na exploração mineral, hoje, o método tem sido usado no
estudo geotérmicos, de problemas de engenharia e meio ambiente.
Por oferecer rapidez e baixo custo, o método é adequado no reconhecimento preliminar,
precedendo os estudos mais intensivos usando outras técnicas geofísicas e geotécnicas. É uma
medida usual em perfilagem de poços. Embora natural, ela é conseqüência do processo de
perfuração e permite a investigação em poços.
O SP pode ser empregado em áreas de ocorrências de calcários, objetivando a detecção de
anomalias associadas aos processos de carstificação. Trabalhos efetuados nestas áreas podem
identificar anomalias SP nas imediações dos locais de ocorrências de carsts potencialmente sujeitas
a colapsos de terreno.
Estudos de fluxo de água subterrânea e delineamento dos seus padrões nas vizinhanças de
encostas, poços, falhas, estruturas de drenagem, poços, túneis e sumidouros. Estudos geotérmicos
para o mapeamento das frentes de fluxo de vapor e incêndio em minas de carvão. Gradientes de
concentração química associados a contaminação em subsuperfície.
Aplicações específicas incluem mapeamento de direções preferenciais de fluxo em corpos de
barragens, diques e outras estruturas de contenção; determinação do padrão de fluxo em zonas de
falhas ou fraturas seja em superfície ou dentro de túneis ou “shafts”, em estudos hidrogeológicos
e geotécnicos (Corwin, 1990).

20
Em casos de prospecção de água subterrânea em regiões cristalinas, os aquíferos são
invariavelmente associados à presença de fraturas armazenadoras de água que comportam-se como
zonas de maior percolação/infiltração das águas subterrâneas, podendo ser identificadas através do
SP (Gallas, 1999, 2000; Gallas & Augusto Filho, 1999).
Outras aplicações incluem a detecção de áreas com elevado gradiente geotermal, mapeamento de
zonas de elevado fluxo térmico em áreas vulcânicas. Aplicações bastante recentes estão na
determinação do gradiente de concentração de contaminantes em subsuperfície e estudos
arqueológicos.

3.2 SP na prospecção mineral


A origem do fenômeno do potencial espontâneo em mineralizações é de natureza eletroquímica.
No entanto, existem dúvidas e controvérsias sobre as reações e de que modo estas ocorrem.
A teoria mais aceita para explicar as causas das anomalias SP associadas a mineralizações
sulfetadas foi proposta por Sato & Mooney (1960). Através do estudo de inúmeros casos históricos
constantes na bibliografia, estes autores chegaram às seguintes constatações:
a) Os corpos mineralizados associados a anomalias SP são bons condutores eletrônicos, com
continuidade elétrica em seu interior.
b) O SP é quase sempre negativo nas partes superiores do corpo.
c) A diferença de potencial total pode ser de centenas de milivolts. Há casos onde a anomalia
ultrapassa 1,3V e um registro de 1,8V (Gay, 1967).
d) A mineralização deve posicionar-se em parte na zona de oxidação.
e) O potencial espontâneo é razoavelmente estável no tempo.
Baseando-se nestes fatos e nas argumentações anteriores, Sato & Mooney (op. cit.) concluem que
as anomalias SP são ocasionadas por dois tipos de reações eletroquímicas. Estas reações localizam-
se em duas diferentes posições da interface mineralização/rocha encaixante, sendo uma acima e
outra abaixo do lençol freático, funcionando o corpo sulfetado como uma ligação elétrica entre
estas posições/reações. As substâncias dissolvidas na região próxima à parte superior do corpo
sofrem redução, tomando elétrons provenientes do corpo mineralizado. Por outro lado, as
substâncias em solução situadas nas porções inferiores do corpo sulfetado se oxidam, cedendo
elétrons a este, que funciona como uma ponte para os elétrons. O fluxo de elétrons de baixo para
cima faz com que as reações possam manter-se indefinidamente, não intervindo nas mesmas,
mantendo-se a mineralização praticamente.
Assim, a origem destas reações é explicada pela diferença do potencial de oxidação Eh (ou
potencial redox) que ocorrem nas partes superior e inferior do corpo de sulfetos, produzindo as
anomalias SP.

21
A teoria destes autores implica que o fenômeno SP também pode ocorrer sob condições que
anteriormente se julgavam inadequadas. Uma delas é que não é necessário que o corpo sulfetado
forme uma faixa contínua de mineralização, posicionando-se parcialmente acima e abaixo do nível
d'água. Estas são condições ideais, mas não imprescindíveis. Uma disseminação de sulfetos pode
produzir anomalias SP, desde que a separação entre os grãos minerais seja pequena de modo que
a condução elétrica entre grãos possa proceder-se ionicamente.
Uma condição necessária é que a rocha hospedeira da mineralização esteja ao menos um pouco
alterada, de modo a permitir o movimento de íons.
Casos de rochas compactas e sãs, regiões congeladas ("permafrost" etc) ou zonas desérticas
(escassa umidade) não são favoráveis para ocorrências de anomalias SP sobre mineralizações.
Assim, as condições ideais para a verificação do fenômeno são as de zonas temperadas.

3.3 SP em geologia de engenharia


Em se tratando de prospecção mineral, a teoria de Sato & Mooney (1960) é a mais bem aceita,
apesar de algumas controvérsias. No entanto, quando se trata da aplicação do método para outros
fins, tais como hidrogeologia, geologia de engenharia e geologia ambiental, as origens e
explicações para o fenômeno são outras, descritas a seguir.

3.3.1 Potenciais de Difusão


Diferentes eletrólitos em contato ou diferentes concentrações de um mesmo eletrólito nos poros
do substrato fazem com que surjam os potenciais de difusão.
Os íons de diferentes polaridades possuem mobilidades distintas e os mais móveis se difundem
com maior rapidez.
Ocorrerá a formação de duas regiões onde haverá em cada uma a predominância de íons com sinais
opostos, estabelecendo-se assim uma diferença de potencial ΔV. Além dos levantamentos em
superfície, este fenômeno também é considerado em perfilagens de poçs e em qualquer dos casos
tem importância na determinação de porosidades (Orellana, 1972). Esta diferença de potencial ΔV,
devida ao surgimento das duas regiões de concentração de íons de sinais opostos, pode ser expressa
como:
𝑢 − 𝑣 𝑅𝑇 𝐶1
∆𝑉 = 𝑙𝑛
𝑢 + 𝑣 𝑛𝐹 𝐶2
onde:
u, v = mobilidades dos cátions e ânions, respectivamente.
n = valˆencia dos íons.
R = 8,314 joules/mol.K (constante dos gases).
T = temperatura absoluta (oK).

22
F = 96.487 Coulombs/mol. (constante. de Faraday)
C1,C2 = concentracções dos eletrólitos em contato
O SP causado pelos potenciais de difusão aplica-se em questões ambientais e de engenharia. É
fundamental nas perfilagens elétricas de poços onde estão em contato os eletrólitos
contidos nas rochas com a lama da sondagem, servindo na determinação das porosidades das
litologias.

3.3.2 Potenciais de Fluxo (streaming potential)


Certamente é o de maior interesse em aplicações ambientais, geologia de engenharia e
hidrogeologia. É devido ao movimento de fluidos através dos poros e descontinuidades das rochas
e é também denominado de eletrofiltração ou eletrocinese. Este potencial pode ser a causa de
anomalias de SP comumente correlacionadas com o relevo (topográfia) e nas perfilagens SP, em
que o fluido de perfuração penetra nas paredes do furo. As medidas deste tipo de potencial têm
sido utilizadas na geologia de engenharia e na geologia ambiental, para detecção de caminhos
preferenciais da água subterrânea, auxiliando o mapeamento de divisores de água e direção de
fluxo.
A magnitude do SP depende de algumas caracter´ısticas do subsolo e do fluido percolante, como
resistividade el´etrica, constante diel´etrica e viscosidade do fluido, continuidade do contato
fluido/subsolo e diferenc¸as de press˜ao ao longo do percurso do fluxo.
A passagem de um eletrólito através de uma membrana porosa produz uma diferença de potencial
entre os dois lados da mesma. Considerando a porosidade do substrato como uma rede de capilares
por onde percolam as águas de subsuperfície, então o comportamento do substrato pode ser visto
como uma membrana. Os ânions são absorvidos pelas paredes dos capilares e irão atrair os cátions,
estabelecendo-se desta maneira uma dupla camada elétrica. Os ânions permanecem fixos enquanto
que os cátions são transportados através dos capilares pelo fluxo dos fluidos ali presentes, criando-
se uma concentração destes últimos à sáida. Surge então uma d.d.p., entre o ponto inicial e final
do percurso, que obedece à equação de Helmholtz:
𝜁𝜀𝑃
∆𝑉 =
𝑛𝜎
ζ = diferença de potencial na dupla camada.
ε = constante dielétrica.
σ = condutividade.
η = viscosidade do eletrólito.
P = diferenç de pressão hidrostática entre os extremos do capilar responsável pelo movimento do
eletrólito.
O potencial de fluxo mais importante é o “per descensum” (Schlumberger, 1929, apud Orellana,
1972): trata-se da infiltração de água da chuva em terrenos permeáveis ou ao longo de falhas/

23
fraturas. Os cátions são removidos pela água e, nos locais topograficamente mais elevados, surgem
núcleos eletricamente negativos. A Figura ilustra o processo.

O SP causado pelos potenciais de fluxo “per descensum” é utilizado nos estudos que visam a
determinação dos fluxos subsuperficiais, como vazamentos em barragens e contaminações do
lençol freático oriundas de aterros sanitários, lixões, produtos químicos etc.

3.4 Metodologia para o potencial espontâneo (SP)-Materiais e Equipamentos


São utilizados eletrodos, cabos condutores e milivoltímetro. Os eletrodos devem ser do tipo não
polarizável. Consistem de um metal mergulhado em uma solução saturada de um sal do próprio
metal, como Cu em CuSO4 ou Ag em AgCl, contidos em um recipiente poroso (usualmente
denominados “potes”). A porosidade é necessária para que se processe uma passagem lenta e suave
da solução contida no pote para o solo, estabelecendo-se o contato. O dispositivo mais usual são
eletrodos de cobre imersos em solução de sulfato de cobre.
O milivoltímetro deve ter elevada impedância de entrada (preferencialmente maior que 108Ώ),
capaz de informar a polaridade da medida, rejeição a interferências AC, robustez para o trabalho
de campo, precisão de pelo menos 1 mV nas leituras, capacidade de realizar medidas no intervalo
de -5 a 5 V e medir resistˆencias de contato.
Os cabos de conexão entre os eletrodos de medidas e o instrumento devem ter um bom isolamento,
não permitindo entradas de ruídos elétricos espúrios durante os levantamentos. Um cuidado
importante a ser adotado é o uso de apenas um par de eletrodos para o trabalho, no sentido de
minimizar o erro cumulativo.

3.5 Metodologia para Aquisição de dados


As técnicas comumente utilizadas são: a técnica dos potenciais e a técnica dos gradientes.
Teoricamente, as duas técnicas que se equivalem, porém, na prática, são bastante distintas, sendo
o primeiro método de uso mais recomendado. Usualmente adota-se como convenção de polaridade
do SP que o pólo negativo do milivoltímetro seja conectado ou referido à estação anterior ou à

24
estação-base e o pólo positivo do instrumento seja referido ao eletrodo posicionado na estacção
que estiver sendo medida.

3.5.1 Técnica dos Gradientes (ou eletrodos móveis)


A técnica dos gradientes ou configuração de eletrodos móveis (Parasnis, 1971; Orellana, 1972;
Telford et al., 1990) consiste em medir-se sucessivamente as diferenças de potencial entre dois
pontos contíguos de um perfil. Após a tomada da medida entre os pontos, o arranjo é deslocado no
perfil de medidas, normalmente a intervalos regulares e iguais. A Figura ilustra o método dos
gradientes.

O SP de uma estação é obtido pela sucessiva adição das medidas entre os pontos de medição. Se
o intervalo entre as medidas é pequeno em relação ao comprimento de onda da anomalia, a medida
será o gradiente do potencial, dV/ds, do ponto médio entre as estações, sendo ds a abertura entre
eletrodos.
Uma vantagem desta configuração é o uso de fios curtos, de fácil e rápido deslocamento, além de
minimizar efeitos indutivos que podem ocorrer com o emprego de cabos muito longos. Entretanto,
a maior desvantagem desta configuração é a alta susceptibilidade às anomalias espúrias geradas
pelo erro cumulativo. As causas são, entre outras, efeitos do contato solo/eletrodos, polarização de
eletrodos e derivas do potencial com o tempo. Os efeitos de polarização de eletrodos podem ser
minimizados pelo procedimento de inversão dos eletrodos – “leapfrog”. Os outros erros, porém,
são praticamente impossíveis de corrigir.

3.5.2 Técnica dos Potenciais (ou base fixa)


Como no caso da técnica dos gradientes, são empregados para a tomada de dados SP dois eletrodos
de medidas. Nesta configuração requer-se que um dos eletrodos seja mantido fixo em uma
estacção-base, enquanto o outro percorre os pontos de medidas nos perfis ou malha de
levantamento.
O comprimento de ao menos um dos cabos de conexão teráde ter no mínimo a extensão do perfil
a ser levantado e/ou alcançar todos os pontos da linha/malha objetivo do levantamento. A Figura

25
ilustra o procedimento em que a estação-base é o ponto do eletrodo M e as posições N, N’ e N”
referem-se às sucessivas posições do eletrodo itinerante.

O levantamento é efetuado conectando um dos p´olos do instrumento de medidas `a base fixa e


mantendo este junto `a mesma. O outro pólo do instrumento é conectado ao eletrodo móvel que
desloca-se ao longo dos perfis tomando as medições SP nas estações sucessivas. O deslocamento
do eletrodo móvel é realizado por meio de um cabo, normalmente contido em uma bobina, que é
desenrolada ou enrolada à medida que avança o levantamento.
Uma vez que o fio não é arrastado entre as estações, os danos causados ao mesmo são minimizados,
favorecendo as condições de ser mantido um bom isolamento.
Em situações de perfis muito longos ou áreas muito grandes, por vezes torna-se necessária a
transferência da base, fazendose a “amarração” da(s) nova(s) base(s) com a(s) anterior(es).
Também pode ser necesária amudança de base devido ao fato de que ao aumentarmos o tamanho
do fio das medidas, este tornase uma espécie de antena que capta cada vez mais ruídos indesej
áveis. Neste caso, a soluções para encurtar-se o fio, pode ser a mudança de base.
A grande vantagem desta configuração, se comparada à técnica dos gradientes, é significativa
diminuição no erro cumulativo. Enquanto que na técnica dos gradientes as medidas tinham no
mínimo três possíveis erros cumulativos, aqui eles não se verificam (ou ao menos com muito
menor importância).
A qualidade dos dados obtidos com esta técnica, geralmente é melhor do que a anterior e a
possibilidade de mapear-se “anomalias causadas por ruídos espúrios é menor. Assim, a menos que
existam dificuldades inerentes à área estudada para a coleta de dados com o dispositivo dos
potenciais, é preferível esta configuração à configuração dos gradientes.

4. Método de Conductividade Elétrico


Condutividade é capacidades dos materiais conduzirem a corrente eléctrica. Os primeiros estudos
de medida de condutividade eléctrica aparente começaram no inicio dos anos 1900, com os

26
trabalhos de Archie (1942), conhecida como a lei empírica de Archie para rocha e solos arenosos
saturados, descrito por:

𝐸𝐶 = 𝑎𝛿𝑥ɸ𝑚

Onde:

a- constante empírica;

δ- Condutividade eléctrica do meio poroso (dS);

ɸ- A porosidade (m m).

4.1 Factores que influenciam condutividade eléctrica (ECa)


A Condutibilidade eléctrica é influenciada por várias propriedades físicas e químicas do solo,
como:

 Salinidade do solo;
 Percentagem de saturação;
 Densidade volumétrica;
 Humidade.
 Como também a quantidade de argila;
 A capacidade de troca de catiões e matéria orgânica.
 A temperatura. A condutividade electrolítica é incrementada a uma taxa de
aproximadamente de 1,9% por graus Celsius. É tomada como referência a temperatura
de 25ºC.

Como também a quantidade de argila; a capacidade de troca de cátions e matéria orgânica. As


medidas de EC devem ser analisadas levando em conta estes fatores. A Outro fator é a temperatura.
A condutividade eletrolítica é incrementada a um taxa de aproximadamente de 1,9% por graus
Celsius. É tomada como referência a temperatura de 25ºC. As medidas de condutividade electrica
devem ser analisadas levando em conta estes factores.

4.2 Medidas da salinidade do solo


Cinco métodos são empregados para a determinação da salinidade do solo em escala de campo:

27
1ª. Observação visual da cultura- É um método rápido e econômico, tenda a desvantagem que a
salinidade é detectada após ter ocorrido danos na cultura;
2ª. Condutância elétrica do solo maior que o normal da umidade- A solução de solo é colocada
entre dois elétrodos, igualmente distanciados e de geometria conhecida (Bohn et al., 1979).
Aplicando-se uma diferença de potencial constante entre os dois elétrodos a corrente é
inversamente proporcional a resistência da solução de solo, representada na equação abaixo:
𝑘
𝐸𝐶𝑡 =
𝑅𝑡

EC condutividade elétrica da solução, K constante da célula e R a resistência medida.

3ª. Medida da resistividade elétrica (ER) - O método de medida da resistividade elétrica consiste
em injetar uma determinada intensidadede corrente elétrica na superfície do solo, através de dois
elétrodos. Com a passagem da corrente elétrica no solo resulta numa diferença de potencial, que
é medida por outros dois eletrodos nas vizinhanças dos elétrodos de corrente . Este método foi
desenvolvido por Schlumberger na França e por Wenner nos Estados Unidos nos anos 1900
(Burger, 1992; Telford et al., 1990). A profundidade da medida de resistividade elétrica é
proporcional a distância entre os 3 eletrodos (a). o volume medido na configuração da figura 2 é
de ða . Outros tipos de configurações podem ser visto nos trabalhos de Dobrin (1960), Telford et
al. (1990) e Burger (1992).

4ª. Medida com indução eletromagnética- Uma bobina de transmissão induz um corrente de
forma espiralada de sentido contrário no solo, a magnitude dessas espiras é proporcional a
condutividade elétrica nas proximidades de cada espira. Cada espira de corrente gera um campo
eletromagnético secundário que é proporcional ao valor da corrente fluindo dentro da espira.
Uma fração do campo eletromagnético induzido, secundário, é detectada por outra bobina
receptora, que é amplificado e convertido em uma saída de tensão.

Este sinal é proporcional a condutividade elétrica do solo na região onde se esta a medir.
Equipamentos de medida por indução eletromagnética estão disponíveis comercialmente. O
modelo EM-38 de fabricação Geonics (Geonics Limited, Mississaug, Ontario, Canada) é o mais
utilizado em medida de condutividade elétrica do solo.

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5ª. Reflectometria no domínio do tempo (TDR) - Esta técnica baseia-se na medição do tempo de
propagação, ida e volta de um pulso de voltagem, através de uma sonda. O qual é função da
constante dielétrica (e) do meio que se esta fazendo a medição. Pela medida da impedância da
carga resistiva através da sonda (Z ), a condutividade L elétrica pode ser calculada por meio da
equação 5 (Giese e Tiemann, 1975).

4.3 Equipamentos para medida de condutividade elétrica


A medida de condutividade elétrica é particularmente adequada para estudo da variabilidade
espacial de um campo das propriedades do solo, por ser uma medida rápida, fácil e confiável que
integra dentro de suas medidas as influências de muitas propriedades do solo que contribuem na
condutância elétrica do solo.
A condutividade elétrica serve como um meio de definir padrões espaciais que se mostram devido
à variação da condutância elétrica, influenciadas pela salinidade, umidade, textura e resistividade.
Alguns equipamentos foram desenvolvidos para possibilitar a medida de condutividade elétrica do
solo, proporcionando mapas das variações da condutividade elétrica na região de estudo (McNeill,
1992; Freeland et al., 2002).
Os equipamentos desenvolvidos utilizam as técnicas mencionadas atrás, tal como a medida de
resistividade elétrica e de indução eletromagnética. O equipamento utilizado para medida de
resistividade elétrica consiste de seis eletrodos em contato com o solo, sendo dois eletrodos para
injeção de corrente e dois para medida da diferença de potencial, medida entre os dois eletrodos
de corrente. Cada medida é registrada de acordo com sua posição georeferenciada, através de um
sistema de GPS, (Carter et al., 1993; Rhoades, 1992,1993).

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Conclusão
Depois da investigação cientícfica, recolha de dados e ánalise de algumas definições temos a
concluir que os métodos elétricos são muito importantes para a engenharia, visto que ajudanos
na caracterização geotécnica, prospecção de águas subterrâneas, mapas litológicos, monitorização
de terrenos sujeitos a técnicas de remediação, bem também nas plicações específicas incluem
mapeamento de direções preferenciais de fluxo em corpos de barragens, diques e outras estruturas
de contenção; determinação do padrão de fluxo em zonas de falhas ou fraturas seja em superfície
ou dentro de túneis ou “shafts”, em estudos hidrogeológicos e geotécnicos, e outras vantagems que
esses métodos podem fornecer.
No geral os métodos elétricos consistem na injecção de eletrodos para posteriormente estudar o
seu comportamento ou caracteristica. Podemos ter alguns arranjos que nos facilitamm o estudo e
a leitura, podemos ter o dipolo-dipolo, polo.dipolo, e outros arranjos.

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