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MAT0206/MAP0216 - Análise Real - IME - 2007

Prof. Gláucio Terra


P1 - 07/05/2007

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ESCOLHA 5 QUESTÕES. CADA QUESTÃO VALE 2 PONTOS. BOA PROVA!!

1-) Um subconjunto X ⊂ R diz-se denso em R se todo intervalo aberto de R contém algum ponto de X.
Um número real diz-se algébrico se for raiz de algum polinômio não identicamente nulo e com coeficientes
inteiros, e diz-se transcendente se não for algébrico. Mostre que: (a) o conjunto dos números algébricos
é enumerável e denso em R; (b) o conjunto dos números transcendentes é não-enumerável e denso em R.

Demonstração: (a) Denote por Pn (Z) o conjunto dos polinômios com coeficientes inteiros de grau
menor ou igual a n. Então Pn (Z) é enumerável; com efeito, a aplicação (a0 , . . . , an ) ∈ Zn+1 7→ p(x) = a0 +
a1 x+ · · · an xn+1 ∈ Pn (Z) é uma bijeção de Zn+1 sobre Pn (Z), e Zn+1 é enumerável (por ser Z enumerável
e por ser enumerável o produto cartesiano finito conjuntos enumeráveis, conforme demonstrado em aula).
Assim, o conjunto P (Z) formado por todos os polinômios com coeficientes inteiros é enumerável, pois
P (Z) = ∪n∈N Pn (Z), ou seja, é a reunião de uma famı́lia enumerável de conjuntos enumeráveis. Associe,
a cada polinômio p ∈ P (Z), o conjunto Rp ⊂ R formado por todas as raı́zes reais de p; então Rp é um
conjunto finito (em particular, enumerável), pois todo polinômio tem um número finito de raı́zes. Ora,
o conjunto dos números algébricos é a reunião da famı́lia (Rp )p∈P (Z) , portanto é enumerável, por ser a
reunião de uma famı́lia enumerável de conjuntos enumeráveis. Além disso, tal conjunto é denso em R,
pois contém o conjunto Q dos racionais, que já demonstramos ser denso em R.
(b) Todo intervalo aberto não-vazio contém algum número transcendente; caso contrário, um tal
intervalo conteria apenas números algébricos, portanto seria enumerável (e já demonstramos que todo
intervalo não-degenerado é não-enumerável).


P
2-) Prove o critérioPde Abel: se an é convergente e (bn )n∈N é uma seqüência decrescente de termos
positivos, então an bn é convergente.

Demonstração: A seqüência (bn )n∈N é decrescente e limitada inferiormente (pois, por hipótese, bn > 0
.
para todo n ∈ N). Assim, tomando-se c = inf{bn : n ∈ N}, tem-se bn → c. Portanto, n ∈ N 7→ (bn − c) é
uma seqüência
P decrescente, de termos positivos, e converge para zero. Como a seqüência das reduzidas
da série an é limitada (uma vez que a referida P série é convergente, por hipótese), segue-se
P do critério de
Dirichlet
P (demonstrado em aula)
P que a série
P (bn − c)a n
P é convergente. Ora, sendo c an convergente
(pois an o é), segue-se que an bn = (bn − c)an + c an é convergente. 

3-) Um conjunto X ⊂ R diz-se discreto se todos os seus pontos forem isolados. Demonstre que:
(a) Todo conjunto discreto é enumerável.
(b) Se X ⊂ R é compacto e discreto, então X é finito.

1
Demonstração: (a) Seja X um conjunto discreto. Tome E ⊂ X um subconjunto enumerável denso
em X (existe, pois, conforme demonstrado em aula, todo subconjunto de R possui um subconjunto
enumerável denso). Afirmo que E = X; com efeito, dado a ∈ X, existe δ > 0 tal que (a − δ, a + δ) ∩ X =
{a}, portanto a ∈ E (caso contrário E não seria denso em X), donde X ⊂ E.
.
(b) Para cada x ∈ X, tome δx > 0 tal que, pondo Ax = (x − δx , x + δx ), tem-se Ax ∩ X = {x}.
Assim, (Ax )x∈X é uma cobertura aberta do compacto X, da qual se pode extrair (por Borel-Lebesgue)
uma subcobertura finita (Axi )16i6n . Ora, para cada i ∈ {1, . . . , n}, Axi ∩ X = {xi }, portanto X =
(∪16i6n Axi ) ∩ X = ∪16i6n (Axi ∩ X) = ∪16i6n {xi } = {x1 , . . . , xn } é finito. 

4-) Uma função φ : [a, b] → R diz-se uma função escada se existirem a = a0 < a1 < · · · < an = b tais que
φ|]ai−1 ,ai [ é constante (= ci ), para 1 6 i 6 n. Prove que, se f : [a, b] → R é uma função contı́nua, para
todo ǫ > 0 existe φ : [a, b] → R escada tal que ∀ x ∈ [a, b] 0 6 f (x) − φ(x) < ǫ.

Demonstração: A função f : [a, b] → R é contı́nua no compacto [a, b], portanto é uniformemente


contı́nua (conforme já demonstrado em aula). Assim, dado ǫ > 0, existe δ > 0 tal que, dados x, y ∈ [a, b]
com |x − y| < δ, tem-se |f (x) − f (y)| < ǫ. Tome a = a0 < a1 < · · · <  an = b tais que |ai − ai−1 | < δ
para 1 6 i 6 n, e φ : [a, b] → R dada por: (i) ∀ i ∈ {1, . . . , n} φ|[ai−1 ,ai [ = cte. = f (ci ), onde
ci ∈ [ai−1 , ai ] é um ponto de mı́nimo de f em [ai−1 , ai ] (que existe, pelo teorema de Weierstrass) e (ii)
φ(b) = f (b). Então φ é uma função escada e, dado x ∈ [a, b], tem-se: (i) ou existe i ∈ {1, . . . , n} tal que
x ∈ [ai−1 , ai [, portanto φ(x) = f (ci ) 6 f (x) e f (x) − φ(x) = |f (x) − φ(x)| = |f (x) − f (ci )| < ǫ, pois
|x − ci | < |ai − ai−1 | < δ; (ii) ou x = b, portanto φ(x) = f (x). 

5-) Sejam K, F ⊂ Rnão-vazios, K compacto e F fechado. Mostre que existem x0 ∈ K e y0 ∈ F tais que
∀ x ∈ K, ∀ y ∈ F |x0 − y0 | 6 |x − y|. Dê um exemplo de dois conjuntos fechados e disjuntos F, G tais
que inf{|x − y| | x ∈ F, y ∈ G} = 0.

Demonstração:
(a) O conjunto {|x − y| : x ∈ K e y ∈ F } ⊂ R é limitado inferiormente (por zero), portanto existe
.
d = inf{|x − y| : x ∈ K e y ∈ F } > 0. Verifiquemos que este ı́nfimo é um mı́nimo, i.e. existem x0 ∈ K
e y0 ∈ F tais que |x0 − y0 | = d. Para cada n ∈ N, pela definição de ı́nfimo segue-se que d + 1/n não é
cota inferior do referido conjunto, portanto existem xn ∈ K e yn ∈ F tais que d 6 |xn − yn | < d + 1/n.
Como 1/n → 0, segue-se do teorema do confronto que as seqüências (xn )n∈N e (yn )n∈N são tais que
|xn − yn | → d. Além disso, por ser (xn )n∈N uma seqüência no compacto K, podemos supor, passando a
uma sua subseqüência, se necessário, que a mesma converge para x0 ∈ K (i.e. se a referida seqüência não
fosse convergente, poderı́amos substituı́-la por uma sua subseqüência convergente, com limite em K, cuja
existência é assegurada pela propriedade de Bolzano-Weierstrass). Segue-se da definição de seqüência
convergente que existe
 n0 ∈ N tal que |xn − x0 | 6 1 para n > n0 ; assim, pela desigualdade triangular,
segue-se ∀ n > n0 |yn − x0 | 6 |yn − xn | + |xn − x0 | 6 1/n + 1 < 2. Conseqüentemente, (yn )n>n0 é
uma seqüência no conjunto F ∩ [x0 − 2, x0 + 2], que é compacto (é fechado, por ser a intersecção de dois
fechados, e limitado, por estar contido no conjunto limitado [x0 − 2, x0 + 2]). Por Bolzano-Weierstrass,
tal seqüência possui uma subseqüência (ynk )k∈N convergente para y0 ∈ F . Ora, xnk → x0 e ynk → y0
implica |xnk − ynk | → |x0 − y0 |; como também |xnk − ynk | → d, segue-se que d = |x0 − y0 |, por unicidade
do limite.
. .
(b) Tome F = N e G = {n + 1/n | n ∈ Z}. Então F e G são fechados, disjuntos, e inf{|x − y| | x ∈
F, y ∈ G} = 0, pois (n + 1/n) − n = 1/n → 0. 

6-) Seja f : R → R contı́nua. Se limx→+∞ f (x) = limx→−∞ f (x) = +∞, então f tem um ponto de mı́nimo
x0 (i.e. existe x0 ∈ R tal que f (x0 ) = min f (R)).

2
Demonstração: Seja a ∈ R. Como limx→+∞ f (x) = limx→−∞ f (x) = +∞, existe M > 0 tal
que f (x) > f (a) se x ∈ (M, +∞) ou x ∈ (−∞, −M ). Podemos tomar M > |a|. Pelo teorema de
Weierstrass, f |[−M,M ] tem um ponto de mı́nimo x0 ∈ [−M, M ]. Então
 x0 é ponto de mı́nimo de f ,
pois, ∀ x ∈ [−M, M ] f (x) > f (x0 ) e ∀ x ∈ (−∞, −M ) ∪ (M, +∞) f (x) > f (a) > f (x0 ) (a última
desigualdade deve-se ao fato de que M > |a|, portanto a ∈ [−M, M ]). 

7-) Sejam
 X ⊂ R e f : X → R tal que, para todo ǫ > 0, existe g : X → R contı́nua tal que ∀ x ∈
X |f (x) − g(x)| < ǫ. Então f é contı́nua.

Demonstraç
 ão: Sejam x0 ∈ X e ǫ > 0. Por hipótese, existe g : X → R contı́nua tal que ∀ x ∈
X |f (x)−g(x)| < ǫ/3. Sendo g contı́nua em x0 , existe δ > 0 tal que, para todo x ∈ X tal que |x−x0 | < δ,
tem-se |g(x) − g(x0 )| < ǫ/3. Assim, aplicando-se a desigualdade triangular, conclui-se que para todo
x ∈ X tal que |x − x0 | < δ, tem-se |f (x) − f (x0 )| 6 |f (x) − g(x)| + |g(x) − g(x0 )| + |g(x0 ) − f (x0 )| <
ǫ/3 + ǫ/3 + ǫ/3 = ǫ. 

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