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-— AROLDO MACEDO I OSWALDO FAUSTINO ~uania <" \VER. a ALAA A Co el es Ea o Brasil neném OO ae) Bem ali, onde tudo comecou... cides a Vl nha nooossal Cadé a vows? Que gente estranha era aquela? Cabelos longos, pretos € lisos, olhos pequenos, pele vermelho: pinturas. = Serd que 6 0 pessoal do Timbal Carlinhos Brown, ent3o? Luana estava bem no meio de uma roda de gente, per 10 era 0 Cafindé no... E de uma fogueira. Aquilo aqueles tambores todos, aquela gente estranhat. J caraiiba, caiov e muitos outros. Fla ainda estava muito atordoada: = Fi, mogo, cade todo mand? — Esté todo mundo af... Quem & vacé? — Eu sou Luana... e voce ~Itabaji.. sou o principe dessa naga. = Nagao? Que nagao? ‘Annaciio tupiniquim... de que nacso € voces ~ Fu sou daqui mesmo, do Brasil, ora bolas! ~ Brasil? © que é Brasil? Voce esta fa- Jando de pau-brasil? Nao soja bobo. © Brasil é a terra da gente, — Humm... nao € nao, A terra da gente é Pindorama, Sua nagio fica aqui pero? = Fscuta, tabaji... me explique melhor essa histéria de nagao e tudo 0 mais, = Essa regido toda se chama Pindorama, terra das palmeiras,e nela existe muitas nagSes, povos diferen- tes, com costumes diferentes. A nos 2 nag3o é tupiniquim, mas existern (os povos tupi, guarani, aruaque, i = E como eu vim parar aqui? ~ Come 6 que vou saber? ciAcho que fal quando a chuva rorou w Chuvat Ah ola chuva que tou xe voce aquit Entso vou chamar voce de Goa do Céu.. De repente, uma cunhants, bem pequena, olha para labal cor re para o mato. Tel Tanudl Vem conhecer a Gota do Ci wes ~Tanud 6 muto timida, rmenina do mato. nunca gosta de fear no alto dO morro olhando o mar Flea contando ae gavotas paelalasee png o> feeio des ondes. Diz que tm oures mundoa no ot trolado det, Depo des te até a praia parm pega conchinhas. og Luana nem ouve a expli- cacao de Itabaji. Cismada, ela quer lembrar de onde jd ouviu esse nome. ~Tanud... quem 6 mesmo Tanua? ~ E ela... ~ Itabaji aponta, mas nao vé ninguém. — Ei, cadé a Tanud? Hum, essa cunhanta... jd se enfiou no mato de novo. Ola Ié, jd esta no alto do morro... Tado o dia € — Eu jogo capoeira, que é uma espécie de danca. E voeés, © que fazem aqui? — Nés dangamos o cricrili, a danga do grilo.. “Gente bota 0 pé aqui... Purundum. Depots bota 0 pé ali... Purundum... Mexe 0 corpo, sacode, revira a cabeca. Pula alto e grita... US&&A!... Luana ri come nunca. ‘engragado. De repente, um grito... = Coosoooorre, gente! Olha 14 no mart ~ Sera um monstro? = Um peixe gigante? — Sera Tupa, que vem visitar o povo tupiniquim? Itabaji € um principe muito E eles chegaram do ma Wes... nossa, quantos!... sete, dito... Olha quantos bra- (605, quantos olhios, quantas asas!... Onze, daze, treze, so treze € pararam ali no mar, bem pertinho da praia. Enquanto Tanus vai contandla, Luana € ltabaji sobem na devore para ver tam- bem. Ficam fascinados com o espe culo que vem do mar. — Podem ser muito perigosos, mas so muito lindos! ~ diz a principe dos ‘upiniquins. ~ Mas aquilo nao 6 monstro nenhum, gente, so caravelas. Caravelas? Os dois nfo imaginam o ‘que seja aquilo que Luana falou: — Isso mesmo. Caravelas. $0 navios e esto cheios de gente — Gente? —£... marinheiros... homens que atravessam 0 mar, para viver muitas aventuras... Ola Ié: j4 estdio colocando bar- cos no mar e vao descer. (Os olhos de Tanud querem saltar de sua face... Ela esta morrendo de medo. tabaji é mais corajoso. Quer descer @ esperar os tais marinheiros na praia. Tanud treme, fecha iste. Depois de muito insistir, Luana convence 1a, € © trés comecam a descer o morro... Um dos barcos para bem préximo a praia. Os homens ‘comegam a descer e vo caminhando vagarosamente em, diregao a areia. Um deles, 0 mais alto e magro, barbudo, ‘com uma roupa muito colorida, vem na frente, bandeira na mao. Chegando & praia, finca mastro na areia e diz: — Eu, Pedro Alvares Cabral, capitio-mor da segunda ‘esquadra portuguesa, a armada da fndia, tomo posse des- sas terras em nome de Dom Manuel, 0 Venturoso, rei de Portugal... Bem-vindo, s b.. lc Tone eons msi Aint ay ce gulu saber onde é aquele lugar e em que tempo esta — Ah, entdo 6 iss0?! Aqui é Porto Seguro, na Bahia, © hoje € 22 de abril de 1590. Nesse momento, ests senda descoberto 0 Brasil. Gente! © meu pais esta nascendoll! Um a um, 05 tupiniqu ns vao saindo do mato para ver de perto aquela gente estranha que chegava do mar. O primeiro foi tabajaus, o pai de Itabaji, Depois, 0 proprio ltabafi e sua nova amiguinha, Luana, que estava de maas dadas com a pequenina Tanud. Essa, porém, puxava a mao ¢ tentava escapar mato adentro, Valente como ele 56, tabajaud foi diteto aonde estava ‘© homem barbudo, segurando a bandeira. Esse, que dis- se se chamar Cabral, tinha um montdo de homens arma- dos ao seu lado. ‘$6 um nao trazia arma, Ele no parava de escrever num pergaminho com uma pena de ave, cuja ponta molhava num video de tint, ‘Cabral ditava para esse ho- mem, que se chamava Pero Vaz de Caminha, uma carta para o rei de Portugal. Mas, mesmo quando o Cabral no ditava, © homem continua- va escrevendo. Ele via coi- sas ali que nem seu chefe cconseguia ver. Nenhum tupiniquim entendia 0 que eles diziam, mas ltabajaud estendeu as duas maos para o homem barbu- do, que também estendeu as mos para ele, depois de ver que 0 cacique ndo portava arma. Ele no precisava, Era forte estava em sua casa. ‘Assim que as mos se tocaram, foi uma gritaria $6 en- {re 0s tupiniquins. Todos batiam pés e maos e comeca- ram a soar os tambores. Luana também tocou seu berimbau, junto com os tam- bores, © a festa ficou ainda mais alegre. Ela no sabia ‘como, mas entendia tudinho 0 que os tupiniquins come- garam a cantar: “Bem-vindos a Pindorama, homens do mar! (Que vieram montados em monstros de muitas bragos e asas. ‘A nagéo tupiniquim tem tudo 0 que vocés querem. Usem 0 que precisarem, mas, por favor, nfo destruam nada: Tudo isso pertence aos filhos dos nossosfilhos.” C O nome da nova terra ‘bral e seus homens no entendiam as cancées indige- ras, e alguns até acharam os tupiniquins meio bobos, por estarem tao felizes. Teve danga, teve missa, teve pre- sentes que no acabavam mais. De repente, Cabral olhou pro povo tupiniquim e disse: = Como minha misao é chegar a India, vou considerar “missao cumprida”. Aqui é a India e, portanto, vocés to- dos sa0 ndios... Ninguém entendeu nada... Mas, como s6 diziam col- sas boas e certas para os homens do mar, os nativos co- megaram a rir ea fazer que sim, com as cabecas... = Indios, indios, indios. Caminha se aproxima do capitio-mor e sussurra: — Mas, seu Cabral, a gente sabe que aqui nao é a india, coisa nenhuma. A India é bem diferente. €, quando sair- mos daqui, vamos ter que seguir viagem para la. = Ant E mesmo? Ai, Cabral bateu palmas, pediu que todos se calassem ¢ proclamou: ~Tomei uma importante decisio. Vou chamar esta ter- rade ha de Vera Cruz. Olha 0 chato do Caminha, cochichando de nove no ‘ouvide do Cabral: = Mas aqui ndo é uma ilha, Pedro, ~ Nao 6? Entdo escreve af que vou chamar de Terra de Santa Cruz, (Os portugueses — era assim que se chamavam os ho- mens do mar, porque vieram de um lugar chamado Por- tugal — ficaram loucos por aquela planta e comecaram a colher mais do que podiam carregar. ‘Cabral cocava a barba e pensava alto: = Isso vale oure em minha terra... pau-brasil?! Tal, gos- tei... Vou chamar esta terra de... Brasil! E 0 pobre escrivao Caminha fol obrigado a rabiscar de nove seu pergaminho e escrever © nome da terra que Cabral jurava ter descoberto. “Tomara que ele nao invente um novo nome, senao a carta do rei vai toda emporcalhada” — pensou Pero Vaz de Caminha, mas nao disse nada, para nao perder 0 em- prego de escrivio da esquadra. Os portugueses lotaram as caravelas com tudo © que pu- deram, deixaram uns presenti- nhos bem sem graga para os tupiniquins e voltaram para o No alto de um morro, Htabaji, a0 lado do pai e de todo 0 povo tupiniquim, viu as caravelas partindo, muito mais pesadas do que chegaram... Achava que aqueles homens, que eles cha- maram de perés, nunca mais iriam voltar. “Quem dera isso fosse verdade!” — pensa, preocupada, Luana, lembrando © que ainda iré acontecer com esse Povo ¢ sua terra. E, para niio ficar triste, comega a tocar berimbau: Derendém... derendém... deréndem, deréndem, derendém... Derendém... derendém... deréndem, deréndem, deren. 1OIMMMMM! De repente, o zunido: dzummmmm... dzummmmm... dzummmmm... € Id vem © eco repetindo novamente: “18, mundo da volta, camara!”

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