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Manaus, 2010
No Brasil, mesmo que não se tenha informação segura com base local,
costuma-se adotar contribuições “per capita” de 54 e 100 g/habitante.dia para a
DBO de cinco dias e para a DQO, respectivamente.
Em termos de vazão, pode-se afirmar que os esgotos estão sujeitos às mesmas
variações relativas ao consumo de água, variando de região para região,
dependendo principalmente do poder aquisitivo da população. Apenas a título de
referência, pode-se considerar a contribuição típica de 160 L/habitante.dia,
referente ao consumo “per capita” de água de 200 L/habitante.dia e um
coeficiente de retorno água/esgoto igual a 0,8. Para a determinação das vazões
máximas de esgotos, costuma-se introduzir os coeficientes k1 = 1,2 (relativo ao
dia de maior produção) e k2 = 1,5 (relativo à hora de maior produção de
esgotos). Consequentemente, a vazão de esgotos do dia e hora de maior
produção é 1,8 vezes, ou praticamente o dobro da vazão média diária. Deve ser
lembrado que as características dos esgotos são afetadas também pela
infiltração de água subterrânea na rede coletora e pela possível presença de
contribuições específicas, como indústrias com efluentes líquidos ligados à rede
pública de coleta de esgotos.
Os esgotos sanitários possuem excesso de nitrogênio e fósforo. Isto faz com
que, ao ser submetido a tratamento biológico, haverá incorporação desses
macronutrientes nas células que tomam parte do sistema, mas o excesso deverá
ser ainda grande. Esta é uma importante preocupação em termos de tratamento
de esgotos, exigindo tratamento avançado quando se tem lançamento em
situações mais restritivas, sobretudo em represas utilizadas para o
abastecimento público de água potável, onde o problema da eutrofização poderá
ter consequências drásticas. Na Tabela 2 são apresentados concentrações
típicas das diversas frações de sólidos em esgotos:
pH: entre 6 e 9
Oxigênio Dissolvido: não inferior a 5 mg/L
DBO5,20: inferior a 5 mg/L
Coliformes Totais: não superior a 5.000 / 100 mL
Coliformes Fecais: não superior a 1.000 / 100 mL
Amônia total:
Fósforo Total:
Rio
Água
retirada Adensamento
do
lodo
Digestão
Rio
Água
Adensamento
retirada
do
lodo
Tanque deAeração
Grade Caixa de areia Decantador Secundário
Água
Adensamento Rio
retirada
do
lodo
Lagoas de
Grade Caixa de areia Lagoas aeradas decantação
Rio
SISTEMAS DE LAGOAS
DE ESTABILIZAÇÃO
•Sistema australiano
Lagoa Lagoa de
Grade Caixa de areia Lagoa anaeróbia facultativa maturação
Lagoa de
Grade Caixa de areia Lagoa facultativa maturação
SISTEMAS DE FILTROS
BIOLÓGICOS AERÓBIOS
Água Rio
retirada
Adensamento
do
lodo
Digestão
Lodos ativados
Lagoas aeradas mecanicamente
Lagoas de estabilização
Filtros biológicos aeróbios
Tratamento físico-químico
Retorno de Lodo
Excesso de Lodos Ativados
Filtrado
Desidrata
ção final
Lodo
“Seco”
SISTEMAS DE FILTROS
BIOLÓGICOS AERÓBIOS
Retorno de Lodo
Rio
Lodo
Secagem
Lodo “Seco”
PHD-2411 Saneamento I 18
2.2 Gradeamento
Dispositivos de Remoção
As grades são projetadas para que ocorra uma velocidade de passagem entre
0,6 e 1,0 m/s, tomando-se por referência a velocidade máxima horária de
esgotos sanitários. A obstrução máxima admitida é de 50% da área da grade,
devendo-se adotar como perdas de cargas mínimas os valores de 0,15 m para
grades de limpeza manual e 0,10 m para grades de limpeza mecanizada.
Para o cálculo da perda de carga nas grades, pode-se utilizar a fórmula de
Metcalf & Eddy:
S = Au . (a + t) /a , onde:
Características Operacionais
As caixas de areia são projetadas para uma velocidade média dos esgotos de
0,30 m/s. Esta velocidade é mantida aproximadamente constante apesar das
variações de vazão, através da instalação de uma calha Parshall a jusante.
Velocidades baixas, notadamente as inferiores a 0,15 m/s provocam depósito de
matéria orgânica na caixa, indicado pelo aumento da relação SSV/SST do
material retido e que provoca exalação de maus odores devido à decomposição.
Velocidades superiores a 0,40 m/s provocam arraste de areia e redução da
quantidade retida.
Dimensionamento
Para que a partícula que passe sobre a caixa na linha de corrente mais alta
atinja a câmara de estocagem de areia, é preciso que percorra H na vertical
enquanto percorre L na horizontal:
v1 t1
v2, t2
L
8
L H
v1 x v2
t1 t2
L H
t1 t v1 . H v2 . L
v1 v2
HJ Y H
HM
Para se manter a mesma velocidade na caixa de areia tipo canal com velocidade
constante controlada por calha Parshall, para Qmín e Qmáx, tem-se:
Valores de K e N
Mín. Máx..
3" 1,547 0,176 0,85 53,8
6" 1,580 0,381 1,52 110,4
9" 1,530 0,535 2,55 251,9
1' 1,522 0,690 3,11 455,6
1 1/2' 1,538 1,054 4,25 696,2
2' 1,550 1,426 11,89 936,7
Exemplo do Dimensionamento
Dados:
Q = 0,535.H1,53
41 , 67 0 ,189 Z
Z 0 ,1033 m
227 ,83 0 ,572 Z
c) Cálculo da grade
. barras de ferro
dados adotados . espessura (t ) 5mm
. espaçamento (a ) 15mm
a 15
E 0,75
a t 15 5
Qmáx 0,22783 m3 / s
Au 0,285 m 2
v 0,8 m / s
Au 0,285
S 0,38 m 2
E 0,75
S 0,38
b 0,81 m
H máx Z 0,572 0,1033
2
v 2 v0
H 1,43
2g
(0,8) 2 (0,6) 2
Grade limpa : H 1,43 0,02m
2 x 9,81
(2 x 0,8) 2 (0,6) 2
Grade 50% obstruída : H 1,43 . 0,16 m
2 x 9,81
Qmáx 0,22783
A 0,7594 m 2
v 0,3
12
A 0,7594
B B 1,62 m
H máx Z 0,572 0,1033
d.3) Verificação:
Q 227,83 x 86,4
1152 m3 / m 2 .dia
AS 10,55 x 1,62
Para a taxa de 30L/1000m3 e para vazão média de final de plano, Q = 126,58 Ls,
tem-se o seguinte volume diário de areia retida na caixa:
0,328
altura diária de areia acumulada na caixa h 0,02 m
10,55 x 1,62
Nas ETEs de maior porte, notadamente acima de 250 L/s, é recomendável o uso
de caixas de areia de seção quadrada em planta com removedor mecanizado da
areia retida, transportador e lavador. Também neste caso, a taxa de escoamento
superficial deverá ser mantida na faixa entre 600 e 1.300 m3/m2.dia, com base
na vazão máxima horária de esgoto, devendo-se definir corretamente o número
de caixas para que esta condição seja atendida em todo o período de
funcionamento da ETE.
Nas ETEs de porte ainda maior são utilizadas as caixas de areia aeradas, em
que os bocais de aeração são posicionados de forma a induzir um movimento
helicoidal no escoamento ao longo da caixa, de forma a acelerar a deposição
das partículas por força centrífuga. Com este dispositivo, o comprimento
necessário da caixa de areia torna-se menor.
14
3 Decantadores de esgoto
Estes decantadores são baratos para serem implantados por não possuírem os
removedores mecanizados de lodo, o que também dispensa a manutenção de
equipamento eletro-mecânica. Consomem mais concreto armado para a
construção dos fundos múltiplos e são mais profundos, o que aumenta os
problemas de escavação. Este fato tem restringido o emprego deste tipo de
19
O tempo de detenção hidráulico situa-se entre 1,5 e 3,0 horas, de acordo com a
literatura internacional sobre decantadores primários.
328 D2 4A 4 x 82
A DEC 82 m 2 A D 10 , 2 m
4 4
td , Q máx 1 . 0 h td V / Q V Q .td
3
V 227 , 83 x 3 , 6 x 1 . 0 820 , 2 m
820 , 2
Hu 2 ,5 m
328
3
Para Hu 3 , 0 m V 3 , 0 x 328 984 m
984
td Q 1 , 2 horas
máx
227 , 83 x 3 , 6
984
td Q 2 ,16 horas
méd
126 , 57 x 3 , 6
( 227 , 83 x 86 , 4 ) / 4 3
Q máx / L 154 m / m .d
x 10 , 2
180 , 67 x 86 , 4 3 2
q A , máx 63 , 5 m / m .d
3 x 82
g) Alternativa: 2 decantadores
328
4x
D 2 14,5 m
820 , 2
Hu 2 ,5 m
4 x 3 , 7 x 22 , 2
Valores adotados:
Produção per capita de lodo primário: 60gSS/hab.dia
Eficiência do decantador primário na remoção de sólidos em suspensão: 60%
V. X
c =
Qd . Xr + (Q - Qd) . Xe
V. X
c =
Qd . Xr
V. X V
c = c =
Qd . X Qd
Decantador
Secundário
Tanque de
Q, So, Xo (Q+Qr) Aeração
V, X, Se
(Q+Qr) Q-Qd
Xe, Se
X, Se
(Q+Qr), Xr
Qr, Xr, Se
Retorno de Lodo
Qd, Xr, Se
Q . So + Qr . Se - (Q + Qr) . Se - V . S/t = 0
S/t
U = S/t = U . X
X
29
Q . So + Qr . Se - Q . Se + Qr . Se - V . U . X = 0
Q . (So - Se)
U =
V.X
Q . So
(A/M) =
V.X
So
(A/M) =
td . X
( So - Se )
E = . 100
So
(A/M) . E
U =
100
30
Q . So
(A/M) =
V . Xv
Q . So
f =
V . Xt
Q . Xo – [ Qd . Xr + (Q - Qd) . Xe ] + V . X/t = 0
X / t = ( - kd ) . X
– [ Qd . Xr + (Q - Qd) . Xe ] + V . X . ( - kd ) = 0
[ Qd . Xr + (Q - Qd) . Xe ]
- kd = 1 / c = - kd
V.X
= Y.U 1 / c = Y . U - kd
So - S e
U =
td . X
So - S e
1 / c = Y . - kd
td . X
máx. . Se
=
Ks + Se
máx. . Se
Y . U =
Ks + Se
máx. . Se
U =
Y . ( Ks + Se )
E, conforme já definido:
So - S e
U =
td . X
Tem-se que:
So - Se k . Se
=
td . X ( Ks + S )
td . X Ks 1 1
= . +
So - Se k Se k
Idade do lodo 2 4 6 8 10
c (dias)
SSVTA 1.380 1.922 2.215 2.344 2.456
X (mg/L)
DBO5,20 (filtrada) 60 32 16 11 09
Se (mg/L)
Todos os reatores foram alimentados com o mesmo esgoto com DBO5,20 = 300
mg/L e tempo de detenção hidráulico de 04 horas. Variou-se a idade do lodo de
um sistema para o outro, através do descarte de diferentes quantidades médias
de lodo por dia. Determinar os valores dos coeficientes cinéticos Y, kd, Ks, k e
máx e analisar os resultados obtidos.
qA = Q / AS em que:
3) Sistema de aeração:
Necessidade de oxigênio
Potência necessária:
Comprimento: 81,0 m
Largura: 13,5 m
Profundidade útil: 4,0 m
Profundidade total: 5,0 m
( Q + Qr ) . X = Qr . Xr
( 1 + r ) . X = r . Xr
Para X = 3,2 kg/m3 e Xr = 8,0 kg/m3, tem-se r = 0,67e Qr = 0,67x 660 = 440
L/s ou 110 L/s por módulo, na segunda etapa.
X = 0,65 kg SS / Kg DBO
Para lodo com 8,0 kgSS/m3 e massa específica 1010 kg/m3, a vazão de excesso
de lodo será:
7.743
Qlodo = = 968 m3/d
8
Idade do lodo resultante:
7) Decantadores secundários:
( Q + Qr ) . X
GA =
As
( Q + Qr ) . X
As =
GA
1, 67x57000x3,2
As = = 3.173 m2 ou 3.173 / 4 = 793 m2 por decantador.
4,0 x 24
50
1, 67x57000x3,2
GA = = 3,95 kg SS / m2 x hora
3.217 x 24
Q
qA = = 57.000 / 3.217 = 17,7 m3/m2.d
As
1, 67x53482x3,2
GA = = 4,9 kg SS / m2 x hora
3 x 804,25 x 24
Taxa de escoamento superficial:
Q
qA = = 53482 / 3 x 804,25 = 22,2 m3/m2.d
As
Dados:
2) Necessidade de oxigênio
52
Comprimento: 54,0 m
Largura: 13,5 m
Profundidade útil: 4,0 m
Profundidade total: 5,0 m
( Q + Qr ) . X = Qr . Xr
( 1 + r ) . X = r . Xr
5) Decantadores secundários
Área superficial:
( Q + Qr ) . X
GA =
As
54
( Q + Qr ) . X
As =
GA
2x126,6x3,6x4,0
As = = 911,5 m2
4,0
Para lodo com 8,0 kgSS/m3 e massa específica 1010 kg/m3, a vazão de excesso
de lodo será:
2.215
Qlodo = = 277 m3/d
8
55
Dados:
3.691
V. X = = 46.138 kg SSTA
0,08
Conclui-se que cada tanque de aeração deverá possuir volume útil de 1.442 +
1.230 = 2.672 m3. Além disso, costuma-se reservar uma altura adicional de 0,60
m para que a retirada do esgoto decantado não ocorra até a superfície do lodo
sedimentado.
2) Necessidade de oxigênio
Para lodo com 8,0 kgSS/m3 e massa específica 1010 kg/m3, a vazão de excesso
de lodo será:
2.215
Qlodo = = 277 m3/d
8
S / t = (So - Se).Q/V
So - Se K.Se
=
td . X Ks + Se
So - Se K.Se
=
td . X Ks
So - Se
= k.Se ou:
td . X
So - Se
= k.X.Se
td
So - Se
= k.Se
td
Y.(So - Se)
X =
1 + kd.t
So - Se
= k.Se , tem-se:
td . X
1 + kd.t
Se = ou
Y.k.t
1
t =
Y.k.Se - kd
Tabela 10: Valores típicos dos coeficientes cinéticos para lagoas aeradas
tratando esgoto doméstico a 20oC (Alem Sobrinho, 1998).
Autor k k = k.Xv Y kd
(L/mg.dia) (dia-1) (kgSSV/kgDBOremov.) (dia-1)
Necessidade de oxigênio
A.f.Ta + Q.T
TL = , em que:
A.f + Q
As estimativas devem ser feitas para o mês mais frio do ano em que, no Estado
de São Paulo, a temperatura dos esgotos é da ordem de 20oC.
Sistema de Aeração
Potência Necessária:
Comprimento: 79,00 m
Largura: 39,50 m
Sistema Australiano
Ausência
de O2
H 2S
Esgoto
CHONPS Ácidos voláteis CH4 + CO 2 + H 2O
3
NO 2
N 2
Sólidos
sedimentáveis SO 2
4
S (H S )
2
Nos projetos, deve-se garantir a distribuição das entradas e das saídas dos
esgotos, dificultando-se a ocorrência de caminhos preferenciais. O rebaixo
adicional do fundo da lagoa até cerca de ¼ de seu comprimento resulta em um
ganho de volume para acúmulo de lodo. A inclinação dos taludes a ser
estabelecida depende dos estudos geotécnicos a serem feitos preliminarmente.
Produção
durante o dia
Vento Ausência
O2 CO 2
O2 de O 2
M istura e Reaeração H 2S
L = 20 x T - 60
L = 14 x T - 40
N = No / ( 1 + kb x t ), onde:
4 . a . e1/2d
N / No = , em que:
( 1 + a )2 . ea/2d - ( 1 - a )2 . e-a/2d
Uma das proposições para o cálculo do fator de dispersão foi feita por Yánez
(1993):
(L/B)
d = , em que:
- 0,261 + 0,254 .(L/B) + 1,014.(L/B)2
L: comprimento da lagoa
B: largura da lagoa
Para a remoção de coliformes, recomenda-se k variando entre 0,2 e 0,4 d-1 para
lagoas facultativas e entre 0,3 e 0,8 d-1 para lagoas de maturação. Para outras
temperaturas, corrigir o valor de k através de:
78
Dados:
L = 14 . T - 40
A1/2Prof = 25.523 m2
Comprimento: 357,5 m
81
Largura: 71,5 m
Borda livre: 0,60 m
Inclinação dos taludes: 1(V) / 2(H)
L = 20.T – 60
Para T = 15oC L = 240 kg DBO/ha.dia
Área superficial mínima necessária:
Tipo de Lagoas
Parâmetro de Projeto
Anaeróbias Facultativas Facultativas
Primárias Secundárias
Tempo de detenção (d) 3-6 15 - 45 10 - 30
Taxa de aplicação
superficial (kgDBO5/ha.d) - 100 - 350 100 - 350
Taxa de aplicação
volumétrica 0,10 – 0,35 - -
(kgDBO/m3.d)
Profundidade (m) 3,0 – 5,0 1,5 – 2,0 1,5 – 2,0
Área “per capita”
requerida 0,1 – 0,2 2,0 – 4,0 1,5 – 3,0
(m2/hab.)
83
Apenas até as lagoas facultativas, isto é, quando não são implantadas as lagoas
de maturação, os sistemas apresentam eficiências na remoção de DBO5
ligeiramente superiores a 80%, com DBO5 dos efluentes inferiores a 60 mg/L. A
eficiência típica na remoção de coliformes fecais é de 99%, com efluentes com
concentrações da ordem de 105 CF/100 mL. A concentração de nitrogênio
amoniacal pode ser superior a 15 mgN/L e a de fósforo total superior a 3 mgP/L
Devido aos tempos de retenção elevados, o processo é bioquimicamente
estável. Porém, os efluentes das lagoas facultativas sofrem variações de
qualidade devido às mudanças na direção dos ventos e consequências sobre o
acúmulo de algas na região da saída da lagoa. Destaca-se a baixa eficiência dos
sistemas de lagoas de estabilização na remoção de nutrientes, nitrogênio e
84
fósforo, o que é interessante sob o ponto de vista agronômico, mas que resulta
na necessidade de tratamento complementar para lançamento em águas
naturais.
Com relação aos constituintes biológicos dos esgotos, na Tabela 3.8 são
apresentadas as faixas esperadas de eficiências de remoção.
Tipo de Lagoas
Parâmetro de
Projeto Anaeróbias Facultativas Facultativas Maturação
Primárias Secundárias
Os filtros biológicos aeróbios podem ser classificados como reatores de leito fixo
e com retenção de biomassa. São preenchidos com um meio inerte, geralmente
pedra ou material plástico, sobre a superfície dos quais a biomassa responsável
pela depuração do esgoto cresce aderida. Desta forma, garante-se a
diferenciação entre o tempo de retenção hidráulica, que é de apenas algumas
horas, do tempo de residência celular, mantido na ordem de dias.
Sh / So = 10-k.h.(A/Q)^n
Onde:
So / Sh = 10k.h.(A/Q)^n
Portanto, lançando-se em gráfico log (So / Sh) contra h.(A/Q)n tem-se uma reta
cujo coeficiente angular corresponde ao valor de k.
Sh / So = 10-K.h.(Sa^m).(A/Q)^n
Onde:
Em que:
V = Volume do filtro, em m3
b) Com recirculação:
Onde:
F = ( 1 + r ) / ( 1 + 0,1*r2 ) onde r = Qr / Q
V = Volume do filtro, em m3
Os filtros de alta taxa são os que apresentam maior oportunidade de uso, sendo
competitivos com os sistemas de lodos ativados. Quando preenchidos com
pedras, tem-se procurado manter taxas de aplicação volumétrica da ordem de
0,8 kgDBO/m3/dia e taxas de aplicação hidráulica da ordem de 20 m3/m2/dia,
com base na vazão média de esgotos.
Quando preenchidos com material plástico, costuma-se admitir até 1,2 a 1,3
kgDBO/m3/dia e até cerca de 30 m3/m2/dia. Isto significa que os filtros
preenchidos com material plástico são proporcionalmente menores do que os
prenchidos com pedras, além de poderem ser construídos com estruturas mais
leves, o que certamente deverá ser levado em consideração nos estudos de
alternativas. Isto se deve às melhores características do enchimento plástico,
96
Q * So + Qr * Se = ( Q + Qr ) * Si
Onde:
So + r * S e = Si * ( 1 + r )
Si = ( So + r * Se ) / ( 1 + r )
Para esgotos com DBO em torno de 300 mg/L, após o decantador primário a
DBO será um pouco superior a 200 mg/L e, para que seja diluído a 100 mg/L
com o efluente final que possui DBO na faixa de 20 a 30 mg/L, o fator de
recirculação será da ordem de 1, ou seja, a vazão de recirculação é
aproximadamente igual à vazão média de esgotos.
Dados:
Admitindo-se a DBO dos esgotos à entrada dos filtros, após a mistura com o
fluxo de recirculação, Si = 100 mg/L e a DBO dos efluentes finais, Se = 20 mg/L,
tem-se:
Si = ( So + r * Se ) / ( 1 + r )
100 = ( So + r * 20 ) / ( 1 + r )
se entre 6,6 e 7,6; idealmente entre 7,0 e 7,2. Isto não significa que não seja
possível o tratamento anaeróbio de efluentes industriais fora da faixa neutra.
Mas deve-se conduzir estudos em escala piloto que garantam tal aplicação; é
bastante provável que, no mínimo, o tratamento seja menos estável pela menor
diversificação de grupos de microrganismos que se adaptam a tal condição
desfavorável.
A presença dos principais nutrientes nos despejos deve ser garantida para o
equilíbrio do processo anaeróbio. Costuma-se indicar a relação mínima
DQO/N/P de 350/7/1, embora esse valor possa ser alterado em função das
características dos despejos que influenciam na configuração do sistema
biológico. Os autores consideram que o enxofre é necessário em quantidades
tão grandes quanto o fósforo. Por outro lado, se na forma de sulfato, este reduz-
se a sulfeto no meio anaeróbio, que é tóxico às metanobactérias. Este fato
demonstra a importância do controle desse elemento em sistemas anaeróbios.
Produção de gás
Ainda de acordo com os estudos da CETESB, deve ser esperada uma produção
de 0,12 Nm3 gás / kg DQO aplicada. O gás deverá possuir cerca de 65 a 75% de
metano.
8.6. Critérios para a partida e operação dos reatores UASB vazão de esgotos de
projeto
109
Lodo de inóculo
O reator deverá ser alimentado com os efluentes segundo uma vazão que
resulte na aplicação de 0,1 kg DQO / kg SSV . dia. Essa vazão deverá ser
aumentada quando ocorrer estabilização da eficiência na remoção de DQO e
demais características operacionais do processo. Eventuais desequilíbrios
poderão ser enfrentados mediante a introdução de barrilha no reator, sempre
que o pH em seu interior tenda a cair abaixo de 6,5.
Dados:
Deverão ser utilizados 04 (quatro) reatores UASB de 525,7 m3 cada, com 14,80
m de comprimento, 7,40 m de largura e 4,80 m de profundidade útil total (zona
de manto + zona de decantação).
- Sistema de alimentação
- Produção de lodo
- Carga DQO = 1,85 Carga DBO Carga DQO = 1,85 x 1502 = 2.779 kg
DQO/dia
- Produção de gás:
Prod. Gás = 0,12 x 2.779 = 333,5 Nm3 / dia (gás com 75% CH4)
- Eficiência do reator:
65% em DBO.
7,40 m
Caixa de
0,6 m 0,6 m
alimentação
1,55 m 3,10 m 1,55 m
gás
0,8 m
0,25 m
0,4 m 2,12 m
1,62
1,35 m 2,68 m
0,3 m L = 14,8 m
7,4 m
115
9 Tratamento de Lodo
O adensamento de lodo pode ser feito por três processos principais alternativos.
O adensamento por gravidade, é aplicável tanto para lodos de decantadores
primários como para lodos de decantadores secundários, ou seja, excesso de
lodos biológicos, bem como para lodos mistos primários e secundários. O
adensamento por flotação com ar dissolvido pode ser uma alternativa
interessante para o adensamento de excesso de lodos biológicos. Resultam em
teores de sólidos superiores aos dos lodos adensados por gravidade e podem
ser aplicadas maiores cargas de lodo por área superficial de adensadores,
resultando na necessidade de menores áreas de adensadores. A estrutura, no
entanto, é bem mais complexa. Parte do efluente final da ETE, isto é, do esgoto
tratado, alimenta o tanque de pressurização onde o ar é injetado e, à pressão da
ordem de 4,0 kgf/cm2, dissolve-se no líquido na forma de micro-bolhas. Em
seguida, é misturado com o lodo à entrada pelo fundo da câmara de flotação,
com remoção por raspagem do lodo adensado na parte superior e do líquido
subnadante para retornar à entrada da ETE. Recentemente, têm-se
desenvolvido máquinas para o adensamento mecânico de lodos. São máquinas
projetadas para providenciar apenas uma desidratação parcial do lodo, em torno
de 4 a 5 %, para posterior desidratação final que também poderá ser
mecanizada. Pesquisas recentes têm demonstrado a possibilidade de se obter
vantagens interessantes mediante o condicionamento químico de lodos
previamente ao seu adensamento. Neste texto, será dada maior ênfase ao
adensamento por gravidade.
Exemplo de dimensionamento
Dados:
Tipo de lodo: Primário + Lodos Ativados
Produção de lodo: X = 2254 kg SS / dia
Massa específica do lodo: 1020 kg/m3
Teor de sólidos do lodo: 1%
Vazão de lodo: Q = 2254 / (0,01 x 1020) = 221 m3/dia
Dados:
Dados:
Produção de lodo: X = 2254 kg SS / dia
Fração Volátil: Xv = 1757 kg SSV / dia
Entrada do lodo do
tanque adensador
Saídas
laterais de
líquido
Formação da
Torta
V = 100 (SS) / N . P .
V: Volume do filtro-prensa (Litros)
(SS): carga de sólidos em suspensão (kg/dia)
N: número de prensagens por dia
P: Teor de sólidos da torta (%)
: Massa específica da torta (kg/L)
Dados:
X = 6825 kg SS / dia
N=4
P = 30%
= 1,06
Volume do filtro-prensa:
128
Dados:
X = 8212 kg SS / dia
= 1030 kg / m3
Teor de sólidos: 5%
Vazão de lodo: QLODO = 8212 / (0,05 x 1030) = 160 m3/dia
Consumo de polieletrólito:
Médio: 6 kg / 1000 kg SS
Máximo: 8 kg / 1000 kg SS