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Estatística

Produção e utilização de indicadores


educacionais: metodologia de
cálculo de indicadores do fluxo
escolar da educação básica*
Ruben Klein

Palavras-chave: fluxo escolar;


taxas de transição; censo
Resumo
escolar; indicadores
educacionais; educação básica. Traz a lume a correção do modelo de fluxo escolar para o sistema educacional brasi-
leiro. Discute os conceitos e as formas de verificar a consistência do modelo e mostra a
utilização equivocada de conceitos educacionais. Tem sido utilizado pelo Inep, desde seu
lançamento, em 1994, e subsidiado o cálculo das taxas de transição de fluxo escolar para
o Brasil e unidades da Federação.

1. Análise de coorte se completa 7 anos entre 1º de janeiro de


2001 e 31 de dezembro de 2001. Ou seja,
Definição 1. Uma coorte é um grupo que nasceu durante o ano de 1994;
de pessoas que vivenciam conjuntamente b)a criança tem 7 anos em 2001, se tem
uma série de eventos em um período de 7 anos completos em 30 de abril de 2001
* Este trabalho, que resultou de tempo. Denomina-se de tamanho de coorte (regra do Censo Escolar até 1995). Isto equi-
pesquisa parcialmente financi- o número de pessoas na coorte. vale à criança ter feito 7 anos entre 1º de
ada pela Fundação Ford no pro- maio de 2000 e 30 de abril de 2001;
jeto “Indicadores de Fluxo Es- É necessário especificar a coorte quan-
colar e Estudos sobre o Mecanis- do mencionada. São apresentados a seguir c)a criança tem 7 anos em 2001, se com-
mo da Repetência”, foi apresen-
dois exemplos de coortes. pletou 7 anos entre 1º de agosto de 2000 e
tado preliminarmente (sem o
subtítulo) no I Curso de Plane- Exemplo 1. Uma coorte escolar é defi- 31 de julho de 2001, isto é, se tem 7 anos
jamento e Gestão da Educação nida como um grupo de alunos que entram, completos em 31 de julho de 2001. Esta é a
Fundamental (MEC/SEF, SAF/
Enap e Unesco/IIPE, Brasília), pela primeira vez, na primeira série de um coorte escolar de 7 anos em 2001.
em setembro de 1994, e, depois, determinado nível de ensino no mesmo ano
numa segunda versão, no
“Workshop sobre Repetência” escolar e que posteriormente vivenciam os Definição 2. Uma análise de coorte (es-
(Unicef/IBE-Unesco, Genebra), eventos de promoção, repetência, evasão ou colar) é definida como o acompanhamento
em fevereiro de 1995. Agradeço
ao professor Sergio Costa Ribei- graduação, cada um à sua maneira. do fluxo de alunos novos que entram na 1ª
ro, grande incentivador para que Observação: Uma coorte escolar pode série do mesmo ano, até a saída do sistema
eu trabalhasse neste assunto e escolar em consideração.
com quem tive inúmeras dis- ter alunos (novos) de várias idades.
cussões extremamente úteis Exemplo 2. Uma coorte de 7 anos em Para se fazer uma análise de coorte, se-
para o meu entendimento e para
2001, ou seja, a coorte nascida em 1994, é ria preciso acompanhar todos os alunos
a elaboração deste trabalho, a
Telma Suaiden Klein e Sonia definida como um conjunto das pessoas que novos que entram em um determinado ano.
Olesko, pelos comentários e
têm 7 anos em 2001 ou que nasceram em 1994. Isso é muito difícil. Uma alternativa seria
pela ajuda na elaboração das
suas duas primeiras versões, e, Observação: É necessário estabelecer acompanhar uma amostra. Mas isso também
finalmente, ao Inep/MEC, em uma regra para se falar que uma criança tem é difícil, pois exige um acompanhamento de
especial a Carlos Moreno,
Vanessa Néspoli e Carolina 7 anos em 2001. Exemplos de regras são: todos os alunos na amostra até saírem do
Pingret de Sousa, pela última re- sistema escolar por graduação ou evasão. Só
visão técnica desta versão atua-
lizada, o que tornou possível a
a) a criança tem 7 anos em 2001, se com- para o ensino fundamental, esse acompa-
sua publicação. pleta 7 anos durante o ano de 2001, isto é, nhamento levaria provavelmente mais de 15
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anos, hoje em dia. Exige também acompa- 2. Pirâmide educacional
nhar os alunos por suas transferências de
escolas, etc. No fundo, exigiria ter um re- Uma tentativa errada de se fazer uma
gistro escolar individual confiável de cada análise de coorte é o uso da pirâmide edu-
aluno ao longo de toda a trajetória. cacional, que foi muito utilizada anterior-
O que acontece com um aluno matri- mente no País. Suas conclusões erradas pro-
culado, por exemplo, na 3ª série em 2001? duziram políticas educacionais equivoca-
Em 2002, esse aluno poderá estar na 4ª sé- das, causando um grande mal ao País. Por
rie, caso em que “foi promovido”, poderá isto, é importante que a pirâmide educaci-
estar ainda na 3ª série, caso em que “está onal não seja mais utilizada para analisar
repetindo” e poderá estar fora do sistema uma coorte.
escolar, caso em que “se evadiu”. Se o alu- Definição 3. A pirâmide educacional
no, que se evadiu, tiver sido aprovado na (Figura 1) consiste numa figura, geralmente
3ª série em 2001, ele é um evadido aprova- em forma de pirâmide, que relaciona as ma-
do. Caso contrário, ele é um evadido não- trículas de séries consecutivas em anos con-
aprovado. secutivos. A figura apresenta os porcentuais
Um aluno matriculado, por exemplo, das matrículas das diversas séries em rela-
em 2001, no ano seguinte, pode ter sido ção à matrícula da primeira série. Uma vari-
promovido, pode estar repetindo ou pode ante, às vezes utilizada, é usar as matrículas
ter se evadido. do mesmo ano.

Figura 1 – Pirâmide educacional – 1980/1990 e 1991/2001, com a matrícula Inicial


segundo Censos Educacionais, com correções de consistência, em unidade de milhar

Pode-se ver que houve uma evolução em todas as séries, isto é, todos os alu-
das matrículas do período de 1980 a 1989 nos na 2ª série foram promovidos da 1ª
em relação ao período de 1991 a 2001. série, todos os alunos da 3ª série, foram
No entanto as matrículas das 5ª e 9ª séri- promovidos da 2ª série, e assim sucessi-
es continuam maiores que as das 4ª e 8ª vamente. Se isso fosse verdade, poder-
séries, o que contradiz o modelo, conti- se-ia, de fato, fazer uma análise de coorte
nuando-se com a impressão equivocada e dizer, por exemplo (ver Figura 1), que
de que nem 60% dos alunos conseguem 53% dos alunos novos matriculados na
chegar à 4ª série. 1ª série atingem a 2ª série em 1981 e os
A pirâmide educacional não pode 47% restantes evadem-se (saem do siste-
ser usada como uma análise de coorte ma escolar); e que 17% atingem a 8ª série
escolar. Nesta interpretação incorreta, as- em 1987 e os 83% restantes evadem-se
sume-se que todos os alunos são novos antes de atingir essa série.
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Dizer que todos os alunos são novos é b)um aluno que se evade não retorna
equivalente a dizer que não há repetência mais ao sistema;
em todas as séries, mas somente evasão, o c)as taxas de repetência, promoção,
que não é verdade. Logo, segundo a defini- evasão de aprovados e evasão de não-apro-
ção 2, a pirâmide escolar não parte de uma vados (ver definições 4 a 7, adiante) para
coorte escolar, nem a acompanha, pois as as diversas séries são constantes ao longo
matrículas de todas as séries, em todos os dos anos, não dependem da idade do alu-
anos, são constituídas por alunos novos e no nem do fato de ele ser um aluno novo
repetentes. ou repetente.
Em outras palavras, o modelo da pirâ-
mide educacional tem como hipótese bási- Poder-se-ia, ainda, impor um limite ao
ca que não há repetência, mas somente eva- número de anos que um aluno pode repetir
são. Como isso não é verdade, não se pode uma determinada série. Isto não é feito, pois
usar a pirâmide educacional. não se sabe da existência desse limite no
ensino fundamental e médio no Brasil.
As taxas de repetência, promoção, eva-
são de aprovados e evasão de não-aprova-
3. Simulação de uma coorte dos utilizadas são as estimadas para um
determinado ano.
Uma maneira aproximada de se fazer a Se houver dados apropriados, poder-se-
análise de uma coorte escolar é simular o á estimar as taxas por idade ou por aluno
fluxo dessa coorte, por exemplo, de mil alu- novo/repetente ou mesmo por idade e aluno
nos novos, que entram na 1ª série, do ensi- novo/repetente, o que permitirá uma simula-
no fundamental (Figura 2). Essa simulação ção mais próxima da realidade. Deve-se ter
geralmente é feita, supondo-se: cuidado na especificação “aluno novo” e “alu-
no repetente”. Isso será tratado mais tarde.
a) não há entrada de outros alunos no- Definição 4. A taxa de repetência na
vos em anos subseqüentes; série k no ano t é a proporção dos alunos

Figura 2 – Diagrama de fluxo escolar


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matriculados (matrícula total, ver definição alunos evadidos aprovados após 1 ano) x 1
8) na série k no ano t que vão repetir a série + (número de alunos evadidos aprovados
k no ano t+1. após 2 anos) x 2 + ...] / (número total de
Definição 5. A taxa de promoção da evadidos aprovados);
série k no ano t é a proporção de alunos 9)número médio de anos freqüentados
matriculados (matrícula total, ver definição pelos evadidos não-aprovados = [(número
8) na série k no ano t que vão se matricular de alunos evadidos não-aprovados após 1
na série k+1 no ano t+1. ano) x 1 + (número de alunos evadidos não-
Definição 6. A taxa de evasão de apro- aprovados após 2 anos) x 2 + ...] / (número
vados na série k no ano t é a proporção de total de evadidos não-aprovados);
alunos matriculados (matrícula total, ver 10) número médio de anos freqüenta-
definição 8) na série k no ano t que foram dos pelos evadidos = [(número de alunos
aprovados e não se matricularam no ano evadidos após 1 ano) x 1 + (número de alu-
t+1. nos evadidos após 2 anos) x 2 + ...] / (nú-
Definição 7. A taxa de evasão de não- mero total de evadidos) = número médio
aprovados na série k no ano t é a propor- de anos freqüentados pelos evadidos apro-
ção de alunos matriculados (matrícula to- vados + número médio de anos freqüenta-
tal, ver definição 8) na série k no ano t que dos pelos evadidos não-aprovados;
não foram aprovados e não se matricula- 11) número de anos de instrução por
ram no ano t+1. graduado = (número total de matrículas uti-
Nas seções sobre o Modelo de Fluxo, lizadas pela coorte) / (número de graduados).
será mostrado como estimar essas taxas.

5. Modelo de fluxo para um


4. Indicadores derivados sistema fechado
Na Tabela 1, a seguir, exibe-se um Definição 8. Matrícula total na série k
exemplo de simulação, para o Brasil, com no ano t é a matrícula de todos os alunos
as taxas estimadas para o ano de 2001. Pode- admitidos durante o ano t na série k.
se calcular, a partir da simulação: Definição 9. Matrícula inicial é a matrí-
cula verificada 30 dias após o início do ano
1)taxa de acesso à série k = proporção letivo (definição do Censo Escolar até 1995;
de alunos que têm acesso à série k; a partir de 1996, foi instituído o Dia Nacio-
2)taxa de conclusão da série k = pro- nal do Censo Escolar – a última quarta-feira
porção de alunos que concluem a série k; do mês de março, data de referência para a
3)taxa de graduação do ensino funda- declaração da matrícula inicial).
mental = proporção de alunos que se gra- Inicialmente, será considerado o modelo
duam no ensino fundamental = proporção de fluxo para um sistema fechado, isto é,
de alunos que concluem a oitava série; para um sistema em que um aluno admiti-
4)número de matrículas utilizadas em do em uma escola após a data em que se
cada série; verifica a matrícula inicial é um aluno trans-
5)número total de matrículas utiliza- ferido do próprio sistema, de modo que esse
das pela coorte; aluno já foi contado na matrícula inicial de
6)número médio de anos freqüentados todo o sistema.
pelos alunos da coorte = [(número de alu- Em um sistema fechado, a matrícula
nos que freqüentam somente 1 ano) x 1 + total é igual à matrícula inicial.
(número de alunos que freqüentam somen- Definição 10. Matrícula final é a soma
te 2 anos) x 2 + (número de alunos que dos aprovados e reprovados.
freqüentam somente 3 anos) x 3 + ...] / (nú- Observação: Este conceito de matrícula
mero total de alunos) = (número total de final foi muito utilizado no Brasil e favo-
matrículas utilizadas pela coorte) / 1.000; receu uma definição errada de taxa de
7)número médio de anos freqüentados aprovação (ver observação após definição
pelos graduados = [(número de alunos que 13). Recomenda-se que o seu uso seja
se graduam em 8 anos) x 8 + (número de abandonado.
alunos que se graduam em 9 anos) x 9 + Definição 11. Um aluno afastado por
...] / (número total de graduados); abandono é qualquer aluno que não foi con-
8)número médio de anos freqüentados siderado aprovado ou reprovado. Logo, em
pelos evadidos aprovados = [(número de um sistema fechado, o número deles é a
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Tabela 1 – Simulação de fluxo de alunos utilizando-se as taxas corrigidas de repetência, promoção e evasão no ano de 2001 – Brasil

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diferença entre a matrícula inicial e a ma- ou evade-se do sistema, sendo, portanto, um
trícula final. evadido reprovado;
Um aluno matriculado na escola no fim b)um aluno afastado por abandono ou
do ano letivo será considerado aprovado, repete a série, sendo, portanto, um repeten-
reprovado ou afastado por abandono (Fi- te por ter se afastado por abandono ou eva-
gura 3). Portanto, um aluno não-aprovado de-se do sistema, sendo, portanto, um eva-
é um aluno que foi considerado reprovado dido por ter se afastado por abandono;
ou afastado por abandono. c) um aluno aprovado ou é promovido
No ano seguinte: à série seguinte ou evade-se do sistema, sen-
do, portanto, um evadido aprovado, ou re-
a)um aluno reprovado ou repete a série, pete a série, sendo, portanto, um repetente
sendo, portanto, um repetente reprovado, aprovado.

Figura 3 – Modelo de fluxo

Tem-se, portanto, três formas de fluxo da escola, da rede, do município, etc.


repetência: por reprovação, por afastamen- Uma primeira versão dessa ficha foi apro-
to/por abandono e a repetência apesar da vada pelo Conselho de Secretários Estadu-
aprovação. ais de Educação (Consed), em 1993.
O sistema educacional e o Censo Es- A Figura 4, a seguir, apresenta um mo-
colar até 1993, inclusive, definiam como delo de fluxo em forma de tabela. Na última
repetentes somente os alunos que torna- coluna é apresentada a matrícula total (que,
vam a freqüentar a mesma série por terem em um sistema fechado, coincide com a ini-
sido reprovados por avaliação ou freqüên- cial) das diversas séries no ano t (por exem-
cia. Portanto, só consideravam uma parte plo, 2001). Na linha correspondente à série
dos repetentes. k, a matrícula dessa série é decomposta em
Esse erro conceitual era a causa dos quatro parcelas, a saber:
erros das estatísticas oficiais, quando se uti-
liza o Modelo de Fluxo a ser apresentado. a) o número de alunos que estão repe-
O questionário do Censo Escolar de tindo esta série no ano t+1 (2002 no nosso
1994 já corrigiu esse erro conceitual e per- exemplo), Rk,t+1;
gunta explicitamente o número de repeten- b)o número de alunos que foram pro-
tes de cada uma das três formas.
movidos da série k para a série k+1 no ano
Neste trabalho, é apresentado um mo-
t+1, Pk,t+1;
delo de ficha de matrícula escolar (Anexo
4) com as informações mínimas necessári- c) o número de alunos que se evadiram
as para que o questionário do Censo Esco- após serem aprovados na série k, Ek,t,a ;
lar possa ser respondido sem problemas d) o número de alunos que se evadiram
e que, também, permita fazer tabelas de sem terem sido aprovados na série k, Ek,t,n.
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Figura 4 – Modelo de fluxo na forma de tabela

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Em geral, as parcelas c e d são soma- 6. Estimação dos termos da
das, apresentando-se somente o número de
alunos evadidos na série k, Ek,t.
tabela de fluxo utilizando-se
Na coluna referente à série 1 do ano o Censo Escolar
t+1 (2002, no exemplo), apresentam-se, de
cima para baixo, o número de alunos repe- O Censo Escolar do ano t+1 nos for-
tentes na série 1 no ano t+1, o número de nece as matrículas iniciais de todos os alu-
alunos novos (que estão entrando pela pri- nos, de repetentes (e dos alunos proveni-
meira vez no sistema considerado, no nos- entes de fora do sistema, a partir de 1994)
so caso, o ensino fundamental) na série 1 para as diversas séries no ano t+1 e o nú-
no ano t+1, o número de alunos que estão mero de aprovados e reprovados, por sé-
retornando à escola após, pelo menos, um rie, no ano t.
ano de ausência na série 1 no ano t+1 e, As Tabelas 3.2 a 3.7 do Anexo 3 apre-
finalmente, a matrícula inicial na série 1 no sentam, pela ordem, a matrícula inicial,
ano t+1. a matrícula inicial de repetentes, a matrí-
Na coluna referente à série k+1 do ano cula inicial de novos, o número de apro-
t+1 (2002, no exemplo), apresentam-se, de vados, o número de reprovados e o nú-
cima para baixo, o número de alunos pro- mero de afastados por abandono, ao lon-
movidos da série k para a série k+1 no ano go das décadas de 80 e 90, obtidos dos
t+1, o número de alunos repetentes na sé- Censos Escolares. A matrícula de novos
rie k+1 no ano t+1, o número de alunos e o número de afastados por abandono
provenientes de fora do sistema na série foram obtidos por diferença, como expli-
k+1 no ano t+1 e, finalmente, a matrícula cado no texto. Os dados referentes ao
inicial dessa série. Censo de 1983 foram imputados pelas
Esses alunos provenientes de fora do médias dos anos anteriores e posteriores.
sistema podem ser alunos vindos, por A matrícula dos não-seriados (ciclo bási-
exemplo, de outro país, de outra região, alu- co de alfabetização) em Minas Gerais, a
nos que estão retornando ao sistema esco- partir de 1985, foi distribuída entre a 1ª
lar depois de passar, pelo menos, o ano an- e a 2ª série, de acordo com dados forne-
terior fora do sistema (esses podem ser se- cidos pela Secretaria Estadual de Educa-
parados entre os que vão cursar a série pela ção. Finalmente, os dados sobre não-se-
primeira vez e os que a estão repetindo) alu- riados do Distrito Federal foram distribu-
nos que vêm de outro sistema escolar, como ídos segundo as mesmas proporções de
do sistema supletivo para o sistema regular Minas Gerais.
de ensino (ocorrência comum na primeira Os dados de 2000 em diante não in-
série do ensino médio). cluem o 1º ano do ensino fundamental de
Até recentemente não havia dados 9 anos como a classe de alfabetização (CA)
sobre esses alunos provenientes de fora e o 1º ano do ciclo com duração de 3 anos
do sistema. Supunha-se que o número destinados a crianças de 6 a 8 anos, que
fosse desprezível e ignorava-se. No en- substitui as duas primeiras séries do ensi-
tanto, na 1ª série do ensino médio, esse no fundamental.
número é considerável. A partir de 1994 Até o ano de 1993, o Censo perguntava
o questionário do Censo Escolar passou somente o número de repetentes reprova-
a coletar essas informações. A ficha de dos, sub-registrando, portanto, o número de
matrícula proposta, anexa, registra estes repetentes. Não coletava informações sobre
dados. alunos provenientes de fora do sistema. Os
Observação 1: Todos os termos na ta- promovidos e os novos da primeira série
bela de fluxo são não-negativos, isto é, são eram calculados pela diferença entre a ma-
maiores que ou iguais a zero. trícula no ano t+1 e o número de repeten-
Observação 2: Considera-se a matrí- tes no mesmo ano, sendo, portanto, supe-
cula total para o ano t e a matrícula inicial restimados. Conseqüentemente, todas as
para o ano t+1. O motivo é que, dessa for- estatísticas baseadas nesses números esta-
ma, pode-se analisar o fluxo dos alunos vam erradas.
logo após a obtenção das matrículas inici- A partir de 1994 o questionário do Cen-
ais no ano t+1. Supõe-se que a quase tota- so Escolar passa a perguntar corretamente o
lidade dos alunos admitidos após a época número de repetentes reprovados, o de repe-
da matrícula inicial são alunos transferi- tentes afastados por abandono, o de re-
dos no meio do ano. petentes apesar de aprovados e o número
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de alunos provenientes de fora do sistema. 3)taxa de evasão de aprovados na série
Portanto, têm-se: k no ano t = (número de evadidos aprova-
dos na série k no ano t) / (matrícula total na
1)número de repetentes na série k no série k no ano t);
ano t+1 = (número de repetentes reprova- 4)taxa de evasão de não-aprovados na
dos na série k no ano t+1) + (número de série k no ano t = (número de evadidos não-
repetentes afastados por abandono na série aprovados na série k no ano t) / (matrícula
k no ano t+1) + (número de repetentes ape- total na série k no ano t).
sar de aprovados na série k no ano t+1);
2)número de alunos novos na série O Censo Escolar do ano t+1 registra
1 no ano t+1 = (matrícula inicial na série 1 também o número de afastados por aban-
no ano t+1) – (número de repetentes na sé- dono e de transferidos, mas não registra
rie 1 no ano t+1) – (número de alunos que o número de admitidos após a matrícula
retornam ao sistema na série 1 no ano t+1); inicial (essa informação passou a ser co-
3)número de alunos promovidos da letada a partir de 1996). Em um sistema
série k para a série k+1 no ano t+1 = (ma- fechado, se tivéssemos esse número, po-
trícula inicial na série k+1 no ano t+1) – der-se-ia subtraí-lo do número de trans-
(número de repetentes na série k+1 no ano feridos para ter o número de alunos que
t+1) – (número de alunos provenientes de pediram transferência, mas não se
fora do sistema na série k+1 no ano t+1); rematricularam no sistema no mesmo ano,
4)número de aprovados corrigido na e que deveriam ser contados como afasta-
série k no ano t = (número de aprovados dos por abandono.
na série k no ano t) – (número de repeten- De fato, num sistema fechado, dever-
tes aprovados na série k no ano t+1); se-ia ter a igualdade:
5)número de evadidos aprovados na
série k no ano t = (número de aprovados Matrícula inicial = matrícula final +
corrigido na série k no ano t) – (número de afastados por abandono.
promovidos da série k para a série k+1 no
ano t+1); Mas, na verdade, encontra-se o seguinte:
6)número de evadidos não-aprovados
na série k no ano t = (matrícula inicial na Matrícula inicial > matrícula final +
série k no ano t) – (número de repetentes na afastados por abandono.
série k no ano t+1) – (número de promovi-
O que está faltando são justamente os
dos da série k para a série k+1 no ano t+1)
– (número de evadidos aprovados na série k alunos classificados como transferidos em
vez de afastados por abandono, por falta de
no ano t) = (número de não-aprovados) –
informação. É por isto que se calcula o nú-
(número de repetentes não-aprovados);
mero de afastados por abandono como:
7)número de evadidos reprovados na
série k no ano t = (número de reprovados)
número de afastados por abandono =
– (número de repetentes reprovados);
matrícula inicial – matrícula final
8)número de evadidos afastados por
abandono na série k no ano t = (número de
afastados por abandono) – (número de re-
petentes afastados por abandono). 7. Modelo de fluxo para um
sistema aberto
As taxas de repetência, promoção, eva-
são de aprovados e evasão de não-aprova- 7.1. Caso de uma escola
dos na série k no ano t são calculadas utili-
zando-se somente os termos na linha k da Para uma escola, a matrícula no ano t a
tabela de fluxo, da seguinte maneira: ser considerada (última coluna da tabela de
fluxo – ver Figura 4) é a matrícula total na
1)taxa de repetência na série k no ano t escola, isto é, a matrícula inicial mais os alu-
= (número de repetentes na série k no ano nos admitidos durante o ano:
t+1) / (matrícula total na série k no ano t);
2)taxa de promoção da série k para a matrícula total na série k no ano t =
série k+1 no ano t = (número de promovi- (matrícula inicial na série k no ano t) + (nú-
dos da série k para a série k+1 no ano t+1) mero de alunos admitidos na série k duran-
/ (matrícula total na série k no ano t); te o ano t).
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Nesse caso, deve-se acrescentar uma 8. Análise de consistência
coluna entre a coluna dos evadidos não- do modelo de fluxo
aprovados e a da matrícula no ano t, para
registrar as transferências durante o ano t.
Como os Censos Escolares até 1993,
Não há como saber se esses alunos transfe- inclusive, não dão nenhuma informação
ridos efetivamente se rematricularam em
sobre alunos provenientes de outro sistema
outra escola ou não, no mesmo ano.
escolar ou que estão retornando à escola após
Além das taxas acima descritas, calcu- pelo menos um ano de ausência, a análise é
ladas em relação à matrícula, pode-se adi-
feita considerando-se esses termos como
cionar a taxa de transferência definida a se-
nulos (ou desprezíveis).
guir (ressalte-se que é possível que alguns Todos os termos no modelo de fluxo são
registrados como transferidos são na ver-
não-negativos. Logo, se na estimação de ter-
dade afastados por abandono):
mos, como a dos evadidos aprovados ou não-
aprovados, aparecer algum negativo, há pro-
taxa de transferência da série k no ano
blema com a estimação dos outros termos.
t = (número de alunos transferidos da sé-
O erro conceitual na definição de re-
rie k no ano t) / (matrícula na série k no petente, que considera somente os repeten-
ano t)
tes reprovados, leva a um sub-registro dos
repetentes e, conseqüentemente, a uma
superestimação dos promovidos ou novos
7.2. Caso de um sistema aberto
nas diversas séries. Como conseqüência,
com duas ou mais escolas
tem-se um número de promovidos da série
k para a série k+1 usualmente maior que
Exemplos de tais sistemas são a rede
os aprovados na série k, dando um núme-
pública estadual, a rede pública municipal
ro negativo de evadidos aprovados – um
e a rede particular. óbvio absurdo. Na Tabela 3.8 (Anexo 3)
Nesse caso, tem-se que separar, entre
estão apresentados os evadidos aprovados,
os alunos admitidos após a data de verifi-
calculados mediante o uso direto dos da-
cação da matrícula inicial, os alunos pro- dos obtidos nos Censos Escolares. Pode-se
venientes de fora do sistema dos oriundos
observar ali os valores negativos obtidos.
de escolas do próprio sistema.
A tabela de fluxo usual não considerava
A matrícula total é calculada da seguin- o evadido aprovado, e, portanto, o analista
te maneira:
deixava de observar essa inconsistência.
Na 1ª série tem-se o argumento da pos-
matrícula total da série k no ano t = sibilidade demográfica. Esse argumento ex-
(matrícula inicial na série k no ano t) + (nú- pressa o fato de que, em um sistema razoa-
mero de alunos admitidos provenientes de velmente estável, o número de alunos novos
fora do sistema na série k durante o ano t). na 1ª série não pode superar o tamanho da
coorte da idade modal, no caso, a coorte de 7
O número efetivo de transferências do anos. A Tabela 3.9 do Anexo 3 nos dá a coorte
sistema passa a ser: de 7 anos ao longo da década, e a Tabela 3.10
apresenta a razão entre os novos não-corrigi-
número de transferidos da série k no dos e a coorte de 7 anos. Os valores muito
ano t = (soma do número de transferidos acima de 1 mostram que o número de alunos
da série k no ano t de todas as escolas do novos não-corrigido viola o argumento da
sistema) – (número de alunos admitidos, possibilidade demográfica. Somente em um
após a matrícula inicial, na série k durante momento de intervenção no sistema pode
o ano t, provenientes do próprio sistema) haver uma entrada de alunos novos maior
que a coorte modal. Depois o sistema volta à
Observação: No caso de um sistema normalidade.
aberto, é mais apropriado utilizar-se a ex- Esse argumento da possibilidade
pressão “saída do sistema” em vez de eva- demográfica é conhecido na literatura. Pode-
são, pois esta é caracterizada pela saída do se citar: Teixeira de Freitas (1947, 1989),
aluno de todo o sistema escolar e não so- Schiefelbein (1975), Ribeiro e Fletcher
mente de uma parte, como no caso do sis- (1987), Thonstad (1980, p. 34) e Cuadra
tema aberto. Por exemplo, o aluno sai da (1989). Além dessas referências, pode-se
rede municipal, mas não se evade, pois en- citar Klein e Ribeiro (1991), que apresentam
tra na rede estadual. três novos argumentos.
116 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
9. Estimação das diversas Subtraindo da matrícula, tem-se o número
taxas e intervalos com dados de repetentes mínimo possível (Rm) de re-
ferência. Isto é:
dos Censos Escolares
Rm1,t+1 = M1,t+1 – CO7t+1
Observação: Serão utilizados somente
os dados sobre matrículas, aprovados e nú-
Observação: Para o País, para um Esta-
meros de alunos provenientes de fora do
sistema coletados nos Censos Escolares. do e talvez para um município, tem-se con-
dições de estimar o tamanho da coorte pelo
Definição 12. O número de não-apro-
Censo Demográfico ou pelas Pnad’s. Se o
vados na série k no ano t (NAPRk,t) é defini-
sistema escolar em consideração for a rede
do como a soma do número de reprovados
pública de um estado, tem-se que estimar a
e de afastados por abandono na série k no
parcela da coorte ingressa na rede pública.
ano t. Em um sistema fechado,
Para as demais séries, supondo que
todos os aprovados corrigidos são promo-
NAPRk,t = Mk,t – APRk,t
vidos dentro do sistema, isto é, matriculam-
se na série seguinte em uma escola do siste-
e o número de não-aprovados é baseado em ma (equivalente à evasão de aprovados ser
números confiáveis. nula), tem-se o número de promovidos má-
ximo possível (PM). Subtraindo da matrícu-
Lembra-se aqui que o Censo Escolar la, levando em conta os alunos provenien-
até 1993, inclusive, não registra o número tes de fora do sistema, tem-se o número de
de alunos que retornam ao sistema após pas- promovidos mínimo possível (Pm). Isto é:
sarem pelo menos um ano fora da escola
ou alunos que vêm de outro sistema, como PMk,t+1 = APRCk,1,t
o supletivo (esse número será denotado na
série k no ano t por Fk,t). Supondo que esse Pmk,t+1 = máximo (Mk,t+1 – Fk,t+1 – RMk,t+1, 0),
número seja, em geral, pequeno, podendo
ser desprezado, chama-se a atenção para a pois Pmk,t+1 não pode ser negativo. Se Pmk,t+1
1ª série do ensino médio, onde ele não pode = 0, corrige-se o número máximo possível
ser desprezado. de repetentes para
Se não houver repetência de aprovados,
o número de não-aprovados é o número de RMC k,t+1 = Mk,t+1 – Fk,t+1.
repetentes máximo possível (RM), que
corresponde ao retorno de todos os não-apro- Daqui em diante supor-se-á que RMk,t+1
vados, o que equivale a uma evasão de não- RMC k,t+1 e PMk,t+1 = PMC k,t+1. Caso isto não
aprovados nula. Subtraindo da matrícula, seja verdade, as diferenças RMk,t+1 – RMC k,t+1
levando em conta os alunos provenientes de e PMk,t+1 – PMC k,t+1 deverão ser acrescidas, res-
fora do sistema, tem-se o número de promo- pectivamente, aos evadidos não-aprovados na
vidos mínimo possível (Pm). Isto é: série k e aos evadidos aprovados na série k.
Supondo-se que já se tenham os apro-
RMk,t+1 = NAPRk,t vados corrigidos na 1ª série, têm-se, en-
tão, a partir da 2ª série, os números de
Pmk,t+1 = máximo (Mk,t+1 – Fk,t+1 – RMk,t+1, 0), repetentes e promovidos máximo e míni-
mo possíveis. Portanto, se conhecem os
pois Pmk,t+1 não pode ser negativo. Se intervalos onde os números de repetentes
Pmk,t+1 = 0, corrige-se o número máximo pos- e promovidos têm que estar, e são, por
sível de repetentes para RMC k,t+1 = Mk,t+1 – conseguinte, médias ponderadas dos ex-
Fk,t+1. tremos dos intervalos. Tem-se então, para
cada série k e ano t, um número real pk,t+1
Na 1ª série, em geral, o número de re- tal que 0 ≤ pk,t+1 ≤ 1 e:
petentes aprovados é considerável e não
pode ser ignorado. Nas outras séries, esse Rk,t+1 = pk,t+1 x RMk,t+1 + (1 – pk,t+1) x Rmk,t+1
número deve ser pequeno e pode-se ignorá-
Rk,t+1 = Rmk,t+1 + pk,t+1 x (RMk,t+1 – Rmk,t+1)
lo sem grande perda.
Na 1ª série, pode-se tomar o tamanho Rk,t+1 = Rmk,t+1 + pk,t+1 x Dk,t+1
da coorte de 7 anos como referencial para
o número de novos máximo possível. e
R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 117
Pk,t+1 = (1 – pk,t+1) x PMk,t+1 = pk,t+1 x Pmk,t+1 0 < Ek,t,a < Dk+1,t+1.
Pk,t+1 = PMk,t+1 – pk,t+1 x (PM k,t+1 – Pmk,t+1)
Se k = 8, tem-se que E8,t,a = 0 (considera-
Pk,t+1 = PM k,t+1 – pk,t+1 x Dk,t+1 se aqui somente o ensino fundamental; caso
se considere conjuntamente o ensino médio,
Observa-se que: deve-se proceder como anteriormente).

1)os tamanhos dos intervalos são 4)Dk,t+1 = Ek,t,n + Ek–1,t,a , isto é, a soma
iguais, isto é, para k = 2,.......,8, Dk,t+1 = dos evadidos não-aprovados da série k com
PMk,t+1 – Pmk,t+1 = RMk,t+1 – Rmk,t+1. Estes os evadidos aprovados da série k-1 é igual à
valores são bem determinados, pois só de- diferença entre o número máximo possível
pendem de quantidades conhecidas, como de repetentes (promovidos) e o número mí-
as matrículas, os aprovados e os números nimo possível de repetentes (promovidos).
de alunos provenientes de fora. Logo este é um valor bem determinado.
2)número de evadidos não-aprovados Somando-se ao longo de todas as séri-
na série k no ano t = (número de repeten- es (E0,t,a = 0), verifica-se que o número total
tes máximo possível na série k no ano t+1) de evadidos é bem determinado.
– (número de repetentes na série k no ano Como se verá adiante, devido à exis-
t+1) = (número de promovidos na série k tência dos repetentes aprovados, far-se-á
no ano t+1) – (número de promovidos mí- hipóteses para a determinação de E1,t,n, E1,t,a
nimo possível na série k no ano t+1). Isto e E2,t,a .
é, para k = 2,.....,8: 5)O número de evadidos total é igual à
soma dos números de evadidos aprovados
Ek,t,n = RMk,t+1 – Rk,t+1 = Pk,t+1 – Pmk,t+1. e não aprovados, isto é, para k = 2,...,7:
Logo,
Ek,t = Ek,t,a + Ek,t,n = pk+1,t+1 x Dk+1,t+1
Ek,t,n = RMk,t+1 – (pk,t+1 x RMk,t+1 + (1 – pk,t+1) +(1 – pk,t+1) x Dk,t+1
x RMk,t+1 Ek,t = Dk,t+1 + (pk+1,t+1 x Dk+1,t+1 – pk,t+1 x Dk,t+1)
Ek,t,n = (1 – pk,t+1) x (RMk,t+1 – Rmk,t+1) Ek,t < Dk+1,t+1 < Dk,t+1
Ek,t,n = (1 – pk,t+1) x Dk,t+1 Para k = 8, tem-se:
e
E8,t = E8,t,n – (1 – p8,t+1) x D8,t+1
0 < Ek,t,n < Dk,t+1.
Se for possível estimar ou supor valo-
res máximos e mínimos (pMk,t+1 e pmk,t+1,
3)número de evadidos aprovados na
respectivamente) para pmk,t+1, pode-se obter
série k no ano t = (número de promovidos
intervalos menores. Os intervalos para os
máximo possível na série k+1 no ano t+1)
números de repetentes, promovidos, evadi-
– (número de promovidos na série k+1 no
dos aprovados e evadidos não-aprovados são
ano t+1) = (número de repetentes na série
obtidos de maneira análoga. O intervalo para
k+1 no ano t+1) – (número de repetentes
mínimo possível na série k+1 no ano t+1). números de evadidos é o seguinte:
Isto é, para k = 1,.....,7:
pmk+1,t+1 x Dk+1,t+1 + (1 – pMk,t+1) x Dk,t+1
Ek,t,a = PMk+1,t+1 – Pk+1,t+1 = Rk+1,t+1 – Rmk+1,t+1 < Ek,t < pMk+1,t+1 x Dk+1,t+1 + (1 – pmk,t+1)
x Dk,t+1
Logo,
O comprimento do intervalo é:
Ek,t,a = PMk+1,t+1 – [(1 – pk+1,t+1) x PMk+1,t+1
+pk+1,t+1 x Pmk+1,t+1] (pMk+1,t+1 – pmk+1,t+1) x Dk+1,t+1 + (pMk,t+1
– pmk,t+1) x Dk,t+1
Ek,t,a = pk+1,t+1 x (PMk+1,t+1 – Pmk+1,t+1)
Ek,t,a = pk+1,t+1 x Dk+1,t+1 A estimativa dos números de repetentes,
promovidos e evadidos (equivalente-
e mente das respectivas taxas) resume-se
118 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
portanto à estimativa dos valores pk,t+1. Na TXNAPRk,t = NAPRk,t / Mk,t;
falta de mais informações tem-se que fa-
zer suposições e/ou usar um julgamento 2) taxa de repetência máxima possível
subjetivo. na série k no ano t = TXRMk,t = TXNAPRk,t
Algumas informações úteis são: (quando não há repetentes aprovados);

1) a proporção (pnaprk,t+1) de não-apro- 3) taxa de repetência mínima possível


vados na série k que retorna no ano t+1, na série k no ano t = TXRmk,t = Rmk,t+1 / Mk,t;
ou seja: 4) taxa de promoção máxima possível
da série k para a série k+1 no ano t = TXPMk,t
pnaprk,t+1 = Rk,t+1 / NAPRk,t = PMk+1,t+1 / Mk,t.
pnaprk,t+1 = (pk,t+1 x RMk,t+1 + (1 – pk,t+1) Se PMk+1,t+1 = APRCk,t, então TXPMk,t =
APRCk,t / Mk,t = taxa de aprovação corrigida
x Rmk,t+1) / NAPRk,t
na série k no ano t;

2) a proporção (pnaprk,t+1) de aprova- 5) taxa de promoção mínima possível


dos na série k que retorna à série k+1 no da série k para a série k+1 no ano t = TXPMk,t
ano t+1, ou seja: = PMk+1,t+1 / Mk,t;
6) taxa de repetência na série k no ano t
paprk,t+1 = Pk+1,t+1 / APRk, = TXR k,t = R k,t+1 / M k,t = TXRm k,t + p k,t+1
x Dk,t+1 / Mk,t;
paprk,t+1 = ((1 – pk+1,t+1) x PMk+1,t+1 + pk+1,t+1
7) taxa de promoção da série k para a
x Pmk+1,t+1) / APRk,t
série k+1 no ano t = TXPk,t = Pk+1,t+1 / Mk,t =
TXPMk,t – pk+1,t+1 x Dk+1,t+1 / Mk,t;
As taxas corrigidas utilizam p = 0,6 a
partir da série 3. Os intervalos construídos 8) taxa de evasão de aprovados na série
nos gráficos que compõem as Figuras 1.1 a k no ano t = TXEk,t,a = Ek,t,a / Mk,t = pk+1,t+1
1.6 do Anexo 1 utilizam p = 0,4 e 0,8. x Dk+1,t+1 / Mk,t;
Nas Tabelas 3.13 a 3.16 (Anexo 3) mos- 9) taxa de evasão de não-aprovados na
tra-se a proporção de retorno dos não-apro- série k no ano t = TXEk,t,n = Ek,t,n / Mk,t =
vados à mesma série no ano seguinte, para (1 – pk,t+1) x Dk,t+1 / Mk,t.
as seguintes situações: proporção mínima
de retorno, proporção de retorno das taxas Os intervalos para as taxas são deriva-
corrigidas e proporção de retorno dos ex- dos como acima.
tremos do intervalo.
Nas Tabelas 3.17 a 3.20 mostra-se a pro- Observa-se que:
porção de retorno dos aprovados à série se-
guinte no ano seguinte, para as mesmas si- 1) taxa de evasão de não-aprovados na
tuações anteriores. série k no ano t = (taxa de repetência máxi-
Pode-se ver nas Tabelas 3.13 e 3.17 que ma na série k no ano t) – (taxa de repetência
a proporção mínima de retorno dos apro- na série k no ano t);
vados é maior que a dos não-aprovados e 2) taxa de evasão de aprovados na série
que, em geral, essas proporções são maio- k no ano t = (taxa de promoção máxima da
res em 2001 do que em 1981. Essas pro- série k para a série k+1 no ano t) – (taxa de
porções são bastante altas, especialmente no promoção da série k para a série k+1 no
caso dos aprovados. ano t).
O importante é que, como se tem os
intervalos para os números, tem-se idéia da Estimar a taxa de repetência na 1ª série
magnitude do erro. é mais difícil.
Para obter as taxas relativas ao ano t,
dividem-se os números pelas matrículas no Se o número de não-aprovados na pri-
ano t. Tem-se, então: meira série no ano t for maior que o número
de repetentes mínimos possível na primei-
1) taxa de não-aprovação na série k no ra série no ano t+1, isto é, NAPR1,t > Rm1,t+1,
ano t = (número de não-aprovados (repro- e se for razoável supor que o número de
vados e afastados por abandono) na série repetentes aprovados na primeira série é
k no ano t) / (matrícula total na série k no muito pequeno e pode ser desprezado (e,
ano t): neste caso, o número de repetentes máximo
R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 119
possível seria igual ao número de não-apro- R2,t+1 = RNAPR2,t+1 = NAPR2,t – E2,t,n
vados, isto é, RM1,t = NAPR1,t), ter-se-iam = NAPR2,t – TXE2,t,n x M2,t
os números de promovidos máximo e mí-
nimo possíveis e poder-se-ia proceder como P2,t+1 = M2,t+1 – F2,t+1 – R2,t+1
nas outras séries.
Chama-se a atenção para o fato de que
a estimativa do tamanho da coorte de 7 anos Observação: Tem-se que P2,t+1 < APR1,t.
(CO7t+1) é muito importante, e os dados de Caso contrário, terá que reduzir TXE2,t,n.
Censos têm erros.
Um complicador é que intervenções no E1,t,a = TXE1,t,a x M1,t
sistema podem afetar em muito o número
de alunos novos na 1ª série. Por exemplo, APR1,t = P2,t+1 + E1,t,a
a introdução da classe de alfabetização em (aprovados corrigidos)
alguns Estados fez com que o número de
novos ficasse bem abaixo da coorte de 7 RAPR1,t+1 = APR1,t – APRC1,t
anos no ano da introdução e com efeitos (repetentes aprovados)
em anos posteriores. Um outro tipo de in-
tervenção fazendo com que as crianças en- RAPR1,t+1 = APR1,t – M2,t+1 + F2,t+1 + NAPR2,t
trem mais cedo na escola poderia em um
– TXE2,t,n x M2,t – TXE1,t,a x M1,t
determinado ano fazer com que o número
de novos fosse maior que a coorte de 7 anos.
Pode-se controlar as análises prestando Observação: Se RAPR1,t+1 < 0, tem-se que
atenção nas taxas de evasão que não têm reduzir o valor de TXE1,t,a e/ou TXE2,t,n.
apresentado alterações bruscas no Brasil.
No Brasil como um todo, em quase to- E1,t,n = TXE1,t,n x M1,t
dos os Estados e em quase todos os anos,
tem ocorrido que: NAPR1,t < Rm1,t+1. RNAPR1,t+1 = NAPR1,t – E1,t,n = NAPR1,t
Como conseqüência, tem que haver um – TXE1,t,n x M1,t
número razoável de repetentes aprovados
e que não pode ser ignorado. R1,t+1 = RNAPR1,t+1 + RAPR1,t+1
Nesse caso, pode-se:
N1,t+1 = M1,t+1 – F1,t+1 R1,t+1 = M1,t+1 – F1,t+1
a)experimentar vários porcentuais da
– APR1,t + M2,t+1 – F2,t+1 – NAPR2,t + TXE2,t,n
coorte de 7 anos como o número de alunos
novos na 1ª série e verificar a consistência x M2,t +TXE1,t,a x M1,t – NAPR1,t + TXE1,t,n x M1,t
das taxas de evasão de aprovados e não-
aprovados resultantes das diversas séries Ou seja:
e, a partir daí, escolher uma que se ache
razoável; N1,t+1 = M1,t+1 – M1,t + M2,t+1 – F1,t+1 – F2,t+1
b)partir de hipóteses sobre as taxas de – NAPR2,t + TXE2,t,n x M2,t + TXE1,t,a x M1,t
evasão de aprovados e não-aprovados na
1ª série e de não-aprovados na 2ª série e + TXE1,t,n x M1,t
verificar se o número de alunos novos re-
Logo N1,t+1 é função crescente de TXE2,t,n,
sultante é compatível com o argumento da
possibilidade demográfica. Esse método tem TXE1,t,a e TXE1,t,n.
mostrado bons resultados e sobre ele serão
apresentados detalhes a seguir, derivando Observação: TXE2,t,n = TXE1,t,a = TXE1,t,n
uma equação com o número de novos na = 0 dá o valor mínimo de N1,t+1, o número
1ª série em função das taxas de evasão. de novos na 1ª série no ano t+1. Se achar
que esse valor ainda é muito alto perante a
Sejam TXE1,t,n, TXE1,t,a e TXE2,t,n, respec- possibilidade demográfica e que não houve
tivamente, as taxas de evadidos não-apro- intervenção no sistema escolar que o justifi-
vados na 1ª série, de evadidos aprovados que, então tem que haver repetente aprova-
na 1ª série e de evadidos não-aprovados na do na 2ª série no ano t+1, RAPR2,t+1, ou o
2ª série no ano t. Então, supondo que não número de alunos de fora do sistema na 1ª
há repetentes aprovados na 2ª série: série e/ou na 2ª série tem que ser maior. Em
geral, tem-se suposto que F1,t+1 = 0. É pro-
E2,t,n = TXE2,t,n x M2,t vável que a proporção de alunos de fora do
120 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
sistema na 1ª série em relação à matrícula da taxa de aprovação, utilizando a matrícu-
seja da ordem de 0,02 (2%). la final no lugar da matrícula total.
Tem-se então que estimar RAPR2,t+1, A conseqüência do uso dessa defini-
corrigir os aprovados na 2ª série no ano t e ção equivocada da taxa de aprovação é in-
os repetentes na 2ª série no ano t+1, R2,t+1, flar a taxa de aprovação. Dessa maneira, era
e refazer a derivação. Chega-se a: interessante para as escolas que houvesse o
abandono. Provavelmente, só vai baixar
N1,t+1 = M1,t+1 – M1,t + M2,t+1 – F1,t+1 – F2,t+1 muito o abandono quando o sistema esco-
– NAPR2,t + TXE2,t,n x M2,t + TXE1,t,a x M1,t lar e as escolas perceberem que a taxa de
aprovação não é por ele afetada.
+ TXE1,t,n x M1,t – RAPR2,t+1
Outras taxas que se pode obter do mo-
delo de fluxo são as proporções de repeten-
Observa-se que, de fato, N1,t+1 dimi- tes, de novos ou promovidos e de alunos
nui com a introdução de RAPR2,t+1, como provenientes de fora do sistema em relação
desejado. à matrícula inicial no ano t+1. Para isso,
Uma vez estimado o número de repe- basta considerar as relações obtidas pelas
tentes e o número de promovidos, calcula- colunas da tabela de fluxo.
se o número de evadidos aprovados e o de Os dados obtidos a partir da ficha de
não-aprovados. Logo, pode-se construir a matrícula permitem obter todas as taxas ci-
tabela de fluxo e obter todas as taxas. tadas acima por idade, o que nos daria mui-
Chama-se a atenção para o fato de que ta informação a respeito da composição etária
está sendo utilizado o procedimento acima das diversas séries.
para a obtenção do número de alunos no- Por exemplo:
vos na 1ª série no Brasil, onde está pratica-
mente universalizado o acesso. Pode ser taxa de alunos com idade i na série k
que, em lugares onde tal não ocorra, sejam
no ano t = (matrícula inicial dos alunos com
necessários alguns ajustes.
idade i na série k no ano t) / (matrícula ini-
As Tabelas 3.21 a 3.31 (Anexo 3) for-
cial na série k no ano t).
necem as taxas referentes a repetência, pro-
moção e evasão corrigidas e não-corrigidas.
Pode-se ter a distribuição dos alunos
As Figuras 1.1 e 1.2 (Anexo 1) apre-
novos na série k, por idade:
sentam, para o Brasil, um registro para cada
série, com as taxas de não-aprovação, as
taxa de ingresso novo com idade i na
taxas de repetência corrigida, as taxas de
série k no ano t = (matrícula inicial de alu-
repetência mínima, as taxas de reprovação,
as taxas de afastados por abandono e as ta- nos novos (ou promovidos) com idade i na
xas de repetência informadas (calculadas série k no ano t) / (matrícula inicial de no-
diretamente dos dados dos Censos Escola- vos na série k no ano t)
res) de 1981 a 2001. As Figuras 1.3 e 1.4
apresentam as taxas de promoção e evasão. Observação: Para o uso dessa taxa, é
fundamental que os alunos novos sejam clas-
sificados corretamente. Esse problema está
relacionado ao erro conceitual na definição
10. Taxa de aprovação e de repetente. Um aluno novo na série k no
outras taxas provenientes do ano t é um aluno que ingressa pela primeira
modelo de fluxo vez na série. Se ele é considerado um afas-
tado por abandono na série em anos anteri-
A seguir, será apresentada a definição ores ou é um repetente aprovado ou está
de taxa de aprovação consistente com o retornando a uma série em que já se matri-
modelo de fluxo. culou anteriormente, não é, então, um alu-
Definição 13. A taxa de aprovação é no novo.
definida como a razão entre o número de
aprovados e a matrícula total, isto é:

taxa de aprovação na série k no ano t


11. Outras taxas utilizadas
= (número de aprovados na série k no ano
t) / (matrícula total na série k no ano t). É utilizada a matrícula inicial nas defi-
nições abaixo para que as taxas possam ser
Observação: O sistema educacional calculadas logo após a data dessa matrícula,
costuma utilizar uma definição equivocada isto é, no início do ano.
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taxa de admissão bruta = (número de Observação: Geralmente a taxa de ma-
alunos novos na primeira série) / (tamanho trícula líquida no ensino fundamental é cha-
da coorte de 7 anos) mada de taxa de escolarização da população
de 7 a 14 anos.
Observação: Pelo argumento da possi-
bilidade demográfica, em um sistema razo- Essas taxas apresentam o defeito de se-
avelmente estável, essa taxa deve ser me- rem estáticas: são um retrato no ano t. Não
nor que um. Na seção 9, foram experimen- levam em conta alunos que ainda vão entrar
tados vários valores possíveis dessa taxa na escola ou que dela já saíram. No ensino
como um dos métodos de estimar a taxa de fundamental ainda há muitos alunos que só
repetência na 1ª série. entram aos 8 anos ou mais, e, no ensino
médio, poucos entram na idade correta dos
taxa de admissão com idade i = (nú- 15 anos.
mero de alunos novos na 1ª série com ida- Usualmente, a taxa de escolarização da
de i) / (tamanho da coorte de idade i) população de 7 a 14 anos é interpretada
equivocadamente. Por exemplo, a taxa de
Observação: Essa taxa depende da escolarização da população de 7 a 14 anos
maneira de discretizar a idade. Ver defini- no ensino fundamental, no Brasil, em 2000,
ção de coorte de idade na seção 1. é de 94,3% (dados do Inep). É comum a
A seguir serão apresentadas definições, interpretação de que 94,3% têm acesso à
largamente utilizadas pelo sistema escolar, escola ou, equivalentemente, de que 5,7%
que envolvem a freqüência na escola, com não têm acesso ao ensino fundamental. Esta
comentários: interpretação está equivocada, pois a taxa
de escolarização só nos fornece o porcentual
taxa de matrícula bruta em um deter- da população de 7 a 14 anos freqüentando
minado ciclo = (matrícula inicial no ciclo) a escola naquele ano. O acesso de uma
/ (tamanho da população escolar das ida- coorte de idade só pode ser medido por
des consideradas corretas). dados demográficos, e a taxa de acesso ao
ensino fundamental é dada pela taxa de par-
Por exemplo: ticipação na 1ª série, que está em 98,6%,
em 2001 (ver seção 12 e Tabelas 3.32 e 3.33
taxa de matrícula bruta no ensino fun- do Anexo 3).
damental = (matrícula inicial no ensino fun- As taxas por idade, a seguir, dão mais
damental) / (tamanho da população de 7 a informação. No entanto, taxas de participa-
14 anos); ção de uma coorte que nasceu em um deter-
taxa de matrícula bruta no ensino mé- minado ano só podem ser obtidas com os
dio = (matrícula inicial no ensino médio) / dados demográficos e não com os dados dos
(tamanho da população de 15 a 17 anos). Censos Escolares.

Observação: Está sendo considerado taxa de matrícula com idade i = (matrí-


aqui um ensino médio de somente três séries. cula inicial dos alunos com idade i) / (tama-
nho da coorte de idade i).
taxa de matrícula líquida em um deter-
minado ciclo = (matrícula inicial dos alu- Essa taxa pode ser decomposta em:
nos de idade considerada correta no ciclo)
/ (tamanho da população escolar das ida- taxa de matrícula com idade i na série k
des consideradas corretas). no ano t = (matrícula inicial dos alunos com
idade i na série k no ano t) / (tamanho da
Por exemplo: coorte de idade i).

taxa de matrícula líquida no ensino Pode-se, assim, ter a porcentagem de


fundamental = (matrícula inicial dos alu- alunos da coorte de idade i que sejam no-
nos de 7 a 14 anos no ensino fundamental) vos na série k.
/ (tamanho da população de 7 a 14 anos);
taxa de matrícula líquida no ensino taxa de matrícula de ingresso novo com
médio = (matrícula inicial dos alunos de idade i na série k no ano t = (número de
15 a 17 anos no ensino médio) / (tamanho alunos novos com idade i na série k no ano
da população de 15 a 17 anos). t) / (tamanho da coorte de idade i).
122 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
12. Indicadores obtidos Definição 15. Taxa de conclusão da
série k de uma coorte nascida no ano t é o
através dos dados das Pnad’s porcentual da coorte que conclui com êxi-
to a (é aprovada na) série k. Essa aprova-
A Pesquisa Nacional por Amostra de ção na série k geralmente se dá em vários
Domicílio (Pnad) do IBGE é realizada anu- anos. A situação ideal é que toda a coorte
almente, exceto nos anos do Censo tenha concluído com êxito a série k na ida-
Demográfico, de setembro a novembro. de ideal.
Pode-se utilizar os seguintes itens do A taxa de participação na série k d e
questionário de mão-de-obra da Pnad, cuja uma coorte nascida no ano t é estimada
informação é obtida para todo residente no pela proporção de alunos nascidos no ano
domicílio amostrado: t que já ingressaram na série k, quando
não ocorre mais ingresso nessa série. Isso
a) idade; ocorre para as coortes mais antigas (ver
b)se o indivíduo freqüenta a escola, Gráfico 2.1, Anexo 2). O máximo da curva
qual o grau e série; dos já ingressos determina a idade e a
c) se o indivíduo freqüenta a escola, coorte para a qual a taxa de participação é
qual foi a última série e grau concluídos máxima. Esta é denominada de taxa de
com êxito; participação atual. Pode-se ver no Gráfico
d) características socioeconômicas do 2.1 que essa taxa vem crescendo ao longo
aluno. dos anos. A Tabela 3.32 (Anexo 3) mostra
as taxas de participação obtidas das Pnad’s
O item d permite obter indicado- de 1981 a 2001.
res educacionais por características De maneira análoga, estima-se a taxa de
socioeconômicas. conclusão da série k de uma coorte nascida
no ano t. Valem comentários análogos. A
A partir de 1992, existem perguntas Tabela 3.33 (Anexo 3) mostra-nos também
para separar corretamente o sistema regular as taxas de conclusão obtidas das Pnad’s de
de ensino do ensino supletivo. 1981 a 2001. A taxa de conclusão obtida em
A partir dos dados da Pnad, pode-se uma Pnad refere-se ao ano anterior ao da
estimar a matrícula em cada série e grau, pesquisa.
a proporção dos alunos com idade i ma- Os doutores Philip Fletcher e Sergio
triculados em todas as séries e em cada Costa Ribeiro desenvolveram o Profluxo (ver
uma separadamente, a proporção dos alu- Fletcher e Ribeiro, 1988; Klein, 1991), que
nos de idade i que já concluíram a série k é o Modelo de Fluxo onde todos os termos
e uma cota inferior para a proporção dos são expressos em proporção de coorte. Sob
alunos que já ingressaram (tiveram aces- hipótese de estabilidade e utilizando somen-
so) na série k. te uma Pnad, eles usam a aproximação de
Definição 14. Taxa de participação na que as matrículas, em proporção de coorte,
série k de uma coorte nascida no ano t é o em dois anos consecutivos, são as mesmas.
porcentual da coorte que tem acesso à sé- Os novos, em proporção de coorte, são esti-
rie k. Esse acesso à série k geralmente se mados pela taxa de participação atual, e os
dá em vários anos. A situação ideal é que repetentes, por diferença. Os evadidos apro-
toda a coorte tenha tido acesso à série k na vados e não-aprovados são estimados em
idade ideal. proporção de coorte da maneira usual.

Referências bibliográficas
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Ruben Klein, pesquisador aposentado do Laboratório Nacional de Computação Científica


(LNCC/MCT), é consultor da Fundação Cesgranrio.

Abstract
This work points out the correction of the model of school flow for the Brazilian
educational system, it discusses concepts and forms of verifying the consistence of the
model and it shows the mistaken use of educational concepts. The model has been used by
Inep, since its release in 1994, and subsidized the calculation of the rates of school flow
transition for Brazil and units of the Federation.

Keywords: school flow; transition rates: promotion, retention and evasion, cohort and
school census.

124 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Anexo 1

Figura 1.1 – Ensino fundamental regular – Taxas de repetência corrigida, mínima, máxima, informada,
de reprovação e de abandono – Brasil, 1981-2001
R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 125
Figura 1.2 – Ensino médio regular – Taxas de repetência corrigida, mínima, máxima, informada,
de reprovação e de abandono – Brasil, 1981-2001

126 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Figura 1.3 – Ensino fundamental regular – Taxas de promoção corrigida, mínima, máxima
e informada – Brasil 1981-2001

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 127
Figura 1.4 – Ensino médio regular – Taxas de promoção corrigida, mínima, máxima
e informada – Brasil 1981-2001

128 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Figura 1.5 – Ensino fundamental regular – Taxas de evasão corrigida, máxima e informada – Brasil 1981-2001

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 129
Figura 1.6 – Ensino médio regular – Taxas de evasão corrigida, máxima e informada – Brasil 1981-2001

130 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Anexo 2

Gráfico 2.1 – Proporção de ingressos e aprovados nas 4ª e 5ª séries – Brasil 1992

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 131
Gráfico 2.2 – Matrículas por série – Brasil 1981-2002

132 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Gráfico 2.3 – Já ingressos por série – Brasil 1992

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 133
Gráfico 2.4 – Já ingressos por série – Brasil 2001

134 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Anexo 3

Tabela 3.1 – Taxas corrigidas de repetência, promoção, evasão de aprovados e evasão de


não-aprovados – Brasil, 2001

Obs.: A partir de 2000 os dados foram corrigidos utilizando a informação de


matrículas e rendimento das escolas que possuem ensino fundamental com
9 anos de duração (série 0).

Tabela 3.2 – Matrícula inicial segundo os censos escolares, com correções de consistência

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 135
Tabela 3.3 – Matrícula inicial de repetentes segundo os censos escolares

Tabela 3.4 – Matrícula inicial de novos (ingressos) segundo os censos escolares

136 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.5 – Aprovados segundo os censos escolares

Tabela 3.6 – Reprovados segundo os censos escolares

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 137
Tabela 3.7 – Afastados por abandono (matrícula inicial – aprovados – reprovados)

Tabela 3.8 – Evadidos aprovados segundo os censos escolares

138 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.9 – Estimativa dos tamanhos das coortes de 7 anos de 1981 a 2002
Estas estimativas estão sujeitas a correções

Tabela 3.10 – Proporção de novos, segundo os censos escolares, em relação às coortes de 7 anos

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 139
Tabela 3.11 – Número de não-aprovados corrigido

Tabela 3.12 – Repetência mínima

140 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.13 – Proporção mínima de não-aprovados que retornam à mesma série no ano seguinte
(corresponde a p = 0)

Tabela 3.14 – Proporção de não-aprovados que retornam à mesma série no ano seguinte, com p = 0,4

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 141
Tabela 3.15 – Proporção de não-aprovados que retornam à mesma série no ano seguinte, com p = 0,6

Tabela 3.16 – Proporção de não aprovados que retornam à mesma série no ano seguinte, com p = 0,8

142 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.17 – Proporção mínima de aprovados que retornam à série seguinte no ano seguinte
(corresponde a p = 1)

Tabela 3.18 – Proporção de aprovados que retornam à série seguinte no ano seguinte, com p = 0,8

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 143
Tabela 3.19 – Proporção de aprovados que retornam à série seguinte, com p = 0,6

Tabela 3.20 – Proporção de aprovados que retornam à série seguinte no ano seguinte, com p = 0,4

144 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.21 – Taxa de não-aprovação

Tabela 3.22 – Taxa de repetência mínima

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 145
Tabela 3.23 – Taxa de repetência corrigida

Tabela 3.24 – Taxa de repetência segundo os censos escolares

146 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.25 – Taxa de reprovação segundo os censos escolares

Tabela 3.26 – Taxa de afastados por abandono segundo os censos escolares

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 147
Tabela 3.27 – Taxa de promoção corrigida

Tabela 3.28 – Taxa de evasão de aprovados corrigida

148 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.29 – Taxa de evasão de não-aprovados corrigida

Tabela 3.30 – Taxa de evasão total corrigida

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 149
Tabela 3.31 – Taxa de evasão total sem correção

Tabela 3.32 – Taxa de participação

150 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
Tabela 3.33 – Taxa de conclusão

R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 151
Anexo 4

152 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 153
154 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 155
156 R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003.
R. bras. Est. pedag., Brasília, v. 84, n. 206/207/208, p. 107-157, jan./dez. 2003. 157

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