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Olavo de Carvalho
Mas não é a eles que se refere o parágrafo. Ele fala da mídia esquerdista durante
o regime militar, apresentando-a como um punhado de bravos combatentes
isolados e desamparados, em luta contra inimigos poderosos encastelados nos
jornais e canais de TV milionários, sob a proteção do governo.
A esquerda, enfim, não só nunca foi expulsa da grande mídia, mas dominou
praticamente sem adversários a profissão jornalística no Brasil. Bem ao contrário,
os colunistas tidos como de direita é que foram desaparecendo dos maiores
jornais, um a um – Gustavo Corção, David Nasser, Lenildo Tabosa Pessoa,
Nicolas Boer, Adirson de Barros –, sendo invariavelmente substituídos por gente
de esquerda. Tão promíscua era a relação entre a militância esquerdista e a
grande mídia brasileira, que o sr. Mário Augusto Jacobskind, após trabalhar na
Folha de S. Paulo de 1975 a 1981, se tornou editor em português da revista oficial
cubana Prismas, sendo portanto um notório agente de propaganda comunista, o
que não o impediu de ser aceito logo em seguida como editor internacional da
Tribuna da Imprensa (e continuar trabalhando até hoje para a Rádio Centenário,
do Movimiento 26 de Marzo, braço político da organização terrorista Movimiento
de Liberación Nacional, os Tupamaros).
Outros simplesmente largaram os jornais para ganhar mais dinheiro nos novos
ramos das assessorias de imprensa e da mídia empresarial, novidades em franco
progresso na época. Incluem-se aí centenas ou milhares de esquerdistas que se
infiltraram como assessores nos escritórios de políticos, inclusive do partido
governista, a Arena, bem como nos altos cargos das TVs estatais e semi-estatais
então recém-criadas. O próprio Vladimir Herzog, quando preso, era diretor da TV
Cultura de São Paulo. Querem maior prova de que os jornalistas de esquerda não
estavam no porão?
A própria existência da censura oficial evidencia o que estou dizendo. Para que
iria o governo meter um funcionário da Polícia Federal em cada jornal, para cortar
matérias indesejáveis, se nas redações existissem militantes direitistas em
número suficiente para fazer a opinião oficial prevalecer desde dentro? Se não há
censores oficiais nas redações hoje em dia, é porque não resta nelas um único
direitista empenhado em publicar notícias proibidas. O sucesso completo em
ocultar a existência do Foro de São Paulo por dezesseis anos, por exemplo,
ultrapassa tudo o que a ditadura houvesse jamais ousado sonhar em matéria de
controle da mídia. [Continua.] 4 Curtidas
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