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29/06/2017 Governo mudou metade do comando da Protecção Civil em Abril - PÚBLICO

Governo mudou metade do comando da


Protecção Civil em Abril
Comandante nacional nomeou 13 novos comandantes distritais e mudou
quatro de cargo em Abril. Nove são novos à estrutura. Há uma engenheira
florestal e um licenciado em desporto e três deles têm ligações directas ao
PS. O PÚBLICO revela quem liderou as operações em Pedrógão.
LILIANA VALENTE
29 de Junho de 2017, 6:28

As nomeações nos comandos distritais da Protecção Civil em cima da época de incêndios não são
raras DANIEL ROCHA

Desde que o Governo entrou em funções, a estrutura de topo da Autoridade


Nacional da Protecção Civil (ANPC) deu uma cambalhota, com a substituição
de quase todos os membros (sete em oito), desde o presidente ao
comandante nacional e adjuntos. Mas as mudanças no terreno que se
seguiram por arrasto não foram menores. Já mudaram 20 dos 36

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comandantes distritais (CODIS) e a dois meses dos incêndios houve mexidas


em 17 desses cargos, com a entrada de caras novas ou com a mudança de
posição de alguns membros da ANPC mais experientes.

Começando pelo topo, o coronel Joaquim Leitão, presidente da ANPC,


nomeou o Comandante Nacional Operacional (CONAC), Rui Esteves, que
entrou em funções em Janeiro em conjunto com o 2.º Comandante Nacional,
Albino Tavares. Estão neste momento em funções oito membros no topo —
os três principais, dois adjuntos e três comandantes de agrupamentos
(CADIS), que desempenham, no entanto, funções de assessoria ao
comandante e não estão no terreno —, sendo que só um destes nomes,
Miguel Cruz, CADIS do Sul, se manteve da anterior estrutura. O Governo
tem, aliás, a intenção de acabar com essa estrutura intermédia que tinha a
responsabilidade de fazer a ponte entre os distritos e o CONAC.

Ora, esta revolução no topo da hierarquia, que começou no final do ano


passado, provocou algumas alterações na estrutural operacional distrital, os
homens que estão no terreno a comandar as operações — cada distrito tem
dois CODIS. E se, desde 2016, já mudaram 20 nomes nestes 36 cargos, este
ano, a quase totalidade em Abril, mudaram 17 — quatro comandantes
trocaram de posição na ANPC e 13 são novos nomeados. Destes 13, quatro já
desempenhavam cargos técnicos na ANPC e nove são caras novas. São nestas
caras novas que várias fontes da Protecção Civil se concentram para criticar
sobretudo o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes,
pela sua escolha.

Vários outsiders
Estes nove novos CODIS têm, na sua esmagadora maioria, carreira em
bombeiros ou formadores em Protecção Civil, pelo que não são estranhos ao
trabalho, mas não pertenciam, até Abril, à estrutura da ANPC, a avaliar pelos
currículos disponibilizados nas suas nomeações. Marinha Isabel Esteves é
engenheira florestal e pertence aos escuteiros, sem apresentar formação em
Protecção Civil, e tem ainda no currículo que pertenceu à Assembleia
Municipal de Terras de Bouro, pelo PS. Também Manuel Borges foi nomeado
ainda em 2016 para 2.º CODIS de Vila Real. Este militar do Exército na
reserva tem no seu currículo o comando dos bombeiros de Vila Pouca de

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Aguiar e uma licenciatura em História. Miguel Teixeira, 2.º CODIS da


Guarda, é professor do ensino básico e secundário e comandante dos
bombeiros de Pinhel e, por exemplo, Marco Domingues, 2.º CODIS de Viana
do Castelo, tem uma licenciatura em Desporto e Lazer e descreve formações
em fogo controlado e louvores da Liga de Bombeiros Portugueses, sem mais.

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Estes são, a avaliar pelos currículos, os casos mais outsiders nestas


nomeações. Contudo, houve outras nomeações no comando que não foram
fáceis a dois meses da época de incêndios. A ministra foi questionada sobre
esta alteração na estrutura da ANPC e defendeu que "a esmagadora maioria"
transitou do anterior Governo. "Não partilho essa ideia que houve uma
revolução. Houve algumas alterações, outros tiveram de sair por força da lei
[limite de idade no caso de Braga e dois por não terem licenciatura]", disse
Constança Urbano de Sousa.

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As nomeações nos CODIS em cima da época de incêndios não são raras. São,
aliás, uma tradição. Em 2013, o anterior Governo nomeou vários CODIS
imediatamente antes da época crítica. Ainda sob a tutela do antigo presidente
da ANPC, Grave Pereira, que tinha como comandante nacional José Manuel
Moura, foram feitas 26 nomeações (de 36) no final de Junho de 2016, para
garantir a recondução no cargo da maior parte dos comandantes distritais e
segundos comandantes, que terminavam a comissão de serviço de três anos
naquele mês. Ainda há sete CODIS de 2013 que estão em funções por terem
sido reconduzidos, o que significa que em Junho desse ano também houve
uma alteração profunda na estrutura operacional da Protecção Civil.

Quem esteve em Pedrógão?


Pelos relatórios que foram sendo conhecidos, ainda não é possível perceber
quem estava à frente do comando de operações a cada hora do incêndio de
Pedrógão Grande. Contudo, ao que o PÚBLICO apurou, o primeiro
responsável pela operação foi o 2.º CODIS de Leiria, Mário Cerol, um
homem novo no comando, advogado, comandante dos bombeiros de
Alcobaça e com vasta experiência em Protecção Civil, uma vez que o CODIS
Sérgio Gomes se encontrava hospitalizado com problemas de saúde.
Contudo, a nomeação de Cerol (em Fevereiro deste ano) não está isenta de
críticas. Foi escolhido para substituir Luís Lopes, afastado pelo CONAC.
Acresce ainda que este advogado tem ligações ao PS, tendo sido mandatário
da candidatura autárquica do partido em 2009.

Foi Mário Cerol a fazer os primeiros pedidos de meios para atacar o incêndio.
Depois, as operações passaram para as mãos do 2.º comandante nacional,
Albino Tavares, militar da GNR, que só desde Janeiro faz parte da estrutura
da ANPC. Albino Tavares tem vários cursos em segurança, mas no currículo
que consta na sua nomeação apenas é descrito um "Curso de Primeira
Intervenção em Incêndios Florestais" e "vários cursos do Mecanismo
Comunitário de Protecção Civil".

Os comandantes dos bombeiros da zona queixam-se de que não conheciam o


homem no comando das operações e que este não conhecia a zona, além de
que em situações complexas em anos anteriores chegou a ser o comandante

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nacional a assumir o comando, o que desta vez não aconteceu. Rui Esteves
seguiu para a sede da ANPC, em Carnaxide, nesse dia, só voltando dias
depois ao teatro de operações.

O PÚBLICO questionou o Ministério da Administração Interna sobre quem


esteve à frente do comando de operações a cada hora e o percurso de cada
comandante nacional e distrital durante este incêndio, mas até à hora de
edição desta notícia não obteve resposta.

liliana.valente@publico.pt

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