UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

INSTITUTO DE MATEMÁTICA, ESTATÍSTICA E COMPUTAÇÃO CIENTÍFICA

Números Complexos

Disciplina: MA148 – Fundamentos da Matemática Turma: Z

Professor responsável: Fernando Eduardo Torres Orihuela

Alunos: Ygor Artur C. de Jesus RA: 157606

Allan Dulianel Manzini RA: 157653

Bruno Leandro Almeida RA: 154879

Igor Moreira da Silva RA: 155761

Marina Luccas Castro RA: 063016

Vitor Caetano Silva RA: 157531

Campinas, 10 de julho de 2014

1
 Índice

Um pouco de História ................................................................................................... 3

Definindo Números Complexos .................................................................................... 3
Forma Algébrica de um Número Complexo .................................................................. 5
Plano de Argand-Gauss................................................................................................ 6
Forma Trigonométrica (ou polar) de um Número Complexo ......................................... 7
- Operações com a Forma Trigonométrica dos Números Complexos ............... 9

Potências de i ............................................................................................................. 10
Conclusão................................................................................................................... 12
Referências Bibliográficas .......................................................................................... 13

2
Um pouco de História
A resolução de equações sempre intrigou os matemáticos ao longo da história,
contudo, diversos problemas “não tinham solução”. A resolução de equações
avançou com os estudos do matemático Italiano Girolamo Cardano (1501-
1576). Cardano fez importantes contribuições para a resolução de equações,
visto que antes dele, os matemáticos não acreditavam na possibilidade de
extrair raiz de números negativos. Daí o início do estudo sobre os números
complexos por diversos matemáticos, porém, os números complexos só vieram
a ter uma formalização rigorosa com Friedrich Gauss (1777-1855).

Definindo Números Complexos

Definição 1– Um par ordenado (x1,y1) é chamado número complexo.

Definição 2 – Os números complexos (x1,y1) e (x2,y2) são iguais se, e somente

se, x1 = x2 e y1 = y2.

Definição 3 – A Adição e a subtração de números complexos (x1,y1) e (x2,y2) é

definida como:

(x1,y1) + (x2,y2) = (x1 + x2,y1 + y2)

(x1,y1) - (x2,y2) = (x1 - x2,y1 - y2)

Definição 4 – O produto de dois números complexos (x1,y1) e (x2,y2) é definida

como:

(x1, y1)*(x2, y2) = (x1*x2 – y1*y2 , x1*y2 + y1*x2)

Exemplos:

Considere os números complexos z1 = (3,2) e z2 = (1,4). Vamos calcular z1+z2 e

z1*z2.

• z1+z2 = (3+1,2+4) = (4,6)

• z1*z2 = (3*1-2*4,3*4+2*1) = (-5,14)

Utilizando as definições 3 e 4 observamos:

3
(x1,0)+(x2,0)=(x1+x2,0)

(x1,0)*(x2,0)=(x1*x2,0)

Essas propriedades nos mostram que no que diz respeito às operações de

adição e multiplicação, os números complexos se comportam da mesma forma
que os números reais. Sendo assim, podemos fazer a relação: (x,0) = x.

Usando essa relação, podemos representar o número complexo (0,1) por “i”, e
então podemos escrever qualquer número complexo da seguinte forma:

(x,y) = (x,0) + (0,1)*(y,0) = x + iy → Forma algébrica de um número complexo

Pois, pelas definições, temos:

• (0,1)*(y,0) = (0*y – 1*0,0*0 + 1*y) = (0,y)

• (x,0) + (0,y) = (x + 0,0 + y) = (x,y)

Exemplo: Vamos escrever os números z1 = (5,4) e z2 = (2,9) nas suas formas

algébricas:

• z1 = (5,4) = (5,0) + (0,1)*(4,0) = 5 + 4i

• z2 = (2,9) = (2,0) + (0,1)*(9,0) = 2 + 9i

Vamos observar o que acontece caso calculemos (0,1)*(0,1):

Pela definição 4, temos:

(0,1)*(0,1) = (0*0 – 1*1,0*1 + 1*0) = (-1,0)

Mas representamos o número complexo (0,1) por “i”, sendo assim:

(0,1)*(0,1) = i*i = i2

Isso implica que i2 = -1

A partir dessa igualdade pode-se extrair raiz de números negativos e encontrar

soluções para equações que anteriormente eram postas como “sem solução”.

Exemplo: Vamos resolver a equação x2+4 = 0

4
Forma Algébrica de um Número Complexo
A forma algébrica de um número complexo z = (a,b) é:

Z = (a,b) = a + bi

Onde “a” é o coeficiente “real” do número complexo e b é o coeficiente

“imaginário” do número complexo, isto é, Re(z) = a e Img(z) = b

O número complexo é dito “real” se a sua parte “imaginária” é igual a 0, ou

seja, Img(z) = b = 0. E o número complexo é chamado “imaginário puro” se sua
parte real é igual a 0, ou seja, Re(z) = a = 0.

Observação 1: Para fazermos operações de soma e subtração com a forma

algébrica de números complexos, basta agrupar e operar os termos
semelhantes.

Exemplo: Seja z1 = 3 + 4i e z2 = 7 + 8i, vamos calcular z1 + z2 e z1 – z2:

• z1 + z2 = (3+4i) + (7+8i) = 3 + 4i + 7 + 8i = 3 + 7 + 4i + 8i = (3+7) + (4+8)i

= 10 + 12

• z1 – z2 = (3+4i) – (7+8i) = 3 + 4i – 7 – 8i = 3 – 7 + 4i – 8i = (3-7)

(3 + (4 – 8)i
= -4 – 4i

5
Observação 2: Para fazermos a operação de multiplicação de dois números
complexos utilizando suas formas algébricas, basta aplicarmos a propriedade
de distributividade dos números reais. Sejam z1 = a + bi e z2 = c + di dois
números complexos, vamos calcular z1*z2:

• z1*z2 = (a + bi)*(c + di) = a*c + a*di + bi*c + bdi2 = a*c + a*di + b*ci – b*d
= (a*c – bd) + (a*d + b*c)i

Observação 3: Antes de definirmos a divisão de números complexos, vamos

definir o conjugado de um número complexo.
complexo

O conjugado
onjugado de um número complexo u = a + bi, denotado por ū, é obtido
invertendo-se o sinal do coeficiente imaginário de u, isto é, ū = a – bi.

Agora podemos definir a divisão de números complexos: Sejam z = a + bi e

u = c + di números complexos não nulos, para efetuarmos a divisão z÷u,
multiplicamos o numerador
numerado e denominador pelo conjugado
njugado do denominador, ou
seja:

Plano de Argand-Gauss
Gauss
A cada número complexo z = a+bi podemos associar um ponto P no plano
cartesiano, onde o coeficiente real de z será a coordenada do ponto P no eixo
das abscissas (aqui chamado de eixo real) e o coeficiente
coeficiente imaginário será a
coordenada do ponto P no eixo das ordenadas (aqui chamado de eixo
imaginário), ou seja, P=(a,b). Observe a imagem:

6
Essa interpretação geométrica nos permite definir algumas coisas
interessantes e muito úteis:

O ângulo Ө formado entre

tre o vetor com origem em O e extremidade em P e o
eixo real é chamado argumento do número complexo. Assim, Arg(z) = Ө.

A distância do ponto P à origem é dada pelo Teorema de Pitágoras. Essa

distância pode ser representada como ƖzƖ (módulo de z) ou pela letra
l grega ρ
(Rô). Sendo o ponto P = (a,b), temos:

ρ2 = a2+b2 ou lzl2= a2+b2

Podemos usar as relações trigonométricas Seno e Cosseno nesse triângulo

retângulo:

O que nos leva à forma trigonométrica de um número complexo.

Forma Trigonométrica (ou polar) de um Número Complexo

Seja o número complexo z = a+bi associado a um ponto P=(a,b), ρ a distância
do ponto P à origem e Ө o argumento de z, temos:

7
E

Se substituirmos os “novos” valores de a e b na forma algébrica, teremos:

z = a+bi = ρ*cosӨ + ρ*sinӨi

ρ*sin = ρ(cosӨ + isinӨ)

Portanto: z = ρ(cosӨ
Ө + isinӨ)
isinӨ → Forma trigonométrica (ou polar) de z.

Exemplo: Vamos escrever o número complexo z = 1 + i na forma trigonométrica

(ou polar).

Primeiramente calculamos a distância do ponto P associado a z à origem

ori do
plano. Ou seja, vamos calcular o valor de ρ.

Assim:

Agora vamos determinar o valor de Ө:

8
Então a forma trigonométrica de z é:

Z = √2*(cos 45º + isin45º)

Operações com a Forma Trigonométrica dos Números Complexos

Sejam dois números complexos z1 = ρ1(cosӨ1 + isenӨ1) e z2 = ρ2(cosӨ2 +

isenӨ2) as operações de multiplicação e divisão são dadas por:

Multiplicação:

O produto z1*z2 é dado por:

z1*z2 = ρ1*ρ2*[cos(Ө1+ Ө2) + isin(Ө1+ Ө2)]

Observe que o número complexo resultante terá módulo igual ao produto dos
módulos de z1 e z2 e argumento igual à soma dos argumentos de z1 e z2.

Podemos generalizar da seguinte forma:

z1*z2*z3*z4... zn-1*zn = ρ1*ρ2*ρ3*ρ4...ρn-1*ρn*[ cos(Ө1+ Ө2 + Ө3+ Ө4 +... + Өn-1+ Өn)

+ isin(Ө1+ Ө2 + Ө3+ Ө4 +... + Өn-1+ Өn)]

Divisão:

A divisão z1÷z2 é dada por:

9
Para calcularmos potência e raízes de números complexos na sua forma
trigonométrica usamos as Fórmulas de Moivre:

Potência:

Seja z = ρ*(cosӨ isinӨ um número complexo, a potência zn é dada por:

Ө + isinӨ)

zn= ρn*[cos(n*Ө)) + isin(n*Ө)]

isin(n*Ө

Esse resultado é facilmente demonstrado através da multiplicação de dois

números complexos em suas formas trigonométricas.

Raiz:

Seja z = ρ*(cosӨ
Ө + isinӨ
Ө)) um número complexo, a raiz de índice n de z é dada
por:

Potências de i
Já sabemos que i2 = -1, observemos o que acontece caso aumentemos o
índice de potência de i:

• i0 = 1

• i=i

• i2 = -1

• i3 = i*i2 = i*(-1) = -ii

• i4 = i2*i2 = (-1)*(-1)
1) = 1

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 • i5 = i4*i = 1*i = i

• i6 = i5*i = i*i = -1

• i7 = i6*i = (-1)*i = -I

• i8 = i4*i4 = (1)*(1) = 1

Observamos que os valores das potências de i se repetem a cada 4 números,

por exemplo i7 = i3 = -i. Isso nós dá um método para simplificarmos potências
muito grandes de i. Se quisermos calcular in, como os padrões se repetem de 4
em 4, conhecendo as potências de i de 0 a 4 basta dividir n por 4, vamos obter
n = 4*q + r, com 0≤r<4. Então teremos que in = ir, mas como r pertence ao
intervalo [0,4) fica fácil calcular ir.

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Conclusão
A partir dos estudos sobre os números complexos avançou-se também o
estudo sobre resolução de equações; equações que anteriormente eram ditas
“sem solução” passaram a ser equações “sem solução real” ou “com solução
complexa”. Isso permitiu que se concluíssem alguns resultados sobre as
“raízes” das equações, como: se o grau de uma equação for “n”, isto é, se a
incógnita da equação é x e existe uma variável x com expoente n, então essa
equação possuirá n raízes, podendo ser elas reais ou complexas. Também se
concluiu que caso um número complexo for raiz de uma equação, então o seu
conjugado também o é. O conjunto dos números complexos, representado por
C é o maior conjunto numérico existente, compreendendo todos os outros
conjuntos conhecidos, ou seja, a união dos conjuntos dos números Naturais,
Inteiros, Racionais, Irracionais e Reais está compreendida dentro do conjunto
dos números complexos. Atualmente os números complexos possuem
aplicação na física. Um campo eletromagnético é um exemplo, possui uma
componente elétrica e outra magnética, ou seja, é preciso um par de números
reais para descrevê-lo, esse par de números reais pode ser visto como um
número complexo. Assim, faz-se necessário o estudo sobre esse peculiar
conjunto.

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Referências Bibliográficas
ARAGONA, J; OLIVEIRA, R. B. Números Complexos. Cap.1 – Números
Complexos. Disponível em
<http://www.ime.usp.br/~oliveira/ComplexosCap1.pdf>. Acesso em 2 jul. 2014.
ARAGONA, J.; OLIVEIRA, R. B. Números Complexos. Cap.2 – Polinômios.
Disponível em <http://www.ime.usp.br/~oliveira/ComplexosCap2.pdf>. Acesso
em 2 jul. 2014.
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<http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/seminario/euler/importancia.htm>.
Acesso em 2 jul. 2014.
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<http://obaricentrodamente.blogspot.com.br/2010/04/demonstracao-da-1-
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Disponível em <http://www.brasilescola.com/matematica/operacoes-numeros-
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Disponível em <http://www.brasilescola.com/matematica/adicao-subtracao-
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______.Forma trigonométrica de um número complexo. Disponível em
<http://www.brasilescola.com/matematica/forma-trigonometrica-um-numero-
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______. Fórmulas de Moivre. Disponível em
<http://www.brasilescola.com/matematica/formulas-de-moivre.htm>. Acesso em
2 jul. 2014.

13
______. Inverso de um número complexo. Disponível em
<http://www.brasilescola.com/matematica/inverso-um-numero-complexo-
1.htm>. Acesso em 2 jul. 2014.
______. Plano de Argand-Gauss. Disponível em
<http://www.brasilescola.com/matematica/plano-argand-gauss.htm>. Acesso
em 2 jul. 2014.

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