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A cosmologia única de
Gênesis 1
De onde vêm os
seres humanos?
Cuidar do meio
ambiente: um assunto
divino e nosso também
Liderar: agir de maneira
responsável e ética.
1
Vo l u m e 2 8
CO NTE Ú DO
REPRESENTANTES REGIONAIS
ARTIGOS SEÇÕES
DIVISÃO AFRICANA CENTRO - ORIENTAL
P.O. Private Bag 00503 Mbagathi, Nairobi, QUÊNIA
Andrew Mutero muteroa@ecd.adventist.org
Magulilo Mwakalonge
06 A cosmologia única de
mwakalongem@ecd.adventist.org
03 EDITORIAL
DIVISÃO EURO -ASIÁTICA
Krasnoyarskaya Street 3, 107589 Moscou, RÚSSIA
Gênesis 1 Você terá amigos no Céu?
Vladimir Tkachuk vtkachuk@ead-sda.ru A narrativa da criação no Gênesis por Lisa M. Beardsley-Hardy
Kasap Gennady gkasap@ead-sda.ru apresenta não somente o registro
DIVISÃO INTER AMERICANA verídico das origens, mas, ao 24 PERFIL
P.O. Box 830518, Miami, FL 33283-0518, E.U.A.
descrevê-lo, traz inúmeras Paul Chibuike Anonaba
Gamaliel Florez gflorez@interamerica.org Entrevistado por Ugochukwu
Al Powell powellal@interamerica.org salvaguardas contra a mitologia. O
Elems
DIVISÃO INTEREUROPEIA relato utiliza determinados termos
Schosshaldenstrasse 17, 3006 Bern, SUÍÇA e motivos, empregando-os com 27 PONTO DE VISTA
Marius Munteanu
marius.munteanu@eud.adventist.org significado e ênfase expressivos As distrações podem levar
Stephan Sigg stephan.sigg@eud.adventist.org com relação à cosmovisão bíblica, à destruição: Lições de
DIVISÃO NORTE-AMERICANA à compreensão da realidade e à Maria e Marta
12501 Old Columbia Pike, Silver Spring, MD por Junjun Manalo Amparo
20904-6600, E.U.A.
cosmologia da revelação divina.
por Gerhard F. Hasel e
Larry Blackmer larry.blackmer@nadadventist.org
Tracy Wood tracywood@nadadventist.org Michael G. Hasel
29 LOGOS
Paul Anderson paulanderson@nadadventist.org Sinta o poder
por Homer W. Trecartin
16
OCEANO ÍNDICO
P. O. Box 4583 Rietvalleirand 0174, ÁFRICA DO SUL De onde vêm os seres
Mozecie Kadyakaita kadyakapitamsj@gmail.com humanos? 34 LIV ROS
Busi Khumalo khumalob@sid.adventist.org He Spoke and It Was:
A compreensão criacionista da Divine Creation in the Old
DIVISÃO SUL-ASIÁTICA
P. O. Box 2, HCF Hosur, 635 110 Tamil Nadu, ÍNDIA Bíblia, segundo a qual os seres Testament
R. N. Prabhu Das prabhudasrna@sudadventist.org humanos são o produto de um ato Revisado por Phodidas
Mohan Bhatti mmbhatti@rediffmail.com
divino de criação especial, conflita Ndamyumugabe
DIVISÃO SUL-ASIÁTICA DO PACÍFICO com a hipótese evolucionista de
P.O. Box 040, 4118 Silang, Cavite, FILIPINAS
Lawrence Domingo ldomingo@ssd.org uma descendência modificada a
Jobbie Yabut jyabut@ssd.org partir de ancestrais primatas. Este
DIVISÃO TR ANSEUROPEIA capítulo revê e discute a evidência
119 St. Peter’s St., St. Albans, Herts, AL13EY,
INGLATERRA
fóssil relativa às origens humanas.
Daniel Duda dduda@ted-adventist.org por Ronny Nalin
Janos Kovacs-Biro jkovacs-biro@ted-adventist.org
20
DIVISÃO AFRICANA CENTRO - OCIDENTAL Cuidar do meio ambiente:
22 Boîte Postale 1764, Abidjan 22,
COSTA DO MARFIM
Um assunto divino e nosso
Juvenal Balisasa balisasa@icloud.com
N. John Enang njenang2000@yajoo.co.uk
também
Deus vislumbra um futuro ecológico.
No entanto, é um futuro que
depende da nossa gestão ambiental.
por John Wesley Taylor V
VOCÊ TERÁ
edições paralelas (português, espanhol, francês,
inglês e italiano), sob o patrocínio da Comissão de
Apoio a Universitários e Professionais Adventistas
(Caupa), organismo da Associação Geral dos
Adventistas do Sétimo Dia.
A
os pontos de vista publicados na revista
pergunta é feita tendo em vista a parábola do administrador representam o pensamento independente
dos autores.
desonesto (Lucas 16:1-10) que foi nomeado como mordomo por
Editorial
um homem muito rico para cuidar de sua grande propriedade. Editora-Chefe Lisa M. Beardsley-Hardy
Quando o homem rico suspeitou que seu administrador não Editores Associados John M. Fowler, Hudson
E. Kibuuka
era totalmente honesto, o mordomo passou a tomar medi- Coordenadoras da Área Editorial: Valérie
das de autoproteção e começou a abater o endividamento de outros para Moorooven e Susan Araya
comprar sua segurança e benevolência no futuro. O dinheiro que ele estava Revisoras: Karina C. Deana (português)
Beverly Rumble (English)
descontando não era dele, mas correu o risco confiando que a estima que Editor da Resenha de Livros: Aleksandar Santrac
ele estava conquistando dos credores de seu senhor iria garantir sua proteção Diagramadora Claudia Suzana R. Lima
mais tarde. Para benefício pessoal, ele, secreta e sistematicamente, transferia Correspondência Editorial
Diálogo
o dinheiro equivalente para a sua própria conta, que mantinha oculta. 12501 Old Columbia Pike
O administrador desonesto, dessa forma, ganhou “novos” amigos. Silver Spring, MD 20904-6600 E.U.A
Entretanto, por quanto tempo você acha que esses “amigos” o acolheram Telefone +1 301-680-5073/5065
Fax 301-622-9627
em casa depois que ele perdeu o cargo de administrador? Mesmo que E-mail mooroovenv@gc.adventist.org
fosse por anos, os benefícios de tais amizades não são transferidos para a (Inglês e Francês)
arayas@gc.adventist.org
eternidade. Eles são apenas para esta vida. (Espanhol e Português)
O capítulo anterior de Lucas relata que o filho pródigo também tinha Comissão CAUPA
Presidente Thomas L. Lemon
amigos. Eram amigos enquanto ele tinha o que eles desejavam. Assim que Vice-presidentes Abner de los Santos,
o dinheiro acabou, os “amigos” desapareceram. Eles não eram amigos de Geoffrey G. Mbwana, Ella S. Simmons
Secretário Mario E. Ceballos
verdade, tanto quanto ele tinha sido para com eles. No final, ele foi deixa- Secretários Associados Lisa M. Beardsley-
do com fome e sozinho, a não ser pela companhia dos suínos. Os amigos Hardy, Gilbert R. Cangy
Secretario Assistente Jiwan S. Moon
de filhos pródigos e de administradores desonestos não duram muito. Assistente Legal Thomas E. Wetmore
Vogais Ganoune A. Diop, Falvo Fowler,
Nesse contexto, Jesus faz uma declaração contundente: “Eu digo: Usem a Hudson E. Kibuuka, Linda Mei Lin Koh, Peter
riqueza deste mundo ímpio para ganhar amigos, de forma que, quando ela N. Landless, Faith-Ann A. McGarrell, Anthony
Kent, Anthony Bowman, Tracy Wood, Lydia
acabar, estes os recebam nas moradas eternas” (Lucas 16: 9). O que Ele quer Muwanga, Valérie Moorooven, Justin Kim,
Susan Araya, Clinton L. Wahlen, Gabriel Begle
dizer com isso? Por certo, Ele não está dizendo que as moradas no Céu podem
Correspondência sobre circulação: Deve
ser adquiridas por meio de astutas relações terrenas: a salvação não está à venda ser dirigida ao Representante Regional da
e nem é para os que se acham espertos. O Céu é um dom gratuito, mas Jesus Caupa na região em que reside o leitor. Os
nomes e endereços desses representantes
escolheu confiar Seus bens a você e a mim. A riqueza a nós confiada deve ser encontram-se na página 2.
utilizada de forma responsável; qualquer uso desonesto pode levar-nos a fazer Website: http://dialogue.adventist.org
apenas amigos temporários, mas você não será permanentemente bem-vindo Impressão e Acabamento: Casa Publicadora
na casa de nenhum deles, nem em seu coração. Jesus insiste que administremos Brasileira 9519/34896
as coisas deste mundo com os olhos na eternidade. Citações Bíblicas: Salvo outra indicação, todas as
passagens das Escrituras foram extraídas da Bíblia
A parábola nos lembra que devemos usar nossos bens com cautela, tanto Sagrada na Nova Versão Internacional (NVI), Copyright
© 2002, pela Sociedade Bíblia Internacional. Usada
o dinheiro, como a posição ou poder, porque nada na Terra vai durar para com permissão. Todos os direitos reservados.
sempre. As coisas que possuímos, como contas bancárias, bens, educação, Outras indicações: As passagens das Escrituras creditadas
à ARA, foram extraídas da versão Almeida Revista e
tecnologia ou liderança, não nos pertencem mais que os bens do patrão Atualizada, Segunda Edição, Sociedade Bíblica do Brasil.
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pertenciam ao administrador. Somos mordomos de tudo o que Deus nos As passagens das Escrituras creditadas à ACF foram
dá e, como tal, devemos agir com inteligência, prudência, discernimento extraídas da versão Almeida Revista e Corrigida Fiel, na
grafia simplificada, 1962. Imprensa Bíblica Brasileira,
espiritual e, é claro, com bom senso. A plena consciência do carácter tem- Rio de Janeiro, RJ. Usada com Permissão. Todos os
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porário das coisas materiais deve gerar uma sensação de finitude, humil- As passagens das Escrituras creditadas à NTLH foram
dade e modéstia com relação ao que temos e fazemos. Como sabemos que extraídas da Bíblia Sagrada na Nova Tradução na
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o nosso dinheiro, em algum momento, poderá acabar, devemos desviar a com permissão. Todos os direitos reservados.
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VALÉRIE MOOROOVEN, a nova editora-chefe da Diálogo, vem da França. Ela vai ajudar
no gerenciamento da edição e produção da revista. A formação acadêmica de Valérie inclui
Diplôme d’Etudes Universitaires Générales en Sciences de la Nature et de la Vie, um diploma uni-
versitário pelos dois anos em Ciências Naturais (1993); Diplôme d’Etat d’Assistante Sociale, um
diploma do Estado pelos três anos em Assistência Social (1998); e um Certificado de Inglês
Avançado pela Universidade de Cambridge (2012). Antes de se unir à equipe da Diálogo, Valérie
trabalhou como assistente social em Reunion Island; foi tradutora de inglês-francês e assisten-
te administrativa na Associação-União do Oceano Índico, em Madagáscar. Durante os últimos
oito anos, foi professora do ensino fundamental numa escola francesa em Pretória, África do
Sul. Seu e-mail: mooroovenv@gc.adventist.org.
A COSMOLOGIA ÚNICA
DE GÊNESIS 1
A narrativa da criação no Gênesis apresenta não somente o registro verídico
das origens, mas, ao descrevê-lo, traz inúmeras salvaguardas contra a
mitologia. O relato utiliza determinados termos e motivos, empregando-os
com significado e ênfase expressivos com relação à cosmovisão bíblica, à
compreensão da realidade e à cosmologia da revelação divina.
O
s capítulos iniciais da existência do mundo e da vida são todas, a concepção do mundo de todo
Bíblia (Gênesis 1-11) expressas no tempo e no espaço. o ritmo cíclico da mitologia pagã e da
contêm o relato de como Hoje, muitos acreditam que é des- especulação da metafísica antiga. Este
tudo começou, com o necessário se envolver em um diálogo mundo, sua vida e história não depen-
foco nos começos natu- sobre a discussão bíblica da criação dem do ritmo cíclico da natureza, pois
rais e históricos, e na história subse- e da busca científica para entender o foi trazido à existência como um ato
quente do mundo e da humanidade.1 mundo e a humanidade. Entretanto, da criação por um Deus transcendente.
Embora isso seja importante em si mesmo, esse diálogo e interação não são somen- A segunda afirmação é a de que
passa a ter maior significado quando se te desejáveis, eles são também essen- Deus é o Criador. Como Deus, Ele
reconhece que o relato da criação em ciais. As ciências podem lidar apenas é completamente separado e inde-
Gênesis é sem rival. Em lugar algum, no com as esferas parciais do conheci- pendente da natureza. Na verdade,
antigo Oriente Próximo ou no Egito, há mento, mas não das totalidades. Deus continua a agir na natureza,
algo semelhante registrado. As palavras Essa totalidade é revelada já no pri- mas Ele e a natureza são separados
específicas para Criador, criação e criatura meiro versículo da Bíblia: “No prin- e não podem, jamais, ser igualados
– relacionadas a Deus, mundo e humani- cípio Deus criou os céus e a Terra” a alguma forma de emanacionismo
dade, em Gênesis 1 e 2 – definem todo o (Gênesis 1:1).2 Essa simples frase faz ou panteísmo. Isso está em contraste
tom da maravilhosa e singular mensagem quatro afirmações básicas, completa- com os conceitos egípcios nos quais
salvífica apresentada na Bíblia. mente novas e profundas, na busca Atum, o deus criador, é ele mesmo o
do homem por uma compreensão da principal monte do qual surgiu toda
A COSMOLOGIA DA origem do mundo e de si mesmo.3 a vida na cosmologia de Heliópolis,
TOTALIDADE DO GÊNESIS A primeira afirmação declara que ou onde, em outra tradição, Ptah está
O relato da criação em Gênesis Deus fez o céu e a Terra “no princí- associado à “terra que se eleva” na
traz a primeira concepção do mundo pio”. Houve então um tempo em que teologia de Mênfis. Nas cosmologias
e da humanidade como totalidades, este Globo e os céus atmosféricos não egípcias, “tudo está contido dentro
desde o seu início. Ninguém expe- existiam. Nas mitologias antigas do da mônada inerte, até mesmo o deus
rimenta e “conhece” a humanida- Oriente Próximo, a Terra não teve criador”.4 No Egito, não há separação
de em sua totalidade. Na criação começo, e no pensamento filosófico entre Deus e a natureza.
bíblica, porém, essas realidades são grego, o mundo existiu desde a eterni- A terceira afirmação declara que
expressas em sua totalidade como dade. Entretanto, pelo uso da expres- Deus atuou no fiat da criação. O
sendo originárias do Criador. As são “no princípio”, a cosmologia do verbo específico para “criar”, bara’, tem
totalidades do mundo criado por Gênesis estabelece um início absoluto somente Deus como seu sujeito em
Deus e o que nele há retratam para a criação. A expressão prenhe, “no toda a Bíblia. Isto é, na língua hebraica,
como a origem e a continuidade da princípio”, desassocia, de uma vez por ninguém pode bara’, a não ser Deus.
N O TA S E R E F E R Ê N C I A S
morte é uma característica necessária do (2:7, 8, 19), “dizer” (1:3, 6, 9, 14, 20, 24, of the Times (junho de 1975, p. 22-26 e
mundo da criação, isto é, da existência de 26), essa é uma indicação de “como” a julho de 1975, p. 23, 25). Os artigos foram
revisados e ampliados por Michael G. Hasel
modo geral”.34 Uma imagem semelhante atividade criativa divina é revelada. A para incluir fontes atuais e novas informa-
ções sobre os paralelos do antigo Oriente
pode ser vista na câmara mortuária de terceira questão intelectual pergunta “o Próximo e do Egito.
Tutmés III, em que, na 11ª hora de que” o Criador transcendente trouxe 2. Salvo outra indicação, todos os textos
AmDuat, Atum aparece segurando as à existência. O próprio escritor bíblico bíblicos neste artigo foram extraídos
da Bíblia na Versão Almeida Revista e
asas de uma serpente alada, rodeada de resume esse ato nas seguintes palavras: Atualizada (ARA).
ambos os lados pelos olhos de Udjet – os “Assim, pois, foram acabados os céus e a 3. Gerhard F. Hasel, “Recent Translations
of Genesis 1:1: A Critical Look”, The
olhos de Rá e de Horus. O conceito de Terra e todo o seu exército” (Gênesis 2:1). Bible Translator, Nº 22 (1971): p.154-
um sábado e da sequência de sete dias A narrativa bíblica da criação, basea- 158; Hasel, “The Meaning of Genesis
1:1”, Ministry 49, Nº 1 (janeiro de 1976:
está totalmente ausente. da na cosmologia de Gênesis, vai muito p. 21-24.
A cosmologia do Gênesis representa além dessas questões intelectuais, ao 4. Richard J. Clifford, Creation Accounts
uma “ruptura total”35 com as mitolo- abordar ainda questões existenciais de in the Ancient Near East and in the Bible
(Washington, D.C.: The Catholic Biblical
gias pagãs do Oriente Próximo e do extrema importância, porque é tam- Association, 1994), p.114.
Egito, fazendo minar as cosmologias bém o registro do início dos processos 5. Rudolf Bultmann, “New Testament
and Mythology”, in H. W. Bartsch, ed.,
míticas prevalecentes e os fundamen- naturais e históricos. A criação bíblica Kerygma and Myth (London: Harper &
tos básicos das religiões pagãs. A nar- responde o que o Criador divino é Row, 1953), Cap. 1, p. 2).
rativa da criação não somente apresen- capaz de fazer. Como o Criador, que 6. Albrecht Goetze, “El, Ashartu and the
Storm-God”, Ancient Near-Eastern Texts
ta o registro verídico das origens, mas, não é outro senão o próprio Cristo, (1969): p. 519.
ao descrevê-lo, o escritor apresentou o Agente da criação enviado pelo Pai 7. S. H. Hooke, “Genesis”, in H. H. Rowley e
inúmeras salvaguardas contra a mito- (João 1:1-4; Hebreus 1:1-3), que fez o Matthew Black, eds., Peak’s Commentary
on the Bible (London; Thomas Nelson,
logia. Ele usou determinados termos Cosmos e tudo o que nele há, por ser o 1962), p. 79.
e motivos, em parte relacionados aos Criador de todas as forças da natureza 8. David Toshio Tsumra, “The Earth and
the Waters in Genesis 1 and 2: A linguis-
conceitos pagãos incompatíveis – cos- e o Mantenedor da criação, Ele pode tic Investigation”, Journal for the Study of
mológica, ideológica e teologicamente usar essas forças para realizar a Sua the Old Testament, Sup 83 (1989): p. 31.
– e em parte revelando um incontestá- vontade em todos os acontecimentos 9. Mary K. Wakeman, God’s Battle With
the Monster: A Study in Biblical Imagery
vel contraste com os mitos do Oriente no decurso do tempo, por meio de (Leiden: Brill, 1973), p. 86.
Próximo, e os empregou com um atos poderosos e poderosos feitos na
Continua na página 19
significado e ênfase expressivos em natureza e na História.
LOWELL C. COOPER
A
gir de maneira responsá- inimigo quando estiver cometendo mas eles não tinham nem a coragem
vel e ética! Muitos outros um erro”1, mas aprender para que moral, nem as inclinações espiritu-
termos poderiam ser possamos ser poupados das tragédias ais de seu pai. Eram desonestos e
usados aqui; todo um que resultam dos erros de liderança. egoístas. Por isso, os anciãos do povo
conjunto de palavras Os filhos de Israel passaram por um se reuniram e pediram a Samuel
poderia ampliar o conceito de res- momento de mudança estrutural; uma que lhes nomeasse um rei. Outras
ponsabilidade: confiabilidade, valores transição da teocracia para a monar- nações ao redor pareciam estar pros-
fundamentais, integridade, moral, etc. quia. O livro de 1 Samuel é rico em perando sob esse tipo de estrutura
Essas palavras levantam questões com detalhes a respeito dos eventos cen- organizacional, e os anciãos de Israel
as quais lutamos nos momentos tran- trais da saga de uma nação. O elenco olharam para o sistema da monar-
quilos e particulares de nossa vida, de personagens inclui Samuel, Saul, quia como um alívio bem-vindo
aqueles momentos em que pergunta- Davi, Jônatas e outros que aparecem à sua situação naquele momento.
mos: “Que tipo de pessoa eu quero em breves episódios ao longo do cami- Eles identificaram corretamente o
ser?” E talvez a questão mais impor- nho. Entretanto, o nosso foco princi- problema: seus novos líderes eram
tante para nós seja: “Que tipo de pal será sobre Saul, o primeiro rei de corruptos! Infelizmente, concluíram
pessoa eu sou chamado a ser?” Israel. Neste estudo, vamos descobrir também que o sistema era corrupto
Este tema, que aborda a forma de os seis erros de liderança mais comuns e, portanto, havia a necessidade
agir de maneira responsável e ética, que podemos encontrar. de mudança. A frustração com a
será desenvolvido aqui ao estudarmos liderança levou à impaciência com a
os erros de liderança de um famoso ERRO DE LIDERANÇA Nº 1: estrutura e o sistema.
personagem da Bíblia. Nosso obje- FALHAR AO IDENTIFICAR Anotem isto como o erro número
tivo não é expô-lo ou criticá-lo, mas E RESOLVER A RAIZ DO um em toda essa cadeia de even-
aprender – aprender não por uma PROBLEMA tos: Eles não conseguiram identificar e
questão de tirar proveito de uma situ- A história começa em 1 Samuel, resolver a raiz do problema. Pensaram
ação, como pode ter sido a estratégia capítulo 8. O profeta Samuel estava que a falha estava no sistema. Mas os
por trás do conselho de Napoleão bastante idoso. Nomeou seus pró- sistemas e estruturas são apenas ins-
Bonaparte: “Nunca interrompa seu prios filhos como juízes de Israel, trumentos. Eles não têm vida inde-
Esse é o ponto em que a vida devo- serem evitados. Iniciou sua carreira te_2.html.
cional e a pessoal se tornam ainda mais em meio a uma grande expectativa, 2. Ellen G. White, Parábolas de Jesus
importantes para manter a estabilida- porém, com o passar do tempo, tor- (Tatuí, SP, Casa Publicadora Brasileira,
1996), p. 331.
de diante das circunstâncias que nos nou-se mais e mais egocêntrico. Cada
3. White, Parábolas de Jesus, p. 332.
estressam. Não podemos nos esconder experiência foi medida em termos de
de Deus. Estar diante dEle nos obriga seus próprios interesses. Ao enfrentar
a admitir algumas realidades sobre nós a morte, ele só conseguia pensar no
mesmos. Eu sou um pecador. Mas, ao quanto seus inimigos iriam zombar e
mesmo tempo, sou amado por Ele, colo- se divertir com a sua desgraça.
DE ONDE VÊM OS
SERES HUMANOS?
A compreensão criacionista da Bíblia, segundo a qual os seres humanos
são o produto de um ato divino de criação especial, conflita com a hipótese
evolucionista de uma descendência modificada a partir de ancestrais primatas.
Este capítulo revê e discute a evidência fóssil relativa às origens humanas.
RONNY NALIN
C
omo decidimos o que é OS HUMANOS Australopithecus, o Ardipithecus ramidus
um ser humano? EVOLUÍRAM A PARTIR DOS é notavelmente diferente.3 Por outro
Uma abordagem sim- AUSTRALOPITECINOS? lado, as camadas acima dos limites estra-
ples é definir a humanida- Na hipótese evolucionista, o tigráficos do Australopithecus apresen-
de tomando como base as Australopithecus é considerado a forma tam restos atribuídos ao gênero Homo
características anatômicas. Entretanto, da qual surgiu o gênero Homo. Seus como também a fósseis de hominídeos,
todas as espécies viventes mostram uma restos são encontrados em sedimentos similares ao Australopithecus, porém com
variabilidade em seus traços morfológi- do Plioceno, abaixo daqueles conten- características mais robustas no esque-
cos. Quando comparadas com outras do fósseis do Homo. A anatomia do leto (gênero Paranthropus). Se as duas
espécies primatas existentes, as medidas Australopithecus revela traços que hoje formas são derivadas do Australopithecus,
do esqueleto humano moderno pare- são encontrados somente nos humanos. a descontinuidade entre o Homo e o
cem ser bastante homogêneas.1 Certos Entretanto, muitas características dife- Australopithecus fica ainda mais aparente
fósseis estão fora deste limitado espectro renciam claramente o Australopithecus do quando comparada à semelhança entre
moderno de variabilidade, e não há Homo. Essas características incluem, entre o Australopithecus e o Paranthropus.
um consenso claro sobre o critério de outras: (1) uma massa corporal menor; (2) Concluímos que a evidência fóssil
diagnóstico que deveria determinar se um tamanho pequeno do cérebro (cerca utilizada como argumento em favor de
de 400 a 550 cm3 comparado com apro- uma relação evolutiva entre o gênero
eles deveriam ou não ser considerados
ximadamente 1.400 cm3 dos humanos Homo e outras formas extintas de homi-
humanos. Uma abordagem prática é
modernos); (3) um comprimento maior nídeos está longe de ser convincente e
colocar um fóssil em particular dentro continua sem solução, especialmente à
do antebraço, comparado com o braço;
da categoria homo quando a massa e luz de um registro fóssil ainda incomple-
(4) o formato cônico do peito; e (5) dedos
a proporção corporais, as dimensões to do hominídeo do Plioceno.
relativamente longos e curvos.2
dos dentes e as adaptações do esque- Descobertas feitas em décadas recen-
leto mostram maior semelhança com tes têm feito aumentar os limites da O HOMO HABILIS ESTABELECE
os humanos modernos do que com variabilidade observada nos fósseis aus- UMA LIGAÇÃO ENTRE OS
os fósseis australopitecinos (um grupo tralopitecinos. Como resultado, uma AUSTRALOPITECINOS E OS
cujos restos foram descobertos na África variedade de nomes de espécies tem sido HUMANOS?
no princípio do século passado). Outros aplicada a esses restos. Complicações Catalogado na década de 1960, o
traços muitas vezes considerados rele- adicionais emergem da descoberta Homo habilis é uma espécie baseada
vantes na definição de humanidade são do Ardipithecus ramidus em camadas principalmente em restos fósseis desco-
as dimensões do cérebro, a habilidade abaixo daquelas que contêm restos de bertos na África oriental. Esses fósseis
de fabricar ferramentas e indicações de Australopithecus. Apesar da proximida- mostram tantas variações morfológicas
comportamento social e simbólico de espacial e temporal em relação ao que muitos pesquisadores atualmente
N O TA S E R E F E R Ê N C I A S
A New Species of Early Hominid From (Grand Rapids, MI: Baker, 2004).
Ethiopia”, Science 284 (1999), p. 629- fur Theologie und Kirche 47 (1950): p. 151.
635; B. Wood e M. Collar, “The Human 24. S. Hartwig-Scherer, “Apes or 11. Tsumura, “The Earth and the Waters
Genus”, Science 284 (1999), p. 65-71. Ancestors?”, em Mere Creation, ed. in Genesis 1 and 2: A Linguistic
W. A. Dembski (Downers Grove, IL: Investigation”, p. 32, 33.
3. T. White et al., “Ardipithecus Ramidus and InterVarsity, 1998), p. 212-235.
the Paleobiology of Early Hominids”, 12. See Gerhard F. Hasel, “The Fountains of
Science 326 (2009), p. 75-86. the Great Deep”, Origins 1 (1974): p. 67-72.
4. Wood e Collard. 13. O termo šĕʾôl é traduzido como “grave”
5. O termo pós-craniana refere-se aos (tumba), 31 vezes; como “hell” (inferno)
elementos esqueléticos sem incluir o 31 vezes; e “pit” (cova), 6 vezes, na KJV.
crânio. O termo “hell” (inferno) é inapropriado
porque não tem nada a ver com tortura,
6. D. Lordkipanidze et al., “Postcranial tormento ou consciência.
Evidence From Early Homo From
Dmanisi, Georgia”, Nature 449 14. Claus Westrmann, Genesis (Neukirchen-Vluyn,
(2007), p. 305-310; A. C. Walker e R. Alemanha: Neukirchener, 1974), p. 160.
E. F. Leakey, The Nariokotome Home 15. Randall W. Younker and Richard
Erectus Skeleton (Cambridge: Harvard M. Davidson, “The Myth of the Solid
University Press, 1993). Heavenly Dome: Another Look at the
7. R. Dennel e W. Roebroeks, “An Asian Hebrew Term rāqîaʿ”, Andrews University
Perspective on Early Human Dispersal Seminary Studies 49 (2011): p. 127.
From Africa”, Nature 438 (2005), p. 16. Walter C. Kaiser Jr., “The Literary Form
1099-1104. of Genesis 1:1-11”, em J. B. Payne, ed.,
New Perspectives on the Old Testament
8. D. A. Elter, “The Fossil Evidence for (Waco, Texas: Word, 1970), p. 57.
Human Evolution in Asia”, Annual
Review of Anthropology 25 (1996), p. 17. Theodor H. Gaster, “Dragon”, The
275-301. Interpreter’s Dictionary of the Bible, vol.
1 (1962), p. 868.
9. C. B. Stringer, “Modern Human Origins:
Progress and Prospects”, Philosophical 18. Gordon H. Johnston, “Genesis 1 and
Transactions of the Royal Society of Ancient Egyptian Creation Mythes”,
London B 357 (2002), p. 563-579. Bibliotheca Sacra 165 (2008): p. 187.
19. Alan R. Millard, “A New Babylonian
10. Stringer.
‘Genesis’ Story”, Tyndale Bulletin 18
11. Elter; Stringer (2002). (1967): p. 3-18.
12. Os neandertais devem ter se estendido 20. “From Pyramid Texts Spell 527”, trans.
até o sul da Sibéria. James P. Allen, The Context of Scripture
1, Nº 3, p. 7.
13. Ver E. Trinkaus, “Modern Human
Versus Neandertal Evolutionary 21. James P. Allen, Genesis in Egypt: The
Distinctiveness”, Current Anthropology Philosophy of Ancient Egyptian Creation
47, nº 4 (2006), 597-620; ver também Accounts (New Haven, Connecticut: Yale
referência 18. University Press, 1988), p. 10.
14. Por exemplo, o “crânio de Swanscombe”. 22. “From the ‘Memphite Theology’”, trad.
Ver C. B. Stringer e J. J. Hublin, “New James P. Allen, The Context of Scripture 1,
Age Estimates for the Swanscombe 15: p. 21-23.
Hominid, and Their Significance for 23. Ragnhild Bjerre Finnestad, “Ptah, Creator
Human Evolution”, Journal of Human of the Gods: Reconsideration of the
Evolution 37 (1999), 873-877. Ver tam- Ptah Section of the Denkmal”, Numen:
bém os restos de esqueletos descober- International Review for the History of
tos em Sima de los Huesos, Espanha. Religions 23 (1976): p. 89.
J. J. Arsuaga et al., “The Sima de los 24. James P. Allen, “From the ‘Memphite
Hueses Crania (Sierra de Atapuerca, Theology’”, The Context of Scripture, 1,
Spain). A Comparative Study”, Journal of 15-16: p. 22.
Human Evolution 33 (1997), p. 219-281.
25. Nahum M. Sarna, Understanding Genesis
15. P. Shipman, “Separating ‘Us’ from (New York: Schocken, 1970), p. 9.
‘Them’: Neanderthal and Modern 26. Ibid., p. 13.
Human Behavior”, Proceedings of the
National Academy of Sciences (USA) 105, 27. Otto Loretz, Schöpfung und Mythos,
nº 38 (2008), p. 14241, 14242. Stuttgarter Bibelstudien 32, (Stuttgart:
Katholisches Bibelwerk, 1968), p. 92-98.
16. J. P. Noona et al., “Sequencing and
Analysis of Neanderthal Genomic 28. Jaroslav Černyý, Ancient Egyptian Religion
DNA”, Science 314 (2006), p. 1113-1118. (Westport, Conn.: Greenwood, 1979), p. 48.
17. R. E. Green et al., “A Draft Sequence of 29. Papyrus Bremner-Rhind (BM 10188).
the Neandertal Genome”, Science 328 30. Richard J. Clifford, Creation Accounts in
(2010), p. 710-722. the Ancient Near East and in the Bible
(Washington, D.C.: The Catholic Biblical
18. Trinkaus, “Early Modern Humans”, Association, 1994), p. 116.
Annual Review of Anthropology 24
(2005), p. 207-230. 31. Charles Francis Whitley, “The Pattern
of Creation in Genesis”, Journal of Near
19. M. H. Day, “Omo Human Skeletal Eastern Studies 17 (1958: p. 34, 35.
Remains”, Nature 222 (1969), p. 1135-
1138. 32. Gordon H. Johnston, p. 192.
20. A. Rosas, “A Gradient of Size and Shape 33. Papyrus of Henuttwy (British Museum
for the Atapuerca Sample and Middle 10188).
Pleistocene Hominid Variability”, 34. Erik Hornung, Conceptions of God in
Journal of Human Evolution 33 (1997), Ancient Egypt (Ithaca, N.Y.: Cornell
p. 319-331; T. White, “Early Hominids University Press, 1982), p. 81.
– Diversity or Distortion?”, Science 299 35. Gerhard von Rad, Genesis. A Commentary
(2003), p. 1994-1997. (Philadelphia: Westminster, 1962), p. 53.
CUIDAR DO MEIO
AMBIENTE: UM ASSUNTO
DIVINO E NOSSO TAMBÉM
Deus vislumbra um futuro ecológico. No entanto, é um futuro que depende
da nossa gestão ambiental.
C
omo cristãos, por que nós ficado muito bom!”7 Deus cria os seres […] de cada um dos seres vivos […],
também devemos cuidar humanos à Sua imagem para refletir o de cada espécie de ave, de cada espécie
do meio ambiente? Afinal, Seu caráter e prioridades, e os coloca de animal grande e de cada espécie de
Deus não nos fez donos como administradores da Sua criação: animal pequeno que se move rente ao
da Terra para usá-la em “Então disse Deus: ‘Façamos o homem chão virá um casal a você para que
nosso benefício?1 Os seres humanos à Nossa imagem, conforme a Nossa sejam conservados vivos.”13 Mesmo
não valem mais que rios, árvores semelhança. Domine ele sobre os peixes depois que passou o dilúvio, “Deus
ou animais?2 Não foram os israelitas do mar, sobre as aves do céu, sobre lembrou-Se de Noé e de todos os ani-
punidos por adorar a Terra e tudo o os grandes animais de toda a terra e mais selvagens e rebanhos domésticos
que nela existe?3 Não acreditamos nós sobre todos os pequenos animais que que estavam com ele na arca, e enviou
na Segunda Vinda, quando a Terra se movem rente ao chão.’”8 um vento sobre a Terra, e as águas
será consumida pelo fogo e, então, o Essa posição de administradores, começaram a baixar.”14 Além disso, ao
próprio Deus irá criar “um novo céu e no entanto, está ligada a uma relação acabar o dilúvio, Deus incluiu espe-
uma nova terra”?4 Não é a nossa mis- compartilhada. É algo significativo, cialmente os animais ao fazer a alian-
são salvar pessoas, e não o planeta?5 por exemplo, que Deus tenha criado ça: “Vou estabelecer a Minha aliança
os animais e os seres humanos a par- com vocês e com os seus futuros
A RESPONSABILIDADE CRISTÃ tir do “pó da terra” e concede a cada descendentes, e com todo ser vivo que
PELO MEIO AMBIENTE um a bênção correspondente: “Sejam está com vocês: as aves, os rebanhos
Embora essas preocupações tenham férteis e multipliquem-se.”9 domésticos e os animais selvagens.”15
um grau de validade, talvez devês- Em essência, “do Senhor é a Terra e A Escritura Sagrada também deixa
semos começar com uma pergunta tudo o que nela existe.”10 E nós deve- claro que Deus não apenas protege,
diferente: Como cristãos, por que não mos ser administradores responsáveis mas supre as necessidades de todas as
deveríamos nós nos preocupar com do ecossistema em que vivemos.11 Suas criaturas, e não somente para os
o meio ambiente? Afinal, cuidar do 2. Deus continua ligado à Sua seres humanos. “Tu, Senhor, preservas
meio ambiente é bíblico. Há quatro criação e a protege. O relacionamen- tanto os homens quanto os animais.”16
pilares que apoiam essa premissa. to e cuidado de Deus por Sua cria- “Todos eles dirigem seu olhar a Ti,
1. Deus é o Criador, e nós somos ção estão documentados em toda a esperando que lhes dês o alimento no
feitos à Sua imagem. Tudo começa Escritura.12 Tomemos, por exemplo, o tempo certo. […] abres a Tua mão,
com o Deus Criador, que traz à dilúvio, conforme está registrado em e saciam-se de coisas boas.”17 Jesus
existência um mundo físico que Ele Gênesis, nos capítulos 6 a 9. Diante de mesmo diz: “Observem as aves do
tem prazer em contemplar.6 Gênesis uma catástrofe global iminente, Deus céu: não semeiam nem colhem, nem
registra estas palavras: “E Deus viu procura preservar as várias espécies. armazenam em celeiros; contudo, o
tudo o que havia feito, e tudo havia Ele instrui Noé: “Faça entrar na arca Pai celestial as alimenta.”18
2. Mateus 6:26; 12:11, 12. 37. Marcos 12:31. Settings Through North America.” The
American Journal of Clinical Nutrition 100
3. Isaías 44; Romanos 1:25. 38. A igreja Adventista do Sétimo Dia emi- (2014):476S-482S.
4. 2 Pedro 3:10-12; Apocalipse 21:1. Ver tiu declarações oficiais sobre a res-
ponsabilidade cristã de cuidar do meio 43. Marcia Kreith, “Water Inputs in
também Isaías 65:17. California Food Production.” Water
ambiente. Estas incluem o seguinte: Como
5. Mateus 28:18-20. Education Foundation, Sacramento,
Adventistas, “nós pedimos respeito pela
Calif.: http://www.watereducation.org/
6. Gênesis 1; Êxodo 20:11; Neemias criação, a contenção do uso dos recursos
find/results/kreith. Essa é a mesma
9:6; Salmo 95:5; Jeremias 32:17; João do mundo, a reavaliação das necessi-
quantidade de água que você usaria
1:3; Efésios 3:9; Colossenses 1:15-17; dades de cada um e a reafirmação da
se tomasse um banho de sete minutos
Hebreus 1:2; Apocalipse 4:11; 14:7; dignidade da vida criada.” Essa declara-
todos os dias por seis meses.
11:17, 18. ção foi aprovada e votada pela Comissão
Administrativa da Associação Geral dos 44. Valores semelhantes de água são
7. Gênesis 1:31. Ver também Salmo Adventistas do Sétimo Dia e foi lançado necessários para produzir uma libra
104:31. pelo Gabinete do Presidente na sessão da de alface, tomate ou batatas. Maçãs
8. Gênesis 1:26-28. Ver também Salmo Conferência Geral em Utrecht, Holanda, requerem 50 galões de água por libra.
8:6, 86-88. realizada nos dias 29 de junho a 08 de Nos EUA, a irrigação de feno e alfafa
julho de1995. A declaração completa usada primariamente como ração para
9. Gênesis 1:22, 28. Ver também Gênesis a indústria de carne, necessita mais
pode ser encontrada online no endere-
2:7, 19; Eclesiastes 3:19, 20. Cada vez água do que a produção de todos os
ço: https://www.adventist.org/en/infor-
que levamos uma espécie à extinção, mation/official-statements/article/go/0/ produtos hortícolas e de pomares de
estamos afirmando que o que Deus environment. Uma outra declaração apro- frutas combinados.
criou e que o que Ele ordenou nós vada e votada pelo Comitê Administrativo
podemos destruir. 45. 2 Crônicas 7:14.
da Associação Geral dos Adventistas dos
10. Salmo 24:1. Também “Quantas são as Sétimo Dia foi lançada pelo Gabinete do 46. Isaías 35:1, 2, 7.
Tuas obras, Senhor! Fizeste todas elas Presidente na sessão do Concílio Anual 47. Oséias 2:18.
com sabedoria! A terra está cheia de realizado em San José, Costa Rica, de 01 48. Isaías 11:9. Embora a referência direta
seres que criaste” (Salmo 104:24). Ver a 10 de Outubro de 1996, onde se lê, seja para vários animais, a passagem
Êxodo 9:29; Deuteronômio 10:14; 1 em parte: “Os Adventistas do Sétimo Dia abrange, por extensão, toda a criação
Crônicas 29:11; Jó 41:11; Salmo 50:10, defendem um estilo de vida saudável, em de Deus, incluindo os seres humanos.
11; 89:11; 95:3–5; 1 Coríntios 10:26. que as pessoas não entrem na rotina do
consumismo desenfreado, da desregra- 49. 1 Cor. 4:2.
11. Levítico 25:23, 24; Salmo 8:6-8; Lucas
16:2-13. da aquisição de bens e da produção de
resíduos. Apelamos ao respeito pela natu-
12. Jó 12:10; Salmo 65:9-13; 104:10-14; reza, à restrição no uso dos recursos ter- Baldwin, John T. “Guardas dos Jardins:
Os Cristãos e o Meio Ambiente”, Diálogo
PA R A U M E S T U D O M A IS A PRO FU N DA D O
145:9–17; Isaías 43:20, 21; Mateus 6:26 restres, à reavaliação das nossas próprias
e 10:29; Lucas 12:6; Hebreus 1:3. Universitário 14:1 (2002): 8-11: http://dia-
necessidades e à reafirmação do respeito
logue.adventist.org/en/articles/14-1/bald-
13. Gênesis 6:19-21; 7:2, 3. pela vida criada.” https://www.adventist.
win/keepers-of-the-garden-christians-and-
org/en/information/official-statements/
14. Gênesis 8:1. the-environment.
statements/article/go/-/stewardship-of-
15. Gênesis 9:9, 10. Ver também Gênesis -the-environment/. Chapman, Marcus. “For Want of a T-Bone
9:12-17. Uma aliança que inclui “os ani- Steak the Biosphere Was Lost.”, Adventist
39. Adaptado da Adventist EDGE: Science Review: http://www.adventistreview.org/
mais do campo, as aves do céu e as cria- Standards ― Ecology: www.adventiste-
turas que se movem rente ao chão” há church-news/for-want-of-a-t-bone-steak-the-
dge.org/site/1/AE_images/performstan- biosphere-was-lost.
também uma referência em Oséias 2:18. d/10NAD005%20Science_Ecology_2.pdf.
16. Salmo 36:6. Davidson, Joann. “Who Cares? Environmental
40. O desperdício de alimentos contribui Ethics and the Christian”, Adventist Review
17. Salmo 104:27, 28. Ver também Salmo para 18% do total das emissões de 186:18 (2009): http://archives.adventistreview.
145:16 e 147:9. metano vindo dos aterros nos EUA, que org/article/2681/archives/issue-2009-1518/
contribui para as alterações climáticas who-cares.
18. Mateus 6:26. (Mathy Stanislaus, “Working With Local
19. Gênesis 2:15. As palavras hebraicas Governments and Communities to Fight Dunbar, S. G., L. James Gibson, e Humberto M.
a-bad’ e sha-mar’ nesta passagem tam- Food Waste”, 10 de Dezembro de 2015: Rasi, Entrusted: Christians and Environmental
bém podem ser traduzidas como servir https://blog.epa.gov/blog/2015/12/ Care (Montemorelos, México: Adventus
e preservar. working-with-local-governments-and- International University Publishing, 2013).
-communities-to-fight-food-waste/). Lockton, Harwood A. “Os Adventistas e o
20. Deuteronômio 22:4. Veja também verso 1.
41. Aqui estão algumas outras maneiras de Ambiente”, Diálogo Universitário 4:2 (1992):
21. Deuteronômio 25:4. 5-7, 34: http://dialogue.adventist.org/
cuidar do meio ambiente, tornando-se
22. Provérbios 12:10. mais eficientes para a energia: (a) Lave issues/04-2-en.pdf.
23. Números 22:32. suas roupas em água fria. Só nos EUA, Mhlanga, Paul. “Stewardship of the
isto pouparia energia equivalente a Environment: An Adventist Imperative”,
24. Êxodo 20:10. Ver também Êxodo 23:12; 100.000 barris de óleo por dia; (b) Baixe Institute for Christian Teaching (1995): http://
Deuteronômio 5:12-15.. seu termostato no inverno e suba-o no ict.aiias.edu/vol_26A/26Acc_251-270.pdf.
25. Êxodo 23:10, 11; Levítico 25:2-7. verão. Melhor ainda, use um termostato
Patrick, Arthur N. “Por que os cristãos devem
programável; (c) Evite dirigir de forma praticar a gestão ambiental se o mundo será
26. Deuteronômio 20:19. agressiva. Melhore a sua eficiência de destruído?”, Diálogo Universitário 26:1 (2014):
27. João 6:12. combustível pisando leve o pedal do ace- 12-15: http://dialogue.adventist.org/en/
28. Jeremias 2:7; 12:4, 11. lerador e dos freios; (d) Use água filtrada, articles/26-1/patrick/why-should-christians-
em vez de comprar água engarrafada. practice-environmental-stewardship-if-the-
29. Ezequiel 34:2, 18. Para cada um milhão de garrafas que são world-will-be-destroyed.
30. Isaías 5:8-10. fabricadas e colocadas no mercado, 18.2
toneladas de emissões de dióxido de Shipton, Warren A. “Ecosystem Community
31. Salmo 107:33, 34. carbono são liberadas no ar; (e) Desligue Health Initiatives and Care of Creation”,
32. Isaías 24:4–6. as luzes e desligue eletrônicos e eletro- Journal of the Adventist Theological Society
domésticos quando você puder. Lembre- 25:1 (2014):43–74: http://www.atsjats.org/
33. Apocalipse 11:18. Embora a referência publication/view/546.
se, a energia mais verde é a energia que
principal seja para aqueles que des-
você nunca usa (adaptado de D. Eller, Zuill, Henry A. “Expanding the Garden: A
troem os seres humanos, a preocu-
“Searching for Clean, Next-gen Energy,” Christian’s View of Nature”, Institute for
pação de Deus, como vimos, engloba USA Today (11 de Janeiro de 2016): 6a.
toda a criação. Esse conceito é ecoado Christian Teaching (June 1994): http://ict.
Com base em dados da Universidade aiias.edu/vol_14/014cc_409-427. pdf.
em Habacuque 2:17: “Você destruiu as Cornell, do Escritório de Sustentabilidade
árvores dos montes Líbanos e agora Zuill, Henry A. “Os cristãos deveriam se
da Universidade de Iowa, da Agência
será destruído; você matou os animais e preocupar com o meio ambiente?”, Diálogo
de Proteção Ambiental dos EUA e do
agora vai ficar com medo deles” (NTLH). Universitário 19:1 (2007): 14, 15, 24, 25: http://
Departamento de Agricultura dos EUA.
dialogue.adventist.org/en/articles/19-1/zuill/
34. Lucas 12:15. 42. S. Soret et al., “Climate Change the-environment-should-christians-care.
35. Tiago 5:5, nota de rodapé. Mitigation and Health Effects of
PAUL CHIBUIKE
ANONABA
Diálogo com um advogado
sênior adventista da Nigéria
ENTREVISTADO POR UGOCHUKWU ELEMS
P
aul Chibuike Anonaba nasceu em uma famí- senão mais tarde, quando fez seus estudos de dou-
lia de agricultores na Nigéria e cresceu torado na Universidade Babcock. No entanto, logo
mantendo uma estreita afinidade com as após seu batismo, ele se envolveu totalmente nas
maravilhas do solo e das sementes – como a atividades da igreja adventista local, tornando-se uma
vida começa e cresce, e como tudo na natu- testemunha ativa na comunidade. No colégio onde
reza está integrado para sustentar e apoiar a vida. As estudava, era conhecido por compartilhar a mensa-
gem, o significado do sábado e a segunda vinda de
lições que aprendeu na infância o levaram a abraçar
Jesus, sendo um instrumento para alcançar muitos
dois ideais que se tornaram partes inseparáveis de de seus amigos.
sua vida: o amor a Deus como Criador e o compro- Quando Paul entrou para a universidade, encon-
misso de viver de maneira responsável. Esses valores trou uma atmosfera acadêmica e social desafiadora.
determinaram o rumo para que levasse a sério o Entretanto, transformou cada desafio em uma opor-
papel que exercia dentro de sua família (seus pais e tunidade para testemunhar, passando a participar ati-
oito irmãos) e, mais tarde, também em relação à sua vamente como membro da Associação de Estudantes
fé e comunidade profissional. Adventistas da Nigéria, no campus da Universidade
A jornada de fé de Paul começou com o apoio de Estadual de Imo. Como resultado, ele e seus colegas
sua mãe, que o levava à igreja adventista do sétimo estudantes adventistas pediram permissão para rea-
dia que frequentava. Foi lá que ele aprendeu, desde lizar os cultos, guardar o sábado e compartilhar o ali-
a infância, o significado da graça de Deus, o poder mento espiritual no campus. Após terminar o curso de
salvador de Jesus, a natureza essencial do sábado e Direito na Universidade Estadual de Imo, iniciou sua
a esperança da breve volta de Cristo. O pai de Paul carreira como advogado. Paul também tem PhD em
era membro da Igreja Anglicana. Foi seu avô o res- Direito e em Diplomacia pela Universidade Babcock,
ponsável por trazer os primeiros missionários cris- em Ikenne, na Nigéria.
tãos para a sua aldeia, em 1917. “A diferença de fé dos Hoje Paul é um dos eminentes juristas em sua terra
meus pais”, diz Paul, “nunca foi percebida em casa. Na natal. O governo outorgou-lhe o mérito de Advogado
verdade, meu pai nunca se comprometeu com o ad- Sênior da Nigéria – uma rara homenagem de reco-
ventismo, e minha mãe é que, fielmente, levava meus nhecimento pelos serviços prestados, semelhante ao
irmãos e eu para a Escola Sabatina, cada semana. Conselho da rainha, concedido pelo Reino Unido.
Aqueles primeiros ensinos na fé e na vida adventis- Paul é casado com Amarachi, que é formada em
ta estabeleceram uma base sólida para a minha vida Administração Pública e Direito, e gerencia seus
adulta e profissional.” escritórios de advocacia. O casal tem três filhos em
No início da adolescência, Paul foi batizado na idade escolar. A família é profundamente comprome-
Igreja Adventista, mas, para sua tristeza, não teve a tida com a igreja: Paul é ancião da igreja que frequen-
oportunidade de estudar em uma escola adventista, ta e Amarachi é diaconisa.
AS DISTRAÇÕES PODEM
LEVAR À DESTRUIÇÃO:
Lições de Maria
e Marta
Entre a ansiedade de Marta por atender seus convidados e a escolha de
Maria de assentar-se aos pés do Mestre, Jesus mostrou a prioridade que
deve reger nossas escolhas na vida.
A
s distrações que ocorrem das preocupações maiores por se pre- coisas para oferecer uma refeição per-
ao longo do crescimento ocuparem com as menores. A história feita. Ela precisava cortar as frutas,
espiritual são comuns. de Maria e Marta é uma vívida ilus- montar a salada e dar os últimos reto-
Elas vêm de diversas for- tração de como podemos deixar de ques naquela refeição especial. Vários
mas – material, emocio- focar as questões importantes da vida detalhes tinham que ser acertados. Os
nal, relacional, espiritual – e devem diante de preocupações menores. hóspedes não podiam esperar. Marta
ser uma fonte de preocupação para estava sozinha em sua missão de hos-
todos os cristãos, pois todas elas afe- JESUS NA CASA DE MARTA pitalidade, e sua irmã, Maria, nem
tam a nossa jornada espiritual, de Cansados e famintos após uma se aproximou da cozinha. Quando
uma forma ou de outra. Muitas vezes, longa viagem, ao voltarem de Jericó, Marta encontrou Maria, ela estava
somos absorvidos por coisas de menor Jesus e Seus discípulos chegaram à “sentada aos pés do Senhor, ouvindo
importância. Por exemplo, podemos pequena aldeia de Betânia e entraram a Sua palavra” (Lucas 10:39). Estava
ficar menos concentrados no objetivo na casa de Maria e Marta (Lucas com sua atenção voltada unicamente
principal de cultivar a fé quando esta- 10:38-41). As duas irmãs estavam em ouvir Seus ensinamentos. Marta
mos preocupados com questões que muito felizes pela oportunidade de ficou profundamente perturbada e
envolvem o emprego, contas a pagar, receber esses convidados especiais. aborrecida. Como Maria podia ficar
relacionamentos, questões familiares, Marta apressou-se para atender às assim, quando havia tanta coisa a
etc. Além dessas, há ainda as dis- necessidades dos visitantes cansados e fazer para atender aos convidados?
trações da vida moderna: televisão, logo estava muito ocupada na cozinha. Cansada e decepcionada, Marta não
telefones celulares e a mídia social A hospitalidade era algo que ela tinha foi falar com Maria, mas se aproxi-
que estão competindo constantemen- herdado dos costumes de Abraão e mou de Jesus com uma pergunta que
te com o nosso tempo e desviando a das históricas tradições vindas de seus demonstrou toda a sua ansiedade:
nossa atenção das preocupações maio- antepassados, e era definida como “Senhor, não Te importas que minha
res para as menores. amor. A mesa foi posta, e os pratos irmã tenha me deixado sozinha com
A Bíblia está repleta de narrativas e cálices no lugar. Estava quase tudo o serviço? Dize-lhe que me ajude!”
em que as pessoas estavam distraídas pronto, mas ainda faltavam algumas (Lucas 10:40).
SINTA O PODER
Você está esperando pelo surgimento de algum poder futuro, ou está
permitindo que o Espírito Santo atue em sua vida para que Ele o use hoje?
HOMER W. TRECARTIN
N
hem. Nhem, nhem, nhem, comermos, bebermos ou engolirmos Então, Seu propósito é fazer com que
nhem. Nhem, nhem, isso ou aquilo. Ah, sim, entendemos os trabalhadores despertem, isto é, a Sua
nhem, nhem. Você conhe- bem o que é energia. igreja que ainda está adormecida, a fim
ce essa situação. Com um Nos dias de Jesus, as pessoas não de dar-nos poder para terminar a Obra?
nó no estômago, saí do tinham carros, adaptadores de energia Agora, isso parece ser muito bom! Seria
carro e abri o capô. Imagino que alguns ou bebidas energéticas. No entanto, a como ligar os cabos de partida auxiliar
de vocês realmente sabem o que estão maioria de nós hoje não sabe muito do Céu pouco antes do fim da história
procurando, mas, como eu, muitos ficam sobre plantio e colheita, ou o que são as deste mundo para sacudir o povo e lhe
apenas olhando porque... bem, porque chuvas temporã e serôdia, das quais Jesus dar uma última porção do Seu poder!
não sabemos mais o que fazer! falou para ilustrar os últimos dias, mas, Talvez a chuva serôdia venha para nos
Podemos enviar uma mensagem a quando alguém fala do poder do Espírito energizar, para nos tirar de nossos con-
um amigo, ligar para o atendimento de Santo ou do poder da chuva serôdia, fortáveis assentos e fazer-nos ir ao mundo
emergência na estrada ou ficar apenas acenamos com a cabeça afirmando que com a derradeira mensagem! Talvez.
olhando ansiosamente para cada veículo gostaríamos de poder ligar os nossos Antes, porém, de nos contentarmos em
que passa. Se tivermos cabos de partida cabos de partida auxiliar. Sem dúvida, assentar em nossa cadeira de balanço
auxiliar, podemos até colocar uma extre- achamos que entendemos o que é poder! para esperar pela chuva serôdia, gostaria
midade na bateria do carro e com a outra Gostamos de falar da promessa de de me aprofundar um pouco mais nessa
acenar para quem passa. Joel 2:28, 29: “E depois disso, derra- imensa explosão de energia que por um
Ah, que alívio quando alguém, bon- marei do Meu Espírito sobre todos os curto espaço de tempo será derramada, e
dosamente, para e se aproxima, levanta povos. Os seus filhos e as suas filhas que pela qual, às vezes, parecemos ansiar.
o capô, conecta os cabos, depois pede profetizarão, os velhos terão sonhos, Deus não poderia derramar o Seu
para entrarmos no carro e tentarmos e os jovens terão visões. Até sobre os Espírito sobre uma igreja adorme-
dar a partida mais uma vez. A mão vossos servos e as servas derramarei o cida? Ele não poderia, de repente,
treme nervosamente enquanto viramos Meu Espírito naqueles dias.” falar através dos santos que estão
a chave na ignição. Vrrrrrooooommmm! Agora é poder! cochilando, de maneira poderosa,
Ah, a energia! para que chamem o mundo ao arre-
Podemos não ter um osso mecâ- PODER PARA QUÊ? pendimento? Claro que poderia! Ele
nico no corpo, mas sabemos bem o Por que queremos ter esse poder a nem sequer precisa dos santos para
que é a falta de energia. Compramos qualquer custo? Por que estamos orando dar uma mensagem, pois demonstrou
aparelhos que se conectam em nossos para que o Espírito Santo seja derrama- esse Seu poder falando certa vez atra-
telefones ou computadores para for- do no poder da chuva serôdia? O que vés de um jumento e disse ainda que
necer maior carga de energia. Alguns achamos que Ele vai realizar quando até mesmo as pedras clamariam se as
aparelhos de aquecimento e ar condi- vier? Tem Ele o propósito de preparar pessoas não pregassem.
cionado possuem certo tipo de confi- o mundo para o amadurecimento da No entanto, é disso que o planeta
guração que permite a saída de uma seara? De certa forma, sim, mas não precisa? Que o mundo seja salvo por
onda rápida de calor ou frio. Além é isso o que Ele irá fazer em primeiro animais falantes, pedras que clamam
disso, a publicidade nos bombardeia lugar. Jesus declarou que a seara já esta- ou santos sonolentos? Permita-me
todos os dias, prometendo uma repo- va madura, mas que devíamos orar por lembrar que o jumento falante não
sição de energia instantânea, se apenas mais trabalhadores. converteu Balaão e a promessa das
marcante conquista foi longo e árduo. são e trabalho, nós nos apresentamos
Tudo começou em 2012. Deus prepa- às autoridades da universidade com
rou todas as coisas de antemão, tocan- um esboço do projeto que abordaria
do o coração de Angie e o meu para questões relacionadas aos jovens e,
sentirmos a necessidade de iniciar um de maneira particular àqueles que
ministério de pequenos grupos no pertenciam à escola.
campus. Assim, fundamos o grupo Então chegou o momento de Deus
“Juventude na UT”, da Universidade agir. Depois de três meses, quan-
de Tolima, que, sob o lema Levando do estávamos começando a perder
Estudantes a Jesus, começou a se reunir as esperanças, Ele interveio. Fomos
semanalmente para dedicar tempo à autorizados a ocupar um espaço de
oração, comunhão, estudo da Bíblia, 30 minutos na estação de rádio UT
realizar trabalhos evangelísticos e de (http://turadiout.com/emisora/).
serviço à comunidade. Isso aconteceu no início de 2014.
Ao nos reunirmos a cada sema- Como primeiro passo, prontamen-
na, alguns estudantes demonstraram te nos dispusemos a participar de
interesse em conhecer Jesus. Esse um curso de programação de rádio.
OPERADOR DE CONTROLE interesse nos levou a iniciar a série Aprendemos a fazer os scripts, tive-
MESTRE: 1, 2, 3… Estamos no ar… de estudos bíblicos “Fé em Jesus”. mos algumas noções básicas sobre o
REFLETINDO ))))) INDO: Bom Decidimos nos reunir para fazer os uso do software, modulação da voz e
dia, queridos amigos! É um prazer sau- estudos no campus mesmo, embora outros temas relevantes para a trans-
dar cada um de vocês, ao iniciarmos a houvesse uma igreja adventista nas missão. Logo estávamos produzindo
transmissão do novo programa Diálogo proximidades. Um evento realizado programas relacionados ao uso de
Universitário, direto da cidade de no campus pode atrair mais estudan- drogas, estresse, problemas com o
Ibague, na Colômbia… Um programa tes que no ambiente da igreja. estilo de vida e outros de interesse
que, em verdade, reflete o maravilhoso Os estudos bíblicos renderam social e espiritual.
amor de Deus para com as pessoas… várias decisões que mais tarde leva- Passo a passo, construímos o pro-
Portanto, são todos bem-vindos! ram ao batismo. Um dos jovens grama de rádio a partir do nada.
Assim teve início a primeira trans- recém-batizados, Darío Alejandro, Às primeiras apresentações, demos o
missão da estação de rádio funda- teve uma ideia visionária: iniciar a nome de “Uma Dose de Felicidade”
da pelos estudantes adventistas da transmissão de uma rádio Adventista (com palavras de esperança e enco-
Universidade de Tolima na Colômbia. com base na estação de rádio do cam- rajamento), e “Vitaminas de Deus”
No entanto, o caminho para essa pus. Depois de muita oração, discus- (com temas relacionados aos remédios
SENDO GRATOS,
MESMO QUANDO AS
COISAS DÃO ERRADO
SANDRA JANET BIRUNGI
O
s problemas da vida, um sempre alguma coisa com a qual nunca desafio e tornar-se em bem, contri-
dia ou outro, sempre vão estamos realmente contentes. buindo assim para o fortalecimento
nos engolir. É pratica- A questão é: se queremos certas coisas, da experiência pessoal. Nosso foco
mente impossível viver e temos a tendência de as querermos quase principal, ao lidarmos com situações
ser feliz 24 horas por dia, que imediatamente. Se você está com difíceis, deve ser sempre em como
sete dias por semana. Se você está feliz muita vontade de comer a sua sobremesa enfrentá-las, e não em ficarmos presos
agora, isso não é garantia de que esta- favorita, vai tentar obtê-la imediatamen- às preocupações e ansiedades.
rá feliz o dia todo. Nosso humor não te. Conseguir o que queremos, às vezes, Imagine, por exemplo, que você foi
permanece o mesmo ao longo do dia. pode se tornar um desafio. E fica pior vítima de um assalto ou acidente de
Algum tempo atrás, uma pesquisa ainda, se o que buscamos não é uma carro. Em tais situações, tentará desco-
defendeu a teoria dos conjuntos de necessidade, mas uma vontade, porque brir por que isso aconteceu com você.
felicidade, sugerindo que a felicidade o que nós queremos, na maioria dos Minha amiga Jovia muitas vezes se per-
das pessoas é constante, embora seja casos, está fora do nosso alcance. Tais guntava por que tantas coisas ruins
muitas vezes perturbada pelas cir- tentativas para conseguir o que não é aconteciam com ela. Para ajudá-la a
cunstâncias da vida. Essa teoria foi atingível de imediato podem vir a ser refletir sob um novo ponto de vista,
contestada por Richard E. Lucas, da bastante perigosas. lancei esta pergunta: “Se esse inciden-
Universidade do Estado do Michigan As teorias da motivação sugerem te não tivesse acontecido com você,
e do Instituto Alemão de Pesquisa que nossos desejos e necessidades, mas com alguma outra pessoa, será
Econômica. O estudo feito por ele muitas vezes, definem o nosso caráter que essa pessoa mereceria que tives-
levou em consideração que os níveis ou o nosso comportamento. É por se acontecido com ela?” Sob essa
de felicidade mudam, e a adaptação é isso que, quando não conseguimos o perspectiva, Jovia entendeu melhor o
inevitável devido à influêcia exercida que queremos ou precisamos, temos a problema. Procurar resolver a questão
pelos acontecimentos da vida.* tendência de nos entristecermos pro- de merecimento nem sempre produz
Isso significa que não temos a garan- fundamente. Assim, aqueles que têm uma solução satisfatória.
tia de felicidade todo o tempo porque baixa autoestima vão se afundando Às vezes, ao procurarmos entender
o nosso humor muda constantemente, mais e mais no mundo dos sentimen- por que certas coisas acontecem conos-
e tudo o que acontece em nossa vida tos de indignidade, enquanto os que co, colocamos a responsabilidade em
sempre muda o nosso nível de felicidade. possuem uma boa autoestima procu- Deus. “É a vontade de Deus” torna-se
Além disso, temos desejos e necessida- ram descobrir exatamente o que deu uma plataforma segura. Mas aqueles
des mudando a todo momento, senão errado e tentam controlar os danos. que não crêem em Deus podem culpar
aumentando cada vez mais, à medida As pessoas reagem de forma dife- algum outro fator – uma pessoa imagi-
que o tempo passa. De certo modo, rente quando enfrentam situações nária ou força que está determinada a
uma hora queremos algo e, no momen- complexas. Tais situações não são interferir em sua vida. Assim, explica-
to seguinte, queremos algo mais. Há necessariamente ruins; podem ser um ções e conspirações consomem o nosso
LI V RO S
“No princípio Deus criou os céus e O livro observa que a declaração
a Terra” (Gênesis 1:1). Assim inicia a bíblica: “No princípio Deus criou os
Bíblia – e com ela vem a pergunta: Até céus e a Terra”, em Gênesis 1:1, é
que ponto a teologia bíblica da criação fundamental para a compreensão do
é confiável? A questão é investigada relato bíblico da criação. O capítulo
por estudiosos renomados, cientistas de abertura (escrito por Gerhard Hasel
e educadores adventistas, e o resulta- e Michael Hasel) analisa os elementos
do dessa pesquisa é apresentado em exclusivos da cosmologia bíblica e, logo
dois volumes: o primeiro analisa os após, apresenta uma revisão crítica
registros do Antigo Testamento, e o do relato de Gênesis 1:6-8, feita por
segundo, em fase de preparação, tem Randall Younker e Richard Davidson.
por objetivo examinar os dados do Davidson é também o autor do
Novo Testamento. capítulo 3. Em Gênesis 1:1, ele encon-
Esses estudos foram lidos sob severa tra o “quando”, “quem”, “como” e
crítica e revisados por “uma comissão “o que” da origem da vida na Terra.
HE SPOKE AND IT WAS: permanente de estudiosos da Bíblia e Davidson fornece evidências internas
DIVINE CREATION IN THE cientistas adventistas que estão envolvi- e externas que apoiam a visão tradi-
dos em cuidadoso diálogo e profunda cional de Gênesis 1:1-3 para a ex nihilo
OLD TESTAMENT interação. A obra do Conselho de Fé e [criação a partir do nada], a atividade
Gerald A. Klingbell, ed. (Nampa, Ciência da igreja salienta o empenho criativa de Deus. Ele defende uma
Idaho: Pacific Press, 2015, 186 com que os administradores, estudiosos criação literal de 24 horas, sete dias,
páginas; brochura). da Bíblia e cientistas da Igreja Adventista uma semana consecutiva de criação, e
do Sétimo Dia se dispõem a ouvir um ao oferece fundamentos teológicos sobre
Revisado por Phodidas outro, envolvendo a ciência e a erudição por que o relato de Gênesis não pode
Ndamyumugabe contemporâneas de forma construtiva ser tomado como simbolismo, poesia,
nessa importante questão” (p. 9). metáfora ou parábola. Davidson
SUGGESTED FRIDAY
ACTIVITIES TO FOSTER
EMPATHY WITH OTHERS
Organize a Meet and Greet or Let’s Be
Friends social event where students can
meet each other, fellowship, and be orient-
ed to the rest of the weekend’s activities.
Thank-You Campaign: Find creative
ways to show appreciation to professors
and office staff on campus without inter-
rupting classes or disrupting work.
Organize service activities for fellow stu-
dents by providing what others truly need.
Set up a PCM booth where students
can find useful information about cam-
pus resources (academic and social), as
well as information on the local PCM/
AMiCUS chapter.
Water for the Soul: Provide free
bottles of water and an encouraging
quote for the soul. Hand out or share
healthy-living tips if requested or wel-
comed. Never force students to receive
or listen.
Music for the Soul: Arrange a live con-
cert or play soothing and uplifting music
on campus.