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ABORDAGENS FISIOTERAPÊUTICAS PARA OS AGRAVOS DOS

RECÉM-NASCIDOS COM SÍNDROME DE ASPIRAÇÃO DO


MECÔNIO: UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
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Apesar dos inúmeros avanços nas últimas décadas, a Síndrome da Aspiração do Mecônio (SAM) ainda

representa uma das principais causas de morbi-mortalidade no período neonatal, pelo comprometimento

respiratório que a SAM ocasiona1.

A eliminação de mecônio intra-útero é considerada como sinal de sofrimento fetal, resultado da hipóxia fetal e

da acidose. Os antecedentes materno-fetais mais freqüentemente relacionados são: hipertensão arterial,

doença cardiovascular ou pulmonar crônica, hipotensão aguda, descolamento prematuro de placenta, placenta

prévia, partos laboriosos, presença de nós circulares, prolapsos de cordão, asfixia intra-uterina crônica,

cesárea eletiva e apresentação pélvica2.

A obstrução das vias aéreas por partículas de mecônio desempenham papeis importantes na fisiopatologia da

Síndrome da Aspiração do Mecônio (SAM). A obstrução pode ser total devido à grande quantidade de mecônio

presente na traquéia, levando à morte rápida por asfixia. Ou por quantidades menores que são levadas para a

periferia do pulmão, resultando na obstrução das vias aéreas distais3.

A mortalidade dos recém-nascidos com quadro de Síndrome da Aspiração do Mecônio (SAM) grave pode

variar de 10% a 60%, sendo que o principal fator relacionado ao mau prognóstico é a presença de hipertensão

pulmonar persistente5. A morbidade está relacionada com o grau de asfixia perinatal, seqüelas pulmonares e

neurológicas.

Estudos com novas estratégias de tratamento estão sendo realizados e entre as técnicas utilizadas destaca-se

o lavado bronco alveolar com surfactante, as quais evidenciam alguma melhora na oxigenação. Entretanto,

nos casos em que se objetiva a remoção da secreção do trato respiratório inferior, como na SAM, são

empregadas as “Manobras de Higiene Brônquica” e a manobra fisioterapêutica conhecida com Bab-

Squeezing associada ao Lavado Bronco Alveolar 6.


Nesta concepção, a fisioterapia passou a fazer parte do contexto, atuando de forma interdisciplinar na equipe

da UTI Neonatal, tendo como papel principal a identificação de fatores de risco que levam aos recém-nascidos

prematuros, apresentarem maiores susceptibilidade a distúrbios no seu desenvolvimento motor, mental,

sensorial e emocional. Visando desta forma, a prevenção das complicações decorrentes a sua prematuridade7.

Constituíram os objetivos do presente estudo, revisar a literatura sobre a Síndrome da Aspiração do Mecônio

(SAM), enfocando aspectos clínicos, fisiopatológicos, descrevendo os fatores de risco associados a SAM,

analisando as estratégias fisioterapêuticas utilizadas nestes RNs.

Síndrome da Aspiração do Mecônio

O mecônio é um líquido viscoso esverdeado composto por secreções gastrointestinais, debris celulares, bile,

suco pancreático, muco, sangue, lanugo deglutido e vêrnix. A análise bioquímica indica que o mecônio é

composto de 72% a 80% de água, mucoproteínas mucopolissacarídeos e proteínas8. Os lipídeos constituem

8% do peso, se do mecônio 47% são de ácidos graxos livres e 53% de ésteres de ácidos graxos, a bilirrubina

contribui com 1mg/grama de mecônio seco e mais 32 tipos de componentes esteróides tem sido

detectados 8,9.

Segundo Madi et al.2, analisam que o mecanismo pelo qual o feto elimina mecônio no útero é muito discutido;

acredita-se haver uma associação com as contrações uterinas regulares, trabalho de parto normal, visto que a

eliminação do mecônio ocorre com mais freqüência na fase ativa do parto. Verifica-se a existência de outras

teorias tais como: o feto elimina o mecônio quando a SatO2 no sangue da veia umbilical diminui para metade

do nível normal do RN termo10,11. Dargaville; Copnell12 sugerem a ocorrência de uma vasoconstricção

mesentérica por isquemia intestinal como resposta compensadora à hipoxia, com conseqüente

hiperperistaltismo acompanhado ou não de relaxamento. Egbert; Herting13propõe que a compressão do cordão

umbilical em fetos neurologicamente maduros induza a motilidade gastrointestinal e a dilatação do esfíncter

anal.

A fisiopatologia da Síndrome da Aspiração do Mecônio (SAM) é descrita por Seletrin; Oliveira; Ferreira16, como

à obstrução de pequenas vias aéreas por partículas de mecônio, levando a múltiplas áreas de atelectasia

pulmonar, seguida de pneumonite química mediada por leucócitos, enzimas e interleucinas e, possivelmente, a
ocorrência de infecção bacteriana secundária. Já França et al.16, relaciona como conseqüências desse

processo a ocorrência de variados graus de edema intersticial, vasoconstrição arterial pulmonar, redução da

complacência pulmonar, seguida de hipertensão pulmonar persistente e insuficiência respiratória grave15.

Pode apresentar características somáticas de pós-maturidade e manifestações variadas de asfixia perinatal. O

aumento do diâmetro ântero-posterior do tórax ou tórax em barril, devido à doença obstrutiva das vias aéreas,

é comum na SAM17. A ausculta pulmonar é inespecífica e podem ser audíveis estertores difusos e diminuição

de murmúrio vesicular devido à atelectasia ou pneumotórax. Entre as complicações mais freqüentes

Haddard et al.18, destacam o pneumotórax e a hipertensão pulmonar persistente do recém-nascido, que é

observada em mais da metade dos pacientes com SAM grave.

Além disso, Nicolau; Lahóz19 identificam à existência de diferentes achados e, entre eles estão: a hipotensão,

coagulação intravascular disseminada, acidose metabólica, anemia, insuficiência cardíaca e crises

convulsivas. As alterações metabólicas encontradas pode ser decorrência da asfixia, tais como hipoglicemia e

hipocalcemia20.

Ao exame físico se observa hiperinsuflação do tórax, com abaulamento do diâmetro transversal, cianose

difusa, taquidispnéia, retração intercostal e diafragmática15. À ausculta pulmonar revela estertores de médias e

grossas bolhas em todo o tórax e expiração prolongada, indicando o comprometimento de vias aéreas de

pequeno calibre.

Os quadros mais severos de SAM e asfixia, invariavelmente, evoluem com hipertensão pulmonar, que pode

estar relacionada à remodelação da vasculatura pulmonar devido à regime hipoxêmico intra-uterino. A

plaquetopenia é um indicativo de hipertensão pulmonar associada. A hiperinsuflação, por si só, também

favorece a ocorrência de hipertensão pulmonar e hipotensão arterial, pelo aumento da relação

ventilação/perfusão21,22,23.

Radiologicamente, a SAM se apresenta com infiltrados grosseiros, áreas de consolidação com hiperinsuflação

e, em 30% dos casos, pode haver derrame pleural. Há um risco aumentado de pneumotórax e

pneumomediastino, acometendo aproximadamente 25% dos pacientes gravemente enfermos. As radiografias


de tórax são alteradas em mais de metade dos recém-nascidos com mecônio abaixo das cordas vocais, em

menos de 50% dos pacientes com alterações radiológicas apresentam disfunção respiratória significativa 24.

Abordagens Fisioterapêuticas na (SAM)

A fisioterapia é uma modalidade terapêutica relativamente recente dentro das unidades de terapia intensiva

pediátrica e neonatal e que está em expansão, especialmente nos grandes centros. Segundo a portaria do

Ministério da Saúde n° 3.432, em vigor desde 12 de Agosto de 1998, as unidades de terapia intensiva de

hospitais com nível terciário devem contar com assistência fisioterapêutica em período integral25.

A fisioterapia neonatal, por sua vez, consiste em procedimentos realizados pelo fisioterapeuta no período

neonatal, que compreendem o manuseio da parte motora e pulmonar do recém-nascido1,14,26. Um dos

objetivos do manuseio pulmonar é a remoção das secreções brônquicas em excesso. Os efeitos prejudiciais

que as secreções em excesso têm sobre a função pulmonar e o fato de que sua remoção pode

significantemente, melhorar a condutância específica das vias aéreas foram demonstrados em algumas

revisões sistemáticas18-24.

Logo, o acompanhamento fisioterapêutico desses recém- nascidos proporcionam uma estabilidade de

variáveis hemodinâmicas, como a freqüência cardíaca, a manutenção funcional da circulação cerebral do

recém-nascido e, secundariamente, a manutenção das vias aéreas com fluxo menos turbulento possível e com

o mínimo de secreção, permitindo um aumento na permeabilidade e redução do número de fatores intrínsecos

das vias aéreas que contribuem para o aumento da resistência pulmonar e diminuição nos eventos fisiológicos

das trocas gasosas 1,9,14,17,27.

Com relação às indicações da fisioterapia respiratória em recém nascidos pré-termo (RNPT), Abreu et al.24,

concluíram que o tratamento fisioterapêutico em (RNPT) enfermos tem indicação sob certas condições

clínicas, como as síndromes aspirativas, a síndrome do desconforto respiratório, pneumonias, atelectasias, e

na prevenção de complicações da ventilação mecânica. Quatro outros estudos 2-25,28concluíram que a

intervenção fisioterapêutica está indicada na presença de secreção na via aérea, e nos casos com evoluções

desfavoráveis à gasometria ou aos exames radiológicos, sinais indicativos de possíveis problemas com a
depuração ciliar, com a ventilação ou outras alterações da mecânica respiratória, e na maioria das vezes com

as três condições.

Coriam; Silva28 descrevem os objetivos da assistência fisioterapêutica em recém-nascidos, entre eles estão:

otimizar a função respiratória de modo a facilitar as trocas gasosas e adequar a relação ventilação- perfusão;

adequar o suporte respiratório; prevenir e tratar as complicações pulmonares; manter a permeabilidade das

vias aéreas; favorecer o desmame da ventilação mecânica e da oxigenoterapia.

Embora os objetivos da fisioterapia sejam semelhantes àqueles traçados para os adultos, a assistência

fisioterapêutica em neonatologia apresenta particularidades relacionadas às diferenças anatômicas e

fisiológicas existentes nestes pacientes, em relação às demais faixas etárias 29.

Técnicas de Fisioterapia Pulmonar

A função pulmonar é conceituada como o conjunto de procedimentos fisioterapêuticos a serem realizados nos

recém-nascidos durante as sessões clínicas de fisioterapia pulmonar, constituído dos seguintes

procedimentos: drenagem postural para as regiões pulmonares de ápice, base e parte medial e lateral do

pulmão; vibratoterapia manual e mecânica, realizadas sobre a caixa torácica; percussão torácica, se

necessário para desobstrução de vias aéreas, por secreção ou microatelectasias; estimulação manual

diafragmática associada à terapia expiratória manual passiva (TEMP) e; aspiração das vias aéreas, após cinco

minutos da sessão clínica caso não seja necessário aspirar o recém-nascido durante o procedimento ou

imediatamente após 29.

Segundo Liberano et al.30, para realização da vibratoterapia mecânica, utiliza-se um vibrador mecânico, com

um condensador de intensidade, realizando-se a terapêutica nas regiões basais, mediais e apicais,

bilateralmente, sendo utilizado por um minuto para cada região anatômica, totalizando oito minutos de terapia

com este equipamento. Segundo Cavenaghis et al.26, descrevem que este procedimento será realizado na

região anterior, posterior e lateral. Ribeiro; Melo; Davidson27 confirmam a utilização da técnica de drenagem

postural associada à percussão torácica com as falanges distais e mediais dos dedos indicador e médio,

bilateralmente, durante 5 minutos por região anterior e posterior da caixa torácica do recém nascido.
As bases para a aplicação das manobras de higiene brônquica são fundamentadas na suposição de que a

retenção do excesso de secreção na árvore respiratória, de forma aguda ou crônica, predispõe ao

aparecimento de alterações na função pulmonar. Ribeiro; Melo; Davidson27 investigaram as modificações que

ocorrem na função pulmonar após as manobras de higiene brônquica. Comaru; Silva28 avaliaram, em 13

recém-nascidos, a mecânica respiratória após fisioterapia e aspiração, após a hiper-ventilação e duas horas

depois da aspiração.

A fisioterapia consistiu de drenagem postural na posição supina, vibração mecânica com aparelho elétrico

durante 30 segundos, logo após realizar a aspiração. observaram queda nos níveis de oxigenação arterial e

aumento da freqüência cardíaca durante e após a aspiração das vias aéreas, que foram revertidas somente

depois do período de hiper-ventilação31.

Além disso 28,29,30, evidenciaram em estudos a diminuição da resistência pulmonar e não encontraram

alterações com relação às outras variáveis, como a capacidade residual funcional, a complacência dinâmica, o

volume corrente e os níveis de PaCO2. 27,28,29, em 1987, estudaram 20 recém-nascidos pré-termo

randomizados em dois grupos: Grupo 1 – recebia as manobras de fisioterapia e o procedimento de aspiração;

Grupo 2 – recebia apenas o procedimento de aspiração28.

Os pacientes foram estudados durante as primeiras 24 horas de vida e os autores não verificaram diferenças

significativas nos parâmetros de função pulmonar avaliados nos dois grupos. Os efeitos da duração das

manobras fisioterapêuticas foram pesquisados por Abreu et al. 29, em 1983, em seis recém-nascidos pré-

termo. Os autores avaliaram em seqüência os efeitos do tempo de tapotagem de 0,5; 1,5 e 2,5 minutos, com

intervalos de duas horas. O estudo demonstrou piora dos níveis de oxigenação arterial em todos os grupos,

exceto naquele que recebeu a tapotagem por 2,5 minutos, no qual ocorreu aumento nos valores da PaO2.

A percussão ou tapotagem pode ser definida como qualquer manobra realizada com as mãos, de forma

ritmada ou compassada, sobre um instrumento ou corpo qualquer 32. Foi primeiramente descrita por Linton, em

1934, e desde então vem sendo utilizada com grande freqüência pelos fisioterapeutas33. As percussões

pulmonares proporcionam ondas de energia mecânica que são aplicadas na parede torácica e transmitidas

aos pulmões. A forma com que estas ondas se propagam assemelha-se analogamente aos círculos que se

formam na água para fora do ponto onde uma pedra fora atirada.
O objetivo da percussão torácica é mobilizar a secreção pulmonar viscosa, facilitando sua condução para uma

região superior da árvore brônquica, promovendo a eliminação. A secreção é despregada devido à ação das

ondas mecânicas produzidas pela mão percussora29.

A percussão caracteriza-se pela manobra de percutir com as mãos em forma de concha ou ventosa, obtida

mediante uma concavidade palmar para baixo e os dedos aduzidos. É realizada simultaneamente, com os

dedos e a região metacarpiana sobre a zona que apresenta acúmulo de secreção. Deve haver grande

mobilidade articular, no sentido de flexo-extensão do punho, pouca amplitude de movimento de cotovelo e

mínimo movimento de ombro 11,25. Para maior eficácia, é necessário que a mão em concha esteja

perfeitamente acoplada ao tórax do paciente, na fase de contato com a pele, e não se distancie muito na fase

em que a mão se afasta do tórax. Com isso, evitam-se a dor e o desconforto, conseqüentes do chicoteamento

das mãos na pele que reveste o tórax do paciente 31,32,33.

A vibração é uma técnica de higiene brônquica que tem como objetivo mobilizar secreções já livres na árvore

brônquica em direção aos brônquios de maior calibre, visando à expulsão de secreções12. É uma aplicação

manual com movimentos oscilatórios combinados a uma compressão aplicados no tórax do paciente,

comumente usada por fisioterapeutas com o objetivo de remover secreções16.

A compressão e oscilação aplicadas durante a vibração produzem alguns mecanismos fisiológicos, tais como:

aumento do pico expiratório; aumento expiratório do fluxo aéreo, carregando o fluxo de muco para a

orofaringe; aumento do transporte de muco pelo mecanismo de diminuição da viscosidade da secreção,

utilizando como ideal uma freqüência entre 3-17 Hz; e a otimização do mecanismo da tosse via estimulação

mecânica das vias aéreas.

A vibração é aplicada manualmente no tórax durante a expiração após uma inspiração máxima6. Serafim;

Rosa31 descrevem a vibração em 18 sujeitos portadores de fibrose cística, demonstrando que o estudo

forneceu subsídios de evidências fisiológicas que sugerem que em indivíduos com fibrose cística e função

pulmonar estável a vibração foi efetiva na clearence mucociliar, devido à mobilização de secreções e aumento

do fluxo expiratório, pico de fluxo expiratório e freqüência oscilatória. A vibração consiste em movimentos

rítmicos rápidos e intensos, realizados com as mãos espalmadas, acopladas, e com certa pressão no tórax do

paciente.
Tal manobra é realizada com intensidade suficiente para transmitir uma vibração em nível bronquial; o

paciente deve estar em posição de drenagem postural, quando a mesma não for contraindicada12,27,32. O

fisioterapeuta coloca suas mãos estendidas sobre a região do tórax do paciente onde há maior acúmulo de

secreções; posteriormente efetua-se uma contração isométrica de ambos os membros superiores, sendo que

o punho e o cotovelo devem permanecer fixos 26,33. Outros autores descrevem a técnica como uma pressão

intermitente da parede torácica, sacudindo ou realizando um movimento de vai e vem das mãos, ao invés da

contração isométrica dos membros superiores 30,31,32 .

Com a vibração, objetiva-se o deslocamento das secreções pulmonares já soltas através dos brônquios de

maior calibre para a traquéia, e então para fora do sistema respiratório. Apresenta melhor eficiência quando

realizada após a tapotagem ou percussão torácica, uma vez que as secreções já se encontram soltas.

Objetiva-se também o estímulo do reflexo tussígeno e o relaxamento dos brônquios com broncoespasmo.

Segundo Liebano et al.30, a vibração apresenta uma maior efetividade quando realizada na região anterior da

parede torácica.

O vibrador mecânico deverá ser utilizado na alta freqüência. Ao massagear os recém-nascidos, o toque deve

ser harmonioso e rítmico, porém firme e suave, mas não leve demais para que não dê a sensação de

desconforto (cócegas). Utilizando técnicas de fisioterapia motora, será possível restabelecer a

retroalimentação negativa perdida a partir do nascimento precoce do recém-nascido e propiciar uma via

alternativa, por divergência de sinais elétricos em nível de tálamo, para a realização das funções cognitivas,

motoras e sensitivas, essenciais ao perfeito desenvolvimento intra-hospitalar dos recém-nascidos29,30.

Na grande maioria das descrições desta técnica, seja em livros ou trabalhos publicados, não se menciona a

freqüência com que essa manobra deve ser realizada. Entretanto, Mozzer; Laizo; Pinto32defende que a

vibração deve ser realizada com freqüência de 10 a 15Hz.

A terapia expiratória manual passiva (TEMP) Segundo Silva35 consiste em cumprir manualmente o tórax do

bebê durante a fase expiratória e descomprimi-lo ao final desta fase. O fisioterapeuta coloca as suas mãos ao

longo da parede torácica do paciente e acompanha o movimento ventilatório, comprimindo o tórax na

inspiração.
A terapia expiratória manual passiva (TEMP) consiste na compressão da caixa torácica durante a fase

expiratória com o objetivo de mobilizar e remover secreções pulmonares, facilitando a inspiração ativa e

aumentando a ventilação alveolar. Para a realização dá técnica, o fisioterapeuta deve posicionar a palma das

mãos no tórax do paciente, estando às mãos alinhadas com os ombros. No momento em que o paciente

expira é feito uma compressão torácica inferiorizando as costelas, mantendo o contato da mão com a parede

do tórax 29,34.

O posicionamento das mãos pode ser alternado assim como pode haver associação de outras técnicas tais

como a vibração e a drenagem postural. Uma vez mobilizada as secreções a partir da periferia em direção a

traquéia, a mesma deve ser expectorada com o auxilio da tosse. Nesta técnica o fluxo expiratório será

acelerado, fazendo com as secreções se desloquem para as vias aéreas de maior calibre onde são removidas

com maior facilidade36.

O fisioterapeuta deve avaliar durante a realização da técnica a fadiga do paciente e a presença de sinais de

descompensação tais como: aumento da freqüência respiratória, respiração superficial, cianose periférica e

alterações no padrão respiratório. Após a realização da técnica o paciente deve ser encorajado a

realizar huffings seguidos de tosse ou a tosse de forma isolada removendo assim a secreção mobilizada. No

caso de pacientes submetidos à ventilação mecânica invasiva, deve-se realizar a aspiração endotraqueal37.

A drenagem postural em algumas circunstâncias as posições são modificadas de acordo com a

tolerância do neonato pela presença de contra-indicações, atentando-se para a presença de refluxo

gastroesofágico37.

O posicionamento é importante para o desenvolvimento de padrões de movimentos mais maduros, além de

manutenção de tônus muscular mais adequado. Os pré-termos, por serem imaturos e pequenos e por não

terem sido suficientemente contidos dentro do útero, têm um tônus muscular diminuído além de menor flexão.

A posição prono / supino: Estudos comprovam a eficiência da posição prona para a melhora da

saturação de O2 no neonato independente do peso de nascimento, melhorando a eficácia

do diafragma, promovido por um melhor apoio abdominal 15,16,22,36.


A tosse pode ser estimulada manualmente através da excitação dos receptores da tosse localizados na região

da traquéia. Pode ser obtida pela indução manual denominada tic-traqueal, o qual consiste em realizar

movimentos circulares ou um movimento lateral da traquéia durante a fase inspiratória 24.

A aspiração somente deverá ser realizada quando necessária, isto é, quando houver sinais sugestivos da

presença de secreção nas vias aéreas (por exemplo, secreção visível no tubo, som sugestivo na ausculta

pulmonar, padrão denteado na curva fluxo-volume observado na tela do ventilador 37.

A avaliação da necessidade de aspiração pelo fisioterapeuta deve ser sistemática, em intervalos fixos e,

também, na presença de desconforto respiratório. A aspiração traqueal é um procedimento invasivo, bastante

irritante e desconfortável para os pacientes. Pode ainda promover complicações, entre as quais: tosse,

broncoespasmo, hipoxemia, arritmias e danos à mucosa 4.

Apesar de serem claros na prática clínica, os benefícios da aspiração para remoção das secreções das vias

aéreas, nunca foram estudados ou, principalmente, avaliados os efeitos colaterais associados a ela 5,38. Danos

à mucosa e ao sistema mucociliar geralmente estão associados à técnica do operador e à quantidade de

pressão exercida. Aspiração intermitente, em vez de contínua, pode ser menos traumática para a mucosa,

porém existem poucas evidências sobre isso 38,39.

A estimulação proprioceptiva são movimentos coordenados das estruturas biológicas, sendo que há um maior

contato entre as articulações, aumentando as estimulações sensoriais e a freqüência de informações para o

sistema nervoso central. Nesta técnica, utiliza-se o terapeuta como agente estimulador, mantendo o SNP

(Sistema Nervoso Periférico) como ponte para a condução do estímulo ao nível do SNC (Sistema Nervoso

Central). Esta tríade contribui para a resposta motora, aumentando a atividade da via motora final,

aumentando o metabolismo, melhorando o fluxo sangüíneo e estabilizando a temperatura corporal 40.

Metodologia

Trata-se de um estudo do tipo bibliográfico, exploratório e retrospectivo com análise sistematizada e

quantitativa.
A pesquisa bibliográfica consiste em elaborar uma pesquisa a partir de material já publicado, constituído,

principalmente de artigos de periódicos e atualmente com material disponibilizado na Internet. Do tipo

exploratório: visa proporcionar maior aprimoramento do problema, envolve pesquisas bibliográficas e estudos

de caso, sendo retrospectivo quando há o levantamento de dados num espaço de tempo 5.

Defini-se como pesquisa quantitativa tudo que pode ser quantificável, o que significa traduzir em números

opiniões e informações para classificá-los e analisá-los. Requer o uso de recursos e de técnicas estatísticas

(percentagem, média, moda, mediana, desvio padrão, coeficiente de correlação, análise de regressão).

Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente na

Biblioteca Virtual de Saúde – Bireme. Foram utilizados os descritores: recém-nascidos, SAM, Fisioterapia. O

passo seguinte foi uma leitura exploratória das publicações apresentadas no Sistema Latino-Americano e do

Caribe de informação em Ciências da Saúde – LILACS, National Library of Medicine – MEDLINE e Bancos de

Dados em Fisioterapia – BDENF, no período de 1998 a 2011, caracterizando assim o estudo retrospectivo, em

todos os idiomas, buscando as fontes virtuais, os anos, os periódicos, os métodos e os resultados comuns.

Resultados e Discussão

Após a análise do material bibliográfico foi possível identificar uma restrita literatura a respeito do tratamento

da síndrome de aspiração meconial, mas este não é um tema recente.

A história do surgimento da Neonatologia é relatada por AVERY (1984), segundo o autor, a Neonatologia,

como especialidade, surgiu na França em 188216. A partir da II Guerra Mundial que os pediatras se dedicaram

ao estudo da prematuridade com a colaboração de patologistas. Em 1959 foi identificada uma situação clínica

pós-natal, caracterizada como imaturidade funcional pulmonar na síntese do surfactante pulmonar 7.

Entre 1980-1996 foi a era do surfactante, graças a esse tratamento médico precoce e às estratégias de

ventilação e uso de óxido nítrico, houve a diminuição da oxigenação extracorporal por membrana (ECMO). A

administração de glicocorticóides à grávida nas primeiras 24 a 48 horas antes do parto determina. a

aceleração da maturidade pulmonar fetal em simultâneo com a introdução do surfactante exógeno 7.


Nos últimos, treze anos, ao se buscar as Bases de Dados Virtuais em Saúde, tais como LILACS, MEDLINE e

SCIELO, utilizou-se as palavras chaves recém-nascido, síndrome de aspiração meconial e fisioterapia foram

utilizados no presente estudo 40 publicações. Após a leitura implorativa dos mesmos. Foram possíveis

identificar a visão de diversos autores a respeito do tratamento da síndrome de aspiração do mecônio, tais

informações serão apresentadas a seguir em forma de tabelas.

Tabela 1– Distribuição das fontes virtuais dos artigos publicados entre 1998 a 2011 relacionados às

abordagens fisioterapêuticas adotadas ao RN com Síndrome de Aspiração do Mecônio.

Item n=40 %

MEDLINE 10 25,0

LILACS 04 10,0

SCIELO 26 65,0

TOTAL 40 100,0
Através da tabela 1, é possível identificar que dos 40 artigos científicos utilizados, 26 foram publicados na

Scielo, correspondendo 65% do total. As publicações em fontes de dados virtuais são atualmente muito

utilizadas em pesquisas bibliográficas.

Tabela 2- Distribuição dos artigos pelo ano da publicação entre 1998 a 2011 relacionado às abordagens

fisioterapêuticas adotadas no RN com Síndrome de Aspiração do Mecônio.

Item n=40 %

1998 02 5,0

2000 01 2,5

2003 03 7,5

2004 01 2,5

2005 02 5,0

2006 05 12,5

2007 08 20,0
2008 03 7,5

2009 11 27,5

2010 03 7,5

2011 01 2,5

TOTAL 40 100,0
Percebe-se através da tabela 2, que dos 40 artigos utilizados, o ano de 2009 foi com maior publicação, 27,5%

do total e que não foram encontrados nenhum artigo nos anos de 1999, 2001 e 2002.

Tabela 3– Métodos dos artigos publicados entre 1998 a 2011 relacionados às abordagens fisioterápicas

adotadas no RN com Síndrome de Aspiração do Mecônio.

Item n=40 %

Descritiva 28 70,0

Quantitativa 12 30,0

TOTAL 40 100,0
Identifica-se na tabela 3, que dos 40 artigos selecionados, 70,0% são classificados como descritivo e 30,0%

como quantitativo.

A pesquisa descritiva visa descrever as características de determinada população ou fenômeno ou

estabelecimento de relações entre as variáveis e os estudos quantitativos são aqueles que podem ser

quantificáveis, o que significa traduzir em números opiniões e informações para classificá-los e analisá-los14.

Tabela 4– Distribuição das fontes impressas dos artigos publicados entre 1998 a 2011 relacionados às

abordagens fisioterápicas adotadas no RN com Síndrome de Aspiração do Mecônio.

Item n=40 %

Jornal Pediatria RJ 01 2,5

Jornal Pediátrico do RS 02 5,0

Revista Portuguesa de 01 2,5


Pneumologia
Jornal Pediátrico dos EUA 03 7,5

Revista Pediátrica 04 10,0

Jornal de Neonatologia 02 5,0

Revista Brasileira Saúde 01 2,5


Materno Infantil

Revista Brasileira de 02 5,0


Desenvolvimento e
Crescimento Humano

Revista Eletrônica de 02 5,0


Enfermagem

Revista Acta Paulista de 03 7,5


Pediatria

Jornal Pediátrico de SP 02 5,0

Revista Brasileira de 14 35,0


Fisioterapia

Revista Santa Fisio 01 2,5

Revista pediatr Chil Health 01 2,5

Jornal Brasileiro de Pediatria 01 2,5

TOTAL 40 100,0
Através da tabela 4, é possível identificar que dos 40 artigos selecionados, 72,5% foram publicados em

revistas e 27,5% em jornais, sendo que 87,5% dos artigos eram nacionais e 12,5% internacionais.

Tabela 5- Distribuição dos resultados comuns dos artigos publicados entre 1998 e 2011 relacionados às

abordagens fisioterápicas adotadas no RN com Síndrome de Aspiração do Mecônio.

Item n=60 %

Manobras de higiene brônquica 15 25,0

Percussão 05 8,3

Vibração /manual e mecânica 04 6.7

Terapia expiratória manual 03 5,0

Drenagem postural 04 6,7


Posicionamento 05 8,3

Tosse induzida 03 5,0

Aspiração traqueal 06 10,0

Técnicas de fisioterapia motora 04 6,7

Estimulação proprioceptiva 04 6,7

TOTAL 40 100,0
Percebe-se na tabela 5 que 25,0% dos artigos encontrados descreviam as técnicas de higiene brônquica,

como tratamento para a Síndrome de Aspiração Meconial. Segundo Abreu et al.29 as técnicas de higiene

brônquica são listadas como sendo aquelas capazes de mobilizar secreções e promover seu deslocamento.

São as seguintes: vibração torácica, compressão torácica, percussão ou tapotagem, drenagem postural, bag-

squeezing, Manobra de Zeep e tosse 2,3,4,8,9,10,11,12,13,14.

A vibração torácica consiste em movimentos oscilatórios rítmico e rápidos de pequena amplitude, exercidos

pela parede do tórax com a intensidade suficiente para causar vibração em nível bronquial, uma freqüência

ideal desejada situa-se entre 3 e 55Hz e pode ser aplicada de forma manual ou mecânica. O efeito positivo

desta técnica baseia-se na propriedade tixotrípica do muco, que se liquefazem quando submetidos à constante

agitação 12,131,4,15,16.

Já a drenagem postural é amplamente empregada na fisioterapia respiratória e seus efeitos são oriundos da

ação gravitacional 2,3,4,5,7.

A tosse como recurso do fisioterapeuta pauta-se na capacidade de promover um aumento do fluxo expiratório

e possibilita a eliminação de secreções pulmonares. É um fenômeno protetor e depurador das vias áreas e um

dos mecanismos defensivos do sistema respiratório 2,3,5,10,11,12,13,14.

A aspiração é um procedimento utilizado para a remoção das secreções de pacientes que estejam

necessitando de via área artificial ou por pacientes hipersecretivos que se encontrem em alteração no

mecanismo de tosse e, portanto, com ineficiência na eliminação das secreções traqueobrônquicas, realizadas

pelo sistema aberto ou fechado ,3,5,10,11,12,13,14.


A terapia manual passiva (TEMP) consiste na mobilização manual passiva da caixa torácica por compressão

regional do tórax no final das fases expiratória (acompanhando o movimento de alça de balde das costelas

inferiores). Promove melhora na elasticidade e complacência torácica pulmonar, diminuição da capacidade

residual funcional, aumenta o fluxo expiatório e facilita a desobstrução bronco pulmonar 29,30.

O posicionamento é importante para o desenvolvimento de padrões de movimentos mais maduros, além da

manutenção do tônus muscular mais adequado. Os pré-termos, por serem imaturos pequenos e por não terem

sido suficientemente contidos dentro do útero, possuem o tônus muscular diminuído além de menor flexão35.

Para conseguir o posicionamento ideal do pré-termo, a facilitação do fisioterapeuta trazendo os membros

superiores à linha média deve ser feita. A retirada da mão do fisioterapeuta deve ser paulatina, conforme o

bebê consiga se auto-organizar e se manter num estado adequado 13,15,25,29.

Utilizando técnicas de fisioterapia motora, será possível restabelecer a retroalimentação negativa perdida a

partir do nascimento precoce do recém-nascido e propiciar uma via alternativa, por divergências de sinais

elétricos em nível de tálamo, para a realização das funções cognitivas, motoras e sensitivas, essenciais ao

perfeito desenvolvimento intra-hospitalar dos recém-nascidos24.

Conclusão

A Síndrome de Aspiração do Mecônio (SAM) é uma síndrome clínica caracterizada por vários graus de

insuficiência respiratória em recém-nascidos na vigência de líquido amniótico meconial ao nascimento.

A fisioterapia respiratória pode atuar tanto na prevenção quanto no tratamento das doenças respiratórias,

utilizando-se das diversas técnicas e procedimentos terapêuticos, com objetivo de estabelecer ou restabelecer

um padrão respiratório funcional no intuito de reduzir os gastos energéticos durante a ventilação.

Para que isso ocorra é necessário melhorar o clearance mucociliar, a ventilação e prevenir ou eliminar o

acúmulo de secreções, favorecendo assim, as trocas gasosas, além de manter ou melhorar a mobilidade da

caixa torácica e da parede abdominal


As manobras de fisioterapia relacionadas aos cuidados respiratórios consistem em técnicas manuais, posturais

e cinéticas dos componentes toraco-abdominais que podem ser aplicadas isoladamente ou em associações de

outras técnicas.

Estudos são necessários para reduzir os vieses, entretanto, a contribuição à ciência dos achados já descritos

na literatura é evidente, tornando os procedimentos seguros e contribuindo com a melhoria da qualidade de

vida daqueles pacientes que são tratados com estes recursos terapêuticos, tanto a população adulta,

pediátrica e neonatal.

ARTIGO, FISIOTERAPIA, NEONATO, VENTILAÇÃO

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