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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ

CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS E LETRAS


CURSO: LICENCIATURA PLENA EM LETRAS/PORTUGUÊS
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À LINGUÍSTICA
PROF. FRANKLIN OLIVEIRA

LINGUÍSTICA COMO CIÊNCIA

Por que estudar língua?


A resposta a esta pergunta parece óbvia. Se todos falamos, nos comunicamos,
interagimos com nosso interlocutor naturalmente, qual é a necessidade – então – de estudarmos
língua, se já fazemos uso dela a priori sem problemas.
Pois bem, a priori!
Nas situações de comunicação em que nos encontramos, já ouvimos de alguém: O que é
mesmo que queres dizer? Ou nós próprios falamos: Não foi bem isto que eu quis dizer.
Entendeste mal. Ora, tal fato denota que pode haver problemas em nossa forma de expressar as
ideias. Nosso desempenho está condicionado ao domínio que podemos ter do idioma através do
qual nos comunicamos.
Outras perguntas surgem e poderão ser respondidas, no todo ou em parte, através de
estudos de língua e de linguagem. Vejamos os exemplos a seguir. Quando uma criança começa a
falar, o que será que acontece em sua mente? Quando alguém aprende duas línguas ao mesmo
tempo, será que consegue dominar as duas? Quando alguém sofre um acidente e tem problemas
no funcionamento do seu cérebro, afetando a linguagem, será que poderá recuperar sua fala?
Por que os falantes de uma mesma língua podem falar com sotaques diversos?
O que nos permite entender uma mensagem, sem que dominemos “perfeitamente” o
código linguístico? Por que um texto bem escrito pode resultar incoerente? Como é possível
entender imagens sem texto e texto sem imagens? Por que nosso interlocutor nos entende,
mesmo se nos expressamos, incorrendo em falhas? Por que trememos a voz sob forte emoção?
Por que atropelamos as palavras em algumas situações?
Estes e muitos outros questionamentos poderão ser respondidos certamente, se
conhecermos os mecanismos de funcionamento da própria língua. A vida em sociedade requer
uma compreensão dos processos que envolvem a linguagem de modo geral e a língua de modo
específico. Somente com este conhecimento nos será possível compreender situações de
comunicação as mais diversas, bem como solucionar problemas de origem linguística, visando
ao bem estar do homem na sociedade.
Quando ouvimos uma música, somos capazes de reconhecer a língua estrangeira na qual
ela é cantada. Como isto é possível? Ouça músicas em língua estrangeira e faça você mesmo o
teste, você as reconhece? A identificação da língua em que cada música é apresentada torna-se
possível devido ao nosso conhecimento de mundo em primeiro lugar, caso não dominemos as
línguas estrangeiras em questão.
Quem de nós nunca ouviu japonês? Por certo, todos já ouviram alguma vez, música
árabe e música alemã. Como as reconhecemos? Naturalmente o ritmo se torna inconfundível em
se tratando, por exemplo, de música tocada por uma banda alemã. E o canto gregoriano? A
cultura geral nos permite reconhecer vozes de monges entoando orações sem acompanhamento
de instrumentos musicais. Como tudo isto é possível?
Somos observadores na vida em sociedade, e já a atenção espontânea nos alerta para
tudo o que ouvimos. Nossa memória registra tudo o que para nós passa a ter algum significado.
Fazemos associações com o que já conhecemos. Aliamos os novos conhecimentos às
informações resultantes de leituras anteriores. A tudo somamos nossa experiência de vida.
Assim, constatamos o quanto estudos em linguagem, entre outros fatores, considerando
também a interdisciplinaridade, nos permitirão uma compreensão maior dos próprios fatos da
vida, permitindo-nos uma interação cada vez mais significativa com o outro. Oportunamente
trataremos do fato, especificamente, ao estudarmos a abordagem global de textos.
Iniciamos, a partir de tais questionamentos, nossa incursão pelo mundo da ciência que
tem a língua como seu objeto de estudo, a Linguística.
O campo da Linguística é “dividido por meio de três dicotomias: sincronia vs.
diacronia; teórica vs. prática e micro- vs. macrolinguística” (WEEDWOOD, Bárbara. História
concisa da Linguística. São Paulo: Parábola Editorial, 2002).
Por microlinguística se compreende o estudo da língua em si mesma, a sua fonética,
fonologia, morfologia, sintaxe, semântica e lexicologia. A macrolinguística se ocupa de estudos
de língua sob uma visão ampla, isto é, verificando o que acontece com a língua nas suas
relações na sociedade de modo geral. A macrolinguística inclui estudos em Linguística de Texto,
Análise da Conversação, Pragmática, Sociolinguística, Psicolinguística, Análise do Discurso,
Neurolinguística, Linguística Histórica.
Observe a figura que representa a micro e a macrolinguística:

Sociedade e linguagem
'Colocarei meu nome onde são escritos os nomes dos homens famosos',
vangloriou-se o rei sumério Gilgamesh, cerca de 4.000 anos atrás, assinalando um dos
principais usos da linguagem na sociedade: demarcar um lugar na sociedade. As grandes
e pequenas questões da sociedade sempre são refletidas no uso linguístico. Os antigos
egípcios já avaliavam que 'a palavra é o pai do pensamento', reconhecendo que a
linguagem é tanto a fundação quanto o material de construção da casa social. A
arquitetura final da sociedade e as subseqüentes remodelações também são medidas a
partir e por meio da linguagem.
A língua dá voz à ação humana, de maneiras complexas e sutis. Níveis de
interação social múltiplos, desde relações internacionais até relacionamentos íntimos,
nascem, são permitidos e enriquecidos por meio da língua. A língua não apenas assinala
de onde viemos, o que advogamos e a quem pertencemos, mas também opera tática e
estrategicamente para investir nossa franquia individual, étnica e de gênero; para
autorizar nossa peregrinação através da ordem social; e para mostrar aos outros o que
queremos e como pretendemos alcançar o que queremos. Por intermédio da história as
pessoas julgam umas as outras — ou seja, consciente ou inconscientemente avaliam seu
lugar na sociedade humana — baseadas somente em sua língua étnica, seu dialeto
regional, e em sua própria escolha pessoal de palavras individuais. O veredicto
linguístico vem sendo definitivo e modelador de toda a história humana.

Teoria dos signos

Saussure
Ao falarmos aqui sobre língua, referimo-nos a ela como um conjunto de signos, ou seja,
como algo que substitui alguma coisa para alguém. Por exemplo, se passamos em frente a um
edifício e vemos fumaça nas janelas dos apartamentos, pensamos em um incêndio, fogo. A
fumaça é significante para a idéia de fogo. Ou ainda, se damos “bom dia” a alguém, estamos
articulando sons significativos. Este enunciado é significativo e pode desencadear um
comportamento lingüístico (um sorriso) sobre quem recebeu a saudação. Desse modo, os signos
são uma forma de apreensão da realidade, e nós, enquanto falantes, criamos conceitos para as
palavras e esses conceitos organizam a realidade. 1
Segundo Saussure, o signo linguístico é a união de um conceito (significado) com uma
imagem acústica (significante), que não é o som emitido, mas a impressão psíquica do som, ou
seja, a impressão que temos quando pensamos em uma palavra, mas não a pronunciamos.
O signo linguístico é considerado uma entidade bifacial e indiissolúvel. É bifacial
porque possui duas faces (significante e significado), como em uma moeda e é indissolúvel
porque ambas as faces são necessárias, uma vez que não há significante sem significado, pois o
significante sem o significado é somente um objeto, que existe, mas não significa e o
significado sem o significante é impensável.
O signo lingüístico, segundo Saussure, apresenta duas características principais: a
linearidade e a arbitrariedade.
A linearidade diz respeito à combinação dos elementos que o compõem, isto é, estes se
apresentam sucessivamente. Por exemplo, os fonemas, as sílabas, as palavras não ocupam o
mesmo lugar no tempo e no espaço. Assim, a seqüência / K A N E T A / só pode ser realizada
nesta ordem.
Já a arbitrariedade, segundo Saussure, afirma que não há uma relação necessária entre o
conceito e a seqüência de sons de uma palavra. Por exemplo, o significado de caneta não possui
nenhuma relação intrínseca com uma seqüência de sons (significante) / K A N E T A / . Na
verdade, o significado de caneta poderia ser representado por qualquer outro significante. No
entanto, como o signo lingüístico é social, a arbitrariedade não significa que o significado

1
As línguas organizam a realidade de formas diferentes. Por exemplo, em português, a
palavra carneiro significa tanto o animal como a porção de carne do animal servida à mesa
para comer. Já em inglês, temos duas palavras para definir o que exprimimos com apenas a
palavra carneiro em português: sheep (carneiro, animal) e mutton (porção do carneiro pronta
para comer).
dependa da livre escolha do falante, pois um indivíduo não pode mudar o significado de uma
palavra.

A relação entre os signos: a noção de valor


O signo linguístico deve ser considerado, segundo Saussure, conforme seu
contexto, isto é, suas relações com os outros signos, tendo-se desta forma a noção de
valor.2 Os signos não se definem individualmente, mas em função do sistema do qual
fazem parte.

Segundo Hjelmslev, linguista dinamarquês, o signo é a união de um plano do


conteúdo a um plano da expressão, cada plano compreende dois níveis: a forma e a
substância. A forma é para Saussure o valor, ou seja, conjunto de diferenças. Para que
sons e sentidos sejam definidos, devem-se estabelecer oposições entre eles por traços.
Exemplificando: os sons: f/v opõem-se, por que o primeiro apresenta o traço surdo e o
segundo, sonoro. Mas ambos os sons são fricativas, isto é, labiodentais, há, por
conseguinte, uma identidade. As duas formas – da expressão e do conteúdo – geram
duas substâncias, uma da expressão (sons) e uma do conteúdo (conceitos). A forma da
expressão são diferenças fônicas e suas regras combinatórias; a forma do conteúdo são
diferenças semânticas e suas regras.

E para finalizar, discuta com a turma e com seu professor:

1. A realidade só tem existência para o homem, quando é nomeada.


2. O objeto não designa tudo o que uma língua pode expressar.
3. A atividade linguística é uma atividade simbólica.
4. Os homens criam categorias e nelas põem os seres.
5. O significado não é a realidade que ele designa, mas a sua representação.

REFERÊNCIAS

CARVALHO, Castelar de. Para compreender Saussure. Rio de Janeiro, Petrópolis: Vozes, 2003.

FIORIN, José Luís. Teoria dos signos. In: FIORIN, José Luis (org.), Introdução à Lingüística. Vol.1, São Paulo:
Contexto, 2004.

SAUSSURE, Ferdinand de. Curso de Lingüística Geral. São Paulo: Cultrix, 1999.

ORLANDI, ENI Pulcinelli. O que é Lingüística? São Paulo: Brasiliense, 1999.

2
Por valor entendemos as diferenças existentes entre conceitos e sons. Por exemplo: em português a
palavra programa significa tanto um programa de televisão quanto o programa de um evento; em alemão,
há duas palavras: a primeira Programm, designando a programação de um evento e Sendung, o programa
de televisão. Outro exemplo: em português temos expressões de cortesia específicas, em japonês há um
morfema designativo de cortesia: -ka. Assim, o importante é considerar que o signo é o que os outros não
são.

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