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Resenha dos textos de Flora Süssekind e Tânia Pellegrini

André Luiz Lunardelli Coiado

Flora Süssekind, em seu ensaio intitulado Ficção 80: dobradiças e vitrines, inicia-se com um
panorama histórico dos anos 70, marcado pela presença do gênero romance-reportagem e também pela prosa
alegórica. A partir do término da censura literária em 1978, percebe-se a partir do decênio de 80, o
surgimento de um novo modelo literário, intitulado como romance policial.
Em “A vitrine e a mediação”, a autora realiza uma seleção de contos, iniciando por Marilyn no
Inferno, caracterizando-o como um western da Baixada, ocupando-se diretamente do cinema. Prossegue para
o seguinte conto “O cego e a dançarina”, no qual há a presença dentro do enredo de aparatos tecnológicos
presente em seu contexto social. Nota-se a presença de diálogos entre personagens, jornais e filmes reais, nos
quais Flora acredita ser uma tentativa falha de literatura, pois argumenta que ao finalizar o conto, o leitor
depara-se com o impedimento de acessar o espaço delimitado da janela, causando uma mistura entre
intimidade e exposição, não importando o espaço, pois os narradores e os personagens estão esbarrando em
vidros e paredes.
Prossegue-se a crítica ao romance de Silviano Santiago, no qual há a presença de uma personagem
que é vizinha do protagonista em que o condena por trás de uma janela, além da presença de imagens
produzidas das personagens, seja em seu nome caracterizando-a em uma máquina fotográfica ou a partir das
imagens providenciadas de um televisor Sony. É nesse local em que encontra-se a segunda pele dos
personagens da década de 80, sendo esta movimentada entre espetáculo, segredos e vidraças. Por fim, nota-
se o embate entre memorialismo e a superexposição da vitrine da literária 80, permanecendo a presença
anonimato.
Em seu segundo tópico, intitulado “O ensaio e a metamídia’, Flora inicia com a citação de Duby em
que o romance como gênero literário está desaparecendo, se encaixando em partes, ao contexto brasileiro,
causando uma relação entre ficção e ensaio, tirando a subjetividade do naturalismo e autocentramento da
ficção de 70, com as suas imagens únicas da política nacional. Sendo a duplicidade do ego o alvo predileto
da ficção de 80, encontra-se a metamidia como reflexo da literatura mercantil.
Por fim, em seu último tópico intitulado “O policial, o épico e o mercado”, a autora expõe Rubem
Fonseca como um dos maiores autores da cultura de mercado dos anos 80, encontrando no dinheiro
providenciado pelas editoras, o incentivo para a criação das artes atuais. Suas obras focadas ao mercado
literário de consumo, no qual o gênero policial ganha destaque por deixar como estrelas os delegados. Não só
o gênero romance policial ganha destaque, mas também o gênero popular, que salta em direção oposta ao
romance ensaio.
No artigo “Ficção Brasileira Contemporânea: Assimilação ou Resistência?”, escrito por Tânia
Pellegrini, a autora visa objetivar a análise das literaturas produzidas a partir dos anos 70, mapeando a
diversidade de seus temas e situações em relação ao contexto lógico pós-modernista.
A autora inicia com a origem da difusão do termo pós-moderno, no qual é conceitualizado pela
primeira vez como uma referência coletiva. Para o teórico egípcio Ihab Hassan, nota-se uma falha ao tentar
responder se o termo em debate é uma tendência artística ou também um fenômeno social, porém, afirma que
este articula entre a arte e a sociedade. Já para o francês François Lyotard, o termo é postulado como uma
emergência de uma sociedade pós-industrial, na qual encontra-se a principal força no conhecimento.
Ao longo da leitura do artigo, encontra-se o “desaparecimento das grandes narrativas”, enxergado
por Tânia como uma oportunidade de criação de novos gêneros literários. Sobre o termo “projeto da
modernidade”, o autor alemão Jürgen Habermas, diz que este ainda não está completo, reconhecendo que o
tempo representado pelas vanguardas literárias envelheceu-se.
Partindo para o contexto social brasileiro, encontra-se na Revista do Brasil, publicada em 1986, o
“projeto da modernidade” como uma consequência do moderno e um projeto incompleto da modernidade e
não a sua extinção.
Uma das partes em destaque do artigo, Tânia ao citar a visão de Flora Süssekind sobre as literaturas
das décadas de 70 e 80, encontra em seu discurso uma ênfase em anular o sujeito literário, reduzindo-o ao
anonimato, produzindo como reflexo uma crítica ao contexto literário pós-modernista. Pellegrini ainda cita
Linda Hutcheon, e o seu conceito da corrente pós-moderna como fundamental ao realizar questionamentos e
conceitos sobre verdade, realidade e subjetividade.
Seguindo para o pensamento brasileiro, encontra-se uma oscilação entre ruptura e continuidade do
moderno, divididos basicamente por três etapas. A primeira, nota-se uma importação dos conceitos
estrangeiros para a produção de uma síntese brasileira, partindo para uma noção mais específica, na qual a
morte do sujeito, a fragmentação textual são alguns dos temas em debate, por fim criar um consenso entre o
fim das grandes narrativas e a transformação do sujeito.
Ao citar o gênero romance reportagem, percebe-se questões ligadas à minoria social no contexto
urbanizado, representando vozes oprimidas de mulheres e homossexuais, como resistência a uma hierarquia
ideológica em vigor, na qual o cristianismo, os bons costumes e o machismo majoritariamente branco ainda
reinava.
Por fim, há a presença do romance histórico, que reinterpreta o fato histórico, a partir de uma nova
perspectiva. Além deste gênero, percebe-se a presença dos romances policiais, representado principalmente
por Rubem Fonseca, como uma literatura de mercado, na qual há criação do novo termo “cultura de
mercado”, uma vez que as obras literárias começaram a serem produzidas visando apenas o lucro das
editoras e de seus autores, transformando a cultura em mercadoria.

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