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Município de Caruaru.
Marilia Mary da Silva
Faculdade do Vale do Ipojuca, FAVIP - Departamento de Engenharia Civil – Caruaru, Pernambuco,
Brasil, smariliamary@hotmail.com
18,50
16,50
se, como era esperado, que quanto maior a
16,00
energia de compactação aplicada, maior a 0 5 10 15
densidade seca máxima do solo. Na aplicação TEOR DE UMIDADE (%)
da energia normal, o material atingiu uma Figura 4. Curvas de compactação (Energia normal) –
densidade seca máxima de 19,48 kN/m³, Avaliação da influência da granulometria na curva de
enquanto que com a aplicação da energia compactação.
modificada, este mesmo material alcançou uma
densidade seca máxima de 20,22 kN/m³. Na Figura 4, observa-se que os valores da
densidade seca máxima do material sem
mistura, conforme já relatado, foi de
Energia normal Energia intermediária
DENSIDADE SECA (kN/m3)
20,00
19,50
o solo apresenta partículas que se caracterizam
19,00 por serem facilmente quebradiças, de tal
18,50 maneira que a amostra para o segundo ponto já
18,00 se mostra diferente da original pela quebra de
17,50
grãos. No entanto, vale salientar que a execução
17,00
do ensaio desta maneira, é pouco empregada,
16,50
16,00
em virtude da maior quantidade de amostra
0 5 10 15 requerida. Isso nos faz observar que
TEOR DE UMIDADE (%)
possivelmente, o resultado do material sem
Figura 6. Curvas de compactação (Energia intermediária)
– Avaliação da influência da reutilização do material na reutilização, ou seja, com material virgem para
curva de compactação. cada ponto, é mais fiel, embora exija uma maior
quantidade de material.
Dando seqüência ao ensaio, foi analisado o Vale salientar que, quando da compactação
resultado da curva de compactação também no campo (“in situ”), o solo não sofre nenhuma
para energia intermediária. Observa-se na “recompactação”. Sendo assim, Badillo e
Figura 6 a mesma tendência de comportamento Rodríguez (1973), aconselham que a prática de
apresentado para a energia normal (Figura 5). laboratório utilizada deva ser a de utilizar
Maior valor da densidade seca máxima de amostras de solo diferentes para obtenção de
γsmáx = 20,22 kN/m³, é observado (Figura 6), cada ponto da curva de compactação.
quando da utilização da metodologia Resultados diferentes da densidade seca
empregando a reutilização da amostra. Sem máxima e umidade ótima podem ser obtidos
também se o ensaio é realizado partindo de uma paralelo no decorrer do ensaio, assim, o
amostra de solo com secagem prévia e de uma material atinge uma umidade ótima com uma
mesma amostra de solo sem secagem prévia. As densidade seca menor do que o ensaio com
investigações experimentais comprovam que no secagem prévia.
primeiro caso obtêm-se pesos específicos secos Podemos avaliar também este
maiores do que no segundo caso, para um comportamento em função da pressão capilar
mesmo solo (Badillo e Rodríguez, 1973). entre as partículas de solo. É provável, que sem
No presente estudo a influência da utilização secagem prévia, a quantidade de meniscos
da amostra com e sem secagem prévia foi presentes sejam inferiores aos meniscos
avaliado, conforme ilustra a Figura 7. Salienta- formados quando da incorporação de água
se que para cada ponto da curva de numa amostra com secagem prévia. No
compactação o solo foi reutilizado. primeiro caso, a ligação entre as partículas de
solo é mais frágil, fazendo com que para uma
Amostra sem secagem - com reutilização mesma energia de compactação, a condição sem
20,00
Amostra com secagem - com reutilização secagem prévia seja mais eficiente para
19,50
compactar o solo.
DENSIDADE SECA (kN/m3)
19,00
A experiência tem mostrado que a pré-
18,50
secagem da amostra influi nas propriedades do
18,00
solo, além de dificultar a posterior
17,50
homogeneização da umidade incorporada
17,00
(Pinto, 2006). Na construção de aterros, o solo
16,50
não é empregado na sua umidade natural,
16,00
fazendo-se ajustes para cima ou para baixo de
0 5 10 15 20
maneira a colocá-lo na umidade especificada.
TEOR DE UMIDADE (%)
Com o intuito de se representar as condições de
Figura 7. Curvas de compactação (Energia normal) – campo, seria mais adequado que o ensaio seja
Avaliação da influência da secagem prévia do material na
curva de compactação. realizado com o solo a partir de sua umidade
natural, alguns com acréscimo de água, outros
Os resultados mostram uma densidade seca com secagem da amostra. O procedimento
máxima de 19,48 kN/m³ e umidade ótima de indicado na norma, ainda que denominado
12,2% para o ensaio realizado com secagem como sem secagem prévia, consiste na redução
prévia e para o ensaio sem secagem observa-se do teor de umidade em até cerca de 5% abaixo
uma densidade seca de 17,60 kN/m³ e umidade da umidade ótima, evitando-se apenas a total
ótima hot= 8,5% na energia normal. Estes secagem.
resultados indicam que iniciando o ensaio com
secagem prévia, o solo encontra-se na umidade 4 RESULTADOS DA
higroscópica. Com essa umidade, CARACTERIZAÇÃO MECÂNICA
possivelmente, as partículas estão organizadas,
em sua maioria, no ramo seco da curva de 4.1 Ensaios edométricos
compactação, de forma aleatória (estrutura
floculada), o que dificulta a compactação, daí Foram realizados, para a mesma amostra do
percebe-se o porquê de maiores densidades solo estudado dois ensaios edométricos, sendo
secas máximas e umidade ótima. um na umidade natural e outro inundado. A
Para o ensaio sem secagem prévia, é possível Figura 8 apresenta os resultados dos ensaios
que a estrutura do solo, no ramo seco, esteja edométricos do solo estudado, através das
mais próxima de um arranjo paralelo (estrutura curvas que relacionam o índice de vazios em
dispersa) de suas partículas. Com isso, os escala linear e tensão vertical de consolidação
acréscimos dos percentuais de água para em escala logarítmica.
obtenção de cada ponto da curva de
compactação, tende a aumentar esse arranjo
1,00 horizontais, tendendo a atingir valores
umidade natural
0,90 inundado
constantes com o aumento dos deslocamentos,
0,80
com mobilizações das tensões cisalhantes
máximas para deslocamentos horizontais da
0,70
ordem de 14mm.
Índice de Vazios
0,60
0,50
50 kPa 100 kPa
0,40 160 150 kPa 200kPa
0,30 140
0,10 100
0,00 80
1,0 10,0 100,0 1000,0 10000,0 60
Tensão Vertical de Consolidação (kPa) 40
Figura 8. Variação do índice de vazios com a tensão 20
vertical de consolidação (corpos de prova na condição
0
inundada e na umidade natural). 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17