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Conteúdo Diálogo Universitário, um

periódico internacional de fé,


Editorial pensamento e ação, é publicado
3 Vivendo num plano mais elevado
Artigos três vezes por ano em quatro
edições paralelas (espanhol,
— Léo Ranzolin francês, inglês e português) sob o
patrocínio da Comissão de Apoio a
3 Cartas 5 Os adventistas frente ao século 21 Universitários e Profissionais
Foro Aberto Adventistas (CAUPA), organismo da
Nossa eficácia como testemunhas dependerá Associação Geral dos Adventistas
19 Podemos crer em milagres? do Sétimo Dia: 12501 Old
— Norman H. Young das decisões que tomamos agora, dos modelos Columbia Pike, Silver Spring, MD
20904-6600, E.U.A.
Perfis de discipulado que adotamos e da cosmovisão
20 Phetsile Kholekile Dlamini VOLUME 13, NÚMERO 1.
— Percy Peters que desenvolvemos. Copyright © 2001 pela CAUPA.
22 Ebenezer Chambi Todos os direitos reservados.
— Russell Staples
— Michael Peabody DIÁLOGO afirma as crenças
Logos fundamentais da Igreja Adventista
do Sétimo Dia e apóia sua missão.
24 As cinco desculpas de Moisés 8 Fósseis: Sua origem e significado Os pontos de vista publicados na
— Bonita J. Shields revista, entretanto, representam o
O estudo de fósseis na América do Sul confirma a pensamento independente dos
Em Ação autores.
26 Convenção de Estudantes em história de uma catástrofe global.
Berkeley focaliza o ministério no — Carlos A. Steger Equipe Editorial
campus Editor-chefe: Humberto M. Rasi
Editor: John M. Fowler
— Chris Drake Editor Associado: Richard
Livros 12 Por que algumas igrejas crescem Stenbakken
Gerente editorial: Julieta Rasi
28 Teaching History (Land) e outras não? Consultores: James Cress, George
28 In Six Days (Ashton) Reid
Embora apenas Deus possa produzir crescimento
29 Altar Call (Gane) Secretária editorial: Esther
29 Ride to Glory (Johns) Rodríguez
genuíno de membros, os pesquisadores descobriram Secretárias editoriais internacionais:
Ponto de Vista 10 fatores transculturais que contribuem ao
Julieta Rasi (Espanhol)
30 Vietnã: 25 anos depois Corinne Hauchecorne e
Louise Geiser (Francês)
— Ralph S. Watts crescimento da igreja. César Luís Pagani (Português)
Para Sua Informação Correspondência editorial:
— Daniel Julio Rode
12501 Old Columbia Pike
32 Adventist Frontier Missions Silver Spring, MD 20904-6600;
— Pamela Duncan E.U.A.
Telefone: (301) 680-5060
Primeira Pessoa 15 Tolstoi e a Bíblia: Fax: (301) 622-9627
34 O Caminho Para Jesus Um relacionamento complexo E-mail:
— Cezar Luchian 74617.464@compuserve.com e
Que fatores levaram o famoso escritor a 104472.1154@compuserve.com
Inserção Intercâmbio
primeiramente abraçar e afinal rejeitar a Bíblia Comissão (CAUPA)
Presidente: Léo Ranzolin
como um livro inspirado? Vice-Presidentes: Baraka G.
Muganda, Humberto M. Rasi,
— Victor Lyakhou Richard Stenbakken
Secretária: Julieta Rasi
Representantes Regionais Membros: John M. Fowler, Jonathan
Gallagher, Alfredo García-
Divisão África-Oceano Índico: Japheth L. Agboka. Endereço: 22 Boite Postal 1764, Abidjan 22, Costa do Marfim.
Marenko, Clifford Goldstein, John
Divisão da África Oriental: Hudson I. Kibuuka. Endereço: H.G. 100, Highlands, Harare, Zimbábue. E-mail:
Graz, Allan R. Handysides, Bettina
100076.3560@compuserve.com
Krause, Jonathan Kuntaraf,
Divisão Euro-Africana: Roberto Badenas. Endereço: P.O. Box 219, 3000 Berna, 32 Suíça. E-mail :
Kathleen Kuntaraf, George Reid,
74617.1776@compuserve.com
Virginia L. Smith, Gary B.
Divisão Euro-Asiática: Mario Veloso. Endereço: Krasnoyarskaya Street 3, Golianovo, 107589 Moscou, Federação da
Swanson, Mario Veloso
Rússia. E-mail: zaoksem@zaoksem.tula.net
Divisão Interamericana: Carlos Archbold e Bernardo Rodríguez. Endereço: P.O. Box 140760, Miami, FL 33114-0706,
CORRESPONDÊNCIA SOBRE
EUA. E-mail: 74617.3457@compuserve.com e jovenes@interamerica.org
CIRCULAÇÃO deve ser dirigida ao
Divisão Norte-Americana: Richard Osborn, José Rojas e Richard Stenbakken. Endereço: 12501 Old Columbia Pike,
Representante Regional da CAUPA
Silver Spring, MD 20904-6600, EUA. E-mail: 74617.545@compuserve.com e 74617.760@compuserve.com e
na região em que o leitor reside.
74532.1614@compuserve.com
Os nomes e endereços destes
Divisão Norte-Asiática do Pacífico: David Wong. Endereço: Koyang Ilsan, P.O. Box 43, 783 Janghang-dong, Ilsan-Gu,
representantes encontram-se à
Koyang City, Kyonggi-Do 411-600, República da Coréia. E-mail: dsfwong@ppp.kornet21.net
esquerda.
Divisão Sul-Americana: Roberto de Azevedo e José M. B. Silva. Endereço: Caixa Postal 02-2600, 70279-970 Brasília,
DF, Brasil.
ASSINATURAS: US$12,00 por ano
Divisão do Sul do Pacífico: Gilbert Cangy e Nemani Tausera. Endereço: Locked Bag 2014, Wahroonga, N.S.W. 2076,
(três números). Ver cupom na
Austrália. E-mail: Gilbert_Cangy@SDASPD.adventist.org.au
pág. 18.
União Sul-Africana: Glen Africa. Endereço: P.O. Box 468, Bloemfontein 9300, Free State, África do Sul.
Divisão Sul-Asiática: Edwin Charles. Endereço: P.O. Box 2, HCF Hosur, Tamil Nadu, 635110 Índia.
Divisão Sul-Asiática do Pacífico: Oliver Koh. Endereço: P.O. Box 040, Silang, Cavite 4118, Filipinas. E-mail : Diálogo tem leitores em
oko2@ssd.org.
2
Divisão Trans-Européia: Paul Thompkins e Orville Woolford. Endereço: 110 St. Peter’s Street, St. Albans, Herts., AL1 3EY
110 países
Diálogoao redor
13:1 do
2001
Inglaterra. E-mail: 74617.1257@compuserve.com e 71307.1432@compuserve.com mundo.
Cartas
Vivendo num plano Precisamos de mais
advogados adventistas
Li com profundo interesse o artigo

mais elevado de Karnik Doukmetzian, “Precisamos


de advogados adventistas?” (Diálogo
11:3). Gostei dele! Em meu país, Ugan-

O
da, há muitos estudantes adventistas
Pastor Anthony Alexander tinha toda razão de estar amargurado. Durante
especializando-se em vários campos,
dois anos, uma cela numa cadeia do Sri Lanka foi seu lar. Só, longe da
mas raramente ouvimos de alguém es-
família e dos entes queridos, e injustamente acusado de apoiar terroristas.
tudando direito. Com efeito, só posso
Seu futuro parecia sombrio e sua vida incerta. A despeito de tudo isso a fé de Ale-
identificar um adventista na carreira do
xander não cedeu, nem sua esperança se desvaneceu. Anos antes ele havia escolhi-
direito. Ele trabalha como conselheiro e
do viver num plano mais elevado e essa escolha lhe valera agora. Ele transformou
advogado da igreja, ao mesmo tempo
sua cela num campo de testemunho e cada dia estudava a Bíblia com um grupo de
em que é funcionário de uma firma in-
presos. Antes de ele ser declarado inocente e libertado, muitos dos presos com os
glesa.
quais estudara escolheram galgar um plano mais elevado e foram batizados.
A crescente complexidade das ques-
A adversidade é um fato comum da vida. Dificuldades financeiras, sociais, inte-
tões legais que os cristãos, em geral, en-
lectuais e espirituais confrontam-nos de todos os lados — na família, no campus,
frentam, exige que os membros mais
no trabalho e mesmo na igreja. Valores em competição e escolhas confusas dispu-
promissores, honestos e dedicados de
tam a atenção.
nossa igreja estudem direito e advo-
Em tais ocasiões, o conselho de Paulo nos convida a um plano mais elevado:
guem-no.
“Buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus.
Jerry Wesonga Awori, Jr.
Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da Terra” (Colossenses 3:1 e
awjerry@hotmail.com
2). O que o apóstolo quer dar a entender?
Primeiro, Paulo nos desafia a pormos nossas afeições e interesses “nas coisas
Fragmentos da arca de
que são de cima”. “Viva num plano mais elevado”, ele nos aconselha. Ponha o
Noé?
foco naquilo que realmente vale a pena e é perdurável. Não busque uma educação
Depois de ler o artigo de David Mer-
ou pratique uma profissão apenas para granjear renome ou acumular riquezas.
ling, “A Procura da Arca de Noé” (Diálo-
Suba mais alto e descubra a alegria da amizade com Cristo.
go 11:3), concordo que nossa reação a
Segundo, Paulo nos desafia a “pensar nas coisas que são de cima”. Ele nos ani-
reportagens sobre a descoberta de restos
ma a desviarmos nosso olhar daquilo que é mundano e temporário. Qualquer tipo
desse navio devia ser cautelosa, e que
de educação que se limite ao intelectual é incompleta. Caráter e ética são essenci-
devíamos levar em conta fatos que pos-
ais. Ocupe sua mente com as profundas verdades das Escrituras. Aprenda a encarar
sam ser verificados através de múlti-
a realidade sob a perspectiva divina. Esteja disposto a servir os semelhantes.
plas, cuidadosas e diretas observações.
Paulo, um homem bem-educado, fez sua escolha radical: “E na verdade, tenho
Contudo, questiono a conclusão do au-
por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu
tor de que a madeira da arca deve “ter
Senhor; pelo qual sofri a perda de todas estas coisas e as considero como esterco
apodrecido há muito tempo” (pág. 5).
para que possa ganhar a Cristo” (Filipenses 3:8).
Minhas razões são: (1) A madeira usada
Esterco é um termo forte. Não é esse um desafio para nós? Paulo se dispôs a pôr tudo
para a construção da arca era de alta
de lado — fama, poder, sucesso, prazeres, riquezas — a fim de se tornar um seguidor
qualidade e durabilidade. Ellen White
fiel e amigo de Jesus. Muitos hoje buscam uma educação e um diploma apenas para
afirma que foi “cipreste ou madeira de
viver uma vida profissional confortável. Que contraste com a vida do Salvador!
gofer, a qual não sofreria apodrecimen-
Jesus não possuia um magnífico guarda-roupas, mas Ele nos oferece vestes de
to por centenas de anos” (Patriarcas e
justiça.
Profetas, pág. 95). (2) A madeira foi to-
Não possuia jóias, mas Ele próprio é a Pérola de grande preço.
talmente revestida de piche por dentro
Não tinha dinheiro, mas franqueou-nos o acesso a todos os tesouros celestiais.
e por fora (Gênesis 6:14). (3) A arca
Jesus não possuia uma casa, mas prometeu a Seus seguidores mansões eternas.
pousou sobre o Monte Ararate, que se-
Jesus nunca recebeu um diploma, mas era a Verdade em pessoa.
gundo Merling, “está coberto de neve o
Quando na Terra, Ele nos mostrou como viver num plano mais elevado. Esse é
ano todo e com geleiras permanentes”
o único tipo de vida que provê significado e propósito à existência. Prossiga. Suba
(pág. 6). Isso teria contribuído para sua
mais alto. Não importa o que você esteja fazendo aqui na Terra, mantenha seu
preservação. (4) Não há registro de que
olhar naquilo que é eterno.
Noé e sua família desmontaram a arca.
Ele levou 120 anos na sua construção e
não teria sido fácil desmantelá-la. Sugi-
Léo Ranzolin,
ro que o Dr. Merling e outros arqueólo-
Presidente da Comissão da CAUPA
gos empreendam explorações que pos-
Diálogo 13:1 2001 3
Cartas
sam prover evidências que confirmem a de ler a revista, partilho-a com meus qüentemente por estudantes universi-
viabilidade da narrativa bíblica de Noé amigos na universidade. Mesmo estu- tários, pacientes e profissionais. Diálogo
e da arca, e publiquem suas descober- dantes não-adventistas apreciam-lhe o me faz orgulhoso de pertencer a uma
tas. conteúdo! Será que os senhores poderi- igreja que não somente crê no que a Bí-
Roberto César de Azevedo am enviar-me a lista de artigos publica- blia ensina, mas também procura res-
Brasília, BRASIL dos em números anteriores? Poderiam postas escriturísticas para questões no-
também tomar providências no sentido vas e complexas de nossa época.
O autor responde: de proporcionar uma distribuição mais Gastón B. Femopase
O Sr. Roberto C. Azevedo deixou de no- regular da revista? Buenos Aires, ARGENTINA
tar alguns pontos. Primeiro, ele cita a afir- Um desafio que enfrentamos como gbfemopase@infovia.ar
mação de Ellen White de que a arca “não estudantes adventistas é a tentação de
sofreria apodrecimento por centenas de assistir aulas ou prestar exames no sába- Catálogo ainda
anos” (ênfase minha). Note que ela não diz do, porque receamos ser prejudicados disponível
“milhares de anos”. Minha conclusão é que nos estudos ou mesmo fracassar em Há muitos anos, num artigo intitula-
depois de milhares de anos a arca apodre- nossa formação acadêmica. Orem por do “Tirando o maior proveito de sua
ceu. Segundo, nem todas as montanhas do nós para que permaneçamos fiéis às experiência no colégio ou na universi-
Ararate estão cobertas de neve o ano todo. nossas convicções e também tenhamos dade” (Diálogo 6:3), foram oferecidos
Em toda a antiga Urartu (Turquia oriental, êxito em nossas carreiras. aos leitores exemplares gratuitos de um
a Ararate bíblica) há apenas uma monta- Jenny Espinoza catálogo publicado pelo Instituto de
nha que tem um pico coberto de neve o ano Chiclayo, PERU Educação Cristã, o qual incluía uma lis-
todo. Mesmo aceitando a possibilidade de light_72@hotmail.com ta de artigos escritos por adventistas so-
que o Monte Ararate seja o lugar menciona- bre como abordar diversos tópicos aca-
do na Bíblia, sabemos que as geleiras são Os editores respondem: dêmicos e profissionais, a partir de uma
corpos dinâmicos de gelo compactado, que Você receberá, por via aérea, o índice perspectiva cristã-bíblica. Esse catálogo
mais provavelmente teriam esmagado a dos primeiros dez volumes da Diálogo ainda está disponível?
arca do que a preservado. (1989-1998). Se encontrar algum artigo Sheilian Bueno de Oliveira
Uma pergunta: Se Deus achou que o fu- útil para uma reunião de jovens, comuni- Lavras, Minas Gerais, BRASIL
turo da arca seria de tão pouca conseqüên- que-nos e nós o enviaremos. A fim de man-
cia que não o incluiu na Bíblia e nem nos ter baixo o custo da revista, despachamos Os editores respondem:
escritos de Ellen White, por que tantos cris- os pacotes da Diálogo ao diretor de educa- O catálogo do Instituto de Educação
tãos em geral e os adventistas fazem da ção da União ou ao diretor de Ministérios Cristã relaciona mais de 400 artigos em
descoberta da arca uma questão tão impor- Jovens, conforme suas encomendas. Eles, inglês, francês, português e espanhol. Ele
tante? por sua vez, organizam a distribuição da ainda pode ser obtido gratuitamente
Finalmente, o Monte Ararate foi e conti- revista dentro do território da União. Con- através de pedido aos editores da Diálo-
nua sendo uma das montanhas mais estu- tate um deles e peça que seu grupo de estu- go. Ver pág. 2.
dadas na Terra. Todos os meses recebo de- dantes universitários seja incluído na lista
zenas de reportagens informando-me sobre daqueles que recebem gratuitamente a re-
o progresso da busca da arca de Noé. vista. Oramos para que Deus dê a você e a
Quando eu ler algo que julgar confiável, seus amigos a coragem de honrar o sábado.
certamente vou publicá-lo na íntegra. En- Lembre-se: Deus sempre honra aqueles que
tretanto, creio que deveríamos concentrar O honram.
nossos esforços em apresentar Cristo e Ele
crucificado ao mundo . Provendo respostas
David Merling adventistas Escrevam-nos!
Horn Museum Desejo agradecer aos editores da Diá- Apreciamos seus comentários, rea-
Andrews University, EUA logo pela ajuda valiosa que a revista me ções e perguntas, mas limitem suas
tem proporcionado como capelão e cartas a 200 palavras. Escrevam para
Melhorar a distribuição pastor, de tratar de tópicos que não apa- Dialogue Letters: 12501 Old Colum-
Estudo estatística na Universidade recem em outras publicações denomi- bia Pike; Silver Spring, MD 20904-
Pedro Ruiz Gallo. Sou também líder de nacionais. A abordagem editorial equi- 6600; EUA. Podem também usar
jovens na igreja. Recentemente um pas- librada me permite oferecer uma pers- fax: (301) 622-9627, ou E-mail:
tor adventista mostrou-me um exem- pectiva adventista em questões relacio- 105541.3200@compuserve.com
plar da revista Diálogo. Acho os artigos nadas com ciência, filosofia, religião, Cartas escolhidas para publicação
da Diálogo muito estimulantes e, depois cultura e estilo de vida, levantadas fre- poderão ser resumidas por questão
de clareza ou espaço.

4 Diálogo 13:1 2001


Os adventistas frente
ao século 21
Russell Staples

A 57ª assembléia da Associação Geral


é agora história. Toronto nos trou-
xe um sentimento de realização.
Fomos encorajados pelos relatórios de
crescimento de membros em muitos lu-
nos demográficos surpreendentes ocor-
ridos no século 20:
O assombroso crescimento da popula-
ção mundial. A população do mundo
cresceu mais em apenas 25 anos, duran-
gares, pelo entusiasmo dos jovens rea- te o século passado, do que em todos os
firmando alegremente sua fé, e pelos séculos anteriores a 1900. (Ver o qua-
planos especiais para testemunhar aos dro.)
que ainda não foram alcançados. Como A urbanização do mundo. Ela tem sido
Nossa eficácia como nossos pioneiros se teriam regozijado e acompanhada de mudanças dramáticas
admirado com a vasta assembléia de em quase todas as dimensões da situa-
mais de 60.000 entusiásticos crentes de ção social humana.
quase todos os cantos do globo, e com a A expansão global do cristianismo.
testemunhas dependerá das notícia de um efetivo de 11 milhões de Apenas no início da década de 40 é que
membros no mundo! o cristianismo se tornou verdadeira-
Os missiologistas ficam admirados mente global. O final do século passado
decisões que tomamos agora, com o crescimento da Igreja Adventis- testemunhou três vezes e meia mais
ta, com a amplitude de seu alcance cristãos do que no começo.
mundial, e ainda mais com a estabilida- O admirável crescimento do adventis-
dos modelos de discipulado de e fidelidade das comunidades que mo. A igreja cresceu de cerca de 76.000
forma. Isso é bastante encorajador. para 11,5 milhões durante o século 20,
Contudo, embora nos regozijemos com ou seja, 150 vezes mais do que quando
o que tem sido realizado, somos cons- os pioneiros encetaram sua empresa
que adotamos e da
trangidos a ver o mundo como Deus o missionária.
vê, com seus necessitados, os não-al-
cançados e os insatisfeitos, e a nos ver- Os cristãos entre os povos do
cosmovisão que desenvolvemos. mos desafiados, à luz da eternidade, em mundo1
nosso discipulado. Ao considerarmos essas estatísticas,
Sobre vocês, jovens, repousa em lar- precisamos evitar duas tentações.
ga medida a responsabilidade pelo tes- Primeira, o triunfalismo. A distância
temunho futuro da igreja, pouco im- a percorrer e o trabalho que resta fazer,
portando a profissão para a qual vocês e não o que foi realizado, devia conter
estão se preparando ou na qual estão nossos pensamentos e manter-nos hu-
engajados. Seu tempo de se envolver e mildes. Segunda, os números são im-
comandar chegou, quer seja em posi- pessoais e a consideração das estatísti-
ções de liderança leiga ou em direta co- cas tende a despersonalizar a equação.
nexão com o ministério do evangelho. Precisamos lembrar-nos de que cada
Sua eficácia como testemunhas depen- pessoa entre os bilhões é alguém cuja
derá das decisões que vocês agora fa- vida é de inestimável valor diante de
zem, das linhas de discipulado que ago- Deus e cujos sentimentos estão sujeitos
ra adotam em sua vida, e da visão do às mesmas forças que os nossos.
mundo que constróem.
Desafios de números e cidades
Mudanças globais dramáticas O primeiro grande desafio que en-
No que diz respeito à missão adven- frentamos é o dos números. Enquanto
tista, precisamos notar quatro fenôme- o número de cristãos no mundo cresceu
Diálogo 13:1 2001 5
dramaticamente de meio bilhão para cimento humanos, transformações es- • Sua combinação da soberania de
dois bilhões durante o século passado, sas que provêem novas aberturas e de- Deus na salvação, com ênfase so-
o número de pessoas não alcançadas safios. bre a responsabilidade humana.
pelo cristianismo cresceu de um para A mentalidade pós-moderna é cara- Rejeita assim a doutrina do deter-
quatro bilhões. Não é, portanto, tempo terizada pelo reconhecimento da vasti- minismo divino na salvação, em
para pensamentos acanhados, e nem se dão e complexidade da realidade, da favor de uma afirmação da liber-
deve procurar a solução somente em inadequalibidade de nosso aparato físi- dade da vontade humana.
programas de mídia de massa. Mem- co e teórico para sondar as profundezas • Seu equilíbrio entre a brilhante
bros de vários grupos culturais e religio- de tudo, e do caráter experimental de esperança escatológica e o valor
sos precisam ser alcançados mediante todo o conhecimento humano. Não há da vida na Terra agora, semelhan-
meios que lhes apelem diretamente e os mais confiança cega quanto às leis da te à harmonia entre a obra de
envolva pessoalmente. Estudiosos dedi- realidade e o conhecimento exato e ob- Deus na criação (celebrada no sá-
cados e competentes são necessários ao jetivo. Essa nova mentalidade abre no- bado) e Sua obra de salvação.
trabalho porque podem penetrar pro- vas avenidas para a discussão de concei- Eis um desafio para os jovens univer-
fundamente na experiência dos compo- tos sobre uma divindade transcendente sitários e profissionais adventistas: Tra-
nentes de tais grupos, a fim de experi- e de um relacionamento entre Deus e duzir esses grandes temas teológicos do
mentarem a atração de sua religião e seres humanos. adventismo, de modo a estabelecer diá-
prover respostas cristãs satisfatórias. A teologia adventista provê um fun- logo e partilhar o evangelho com os in-
Esse é um desafio enorme, que vai exi- damento positivo para tal discussão por telectuais de hoje.
gir muito estudo sério e contato pesso- causa de:
al. O caminho está agora mais aberto • Sua crença num Deus amoroso, O desafio do coração
do que antes, porque há adventistas que enfatiza tanto a transcendên- Mas há mais no desafio de ir ao en-
nessas sociedades cujas vidas são um cia divina como Sua imanência. contro de pensadores urbanos do que a
testemunho do poder do evangelho e Deus controla tudo que existe, é elucidação da mensagem. A religião é
cuja experiência é uma fonte da qual atuante na história humana e está tanto uma questão do coração — em re-
muito pode ser extraído. próximo de cada um de nós. Isso lação às emoções e experiência — como
O segundo é o grande e multifaceta- adquire um sentido especial, visto da mente. Ela acha sua expressão geral
do desafio das cidades. É aqui que as que “Deus deu Seu Filho unigêni- no culto corporativo a Deus. Lembro-
maiores oportunidades serão encontra- to a fim de que Se tornasse mem- me de ter ouvido um professor da uni-
das e talvez conhecidos os maiores fra- bro de família humana, retendo versidade dizer por que abandonou
cassos da igreja. Metade da população para sempre Sua natureza huma- uma igreja evangélica para se tornar
do mundo mora agora nas grandes ci- na”.2 episcopal. “Eu estava cansado”, disse
dades — os ricos e os miseráveis, os le- • Seu realismo cristão concernente ele, “de ser importunado e admoestado
trados e os iletrados, os líderes intelec- ao pecado e ao mal neste mundo, o continuamente e de me dizerem o que
tuais da sociedade e os vagabundos, os qual se abstém de afirmar que a fazer. Eu queria adorar a Deus com to-
grupos de cristãos vibrantes e as fortale- imagem de Deus em seres humanos dos os meus sentidos, em quietude e
zas dos maiores adversários do cristia- foi destruída pela Queda. Além dis- beleza, e na participação congregacio-
nismo. Sobejam desafios de toda espé- so, ele mantém uma visão otimista nal na oração, confissão e profissão de
cie. para a realização e desenvolvi- fé, mas meu grupo simplesmente não
Considerando quem vocês são, ami- mento do potencial humano nes- sabia como adorar”.
gos leitores, vamos enfocar alguns dos ta vida, pela graça de Deus. Alguns que se uniram à Igreja Ad-
aspectos mais intelectuais desse desafio.

O desafio intelectual Ano 1900 1939 1970 1990 2000 2010 2025
Em geral, não se tem dado atenção População (milhões) 1.619,9 3.696,1 5.266,4 6.055,5 7.824,0
suficiente para prover respostas cristãs à Cristãos (milhões) 558,1 1.236,3 1.747,5 1.999,6 2.616,7
busca da geração contemporânea pelo Porcentagem de cristãos 34,4 33,4 33,2 33,0 33,4
significado na vida. Há sinais sutis de
Adventistãs 75.767,0 ,5m 2,5m 6,69m 11,5m 19,0m
fome espiritual, de uma procura inte-
lectual pela verdade transcendente que
provê significado e forma à existência Crescimento das cidades
humana. Durante a última geração, li- Megalópoles 20 161 330 410 6 5 0
nhas de pensamento sofreram amplas (acima de um milhão de habitantes)
mudanças — da posição racionalista do Pobres urbanos (milhões) 100 650 1.273 2.000 3.050
modernismo para um sentimento geral
Moradores de rua (milhões) 20 260 520 1.300 2.100
das limitações do pensamento e conhe-
6 Diálogo 13:1 2001
ventista têm expresso a mesma insatis- se tornem como nós? O evangelho nos cinema, os encoraja nessa direção. Mas
fação com a experiência de culto entre confere uma identidade que transcende o individualismo desembaraçado pro-
nós. Os pontos mencionados incluem: a todas as identidades culturais e paro- duz um ego vazio. Pretende ele que a
não cultivar adequadamente o senso de quiais, mas sabemos por experiência pessoa que quer subir na vida deve dei-
estar na presença divina; insuficiente que embora aceitemos isso em nosso xar o lar, amigos, igreja e tudo o mais
participação da congregação em ora- coração, cada um de nós é tão moldado que impeça o progresso, com o fim de
ções, confissões de fé e leitura das Escri- pela cultura de nossa sociedade que o alcançar posição e meios num mundo
turas; não participação na Santa Ceia ajustamento prático não é fácil. Antro- impessoal de competição intensa. A li-
com profundeza e seriedade, etc. Se ti- pólogos e sociólogos sugerem que uma teratura especializada está repleta de
vermos êxito em trazer membros da eli- congregação auferiria enorme benefício evidências da ação destrutiva de tal in-
te urbana à igreja, encontrarão eles o em ter cientistas sociais cristãos expli- dividualismo para a família, a sociedade
calor da comunhão e a profundidade de cando as funções da cultura a grupos e finalmente, para o próprio indivíduo.
experiência no culto que estão procu- dentro da igreja, desarmando circuns- Muitos estão redescobrindo que a vida
rando? tâncias geradoras de conflitos, e suge- que vale a pena ser vivida é a comunitá-
rindo meios de maximizar um senso ria.
O desafio multicultural urbano verdadeiramente cristão de harmonia. Um dos grandes desafios que cada
Dizia-se outrora que o Sol nunca se Eis um desafio aos futuros cientistas so- um de nós enfrenta é o de recuperar a
punha sobre o império britânico, mas ciais entre nós. profunda perspectiva comunitária, na
agora o mundo está em Londres e em qual a igreja, como povo bíblico de
todas as grandes cidades. A trágica iro- Mais preocupações pessoais Deus, foi formada. A fé cristã é experi-
nia da situação é esta: Agora que todos Temos abordado sinteticamente al- mentada mais intensamente dentro do
vivemos juntos, há menos relaciona- guns dos desafios externos que a igreja relacionamento com outros, e o teste-
mento recíproco e compreensão do que enfrenta. Mas falharemos em nosso de- munho mais eloqüente do poder rege-
antes. Nessa nova situação, o campo ver se não considerarmos duas impor- nerador do evangelho é o de uma amo-
missionário que antes estava do outro tantes influências intelectuais e cultu- rosa comunidade de cristãos.
lado do mundo pode estar à nossa por- rais que podem sutilmente se infiltrar Nossa busca de títulos acadêmicos e
ta. Outra ironia: O cristão que transpõe na cosmovisão do discípulo de Cristo êxito profissional devia conduzir-nos a
o oceano num empreendimento missi- em relação à sociedade contemporânea. uma experiência que se vale da alegria
onário mal se preocupa em cruzar a rua Esses são: o humanismo secular e o in- de testemunhar da veracidade do evan-
para visitar um jainista (religioso india- dividualismo institucionalizado. gelho, que promove conceitos cada vez
no seguidor de ensinamentos opostos O secularismo se refere à tendência mais claros da maior verdade do Uni-
ao bramanismo), um sique (adepto do intelectual de considerar o cosmo físico verso e afirma a camaradagem calorosa
siquismo que segue as doutrinas de como tudo o que existe, e negar a ativi- de uma comunidade cristã feliz.
uma religião monoteísta fundada em o dade de Deus na história humana. As
norte da Índia no século 16, e que com- pressuposições da vida acadêmica con- Russell Staples (Ph.D. pela Princeton
bina elementos do hinduísmo e do isla- temporânea são largamente baseadas Theological Seminary) serviu à Igreja Ad-
mismo), um hindu, um budista, um no humanismo secular. O discípulo de ventista por mais de 50 anos como pastor e
maometano, ou um vizinho secularista. Cristo precisa reconhecer essa linha de professor em diferentes partes do mundo.
E isso apesar do bem conhecido fato de pensamento pelo que ela é e não ser in- Por 30 anos ele tem estado ligado com o
que, em geral, os novos imigrantes res- fluenciado por ela. O estudante cristão Seminário e o Instituto de Missão Global
pondem positivamente e com maior alerta devia reconhecer a superficialida- na Andrews University. Este artigo foi
probabilidade de sucesso às manifesta- de e as limitações dessa cosmovisão e adaptado de seu livro, Community of
ções de amizade e ajuda, e são menos conscienciosamente afirmar a profun- Faith: The Seventh-day Adventist Church
impedidos pelo constrangimento de deza abissal e o valor do teísmo cristão. in the Contemporary World (Review and
amigos e parentes ao darem uma res- Pode ser útil ler livros de autores evan- Herald, 1999).
posta positiva ao evangelho, do que se gélicos que combatem essas tendênci- Endereço do Dr. Staples: Theological Se-
estivessem dentro de sua sociedade tra- as.3 minary; Berrien Springs, Michigan 49104;
dicional. Segundo, nossa inclinação para o EUA. E-mail: staples@andrews.edu
No passado, muitas igrejas pareciam egocentrismo nos torna vulneráveis ao
preferir, e mesmo defender, um estilo individualismo institucionalizado de Notas e referências
monocultural de culto congregacional. nossa época. Muitos jovens querem es- 1. Ver David Barrett, Annual Statistical Table
Com a multietnia das cidades, essa ati- tar livres para fazer o que lhes apraz, on Global Mission, International Bulletin of
Missionary Research, janeiro de 2000; e
tude é um desafio a ser vencido. Mas se isto é, até que a calamidade desabe so-
também 136th Annual Statistical Report,
trouxermos imigrantes interessados ou bre eles. Nossa sociedade contemporâ- 1988 (Silver Spring, Mariland; General
outros grupos étnicos à igreja, vamos nea, com sua orientação para o sucesso
saudá-los em nosso meio sem exigir que a todo custo e o complexo de estrela de Continua na pág. 35

Diálogo 13:1 2001 7


Fósseis:
Sua origem e significado
Carlos F. Steger

U ma das evidências mais significati-


vas que os evolucionistas ofere-
cem em apoio à sua teoria das ori-
gens é derivada da paleontologia.1 Os
paleontólogos estudam fósseis de ani-
car isolado escapando da extinção
por fatores mecânicos, químicos e
biológicos em seu ambiente. To-
dos os fósseis são assim uma evi-
dência desse tipo de enterramen-
mais e plantas remanescentes ou traços to.6
de organismos que existiram no passa- 2. O organismo precisa ser preserva-
do, tais como um esqueleto, uma pega- do por sais minerais, geralmente
da ou a impressão deixada por uma fo- cálcio ou sílica, dissolvidos no se-
lha. Como ciência, a paleontologia está dimento em que se acha sepulta-
O estudo de fósseis na América ligada tanto à geologia, porque estuda do.7
os fósseis enterrados nas camadas e nas 3. Essa mineralização é produzida
rochas da crosta terrestre, como à biolo- pela pressão do sedimento, que
do Sul confirma a história de gia, visto que examina formas antigas faz com que os sais penetrem no
de vida fossilizadas.2 Embora os acha- organismo.
dos de fósseis sejam freqüentemente Em certos casos, o organismo pode
usados para apoiar a teoria da evolução, ser completamente preservado por con-
uma catástrofe global.
mostraremos que eles clamam em gelamento, por oclusão em resina (âm-
apoio ao relato bíblico de um dilúvio bar), ou por inumação num poço de as-
universal. Nossos exemplos são extraí- falto ou numa turfeira.8
dos principalmente de achados fósseis Originalmente, a paleontologia con-
na América do Sul, uma área do mundo vergia sua atenção para os organismos
na qual realizei considerável volume de fossilizados completos ou parciais. Re-
pesquisas. centemente, contudo, o interesse das
O estudo de fósseis é uma ciência investigações dos paleontólogos am-
antiga. Os egípcios e os gregos identifi- pliou-se para incluir várias manifesta-
caram fósseis de animais marinhos. ções de organismos antigos, tais como
Leonardo da Vinci definiu fósseis como seus moldes interiores ou exteriores, to-
restos de organismos do passado, e cas, coprólitos ou excrementos fósseis,
Alessandro, seu compatriota, explicou pegadas e pistas, bem como outras evi-
sua presença nas montanhas como cau- dências não só da presença, mas tam-
sada pela emersão de sedimentos do lei- bém da ação direta, de um organismo.
to marinho.3 Durante o século 16, Ges- Exemplo disso são as marcas petrifica-
ner publicou um catálogo da primeira das deixadas na lama por restos de
coleção européia de fósseis. Descobertas plantas arrastadas pela água.9 Alguns
de fósseis e explicações quanto a sua autores incluem, nessa categoria, mar-
origem seguiram-se uma após a outra, a cas de ondulações e traços de gotas de
partir do século 17.4 chuva.
Etimologicamente, fóssil significa
algo extraído da terra. O termo é tam- Precaução necessária
bém aplicado a toda evidência de vida É preciso que se destaque um risco
de um passado remoto.5 Um organismo persistente no estudo de fósseis. Nos
se transforma em fóssil somente sob casos em que somente partes do orga-
certas circunstâncias: nismo são achadas, ou o organismo foi
1. Um organismo precisa sofrer se- alterado pelo processo de fossilização,
pultamento repentino e assim fi- os cientistas acham necessário recons-
8 Diálogo 13:1 2001
caracterizar cada filéticas (história ancestral) de um animal
período na coluna como o cavalo, por exemplo. Mas é difícil
geológica, foram de baseá-la no registro fóssil. Sempre há
usados “fósseis-pa- “elos perdidos”, segundo S. J. Gould.18
drão” — fósseis tí- Gerald Kerkut chama a atenção para
picos achados na- o fato de que a seimouria, um suposto
quele sedimento. elo entre anfíbios e répteis, foi infeliz-
Uma característica mente descoberto... 20 milhões de anos
notável da coluna depois de seu aparecimento.19 Segundo
geológica é o surgi- certos paleontólogos, as lacunas são no-
mento e desapare- tórias.20 Assim o arqueoptérix, antes
cimento súbitos de considerado um elo, é agora reconheci-
alguns desses fós- do como um pássaro.21
seis típicos, sem Uma vez que a paleontologia não
evidência de seus provê evidência da evolução gradual
ancestrais diretos dos organismos proposta por Darwin,
ou de seus descen- alguns paleontólogos têm adotado a te-
O autor (à esquerda) examinando o crânio fossilizado de uma dentes.15 oria engenhosa de S. J. Gould chamada
baleia. A coluna estra- de “a evolução aos saltos” ou “equilí-
tigráfica pode ser brio pontuado”, cujos postulados pro-
truí-lo a fim de interpretar o fóssil, interpretada com base em duas teorias põem que a evolução ocorreu em inex-
comparando-o a organismos do presen- ou modelos: uniformismo (ou atualis- plicáveis mas progressivos “saltos”. Ou-
te ou a fósseis semelhantes. Tal tarefa mo) e catastrofismo (ou diluvialismo), tros ainda tentam demonstrar o efeito
está sujeita às pressuposições e à imagi- para as quais voltaremos agora a nossa progressivo de pequenas variações acu-
nação de quem faz a reconstrução e atenção. muladas.22
portanto não pode ser totalmente obje- A interpretação padronizada do re-
tiva ou digna de confiança.10 O uniformismo como modelo gistro fóssil confronta quatro desafios:
O mesmo se aplica à classificação Diversos filósofos gregos sustenta- 1. A constância de algumas formas
dos fósseis. Muitos autores reconhecem vam a teoria de que os fenômenos natu- de vida através das eras geológi-
que seus sistemas de classificação, além rais correntes ajudavam a explicar cas, chamadas homeóstases. Há
de artificiais, pressupõem a adoção de acontecimentos do passado. Em 1788, plantas e animais que não muda-
uma cosmovisão pessoal.11 Por causa J. Hutton adotou essa idéia ao desen- ram desde o cambriano ou perío-
desse elemento subjetivo na interpreta- volver sua teoria da história da Terra, dos anteriores, como o gambá,
ção ou reconstrução e as incompletas afirmando jamais ter observado “qual- por exemplo, que permaneceu
informações disponíveis, podemos es- quer vestígio de um começo, nem qual- sem variação desde o cretáceo até
perar erros nas conclusões dos pesqui- quer previsão de um fim”.16 Essa teoria, hoje. Entre as plantas estão as ci-
sadores. Além disso, têm havido casos aplicada à geologia e à paleontologia, é cadáceas (semelhantes às palmas),
nos quais o investigador capitulou di- conhecida como uniformismo ou atua- que têm permanecido invariáveis
ante de seu “paradigma”, falsificando lismo. Ela propõe que todos os fenôme- desde o carbonífero.23
os fatos, especialmente no campo da nos podem ser explicados como resulta- 2. A diminuição em tamanho ou a
paleoantropologia (o estudo de fósseis do de forças que têm operado unifor- perda de complexidade em diver-
humanos).12 memente desde a origem da vida até o sos organismos, o que revela in-
tempo presente. Avaliemos esse modelo volução ou regressão evolucioná-
Estratigrafia e fósseis à luz da evidência paleontológica. ria em vez de aumento de tama-
Durante o século 18, W. Smith pro- Os cientistas que aderem ao unifor- nho e complexidade. Nalguns ca-
pôs a caracterização das formações geo- mismo ignoram a presença e represen- sos, quando uma parte atrofiada
lógicas pelos fósseis nelas encontrados. tantes da maioria dos filos no período permanece, é designada “órgão
Esse princípio é aplicado na paleontolo- cambriano — o primeiro período da era ou membro vestigial”. Esse é o
gia e na geologia.13 Muito embora uma paleozóica — e chamam seu apareci- caso do cavalo, como evidenciado
sucessão ininterrupta de fósseis e ro- mento súbito “a explosão de vida.”17 É pelos restos de seus ancestrais.24
chas não seja encontrada em parte al- por isso que a taxionomia atual, que fa- Podemos também mencionar o
guma do globo, os cientistas criaram cilita a classificação dos fósseis baseada pássaro Argentavis magnificens, de
uma coluna geológica ideal correlacio- em evidências de pequenas mudanças La Pampa, Argentina, e o pingüim
nando fósseis e sedimentos de diferen- na natureza, é aplicada pelos paleontó- na Antártica, como exemplos de
tes lugares, mormente da Europa.14 Para logos. Alguns autores propõem as séries redução de tamanho animal, em

Diálogo 13:1 2001 9


relação a seus ancestrais pré-histó- na América do Norte, mas também na
ricos. O megatério (preguiça gi- América do Sul, como no caso dos di-
gante), o gliptodonte (tatu gigan- nossauros na Patagônia.
te), e o Carcarodon megalodon (tu- A melhor explicação para os grandes
barão gigante), o terror dos mares depósitos de carvão e de petróleo é os
terciários, são outros exemplos de acontecimentos catastróficos que pro-
redução em tamanho.25 duziram o acúmulo e posterior enterro
Os registros fósseis de muitos de imensas quantidades de plantas e
invertebrados revelam uma “di- animais.36
minuição evolucionária em diver- Em La Portada, a 15 quilômetros ao
sidade”, a qual “só pode ser justi- Esqueleto parcial de um mesossauro de norte de Antofagasta, Chile, há um
ficada por um declínio evolucio- São Paulo, Brasil. enorme depósito de fósseis de conchas
nário”. Esse é o caso de cefalópo- marinhas. Trata-se de “banco de con-
des, crinóides e braquiópodes.26 Muito das evidências do registro de chas”, com uma espessura média de
3. Plantas ou animais que se pensa- fósseis, os quais só são possíveis se hou- 50m e extensão de muitos quilômetros.
va estarem extintos há milhões de ver um enterramento rápido, pode ser Sua causa mais provável é a ação da
anos foram descobertos vivos ain- explicado pela “teoria de zoneamento água seguida de enterramento rápido.
da hoje. Alguns autores os desig- ecológico” de H. W. Clark. Essa teoria Mas isso acontece em nossos dias? Al-
nam como “fósseis vivos”, por supõe o sepultamento dos organismos guns pesquisadores afirmam que “con-
exemplo, o peixe celacanto e a ár- em seus habitats respectivos enquanto chas não podem acumular-se perma-
vore ginkgo biloba.27 as águas varriam a Terra, produzindo nentemente no leito do mar”, e acres-
4. Finalmente, há fósseis que contra- assim a sucessão de fósseis.32 centam: “A pergunta freqüentemente
dizem a teoria comumente aceita. A geologia convencional afirma que levantada acerca de como tão pouco se
Em vez de ancestrais de vertebra- como resultado do movimento bascular acha preservado... devia ser substituída
dos com esqueletos cartilagino- dos continentes, que os ergueu e bai- por: Por que algo foi preservado, afi-
sos, apresentam o oposto, como xou, os mares cobriram a maior parte nal?”.37
no caso dos ostracodermas.28 da América do Sul.33 Achamos que essas A angustiosa posição no momento
invasões bem poderiam ter sido parte de sua morte violenta, revelada por
O catastrofismo como modelo do acontecimento catastrófico conheci- muitos animais fossilizados tais como
O conceito de uma catástrofe univer- do como o dilúvio bíblico. Isso explica- os peixes da formação de Santana, no
sal, como o dilúvio descrito na Bíblia, ria a presença de amonites (invertebra- Brasil, oferece evidência inegável de ca-
está presente em muitas tradições de dos marinhos) em altitudes de milhares tastrofismo. Outra evidência é a exce-
cada continente.29 Serão essas tradições de metros no meio da cordilheira dos lente preservação de pequenos peixes e
mera coincidência? Ou apontam para Andes, subindo através de Cajón del insetos da mesma formação no Estado
um cataclismo real, vividamente lem- Malpo, próximo a Santiago do Chile, do Ceará, Brasil, com todos os detalhes
brado através de muitas gerações? Al- ou do outro lado dos Andes, em Neu- de sua delicada estrutura.38
guns autores, como Derek Ager, afir- quén, Argentina. Fósseis tridimensionais de animais
mam que os sedimentos da Terra foram Muitos fósseis fornecem evidência (que são muito raros) dão evidência de
depositados na e pela água, através de de que não viveram no lugar onde fo- um sepultamento ainda em vida, ou de
uma catástrofe. Esses autores sugerem ram descobertos.34 A orientação dos um enterramento imediatamente após
ainda eventos catastróficos como a cau- troncos de árvores e a ausência de raízes a morte. O estudo de alguns peixes da
sa do aparecimento e desaparecimento em florestas petrificadas da Patagônia, formação de Santana revelou a presen-
de organismos no registro dos fósseis, no sul da Argentina, revelam que um ça de parasitas (copépodes) em suas bar-
embora a maioria deles não aceite a transporte precedeu o sepultamento. O batanas. A investigação mostrou que a
idéia de uma catástrofe global.30 agente mais provável dessa transporta- petrificação de alguns espécimens deve
No fim do século 16, T. Burnet publi- ção foi a água, conforme demonstrado ter começado enquanto o animal estava
cou um livro sobre a origem do mundo pelo estudo de Harold Coffin acerca da vivo.39 O mesmo fenômeno é visto em
e sua destruição por um dilúvio, mere- catástrofe do Monte St. Helens, nos Es- fósseis de trilobitas encontrados em Ju-
cendo a apreciação de Isaque Newton. tados Unidos.35 juy, Argentina, e entre La Paz e Oruro,
Grandes naturalistas do século 19, tais O mesmo pode ser aplicado à ecolo- no Altiplano Boliviano. Em Quebrada
como Cuvier e D’Orgigny, também de- gia de animais e plantas dentro do mes- de Humahuaca, em Jujuy, e no monte
fenderam a teoria do dilúvio. Tentando mo período geológico. Fósseis de ani- Tunari, em Vinto, Cochabamba, Bolí-
ajustar o registro bíblico ao conheci- mais e de plantas que deviam ter servi- via, a preservação de “cruzianas” (tra-
mento científico de seu tempo, eles apre- do como seu alimento, freqüentemente ços de trilobite) é ainda mais notável.
sentaram interpretações que desacredita- não aparecem juntos como era de se es- Outra evidência do súbito sepulta-
ram a Bíblia no mundo científico.31 perar. Isso pode ser visto não somente mento de organismos vivos é a de ostras
10 Diálogo 13:1 2001
fechadas e petrificadas achadas ao longo
de pequenos rios, perto de Libertador San Carlos F. Steger é diretor da filial do Ge-
Martin, em Entre Rios, Argentina, e em oscience Research Institute, com sede em
muitos lugares da Patagônia.40 Loma Linda, Califórnia. Seu endereço: Ins-
Esqueletos delicados e articulados de tituto de Geociência, Universidad Adventis-
mesossauros podem ser achados em ro- ta del Plata; 3103 Libertador San Martin,
cha calcária, no Estado de São Paulo, Entre Rios; Argentina.
Brasil. Segundo a geologia uniformista,
cada camada de sedimentos exigiu um Notas e referências
1. Gerald A. Kerkut, Implications of Evolution
ano para ser depositada, mas o diâme- (Oxford: Pergamon Press, 1973), pág. 134.
tro de muitos desses pequenos ossos de 2. Horacio Camacho, Invertebrados fósiles Ovo de dinossauro fossilizado da
dinossauros excede a espessura de uma (Buenos Aires: Eudeba, 1966), pág. 1. Patagônia, Argentina.
camada. Se o modelo uniformista for 3. André Cailleux, Historia de la Geología,
segunda edição (Buenos Aires: Eudeba, 19. Kerkut, pág. 135.
aceito, é imperioso também admitir o 1972), págs. 14, 22 e 37.
fato de que os ossos frágeis do mesos- 20. Hitching, pág. 19.
4. Idem, pág. 12. 21. Kurtén, pág. 140.
sauro foram expostos a agentes destru- 5. Camacho, pág. 12. 22. Michael Shermer, 25 Creationists
tivos por um ano, sem serem desarticu- 6. A. Brouwer, General Palaeontology Arguments and 25 Evolutionists Answers,”
lados ou degradados antes que o sedi- (Chicago: The University of Chicago Press, Skeptic, 2:2, págs 1-7; Hitching, pág. 17.
1968), pág. 15; Camacho, pág. 28. 23. Simpson, págs. 113-115; Arduini, pág. 26.
mento seguinte fosse depositado — um 7. Björn Kurtén, Introducción a la 24. Kurtén, págs. 71 e 72; Arduini, pág. 26.
cenário irreal. Paleontología: El mundo de los dinosaurios 25. Leonard Brand, “Fósiles Gigantes del
Kurtén salienta: “Muitos esqueletos (Madrid: Ediciones Guadarrama, 1968), Mundo Antiguo”, Ciencia de los Orígenes
completos desses dinossauros [Hadros- pág. 11; Paolo Arduini e Giorio Teruzzi, 33 (setembro a dezembro de 1992),
Guía de fósiles (Barcelona: Ediciones págs. 1-3; Kurtén, pág. 72.
sauros] foram achados na posição de Grijalbo, 1987), pág. 12.
nado e com as cabeças puxadas para 26. Raup, pág. 2l; Simpson, pág. 24.
8. Cyril Walker e David Ward, Fósiles 27. Kurtén, pág. 67.
trás, como se estivessem agonizando.”41 (Barcelona: Ediciones Omega, 1993), 28. Kerkut, pág. 136; Kurtén, pág. 60.
Isso, novamente, fornece apoio para o pág. 12; Kurtén, pág. 13. 29. Cailleux, págs. 12 e 26.
modelo catastrófico. 9. Kurtén, pág. 14; Arduini, pág. 10. 30. Ager, págs. 27, 33, 60 e 65, ff.
10. George Gaylord Simpson, El sentido de la 31. J. Fuset-Tubiá, Manual de Zoología (México,
evolución (Buenos Aires: Eudeba, 1978), D.F.: Edit. Nacional, 1949), pág. 198;
Conclusão págs. 48, 49; Kurtén, pág. 12. Cailleux, pág. 75; Gould, pág. 147.
Que história os fósseis, incluindo os 11. Derek V. Ager, The Nature of the 32. Ariel A. Roth, Origins: Linking Science and
achados na América do Sul, nos con- Stratigraphical Record (Chichester, England: Scripture (Hagerstown, Maryland: Review
John Wiley & Sons, 1993), pág. 30; Walker and Herald Publ. Assn., 1998), págs. 170-
tam? Eles falam de um enterro catastró- e Ward, pág. 8; David M. Raup e Steven
fico por água em muitas áreas do mun- 175.
M. Stanley, Principios de Paleontología 33. Anselmo Windhausen, Geología Argentina,
do, contradizendo assim o modelo uni- (Barcelona: Editorial Ariel, 1978), (Buenos Aires; S. A. Jacobo Peuser, 1931),
formista. Um número crescente de geó- págs. 124 e 143. parte 2, págs. 417 e 546.
logos modernos concorda com essa opi- 12. Eric Trinkaus e William W. Howells, 34. Kurtén, págs. 15 e 16; Camacho, pág. 28.
Neandertales, em Investigación y Ciencia, n° 35. Harold Coffin, “Mount St. Helens and
nião, embora não admitam a teoria de 41, págs. 60-72; edição castelhana da Spirit Lake”, Origins, 10:1 (1983)
um dilúvio universal. Nós, que nos apoia- Scientific American (fevereiro de 1980), págs. 9-17); Ariel Roth, “Ecosistemas
mos na história bíblica de um dilúvio pág. 62; Kurtén, pág. 18. incompletos”, Ciencia de los Orígenes,
universal, achamos no registro de fósseis 13. Camacho, pág. 3; Kurtén, pág. 20. setembro a dezembro de 1995,
14. Francis Hitching, The Neck of the Giraffe: págs. 11-13.
abundante evidência de que a superfície Where Darwin Went Wrong (New York:
da Terra experimentou as convulsões de 36. Arduini, pág. 12; Kurtén, pág. 71.
Ticknor & Fields, 1982), pág. 16; Cristian 37. Eric Powell, George Staff, David Davies e
uma destruição catastrófica. S. Petersen e Armando F. Leanza, Russel Callender, “Rates of Shell
Elementos de geología aplicada (Buenos Dissolution versus Net Sediment
Aires: Librería y Editorial Nigar, 1979), Accumulation: Can Shell Beds Form by
pág. 305. Gradual Accumulation of Hardparts on
15. Arduini, pág. 19; Petersen, págs. 303 the Sea Floor?” Abstracts With Programs,
e 304. 20:7 (1998); Reunião Anual, Geological
16. Stephen Jay Gould, La flecha del tiempo Society of America, 1988.
(Madrid: Alianza Editorial, 1992), págs. 82 38. Harold Coffin, “La Asombrosa Formación
e 139; Cailleux, págs. 19 e 79. Santana”, Ciencia de los Orígenes, maio a
17. Simon Conway Morris e H. B. agosto, 1991, págs. 1, 2 e 8.
Whittington, Los animales de Burgess Shale 39. Idem, pág. 2.
em Investigación y Ciencía, n° 36 (setembro 40. Joaquín Frenguelli, Contribución al
de 1979), págs. 88-99; Simpson, págs. 15, conocimiento de la geología de Entre Ríos
16, 21 e 22; Raup, pág. 16. (Buenos Aires: Imprenta y Casa Editora
18. Ver Simpson, págs. 40, 45-49; Raup, Coni, 1920), pág. 43.
Peixe fossilizado do nordeste do Brasil. pág. 124; Camacho, pág. 58. 41. Kurtén, pág. 115.

Diálogo 13:1 2001 11


Por que algumas igrejas
crescem e outras não?
Daniel Julio Rode

E specialistas em crescimento da igre-


ja admitem que é difícil explicar
com precisão por que algumas
congregações crescem e outras não. O
crescimento de uma igreja é ato com-
estar comprometido no sentido de al-
cançar os perdidos e desenvolver os
membros. O pastor também precisa ter
visão. As igrejas que crescem são dife-
rentes em caráter, e essa índole pode ser
plexo e não há maneira de reduzir essa descrita como ‘vida’. Freqüentemente,
complexidade a uma simples fórmula.1 tudo que um pastor precisa para revita-
Contudo, experts do gabarito de Peter lizar a congregação é produzir uma faís-
Wagner, Christian Schwarz e Ken Hemp- ca e alimentar a chama”.3
hill vêm estudando esse fenômeno em
Embora apenas Deus possa
diferentes países e culturas, e desenvol- 2. Desenvolvem ministérios de acor-
veram vários modelos de igrejas sadias e do com os dons, e evangelismo de
em crescimento. Uma análise desses es- acordo com as necessidades
produzir crescimento genuíno tudos, aliada a observações experimen- O Espírito Santo concede aos mem-
tais diretas, indicam que tais congrega- bros variados dons. O papel do líder é
ções tomaram 10 iniciativas específicas. “simplesmente ajudar os membros da
de membros, os pesquisadores igreja a descobrirem e reconhecerem os
1. Possuem uma liderança compe- dons que Deus lhes deu, e acharem um
tente e visionária serviço consonante com esses dons.
descobriram 10 fatores As igrejas que crescem têm líderes vi- Quando os crentes vivem em conformi-
sionários. Esses líderes são dirigentes dade com seus dons espirituais, eles não
otimistas que aceleram, concentram e trabalham segundo seus próprios esfor-
dirigem todas as atividades da igreja se- ços, mas o Espírito de Deus opera neles.
transculturais que contribuem gundo a visão divina para aquela con- Desse modo, cristãos comuns podem
gregação, e no sentido de produzir cres- apresentar um desempenho extraordi-
cimento. Eles geram entusiasmo. São nário.”4
ao crescimento da igreja. agentes de mudança que sabem o que a Um estudo revelou que 68% dos
igreja e a comunidade precisam e como membros de igrejas em crescimento dis-
podem atender a essas necessidades seram: “As tarefas que desempenho na
usando os dons que os membros da igreja estão de acordo com meus dons.”
igreja possuem. São treinadores. Em congregações estagnadas, somente
Os estudos de Schwarz mostram que 9% harmonizam-se com essa declara-
os pastores de congregações florescen- ção. O mesmo estudo também mostrou
tes reconhecem o potencial dos leigos. que nas igrejas em crescimento, os cola-
Esses ministros não precisam ser super- boradores voluntários recebem mais
estrelas. Basta-lhes apenas ser pessoas treinamento do que em igrejas estanca-
que treinam outros crentes para o servi- das.5
ço.2 Charles Chaney, um perito em cres-
Kirk Hadaway, um pesquisador e cimento de igreja, diz que onde quer
analista de crescimento da igreja, diz: que tenha ocorrido crescimento espon-
“Não são necessários dons e capacida- tâneo, bíblica e historicamente, a razão
des extraordinárias para pastorear uma é que os leigos foram “mobilizados e
igreja em crescimento. Não é preciso ser motivados para o ministério”.6 Gottfri-
um orador dinâmico ou um mestre em ed Oosterwal salienta que um dos fato-
administração. Por outro lado, ele deve res básicos por trás do crescimento

12 Diálogo 13:1 2001


mundial da Igreja Adventista do Sétimo Além disso, essas igrejas são mais estri- em suas igrejas têm sido uma experiên-
Dia é a mobilização dos membros leigos tas e sérias no que toca a sua membre- cia inspiradora; mas somente 49% dis-
e a satisfação das necessidades do povo sia.12 Ademais, segundo Roger Finke e seram o mesmo em igrejas estagnadas.17
ao qual ministram.7 Rodney Stark, que analisaram o cresci-
Robert Schuller tem empregado esse mento da igreja nos Estados Unidos de 7. Desenvolvem um programa
princípio por mais de 35 anos na Cate- 1776 a 1990, as igrejas deixaram de de células
dral de Cristal, na comarca de Orange, crescer quando “rejeitaram as doutrinas Se um ponto se destaca como o mais
Califórnia. Essa igreja implementou um tradicionais e cessaram de ser exigentes importante para o crescimento da igre-
programa de evangelismo focalizado no com seus seguidores”.13 ja, esse é o princípio da multiplicação
atendimento das necessidades do povo celular. O estudo de Schwarz mostrou
através de mais de 150 ministérios. 5. Adotam de estruturas funcionais que quanto mais decisiva é a prática de
Schuller diz: “O segredo do crescimento A estrutura afeta o crescimento da pequenos grupos, tanto mais rápido é o
de uma igreja é descobrir a necessidade igreja. Os especialistas notam dois tipos crescimento da igreja. Em congregações
e prover sua satisfação”.8 de estrutura: a funcional e a tradicional. prósperas, 78% dos membros disseram
McGavran, pioneiro do movimento Schwarz observa: “Nossa pesquisa teve que suas igrejas “encorajavam consci-
de crescimento da igreja, afirma que as êxito em demonstrar e atestar que o fe- enciosamente a multiplicação de pe-
congregações que crescem têm 60% de nômeno doentio do tradicionalismo... quenos grupos mediante divisão, ao
membros ativos, 20% lotados em evan- está numa relação inversa tanto com o passo que em igrejas estancadas somen-
gelismo direto e 40% envolvidos em crescimento como com a qualidade das te 6% disseram o mesmo”.18
trabalho interno, mas com foco no de- igrejas”.14 Cinqüenta por cento dos O maior milagre do Pentecostes não
senvolvimento ou crescimento.9 membros de igrejas em decréscimo ou foi o batismo de 3000 pessoas, mas o
declínio, desabafaram: “Considero nos- fato de que os novos membros “perse-
3. Irradiam o contágio da sa igreja tradicionalista”, mas somente veraram na doutrina dos apóstolos, e
espiritualidade 8% disseram o mesmo em igrejas que na comunhão, e no partir do pão, e nas
O método de Cristo para o evangelis- crescem.15 Tradições são boas somente orações” (Atos 2:42). Uma razão para
mo é espalhar o “testemunho” (Mateus quando baseadas nos princípios revela- sua perseverança foi o estabelecimento
24:14). A “ousadia” de pregar o evange- dos na Palavra de Deus. O que prejudica de “igrejas nos lares”. Essa iniciativa foi
lho era uma das marcas do crescimento a igreja não são as tradições embasadas decisiva para a sobrevivência em tempo
da igreja primitiva (Atos 4:13, 31; 13:46; na Bíblia mas o tradicionalismo que a de perseguição. “Durante o tempo de
14:3; 19:8; I Tessalonicenses 2:2). impede de realizar as mudanças neces- perseguição, o conceito de pequenos
Muitos grupos com doutrinas errô- sárias para continuar crescendo. grupos nos lares desenvolve-se e a igreja
neas registram crescimento elevado ba- Considere a igreja apostólica. A ne- cresce espiritualmente e em número”.19
sicamente por causa de seu entusiasmo cessidade de servir as viúvas tornou ne- Ellen White declara: “A formação de
para espalhar a mensagem. ”O entusias- cessária uma mudança estrutural. O re-
mo com o qual a fé é vivida... quase sultado foi que “crescia a palavra de
sempre acompanha o entusiasmo por Deus e em Jerusalém se multiplicava
sua própria igreja”, e isso produz cresci- muito o número de discípulos, e grande
mento. Os membros de 76% das con- parte dos sacerdotes obedecia a fé”
gregações prósperas, segundo Schwarz, (Atos 6:7). Depois de estudar as maiores
dizem: “Estou entusiasmado com mi- congregações do mundo, John N. Vau-
nha igreja,” mas somente 33% de mem- ghan declarou que “quase toda igreja
bros de igrejas retrocedentes falam des- grande tornou-se assim porque deu pas-
sa maneira.10 sos corajosos no sentido de se reorgani-
zar ao longo da vereda do crescimen-
4. Seguem prioridades baseadas to”.16
na Bíblia
As igrejas que crescem têm suas prio- 6. Planejam inspiradores serviços
ridades arranjadas segundo a ordem bí- de culto
blica: relacionamento com Deus, relaci- Os estudos de Schwarz demonstra-
onamento com a igreja local, e dedica- ram que as igrejas que crescem têm
ção ao trabalho da igreja. No trabalho “um culto inspirador”. “A questão se o
da igreja o evangelismo é a prioridade, culto produziu uma experiência inspi-
vindo depois o envolvimento social.11 radora está na proporção direta de seu
A razão básica por que as igrejas con- crescimento qualitativo e quantitati-
"Ninguén falou comigo...
servadoras crescem é sua prioridade vo.” Em congregações crescentes, 80%
é a igreja mais fria que já visitei".
evangelística sobre o trabalho social. de seus membros disseram que o culto
Diálogo 13:1 2001 13
pequenos grupos como base do traba- do pelo amor e serviço para criar novos obra sobrenatural como o crescimento
lho cristão foi-me apresentado por Um ministérios e igrejas. “A metodologia de uma planta. O planejamento e a ati-
que não pode errar. Se há um grande evangelística mais eficaz debaixo do vidade humana têm seu lugar, mas o
número na igreja, que os membros se- céu é plantar novas igrejas”.26 fator decisivo continuará sendo a obra
jam formados em pequenos grupos, misteriosa e poderosa do Espírito Santo.
para trabalharem não só a favor dos 10. Valorizam os diferentes aspec- “Não por força, nem por violência, mas
membros da igreja, mas também pelos tos humanos pelo Meu Espírito, diz o Senhor dos
descrentes. Se num lugar houver apenas “As pessoas gostam de se tornar cris- Exércitos” (Zacarias 4:6).
dois ou três que conheçam a verdade, tãs sem terem de cruzar barreiras raci-
que eles se organizem num grupo de ais, lingüísticas ou de classe”.27 “As igre- Daniel J. Rode (Doutor em Missiologia
obreiros”.20 jas ao redor do mundo e através da his- pelo Fuller Theological Seminary) leciona
tória têm crescido basicamente entre homilética e crescimento de igreja na Uni-
8. São amistosas uma espécie de gente de cada vez, e isso versidad Adventista del Plata. Seu endereço:
A amizade é um fator importante indica que continuarão crescendo desse 25 de Mayo 99; 3103 Libertador San Mar-
que afeta o crescimento da igreja.21 Sua modo até que o Senhor volte”.28 As igre- tin, Entre Rios; Argentina. E-mail:
ausência causa apostasia e sua presença jas bem-sucedidas são compostas de um factlsa@uapar.edu
encoraja a volta daqueles que estiveram grupo regularmente homogêneo, ou va-
fora. Estudos recentes em congregações lorizaram todos os grupos dentro da Notas e referências
adventistas hispânicas, no sul da Cali- igreja. A igreja primitiva conseguiu evi- 1. C. Peter Wagner, Your Church Can Grow
fórnia, revelaram que a motivação para tar essa dificuldade por causa de sua (Ventura, Calif.: Regal, 1984).
2. Schwarz, Christian, Las ocho características
a abertura de uma nova igreja ou minis- missão em favor de todos os grupos ét-
básicas de una iglesia saludable (Terrasa,
térios é a amizade e o nível espiritual nicos (Mateus 28:18-20; Atos 2, 10, 15). Barcelona: Clie, 1996), págs. 22 e 23.
dos membros fundadores. A amizade Valorizar todos os grupos humanos foi 3. C. Kirk Hadaway, Church Growth Principles
era como magnetismo para atrair e con- crucial para o crescimento do cristianis- (Nashville, Tenn.: Broadman, 1991), pág. 92.
servar novos membros.22 Win Arn suge- mo primitivo. “Pode ser aceito como 4. Schwarz, pág. 24.
5. Idem., pág. 25.
re que os membros novos devem achar axiomático que onde quer que tornar- 6. Charles L. Chaney, Church Planting at the
ao menos sete novos amigos na igreja se cristão seja considerado uma decisão End of the 20th Century (Wheaton, Ill.:
durante os primeiros seis meses.23 Oi- racial mais do que religiosa, aí o cresci- Tyndale House Publishers, 1982), pág. 81.
tenta por cento das apostasias ocorrem mento da igreja será extremamente va- 7. Gottfried Oosterwal, La Iglesia Adventista
del Séptimo Día en el mundo contemporáneo
durante o primeiro ano. Os membros garoso. Ao enfrentar a igreja a evangeli-
(Libertador San Martín, Entre Rios,
novos põem à prova seus novos amigos, zação do mundo, talvez seu maior pro- Argentina: SALT, 1981), pág. 7.
o amor que recebem, e os grupos que blema seja como apresentar Cristo de 8. Em Roger Dudley e Des Cummings,
deixaram fora da igreja. Esses fatores modo que os de fora possam verdadei- Adventures in Church Growth (Washington,
são importantes em sua decisão de ficar ramente segui-Lo sem traiçoeiramente D.C.: Review and Herald, 1983), pág. 80.
9. Em Daniel Julio Rode, Caracteristicas de
ou sair. deixar sua classe”.29 Levantar essa ques- una iglesia saludable (Libertador San
“As igrejas progressistas têm um tão não significa apoiar racismo de Martin, Entre Rios, Argentína: Imprenta
‘quociente de amor’ mais elevado do qualquer espécie. Para cristãos cheios de Ia Universidad Adventista del Plata,
que as estagnadas ou decrescentes”.24 do Espírito, a questão não é igrejas ho- 1999), pág. 56.
10. Schwarz, pág. 27.
Esse “quociente de amor” gera alegria e mogêneas ou heterogêneas, mas cresci-
11. Wagner, Your Church Can Grow, pág. 87.
bom humor. O riso entre os crentes tem mento de igreja que promove uma mis- 12. Dean M. Kelly, Why Conservative Churches
uma relação significativa com a quali- são com propósito, camaradagem com Are Growing (Macon, Georgia: Mercer
dade e o crescimento da igreja. Nas amor, e evangelismo com alimentação University Press, 1986), pág. 22.
congregações em crescimento, 68% dos constante. 13. Kenneth Hemphill, El modelo de Antioquía:
Ocho características de una iglesia afectiva
membros asseguram que “em nossa (El Paso, Texas: Casa Bautista de
igreja rimos bastante”. Nas igrejas em Conclusão Publicaciones, 1996), pág. 201.
declínio somente 33% disseram o mes- Qualquer congregação que busque 14. Schwarz, pág. 28.
mo.25 crescimento não pode ignorar essas dez 15. Ibidem.
16. John N. Vaughan, The World’s Twenty
caraterísticas. O ponto principal é que
Largest Churches (Grand Rapids, Mich.:
9. Fazem discípulos não há um fator isolado que resulte no Baker, 1984), pág. 29.
A transformação de membro em dis- crescimento de membros, mas a opera- 17. Schwarz, págs. 31-37.
cípulo é um fator importante em con- ção harmoniosa de diversas caraterísti- 18. Idem., págs. 32 e 33.
gregações crescentes. Quanto mais efi- cas visando a um só propósito.30 19. Kurt W. Johnson, Grupos pequeños para el
tiempo del fin (Florida, Buenos Aires: ACES,
caz o processo de fazer discípulos, tanto As igrejas bem-sucedidas sabem que 1999), pág. 45.
mais pujante é o crescimento da igreja. só Deus produz o verdadeiro crescimen-
Não importa qual o método usado no to (I Coríntios 3:6). O crescimento na-
discipulado, desde que ele seja motiva- tural da igreja continuará a ser uma Continua na pág. 35

14 Diálogo 13:1 2001


Tolstoi e a Bíblia: Um
relacionamento complexo
Victor Lyakhou

U m filósofo moral, reformador so-


cial, crítico político, famoso es-
critor, místico abnegado. Nin-
guém preenche tão bem essas descri-
ções como Leon Tolstoi, talvez o maior
história é a fibra moral e espiritual de
indivíduos, freqüentemente do povo
comum.
A segunda obra-prima de Tolstoi,
Anna Karenina (1875-1877), retrata a
novelista que a Rússia já produziu. Tols- tragédia de uma princesa russa que su-
toi (1828-1910) manejava a pena não cumbe vítima de suas próprias paixões,
para entreter mas para sondar a alma, e leva uma vida de infidelidade que ter-
não apenas para registrar os grandes mina em suicídio. A novela expõe os
Que fatores levaram o famoso acontecimentos de sua época mas para fundamentos falsos da sociedade secu-
despertar a paixão moral e fazer um jul- lar e a hipocrisia da aristocracia em rela-
gamento espiritual dessas ocorrências. ção a questões morais. Desde o fim de
Leo Tolstoi nasceu em Yasnnaya Po- 1870, Tolstoi experimentou uma pro-
escritor a primeiramente lyana, uns 160 km ao sul de Moscou. funda crise espiritual e sentiu necessi-
Seus pais morreram quando Tolstoi era dade de aprimoramento moral. Além
jovem e ele foi criado por parentes. De- de um auto-exame rigoroso, ele apre-
abraçar e afinal rejeitar a pois de receber educação básica de pro- sentou uma resoluta crítica dos funda-
fessores estrangeiros, entrou para a Uni- mentos sociais e religiosos da sociedade
versidade de Kazan em 1844, mas ficou russa, inclusive do Estado e da Igreja
Bíblia como um livro inspirado? entediado com seus estudos. Voltou Ortodoxa.
para a fazenda da família e devotou-se a Temas religiosos marcaram algumas
estudo do sentido intrínseco da vida. de outras obras de sua autoria, tais
Antes dos 30 anos publicou suas refle- como a novela Ressurreição (1899), e as
xões numa trilogia quase autobiográfi- historietas O Poder das Trevas (1888), A
ca: Infância (1852), Meninice (1854) e Ju- Morte de Ivan Ilyich (1886), O Diabo
ventude (1857). Essas obras determina- (1889), e A Sonata de Kreuzer (1891).
ram o tom de seus escritos posteriores: Mestre em psicologia e hábil escritor,
o estudo do mundo interior de uma ele envolvia seus leitores numa busca
pessoa, o mandato moral da vida, uma profunda do verdadeiro sentido da
lógica comum oculta na vida cotidiana, vida, enfocando questões como amor,
uma severa crítica dos fundamentos so- ciúmes, sexo, morte e família.
cial e moral da sociedade. Em 1863, ele A agonia interior de Tolstoi e seu
publicou a breve novela Os Cossacos, exame moral próprio desabrocha no
muito bem aceita pelo público. ensaio Minha Confissão (1882). Ele, en-
A maior obra de Tolstoi foi o épico tão, desenvolveu uma visão individua-
Guerra e Paz (1863-1869). Ela recria a lista do cristianismo, diferente da ótica
vida dos diferentes grupos sociais russos da Igreja Ortodoxa, em obras como O
durante a guerra napoleônica de 1812. Que Creio (1884) e O Reino de Deus Está
Além de ser uma crônica histórica, a Dentro de Você (1893). Essa obra não só
novela trata de várias idéias filosófico- ensinou amor cristão e perdão, mas
religiosas, incluindo a liberdade indivi- também a não-violência em face do
dual. Ela rejeita a teoria histórica do mal.
“grande homem”, argumentando que Sua luta constante para alcançar pa-
os heróis não têm muito impacto no drões morais elevados levou Tolstoi, na
curso da história. O que influencia a sua velhice, a abandonar os confortos

Diálogo 13:1 2001 15


do lar e viver uma vida ascética. Sua mento material poderia levar a uma No entanto, ele achou impossível
saúde declinou e em 7 de novembro de verdadeira compreensão da vida. A pró- aceitar uma fé inquestionável. Os servi-
1910 ele faleceu quase que só, distante pria idéia de que a prosperidade pudes- ços religiosos ortodoxos (especialmente
de sua casa. O corpo foi enterrado em se trazer paz interior pareceu-lhe absur- a eucaristia), a adoração de ícones, as
sua fazenda. Nenhum rito religioso da. relíquias e a crença em milagres o em-
marcou o funeral. Depois de voltar da Europa, Tolstoi baraçavam e desafiavam profundamen-
abriu em sua fazenda, em Yasnnaya Po- te. Mais e mais Tolstoi se convencia de
Primeiras lutas lyana, uma escola para filhos de campo- que o cristianismo, sobrecarregado com
A vida de Tolstoi, a partir da infân- neses. Ele se preocupava com a condi- os pesos falsos da história, tinha perdi-
cia, foi marcada por uma série de crises ção dos pobres, e procurava melhorar do sua simplicidade apostólica. Assim
íntimas. Em Minha Confissão, ele admi- sua vida pela educação. O êxito inicial ele se propôs escoimá-lo de todos os
te que embora tivesse sido batizado e de seus métodos de ensino levou-o a elementos opressivos e estranhos, e des-
criado numa família ortodoxa, por vol- publicar uma revista de pedagogia que cobrir os verdadeiros ensinamentos de
ta dos 18 anos não cria em nada do que esboçava suas teorias sobre educação. Cristo. Dessa forma produziu, em 1880,
lhe ensinaram. E escreveu: “A julgar de Mas logo concluiu que não tinha o di- Um Exame da Teologia Dogmática, uma
certas lembranças, nunca cri seriamen- reito de ensinar crianças, porque não análise crítica dos dogmas da Igreja Or-
te; eu tinha confiança somente no que sabia o que lhes ensinar. todoxa, um passo que o levaria final-
aprendera e no que os adultos ensina- mente à excomunhão.
vam em minha presença; mas essa con- O homem de família e sua busca de Um ano mais tarde, Tolstoi publicou
fiança era muito frágil”.1 Deus outra obra crítica procurando recons-
Um incidente na infância o afetou Em 1862, Tolstoi casou-se com truir os evangelhos segundo ele os com-
profundamente. Quando Tolstoi tinha Sonya Bers. No princípio, os dois fruí- preendia. Como em suas primeiras
11 anos, seu amigo e colega Volodia ram um casamento feliz que parecia tê- obras sobre religião, Tolstoi rejeitava
contou-lhe as últimas novidades da es- lo salvo de profunda aflição interna. aquilo com o qual não concordava e re-
cola: “Não existe Deus. Tudo que nos Embora apreciasse a vida com a esposa tinha o que achava que contribuiria
ensinaram na escola e na família é fic- e filhos, ele começou a preocupar-se em com uma melhor compreensão do
ção”. “Poderia isso ser verdadeiro?”, como aumentar a renda pessoal. Sua mundo.
ponderou o jovem Tolstoi. Aos 16 anos luta anterior em busca de perfeição ce- A relação de Tolstoi com o cristianis-
deixou de ir à igreja e perdeu o interesse deu lugar a tentativas de viver “tão con- mo, especialmente com a Bíblia, sem-
na oração e no jejum. Como muitos jo- fortavelmente quanto possível para pre se constituiu um dilema para os
vens sem orientação religiosa bem defi- mim e minha família”.2 Esse período, cristãos. De um lado, ele era uma pes-
nida, Tolstoi abraçou a filosofia dos que durou uns 15 anos, foi talvez o soa espiritualmente sensível, procuran-
“instintos naturais”, e mais tarde con- tempo mais criativo para Tolstoi. Ele do viver segundo elevadas normas mo-
fessou que tinha gasto 10 anos imerso produziu as obras-primas Guerra e Paz e rais. Por outro, rejeitava o cristianismo
em fornicação, bebedeira, violência, as- Anna Karenina. Logo, porém, Tolstoi so- tradicional e tentava criar uma nova re-
sassinato e muitas outras violações. Em freu outra crise espiritual. Tinha felici- ligião. Ele negava a divindade de Cristo
1851, ele se alistou no exército. Sua ex- dade e amor, bem-estar e glória, mas e o comparava a Sócrates, Buda, Confú-
periência resultou em Os Cossacos, uma achou-se num beco sem saída. “Minha cio e outros sábios. Chegou mesmo a
concisa novela que tratava da guerra na vida paralisou-se”, escreveu. “Era como reescrever os evangelhos.
região do Cáucaso, a qual lhe rendeu se eu tivesse estado vivendo e andando, Como, então, haveremos de compre-
fama nacional. e chegado a um abismo, onde vi clara- ender as contradições de Tolstoi? Antes
Tolstoi deu baixa do serviço militar mente que não havia nada pela frente de tentar dar uma resposta, devíamos
em 1856. Não obstante sua frivolidade senão perdição. Era impossível parar e nos lembrar de que o escritor, em sua
e irresponsabilidade, passou muito tem- voltar e impossível fechar os olhos para busca da abordagem educacional, vol-
po em meditação. Nos momentos críti- não ver que nada havia pela frente a tou-se para os ensinamentos da Bíblia.
cos, como por exemplo, quando era não ser sofrimento e morte iminente —
guarda no regimento de cossacos, ele aniquilação completa”.3 Tolstoi, o educador
freqüentemente orava e pedia a Deus A fim de encontrar uma fé nova e A apreciação inicial da Bíblia e a
para protegê-lo. melhor, Tolstoi reencetou sua busca de abordagem por Tolstoi é melhor vista
Em 1857 começou a viajar pela Euro- Deus. Começou a freqüentar a igreja e a em sua obra educacional e métodos pe-
pa, visitando homens de grande erudi- seguir todos os seus rituais. Ele rejeitou dagógicos. Em 1860, sentiu que as Es-
ção e observando o progresso por toda a teoria de Besukhov de que “vida é crituras poderiam dar uma contribuição
parte. Contudo, ao testemunhar por tudo — vida é Deus”. Em vez disso, sub- positiva na educação das crianças. Es-
acaso uma execução, sofreu rude cho- meteu-se ao imperativo tradicional: creveu: “Sem a Bíblia, o desenvolvi-
que. Ele questionou se o desenvolvi- “Deus é tudo. Deus é vida.” mento da criança ou do homem é im-

16 Diálogo 13:1 2001


pensável em nossa sociedade, tanto tisse com a Bíblia, especialmente em humanos podem viver a vida em sua
quanto era imponderável a sociedade suas narrativas sobre a origem do mun- plenitude.
grega sem Homero. A Bíblia é o livro do, da humanidade e da história. Daí Durante duas décadas da vida de
essencial para a primeira leitura das cri- seu apelo para que a Bíblia fosse tradu- Tolstoi, podemos acompanhar seu pen-
anças. A Bíblia em seu conteúdo, bem zida em linguagem simples, sem dimi- dor para um humanismo místico criado
como em sua forma, devia servir de nuir-lhe a autoridade. “As omissões na por ele. Depois de muito estudo e medi-
modelo de todos os manuais e livros de história sagrada são ininteligíveis e so- tação sobre o Novo Testamento, ele pre-
leitura para crianças”.4 mente prejudicam o caráter e a beleza tendia ter achado o princípio essencial
Tolstoi não só insistia na inclusão da da Santa Escritura”.7 Tolstoi se opunha a que caraterizou a vida de Jesus: “Não
Bíblia no currículo escolar, mas estava que qualquer tradutor omitisse o que resista ao mal”. A partir da leitura da
também resolvido a dar-lhe um lugar lhe parecesse impróprio ou irracional. Bíblia, Tolstoi formulou um manda-
especial. Por exemplo, ele argumentava Passagens enigmáticas como as que se mento dividido em cinco partes, que as
que a Bíblia provia à criança uma histó- encontram em Gênesis não deviam ser pessoas precisavam obedecer para ter
ria cósmica — “a história sagrada”, omitidas: “O Espírito de Deus movia-se uma vida ideal. São elas: Não se ire; não
como ele a chamava. A partir dessa vi- sobre a face das águas”; “Deus soprou se deixe levar pela sensualidade; não se
são cósmica, a criança seria ajudada a em suas narinas o fôlego da vida”, a cri- obrigue com juramentos; não resista ao
compreender a história da Rússia. “Não ação de Eva a partir de uma costela de malvado; seja bom para com o justo e o
há livro como a Bíblia,” escreveu ele, Adão; as sentenças afirmativas de que a injusto.
“para abrir um mundo novo ao aluno e recém-terminada Criação era “muito Enquanto ele formulava sua própria
fazer com que ele, sem conhecimento, boa”, e a expressão “foi-se a tarde e a religião, pôs de lado o Velho Testamen-
venha a amar o conhecimento. Falo manhã”.8 to como “a estranha fé dos judeus”,
mesmo daqueles que não encaram a Bí- Essas passagens e outras igualmente embora houvesse usado algumas de
blia como uma revelação. Ao menos, difíceis não fizeram com que Tolstoi suas grandes histórias em seu experi-
não há obra que eu saiba que una todos duvidasse da autoridade da Bíblia. Ele mento pedagógico. Mesmo no uso do
os lados do pensamento humano de queria que a ela contasse a história sa- Novo Testamento, ele era seletivo e ex-
uma forma tão sucinta e poética como grada sem qualquer interferência. “Eu perimental. Não tinha lugar para o livro
se acha na Bíblia. Todas as questões so- não mudei nem omiti mesmo uma úni- do Apocalipse, pospondo-o como mito-
bre os fenômenos naturais são explica- ca palavra... Quão compreensível e cla- logia sem sentido. Somente os evange-
das por esse livro; todas as relações pri- ro é tudo o que a Bíblia diz, especial- lhos o interessavam, mas achava que
mitivas dos homens uns com os outros, mente para a criança e ao mesmo tem- eram necessárias certas correções neles.
da família, do Estado, da religião, são po quão estrito e sério é!... Não posso Tolstoi tornou-se progressivamente
pela primeira vez conscientemente re- imaginar como a educação seria possí- fascinado pela simplicidade e amor da
conhecidos nesse livro.”5 vel sem esse livro”.9 vida de Jesus. Sentindo uma vocação
Tolstoi cria que a Bíblia devia sua in- Com opinião tão positiva sobre a Bí- íntima para tal vida, ele renunciou a
fluência à poesia e narrativas marcantes blia como a que Tolstoi manteve duran- suas posses terrestres. Isso produziu bri-
contidas em suas páginas. “O lirismo te suas experiências na educação, o que gas freqüentes com sua mulher, que
dos salmos de Davi atua não só sobre as o transformou tão radicalmente duran- chamava sua atenção para a responsabi-
mentes de alunos mais desenvolvidos, te a última parte de sua vida? Parte da lidade com relação ao futuro e bem-es-
mas todos, pela primeira vez, aprendem resposta se encontra em sua preocupa- tar dela e dos treze filhos. Tolstoi resol-
desse livro o encanto da poesia épica ção humanística com o que ele chama- veu o problema doando a propriedade à
em sua simplicidade e força inimitá- va “a religião da vida”. esposa e vivendo uma vida simples com
veis. Quem não chorou ao ler a história seus camponeses.
de José e seu encontro com os irmãos? Tolstoi, o humanista Na obra O Reino de Deus Está Dentro
Quem não narrou, com um coração Na base da abordagem posterior de De Você, Tolstoi argumentava que Deus
contrito, a história de Sansão preso e Tolstoi sobre religião, jaz uma compre- está dentro do coração de cada indiví-
privado de seus cabelos, quando ele, ensão humanística da vida — que os se- duo e Se revelará em cada luta individu-
vingando-se de seus inimigos, pereceu res humanos têm em si a capacidade de al em busca da perfeição. A partir daí
sob os escombros do palácio, e centenas compreender o significado e propósito elaborou uma filosofia da história que é
de outras impressões com as quais fo- da existência. Dentro de cada ser huma- determinada em grande parte pelo de-
mos criados, como com o leite de nos- no, Tolstoi cria, há uma natureza mais senvolvimento moral dos indivíduos. O
sas mães?”6 elevada e outra mais baixa. A última mundo afinal vai atingir seu estado de
Tolstoi insistia que a Bíblia continha freqüentemente arrasta indivíduos e co- bem-aventurança mediante esse cres-
um potencial único para formar pessoas munidades à maldade. Mas se a nature- cente aperfeiçoamento moral dos indi-
morais. Afirmou que ninguém jamais za superior se une e comunga com uma víduos que observam a lei suprema do
poderia produzir um livro que compe- força mais alta, a saber, Deus, os seres

Diálogo 13:1 2001 17


amor e renunciam a qualquer forma de to, a única autoridade em matéria de constante pela perfeição moral. Contu-
violência. religião e fé devia ser o homem e não do, sua rejeição da Bíblia como um li-
Deus. Essa compreensão levou Tolstoi vro divinamente inspirado levou-o a
Tolstoi, a personalidade complexa ao ponto de criar uma nova e pessoal forjar a própria religião, rejeitando por
Visto de qualquer ângulo, Tolstoi é religião, baseada não na revelação divi- fim Aquele que declarou: “Eu Sou o ca-
um indivíduo complexo, difícil de ser na, mas em sua mente. minho e a verdade e a vida” (João 14:6).
dissecado ou analisado. Durante sua Assim, como havemos de compreen-
atividade pedagógica inicial, ele sentiu der a relação de Tolstoi com a Bíblia? Victor Lyakhou ensina literatura russa
a necessidade da Bíblia para orientar Essa pergunta exige outra: Qual Tolstoi? no Zaoksky Theological Seminary na Rús-
mentes jovens. Mais tarde, quando per- Se pensarmos em Tolstoi, o pedagogo, sia. Seu endereço postal: Rudneva Street,
deu o interesse na educação, ele não certamente vemos alguém que cria que 43-A; 301000 Zaoksky, Tula Region; Rús-
podia conciliar a pompa e o orgulho da a Bíblia tinha um papel positivo a de- sia. E-mail: liakhou@zaoksem.tula.net
igreja com o chamado do Novo Testa- sempenhar no desenvolvimento dos jo-
mento para viver uma vida simples. Ele vens, revelando como viver uma vida Notas e referências
se considerava um cristão nominal, vi- moral, perto de Deus. Se pensamos em 1. Leo N. Tolstoi, My Confession. Traduzido e
vendo a ética da Bíblia segundo a pró- Tolstoi, o humanista místico e moralis- editado por Leo Wiener (London: J. M.
Dent & Co).
pria compreensão. Posteriormente, re- ta absoluto, encontramos uma persona-
2. Idem, pág. 16.
jeitou os milagres e a divindade de Cris- lidade complexa, dividida interiormen- 3. Idem, pág. 19.
to. Isso o levou a desenvolver um evan- te, agitada, procurando um lugar para 4. Lev N. Tolstoi, Pedagogical Articles.
gelho próprio, purificado de tudo o que descansar mas nunca chegando, pondo Traduzido por Leo Wiener (Boston: Dana
ele achava sobrenatural ou falso. Aqui, a confiança na habilidade humana de Estes & Company, 1904), págs. 311, 312.
5. Idem, págs. 310, 311.
novamente, podemos perceber o huma- conhecer a Mente eterna, e afirmando 6. Idem, pág. 311.
nista ativo, ao Tolstoi declarar que só que ninguém pode atingir à perfeição. 7. Idem, pág. 308.
podemos aceitar as coisas que “são dita- Quase um século após sua morte, 8. Ibidem.
das pela razão, porque ela foi dada por Tolstoi ainda nos impressiona com o vi- 9. Idem, págs. 308, 309.
Deus diretamente ao homem”. Portan- gor de seu gênio literário e sua luta

Assinaturas

D
epois de um longo e árduo trabalho, você finalmente tem seu diploma
na mão. Ótimo! E agora que está neste vasto mundo, você se esforça
para continuar sendo um cristão dedicado. Num aprendizado que dura
a vida toda. Não é fácil! Mantenha-se em contato com as atividades e os melho-
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18 Diálogo 13:1 2001


Foro Aberto
Podemos crer em
Norman H. Young
milagres?

A o ler a Bíblia, encontro muitas histórias


de milagres — acontecimentos que pa-
recem ser causados por fatores além do al-
esses relatos se refiram a atos de Jesus.
Eles não são invenções mitológicas pos-
teriores da igreja primitiva. Como
de um milagre, é Seu modo, e não o
fato da atividade de Deus, que é dife-
rente.
cance da compreensão humana. Sendo Graham Twelftree demonstrou, um Je- Terceiro, como conciliarmos a fé
cristão, aceito a autenticidade dessas his- sus sem milagres não é o Jesus dos com a ciência? Milagres precisam ser
tórias, mas como estudante de ciência, evangelhos, nem o Jesus da história consistentes com o caráter e propósitos
acho-as contrárias às leis observáveis da (ver Graham Twelftree, Jesus the Miracle de Deus. Não são apenas maravilhas a
Natureza. Como posso conciliar minha fé Worker [Downers Grove, Illinois: Inter- serem exibidas num espetáculo de TV.
em Deus, minha confiança na Bíblia e Varsity Press, 1999]). Por que Deus, em certas ocasiões, revela
meu conhecimento progressivo das ciênci- Segundo, como descrevemos um mi- Sua presença ao fazer temporariamente
as? lagre? O leitor sugere que “parecem ser uma exceção no ritmo usual da Nature-
— Um Leitor Inquiridor causados por fatores além do alcance da za? É porque o acontecimento é consis-
compreensão humana” e eventos “con- tente e deliberado dentro da linha divi-

H á algumas suposições e perguntas


contidas nessa declaração. Trate-
mos delas pela ordem. Primeiro, os fe-
trários às leis observáveis da Natureza”.
A palavra “lei”, nessa definição, pode
ser enganosa. “Lei da Natureza” é real-
na de ação. Milagres para o cristão nun-
ca são arbitrários, triviais ou capricho-
sos. Milagres são ancorados na fé.
nômenos milagrosos mencionados na mente uma maneira lacônica de descre- Nos evangelhos, fé é a preparação e o
Bíblia. Teólogos desde David Strauss a ver o que a grande maioria das pessoas produto dos milagres de Jesus. A ressur-
Rudolf Bultmann têm procurado inter- têm observado sob as mesmas condi- reição de Jesus é, naturalmente, o mila-
pretar o cristianismo sem milagres, mas ções, sempre ou na maioria das vezes. gre supremo do evangelho e, de fato, a
o leitor está certo em seu questiona- Se perguntarmos de onde essas consis- base do cristianismo. As razões para se
mento: o registro bíblico contém mui- tências observáveis da Natureza — suas crer nela são irrefutáveis, mas nenhum
tos acontecimentos inexplicáveis medi- “leis”— vieram, somos confrontados volume de evidência pode convencer
ante nossa experiência comum. Conse- com duas opções: elas acontecem es- aqueles que, de início, admitem a im-
qüentemente, não se pode negar os mi- pontaneamente ou procedem de uma possibilidade de tal acontecimento. A
lagres e ler a Escritura com isenção. Isso inteligência suprema. O leitor aceita a ciência verdadeira engendra um espíri-
é especialmente verdadeiro nos relatos última. Mas uma vez aceita a realidade to de humildade bem como de pesqui-
evangélicos sobre Jesus. de Deus, a possibilidade de milagres sa. Humildade, tanto na fé como na ci-
Por exemplo, há 20 histórias de mi- muda para outro plano. ência, é a melhor atitude para harmoni-
lagres e várias sinopses de curas em Uma vez que a sabedoria de Deus é zar as duas esferas de compreensão.
Marcos que constituem aproximada- considerada o ingrediente indispensá-
mente um terço de seu conteúdo. As- vel para fornecer ao Universo significa- Norman H. Young (Ph.D. pela Manches-
sim, o leitor da Bíblia é logo confronta- do e racionalidade e dar-nos mentes ter University) ensina teologia no Avondale
do com o fenômeno do milagre. Alguns com as quais discernir suas leis, a ativi- College na Austrália. Esta matéria é uma
deles, como o aplacamento do mar dade extraordinária de Deus no mundo versão resumida de seu artigo, The Questi-
(Marcos 4:35-41), podia ser classificado não pode ser excluída por razões lógicas on of Miracles, volume 1, da série Christi-
como uma “coincidência” miraculosa, ou mesmo empíricas. an Spirituality and Science, publicado
e assim não “contrária às leis observá- Eu disse “extraordinária”, e não “so- pela Avondale Academic Press. Para assina-
veis da Natureza”. Contudo, muitos de- brenatural”, porque creio que Deus está turas, contate o editor, Dr. Kevin de Berg,
les, tais como a purificação espontânea não somente presente nos aconteci- P.O. Box 19; Cooranbong, N.S.W.; Austrá-
de um leproso ou o caminhar sobre as mentos milagrosos dos evangelhos lia. E-mail: kevin.deberg@avondale.edu.au
águas de um lago agitado pela tempes- como também nas ocorrências comuns
tade (Marcos 1:40-45; 6:45-52), são da vida. Ele está presente tanto quando
acontecimentos além de nossa experi- sepultamos nossos mortos como quan-
ência usual. E há pouca dúvida de que do Jesus ressuscitou a Lázaro. No caso

Diálogo 13:1 2001 19


Perfil
Phetsile Kholekile Dlamini
Diálogo com a Ministra da Saúde e do Bem-estar
Social de Suazilândia

P hetsile Kholekile Dlamini é filha do adventismo. Segunda de uma família sofrimento me fez tomar a decisão de
de cinco filhos, ela cresceu num lar adventista fiel. Embora seu pai fosse estudar com afinco, a fim de poder ter
um simples agricultor, ele conhecia o valor da educação cristã e de uma fer- minha profissão. Andar descalça no in-
vorosa devoção espiritual. Phetsile adotou esses dois valores desde o início de verno ou ter um único par de sapatos
seus estudos na escola adventista de Mbukwane — a primeira escola com furos apenas serviu de motivação
denominacional em Suazilândia. Em 1970, ela concluiu seu bacharelado em ci- para me formar o mais depressa possí-
ências na Universidade de Lesotho, e seguiu para a Universidade de Ghana a vel, não importando os obstáculos.
fim de estudar medicina. Minha mãe foi um fator determinan-
Em 1975, de posse do diploma de medicina, ela foi para Natal, África do Sul, te em minha vida. Suas orações sempre
para completar seu período de residência médica. Seu primeiro posto oficial foi nos asseguraram que o sofrimento é
galgado em 1976, no Hospital do Governo de Hlathikhulu, Suazilândia. Logo temporário e que ser fiel a Deus é o que
depois tornou-se sua diretora. Também dirigia 22 clínicas rurais. importa.
A Dra. Dlamini continuou sua especialização e obteve graduação em nível de
mestrado em pediatria, em 1985, na Universidade de Witwatersrand, África do ■ Conte-nos algo de suas raízes adventis-
Sul, e em 1986, um Fellowship Degree no Colégio de Médicos (pediatria) da tas.
África do Sul. Nasci numa família adventista de se-
Após seu retorno à Suazilândia, em 1987, ela abriu uma clínica rural parti- gunda geração. Meu avô permitiu que o
cular, levando saúde e cura a milhares de bebês e crianças. Seis anos mais tar- primeiro pastor adventista na Suazilân-
de, reconhecendo sua competência profissional e serviços comunitários, o parla- dia — o Pastor Hlubi — fundasse, em
mento da Suazilândia, de modo indireto, isto é, sem votação pública, elegeu-a 1920, a escola de missão nos campos da
membro de sua egrégia instituição. Em 1996, a Dra. Dlamini foi empossada família. A Missão Mbukwane está lá até
como ministra da saúde e do bem-estar social. hoje. Minha mãe foi uma das primeiras
alunas na escola da missão. Minha avó
costumava contar-me como, quando se
tornaram adventistas, elas tinham de
■ Dra. Dlamini, que ou quem a motivou mos uma família unida e esse é um elo alterar seu corte de cabelo redondo e
para a medicina? insubstituível. A pobreza tornou-se o trocar seus aventais de pele por roupas
Meus pais. Meu pai acalentava a con- maior desafio para nós, com minha ocidentais. Ao relembrar-me, sinto que
vicção de que eu poderia tornar-me mé- mãe trabalhando longas horas a fim de Jesus nos ama assim como somos, com
dica. Aos nove anos eu já sabia que que- podermos ter alimento e escola. nossa identidade nacional e em nossa
ria ser médica. Embora pobre, meu lar Ela se levantava às três da madruga- pobreza.
tinha uma atmosfera de carinho. Mes- da, preparava o mingau da manhã e en- Fui batizada em 1960. Jesus tem sido
mo hoje, minha mãe, com 85 anos, dis- tão andava uns 32 quilômetros para meu amigo constante nos altos e baixos
pensa muito de seu tempo ajudando comprar vegetais, carregando o fardo da vida. Nada pode me separar de Seu
aos outros. Ela gosta de cuidar, partici- em sua cabeça para vender as mercado- amor. Creio que é importante não ape-
par e transmitiu esse traço a seus filhos. rias de lugar em lugar. Ela voltava para nas pertencer à igreja, mas conhecer Je-
casa ao pôr-do-sol com cerca de dois sus de um modo muito pessoal.
■ Que lembranças tem de seus anos de for- dólares diários de féria. Durante as féri-
mação? as escolares, eu trabalhava nos sítios da ■ A senhora alguma vez pensou em tornar-
Muitas e felizes lembranças. Embora vizinha África do Sul. Isso representava se ministra da saúde?
meu pai tenha falecido em 1963, quan- longas horas, tarefas extras e pouco di- Não. Mas sei que Deus tem um plano
do eu tinha 16 anos, desfrutamos amor nheiro. A vida era dura, mas nunca nos para Seus filhos. Estou convencida de
e segurança emocional com nossa mãe faltou uma coisa: felicidade e a confian- que Ele planejou para que eu pudesse
e avós. A família sempre significou ça de que Deus cuidaria de nós. servir à Suazilândia dessa maneira e
para mim um lugar de felicidade. Éra- O mais maravilhoso é que todo esse neste momento da história. Meu desa-

20 Diálogo 13:1 2001


fio é fazer tudo bem feito, mas de um ca? tão doentes. Os doentes e os órfãos es-
modo humilde e honesto. Com efeito, eu não escolhi a carreira tão causando enorme sobrecarga em
política, mas me achei nela pela escolha nossos serviços de saúde. Esperamos
■ Sua presente posição como ministra cau- do povo. Sinto nisso um chamado ao que o ministério jovem da igreja inten-
sa tensão com suas crenças adventistas? dever público, e Deus tem-me permiti- sifique seu trabalho de motivar a juven-
Não experimento nenhum conflito do servir o povo desse modo. tude a viver uma vida sadia e temente a
entre meu posto político e minha fé. Deus, tanto antes como depois do casa-
Temos liberdade de culto na Suazilân- ■ Dlamini é nome da realeza em Suazilân- mento. Também precisamos que a igre-
dia e sou afortunada pelo fato de o che- dia. A senhora tem parentesco com a famí- ja dê assistência moral, espiritual e pres-
fe do governo ter crescido num lar ad- lia real? te cuidados médicos às vítimas da mo-
ventista; assim, ele tem muita simpatia Sou aparentada de longe com a famí- léstia.
pelos adventistas. Ele e todos meus co- lia real. Meu bisavô (Makhahleleka) era
legas de governo sabem que o sábado é irmão do Rei Sobhuza II, pai do rei ■ Pode um jovem cristão conseguir êxito
meu dia de culto. Não tenho problemas Mswati III, atual soberano do país. Mais sem comprometer suas crenças?
para observá-lo. importante, todavia, pela graça de Por que não? Daniel o fez, José tam-
Deus, é que somos todos nobres pelo bém. O importante é estar bem ancora-
■ As tradições culturais do país entram em fato de sermos filhos do Rei dos reis. do nos princípios cristãos e pedir a
conflito com seus princípios religiosos? Deus que os guie quando as dificulda-
Algumas, mas nem todas as práticas ■ O que a Igreja Adventista do Sétimo Dia des se acumularem, e mesmo quando
culturais se chocam com os princípios significa para a senhora? não temos todas as respostas.
religiosos. Evito aquelas que conflitam A igreja é o corpo de Cristo. Isso sig-
e observo aquelas que promovem mi- nifica que sou parte do corpo místico ■ Que conselho daria aos jovens que en-
nhas crenças. Por exemplo, um hábito de Jesus, tanto quanto as mãos ou a frentam hoje em dia muitos desafios?
cultural em nossa terra é o sistema que boca são parte de um corpo. Como par- Meu conselho é simples. Sejam for-
estimula rapazes e moças, sob a direção tes, todos precisamos trabalhar dentro tes em sua fé. Sejam íntimos de Jesus.
de pessoas mais velhas, a viverem uma da igreja para o corpo funcionar bem. A Desenvolvam princípios de vida que es-
vida pura antes do casamento e a na- igreja adventista significa muito para tejam em harmonia com o ideal que Je-
morarem sem se envolver em contatos mim, particularmente em meu ministé- sus pôs diante de vocês. Não permitam
físicos. Consoante essa tradição, há na- rio de alimentar e testemunhar. A at- que nada desvalorize seu corpo ou
moro sadio, sem gravidez juvenil e de- mosfera familiar dentro da igreja é sem- mente. Ouçam o chamado de Deus des-
generação moral que observamos em pre estimulante. Onde eu estiver, sinto- de cedo em sua vida. Permitam que Ele
nossos dias. Outro aspecto da cultura me em casa com meus irmãos e irmãs os molde desde o início. Por vezes o
suazi é o respeito e o carinho para com na fé. A música, o canto, a Palavra, tudo processo de moldagem pode ser peno-
os mais velhos. Assim eu apoio aspectos nos mantém unidos em adoração, fra- so, mas o resultado é uma vida com ex-
de nossa cultura que não se chocam ternidade e serviço. celência e plena a serviço de Deus e de
com os reclamos de minha fé. Sua igreja. Não acompanhem cegamen-
■ Relatórios atualizados indicam que a te seus colegas, mas sigam Aquele que
■ Que aspecto do adventismo apela mais à AIDS é comum na Suazilândia, e um estudo nunca falhará com vocês. Ele conhece,
senhora? recente revela que 22% de sua população compreende e cuida de vocês sempre.
A ênfase adventista do serviço a está infectada por essa doença temível.
Deus e à comunidade. Esse era o siste- Como seu ministério está tratando desse Entrevista concedida a
ma de Jesus. Ele sempre estava disponí- flagelo? Percy Peters.
vel para os doentes, os famintos e os A Suazilândia é um dos países da
solitários; para os sofisticados e os sim- África do Sul mais agudamente ataca- Percy Peters é diretor de educação da
ples. Ele atendia às necessidades de to- dos pelo HIV. Vemos muitos jovens União Sul-Africana dos Adventistas do
dos. É importante que O imitemos e sir- morrendo e deixando grande número Sétimo Dia. Seu endereço: P.O. Box 468;
vamos com humildade. Dizer que ama- de dependentes e órfãos. Em meu mi- Bloemfontein 9300; África do Sul.
mos a Deus enquanto permanecemos nistério estamos ensinando o povo a vi- E-mail: sau.education@adventist.org.sa
indiferentes às necessidades de nossos ver de modo responsável. A juventude O endereço da Dra. Dlamini: P.O. Box
vizinhos não é aceitável para um cris- não deveria se envolver em sexo pré- 1323; Matshapha; Suazilândia.
tão. As dimensões vertical e horizontal marital, e os casais deveriam ser fiéis E-mail: dphetsile@hotmail.com
dos Dez Mandamentos devem governar um ao outro. Enquanto a responsabili-
nossa vida de adoração e serviço. dade moral é suprema em prevenir a
enfermidade, somos confrontados com
■ O que a levou a escolher a carreira políti- a questão de cuidar daqueles que já es-

Diálogo 13:1 2001 21


Perfil
Ebenezer Chambi
Diálogo com um médico adventista,
educador de saúde e líder comunitário

N ascido no Peru, o Dr. Ebenezer Chambi desenvolveu cedo na vida um sen- vidas relativamente normais voltando a
so de comunidade e o pendor de servir. Sua família era ativa na igreja lo- exercer suas profissões.
cal. Através de sua experiência educacional, ele foi guiado por uma dedi-
cação ao serviço de seu semelhante. Em 1970, ele completou seus estudos pre- ■ Presentemente, que área médica sua prá-
médicos no então Union College (agora Peru Union University) localizado perto tica abrange?
de Lima, capital do Peru. Embora quisesse estudar medicina em sua pátria, a Estou envolvido na prática geral.
situação política então prevalecente tornou seu sonho virtualmente impossível. Além do tratamento regular dos paci-
Os irmãos mais velhos haviam-se mudado para o México a fim de prosseguir entes, dou ênfase à medicina preventi-
em seus estudos de medicina; assim ele também fez. Completando seu curso de va. Quero ensinar as pessoas a como vi-
medicina na Autonomous University de Guadalajara, México, em 1975, ele fez ver de modo saudável e mais feliz. Em
suas residências em Porto Rico e Los Angeles, Califórnia. Depois de concluir a minha prática, vejo muitos baby boo-
última, o Dr. Chambi associou-se a uma equipe de pesquisa para o estudo da mers (os baby boomers são os nascidos
epilepsia. no pós-guerra, entre 1947 e 1961, em
Presentemente, o Dr. Chambi exerce medicina geral na Chapel Medical meio a um aumento súbito do coefici-
Clinic em South Gate, Califórnia. Além de proporcionar bons cuidados a seus ente de natalidade, especialmente nos
pacientes, ele envolve sua prática cristã na profissão promovendo continua- Estados Unidos). Sou um deles, assim
mente cuidados preventivos e a filosofia de um viver saudável. Está envolvido sei como são e como vivem. Porque tra-
com sua comunidade mediante várias atividades, desde o patrocínio de concer- balham muitas horas e têm tantas ativi-
tos de música folclórica até a apresentação de palestras de saúde para estudan- dades, eles freqüentemente esperam até
tes secundários. Em reconhecimento de seus serviços à comunidade, ele recebeu o último momento para virem me ver,
em 1994 a Menção Presidencial da La Sierra University para Serviços Humani- sabendo que uma visita ao médico leva
tários. tempo. Não me consultam quando têm
Ebenezer Chambi e sua esposa, Ester, têm três filhos que estão fazendo cur- um pequeno resfriado ou uma dor de
sos superiores: Ester Janet, Ebenezer Howard e Eber Caleb. estômago. Eles só me visitam no con-
sultório quando sentem que estão em
sérias dificuldades e precisam de ajuda.
■ Dr. Chambi, quais as influências que mol- dos e não temos forças para prosseguir. Fazemos um check-up completo, inclu-
daram sua vida? Há um poder mais elevado, Deus, pron- indo exames de sangue e urina. Na mai-
Talvez as mesmas quatro influências to a nos ajudar. A religião dá-nos o ins- oria das vezes, descobrimos que eles
principais que moldam a todos: família, trumento poderoso da confiança, que têm altos níveis de colesterol, que não
educação, comunidade e religião. A fa- nos traz força e esperança. Guarda-nos estão comendo direito e não se exerci-
mília nos ensina a como cuidar-nos de desistir da vida e no final da jornada, tam. A maior parte dos problemas co-
mutuamente. Os pais cuidam das crian- proporciona-nos a segurança de uma muns podem ser prevenidos, e eu enfa-
ças, as crianças cuidam umas das outras vida melhor. tizo isso.
e de seus pais. Num bom lar, aprende-
mos amar as pessoas incondicional- ■ Que tipo de pesquisa fez em epilepsia? ■ Como o senhor convence gente ocupada
mente. A educação é um dos modos A epilepsia pode ser uma enfermida- a viver de modo mais saudável?
principais de aprender a respeito de nós de muito debilitante, e nossa equipe A chave é a mudança de comporta-
mesmos e a desenvolver nossos talentos queria achar sua causa e determinar se mento. Podemos dar explicações obje-
e habilidades intelectuais. Ela estrutura ela poderia ser tratada com sucesso ou tivas sobre por que uma pessoa precisa
nossa personalidade. A comunidade mesmo curada. Estudamos uma popu- se exercitar mais ou passar algum tem-
nos ensina que não estamos sós — nin- lação diversificada na área de Los Ange- po se relaxando em vez de trabalhar em
guém é uma ilha. Dependemos dos ou- les, buscando meios de ajudar as víti- excesso, mas é difícil convencer as pes-
tros e eles dependem de nós. O cristia- mas de epilepsia. Os resultados foram soas de que precisam fazer mudanças
nismo nos dá força interior, especial- compensadores. Alguns foram curados fundamentais em seu modo de viver.
mente quando nos sentimos desanima- e muitos se tornaram capazes de viver Por vezes o médico precisa ser bem dire-
22 Diálogo 13:1 2001
to, até enérgico, para persuadir seus pa- O restaurante que vendia hambúr- perguntavam por que troquei meu con-
cientes a mudarem radicalmente seu gueres perto de nosso consultório ven- sultório pelo trabalho de socorro volun-
estilo de vida. de agora também sanduíches vegetaria- tário, disse-lhes que eu estava apenas
Faz algum tempo, um homem so- nos. Penso que isso mostra algo da in- pagando parte de minha dívida à co-
frendo de exaustão veio ao meu consul- fluência positiva que temos tido sobre munidade. A comunidade me deu bas-
tório. Ele tinha dois empregos para po- as pessoas que estão tentando comer tante e eu quero retribuir. Isso é uma
der comprar uma casa nova cada ano. alimentos mais saudáveis. rua de duas mãos de direção.
Sua esposa me disse que ele trabalhava E não se esqueça de se divertir! Uma
muitas horas e não tirava tempo para se ■ Como podem as pessoas que não estão das coisas que faço é organizar concer-
relaxar e desfrutar a vida. Ela contou- envolvidas na profissão médica disseminar tos de música folclórica. Embora muita
me que já possuíam três casas e que ele efetivamente a mensagem do viver saudá- gente as aprecie, eu gosto mais ainda!
queria comprar ainda outra. Eu lhe dis- vel?
se: “Não se aflija. Quanto mais ele tra- Todos exercemos algum tipo de in- ■ Como o senhor aplica esse envolvimento
balha, tanto mais casas ele lhe deixará fluência e comunicamos uma mensa- em sua igreja?
quando morrer!” Ele compreendeu a gem silenciosa aonde quer que vamos. Amo minha igreja como uma famí-
mensagem e mudou seus hábitos. As pessoas estão à procura de uma vida lia. Faço coisas não para ser reconheci-
melhor e procuram por bons exemplos. do ou recompensado, mas porque que-
■ O senhor também utiliza meios de co- Se gastarmos tempo com as pessoas, ro fazer algo para Cristo e minha igreja.
municação de massa para educar o públi- poderemos influenciá-las pelo nosso Se você começa um projeto com o obje-
co? exemplo. Acho mais eficaz não pregar tivo de ser reconhecido por seu esforço,
Quando fazia minha residência em às pessoas, mas persuadi-las pelo exem- você erra o alvo. Em vez disso, faça o
Porto Rico, comecei um programa de plo. Podemos levar outros a verem que trabalho porque ele é importante e ne-
rádio sobre prevenção de doenças e há uma vida melhor. cessário.
promoção de saúde. Depois aqui, em
Los Angeles, ocupei-me por 10 anos ■ É fácil ficarmos tão envolvidos com nos- ■ Como médico bem-sucedido, educador
com um foro semanal de rádio chama- sos estudos ou profissão, que nos esquece- de saúde e líder da comunidade, qual seria
do El Médico Habla (O Médico Fala), que mos de que fazemos parte de uma comuni- seu conselho para aqueles que estão come-
era bastante popular. Preparamos tam- dade maior além de nossas paredes. Como çando suas carreiras?
bém diversos vídeos de curta metragem pode uma pessoa que se tornou tão isolada Aprendam eles com as pessoas bem-
com programas sobre saúde, os quais começar a relacionar-se com a comunidade sucedidas, observando como vivem,
ponho à disposição de pastores e redes além de sua família e igreja? como se relacionam com os outros, e
de TV a cabo. Antes de me tornar ativo membro da como mantêm seu equilíbrio emocio-
comunidade, era fácil ser crítico daque- nal. Imitem seus bons traços de caráter.
■ A ênfase sobre exercício e nutrição dada les que estavam além de meu círculo. Se bem me recordo em minha jornada,
pela mídia popular ajuda as pessoas a mu- Mas depois que me envolvi, descobri ser ativo na igreja e na comunidade fo-
dar seu estilo de vida? quanto bem eu podia fazer e como ti- ram os fatores mais importantes que
Sim. Há 10 ou 15 anos, era mais difí- nha prazer nisso. me mantiveram no caminho. Aqueles
cil convencer as pessoas de que precisa- Devemos aprender a conhecer outras de nós que foram abençoados com ta-
vam fazer exercício e comer bem. Mas pessoas, especialmente aqueles com os lentos e educação podem realizar muito
agora, a cobertura pela mídia de pre- quais não nos associaríamos normal- bem. Coloquem-se onde Deus possa
venção e saúde tornou a tarefa mais fá- mente. Isso ajudará você no desenvolvi- usar suas habilidades. Tomem a iniciati-
cil em termos de educação. O problema mento social e intelectual. Você tam- va de ajudar a comunidade e procurem
é que muita gente que entende os prin- bém aprenderá como sua comunidade melhorar a vida de outros. Esse é um
cípios de viver saudável não os põem opera e como pode ajudá-la. alvo digno na vida.
em prática. Ainda comem demasiado e O envolvimento começa com algo
ficam acordados até altas horas assistin- tão simples como o modo com que Entrevista concedida a Michael
do a programas de televisão. você cumprimenta as pessoas. Comece Peabody.
Felizmente, o povo está começando com um sólido e sincero: “Bom dia!
a ver a luz. A cidade onde tenho meu Como vai?” Diga palavras de encoraja- Michael Peabody é um terceiroanista de
consultório tem um parque onde há mento. Aprenda a ouvir. Encontre pes- direito na Pepperdine University em Mali-
mais gente correndo, andando e fazen- soas que estão tendo problemas em sua bu, Califórnia, EUA.
do outros exercícios, do que em qual- área de especialidade e não sabem aon- E-mail: mdpeabod@pepperdine.edu
quer outro parque nas cidades vizinhas. de ir em busca de ajuda. Concentre-se Endereço do Dr. Chambi: 9739 Califór-
Gosto de pensar que isso tem algo a ver em aliviar seu sofrimento. nia Ave.; South Gate, Califórnia 90280;
com nossa ênfase sobre o exercício físi- Faz alguns anos, um terremoto sacu- EUA.
co. diu Los Angeles. Quando as pessoas me
Diálogo 13:1 2001 23
Logos
As cinco
Bonita J. Shields desculpas de Moisés

P ara a mente de uma criança, a igre-


ja de minha cidade natal era enor-
me. Lembro-me da longa escada que
levava até a minha sala de escola sabati-
na. O salão social era vasto porque lá
esse não se queimava. Ao Moisés apro-
ximar-se do arbusto, ouviu uma voz
chamando-o pelo nome. A voz identifi-
cou quem falava: “Eu Sou o Deus de teu
pai, o Deus de Abraão, o Deus de Isa-
soa de quem você recebeu tal autorida-
de. Também, os nomes eram muito im-
portantes para a mentalidade semita,
porque descreviam o caráter do indiví-
duo.
podíamos até jogar “futebol de caran- que, e o Deus de Jacó.” Deus, então, A resposta de Deus: “Eu Sou o que
guejo”. O playground era a última pala- participou Seu plano a Moisés: Ele ti- Sou” (verso 14).
vra. nha ouvido os clamores de Seu povo Nas Escrituras, depois de Deus Se ter
Quando ainda na adolescência, subi- por causa da opressão da escravidão revelado a Seu povo, eles freqüente-
tamente percebi que minha igreja não egípcia, e viera para resolver a situação. mente O descreviam de uma nova ma-
era tão grande. Não era a menor igreja, O Senhor queria que Moisés se unisse a neira, à medida que O iam conhecendo
mas definitivamente também não era a Ele na libertação do povo (Êxodo 3:7- (ver, por exemplo, Salmo 140:7, “meu
grande estrutura que eu imaginara em 10). Neste ponto, Moisés começou a forte libertador”; Salmo 71:5, “minha
minha infância. apresentar uma série de desculpas, algu- esperança”; II Coríntios 1:3, “Deus de
A vida de fé de Moisés não começou mas das quais podem parecer familiares toda consolação”). Os judeus sempre
em Hebreus 11, o “Quem é Quem da a você. reconheceram Eu Sou como o nome
Fé”. Ela se iniciou junto a um arbusto DESCULPA N° 1: “Quem sou eu, que que distinguia o Deus verdadeiro dos
ardente, em conversa com Deus. Moisés vá a Faraó e tire do Egito os filhos de deuses falsos. Não havia engano sobre
não disse ousadamente: “Sim, Senhor, Israel?” (verso 11). quem enviava Moisés em sua missão.
que Tua vontade seja feita”. A conversa Boa pergunta. Moisés tinha estado Deus não apenas disse quem Ele era,
foi mais ou menos como: “Senhor, não apascentando ovelhas durante 40 anos, mas também exatamente a quem falar,
podes enviar outra pessoa?” e o pensamento de um pastor, a quem o que dizer, e lhe deu a garantia de que
A imagem poderosa de um príncipe os egípcios desprezavam, ir falar com eles o ouviriam. Agora Moisés está
egípcio, profeta e chefe militar que li- um rei era contrário ao protocolo usual. pronto para sua missão. Bem, ainda
bertou milhões de pessoas da escravatu- A resposta de Deus: “Eu irei conti- não!
ra é aquela que nos vem das histórias de go; e isto te será por sinal de que Eu te DESCULPA N° 3: “Mas eis que me não
nossa infância. Víamos a figura de um enviei: Quando houveres tirado este crerão” (Êxodo 4:1).
caráter supra-real e pensávamos: “Puxa! povo do Egito, servireis a Deus neste Notemos isto: Deus acabara de asse-
Nunca poderia ser como ele”. Mas uma monte” (verso 12). gurar a Moisés que os líderes do povo o
leitura acurada da narrativa bíblica nos Deus não somente prometeu Sua ouviriam. Está ficando bem claro que
ajuda a ver Moisés sob luz mais realista. presença; Ele também deu a Moisés a Moisés não era um sujeito bem dispos-
É essa imagem, sem diminuir o impacto certeza de que sua missão seria bem-su- to. Contudo, Deus sabia que a fé de
que ela teve na história do mundo e da cedida. Mesmo na presença de um rei Moisés ainda precisava ser fortalecida.
salvação, que me dá esperança, cora- terrestre, ele não tinha razão para temer Assim Ele operou através dele para
gem e fé. ou sentir-se inferior. Contudo, Moisés transformar uma vara numa cobra, para
Moisés cresceu como um príncipe do não entendeu a coisa dessa maneira. tornar sua mão leprosa e depois curá-la,
Egito, mas fugiu de Faraó depois de se DESCULPA N° 2: “Eis que quando for e transformar água em sangue.
ter interposto numa briga entre um he- aos filhos de Israel e lhes disser: O Não gostaríamos, por vezes, que
breu e um egípcio e matado esse últi- Deus de vossos pais me enviou a vós; Deus nos mostrasse sinais sobrenatu-
mo. Tendo ficado exilado no deserto e eles me disserem: Qual é o Seu rais, e então prometeríamos confiar
por cerca de 40 anos, Moisés, com 80 nome? Que lhes direi?” (verso 13). nEle e obedecê-Lo? Sua Palavra parece
anos a esta altura da narrativa, estava Outra boa interrogação. Se você for não ser suficiente.
pastoreando ovelhas próximo ao mon- dizer a centenas de milhares de pessoas Egito: eis que chegamos ao destino!
te Horebe, quando viu algo estranho. que foi convidado a comandar sua li- Bem, não exatamente.
Chamas subiam de um arbusto, mas bertação, seria bom ter o nome da pes- DESCULPA N° 4: “Ah, Senhor! eu não

24 Diálogo 13:1 2001


sou homem eloqüente, nem de on- Agora, Deus ordena que Moisés vá e para cooperar com Ele, poderia ter usa-
tem, nem de anteontem, nem ainda promete estar com ele. Está Moisés do anjos. Mas, em vez disso, Ele nos es-
desde que tens falado ao Teu servo, pronto? colheu. Se permitirmos que o Senhor
porque sou pesado de boca, e pesado DESCULPA N° 5: “Ah, Senhor! envia trabalhe por nosso intermédio, tornar-
de língua. “(verso 10). por mão daquele a quem Tu hás de nos-emos uma evidência inquestioná-
À luz do que estava acontecendo — enviar” (verso 13). vel de Seu poder. Pela obediência, Moi-
Deus lhe prometera Sua companhia, as- Em nossa tradução tais palavras sés tornou-se um líder poderoso — po-
segurou-lhe do êxito de sua missão e soam como uma queixa, mas no origi- deroso o suficiente para mudar o curso
forneceu-lhe sinais miraculosos — a re- nal hebraico repercute como rudeza: da história. Ainda mais importante: ele
lutância de Moisés não era um sinal de “Por favor, envia por mão daquele a se tornou um possante homem de fé,
humildade ou reconhecimento da pró- quem tu hás de enviar.” Em outras pala- que participou com Deus da história da
pria incapacidade. Ela revelou incredu- vras: “Não gostaria de dar essa informa- salvação e que foi ressuscitado e levado
lidade na capacidade divina. ção a uma pessoa que vai aceitar o en- para o céu porque Deus o considerou
Quando recusamos a nos unir a Deus cargo?” “Seu amigo” (Êxodo 33:11).
em Sua obra, estamos revelando falta de Quando Deus contestou todas as Você está em boa companhia.
confiança em Sua habilidade de operar desculpas de Moisés, seus motivos se-
em nós. A Palavra de Deus é cheia de cretos foram revelados: Ele não queria a Bonita J. Shields é pastora-associada
promessas e garantias de Sua presença e designação. Acho que Moisés queria da Igreja Adventista do Sétimo Dia em
competência de agir em nós e por nós. unir-se a Deus em Sua obra — apenas ti- Spencerville, Maryland, EUA. Seu E-
Precisamos aprender a tomá-Lo pela nha dificuldade em crer que Deus pode- mail: b.shields@spencervillesda.org
Sua Palavra. ria torná-lo suficientemente capaz para
Houve tempos quando cheguei a o trabalho.
perguntar a Deus, “Por que o Senhor O mesmo que sucede com muitos de Diálogo grátis
me deu esta incumbência? Há tantas nós. Quando somos relutantes em obe-
outras pessoas que não têm as fraquezas decer a Deus, não é que não queremos. para você!
que eu tenho. Por que o Senhor não as É que não nos sentimos suficientemen-
usa?” Mas então vem a resposta: “A mi- te capazes. Mas é aí que precisamos to- Se você é estudante adventista e fre-
nha graça te basta porque o Meu poder mar a Deus em Sua palavra. Precisamos qüenta uma universidade não-adventista,
se aperfeiçoa na fraqueza” (II Coríntios confiar nEle o bastante para crer que a igreja tem um plano que lhe permite re-
12:9). Se nos sentimos fracos, limitados Ele é capaz de nos qualificar para a obra ceber Diálogo gratuitamente enquanto
ou inadequados, somos o melhor ins- à qual nos chama. E quando estamos você for estudante. (Aqueles que não são
trumento mediante o qual o poder de dispostos a avançar pela fé e a obedecê- mais estudantes podem assinar a revista
Deus pode operar. Lo, vamos sentir a Deus como nunca Diálogo utilizando o cupom à pág. 18.) En-
Isso não significa que Deus nos quei- antes. tre em contato com o diretor do Departa-
ra manter sob Sua tutela como fracos. A resposta de Deus: “Que tal teu ir- mento de Educação ou do Departamento
Ele Se ocupa do crescimento das pesso- mão Aarão?” (verso 14). de Jovens da sua União e solicite que seu
as. Deseja que sejamos confiantes e te- Deus estabeleceu um relacionamen- nome seja incluído na lista de distribuição
nhamos um forte senso de valor pró- to com Moisés. Ele desejava que Moisés da revista para aquele território. Inclua na
prio. Contudo, em lugar de nossa confi- se unisse a Ele na obra em favor de Seu carta seu nome e endereço completos, o
ança e sentimentos de valor virem de povo. Assim o Senhor estava disposto a nome da universidade que freqüenta, o
coisas ou de outras pessoas, eles devem encontrar-Se com Moisés justamente curso que está fazendo e o nome da igreja
ser o resultado de nosso relacionamen- onde esse se achava. Infelizmente, o da qual você é membro. Pode também
to com Ele. poder que Deus prometeu a Moisés não escrever para os nossos representantes
A resposta de Deus: “Quem fez a lhe foi suficiente. Ele somente aquies- nos endereços fornecidos à pag. 2, envi-
boca do homem? ou quem fez o ceu quando a ajuda de uma criatura fi- ando cópia da sua carta para os diretores
mudo ou o surdo, ou o que vê, ou o nita lhe foi oferecida. Moisés falaria departamentais de sua União, já mencio-
cego? Não Sou Eu, o Senhor? Vai, mediante Aarão e isso o limitava em sua nados acima. Na América do Norte,
pois, agora, e Eu serei com tua boca, e obra. pode utilizar nosso número de telefone
te ensinarei o que hás de falar” (ver- O que acontece com você? Tem você de discagem gratuita, 1-800-226-5478
sos 11 e 12). se valido de qualquer das desculpas de ou o fax 301-622-9627, ou E-mail:
Aparentemente, Moisés não tinha Moisés no diálogo com Deus? Está ten- 104472.1154@compuserve.com Caso to-
compreendido bem que o Deus que criou do dificuldade de confiar que Ele é ca- dos esses contatos deixem de produzir re-
sua boca, ouvidos e olhos era plenamente paz de qualificá-lo para o trabalho ao sultado, escreva para o nosso endereço
capaz de fazê-los funcionar. Por vezes nos qual o chamou? editorial.
esquecemos de que estamos lidando com Se Deus quisesse criaturas perfeitas
o Criador do Universo.
Diálogo 13:1 2001 25
Em Ação
Convenção de
Estudantes em Berkeley
Chris Drake focaliza o ministério no
campus

Foto de Adam Bujak


C ento e vinte estudantes adventis-
tas do sétimo dia e capelães de 21
universidades reuniram-se no
campus da Universidade da Califórnia,
em Berkeley, de 13 a 16 de setembro de
ais de ministérios no campus, e montar
um programa sustentável de evangelis-
mo para campi seculares. Os organiza-
dores da convenção tinham em mente
criar “uma rede amistosa ao redor do
2000, para proclamar sua fé, fortalecer a mundo,” segundo Will Sutton, o líder
camaradagem cristã e planejar seu fu- do evento e doutorando em Berkeley.
turo. Organizada pela Associação de Es- Nicole Chao, outra líder estudantil de
tudantes Adventistas do Sétimo Dia de Berkeley, acrescenta: “Queremos pro-
Berkeley, a convenção atraiu delegados mover contatos com outros adventistas Muito tempo foi dedicado à oração.
da Austrália, Bangladesh, Canadá, In- envolvidos no ministério dos campi se-
glaterra, Alemanha, Gana, Quênia, Ro- culares.” er Memorial Church, em Berrien Sprin-
mênia, Zimbábue e de diversos campi Para motivar os convencionais a al- gs, Michigan; e Ron Pickel, um vetera-
nos Estados Unidos. cançarem esses objetivos, os organiza- no líder em ministério de campus secu-
Berkeley 2000 foi a primeira reunião dores de Berkeley trouxeram um elenco lar. Diversos outros ministérios de
de jovens adventistas a enfocar especifi- impressionante de oradores, incluindo apoio também estiveram presentes, in-
camente o evangelismo e o ministério José Rojas, diretor de ministérios jovens cluindo a Comissão de Alunos Univer-
em campi públicos. O alvo da conven- para a Divisão Norte-Americana; Dan sitários e Profissionais Adventistas
ção foi tríplice: estabelecer uma rede Matthews, orador emérito do programa (CAUPA), da Associação Geral, que pu-
adventista nos campi das universidades de televisão Faith for Today (Fé Para blica a revista Diálogo.
públicas, partilhar estratégias e materi- Hoje); Dwight Nelson, pastor da Pione- Os três dias da convenção foram re-
pletos de atividades. O dia começava e
terminava com sessões gerais para to-
dos os participantes, as quais versavam
sobre vida espiritual e testemunhal. En-
tre essas havia vários grupos e seminári-
os, todos voltados à preparação de estu-
dantes universitários para o ministério.
Segundo Humberto Rasi, diretor
mundial de educação da Igreja Adven-
tista, a convenção de Berkeley veio “no
momento certo para galvanizar os mo-
vimentos que começaram em cerca de
60 campi em muitas partes do mundo”,
e para ajudar a igreja na América do
Foto de Chris Drake

Norte a desenvolver um ministério pú-


blico mais vigoroso nos vários campi.
O ponto culminante da convenção
foi a “Resolução de Berkeley”, uma de-
claração de dedicação e um chamado
para a expansão e consolidação do pla-
no pró-ministério em campi públicos.
Entre os itens inclusos na resolução
Participantes pousam em frente do edifício administrativo da UC-Berkeley.

26 Diálogo 13:1 2001


houve um pedido que num ano, dentro encorajamento para a vida de fé no mundo
dos próximos cinco, sejam enfocados Orientações para de hoje.
“as oportunidades e desafios para estu- Vida Universitária: Idéias práticas para
dantes em campi não-adventistas”. Contribuidores estudantes universitários, capelães e profes-
A liderança da Divisão Norte-Ameri- sores que buscam integrar fé, educação,
can já designou Richard Stenbakken, Diálogo Universitário, publicado três ve- vida social e evangelismo no ambiente aca-
diretor de Ministérios de Capelanias, zes por ano, com edições em quatro lín- dêmico.
para coordenar os ministérios nos cam- guas, destina-se a adventistas do sétimo dia Em Ação: Notícias de atividades regio-
pi públicos em seu território, em con- de nível superior, tanto estudantes como nais por estudantes, capelães e professores
junto com líderes estudantis e capelães professores, profissionais e capelães em adventistas.
e com o apoio dos departamentos de campi universitários ao redor do mundo. Livros: Revisão de livros importantes
Educação e Ministérios Jovens. Os editores estão interessados em arti- por ou sobre adventistas do sétimo dia, pu-
gos bem escritos, entrevistas, noticiários blicados em inglês, francês, português ou
Chris Drake é graduando em comunica- consistentes com os objetivos de Diálogo: espanhol. Recomendações são apreciadas.
ção de massa no Walla Walla College. Ao (1) alimentar fé inteligente e viva; (2) apro- Ponto de Vista: Uma abordagem pes-
escrever este artigo, ele estava concluindo fundar o compromisso com Cristo, a Bíblia soal de um assunto delicado ou controver-
seu estágio no Columbia Union Visitor. e a missão global adventista; (3) articular tido digno de consideração por cristãos.
Ele pode ser contatado através do e-mail uma abordagem bíblica a questões atuais; Foro Aberto: Questões submetidas por
drakch@wwc.edu Os leitores interessados e (4) oferecer idéias e modelos de serviço leitores sobre tópicos de interesse geral,
em ter cópias da “Berkeley Resolution” po- cristão e evangelismo. acompanhadas de respostas providas por
dem solicitá-las aos editores de Diálogo. Diálogo geralmente indica artigos, en- especialistas.
Dick Stenbakken pode ser contatado via trevistas e noticiários para publicação. Au- Para Sua Informação: Notícias sobre
E-mail: 74532.1614@compuserve.com tores em perspectivas devem: (a) examinar eventos, atividades ou afirmações relevan-
números anteriores da revista; (b) conside- tes para estudantes e profissionais adventis-
rar estas orientações; e (c) submeter um re- tas.
sumo do artigo e da experiência pessoal Primeira Pessoa: Histórias ou experiên-
antes de desenvolver o artigo. Artigos não cias pessoais por estudantes ou profissio-
solicitados não serão devolvidos. nais adventistas que inspirem e animem
Atenção, Artigos: Artigos bem pesquisados que
de uma perspectiva bíblica tratem de um
seus colegas.
Dirija sua correspondência para:
profissionais tópico contemporâneo em artes, humani- Dialogue Editors

adventistas! dades, religião ou ciência.


Perfis: Esboço biográfico de homens e
12501 Old Columbia Pike
Silver Spring, MD 20904-6600, EUA
mulheres adventistas que se destaquem em Telefone: 301-680-5060
Vocês que possuem pós-graduação suas carreiras ou profissões, e que também Fax: 301-622-9627
em nível de mestrado ou equivalente em sejam cristãos ativos. Recomendações são E-mail: 74617.464@compuserve.com
qualquer campo estão convidados a fa- apreciadas. ou, 104472.1154@compuserve.com
zer parte da rede de profissionais adven- Logos: Criativa análise de uma passa-
tistas (APN). O registro global de profissi- gem bíblica ou tema que ofereça visão e
onais ajuda as instituições adventistas
que participam da associação a localiza-
rem consulentes, voluntários de tempo li-
mitado e candidatos a empregos, en-
quanto promovem networking internaci-
onal. Não há encargos ou custas.
Procure o formulário de registro en-
trando em contato com: APN — GC Edu-
cation Department; 12501 Old Columbia
Pike; Silver Spring, MD 20904; E.U.A.
Você também pode pedir o formulário
por fax (301-622-9627) ou e-mail:
105541.3200©compuserve.com Ou
você pode submeter a informação direta-
mente via o World Wide Web: http://
apn.adventist.org

Diálogo 13:1 2001 27


Livros
Teaching History: A Seventh-day declarações sobre o fato de o conhecimento experimental do
Adventist Approach cristianismo ser essencial para a compreensão das nuances
Gary Land (Berrien Springs, Michigan: intelectuais das abordagens cristãs da história. Os historia-
Andrews University Press, 2000; 115 págs., dores adventistas deviam considerar as propostas de Land
brochura). segundo seus pontos de vista, e também como uma aborda-
gem prática e fundamental nas salas de aula, mas não como
Revisado por Floyd Greenleaf uma filosofia adventista abrangente.

Floyd Greenleaf (Ph.D. pela University of Tennessee) é educador e autor,


presentemente em gozo de aposentadoria. Seu último trabalho foi a revisão
e a atualização do livro Light Bearers to the Remnant, de Richard W.
Schwarz, publicado pela Pacific Press este ano sob o título Light Bearers.

D esde que começaram a ensinar história, os adventistas


têm lutado com a questão de como apresentar em suas
classes uma perspectiva adventista sobre a matéria. Um obs-
táculo significativo tem sido o dilema de crer mas não ser In Six Days: Why 50 Scientists
capaz de explicar como Deus intervém nos negócios huma-
Choose to Believe in Creation
nos. Esse problema inquieta muitos adventistas porque eles
editado por John F. Ashton (Sydney: New
têm, de um modo geral, considerado a história como o des-
Holland Publishers, 1999; 360 págs.,
dobrar das profecias e a si mesmos como um povo com um
brochura).
destino profético. A historiografia adventista mostra que al-
guns historiadores têm tentado, sem êxito, construir uma fi-
Revisado por Joe Galusha
losofia adventista da história baseada na intervenção divina.
Não é de admirar, como o autor Gary Land adverte em Tea-
ching History, que “além dos tempos do Novo Testamento, a
Bíblia dá pouca informação quanto à intervenção de Deus na
história” (pág. 40).
Do vantajoso ponto de uma carreira desenvolvida na An-
drews University e despendida em estudo reflexivo das filo-
sofias da história e sua aplicação nas salas de aula adventis-
A ntes eu me perguntava: Será que esse livro é uma coleção
de declarações afoitas sobre os horrores da teoria da evo-
lução? Depois de ler umas poucas páginas, fiquei agradavel-
tas, Land expressa suas convicções na intervenção divina, mente surpreso ao encontrar uma abordagem inteligente e
mas não considera que uma filosofia adventista geral seja ponderada de um velho problema.
fundada plausivelmente sobre o inexplicável. Em vez disso, O editor, John F. Ashton, um cientista australiano, reuniu
ele oferece opções para criar uma abordagem adventista da uma coleção significativa e variada de ensaios escritos por
história, encorajando os professores a explorarem aspectos autores que explicam por que, em sua opinião, é correto crer
distintos da compreensão histórica adventista, que é apenas que Deus criou a Terra em seis dias literais e há uns poucos
um fluxo na grande corrente da história cristã. milênios. A coleção é dividida em duas seções: “Ciência e
Land começa com uma cosmovisão moldada pela ênfase Origens” e “Religião e Origens”. Os artigos da segunda seção
adventista de uma luta cósmica entre Deus e Satanás. Essa são mais curtos, mas transmitem um compromisso profundo
estruturação dá aos adventistas uma apreciação especial de e genuíno com uma leitura literal de Gênesis como defendi-
grandes questões tais como liberdade de consciência e a no- da pelos autores. Gostei das duas seções.
ção de progresso moral; mais especificamente, a idéia de um Dois argumentos centrais aparecem repetidamente no li-
remanescente, das relações entre os grupos cristãos, e a emer- vro. Primeiro, a necessidade de um Planejador num mundo
gência do adventismo como parte de um movimento de re- que é irredutivelmente complexo. Segundo, o fato de que
forma geral. Ele sugere que ao se discutir essas questões, e energia não vem do nada e que está se esgotando (consoante
julgarem mais apropriado, os historiadores adventistas de- a primeira e a segunda leis de termodinâmica). Outros argu-
vem aplicar princípios de julgamento moral cristão e tam- mentos que freqüentemente usam como evidência em favor
bém uma compreensão bíblica da natureza humana e do sig- da Criação vem da genética molecular, da seqüência infor-
nificado da vida espiritual. Ele se utiliza do estudo de casos mativa da DNA, e da teoria do caos.
para demonstrar como podem conseguir isso sem produzir Fiquei impressionado com a natureza eclética desse volu-
um senso de superioridade moral. me. Os autores apresentam um amplo espectro de disciplinas
Os professores adventistas serão beneficiados por suas su- desde física teórica até matemática, geologia, química, biolo-
gestões, mas é preciso ter-se presente que po-las em prática gia e mesmo agricultura e ciência da nutrição. Embora algu-
exige opiniões honestas e bem ponderadas, partilhadas sem mas das posições tomadas pelos autores tenham sido basea-
apologia com os estudantes. O livro começa e termina com das em suas áreas de especialização, em muitos casos não o

28 Diálogo 13:1 2001


foram. Isso poderia ser visto como uma debilidade da obra. da provisão amorosa de Deus para a destruição do mal e a
No prefácio, o editor nos informa que esses cientistas fo- salvação de Seu povo. Cristo como Salvador é retratado nos ritu-
ram convidados a tratar de uma só questão: “Por que você ais e sacrifícios. Não foram somente os antigos israelitas que
crê numa Criação de seis dias literais como a origem da vida puderam antecipar o cumprimento do tipo que viam diaria-
na Terra?” Nenhuma outra exigência foi especificada. Per- mente; nós também podemos olhar para trás e compreender o
gunto-me se houvesse mais demandas sobre o assunto; se ministério de Cristo através dos serviços do santuário.
houvesse maior coesão, talvez mesmo maior interação entre Gane levanta questões sobre o Dia da Expiação típico e
os artigos, isso não teria contribuído para um livro mais con- antitípico e as responde satisfatoriamente. Ele mostra com
sistente? Se os autores estivessem cientes dos principais ar- clareza que compreendendo os velhos rituais, podemos en-
gumentos e fatos usados pelos outros cientistas, poderiam tender o ministério de Cristo no santuário celestial. O julga-
ter estruturado suas contribuições de um modo diferente. mento que precede o advento, iniciado em 1844, é o verda-
Talvez eu esteja enganado. Quem sabe a força maior do deiro dia da expiação onde Deus faz o julgamento de Seu
livro é que ele tem muitos autores, trazendo assim perspecti- povo. Esse não é, porém, um acontecimento assustador, por-
vas variadas para uma só temática. O fato é que li o livro cui- que “a questão básica no julgamento é se o povo de Deus
dadosamente. E vou lê-lo novamente e também recomen- continua ou não a aceitar pela fé a graça que Ele lhes outor-
dá-lo a intelectuais cristãos, que provavelmente ficarão ani- ga” (pág. 263). “O perdão que já recebemos somente é anula-
mados pelo testemunho de cientistas espiritualmente ativos do se interrompermos nossa conexão com Deus” (pág. 337).
e falando de coração. Sugiro que você adquira um exemplar Para Gane, “a cruz é o altar para o qual Cristo nos atrai”.
da obra e a leia fazendo suas próprias considerações. Nessa cruz achamos a “resposta às nossas questões sobre o
caráter de Deus” (pág. 344). Ela provê segurança, enquanto
Joe Galusha (D.Phil. pela Oxford University) ensina biologia e é deão de requer amor e lealdade.
estudos graduados do Walla Walla College. Seu endereço postal: Office of Altar Call deve ajudar os leitores a irem além do sangue do
Graduate Studies; Walla Walla College; College Place, Washington 99324; santuário israelita para uma compreensão clara e apreciação
EUA. E-mail: galujo@wwc.edu mais profunda da provisão feita por um Deus amoroso, para
In Six Days pode ser encomendado através do site a restauração de um mundo enfermo por causa do pecado.
www.answersingenesis.com Porque Gane escreveu com tal clareza e imaginação, nin-
guém que tenha interesse na questão precisa se excluir do
Altar Call aprendizado que a obra provê para o coração e a mente.
Roy Gane (Berrien Springs, Michigan:
Nancy Vyhmeister (Ed.D. pela Andrews University) é uma educadora com
Diadem, 1999; 358 págs., brochura).
ampla experiência internacional, tendo trabalhado até recentemente como
professora de missões no Seminário Teológico Adventista do Sétimo Dia em
Revisado por Nancy Vyhmeister
Berrien Springs, Michigan, EUA. Seu endereço E-mail: Vyhmeister@andrews.edu

Ride to Glory
Warren L. Johns (Brookeville, Maryland:
General Title, Inc.; 414 págs., encadernado).

E m 46 breves capítulos, Gane apresenta os antigos serviços


do santuário e seu significado. O autor não somente nos
fala sobre o santuário israelita, mas também mostra como ele
Revisado por Kenneth Wilson

se liga ao santuário celestial e à obra de Cristo, nosso Sumo


Sacerdote.
A obra de Gane é baseada num estudo cuidadoso do ritual
do Velho Testamento, levado a efeito como parte do requeri-
mento de seus estudos doutorais. Seu trabalho acadêmico é
escrito num estilo vivo e lúcido, o que torna o livro compre-
ensível e interessante. W arren Johns, famoso advogado adventista, trata em seu
livro, de modo singular e intrigante, do interessante
tema do criacionismo científico. Reunindo numa história
O autor extrai suas ilustrações de histórias bíblicas e da
vida cotidiana. Além disso, ele alia as partes do livro ao dra- que tem romance, dramaticidade e suspense, objeções e ex-
ma de Scott Grady, o piloto norte-americano abatido na Bós- planações acerca da teoria científica da “mega-evolução”, o
nia e salvo seis dias depois. autor consegue cativar a imaginação do leitor.
Em cada parte do serviço do santuário, Gane vê evidência
Continua na pág. 33

Diálogo 13:1 2001 29


Ponto de Vista
Vietnã: 25 anos depois
Ralph S. Watts

E nquanto viver, jamais me esquece-


rei daquele momento. Foi a culmi-
nação das muitas emoções que ti-
nham inundado meu coração durante
aquela semana momentosa — a semana
para o leste. Depois da meia-noite, ater-
ramos na Base Aérea Anderson, em
Guam, após um vôo de cerca de oito
horas.
Olhei ao redor, para o grande grupo
vietnamitas do norte capturariam Sai-
gon e o país todo cairia sob seu contro-
le? Por que era necessário saírem justa-
mente naquele momento? O que acon-
teceria ao trabalho da igreja e às insti-
mais difícil de minha vida. Naquele de vietnamitas. Eu era um dos poucos tuições deixadas para trás? Esses eram
exato momento, 180 vietnamitas, jun- felizardos a ter um lugar na aeronave. alguns dos problemas e perguntas com
tamente com um solitário missionário Não era um avião comercial, mas uma as quais tínhamos de lutar e agonizar
norte-americano, precipitaram-se em avião militar. Não havia cintos de segu- durante os poucos dias que culminaram
direção a um reluzente avião C-141, da rança para a maioria e muitos estavam nos acontecimentos da tarde de sexta-
Força Aérea Americana, usado para assentados no chão do avião. feira, dia 25 de abril de 1975. Essas in-
transportar carga dos Estados Unidos Embora reconhecesse umas poucas dagações nunca serão respondidas até
para vários aeroportos militares da Ásia. pessoas ali, a maioria me era totalmente chegarmos à Nova Terra.
Só que dessa vez a carga preciosa era estranha ou conhecida de pouco tem- Milhares de membros, muitos pasto-
composta de vietnamitas — bebês, me- po. Alguns assobiavam e aplaudiam. res, professores e outros funcionários
ninos e meninas, mães e pais, tios, tias Outros se mostravam impassíveis. Ou- permaneceram no Vietnã. Eles tinham
e avós. Todos eles saíram correndo dos tros, ainda, soluçavam ou choravam de assumir as responsabilidades da lide-
ônibus que os tinham trazido até o Ae- alto. Para alguns, a decisão de partir ha- rança e levar adiante o trabalho da igre-
roporto Tan Son Nhut. via sido feita nas últimas horas. Eles es- ja. Muitos foram mortos e alguns leva-
Quem era essa gente? Por que esta- tavam entre os afortunados que tive- dos para os campos de “reeducação”.
vam deixando o Vietnã? Para onde ram seus nomes registrados na lista de Não podiam deslocar-se ou viajar de
iam? O que aconteceria com aqueles passageiros, uma exigência para todos uma área para outra sem permissão.
que ficaram para trás? os que embarcavam. Outros tinham an- Muitas igrejas foram fechadas e todas as
Esses eram os pensamentos que dis- tecipado esse momento durante dias. escolas cerraram as portas. A maioria
pararam em minha mente enquanto o Muitos não tiveram oportunidade de das decisões que afetavam a vida do
avião rolava pela pista de decolagem. dizer nem “até logo!” aos parentes e povo eram feitas pelas autoridades su-
Tínhamos de ganhar altura através de queridos. Não poucos haviam abando- periores. A vida ficou extremamente di-
um círculo apertado para nos proteger nado seus empregos quando descobri- fícil por muitos anos. Somente nos últi-
dos foguetes e morteiros das forças in- ram um jeito de escapar para o aeropor- mos tempos tem havido um afrouxa-
vasoras. Logo que atingimos uma alti- to. Uns eram jovens demais para saber mento das restrições que impendem so-
tude segura, o piloto guinou o avião o que se passava. Mas a maioria reco- bre o trabalho da Igreja Adventista e de
nheceu que estava deixando sua terra agências tais como a ADRA — Agência
natal — provavelmente para nunca Internacional Adventista de Desenvol-
mais voltar. vimento e Socorro.
Estavam comigo no avião alguns dos Há duas histórias paralelas sobre os
líderes da Igreja Adventista do Sétimo últimos 25 anos. Uma trata do que
Dia no Vietnã: o presidente da missão, aconteceu aos vietnamitas que partiram
Pastor Le Cong Giao; membros do pes- em 1975 e outra cobre o trabalho da
soal administrativo do Hospital Adven- Igreja Adventista no Vietnã e as ativida-
tista de Saigon; líderes da obra educaci- des da única organização legal que o go-
onal da igreja na capital; funcionários verno vietnamita reconhece: a ADRA.
da Casa Publicadora e outros. Por que
estavam partindo? Não tinham eles a A Igreja no Vietnã
A última aeronave dos EUA deixa Vietnã responsabilidade de ficar, mesmo sa- Minha esposa Patrícia e eu, junta-
em 1975. bendo que dentro de poucas horas os mente com o Pastor Le Cong Giao e uns

30 Diálogo 13:1 2001


desde o primeiro ministro e o pessoal hospitais em diversos lugares do país.
do ministério do exterior, até os chefes As comunidades beneficiadas pelo ser-
de ministérios-chaves e entidades, par- viço dessas instituições têm a ADRA em
ticularmente instituições de saúde. alta consideração. Pessoal médico das
Minha primeira visita a Hanói se deu maiores instituições de saúde estão sen-
12 anos após a queda de Saigon. Encon- do treinados por peritos de outros paí-
trei-me com líderes governamentais an- ses sob o patrocínio da ADRA. A instala-
siosos de reconstruir a infra-estrutura ção de micro-empresas é outra ativida-
do país e dar assistência ao povo, às ci- de promovida pela ADRA para auxiliar
dades e comunidades. Também os ouvi os indivíduos a desenvolverem suas ha-
declarar em diversas ocasiões que a li- bilidades de modo a se tornarem bem-
berdade religiosa era uma garantia sucedidos na exploração de pequenos
constitucional. Mas descobri que o que negócios, promovendo assim o bem-es-
era assegurado pela constituição e a rea- tar econômico para suas famílias.
lidade eram duas coisas diferentes. Os A assistência prestada quando da
líderes adventistas não têm liberdade ocorrência de calamidades e desastres
de viajar pelo país a negócios da igreja, tem sido muito apreciada pelo governo,
como gostariam fazer. O evangelismo é porque o país é atingido por chuvas tor-
Inauguração de uma igreja vietnamita na extremamente difícil. renciais e tufões quase todos os anos.
Florida, EUA. Apesar de todos os pesares, o teste- Três dos funcionários mais graduados
munho está sendo dado e muitas vidas no governo vietnamita visitaram recen-
poucos amigos, estivemos recentemen- transformadas; há crescimento, os ba- temente a sede mundial da ADRA para
te em Saigon para celebrar o 25º aniver- tismos estão acontecendo e a igreja discutir o desenvolvimento futuro e ati-
sário da reunificação do Vietnã. O cen- cresce, mas não tão rapidamente como vidades assistenciais em seu país. Os
tro da cidade de Ho Chi Minh achava- em outras partes do mundo. fundos destinados a essas operações de-
se apinhado. Grandes celebrações esta- Um grupo novo e jovem de líderes verão vir de diversos doadores. A ADRA
vam tendo lugar. Outdoors anunciando adventistas está emergindo. Alguns têm da Austrália tem desempenhado um pa-
o evento eram exibidos em cada rua e a ventura de estudar fora do país com pel importante juntamente com as doa-
sobre a maioria dos prédios. Era uma fundos provenientes de outras fontes, ções particulares dos Estados Unidos e
ocasião festiva, mais ou menos como a porque a Igreja Adventista no Vietnã outras nações.
celebração de Ano Novo. tem recursos muito limitados.
Enquanto olhávamos da sacada do Se a igreja restabelecerá escolas e Os vietnamitas nos Estados Unidos
hotel para a rua abaixo, em direção a quando, permanece um ponto de inter- Muitos refugiados vietnamitas imi-
uma das principais interseções da cida- rogação. Não sabemos quando a casa graram para os Estados Unidos, entre
de de Ho Chi Minh, fiquei impressiona- publicadora voltará a operar. As publi- eles adventistas do sétimo dia. Em
do com o fato de que muitos que esta- cações que nossos membros usam são acréscimo aos mais de 400 que deixa-
vam ali celebrando o acontecimento trazidas de fora ou produzidas por indi- ram o Vietnã durante a última semana
nem mesmo tinham nascido no tempo víduos usando qualquer tecnologia dis- de abril de 1975, milhares mais têm
da queda de Saigon e da reunificação do ponível. chegado através dos anos. Alguns cru-
Vietnã. Mal compreendiam eles que o A Rádio Mundial Adventista, em zaram a fronteira de países limítrofes.
país havia experimentado nos últimos Guam, irradia programas em vietnami- Dezenas de milhares de todas as idades
50 anos derramamento de sangue, mu- ta para o país. Os programas e cursos tentaram abandonar o Vietnã por barco
tilação e a matança de milhões, muitos bíblicos por correspondência têm des- (chamados de “gente dos barcos”). Mi-
deles civis inocentes. A guerra cobrou pertado interesse nas questões espiritu- lhares deles perderam a vida nas tem-
seu preço da Igreja Adventista do Séti- ais em milhares de vietnamitas que es- pestades tropicais ou nas mãos de pira-
mo Dia, juntamente com outras comu- tão ansiosamente procurando um cami- tas. Contudo, muitos puderam achar
nidades religiosas. Isso era evidente em nho melhor, uma esperança mais segu- seu caminho para os Estados Unidos e
todo o país, especialmente para mim. ra e um futuro mais alvissareiro. outros países. A comunidade local de
Durante os últimos anos, eu tinha A ADRA continua expandindo seus vietnamitas conduziu muitos deles às
voltado diversas vezes para o Vietnã, serviços através do país. Diversos proje- pequenas congregações vietnamitas ad-
não somente para a cidade de Ho Chi tos estão tendo impacto positivo em ventistas espalhadas pelo oeste e sudes-
Minh, no sul, mas também para Hanói muitas localidades. Importantes progra- te dos Estados Unidos. À medida que
e outras cidades do norte. Tive a opor- mas de saúde são uma prioridade para o essas congregações trabalhavam em seu
tunidade de me encontrar com alguns trabalho da ADRA e de agências simila-
funcionários dos mais altos escalões, res. Têm sido construídos pequenos
Continua na pág. 35

Diálogo 13:1 2001 31


Para Sua Informação
Adventist Frontier
Pamela Duncan Missions: Alcançando os
não-alcançados nesta
geração

V ocê está procurando por aventu-


ra? Experimente a Adventist Fron-
tier Missions (AFM). Organizada
em 1985, a AFM trabalha em estreita re-
lação com a Igreja Adventista do Sétimo
seguida, os novos crentes são treinados
para assumir a liderança de igrejas e
partilhar sua fé com aqueles que os cer-
cam. Quando uma igreja está forte e
crescendo por conta própria, os missio-
pelas crianças e capacidade de tornar o
aprendizado mais divertido.
O cuidado da saúde é a segunda cate-
goria. Essa área permite aos missionári-
os da AFM ensinarem o povo a cuidar
Dia, objetivando expandir as fronteiras nários da AFM partem para iniciar o tra- melhor de si mesmos e dos outros. Mui-
da família de Deus. Ela recruta adven- balho com um novo grupo de não-al- ta gente ainda crê em espíritos e curan-
tistas consagrados desafiando-os a viver cançados. deiros. Mostrar-lhes as causas das doen-
entre grupos de pessoas não-alcançadas A AFM está, no momento, procuran- ças e como melhorar sua saúde contri-
a fim de partilhar a alegria de conhecer do 32 estudantes e jovens para darem bui para romper o domínio de Satanás
a Jesus e de fazer discípulos. Seu lema é: apoio ao trabalho dos missionários de sobre sua vida. Qualificações: conheci-
“Alcançar os não-alcançados nesta gera- tempo integral em nove países. Ela pre- mento básico dos princípios de saúde e
ção”. cisa preencher vagas em sete categorias. formação em primeiros-socorros. Essa
Os estudantes da AFM, juntamente A primeira categoria, escola no lar, área de serviço é ideal para enfermeiras
com os missionários de carreira, apren- permite que o estudante apóie direta- e estudantes de enfermagem.
dem a língua e a cultura dos povos mente as famílias dos missionários, tra- A alfabetização é a terceira categoria.
onde trabalham, vivendo em seu meio balhando com seus filhos. Isso os libera Ensinando o pessoal da terra a ler em
e atendendo às suas necessidades. Parti- para se dedicarem ao estabelecimento sua própria língua, você os capacita a
lham o evangelho com seus novos ami- de relações com o povo local e ao evan- ler a Bíblia. Qualificações necessárias:
gos e os convidam a conhecer Jesus. Em gelismo. Qualificações requeridas: amor boas habilidades de relacionamento in-
terpessoal, capacidade de liderar peque-
nos grupos, e domínio da língua ingle-
sa. Espera-se que o participante saiba
como transmitir com facilidade infor-
mações e conceitos. Para ministrar clas-
ses bíblicas, o estudante precisa enten-
der plenamente os princípios bíblicos e
as crenças adventistas, e ser capaz de
explicá-los. Já que alfabetização envol-
ve o aprendizado do idioma local, essa
área de serviço adapta-se melhor àque-
les que estão dispostos a servir por mais
de um ano.
E finalmente, o desenvolvimento co-
munitário. Os estudantes missionários
ajudam a gente da terra a desenvolver
recursos hidráulicos, a praticar agricul-
tura bem-sucedida e a fundar empresas
comerciais. Qualificações: conhecimen-
to básico de agricultura, de sistemas hi-
dráulicos, de contabilidade básica e a
posse de aptidões comerciais.
Estudantes voluntários da Adventist Frontier Missions para o ano 2000.
Os estudantes missionários da AFM
32 Diálogo 13:1 2001
precisam possuir paixão em seguir a
Cristo onde quer que Ele os conduza, e
Ride to Glory mentos racionais em apoio do criacio-
nismo científico, de maneira inteira-
fazer o que lhes for pedido, não impor- Continuação da pág. 29 mente satisfatória em termos intelectu-
tando quão pequena a tarefa possa pa- ais e emocionais. Acima de tudo, o au-
recer. Eles precisam ter paciência, flexi- tor desafia o leitor de maneira instigan-
Usando caracteres bem definidos
bilidade, adaptabilidade, responsabili- te e confiante a crer que o criacionismo,
como o jovem herói Joshua Chamber-
dade e capacidade organizacional. longe de ser um conto de fadas, é apoia-
lain Ryan, um cientista que “testifica”
A AFM pede que todos os estudantes do pela evidência achada na Natureza.
numa produção baseada em Inherit the
missionários assistam às sessões de trei- “A verdade firma-se em três dimensões
Wind, o autor dá respostas lógicas às te-
namento. A próxima está marcada para e não precisa de defesa. A falsidade im-
orias evolucionistas quanto à origem
15 de julho a 11 de agosto de 2001. So- plode, caindo sobre si mesma e derre-
da vida e suas divergências.
licita também que os estudantes missio- tendo-se aos caprichos do Sol” (pág.
Johns sondou a fundo os detalhes
nários interessados levantem fundos 267).
históricos do julgamento de Scopes, em
para seu próprio sustento durante o Leia o livro e divirta-se com a histó-
1925, no Tennessee, que também girou
tempo de serviço. Devem conseguir ria, mesmo quando o argumento desafi-
em torno da evolução versus criação,
pelo menos US$4.200. (Essa soma cobre ar seu intelecto.
mencionando-o muitas vezes no livro.
o custo de passaporte, visto, vacinas re- Suas explicações científicas sobre as
queridas, transporte, sessão de treina- Kenneth Wilson é um experiente professor e
evidências de um desígnio na Natureza
mento de quatro semanas e estipêndio). diretor do Departamento de Ciência na Takoma
demonstram as muitas falácias da ótica
Se você gosta de aventura, desfruta Academy. Seu endereço postal: 8120 Carroll
evolucionista. O autor é meticuloso no
um relacionamento amistoso com Jesus Ave.; Takoma Park, Maryland 21029; EUA.
detalhamento e rigoroso em sua pesqui-
e sente o chamado para alcançar os sa científica, tendo-se consultado com
não-alcançados, eu o convido a unir-se membros do Geoscience Research Insti-
à Adventist Frontier Missions. tute em Loma Linda, Califórnia.
O enredo principal da história cen-
Pamela Duncan é Coordenadora de Mis- tra-se numa peça descrevendo o drama Assinatura
sões Estudantis da Adventist Frontier Missi-
ons. Durante 1994 e 1995 ela trabalhou
desenrolado na sala de um tribunal, e
que provê as respostas de um criacionis-
gratuita para a
como estudante missionária na ilha de Yap,
nos Estados Federados da Micronésia. Pa-
ta à teoria da evolução. O astro do dra- biblioteca de sua
ma é Josh Chamberlain Ryan, assim
mela formou-se no Walla Walla College, chamado em homenagem ao famoso faculdade ou
em 1998, bacharelando-se em Comunica-
ção de Massa.
Cel. Josh Chamberlain, cuja fama acha-
se ligada à cidade de Gettysburg, céle-
universidade!
bre por causa da Guerra Civil America-
na. Ryan não é um criacionista religioso Deseja ver Diálogo disponível na biblio-
teca de sua faculdade ou universidade, de
típico, mas um arqueólogo e paleontó-
modo que seus amigos não-adventistas
logo sincero, que pensa cientificamente
e vê desígnio nos fenômenos naturais. possam ter acesso à revista? Procure o bibli-
otecário e sugira que peça uma assinatura
Ele crê que a mega-evolução leva as ver-
gratuita, usando papel timbrado da institui-
Maiores dadeiras observações além dos parâme-
tros da ciência autêntica. Tratando de ção. Cuidaremos do resto!
informações tópicos como bioquímica, paleontolo- A carta deve ser endereçada a Dialogue
Editor-in-chief; 12501 Old Columbia Pike;
Para saber mais sobre as AFM e as vagas gia, probabilidade, embriologia, geolo-
gia e outros, ele dá explicações que se Silver Spring, Maryland 20904; EUA.
para estudantes missionários do ano letivo
2001-2002, contate Pamela Duncan: P.O. opõem à teoria da mega-evolução vi-
Box 346; Berrien Springs, Michigan 49103; sando a apelar à lógica do estudante.
EUA. Creio, contudo, que os não-iniciados
E-mail: pduncan@afmonline.org em ciências teriam alguma dificuldade
Web page: www.afmonline.org ao usar o mesmo raciocínio em argu-
Telefones: Nos Estados Unidos e Cana- mentar com um cientista evolucionista,
dá: 1-800-937-4236, ext. 117. De outros devido à natureza técnica de grande
países: 616-473-4250, ext. 117. parte do material.
Fax: 616-473-4375. Ride to Glory oferece não só uma his-
tória fascinante com um desfecho signi-
ficativo, mas também apresenta argu-

Diálogo 13:1 2001 33


Primeira Pessoa
O Caminho Para Jesus
Cezar Luchian Antigamente eu cria na Nova Era, mas agora estou me
preparando para a Nova Terra.

A notícia era absolutamente chocan-


te. Durante anos, um amigo meu
foi ateu convicto. O agnosticis-
mo influenciava sua maneira de enca-
rar a vida. Então, certo dia, no final de
atraído pelo estilo de vida solitária dos
monges enquanto me preparava para o
futuro.
Dentro desse contexto, foi muito di-
fícil para mim aceitar que há apenas um
Nova Era,. Decidi aceitar Jesus como
meu Salvador e observar o sábado do
sétimo dia. Não me foi fácil dar esse
passo, e estou certo de que algum dia
saberei sobre a “batalha angélica” que
1991, ele me contou a novidade: Havia Cristo, um caminho de salvação, um li- teve lugar durante aqueles dias em dis-
decidido unir-se à Igreja Adventista do vro inspirado, um dia santo e uma igre- puta de minha alma. Abandonei a Nova
Sétimo Dia. Eu não sabia muito a res- ja verdadeira. Não obstante, comecei a Era e encontrei-me numa viagem para a
peito dos adventistas; apenas alguns ru- ler a Bíblia. Meu amigo aconselhou-me Nova Terra.
mores e críticas publicadas pela propa- a iniciar pelos evangelhos. Durante sete A Bíblia logo veio a ser para mim o
ganda comunista, em parceria com a meses gastei duas horas cada noite len- livro mais fascinante já escrito, e Jesus
Igreja Ortodoxa Grega de minha pátria, do meu Novo Testamento, ao mesmo Cristo tornou-Se meu único mestre ver-
a Romênia. tempo em que prosseguia minha aven- dadeiro e meu amigo mais precioso. To-
Incapaz de ocultar meu espanto e tura na Nova Era. Quanto mais lia o mei a decisão de ser batizado no final
desaprovação pela escolha do amigo, Novo Testamento, mais intranqüilo me de uma das cruzadas evangelísticas do
argumentei com ele procurando “salvá- sentia acerca de minha meditação da Pr. Brad Thorp, em Bucareste, no outo-
lo”. Contudo, no fim de um longo de- Nova Era e de certas doutrinas da Igreja no de 1992. Então Deus começou a der-
bate, descobri que as coisas não eram Ortodoxa Grega. ramar muitas bênçãos e dádivas em mi-
tão simples e cristalinas como eu pensa- Chegou o verão e eu estava de volta nha vida, inclusive o privilégio de tra-
va, e que havia certas questões no cristi- para casa, ainda lutando com muitas balhar para a igreja como editor do
anismo que mereciam cuidadoso estu- questões sem resposta. Disse a meu Signs of the Times romeno. Casei-me
do e reflexão. amigo que precisava de mais tempo com Cecília, uma esposa maravilhosa, e
É a Bíblia relevante no trato com todas para estudar. Pedi-lhe que me arrumas- tive dois filhos encantadores. Por últi-
as questões da vida? Quão seguro é seguir se mais livros. Ele me deu um livro que mo, ganhei o estipêndio integral que
a tradição? O que Deus requer para minha tratava de profecias bíblicas e uma bro- me permitiu completar o curso teológi-
salvação? Quão eficaz é orar para a Vir- chura sobre a controvertida questão do co na Southern Adventist University,
gem Maria? Que dia da semana é o dia do sábado. O que foi muito interessante é em Collegedale, Tennessee, EUA. Tam-
Senhor? O que nos reserva o futuro? Será que quase no mesmo dia, eu achei o li- bém aceitei o chamado de Deus para
que todas as religiões conduzem para o vro O Conflito dos Séculos na estante de ensinar e partilhar as verdades salvado-
Céu? minha mãe. Mamãe nunca tivera tem- ras do evangelho.
Com essas questões em mente, voltei po para lê-lo, mas eu decidi compensar Deveria eu dizer que sou grato a
para Bucareste a fim de começar o pri- sua negligência. Deus por todas essas bênçãos? Isso não
meiro semestre de meu último ano de Assim, passei um mês inteiro lendo seria suficiente! Palavras não podem ex-
estudos na universidade. Mas esse tam- minha nova descoberta, além de estu- primir minha gratidão; toda uma eter-
bém acabou sendo meu primeiro ano dar a Bíblia e outros livros. Estava lendo nidade será demasiado curta para ex-
na escola de Cristo. quase oito horas por dia. Logo me en- pressá-la.
Naquele tempo, a exemplo de mui- contrei numa encruzilhada em minha
tos outros jovens romenos, eu estava vida. Eu chegara a um ponto decisivo Cezar Luchian é estudante no Seminário
envolvido em toda espécie de práticas onde tinha de fazer uma escolha. Podia Teológico Adventista do Sétimo Dia na An-
da Nova Era, que havia invadido nosso aceitar a verdade recém-achada e per- drews University e planeja voltar para sua
país depois da queda do comunismo. mitir que ela mudasse minha vida, mi- terra, a Romênia.
Crendo numa variedade de sincretismo nha filosofia religiosa e meus planos E-mail: luchian@andrews.edu
filosófico, o qual, para mim, reconcilia- para o futuro, ou podia rejeitá-los e
va todas as diferenças entre as religiões, continuar em meus velhos hábitos. No
eu estava estudando Zen e praticando fim daquele mês determinei-me a aban-
meditação iogue; também me sentia donar minhas crenças e práticas da
34 Diálogo 13:1 2001
Vietnã Ao passo que o desenvolvimento da
igreja no Vietnã se mostra difícil e len-
Os adventistas...
Continuação da pág. 31 to, o crescimento na América, como re- Continuação da pág. 7
sultado da imigração acontecida há 25
favor, muitos reconheceram que o anos, tem sido fenomenal. Louvamos a Conference of Seventh-day Adventists,
amor, cuidado e apoio que estavam re- Deus pela dedicação dos líderes vietna- 1999).
2. Ellen G. White, O Desejado de Todas as
cebendo de seus conterrâneos eram mitas nos Estados Unidos. Nações (Santo André, S. Paulo: Casa
motivados pelo amor que procede de Em 2 de setembro de 2000, tive o Publicadora Brasileira, 1979), pág. 21.
um poder superior. Eles também esco- privilégio de liderar a dedicação de uma 3. Consulte, por exemplo, os livros de
lheram unir-se ao povo de Deus. nova igreja vietnamita localizada em George Marsden: The Soul of the American
University (New York: Oxford University
Alguns daqueles que abandonaram o Orlando, na Flórida. Foi uma experiên-
Press, 1994) e The Outrageous Idea of
Vietnã em abril de 1975, no avião da cia comovente, em que recordamos que Christian Scholarship (New York: Oxford
Força Aérea, não eram membros de nos- somos todos peregrinos em terra estra- University Press, 1997) e Kelly James
sa igreja mas trabalhavam em nosso nha. Embora trabalhemos, estudemos e Clark, Philosophers Who Believe (Downers
hospital em Saigon e acabaram se unin- vivamos nos Estados Unidos, eles não Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1993).
do à Igreja Adventista do Sétimo Dia. são nossa residência permanente. Esta-
Muitos eram médicos e profissionais mos em trânsito. O céu, e só o céu, é o
de saúde muito competentes. Seus ta- lar que realmente ansiamos.
lentos foram bem aproveitados em seu Por que algumas...
país adotivo, e seus filhos se tornaram Ralph S. Watts é o diretor da Adventist Continuação da pág. 14
profissionais bem-sucedidos (médicos, Development and Relief Agency (ADRA) e o
educadores, pesquisadores e técnicos autor de Saigon, the Final Days. Seu ende-
em computação). reço: 12501 Old Columbia Pike; Silver 20. Ellen G. White, Testimonies for the Church
A obra entre os vietnamitas nos Esta- (Mountain View, Calif.: Pacific Press
Spring, Maryland 20904; EUA. Publishing Association, 1948), vol. 7,
dos Unidos tem florescido. Há agora 12 Os leitores interessados no trabalho de págs. 21 e 22.
congregações organizadas, oito das ADRA podem contatar seus escritórios in- 21. Oosterwal, pág. 20.
quais possuem edifícios próprios cons- ternacionais em: 12501 Old Columbia 22. Daniel Julio Rode, Los siete signos vitales de
truídos com bastante sacrifício e recur- Pike; Silver Spring, Maryland 20904; EUA. crecimiento de Wagner en seis iglesias
adventistas hispanas del sur de California
sos próprios. São fiéis no trabalho da E-mail: 74617.2161@compuserve.com ou (Pasadena, Calif.: Fuller Theological
igreja, generosos em suas dádivas e ze- www.adra.org ou fax: 301 680-6750. Seminary, 1994), pág. 235.
losos em partilhar sua fé com outros. 23. Win Arn, The Church Growth Ratio Book
(Monrovia, Calif.: Church Growth Inc.,
1990), págs. 23 e 24.
24. Schwarz, pág. 36.
25. Idem., pág. 36 e 37.
26. C. Peter Wagner, Church Planting for a
Greater Harvest (Ventura, Calif.: Regal
Uma sugestão para você: Books, 1990), pág. 11.
27. Donald A. McGravan, Understanding
Church Growth, edit. por C. Peter Wagner
Pensando na sua felicidade, oferecemos a você gratuitamente os (Grand Rapids, Mich.: Eerdmans, 1990),
seguintes cursos: pág. 163.
28. C. Peter Wagner, Your Church Can Be
❏ Encontro com a Vida ❏ Família Feliz Healthy (Nashville, TN: Abingdon, 1979),
Nome: _____________________________________________________________ pág. 56.
29. McGravan, pág. 155.
Endereço: _____________________________________________________________ 30. Schwarz, págs. 38 e 39.
_____________________________ No: ____________________________
Estado: _____________________________ País: __________________________
CEP: _____________________________ Fone: _________________________

Envie este cupom para A Voz da Profecia.


Caixa Postal 1189 ZC-00-20/001-97- Rio de Jeneiro - RJ - Brasil

Diálogo 13:1 2001 35


36 Diálogo 13:1 2001
Intercâmbio
dade de Carabobo; interesses: acampar, Monica Constantinescu: 18: solteira;
Amplie Sua futebol, fotografia, e colecionar selos;
correspondência em espanhol. Endere-
estuda filologia; interesses: ler biografi-
as, cantar, nadar e aprender de outras
ço: Calle San Juan 183-71; Urb. Capren- culturas; correspondência em romeno,

Rede de co; Valencia; VENEZUELA. E-mail:


danieldbc@hotmail.com
Mary Jane Bano: 25; solteira; com-
inglês ou espanhol. Endereço: Str. Ateli-
erelor Nr. 5; or Moinesti, jud. Bacau;
5478 ROMÊNIA.

Amizades pletou um curso em ciência secretarial


na Politechnic University; interesses:
atividades de igreja, nadar, cantar e via-
Elisa B. Coronel: 19; solteira, estu-
da odontologia; interesses: trabalhar
com Desbravadores, cantar, viajar e
jar; correspondência em filipino ou in- aprender inglês; correspondência em

E studantes universitários e profissio-


nais adventistas, leitores de Diálogo,
interessados em trocar correspon-
dência com colegas em outras partes do
mundo.
glês. Endereço: 443 Z. P. De Guzman
St.; Quiapo, Manila; FILIPINAS.
Monte Benard: 26; solteiro; tem um
diploma em engenharia química de
Moi University na Quênia, planejando
espanhol ou inglês. Endereço: Ambro-
sio Olmos 1140 6 C; Nueva Cordoba,
Cordoba; 5000 ARGENTINA. E-mail:
elisabcoronel@topmail.com.ar
Moises Manuel da Costa: 25; soltei-
fazer um curso em bioquímica; interes- ro; estuda engenharia eletrônica; inte-
Daniel Afolayan-Cameo: 40; casado; ses: música, cinema, viajar e jogar fute- resses: ler, a Internet, música cristã e fa-
pastor adventista estudando para um bol; correspondência em inglês. E-mail: zer novos amigos; correspondência em
mestrado em gerência educacional na montebenard@hotmail.com português. Endereço: UEM - Faculdade
Nigéria; interesses: tocar e compor mú- Ondieki Benson: 22; solteiro; faz um de Engenharia; Departamento de Elec-
sica cristã, e ver futebol; correspondên- curso em administração de empresa; in- trotécnica; Av. de Moçambique - K. 1.5;
cia em inglês. teresses: ouvir música, ler, viajar e com- Caixa Postal 257; Maputo; MOÇAMBI-
E-mail: babcock@infoweb.abs.net putadores; correspondência em inglês. QUE. E-mail: moises@deel.uem.mz
Chinonyerem Godswill Aguiyi: 20; Endereço: P.O. Box 98; Matunda; QUÊ- Monica Yaneth Cota: 18; solteira;
solteiro; estuda economia agrícola; in- NIA. E-mail: ondiekib@yahoo.com estuda medicina em Culiacan, Sina-
teresses: música, jogos, cantar e fazer Joy-Ann Brown: 18; solteira; estuda loa, México; interesses: música, ler,
novos amigos; correspondência em in- medicina; interesses: música, naturopa- acampar e fazer novos amigos; corres-
glês. Endereço: Federal University of tia, poesia e esportes; correspondência pondência em espanhol ou inglês.
Agriculture; P.M.B. 7267; Umudike, em inglês. Endereço: 33A Sullivan Ave- E-mail: monikiux82@yahoo.com
Abia State; NIGÉRIA. nue; Kingston 8; JAMAICA. Dmitry Dashko: 26; solteiro; estuda
Jane D. Alburo: 30; solteira; faz um Raul F. Chajtur R.: 24; solteiro; estu- teologia no Zaoksky Seminary; interes-
curso de inglês; passa-tempos: cantar, da agronomia na Universidade Autôno- ses: viajar, ouvir música, esportes e
compor e colecionar poemas, estudar a ma Gabriel Rene Moreno; interesses: evangelismo; correspondência em russo
Bíblia e fazer novos amigos.; correspon- voleibol, tênis, ouvir música e viajar; ou inglês. Endereço: 30100 Rudneva
dência em inglês. Endereço: Bagonta- correspondência em espanhol, portu- Street; 43-a Zaoksky, Tula Region; RÚS-
as; Valencia, Bukidnon; 8709 FILIPI- guês ou inglês. Endereço: Casilla 610; SIA. E-mail: student@zaoksem.tula.net
NAS. Santa Cruz; BOLÍVIA. E-mail: Jennelyn R. Deduro: 25; solteira;
Anna Amir: 18; solteira; estuda con- fchajtur@usa.net completou um curso em tecnologia mé-
tabilidade; interesses: colecionar selos, Leonard Chauka: 25; solteiro; faz dica; interesses: cozinhar, fazer ponto
ciclismo e peteca: correspondência em um curso de ciência na University of de cruz, ouvir boa música e fazer novos
inglês. Endereço: Post Office Box 293; Dar-es-Salaam; passa-tempos: música amigos; correspondência em inglês. En-
89108 Kota Marudu; Sabah; MALÁSIA cristã, viajar e discutir assuntos espiritu- dereço: Rizal St.; 9402 Mlang, North
ORIENTAL. ais; correspondência em inglês ou Cotabato; FILIPINAS.
Jay C. Antipuesto: 21; solteiro; com- kiswahili. Endereço: P.O. Box 35065; Elenice O. Dorta: 21; solteira; estuda
pleta um curso em contabilidade na Dar-es-Salaam; TANZÂNIA. E-mail: pedagogia; interesses: aprender de ou-
University of Mindanao, Filipinas; inte- lechauka@hotmail.com tras culturas, esportes, natureza e de-
resses: natureza, alpismo, nadar e reli- Joy Chinedo: 19; solteira; estuda co- senvolver criatividade; correspondência
gião; correspondência em inglês. E- municação em massa no Saint Joseph em português, espanhol ou inglês. En-
mail: joo_jay@yahoo.com Institute of Technology; correspondên- dereço: Caixa Postal 11; 13165-000 En-
Arnold Q. Balairos: 30; solteiro; tem cia em inglês. Endereço: Maningalao las genheiro Coelho, SP; BRASIL. E-mail:
um diploma em administração de em- Nieves; Agusan del Norte; 8610 FIILIPI- lennydorta@yahoo.com.br
presas, trabalha agora como assistente NAS. Gaston Dupertuis: 22; solteiro; estu-
administrativo; interesses: música Barbara M. Colón: 18; solteira; estu- da medicina na Universidad Nacional
evangélica, ciclismo, nadar e tênis; cor- da sociologia com ênfase em justiça cri- de Cordoba; passa-tempos: colecionar
respondência em inglês. Endereço: minal na Universidad Interamericana borboletas, selos e moedas antigas, ou-
Pryce Plans, Inc.; Door 1, Emerald de San German; correspondência em vir música religiosa; correspondência
Bldg.; Rizal St.; 6100 Bacolod City; Fili- espanhol ou inglês. Endereço: 45 Azba- em espanhol. Endereço: Av. Colon 957,
pinas. E-mail: miko_boy@hotmail.com che; Pueblo Nuevo; San German; Puer- Torre 1, Depto. 16 C; Cordoba; ARGEN-
Daniel Banez Caro: 24; solteiro; es- to Rico 00683; EUA. TINA. E-mail: gastondu@uol.com.ar
tuda contabilidade pública na Universi- E-mail: bambucr@yahoo.com Philip Awuah Essampong: 37; casa-

Diálogo 13:1 2001 Inserção37


A
do; estuda para um mestrado em orien- ty; PMB 21244; Ikeja, Lagos; NIGÉRIA. glês. Endereço: P.O. Box 4589; Samabu-
tação e aconselhamento; interesses: E-mail: haliso@tiara.skannet.com la; FIJI.
partilhar minha fé, ler, ouvir música, e Cleven Hendson: 46; casado; traba- E-mail: S00000994@student.usp.ac.fj
trocar cartões postais; correspondência lha como diretor de educação para a David Livingston: 22; solteiro; tem
em inglês. Endereço: University of Cape Missão das Ilhas Salomão Ocidentais; um diploma em física; interesses: músi-
Coast; B5 New Hall; Cape Coast; GANA. interesses: música, cantar, acampar e vi- ca, livros e fazer novos amigos; corres-
E-mail: csucc@ghana.com ajar; correspondência em inglês. Ende- pondência em inglês ou tamil. Endere-
Eva Fajardo: casada; professora se- reço: Kukudo Postal Agency; Gizo; ço: 22 Vayakat St., Goripalayam, Madu-
cundária, estuda educação bilíngüe no ILHAS SALOMAO. rai, Tamil Nadu; 625002 ÍNDIA. E-mail:
Mercy College; interesses: ler, música E-mail: wsim@adventist.org.sb livindia@yahoo.com
cristã, viajar, esportes e decoração inter- Francisco Hines Jr.: 18; solteiro; estu- Elisabete V. C. Louzeiro: 34; divorci-
na; correspondência em espanhol, in- da computação na universidade; inte- ada, com dois filhos; interesses: ler, gi-
glês ou francês. Endereço: 1406 Morri- resses: basquete, natação, computado- nástica aeróbica e cooper; correspon-
am Ave., Apt. 3G; Bronx, New York res e música cristã; correspondência em dência em portugês ou inglês. Endere-
10452; EUA. espanhol ou inglês. Endereço: Colinas ço: Rua Damiao de Gois, 42, 9o. Esq.;
Vanesa Fulco: 25; solteira; estuda del Golfo, Casa 55; Panamá; PANAMÁ. 2700-227 Alfornelos, Amadora; POR-
medicina na Universidad de Buenos Ai- E-mail: paco3@LatinMail.com TUGAL. E-mail: aconselho@mail.pt
res; interesses: ouvir música, viajar, es- Rizza J. Inocillas: 20; solteira; estuda Moffat Ghala Mamu: 22; solteiro;
portes e melhorar meu uso do inglês; comércio na University of Cebu; inte- estuda jornalismo e sistemas de infor-
correspondência em espanhol ou in- resses: partilhar minha fé, tocar piano, mação na University of South Pacific;
glês. Endereço: Aristobulo del Valle cantar e fazer excursões; correspondên- interesses: futebol, música, fotografia e
6254; Villa Ballester, Prov. Buenos Ai- cia em inglês. Endereço: University of agricultura; correspondência em inglês.
res; ARGENTINA. Cebu; College of Commerce; Sancian- Endereço: c/o Student Mail; USP Lauca-
E-mail: fulcovanesa@hotmail.com gko St.; Cebu City; 6000 FILIPINAS. E- la Campus; P.O. Box 1168; Suva; FIJI. E-
Regina Gallego Gallarda: 24; soltei- mail: jayzzas@hotmail.com mail: S00007231@student.usp.ac.fj
ra; completou um curso em educação George Kaduga: 25; solteiro; estuda Silvia Oliveira Mattos: 24; solteira;
secundária na Central Philippine Uni- engenharia mecânica; interesses: viajar, trabalha em transporte; interesses: mú-
versity; passa-tempos: ler, colecionar se- música religiosa e esportes; correspon- sica, trocar experiências e fazer novos
los e atividades ao ar livre; correspon- dência em kiswahili ou inglês. Endere- amigos; correspondência em português.
dência em inglês ou tagalog. Endereço: ço : Mbeya Technical College; Post Box Endereço: Rua Caetes, 11, Jardim São
Lucmayan; Nueva Valencia, Guimaras; 131; Mbeya; TANZÂNIA. Vicente de Paula; 06463-020 Barueri,
5046 FILIPINAS. George Magati Kebwaro: 24; soltei- SP; BRASIL.
Gilson Gehring Junior: 19; solteiro; ro; estuda educação secundária com ên- Leah Mbasa: 23; solteira; estuda tec-
estuda enfermagem na UniCamp; inte- fase em matemática na Moi University; nologia de informação; interesses: via-
resses: jogar basquete e futebol; corres- correspondência em inglês. Endereço: jar, música, computadores e surpresas;
pondência em português ou espanhol. P.O. Box 493; Kisii; QUÊNIA. correspondência em inglês. Endereço:
Endereço: R. Betânia, 575, Pq. Ortolân- Peter Kiptanui: 20; solteiro; estuda P.O. Box 3918 ou P.O. Box 2081; Moro-
dia; 13184-030 Hortolândia, SP; BRA- gerência agrícola na Egerton Universi- goro; TANZÂNIA.
SIL. E-mail: gehring@fcm.unicamp.br ty; passa-tempos: poesia, cantar, repre- E-mail: minzambasa@yahoo.com
Symon Benito Gullaya: 26; solteiro; sentar e partilhar o amor de Deus; cor- Elina Isabel Melenciano: 29; solteira;
trabalha como mecânico de motores de respondência em inglês ou swahili. En- secretária; interesses: esportes, cantar,
veículos; interesses: ouvir música cristã, dereço: P.O. Box 1093; Kapsabet; QUÊ- tocar violão e piano e fazer novos ami-
esportes e discussões em grupo; corres- NIA. E-mail: kptanui@egerton.ac.ke gos; correspondência em espanhol ou
pondência em inglês. Endereço: Ntchisi Adlyn Kristy Y.: 18; solteira; estuda inglês. Endereço: Universidad Adventis-
Forest Reserve; P.O. Box 48; Ntchisi; ciência de computação; interesses: cole- ta Dominicana; Apartado 770; Santo
MALÁUI. cionar moedas, jogar peteca, xadrez e Domingo; REPÚBLICA DOMINICANA.
Outi Haggren: 28; solteira; estuda música; correspondância em inglês. En- Ivani Melo: 40; casada; professora,
medicina; interesses: tópicos de saúde, dereço: Post Office Box 49; 89107 Kota com diplomas em teologia e pedagogia;
estudo da Bíblia, excursão e tocar pia- Marudu; Sabah; MALÁSIA ORIENTAL. interesses: história dos hinos da igreja,
no; correspondência em finlandês, in- Philmar Lalis: 21; solteiro; completa Ellen White e aprender como trabalhar
glês ou espanhol. Endereço: Kauko- um curso de engenharia civil; interes- melhor com adolescentes e jovens;
lankatu 3; 42100 Jamsa; FINLÂNDIA. ses: ler e fazer novos amigos; correspon- correspondência em português ou inglês.
E-mail: outihaggren@hotmail.com dência em inglês ou filipino. Endereço: Endereço: Rua Bento da Costa, 142, Jar-
Yacob Haliso: 32; solteiro; completa Butong Bato; Ibajay, Aklan; 5613 FILIPI- dim Califórnia; 06124-50 Osasco, SP;
um doutorado na University of Ibadan; NAS. BRASIL. E-mail: lemo_br@yahoo.com.br
interesses: ler, passeio na natureza, ob- Niumai Ligica: 19; solteira; estuda ci- Liliana Mesaros: 20; solteira; estuda
servar pássaros e partilhar o evangelho; ências sociais na University of the South a língua e literatura francesas bem
correspondência em inglês, francês ou Pacific; passa-tempos: cantar, ler, ouvir como teologia; interesses: música clássi-
Amharic. Endereço: Babcock Universi- música e nadar; correspondência em in- ca e religiosa, natureza, colecionar car-

Inserção B
38 Diálogo 13:1 2001
tões postais e poesia; correspondência teresses: esportes, drama, ensinar e pre- tar; correspondência em inglês. Endere-
em romeno ou francês. Endereço: St. O. gar; correspondência em inglês. Endere- ço: Brgy. Lopez Jaena; Sagay City, Ne-
Iosif, Nr. 7; Ineu, 285, Arad; ROMÊNIA. ço: Spicer Memorial College; Pune; gros Occidental; FILIPINAS.
James K. Mullah: 22; solteiro; estuda 411007 ÍNDIA. Ender O. Perez B.: 32; solteiro; estu-
no Spicer Memorial College, Índia; in- E-mail: tomowuor@usa.net da teologia e educação; interesses: fazer
teresses: evangelismo, cantar e futebol; Olajumoke D. Oyinloye: 19; solteira; novos amigos, esportes, ler e viajar; cor-
correspondência em inglês. Endereço: estuda ciência política na University of respondência em espanhol. Endereço:
E-mail: mullahjames@yahoo.com Ibadan; interesses: ler, organizar, cantar Carrera 86A #37-111, Barrio Cristobal;
Dalva O. Nascimento: 39; solteira; e passeio na natureza; correspondên- Medellin, Antioquia; COLÔMBIA.
tem um diploma em teologia educacio- cia em inglês. Endereço: P.O. Box E-mail: enderp1@LatinMail.com
nal; interesses: música, viagens missio- 7427; Federal Secretariat Complex; Lorica Pintilie: 19; solteira; estuda fi-
nárias, aprender de outras culturas e fa- Aba Rd.; Port Harcourt; NIGÉRIA. lologia; interesses: viajar, ler, música
zer novos amigos; correspondência em E-mail: haliso@tiara.skannet.com clássica e esportes; correspondência em
português, inglês ou espanhol. Endere- Luis Alberto Pacheco S.: 35; divorci- rumeno, inglês ou francês. Endereço:
ço: Rua Major Domingos do Nascimen- ado; técnico em artes gráficas e estuda Tudor Vladimirescu bl. D2, ap. 12; or.
to, s/n; Caixa Poral 42; 83390-000 Gua- administração de empresas; interesses: Moinesti, jud. Bacau; 5478 ROMÊNIA.
raqueçaba, PR; BRASIL. E-mail: tocar piano e flauta, trabalho missioná- Ubirajara de Farias Prestes Filho:
dalva@lol.com.br rio e escrever poesia; correspondência 21; solteiro; tem um diploma em histó-
Carmen Nuñez: 21; solteira; comple- em inglês. Endereço: Calle 102 #13-54; ria, planeja seguir estudos graduados;
ta um diploma em teologia; interesses: Airacen Juvenil; Turbo, Antioquia; CO- interesses: aprender de outras culturas,
acampar, atividades de jovens, colecio- LÔMBIA. história adventista, profecia bíblica e
nar moedas e viajar; correspondência Ivy Lou Palomares: 25; solteira; esportes; correspondência em portugu-
em inglês. Endereço: Instituto Universi- completou um curso em comércio; in- ês ou espanhol. Endereço: Rua Botucatu
tario Adventista; Apartado 13; Nirgua, teresses: cantar, ouvir música, ler e 158, Vila Dirce; 06324-380 Carapicuiba,
Yaracuy; 3205-A VENEZUELA. E-mail: aventuras; correspondência em inglês. SP; BRASIL.
iunav@telcel.net.ve Endereço: G/F, Unit 12 e 13, San Jose E-mail: biraprestes@hotmail.com
Elkanah Nyakoiro: 21; solteiro; estu- Condominium II, Inc.; Maginoo corner Alina M. Purghel: 20; solteira; estuda
da na Nairobi University; interesses: na- Masigla Streets; Dilman, Quezon City; para se tornar uma professora de escola
dar, tocar piano, basquete, e ajudar a ou- 1100 FILIPINAS. primária; interesses: viajar, música, livros
tros; correspondência em inglês. Endere- Krystal Park: 24; solteira; estuda en- e cozinhar; correspondência em holan-
ço: Nairobi University, HL3, RM 403; Box genharia elétrica na University of Mani- dês, inglês ou romeno. Endereço: Kaste-
30197; Nairobi; QUÊNIA. E-mail: toba; interesses: ciclismo, ler sobre no- elstraat 25, 4421 EH; Kapelle; HOLANDA.
elkanahchweya99@yahoo.com vas descobertas, jogos matemáticos: e E-mail: apurgh@mail.hzeeland.nl
Diego Neri Osorio: 25; solteiro; pro- fazer novos amigos; correspondência Damaris Quinteros: 23; solteira;
fessor de escola elementar; interesses: em inglês. Endereço: 23 Woodstock completa um curso de psicologia na
viajar, aprender de outras culturas e fa- Lane; Winnipeg, Manitoba; R3R 2X3 Universidad Adventista del Plata; inte-
zer novos amigos; correspondência em CANADÁ. resses: voleibol, basquete e música; cor-
espanhol. Endereço: Lamadrid 344; E-mail: umpark22@cc.UManitoba.ca respondência em espanhol ou portugu-
Q835BHH Chos Malal, Neuquen; AR- Davina Diana Patiken: 22; solteira; ês. Endereço: Universidad Peruana Uni-
GENTINA. estuda química aplicada; interesses: ler, on; Casilla 3564; Lima 1; PERU. E-mail:
E-mail: dineros@correwoweb.com ou cantar, fazer bolsas de barbante e assis- dsqz@hotmail.com
dineros@info-tel.com.ar tir reuniões campais; correspondência Dorothy Relloso: 21; solteira; estuda
Victor Ochieng-Otieno: 20; solteiro; em inglês. Endereço: P.O. Box 1462; Mt. administração de empresas na Ateneo
estuda engenharia elétrica na Universi- Hagen, Western Highlands Province; de Naga University; interesses: viajar na
ty of Nairobi; passa-tempos: qualquer PAPUA NOVA GUINÉ. natureza, ouvir música religiosa e cole-
jogo de bola, música e fazer novos ami- Madeline D. Peña: 18; solteira; estu- cionar citações; correspondência em in-
gos; correspondência em inglês. Ende- da administração de empresas na Uni- glês. Endereço: Mhay 07 Bakeshop,
reço: Box 193; Homa-Bay; QUÊNIA. E- versidad Adventista Dominicana; inte- Door A-3, Peoples Mart; corner Jacob
mail: ochieng79@usa.net resses: cantar em grupos, tocar violão e and Magsaysay Streets; Naga City; 4400
Deissy Yasmin Orcial: 25; solteira; piano, esportes e atividades com jovens FILIPINAS. E-mail: dd47rv@excite.com
estuda administração de empresas e tra- adventistas.; correspondência em espa- Eric Borges Ribeiro: 21; solteiro; es-
balha como secretária executiva; inte- nhol ou inglês. Endereço: Calle Gral. tuda química na Universidade de Brasí-
resses: música, colecionar chaveiros e Cabral 95; San Cristobal; REPÚBLICA lia; interesses: cantar, usar a Internet,
copiar citações inspiradoras; correspon- DOMINICANA. acampar e trocas amistosas; correspon-
dência em espanhol. Endereço: Calle Love L. Pepito: 27; solteira; comple- dência em português, inglês ou espa-
Manrique, Edif. Fazi, Piso 1, Apto. 1; tou um curso de enfermagem, agora nhol. Endereço: CSB 04, Lote 07, Apto.
San Carlos, Edo. Cojedes; VENEZUELA. trabalha como professora de escola pú- 304; 72015-545 Taguatinga, Brasília,
E-mail: yasmin_orcial@hotmail.com blica; interesses: atividades de jovens DF; BRASIL.
Tom Okeyo Owuor: 30; solteiro; es- adventistas, excursão, acampar, e can- E-mail: eriquinho@bol.com.br
tuda filosofia religiosa e psicologia; in-

Diálogo 13:1 2001 Inserção39


C
Albert Rios: 21; solteiro; estuda te- glês. Endereço: P.O. Box 3, 89257 Tem- E; Santo Domingo; REPÚBLICA DOMI-
ologia na Universidad Peruana Union; poral, Sabah; MALÁSIA. NICANA. E-mail: tomvasquez@usa.net
interesses: música, ler, viajar e espor- E-mail: ricahrd_77@hotmail.com Dayanara Velasquez: 20; solteira;
tes; correspondência em espanhol. Maxim A. Seminkhin: 23; solteiro; tem um diploma em psicologia; interes-
Endereço: Jr. Las Tunas 455, Urb. Na- estuda para um doutorado no Kharkiv ses: música, fotografia e colecionar cha-
ranjal; Lima 39; PERU. E-mail: Pedagogical University; interesses: jor- veiros e cartões postais; correspondên-
albert_rios@upeu.edu.pe nalismo, música cristã, partilhar minha cia em espanhol ou inglês. Endereço:
Katty Rodriguez N.: 19; solteira; es- fé e esportes; correspondência em in- 732 Vila Grande St.; Calexico, Califor-
tuda administração de empresas; inte- glês ou alemão. Endereço: 158, 20/321 nia 92231; EUA.
resses: música, ler, fotografia e colecio- Heroyiv Pratzi St.; Kharkiv; 61168 E-mail: dayanaravelasquez@usa.net
nar moedas e cartões postais; corres- UCRÂNIA. Francisco Alves da Silva Vieira: 25;
pondência em espanhol. Endereço: Cal- E-mail: sasa@skynet.kharkov.com (Na solteiro; estuda fisioterapia; interesses:
le Adamanay 33, Sector San Martin; Hi- linha “Subject” favor escrever: For Ma- cooper, cantar e esportes; correspondên-
guey; REPÚBLICA DOMINICANA xim Semenikhin.) cia em português ou espanhol. Endere-
Joseli Rolim: 37; divorciada; estuda Ruban Durai Singh: 20; solteiro; es- ço: Rua Almirante Alexandrino 5909,
pedagogia e trabalha como professora tuda ciência de computação na Madu- Casa 13; 20241-262 Santa Tereza, RJ;
de segundo grau; interesses: poesia, rai Kamaraj University; interesses: natu- BRASIL.
música clássica, fotografia e partilhar reza, música, aprender de outras cultu- Gerald Smitt Wandago: 25; solteiro;
minha fé; correspondência em portugu- ras, e fazer novos amigos; correspon- estuda no Kenia College of Accountan-
ês ou inglês. Endereço; Rua Jorge Lacer- dência em inglês. Endereço: 1 Bethel cy; interesses: fotografia, cozinhar, ou-
da 798, Bl. A4, Ap. 12; 85810-220 Cas- Ave., Jeeva Nagar II Street; Jaihindpu- vir música evangélica e viajar; corres-
cavel, PR; BRASIL. ram, Madurai 625011; ÍNDIA. pondência em inglês, francês, swahili
Stephen Ryoba: 32; solteiro; estuda E-mail: ruban_durai@usa.ent ou luo. Endereço: c/o Thomas W. Jo-
tecnologia de informação; interesses: Adair Maria Storch: 40; divorciada, seph; Mitchelle Hall - H1 RM 416; Box
natureza, atividades de jovens adventis- com duas filhas; gerente de laboratório; 30344; Nairobi; QUÊNIA. E-mail:
tas e cantar; correspondência em inglês. interesses: ler, música, viajar, e fazer bulemezi@nbnet.co.ke
Endereço: P.O. Box 119; Langasani, novos amigos; correspondência em
Moshi; TANZÂNIA. português ou espanhol. Endereço: Rua
E-mail: ryobastephen@hotmail.com Demetrio Ribeiro 150; Cobilândia;
Jeanne-Marie Saint-Fleur: 21; soltei- 29112-230 Vila Velha, ES; BRASIL.
ra; estuda administração de empresas Theodory Theobard: 27; solteiro; es-
na Universidad Adventista Dominica- tuda agricultura na Sokoine University
na; interesses: cantar, tocar violão e tra- of Agriculture; passa-tempos: música,
balhar com Desbravadores; correspon- natureza, acampar e trocar idéias; cor-
dência em espanhol ou inglês. Endere- respondência em inglês. Endereço: So-
ço: Calle Luis A Bermudez 22, Bo. Mira- lomon Mahlangu - Mazimbu Campus,
mar; San Pedro de Macoris; REPÚBLICA Unit 1R20; P.O. Box 3245; Morgoro;
DOMINICANA. TANZÂNIA.
Se você é universitário ou profissional ad-
E. Joshua Saint-Hilaire: 20; solteiro; E-mail: theo_3012@writeme.com
ventista e quer ter seu nome alistado aqui,
estuda medicina na Pontificia Universi- Evelyn M. Valencia: 31; solteira;
dad Católica Madre y Maestra; interes- completa um curso em obstetrícia; pas- envie-nos seu nome e endereço postal, in-
ses: música, pintura, profecia bíblica e sa-tempos: música evangélica, ler publi- dicando sua idade, sexo, estado civil, estu-
xadrez; correspondência em espanhol. cações cristãs e passar tempo na nature- dos correntes ou diploma obtido, faculda-
Endereço: Ave. Sabana Iglesia, Calle 3, In- za; correspondência em inglês ou taga- de ou universidade que está freqüentando
genio Arriba; Santiago de los Caballeros; log. Endereço: I/F 28 Hillier St.; Sheung ou da qual graduou-se, passatempos ou in-
REPÚBLICA DOMINICANA. E-mail: Wan; HONG KONG. teresses e língua(s) nas quais quer corres-
joshua-sainthilaire@correoweb.com Edwin Valenzuela V.: solteiro; tem ponder. (Vamos indicar seu endereço no
Vicente Salgado G.: 25; solteiro; es- um diploma em engenharia industrial “e-mail”, se no-lo fornecer.) Envie sua carta
tuda teologia e saúde pública na Uni- da Universidad Nacional Federico Villa-
a Dialogue Interchange: 12501 Old Colum-
versidad Peruana Union; interesses: via- real; interesses: acampar, esportes, mú-
bia Pike; Silver Spring, MD 20904-6600;
jar, esportes, música e fazer novos ami- sica cristã e teatro; correspondência em
gos; correspondência em espanhol. En- espanhol. Endereço: Av. D. Mz. D Lt. 5 EUA. Você pode também usar e-mail:
dereço: Av. La Alameda No. 168; Naña Asociacion Primavera; Dist. Nuevo San 104472.1154@compuserve.com Por favor,
08, Lima; PERU. Juan, Lima; PERU. datilografe ou use letra de imprensa clara.
E-mail: vsalgado@upeu.edu.pe E-mail: edwinva2@ole.com Só alistaremos aqueles que fornecerem
Richard Samie: 25; solteiro; comple- Tom Vasquez Acosta: 32; solteiro; toda informação pedida acima. A revista
tou um mestrado em economia na Na- tem um diploma em psicologia; interes- não assume responsabilidade pela exatidão
tional University of Malaysia; interes- ses: ler, fotografia, exercício físico e via- da informação dada ou pelo conteúdo da
ses: esportes, acampar, cantar e ouvir jar; correspondência em espanhol ou correspondência que possa resultar.
música cristã; correspondência em in- inglês. Endereço: Apartado Postal 218-

Inserção D
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