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INTRODUÇÃO
Os vírus não são considerados seres vivos porque são inertes fora das células hospedeiras. No
entanto quando penetram em uma célula hospedeira o ácido nucléico viral torna-se ativo,
sendo capaz de promover a multiplicação viral, deste ponto de vista os vírus estão vivos
quando estão dentro da célula hospedeira.
Portanto são microorganismos que se replicam sempre dentro de células vivas; utilizam
(em maior ou menor grau) o sistema de síntese das células; induzem a síntese de
proteínas capazes de transferir o genoma viral para outras células.
Características gerais
Multiplicam-se dentro das células vivas usando a maquinaria de síntese das células.
Tamanho do Vírus
Os vírus têm tamanhos variados. No geral são menores que as bactérias, mas os maiores vírus
podem chegar a ter o tamanho aproximado das menores bactérias.
Estrutura do vírus
Os vírus cujos capsídeos não estão recobertos por envelopes são chamados de vírus não-
envelopados, já os vírus que possuem os cápsideos recobertos por envelopes são chamados
de vírus envelopados.
Praticamente todos os organismos vivos podem ser infectados por vírus. Células animais,
Células vegetais, Bactérias, Fungos e Protozoários.
A especificidade viral
Para os vírus conseguir invadir as células é necessário existir uma perfeita interação entre
móleculas periféricas e certos receptores celulares específicos.
Reprodução Viral
Bacteriófago
Os bacteriófagos podem ser vírus de DNA ou de RNA que infectam somente organismos
procariotos. São formados apenas pelo nucleocapsídeo, não existindo formas envelopadas.
Os mais estudados são os que infectam a bactéria intestinal Escherichia coli, conhecida como
fagos T. Estes são constituídos por uma cápsula protéica bastante complexa, que apresenta
uma região denominada cabeça, com formato poligonal, envolvendo uma molécula de DNA, e
uma região denominada cauda, com formato cilíndrico, contendo, em sua extremidade livre,
fibras protéicas.
A reprodução ou replicação dos bacteriófagos, assim como os demais vírus, ocorre somente no
interior de uma célula hospedeira.
Ciclo Lítico
Sintomas causados por um vírus que se reproduz através desta maneira, em um organismo
multicelular aparecem imediatamente. Nesse ciclo, os vírus utilizam o equipamento
bioquímico(Ribossomo)da célula para fabricar sua proteína (Capsídeo).
Ciclo Lisogênico
No ciclo lisogênico, o vírus invade a bactéria ou a célula hospedeira, onde o DNA viral
incorpora-se ao DNA da célula infectada. Isto é, o DNA viral torna-se parte do DNA da célula
infectada. Uma vez infectada, a célula continua suas operações normais, como reprodução e
ciclo celular. Durante o processo de divisão celular, o material genético da célula, juntamente
com o material genético do vírus que foi incorporado, sofrem duplicação e em seguida são
divididos equitativamente entre as células-filhas. Assim, uma vez infectada, uma célula
começará a transmitir o vírus sempre que passar por mitose e todas as células estarão
infectadas também. Sintomas causados por um vírus que se reproduz através desta maneira,
em um organismo multicelular podem demorar a aparecer. Doenças causadas por vírus
lisogênico tendem a ser incuráveis. Alguns exemplos incluem a AIDS e herpes.
Sob determinadas condições, naturais e artificiais (tais como radiações ultravioleta, raios X ou
certos agentes químicas), uma bactéria lisogênica pode transformar-se em não-lisogênica e
iniciar o ciclo lítico.
Classificação Viral
Vírus de RNA RNA -> DNA -> RNA -> Proteínas Virais
Doenças Infecciosas
Pandemias è doenças que se alastram rapidamente por todo um país, continente ou até
mesmo por todo o mundo, como a gripe espanhola, a peste negra, a aids.
Entende-se por patogenia (pato= doença; genia = geração): o mecanismo pelo qual um agente
leva ao desenvolvimento de determinada doença. Em virologia, o estudo da patogenia das
viroses é importante para descobrir o mecanismo pelo qual os vírus atacam o hospedeiro e
causam enfermidade. O conhecimento da patogenia das infecções permite, por exemplo,
facilitar a busca de novos métodos de prevenção (como novas vacinas) e tratamento (como
novos quimioterápicos).
Ex: gripe verdadeira ou Influenza: Três vírus distintos (A, B e C): porém as grandes pandemias
tem sido sempre causadas por amostras do vírus do tipo “A”. O tipo A, portanto, é mais
patogênico que os vírus B e C.
Transmissão
a) de pessoa a pessoa;
Muitas vezes formas simples de transmissão de infecções são pouco levadas em consideração
por nós, seres humanos. Tomemos como exemplo os resfriados, os quais são transmitidos
essencialmente de duas formas: através de aerossóis gerados por espirros, pelo ato de expelir
ar com força para eliminar o muco, ou ainda pela fala, que geram partículas de muco ou
perdigotos contendo vírions, ou ainda através do contato com mãos contaminadas. Portanto,
um espirro incontido (alguns povos utilizam máscaras quando resfriados) ou um aperto de mão
podem ser responsáveis pelo seu próximo resfriado!
Didaticamente, poder-se-ia incluir como uma forma de transmissão por contato a transmissão
de infecções por via placentária, onde ocorre o evidente contato entre a mãe e o novo indivíduo
que está sendo gerado. Este tipo de transmissão é chamado de transmissão vertical, isto é,
aquela que ocorre por via placentária (ex. rubéola e citomegalovirose em humanos).
DOENÇAS VIRÓTICAS
AIDS
Descrição - Doença caracterizada por uma disfunção grave do sistema imunológico do
indivíduo infectado pelo vírus da imunodeficiência humana (HIV). Sua evolução é marcada por
uma considerável destruição de linfócitos T CD4+ e pode ser dividida em três fases:
Infecção aguda: pode surgir semanas após a infecção inicial, com manifestações variadas que
podem se assemelhar a um quadro gripal. Nessa fase, os sintomas são autolimitados e, quase
sempre, a doença não é diagnosticada devido à semelhança com outras doenças virais.
Sinonímia - Sida, Aids, doença causada pelo HIV, síndrome da imunodeficiência adquirida.
Modo de transmissão:
-Sexual;
-Sanguínea (via parenteral e da mãe para o filho, no curso da gravidez, durante ou após o
parto);
-Pelo leite materno.
Medidas de controle
Prevenção da transmissão sexual;
Prevenção da transmissão sanguínea;
Transfusão de sangue;
Hemoderivados;
Injeções e instrumentos perfuro cortantes;
Prevenção da transmissão vertical;
Prevenção de outras formas de transmissão
Tratamento
Não existe vacina;
Não existe cura, porém medicamentos que inibem a ação da enzimas;
Formulação de novos medicamentos.
DENGUE
Descrição - Doença infecciosa, febril, aguda, que pode ser de curso brando ou grave,
dependendo da forma como se apresente.
Na dengue, a primeira manifestação é a febre, geralmente alta (39ºC a 40ºC), de início abrupto,
associada à cefaléia, adinamia, mialgias, artralgias, dor retroorbitária, com presença ou não de
exantema e/ou prurido.
Anorexia, náuseas, vômitos e diarréia podem ser observados por 2 a 6 dias.
As manifestações hemorrágicas, como epistaxe, petéquias, gengivorragia, hematêmese,
melena e outras, bem como a plaquetopenia, podem ser observadas em todas as
apresentações clínicas de dengue.
Alguns pacientes podem evoluir para formas graves da doença e passam a apresentar sinais
de alarme da dengue, principalmente quando a febre cede, precedendo às manifestações
hemorrágicas graves.
Medidas de controle: As medidas de controle se restringem ao vetor Aedes aegypti, uma vez
que não há vacina ou drogas antivirais específicas.
O combate ao vetor envolve ações continuadas de inspeções domiciliares, eliminação e
tratamento de criadouros, associadas a atividades de educação em saúde e mobilização social.
A finalidade das ações de rotina é manter a infestação do vetor em níveis incompatíveis com a
transmissão da doença. Em situações de epidemias, deve ocorrer a intensificação das ações
de controle, prioritariamente a eliminação de criadouros e o tratamento focal.
Ciclo do Mosquito
FEBRE AMARELA
Descrição - Doença febril aguda, de curta duração (no máximo 12 dias) e gravidade variável.
Apresenta-se como infecções subclínicas e/ ou leves, até formas graves, fatais.
O quadro típico tem evolução bifásica (período de infecção e de intoxicação), com início
abrupto, febre alta e pulso lento em relação à temperatura (sinal de Faget), calafrios, cefaléia
intensa, mialgias, prostração, náuseas e vômitos, durando cerca de 3 dias, após os quais se
observa remissão da febre e melhora dos sintomas, o que pode durar algumas horas ou, no
máximo, 2 dias.
O caso pode evoluir para cura ou para a forma grave (período de intoxicação), caracterizada
pelo aumento da febre, diarréia e reaparecimento de vômitos com aspecto de borra de café,
instalação de insuficiência hepática e renal.
Surgem também icterícia, manifestações hemorrágicas (hematêmese, melena, epistaxe,
hematúria, sangramento vestibular e da cavidade oral, entre outras), oligúria, albuminúria e
prostração intensa, além de comprometimento do sensório, que se expressa mediante
obnubilação mental e torpor com evolução para coma.
Epidemiologicamente, a doença pode se apresentar sob duas formas distintas: Febre Amarela
Urbana (FAU) e Febre Amarela Silvestre (FAS), diferenciando-se uma da outra pela localização
geográfica, espécie vetorial e tipo de hospedeiro.
Agente etiológico - Vírus amarílico, arbovírus do gênero Flavivírus e família Flaviviridae.
HEPATITE A
Descrição - Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus A (HAV) e também
conhecida como “hepatite infecciosa”, “hepatite epidêmica”, ou “hepatite de período de
incubação curto”.
Modo de transmissão - A hepatite pelo HAV apresenta distribuição mundial. A principal via de
contágio é a fecal-oral, por contato inter-humano ou por água e alimentos contaminados. A
disseminação está relacionada às condições de saneamento básico, nível socioeconômico da
população, grau de educação sanitária e condições de higiene da população. Em regiões
menos desenvolvidas, as pessoas são expostas ao HAV em idades precoces, apresentando
formas subclínicas ou anictéricas em crianças em idade pré-escolar. A transmissão poderá
ocorrer 15 dias antes dos sintomas até sete dias após o início da icterícia.
A transmissão sexual da hepatite A pode ocorrer com a prática sexual oral-anal por meio do
contato da mucosa da boca de uma pessoa com o ânus de outra portadora da infecção aguda
da hepatite A. A prática dígito-anal-oral pode ser uma via de transmissão. Deve ser lembrado
que um dos parceiros precisa estar infectado naquele momento e que a infecção pelo HAV não
se cronifica, o que faz com que este modo de transmissão não tenha grande importância na
circulação do vírus na comunidade, embora, em termos individuais, traga as conseqüências
que justificam informar essas possibilidades aos usuários.
Prevenção - A hepatite A pode ser prevenida pela utilização da vacina específica contra o
vírus A1. Entretanto, a melhor estratégia de prevenção desta hepatite inclui a melhoria das
condições de vida, com adequação do saneamento básico e das medidas educacionais de
higiene.
A doença pode ocorrer de forma esporádica ou em surtos e, devido à maioria dos casos cursar
sem icterícia e com sinais e sintomas pouco específicos, pode passar na maioria das vezes
despercebida, favorecendo a não identificação da fonte de infecção.
Nos pacientes sintomáticos, o período de doença se caracteriza pela presença de colúria,
hipocolia fecal e icterícia. A frequência da manifestação ictérica aumenta de acordo com a faixa
etária, variando de 5 a 10% em menores de 6 anos e chegando até 70-80% nos adultos.
HEPATITE B
Descrição - Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite B (HBV),
conhecida anteriormente como soro-homóloga.
• Ictérica: abrandamento dos sintomas digestivos e do surgimento da icterícia que pode ser de
intensidade variável, sendo, às vezes, precedida de colúria. A hipocolia pode surgir por prazos
curtos, sete a dez dias, e às vezes se acompanha de prurido.
• aleitamento materno3;
• acidentes perfurocortantes.
Hepatite crônica: a persistência do HBsAg no sangue por mais de seis meses, caracteriza a
infecção crônica pelo vírus da hepatite B. O tratamento medicamentoso está indicado para
algumas formas da doença crônica e, devido à sua complexidade, deverá ser realizado em
ambulatório especializado.
HEPATITE C
Descrição - Doença infecciosa viral, contagiosa, causada pelo vírus da hepatite C (HCV),
conhecido anteriormente por “hepatite Não A Não B”, quando era responsável por 90% dos
casos de hepatite transmitida por transfusão de sangue sem agente etiológico reconhecido.
Quando a reação inflamatória nos casos agudos persiste sem melhoras por mais de seis
meses, considera-se que a infecção está evoluindo para a forma crônica. Os sintomas, quando
presentes, são inespecíficos, predominando fadiga, mal-estar geral e sintomas digestivos. Uma
parcela das formas crônicas pode evoluir para cirrose, com aparecimento de icterícia, edema,
ascite, varizes de esôfago e alterações hematológicas. O hepatocarcinoma também faz parte
de uma porcentagem do quadro crônico de evolução desfavorável.
Modo de transmissão - Em cerca de 10 a 30% dos casos dessa infecção, não é possível de-
finir qual o mecanismo de transmissão envolvido. Os mecanismos conhecidos para a
transmissão dessa infecção são os seguintes:
• Transplante de órgãos e tecidos: o vírus HCV pode ser transmitido de uma pessoa portadora
para outra receptora do órgão contaminado.
Não existe vacina para a prevenção da hepatite C, mas existem outras formas de prevenção
primárias e secundárias. As medidas primárias visam à redução do risco para disseminação da
doença e as secundárias à interrupção da progressão da doença em uma pessoa já infectada.
Controle do peso, do colesterol e da glicemia são medidas que visam a reduzir a probabilidade
de progressão da doença, já que estes fatores, quando presentes, podem ajudar a acelerar o
desenvolvimento de formas graves de doença hepática.
Os testes sorológicos podem identificar anticorpos contra esse vírus e normalmente seus
resultados apresentam alta sensibilidade e especificidade1. Utiliza-se o teste ELISA (anti-HCV)
para essa pesquisa de anticorpos.
A presença do anticorpo contra o vírus da hepatite C (anti-HCV) significa que o paciente teve
contacto com o vírus. Sua presença não significa que a infecção tenha persistido. Cerca de 15
a 20% das pessoas infectadas conseguem eliminar o vírus por meio de suas defesas imu-
nológicas, obtendo a cura espontânea da infecção. A presença de infecção persistente e atual
pelo HCV é demonstrada pela pesquisa do vírus no sangue, pelo exame HCV RNA qualitativo.
Portanto, os pacientes que apresentarem anti-HCV reagente deverão ser encaminhados para
um centro de referência para uma avaliação com um especialista.
Descrição: É uma virose transmitida, predominantemente, pelo contato sexual (inclusive oro-
genital).
A transmissão pode se dar, também, pelo contato direto com lesões ou objetos contaminados.
Caracteriza-se pelo aparecimento de lesões vesiculosas que, em poucos dias, transformam-se
em pequenas úlceras, precedidas de sintomas de ardência, prurido e dor.
Acredita-se que a maioria dos casos de transmissão ocorre a partir de pessoas que não sabem
que estão infectadas ou são assintomáticas.
O vírus do Herpes é comumente associado a lesões de mucosas e pele, ao redor da cavidade
oral (herpes orolabial) e da genitália (herpes anogenital). Determina quadros variáveis benignos
ou graves.
Há dois tipos de vírus: o tipo 1, responsável por infecções na face e tronco; tipo 2, relacionado
às infecções na genitália e de transmissão geralmente sexual. Ambos os vírus podem infectar
qualquer área da pele ou das mucosas. As manifestações clínicas são distintas e relacionadas
ao estado imunológico do hospedeiro.
HERPES LABIAL
HERPES VAGINAL
Sinonímia: Herpevírus tipos 1 e 2.
Modo de transmissão: Por contato íntimo com indivíduo transmissor do vírus, a partir de
superfície mucosa ou lesão infectante.
O vírus Herpes é rapidamente inativado em temperatura ambiente e após secagem, o que faz
com que a disseminação por aerossóis seja rara.
O vírus ganha acesso através de escoriações na pele ou contato direto com a cérvix uterina,
uretra, orofaringe ou conjuntiva.
Descrição - Doença viral que, com maior frequência, manifesta-se como infecção subclínica
nos genitais de homens e mulheres.
Clinicamente, as lesões podem ser múltiplas, localizadas ou difusas, e de tamanho variável,
podendo também aparecer como lesão única.
A localização ocorre no pênis, região perianal, vulva, vagina e colo do útero.
Sinonímia - Verruga venérea, verruga genital, cavalo de crista, crista de galo e condiloma
acuminado.
Descrição: A Influenza ou gripe é uma infecção viral aguda do trato respiratório, com
distribuição global e elevada transmissibilidade.
Apresenta-se com início abrupto de febre, mialgia e tosse seca. Em geral, tem evolução
autolimitada, de poucos dias.
Sua importância deve-se ao caráter epidêmico e alta morbidade, com elevadas taxas de
hospitalização em idosos ou pacientes portadores de doenças debilitantes crônicas.
Sinonímia: Gripe.
Modo de transmissão: O modo mais comum é a transmissão direta (pessoa a pessoa), por
meio de gotículas expelidas pelo indivíduo infectado ao falar, tossir e espirrar.
O modo indireto também ocorre por meio do contato com as secreções do doente. Nesse caso,
as mãos são o principal veículo, ao propiciarem a introdução de partículas virais diretamente
nas mucosas oral, nasal e ocular.
Apesar da transmissão inter-humana ser a mais comum, já foi documentada a transmissão
direta do vírus de aves e suínos para o homem.
Descrição: Nas Meningites Virais o sistema nervoso central pode ser infectado por um variado
conjunto de vírus, mas, independente do agente viral, o quadro clínico caracteriza-se por
aparição súbita de cefaléia, fotofobia, rigidez de nuca, náuseas, vômitos e febre.
Agente etiológico: Os principais vírus que podem causar Meningite Viral são: enterovírus
(Echovirus e Coxsackievirus).
Medidas de controle: O diagnóstico e tratamento precoces dos casos são medidas que
contribuem para o controle da doença.
As medidas de controle específicas relacionam-se com o agente etiológico. Em situações de
surto, a população deve ser orientada sobre os sinais e sintomas da doença, medidas gerais
de higiene e, ainda, medidas de prevenção específicas, conforme o agente etiológico
identificado.
POLIOMIELITE
Modo de transmissão: Principalmente por contato direto pessoa a pessoa, pelas vias fecal-
oral (a principal), por objetos, alimentos e água contaminados com fezes de doentes
portadores, ou pela via oral-oral, por meio de gotículas de secreções da orofaringe ao falar,
tossir ou espirrar.
Medidas de controle: Além de uma vigilância ágil e sensível à detecção de casos de
poliomielite, a vacinação é a medida mais eficaz para manter erradicada a circulação do
poliovírus selvagem nas América.
RUBÉOLA
Descrição: Doença exantemática viral aguda, caracterizada por febre baixa e exantema, que
se inicia na face, couro cabeludo pescoço, espalhando-se para tronco e membros.
Cerca de 25% a 50% das infecções pelo vírus da Rubéola são subclínicas, ou seja, não
apresentam sinais e sintomas clínicos característicos da doença.
SARAMPO
Descrição: Doença causada por vírus, febril que causa inflamação do sistema respiratório e
manchas.
Após 11 dias aparecem os sintomas, como: coriza, febre, dores;
Manchas na boca e posteriormente no corpo;
Agente etiológico: Morbillivirus Paramyxoviridae.
Descrição: Infecção viral primária, aguda, caracterizada por surgimento de exantema com
distribuição centrípeta que, após algumas horas evolui rapidamente para pústulas que, em 3 a
4 dias, formam crostas.
Podem ocorrer febre moderada e sintomas sistêmicos.
A sua principal característica clínica é o polimorfismo das lesões cutâneas acompanhadas de
prurido. Em crianças, geralmente, a doença é benigna e autolimitada.
Sinonímia: Catapora
Modo de transmissão: Pessoa a pessoa, pelo contato direto ou por secreções respiratórias e,
raramente, por meio de contato com lesões.
Transmitida, indiretamente, por objetos contaminados com secreções de pacientes infectados.
Medidas de controle: A vacina contra varicela ainda não faz parte do calendário básico de
vacinações.
Está disponível nos Centros de Referência de Imunobiológicos Especiais (Crie), sendo
recomendada nas seguintes circunstâncias: em populações indígenas, em caso de surto, a
partir dos 6 meses, e em qualquer idade nos indivíduos suscetíveis até 96 horas de contato.
Lavar as mãos, após tocar nas lesões potencialmente infecciosas.
HERPES ZOSTER
O quadro clínico do herpes zoster é, quase sempre, típico. A maioria dos doentes refere,
antecedendo às lesões cutâneas, dores nevrálgicas, além de parestesias, ardor e prurido
locais, acompanhados de febre, cefaléia e mal-estar. A lesão elementar é uma vesícula sobre
base eritematosa. A erupção é unilateral, raramente ultrapassando a linha mediana, seguindo o
trajeto de um nervo. Surgem de modo gradual, levando de 2 a 4 dias para se estabelecerem.
Quando não ocorre infecção secundária, as vesículas evoluem para crostas e o quadro regride
para a cura em 2 a 4 semanas. As regiões mais comprometidas são a torácica (53% dos
casos), cervical (20%), trigêmeo (15%) e lombossacra (11%). Em pacientes imunossuprimidos,
as lesões surgem em localizações atípicas e, geralmente, disseminadas.
Manifestações Clínicas
Período prodrômico – tem início com febre baixa, cefaléia, anorexia e vômito, podendo durar
de horas até três dias. Na infância, esses pródromos não costumam ocorrer, sendo o exantema
o primeiro sinal da doença. Em crianças imunocompetentes a varicela é geralmente benigna,
com início repentino, apresentando febre moderada de 2 a 3 dias, sintomas generalizados
inespecíficos e uma erupção cutânea pápulo-vesicular que se inicia na face, couro cabeludo ou
tronco (distribuição centrípeta).
Período exantemático – as lesões comumente aparecem em surtos sucessivos de máculas
que evoluem para pápulas, vesículas, pústulas e crostas. Tendem a surgir mais nas partes
cobertas do corpo, podendo aparecer no couro cabeludo, na parte superior das axilas e nas
membranas mucosas da boca e vias aéreas superiores.
Sinonímia: Catapora, “tatapora”, fogo que salta (varicela); cobreiro (herpes zoster).
Medidas de Prevenção:
As primeiras medidas a serem adotadas são: assistência médica ao paciente (tratamento
sintomático em nível ambulatorial. Hospitalização imediata dos pacientes com varicela grave ou
zoster disseminado, em regime de isolamento).
Proteção da População
Afastar os acometidos das atividades desenvolvidas na escola, creche, trabalho, etc., por um
período de 10 dias, contados a partir da data de aparecimento do exantema. Vacinar os
indivíduos sob risco de desenvolver formas graves, de acordo com as orientações pertinentes à
imunização.
CAXUMBA
Descrição: Doença viral aguda, caracterizada por febre e aumento do volume de uma ou
mais glândulas salivares, geralmente a parótida e, às vezes, glândulas sublinguais ou
submandibulares. Antes da instituição da imunização em massa, esta virose era muito comum
na infância, apresentando-se sob a forma de surtos sazonais.
RAIVA
Descrição: É uma zoonose viral, que se caracteriza como uma encefalite progressiva aguda e
letal. Apresenta letalidade de 100% e alto custo na assistência as pessoas expostas ao risco
de adoecer e morrer. Apesar de conhecida desde a Antiguidade, a Raiva continua sendo
um problema de saúde pública nos países em desenvolvimento, especialmente a transmitida
por cães e gatos, em áreas urbanas, mantendo a cadeia de transmissão animal
domestico/homem. O vírus rábico é neurotrópico e sua ação, no sistema nervoso central,
causa um quadro clínico característico de encefalite aguda, decorrente da sua multiplicação
entre os neurônios. O ciclo silvestre (aéreo e terrestre) adquire, na atualidade, particular
gravidade para a área da saúde pública, e sua expansão vem sendo influenciada por certas
intervenções e/ou modificações ambientais. O vírus rábico penetra no organismo por meio
de soluções de continuidade produzidas por mordeduras ou arranhaduras. Após um periodo
variável de incubação, aparecem os pródromos iniciais, que duram de 2 a 4 dias e são
inespecíficos, com o paciente apresentando mal-estar geral, pequeno aumento de temperatura
corpórea, anorexia, cefaleia, náuseas, dor de garganta, entorpecimento, irritabilidade,
inquietude e sensação de angustia. Podem ocorrer hiperestesia e parestesia nos trajetos de
nervos periféricos, próximos ao local da mordedura, e alterações de comportamento. A
infecção progride, surgindo manifestações de ansiedade e hiperexcitabilidade crescentes,
febre, delírios, espasmos musculares involuntários generalizados e/ou convulsões. Ocorrem
espasmos dos músculos da laringe, faringe e língua, quando o paciente vê ou tenta ingerir
líquido, apresentando sialorreia intensa. Os espasmos musculares evoluem para quadro de
paralisia, levando a alterações cardiorrespiratórias, retenção urinária e obstipação intestinal. O
paciente se mantem consciente, com periodo de alucinações, até a instalação do quadro
comatoso e evolução para óbito. São, ainda, observadas disfagia, aerofobia, hiperacusia,
fotofobia. O período de evolução do quadro clínico, depois de instalados os sinais e sintomas
até o óbito, varia, em média, de 5 a 7 dias. A característica mais determinante da evolução
clínica da doença e a forma furiosa e/ou paralítica.
INTRODUÇÃO
As bactérias são seres muito pequenos, procariontes, unicelulares que, em sua maior
parte, não podem ser vistos a olho nu. Apesar de seu tamanho, elas se multiplicam em grande
velocidade formando colônias, e, muitas delas, conhecidas como germes, são prejudiciais a
saúde do homem, pois podem causar inúmeras doenças.
Elas se encontram por toda parte, e há milhares delas no ar, na água, no solo e,
inclusive, em nossos corpos. Contudo, nem todas são maléficas, há aquelas que
desempenham papéis extremamente úteis para muitas formas de vida, inclusive para os seres
humanos. No caso de plantas, como as ervilhas, elas se beneficiam desta forma de vida, que
habita em suas raízes dentro de pequenos caroços, em seu crescimento através da substância
química que estas bactérias produzem.
No solo existem bactérias que podem ser benéficas de várias maneiras, uma delas é
ajudar as folhas velhas das plantas a apodrecerem fornecendo alimento às novas plantas.
Entretanto, há certas bactérias que são daninhas aos vegetais prejudicando-os a ponto de
destruí-los.
No caso dos seres humanos, elas podem ser combatidas através do uso de antibióticos,
que, quando usados conforme orientação médica, tem efeito eficaz sobre os germes
prejudiciais a saúde. Caso contrário, elas aumentarão rapidamente ampliando o número de
colônias. Em muitos casos, elas podem ser transferidas de pessoas para pessoas.
MICROBIOLOGIA
Dedica-se ao estudo dos seres microscópicos, geralmente muito pequenos para serem
observados a olho nu.
Nasceu da especulação humana sobre a origem da vida e sobre a fonte das doenças
transmissíveis.
Microbiologia Normal
BACTÉRIA/ BENEFÍCIO:
Produção de alimentos (tais como derivados do leite: queijo, coalhada, iogurte, etc) e
bebidas;
Decomposição de lixo problemático, restos mortais;
Produção de medicamentos
Digestão (Escherichia coli)
Fixação do N2 na atmosfera
Cocos Gram-positivos:
Staphylococcus aureus (comum)
Staphylococcus epidermidis (proeminente)
Streptococcus spp. (irregular) – S.pyogenes
Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (++)
Propionibacterium acnes
Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (comum)
Cocos Gram-negativos:
Moraxella e Neisseiria spp. (comum)
Haemophillus spp. (irregular)
Bastonetes Gram-negativos:
Escherichia coli (irregular)
Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (comum)
Cocos Gram-negativos:
Neisseria ssp. (comum)
Haemophillus spp. (irregular)
Bacilos Gram-positivos:
Lactobacilos (proeminente)
Bacilos Gram-negativos:
Escherichia coli, Klebsiella spp. , Proteus mirabilis,
Pseudomonas aeruginosa (comum)
MICROBIOTA NORMAL DO CORPO HUMANO (URETRA)
Cocos Gram-positivos:
Staphylococcus aureus (irregular)
Staphylococcus epidermidis (proeminente)
Streptococcus spp. (comum)
Bacilos Gram-positivos:
Corynebacterium spp. (comum)
Bacilos Gram-negativos:
Escherichia coli (comum)
Proteus mirabilis (comum)
PATOGENIDADE
São parasitas humanos, levando a infecções muito graves.
A infecção é causada porque as bactérias podem produzir toxinas, que são nocivas para as
células humanas. Se estas estiverem presentes em número suficiente e a pessoa a ser
afetada não dispuser de uma imunização contra elas, o resultado é a doença.
As principais portas de entrada de bactérias no corpo humano são os pulmões, por meio da
inalação de partículas expulsas pela respiração, tosse ou espirros de uma pessoa infectada.
Pode haver infecção no trato digestivo o qual pode ser infectado através da ingestão de
alimentos contaminados. As bactérias podem estar presentes nos alimentos desde o local de
produção das matérias primas ou transportadas até eles por moscas ou mãos contaminadas.
As bactérias podem ainda invadir o hospedeiro através da pele, como por exemplo, na
infecção de uma ferida.
PATOGENICIDADE (PELE)
Staphylococcus aureus
* Abscessos
* infecções de feridas operatórias
* furúnculo →
PATOGENICIDADE (OCULAR)
Staphylococcus aureus
* conjutivite →
PATOGENICIDADE (INTESTINO)
Staphylococcus aureus
* Enterotoxinas produzidas em alimentos
(Intoxicação alimentar)
Infecção subclínica: Infecção que produz uma resposta imunológica, mas sem
sintomas clínicos ( também chamada de infecção assintomática).
CARACTERÍSTICAS
Podem apresentar um ou mais FLAGELOS, mas estes não são formados por
centríolos.
BACTÉRIAS
São organismos que apresentam uma estrutura simples e por isso podem sobreviver em todos
ambientes da terra. Ex: ar, solo, água, vulcão, mar profundo, fontes quentes, gelo, sal, pele dos
seres humanos etc..
ESTRUTURA
Cápsula – Envoltório externo encontrado principalmente em bactérias patogênicas
protegendo-as contra fagocitoses. A espessura e a composição química dessas cápsulas
variam de acordo com a espécie.
Parede celular – Estrutura rígida responsável pela forma da bactéria constituída por um
complexo proteico - glicídico (proteína + carboidrato) tem a função de proteger a célula
bacteriana contra agressões físicas do ambiente.
Membrana plasmática – Possui a função de proteção, ancora flagelos, fimbrias e pili, dentre
outras.
FLAGELOS
Proteína (Flagelina)
Motilidade
FÍMBRIAS E PILI - Semelhantes a pêlos – mais retos, mais curtos, mais finos e mais
numerosos que os flagelos.
FÍMBRIAS - Usados para fixação, permite que a bactéria se fixe a outras células ou
substratos.
PILI - Mais longo que as fímbrias. Fazem a união das células bacterianas (fator de virulência)
para transferência de material genético – CONJUGAÇÃO
PILI SEXUAL
Coloração de Gram
Em 1884 - Christian Gram desenvolveu um método de coloração de bactérias. As Gram
positivas (coravam-se em roxo) e as Gram negativas (coravam-se em vermelho).
Gram Negativas
Coloração de Gram
1- Cristal violeta / Violeta de genciana – atravessa sem dificuldades as paredes de bactérias
gram positivas e negativas
2- Iodo – forma grandes cristais com o corante e este complexo se combina com o
peptideoglicano
3- Álcool – dissolve os lipídeos na membrana externa das gram negativas e permite a
remoção dos cristais, deixando a célula incolor
4- Safranina – quando aplicada, nas gram negativas determinam a cor rosa da bactéria
Reprodução Assessuada - Divisao Binária
Reprodução Sexuada
Transformação
Conjugação
Transdução
A Descoberta do Princípio Transformante DNA
(Experimento de Griffith)
S: Smoth: Formas virulentas (causadoras da doença): bactéria circundada por uma capa de
polissacarídeo, que faz com que a colônia de bactérias se apresente lisa quando cultivadas
em uma placa de ágar.
R: Rough:Formas não virulentas: Mutação das formas virulentas, não tinham capa de
polissacarídeo e produziam uma colônia rugosa em uma placa de ágar.
Griffith estava interessado nas origens de linhagens diferentes de S. Pneumonia e por que
alguns tipos eram virulentos e outros não.
DOENÇAS BACTERIANAS
CÓLERA
Descrição - Infecção intestinal aguda, causada pela enterotoxina do bacilo da cólera Vibrio
cholerae, freqüentemente assintomática , com diarréia leve. Pode se apresentar de forma
grave, com diarréia aquosa e profusa, com ou sem vômitos, dor abdominal e câimbras. Esse
quadro, quando não tratado prontamente, pode evoluir para desidratação, deficiência
circulatória, com choque hipovolêmico e insuficiência renal.
Tratamento: formas leves e moderadas: Soro de reidratação oral (SRO). E nas formas graves:
com hidratação venosa e antibiótico.
COQUELUCHE
2. Fase paroxística – Geralmente afebril ou com febre baixa. Em alguns casos, ocorrem vários
picos de febre ao longo do dia. A manifestação típica são os paroxismos de tosse seca
(durante os quais o paciente não consegue inspirar e apresenta protusão da língua, congestão
facial e, eventualmente, cianose com sensação de asfixia), finalizados por inspiração forçada,
súbita e prolongada, acompanhada de um ruído característico, o guincho, seguidos de vômitos.
Modo de transmissão - Contato direto da pessoa doente com pessoa suscetível (gotículas de
secreção eliminadas por tosse, espirro ou ao falar). A transmissão por objetos recém
contaminados com secreções do doente é pouco frequente, em virtude da dificuldade do
agente sobreviver fora do hospedeiro.
Medidas de controle
DIFTERIA
Descrição: Doença transmissível aguda, toxi-infecciosa, causada por bacilo toxigênico, que,
frequentemente, se aloja nas amígdalas, faringe, laringe, nariz e, ocasionalmente, em outras
mucosas e na pele.
A manifestação clínica típica é a presença de placas pseudomembranosas branco-
acinzentadas aderentes, que se instalam nas amígdalas e invadem estruturas vizinhas (forma
faringoamigdaliana ou faringotonsilar).
Nos casos mais graves, há intenso aumento do pescoço (pescoço taurino), por
comprometimento dos gânglios linfáticos dessa área e edema periganglionar nas cadeias
cervicais e submandibulares.
Dependendo do tamanho e localização da placa pseudomembranosa, pode ocorrer asfixia
mecânica aguda no paciente, o que muitas vezes exige imediata traqueostomia para evitar a
morte.
Sinonímia - Crupe.
Descrição: A gonorreia é uma doença infecciosa do trato genital, de transmissão sexual, que
pode determinar desde infecção assintomática até doença que se manifesta, com alta
morbidade. Clinicamente, apresenta-se de forma completamente diferente no homem e na
mulher. Nesta, cerca de 70 a 80% dos casos femininos, a doença é assintomática. Há maior
proporção de casos em homens. Gonorréia no homem - Consiste em um dos tipos mais
frequentes de uretrite masculina do qual o sintoma mais precoce é uma sensação de prurido na
fossa navicular que vai se estendendo para toda a uretra. Após 1 a 3 dias, o doente já se
queixa de ardência miccional (disúria), seguida por corrimento, inicialmente mucóide que, com
o tempo, vai se tornando, mais abundante e purulento. Gonorréia na mulher - Embora a
infecção seja assintomática na maioria dos casos, quando a infecção é aparente, manifesta-se
sob a forma de cervicite que, se não for tratada corretamente, resulta em sérias complicações
como: esterilidade, gravidez ectópica e dor pélvica crônica são as principais sequelas dessas
infecções.
Descrição: Doença infectocontagiosa, crônica, curável, causada pelo bacilo de Hansen. Esse
bacilo é capaz de infectar grande número de pessoas (alta infectividade), mas poucos
adoecem (baixa patogenicidade). Sua capacidade de invasão neural é responsável pelo alto
potencial incapacitante da Hanseníase.
Modo de Transmissão: se dá de indivíduo para indivíduo, por germes eliminados por gotículas
da fala e que são inalados por outras pessoas penetrando o organismo pela mucosa do nariz.
Outra possibilidade é o contato direto com a pele através de feridas de doentes.
Descrição: Doença infecciosa febril de início abrupto, que pode variar desde um processo
inaparente até formas graves, com alta letalidade.
A forma anictérica acomete 90% a 95% dos casos e, quando leve, é frequentemente rotulada
como “síndrome gripal”, “virose”, influenza ou dengue. Seu curso é caracteristicamente
bifásico: se o quadro é moderado ou grave pode apresentar duas fases:
Fase septicêmica - Dura de 4 a 7 dias, com febre remitente, cefaléia, mialgias (principalmente
nas panturrilhas, dorso e abdome), anorexia, náuseas e vômito. Pode haver hepatomegalia e,
mais raramente, esplenomegalia, hemorragia digestiva, fotofobia, dor torácica, tosse seca.
Distúrbios neurológicos (confusão, delírio e alucinações) e sinais de irritação meníngea podem
estar presentes; hemoptise (expectoração com sangue) pode ocorrer de forma súbita e levar a
óbito por asfixia. Esta fase termina com redução gradual da febre, sem sudorese profusa.
Fase imune - Tem início com recrudescimento da febre, porém de menor intensidade pode
durar de 1 a 3 semanas (4 a 30 dias), com cefaléia intensa, sinais de irritação meníngea,
miocardite, hemorragia ocular, exantemas ou petéquias, entre outros sintomas.
Modo de transmissão - A infecção humana resulta do contato direto da pele ou mucosa com a
urina de animais infectados, principalmente roedores, diluída em coleções hídricas ou águas e
lama de enchente.
Relativas às vias de transmissão: utilização de água potável, filtrada, fervida ou clorada para
consumo humano; vigilância sanitária de alimentos: produção, armazenamento, transporte e
conservação; descarte de alimentos que entraram em contato com águas contaminadas;
limpeza e desinfecção de áreas domiciliares potencialmente contaminadas, com solução de
hipoclorito de sódio a 2,5% (um copo de água sanitária para um balde de 20 litros de água);
construção e manutenção das galerias de águas pluviais e esgotos;
SÍFILIS
Descrição:
Sífilis adquirida - A Sífilis é uma doença infecto-contagiosa sistêmica, de evolução crônica, com
manifestações cutâneas temporárias, provocadas por uma espiroqueta.
A transmissão da Sífilis adquirida é sexual, na área genitoanal, na quase totalidade dos
casos.
A Sífilis primária caracteriza-se por apresentar lesão inicial denominada cancro duro, que surge
10 a 90 dias (em média, 21 dias), ocorrendo. O cancro duro, usualmente, desaparece em 4
semanas, sem deixar cicatrizes.
As reações sorológicas para Sífilis tornam-se positivas a partir da 3ª semana de infecção,
concomitante ao aparecimento do cancro duro.
Medidas de controle - Orientações ao paciente com DST para que observe as possíveis
situações de risco em suas práticas sexuais, desenvolva a percepção quanto à importância do
seu tratamento e de seus parceiros sexuais e adote comportamentos preventivos.
Promoção do uso de preservativos; aconselhamento aos parceiros; educação em
saúde, de modo geral.
TETANO
Medidas de controle
Vacinação - Manter altas coberturas vacinais da população de risco: tais como agricultores,
operários da construção civil e da indústria, donas de casa, aposentados. Vacina pentavalente
(DTP) para crianças até 5 anos e no adulto a DT (Dupla adulto).
TUBERCULOSE
Descrição: Doença grave, transmitida pelo ar, que pode atingir todos os órgãos do corpo, em
especial nos pulmões. O microorganismo causador da doença é o bacilo de Koch,
cientificamente chamado Mycobacterium tuberculosis.
Manifestações Clinicas:
Tosse crônica (o grande marcador da doença é a tosse durante mais de 21 dias); febre; suor
noturno (que chega a molhar o lençol); dor no tórax; perda de peso lenta e progressiva;
Quem tem tuberculose não sente fome, fica anoréxico (sem apetite) e com adinamia (sem
disposição para nada).
PNEUMONIA BACTERIANA
Descrição: é uma infecção que se instala nos pulmões, pode acometer a região dos alvéolos
pulmonares onde desembocam as ramificações terminaisdos brônquios e, às vezes, os
interstícios (espaço entre um alvéolo e outro).
Basicamente, pneumonias são provocadas pela penetração de um agente infeccioso ou
irritanteno espaço alveolar, onde ocorre a troca gasosa. Esse local deve estar sempre muito
limpo, livre de substâncias que possam impedir o contato do ar com o sangue.
Manifestações clínicas: Febre alta, tosse (podendo ser com secreção), dor no tórax,
fraqueza.
BOTULISMO
Botulismo Alimentar
Caracteriza-se por instalação súbita e progressiva. Os sinais e sintomas iniciais podem ser
gastrintestinais e/ou neurológicos. As manifestações gastrintestinais mais comuns são:
náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal, podendo anteceder ou coincidir com os sinais e
sintomas neurológicos. Os primeiros sinais e sintomas neurológicos podem ser inespecíficos,
tais como cefaleia, vertigem e tontura.
Botulismo Alimentar
Ocorre por ingestão de toxinas presentes em alimentos previamente contaminados, que são
produzidos ou conservados de maneira inadequada. Os alimentos mais comumente envolvidos
são conservas vegetais, principalmente as artesanais (palmito, picles, pequi); produtos cárneos
cozidos, curados e defumados de forma artesanal (salsicha, presunto, carne frita conservada
em gordura – “carne de lata”); pescados defumados, salgados e fermentados; queijos e pasta
de queijos e, raramente, em alimentos enlatados industrializados.
Descrição: Doença bacteriana aguda, cujo quadro clínico apresenta-se geralmente com febre
alta, cefaleia, mal-estar geral, anorexia, bradicardia relativa (dissociação pulso-temperatura,
conhecida como sinal de Faget), esplenomegalia, manchas rosadas no tronco (roséola tífica),
obstipação intestinal ou diarreia e tosse seca. Pode haver comprometimento do sistema
nervoso central. A administração de antibioticoterapia mascara o quadro clínico, impedindo o
diagnóstico precoce e etiológico. A Febre Tifoide tem distribuição mundial e esta associada a
baixos níveis socioeconômicos, principalmente a precárias condições de saneamento.
Agente Etiológico: Salmonella entérica, sorotipo Typhi (S. Typhi), bactéria gram-negativa da
família Enterobacteriaceae.
Medidas de Controle
Conduta Frente a um Caso: Ver orientações no tópico tratamento. Os pacientes devem ser
afastados da manipulação de alimentos e devem ser orientados sobre medidas de higiene,
principalmente em relação à limpeza rigorosa das mãos.
ERISIPELA
Medidas de Controle: Uso de antibiótico durante um ano para evitar a reinfecção, ou também,
pode-se aplicar uma dose de 1.200.000 UI (IM) de penicilina benzatina, a cada três semanas,
por um período de 5 anos no mínimo. As pessoas alérgicas devem fazer uso de sulfametoxazol
mais trimetoprima ou ainda sulfisoxizol.
IMPETIGO
Impetigo Bolhoso: vesículas e bolhas desenvolvem-se em pele normal, sem eritema ao redor.
As lesões localizam-se no tronco, face (Figura 1), mãos, áreas intertriginosas, tornozelo ou
dorso dos pés, coxas e nádegas. O conteúdo seroso ou sero-pustulento desseca-se,
resultando em crosta amarelada que é característica do Impetigo. Quando não tratada tem
tendência à disseminação. A lesão inicial muitas vezes é referida como se fosse uma bolha de
queimadura de cigarro.
Impetigo Não Bolhoso: geralmente inicia-se com lesões eritematosas seguida da formação de
vesículas e pústulas que se rompem rapidamente formando áreas erosadas com as típicas
crostas de coloração amarelada. Localizam-se preferencialmente na face, braços (Figura 2),
pernas e nádegas. É comum a presença de lesões satélites que ocorrem por autoinoculação.
As lesões do Impetigo duram dias ou semanas. Quando não tratadas podem envolver a derme
o que constitui o ectima, com ulceração extensa e crosta hemorrágica (Figura 3).
Figura 2: Impetigo.
Figura 3: Impetigo.
Modo de Transmissão: A partir dos focos de colonização das bactérias nas narinas do
próprio paciente ou de portador assintomático; 20 a 30% da população geral é portadora de
estafilococos coagulase positiva. As mãos são o meio mais importante para transmitir a
infecção. A fonte mais comum de propagação epidêmica são as lesões supurativas.
PROTOZOOLOGIA
INTRODUÇÃO
Protozoários são seres unicelulares, na maioria heterótrofos, mas com formas autotróficas e
com mobilidade especializada. Esta última serviu de critério para sua taxonomia. A maioria
deles é muito pequena, medindo de 0,01 mm a 0,05 mm aproximadamente. Sua forma de
nutrição é muito diferenciada, pois podem ser predadores ou filtradores, herbívoros ou
carnívoros, parasitas ou mutualistas. A digestão é intracelular, por meio de vacúolos digestivos.
A célula é muito especializada, e cada organela tem uma função vital. O sistema locomotor é
um dos mais especializados, com flagelos, cílios, membranas ondulantes, ou pseudópodes.
Estes organismos estão presentes em todos os ambientes por causa de seu tamanho reduzido
e produção de cistos resistentes.
Quanto à sistemática, podem ser divididos, a grosso modo, em quatro grupos distintos:
flagelados, amebóides, formadores de esporos e ciliados.
Dependendo da sua atividade fisiológica, algumas espécies possuem fases bem definidas:
-Trofozoíto: é a forma ativa do protozoário, na qual ele se alimenta e se reproduz.
-Cisto: é a forma de resistência ou inativa.
PROTOZOOSES
1 - LEISHMANIOSES
Enfermidade polimórfica da pele e das mucosas, caracterizada por lesões ulcerosas indolores,
únicas ou múltiplas (forma cutânea simples), lesões nodulares (forma difusa) ou lesões
cutaneomucosas, que afetam as regiões mucofaríngeas concomitantemente ou após a
infecção cutânea inicial.
Agente etiológico: A LTA é causada por parasitos do gênero Leismania (Ross, 1903). Este
protozoário tem seu ciclo completado em dois hospedeiros, um vertebrado e um invertebrado
(heteroxeno).
- Promastigotas: formas alongadas em cuja região anterior emerge um flagelo livre. São
encontradas no tubo digestivo do inseto vetor e em cultura.
As leishmanias do “complexo brasiliensis” vão migrar para as regiões do piloro e do íleo (seção
peripilária). Nestes locais elas se transformam de promastigotas para paramastigotas, aderindo
ao epitélio do intestino do inseto.
Nas leishmanias do “complexo mexicana” o mesmo fenômeno ocorre, porém a fixação das
paramastigotas se dá no estômago do inseto. Novamente se transformam em promastigotas e
migram para a região da faringe do inseto. Neste local se transformam novamente em
paramastigotas e à partir daí vão se transformando em pequenas promastigotas infectantes,
altamente móveis, que se deslocam para o aparelho bucal do inseto.
Profilaxia:
- Evitar as picadas de flebotomíneos através de medidas de proteção individual: repelentes,
telas de mosquiteiro de malha fina e embebidos em inseticida piretróide (bednets).
- Em áreas de colonização recente, recomenda-se a construção de casas a uma distância de
pelo menos 500 m da mata, devido a baixa capacidade de vôo dos flebotomíneos.
- Vacinação: em fase final de testes (Leishvacin )
Diagnóstico:
Diagnóstico Clínico
- Baseado na característica da lesão e em dados epidemiológicos.
Tratamento: - Introduzido pelo médico brasileiro Gaspar Vianna, em 1912, com o uso de uma
antimonial tártaro hermético.
- Atualmente é utilizado um antimonial pentavalente, o Glucantime.
- Somente a forma difusa não responde bem ao tratamento.
- Imunoterapia: a Leishvacin, vacina utilizada para imunoprofilaxia, vem sendo usada no
tratamento
de pacientes que não respondem bem ao tratamento com resultados promissores.
Agente etiológico:
- Leishmania chagasi
Morfologia:
- Semelhante a LTA
Ciclo: O ciclo é do tipo heteroxeno e envolve como transmissor as fêmeas do mosquito
Lutzomyia longipalpis. O ciclo é semelhante a da LTA, com o inseto ingerindo as formas
amastigotas durante o seu
repasto sanguíneo e sofrendo divisões e transformações dentro do inseto. A figura abaixo
representa o ciclo da LVC: As formas promastigotas injetadas pela picada do flebotomíneo são
fagocitadas por macrófagos, transformam-se em amastigotas e reproduzem-se dentro dos
macrófagos. Quando os macrófagos estão densamente parasitados rompem-se e as
amastigotas são fagocitadas por outros macrófagos.
A via de disseminação das leishmanias pode ser hematogênica e/ou linfática. A Leishmania
chagasi raramente tem sido encontrada no sangue periférico humano, embora nos canídeos
este
achado seja frequente.
Aspectos clínicos: Alterações esplênicas: a esplenomegalia (aumento do baço) é o achado
mais importante e destacado do calazar.
Alterações hepáticas: outra característica marcante do calazar, as alterações hepáticas
causam disproteinemia, que leva ao edema generalizado e a ascite, comuns na fase final da
doença.
Alterações no tecido hemocitopoético: uma das mais importantes é a anemia. A medula óssea
é usualmente encontrada densamente parasitada.
Distribuição geográfica: A LVC é uma doença própria da zona rural da maioria das regiões
tropicais e subtropicais do mundo: Ásia, Oriente Médio, África, América Central e do Sul.
Diagnóstico:
Clínico:
Febre baixa recorrente, envolvimento linfático, esplenomegalia e caquexia, combinados com
histórico de residência em área endêmica.
Agente etiológico:
- Trypanosoma cruzi
Ciclo:
- Heteroxênico, passando por uma fase de multiplicação intracelular no hospedeiro vertebrado
e extracelular no inseto vetor (triatomíneos).
Neste local ocorre a transformação das tripomastígotas em amastigotas, que se multiplicam por
divisão binária.
A seguir ocorre a diferenciação das amastigotas em tripomastígotas que são liberados da
célula hospedeira caindo no interstício.
Estas tripomastigotas na corrente sanguínea, atingem outras células de qualquer outro tecido
ou órgão para cumprir um novo ciclo celular ou são destruídos pelo sistema imune. Podem
ainda ser ingeridos por triatomíneos, onde cumprirão seu ciclo extracelular.
Mecanismos de Transmissão:
- Transmissão pelo vetor;
- Transfusão sanguínea;
- Transmissão congênita;
- Acidentes de laboratório;
- Transmissão oral;
- Coito;
- Transplantes.
Patogenia:
- Fase aguda:
Pode ser sintomática ou assintomática, sendo a segunda mais freqüente. Ambas estão
relacionadas com o estado imunológico do paciente.
A fase aguda se inicia através das manifestações locais, quando o T. cruzi penetra na
conjuntiva (sinal de Romaña) ou na pele (chagoma de inoculação) As manifestações gerais são
febre, edema localizado e generalizado, hepatomegalia, esplenomegalia, e ás vezes,
insuficiência cardíaca e perturbações neurológicas.
Megas: Os megas são dilatações permanentes e difusas das vísceras ocas (megacólon,
megaesôfago, megaduodeno, megabexiga, etc), não provocadas por obstrução.
Diagnóstico:
- Clínico:
Origem do paciente, presença dos sinais de entrada, acompanhados de febre irregular ou
ausente, hepatoesplenomegalia, taquicardia, edema generalizado ou dos pés.
As alterações cardíacas (reveladas pelo eletrocardiograma), do esôfago e do cólon (reveladas
pelo raio X) fazem suspeitar da fase crônica da doença.
Pesquisa do parasito:
- Xenodiagnóstico;
- Hemocultura
Profilaxia:
- Melhoria das habitações rurais;
- Combate ao barbeiro;
- Controle do doador de sangue;
- Vacinação.
3 – MALÁRIA
A malária é uma das doenças parasitárias que maior dano já causou a milhões de pessoas nas
regiões tropicais e subtropicais do globo. A malária humana existente no Brasil é causada por
três espécies de Plasmodium: P. vivax, causador da terçã benigna; P. falciparum, agente da
terçã maligna e P. malariae causador da quartã benigna.
Hábitat do parasito:
Varia conforme a fase do ciclo evolutivo do parasito. Assim, no homem, temos formas
parasitando os hepatócitos durante a fase pré-eritrocítica e formas parasitando hemácias na
fase eritrocítica. No mosquito encontramos formas parasitárias principalmente no estômago e
glândulas salivares.
Ciclo biológico:
No homem pode ser dividido em duas partes:
- Fase exoeritrocítica: é a fase do ciclo que se passa nos hepatócitos antes de se desenvolver
nos eritrócitos. É também conhecida como ciclo pré-eritrocítico, ciclo tissular primário ou
criptozóico.
- Fase eritrocítica: é a fase do ciclo que se passa nos eritrócitos.
O ciclo se passa em dois hospedeiros: no homem, com reprodução assexuada do tipo
esquizogonia e no mosquito, com reprodução sexuada do tipo esporogonia.
Uma pessoa entra numa zona malarígena e é picada por um mosquito fêmea do gênero
Anopheles. Estando infectado, este inocula de 10 a 20 esporozoítos. Esses permanecem na
corrente sanguínea por cerca de 30 minutos.
Daí vão para o fígado, onde penetram em hepatócitos iniciando o ciclo tissular. No hepatócito
se multiplicam completando a esquizogonia com a produção de milhares de merozoítos.
Esta fase dura seis dias em P. falciparum e oito dias para P. vivax.
Após este período, os merócitos (hepatócitos contendo merozoítos) se rompem, pondo em
liberdade milhares de merozoítos.
Parte destes é englobada por células fagocitárias e destruídas, outra parte poderia tomar duas
direções: uns voltariam para os hepatócitos, permanecendo aí dormentes ou em um novo ciclo
esquizogônico e outros iniciam um novo ciclo eritrocítico.
Estes merozoítos que invadem as hemácias estão dando início ao ciclo eritrocítico. O
merozoíto penetra na hemácia, transforma-se em trofozoíto eritrocíctico.
Apresentando-se dentro da hemácia na forma de um anel, com a massa citoplasmática
envolvendo um vacúolo digestivo e um único núcleo.
Esse trofozoíto continua a crescer às expensas da hemácia (O2, hemoglobina, glicose): o
vacúolo diminui e o núcleo se desenvolve. Ele está com 48-72 horas e pronto para iniciar a
esquizogonia – transformação e divisão celular.
Completada a esquizogonia temos o esquizonte: citoplasma enchendo quase toda a hemácia
com um número variável de núcleos, dependendo da espécie.
Cada núcleo se separa com uma porção de citoplasma, formando os merozoítos dentro da
hemácia, e ao conjunto denominamos merócito.
Durante a fase eritrocítica, alguns merozoítos penetram em hemácias jovens (ainda na medula
óssea) e se diferenciam, formando os gametócitos. É o início da reprodução sexuada ou
esporogonia, que se completará no mosquito.
Estes rompem a parede da célula e invadem toda a cavidade geral do inseto, chegando as
glândulas salivares.
Quando o mosquito vai exercer um novo repasto sanguíneo, inocula com a saliva os
esporozoítos, que caem na corrente sanguínea e vão para o fígado, iniciar um novo ciclo.
Imunidade
Existem vários tipos de imunidade na malária:
- Imunidade ou resistência natural: é quando uma espécie de plasmódio não se desenvolve em
determinado hospedeiro. Esta resistência é inata e não depende do contato prévio com o
parasito.
Diagnóstico
- Clínico: a anamnese, o tipo de acesso, a anemia e a esplenomegalia. Porém, para a
identificação da espécie, há necessidade de exames de laboratório.
Epidemiologia
A fonte da infecção humana é o próprio homem, apesar de evidências que outros primatas
podem abrigar plasmódios humanos e vive-versa.
Assim, os gametóforos (pessoas que possuem gametócitos no seu sangue circulante) são os
que tem importância epidemiológica, uma vez que são fonte de infecção para os mosquitos.
Para que exista malária em uma região, são necessários três elos fundamentais: o gametóforo,
o mosquito transmissor e o homem susceptível.
A Amazônia é uma das áreas mais atingidas pela malária no Brasil. Isto se deve a uma série
de fatores, como:
- População dispersa, difícil de ser atingida;
- Migrações constantes dos habitantes;
- Moradia inadequada (sem paredes) para a aplicação de inseticidas;
- Possui muitas zonas de ocupação humana sem controle, como garimpos clandestinos.
Profilaxia
Teoricamente a malária pode ser controlada atingindo-se diferentes pontos da cadeia
epidemiológica:
- Tratar o homem doente (eliminando a fonte de infecção ou reservatório);
- Proteger o homem sadio (quimioprofilaxia, telar janelas, etc.);
- Combater o transmissor (fase larval ou adulta).
- Os métodos de proteção podem ser individuais ou coletivas.
Individuais: visa proteger o indivíduo das picadas dos insetos ou pelo uso de quimioprofiláticos.
A quimioprofilaxia é desaconselhada pela OMS por favorecer o desenvolvimento da resistência
nos
plasmódios.
Coletivas: recomendada pela OMS, pode visar o controle ou a erradicação. O controle visa
reduzir a incidência da doença em certas áreas ou minorar seus efeitos clínicos.
A erradicação visa extinguir a doença, eliminar os reservatórios (gametóforos) e impedir que
ela recomece depois de erradicada.
Tratamento
O tratamento é feito atualmente usando a cloroquina, um derivado da quinina. Nos casos de
plasmódios resistentes pode se utilizar a primaquina.
Na malária, o tratamento dos doentes e principalmente dos gametóforos é um dos elos mais
importantes do controle.
4 –TRICOMONÍASE
Agente etiológico:
Humanos: Trichomonas vaginalis
Suínos: Tritrichomonas suis
Bovinos: Trichomonas foetus
Aves: Trichomonas gallinae e Tetratrichomonas gallinarum
É monoxeno e não possui forma cística, somente a trofozoítica. Reprodução por divisão binária
longitudinal.
Local da infecção:
Trato geniturinário do homem e da mulher.
Fisiologia:
Anaeróbio facultativo, utilizando para a obtenção de energia glicose, maltose e galactose.
Transmissão:
É uma doença venérea.
É transmitido pela relação sexual e pode sobreviver por mais de um mês no prepúcio de um
homem sadio, após o coito com uma mulher infectada.
O homem é o vetor da doença; com a ejaculação, os tricomonas presentes na mucosa da
uretra são levados a vagina pelo esperma.
A tricomoníase neonatal em meninas é adquirida durante o parto.
Patologia
Mulher:
- Varia da forma assintomática ao estado agudo.
- A infecção vaginal provoca uma vaginite que se caracteriza por um corrimento vaginal fluido
abundante de cor amarelo-esverdeada, bolhoso, de odor fétido, mais comumente no período
pós menstrual.
- A mulher apresenta dor e dificuldade para as relações sexuais, desconforto nos genitais
internos,
dor ao urinar e frequência miccional.
Homem:
- A tricomoníase no homem é comumente assintomática.
- Se sintomática, apresenta como uma uretrite com fluxo leitoso ou purulento e uma leve
sensação de prurido na uretra.
- Pela manhã, antes da passagem da urina, pode ser observado um corrimento claro, viscoso e
pouco abundante, com desconforto para urinar (ardência miccional).
Diagnóstico:
- Clínico: o diagnóstico diferencial da tricomoníase, tanto no homem como na mulher é difícil,
sendo essencial o diagnóstico parasitológico.
Epidemiologia:
O T. vaginalis é o mais freqüente patógeno encontrado entre as DST’s (doenças sexualmente
transmitidas).
Estima-se que 180 milhões de mulheres no mundo se infectem anualmente, correspondendo a
1/3 de todas as vaginites diagnosticadas.
O organismo, não possuindo forma cística, não resiste a dessecação e a altas temperaturas.
Profilaxia:
- Abster-se do ato sexual;
- Uso de preservativos (camisinha) durante todo o intercurso sexual;
- Limitar o número de parceiros;
- Se um dos parceiros estiver infectado, o outro também tem de ser tratado, prevenindo a
reeinfecção.
Tratamento:
Eficiente, realizado com nitrimidazóis, mais comumente com metronidazol.
5 – GIARDÍASE
Agente etiológico:
Giardia lamblia.
Morfologia:
Apresenta duas formas: cística e trofozoítica.
Transmissão:
Através da ingestão de cistos, veiculados através de:
- Ingestão de água sem tratamento ou deficientemente tratadas (só com cloro);
- Alimentos contaminados, sendo que estes podem ser contaminados por moscas e baratas;
- De pessoa a pessoa, através de mãos contaminadas;
- Através de sexo anal;
- Animais domésticos contaminados com Giardia de morfologia semelhante a humana.
Sintomatologia:
A maioria das infecções por G. lamblia é assintomática.
Os casos sintomáticos dependem de fatores não bem conhecidos e estão relacionados com a
cepa e o número de cistos ingeridos, deficiência imunitária do paciente e principalmente por
baixa acidez no suco gástrico (acloria).
A forma aguda se apresenta como uma diarréia do tipo aquosa, explosiva, de odor fétido,
acompanhada de gases, com distensão e dores abdominais.
Essa forma aguda dura poucos dias e seus sintomas iniciais podem ser confundidos com
diarréias virais e bacterianas.
Diagnóstico
- Clínico: diarréia com esteatorréia, irritabilidade, insônia, náuseas e vômitos, perda de apetite e
dor abdominal. Apesar destes sintomas serem bastante característicos, é conveniente a
comprovação por exames laboratoriais.
- Laboratorial: deve-se fazer exame de fezes nos pacientes para identificar cistos ou trofozoítos
nestas.
O diagnóstico da giardíase apresenta dificuldades devido ao fato de que pacientes infectados
não eliminam cistos continuamente. Para contornar tal situação, recomenda-se fazer o exame
de três amostras fecais em dias alternados.
Caso ainda não se encontrem cistos, recomenda-se o exame do fluído duodenal e biópsia
jejunal, obtidas através de tubagem duodenal.
Profilaxia
- Higiene pessoal;
- Proteção dos alimentos;
- Tratamento de água;
- Ferver a água;
- Diagnóstico e tratamento dos doentes.
Tratamento:
- Metronidazol, tinidazol, ornidazol e secnidazole.
6 - AMEBÍASE
Classificação
- Filo Sarcomastigophora
- Sub-filo Sarcodina
- Ordem Amoebida
- Família Entamoebida
Destas, somente E. histolytica pode causar doença ao homem. Apresentam duas formas:
Uma forma de resistência, que também é a forma infectante, chamado cisto. Os cistos são
esféricos ou ovais, medindo de 8 a 20 m de diâmetro. Possuem quatro núcleos, com
cariossoma pequeno e central e a cromatina periférica.A segunda forma é a reprodutiva, ou
trofozoítica. Mede de 20 a 40 m, mas podem chegar a 60 m nas formas obtidas de lesões
tissulares. Geralmente possuem um só núcleo, bem nítido nas formas coradas e pouco visível
nas formas vivas.
Ação patogênica
A patogenia se dá através da invasão dos tecidos pelos trofozoítos invasivos e virulentos.
Manifestações clínicas:
Amebíase intestinal:
- Formas assintomáticas; 80 a 90% das infecções por E. histolytica. Formas sintomáticas:
- Colite não-disentérica:
É a forma clínica mais comum em nosso meio. Se manifesta por evacuação diarréica ou não,
com duas a quatro evacuações por dia, com fezes moles ou pastosas. Raramente há febre. O
que caracteriza esta forma é a alternância entre a manifestação clínica e períodos silenciosos.
- Colite disentérica.
Disenteria aguda, acompanhadas de cólicas intestinais, com evacuações mucosanguinolentas
e febre moderada. O paciente ainda pode apresentar tenesmo e tremores de frio. Pode haver
oito a dez evacuações por dia.
Diagnóstico
- Clínico:
Difícil de ser feito, por apresentar sintomatologia comum a várias doenças intestinais.
No abcesso hepático, além da dor, febre e esplenomegalia, pode-se fazer o diagnóstico
através de raios-x, cintilografia, ultrassonografia e tomografia computadorizada.
- Laboratorial
Exame de fezes, procurando por cistos ou trofozoítos.
O exame do aspecto e da consistência das fezes é muito importante, principalmente se ela é
desintérica e contém muco e sangue.
Epidemiologia
- Estima-se que meio milhão de pessoas em todo o mundo estão infectadas por E. histolytica.
- Maior prevalência em regiões tropicais; talvez mais devido a condições sócio-econômicas que
ao clima.
- Transmissão oral através de cistos;
- Endêmica; não tendo um caráter epidêmico como a giardíase.
- Os cistos permanecem viáveis por 20 dias;
- Portadores assintomáticos; são os principais disseminadores da doença.
- Manipuladores de alimentos também são importantes elos, principalmente na área urbana.
- Moscas e baratas; (veiculação mecânica ).
Profilaxia
- Saneamento básico;
- Educação sanitária;
- Lavar os alimentos com substâncias amebicidas (permanganato de potássio, iodo).
- Vacinas.
Tratamento
- Amebicidas que atuam na luz intestinal;
- Amebicidas tissulares;(Muito tóxicos, só usados em caso de falha dos outros medicamentos).
- Amebicidas que atuam tanto na luz intestinal quanto nos tecidos;
Derivados imidazólicos: Metronidazol, são os mais utilizados.
7 - TOXOPLASMOSE
Agente Etiológico:
Toxoplasma gondii, um protozoário de distribuição geográfica mundial, com alta prevalência
sorológica, podendo atingir 60% da população em determinados países.
A toxoplasmose é uma zoonose e atinge quase todas as espécies de mamíferos e aves. Os
felinos são os hospedeiros definitivos e os outros animais (inclusive o homem) hospedeiros
intermediários.
Morfologia e hábitat
O T. gondii pode ser encontrado em vários tipos de tecidos e células (exceto hemácias) e
líquidos orgânicos (saliva, leite, esperma, líquido peritoneal).
Formas:
- Taquizoíto. É a forma encontrada na fase aguda da infecção, sendo denominada também
forma proliferativa, forma livre ou trofozoítica. É uma forma móvel, de multiplicação rápida
(tachys = rápido), por endodiogenia. São pouco resistentes a ação do suco gástrico, no qual
são rapidamente destruídos.
- Bradizoíto. É a forma encontrada nos tecidos (musculares esquelético e cardíaco,
nervoso,retina), geralmente durante a fase crônica da infecção. Se multiplicam lentamente
(bradys = lento) dentro do cisto por endodiogenia ou endopoliginia. A parede do cisto é
resistente e elástica, isolando os bradizoítos da ação do sistema imune do hospedeiro. São
mais resistentes à passagem pelo estômago que os taquizoítos e podem permanecer viáveis
por vários anos nos tecidos.
-Oocisto. É a forma de resistência que possui uma parede dupla bastante resistente às
condições do meio ambiente. São produzidos nas células intestinais dos felinos não imunes e
são eliminados ainda imaturos junto com as fezes. Após a esporulação no meio ambiente, cada
oocisto contém dois esporocistos, cada um com quatro esporozoítos.
Ciclo
Possui duas fases:
- Assexuada, nos tecidos de vários hospedeiros;
- Sexuada, nas células do epitélio intestinal dos gatos jovens.
Fase assexuada:
Começa com o hospedeiro susceptível (mamíferos e aves) ingerindo oocistos maduros ou
tecidos contendo cistos com bradizoítos. Os taquizoítos são destruídos pelo suco gástrico, mas
se penetrarem na mucosa oral poderão evoluir como os oocistos e os bradizoítos.
Transmissão
O homem adquire a doença por três vias principais:
- Ingestão de oocistos presentes em jardins, caixas de areia, latas de lixo ou disseminados
mecanicamente por moscas, baratas, minhocas, etc.
- Ingestão de cistos tissulares encontrados na carne crua ou mal cozida, especialmente de
porco e de carneiro. O congelamento a 0oC e o cozimento acima de 60oC mata os cistos na
carne.
- Congênita ou transplacentária: cerca de 40% dos fetos pode adquirir a doença se a mãe
estiver na fase aguda da doença durante a gestação.
Diagnóstico
- Clínico: difícil, porque as maioria das infecções é assintomática ou se confunde com sintomas
de outras doenças.
Epidemiologia e profilaxia
Tanto os gatos domésticos quantos os selvagens possuem o ciclo sexuado.
É encontrado em todos os países do mundo, nos mais variados climas e condições sociais.
Tratamento
Só eficaz na fase aguda, não existindo uma droga eficaz na fase crônica da doença. Os
medicamentos só agem nas formas proliferativas, e não nos cistos tissulares.
Pirimetamina com sulfadiazina ou sulfadoxina.
VERMINOSES
INTRODUÇÃO
- Sistema excretor: presente (formado por uma rede de túbulos denominados protonefrídeos,
culminando em um poro terminal localizado na região dorsal do animal);
Classe Tubelaria: Animais de vida livre, sendo a maioria de ambiente aquático, apenas
alguns terrestres, são predadores e necrófagos. Ex.: planárias
Esquistossomose
O parasita foi descoberto em 1851 pelo médico alemão Theodor Biliarz (1925 – 1862).
Porém o descobridor do Schistisoma mansoni foi o cientista brasileiro Manoel Augusto
Piragan da Silva que morreu antes da descoberta do medicamento. O verme causador da
esquistossomose intestinal não é nativo do nosso país. Tendo chegado aqui no período da
escravidão com os africanos, proveniente de regiões endêmicas.
O primeiro foco descrito no estado foi no município de Jacarezinho, situado na região norte
do Paraná. A partir daí ficou descoberto vários municípios com casos, todos os outros
municípios, todos do norte do estado, principalmente aqueles às margens dos rios Cinza,
Tibagí e Paranapoema.
O S. mansoni é dióico. A fêmea vive numa cavidade do macho chamada canal ginecóforo.
Fazem fecundação cruzada e interna.
Eliminados e alcançando a água, os ovos eclodem originando miracídios, que medem 0,15
mm, e vão parasitar o hospedeiro intermediário (caramujo do gênero Biomphalaria). No
caramujo, o miracídio se desenvolve, dando origem a cercárias .
A maturação sexual ocorre nesse local após cerca de 30 dias da penetração, originado
machos e fêmeas de 1 a 1.5 cm de comprimento. Há reprodução e ovipostura. Alguns ovos
atravessam o endotélio dos vasos, atingindo a luz intestinal, onde são eliminados nas fezes
ganhando, assim, o meio ambiente. No entanto, boa parte desses ovos migram para o
fígado.
O tempo entre a penetração cutânea e o aparecimento dos ovos nas fezes é de 3 a 4
semanas.
Na fase aguda da infecção, ocorre a dermatite cercariana (inflamação aguda da pele no local
da penetração da cercária). Na fase crônica, ocorre embolia pulmonar; hepatite
granulomatosa provocada pela presença dos ovos; fibrose do sistema porta, com
conseqüente ascite e hepatoesplenomegalia.
Sinais e sintomas
As principais manifestações da doença são as hemorragias digestivas. A apalpação do
abdômen revela hepato e esplenomegalia, que são aumento de tamanho do fígado e do baço;
apresenta-se também a hipertensão porta, provocando o atraso no crescimento do paciente, no
caso de mulheres pode ocorrer à amenorréia, que é o atraso ou ausência da menstruação. As
varizes do estomago são facilmente vistas por exames radiológicos e a esplenoportografia.
A fase aguda se inicia com febre, dor de cabeça, calafrios, suores, fraqueza, falta de apetite,
dor muscular, tosse e diarréia.
Nesse estágio a aparência enfermo torna-se característica: fraco, mas com uma enorme
barriga, o que dá à doença o nome popular de ‘Barriga d’água’.
Complicações
Fibrose hepática, hipertensão portal, insuficiência hepática severa, hemorragiadigestiva, cor
pulmonale. O comprometimento do sistema nervoso central e de outros órgãos, secundário ao
depósito ectópico de ovos. Nos rins, pode ocorrer glomerulonefrite.
Diagnóstico
É importante se conhecer o histórico do paciente, saber se ele esteve presente em áreas
consideradas endêmicas da doença, além dos sintomas e do quadro clínico apresentado por
este paciente. Para se ter um diagnóstico seguro, pode ser realizado exames de fezes e urina,
onde se evidenciam ovos no material em questão, além de biópsia de órgãos, como da mucosa
do final do intestino. Hoje em dia, existem exames indiretos que detectam a presença de
anticorpos no sangue contra o Schistosoma.
Tratamento
O tratamento é feito com medicamentos que combatem este parasita, a droga de eleição é o
Praziquantel.
Prevenção
Os propósitos do programa são de prevenir a ocorrência de formas graves e reduzir a
prevalência da infecção impedindo a expansão da endemia.
Teníase
O hospedeiro definitivo tem potencial de continuar o ciclo da doença, caso suas fezes
contaminem a água e alimentos dos hospedeiros intermediários ou de outras pessoas;
Um indivíduo que ingere ovos da Taeniasolium diretamente, pode ter seu organismo
bastante comprometido, uma vez que o embrião (oncosfera) passa do intestino para a
corrente sanguínea. Com o auxílio de suas ventosas e, principalmente, dos ganchos, pode
se alojar no cérebro, olhos, pele ou músculos – inclusive do coração - podendo conferir ao
portador quadro de cegueira definitiva, convulsão ou, até mesmo, óbito.
Este processo de ingestão direta do ovo da tênia do porco pelo indivíduo humano é
denominado cisticercose.
A teníase e a cisticerscose são causadas pelo mesmo parasita, só que em fases distintas
de vida.
A teníase causada pela T. solium não é considerada fatal, enquanto que a cisticercose
causada por ela pode levar à morte.
Diagnóstico
Clínico, epidemiológico e laboratorial. Como a maioria dos casos de Teníase é
oligossintomático, o diagnóstico comumente é feito pela observação do paciente ou, quando
crianças, pelos familiares. Isso ocorre porque os proglotes são eliminados espontaneamente e
nem sempre são detectados nos exames parasitológicos de fezes.
Em geral, para se fazer o diagnóstico da espécie, coleta-se material da região anal e, através
do microscópio, diferencia-se morfologicamente os ovos da tênia dos demais parasitas.
Período de Incubação
Cisticercose humana - Varia de 15 dias a anos apos a infecção.
Teníase - Cerca de 3 meses apos a ingesta da larva, o parasita adulto já é encontrado no
intestino delgado humano.
Período de Transmissibilidade
Os ovos das tênias permanecem viáveis por vários meses no meio ambiente, contaminado
pelas fezes de humanos portadores de Teníase.
Sinais e sintomas
Muitas vezes a teníase é assintomática. Porém, podem surgir transtornos dispépticos, tais
como: alterações do apetite (fome intensa ou perda do apetite), enjôos, diarréiasfrequentes,
perturbações nervosas, irritação, fadiga e insônia.
Tratamento
A profilaxia consiste na educação sanitária, em cozinhar bem as carnes e na fiscalização da
carne e seus derivados (lingüiça, salame, chouriço,etc.)
ASCARIDÍASE
Complicações
Obstrução intestinal, perfuração intestinal, colecistite, colelitíase, pancreatite aguda e abscesso
hepático.
Reservatório
O homem: o verme habita o intestino delgado.
Modo de transmissão
Ingestão dos ovos infectantes do parasita, procedentes do solo, água ou alimentos
contaminados com fezes humanas.
Período de incubação
O período de incubação dos ovos férteis até o desenvolvimento da larva infectante, no meio
exterior e em condições favoráveis é de, aproximadamente, 20 dias. O período pré-patente da
infecção (desde a infecção com ovos embrionados até a presença ovos nas fezes do
hospedeiro) é de 60 a 75 dias.
Período de transmissibilidade
Durante todo o período em que o indivíduo portar o verme e estiver eliminando ovos pelas
fezes. Portanto, é longo quando não se institui o tratamento adequado. As fêmeas fecundadas
no aparelho digestivo podem produzir cerca de 200.000 ovos por dia. A duração média de vida
dos vermes adultos é de 12 meses. Quando os ovos embrionados encontram um meio
favorável, podem permanecer viáveis e infectantes durante anos.
Tratamento
Através de medicações. Comumente são utilizadas: o Albendazol (ovocida, larvicida e
vermicida), 400mg/dia, em dose única para adultos; em criança, 10mg/kg, dose única;
Mebendazol, 100mg, 2vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos.
Não é recomendado seu uso em gestantes. Essa dose independe do peso corporal e da
idade. Levamizol, 150mg, VO, em dose única para adultos; crianças abaixo de 8 anos, 40mg, e
acima de 8 anos, 80 mg, também em dose única. Tratamento da obstrução intestinal:
piperazina, 100mg/kg/dia + óleo mineral 40 a 60ml/dia + antiespasmódicos + hidratação. Nesse
caso, estão indicados sonda nosogástrica e jejum + mebendazol, 200mg ao dia, dividido em
2tomadas, por 3 dias.
Prevenção
Através de medidas de saneamento básico: ingerir somente água tratada, lavar bem frutas e
legumes antes de ingeri-los, lavar sempre as mãos e não defecar em locais inapropriados.
É necessário, também, fazer o tratamento de todos os portadores da doença. A ascaridíase
está mais presente em países de clima tropical e subtropical. As más condições de higiene e a
utilização das fezes como adubo contribuem para a prevalência dessa verminose nos países
do terceiro mundo.
ENTEROBÍOSE
Reservatório: O homem.
Modo de transmissão
São diversos os modos de transmissão:
a) Auto-infecção externa ou Direta - Do ânus para a cavidade oral, através dos dedos,
principalmente nas crianças, doentes mentais e adultos com precários hábitos de higiene;
b) Indireta - Ovos presentes na poeira ou alimentos atingem o mesmo hospedeiro que os
eliminou;
c) Heteroinfecção - Os ovos presentes na poeira ou alimentos atingem um novo hospedeiro;
d) Retroinfestação - Migração das larvas da região anal para as regiões superiores do
intestino grosso chegando até o ceco, onde se tornam adultas;
e) Auto-infecção interna - processo raro no qual as larvas eclodem ainda dentro do reto e
depois migrariam até o ceco, transformando-se em vermes adultos.
O homem é o único hospedeiro e sua transmissão ocorre pessoa a pessoa ou por fômites. Os
ovos se tornam infectantes em 4 a 6 horas após a postura na região anal e perianal. A
transmissão direta levando os ovos do ânus para a boca ocorre por contaminação dos dedos e
do depósito subungueal, principalmente em crianças, doentes mentais e adultos com precários
hábitos de higiene.
Sinais e sintomas
Pode cursar assintomática ou apresentar, como característica principal, o prurido retal,
frequentemente noturno, que causa irritabilidade, desassossego, desconforto e insônia. As
escoriações provocadas pelo ato de coçar podem resultar em infecções secundárias em torno
do ânus, que abrem caminho a infecções bacterianas, com presença de congestão na região
anal, ocasionando inflamação com pontos hemorrágicos, onde se encontram frequentemente
fêmeas adultas e ovos.
Nas mulheres, o verme pode migrar para a vulva e vagina, causando prurido vulvar e
corrimento vaginal, e salpingite. As manifestações digestivas registradas são náuseas, vômitos,
dores abdominais, tenesmo e raramente evacuações sanguinolentas. Pode ocorrer ligeira
eosinofilia (4 a 15% de eosinófilos).
Complicações
Salpingites, vulvo vaginites, granulomas pelvianos. Infecções secundárias às escoriações.
Diagnóstico
Em geral, clínico, devido ao prurido característico. O diagnóstico laboratorial reside no encontro
do parasito e de seus ovos. Como dificilmente é conseguido nos parasitológicos de fezes de
rotina, sendo achado casual quando o parasitismo é muito intenso, deve-se pesquisar
diretamente na região perianal, o que deve ser feito pelo método de Hall (swab anal) ou pelo
método de Graham (fita gomada), cuja colheita é feita na região anal, seguida de leitura em
microscópio. Também podem ser pesquisados em material retirado de unhas de crianças
infectadas, que oferecem alto índice de positividade.
Tratamento
Através de medicações. Comumente são utilizadas: Pamoato de pirvínio, 10mg/kg, VO, dose
única. Mebendazol, 100mg, 2vezes ao dia, durante 3 dias consecutivos. Essa dose independe
do pesocorporal e da idade. Albendazol, 10mg/kg, VO, dose única, até no máximo de 400mg.
Todas as 3 drogas são contra-indicadas em gestantes.
Prevenção
Orientar a população em hábitos de higiene pessoal, particularmente o de lavar as mãos antes
das refeições, após o uso do sanitário, após o ato de se coçar e quando for manipular
alimentos. Manter as unhas aparadas rente ao dedo para evitar acúmulo de material
contaminado. Evitar coçar a região anal desnuda e evitar levar as mãos à boca. Eliminar as
fontes de infecção através do tratamento do paciente e de todos os membros da família. Troca
de roupas de cama, de roupa interna e toalhas de banho, diariamente, para evitar a aquisição
de novas infecções pelos ovos depositados nos tecidos. Manter limpas as instalações
sanitárias.
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Lima, L. M.; Santos, J. I.; Franz, H. C. F.Atlas de parasitologia clínica e doenças infecciosas
associadas ao sistema digestivo. Universidade Federal de Santa Catarina, 2005-2013.
Disponível em: http://www.parasitologiaclinica.ufsc.br.
EXERCÍCIOS CAPÍTULO DE VÍRUS
11- Para que uma doença ocorra três fatores precisam estar presentes, quais são eles?