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CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 3
QUIMICA
AMBIENTAL
Sumário
CAPITULO 1.
Água ................................................................................................................................................................7
CAPITULO 2.
Agrotóxicos ..................................................................................................................................................... 27
CAPITULO 3.
Efeito estufa .................................................................................................................................................... 39
CAPITULO 4.
Chuva ácida..................................................................................................................................................... 48
CAPITULO 5.
A camada de ozônio ........................................................................................................................................ 58
CAPITULO 6.
Poluição .......................................................................................................................................................... 69
CAPITULO 7.
Elementos químicos e físicos ..........................................................................................................................81
CAPITULO 8.
Química ambiental do solo ...........................................................................................................................107
CAPITULO 9.
Propriedades físico-químicas dos elementos .............................................................................................. 117
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TECNICO MEIO AMBIENTAL
ETAPA: 3º
DISCIPLINA: QUIMICA AMBIENTAL
CARGA HORARIA TOTAL: 80 HORAS
CARGA HORARIA SEMANAL: 04 AULAS
HABILIDADES:
• Compreender os impactos ambientais causados pela intervenção
humana e o desafio da sustentabilidade.
• Preparar equipamentos, vidrarias e substancias necessária a realização
de experimentos programados.
• Conhecer princípios da química orgânica e inorgânica aplicados ao
controle dos processos ambientais.
• Conhecer as atividades laboratoriais do sistema de tratamento de água e
dos poluentes dos solos, água e ar;
• Interpretar e executar analise volumétrica.
DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS:
QUÍMICA AMBIENTAL
1º NOTA DATA 2º NOTA DATA
BIMESTRE BIMESTRE
REFERENCIAS:
MEDEIROS, Sófocles Borba. Química Ambiental. 3 ed. Revista e ampliada.
Recife, 2005.
Caires; Anália Christina Pereira. Química Ambiental,Curso – Técnico em Meio
Ambiente/ colégio Ateneu Santista acessado: 20/12/2014
http://www.infoescola.com/quimica/propriedades-periodicas-dos-elementos/
Propriedades Químicas / Álvaro Montebelo Barcelos acessado: 20/12/1013 as
09:20
2º MÓDULO
• A importância de reações de alcalinização e acidificação no ambiente
• Equilíbrio de solubilidade e precipitação no ambiente
• Equilíbrio de oxi-redução no ambiente
• Praticas de laboratório em química: apresentação e manuseio de
materiais
• Parâmetros indicativos da poluição das águas: cor, turbidez, sabor, odor,
solids, temperatura, condutividade.
• Parâmetros indicativos da poluição dos solos: textura, cor, composição e
qualidade.
• Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO)
• Demanda Química de Oxigênio (DQO)
• Carbono Orgânico total (COT)
INTRODUÇÃO
A Química Ambiental é a ciência que estuda os aspectos e fenômenos
químicos relacionados ao meio ambiente, como a poluição da água, do ar, do
solo e as interações destes com os diferentes ecossistemas e organismos
vivos. A pesquisa científica, assim como a gestão e transferência de
conhecimentos técnicos na área ambiental, é determinante para fornecer uma
sólida formação de profissionais. Estes poderão contribuir para o
desenvolvimento social, científico e econômico do país, de modo a preservar a
qualidade do meio ambiente. Especialmente as pesquisas na área de química
ambiental são fundamentais para subsidiar ações públicas e governamentais
em prol da conservação ambiental.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CAPITULO 1
ÁGUA
QUÍMICA AMBIENTAL
por um pré-filtro para remover as partículas em suspensão e sedimentos
seguindo para uma câmara declorinadora e removedora de materiais
orgânicos. Logo em seguida os íons inorgânicos como cálcio, sulfato,
carbonato, magnésio, sódio, amônio, nitrito, fosfato, chumbo, cobre e zinco são
removidos na câmara de deionização.
IV- Água Pesada (D2O): seu nome químico é óxido de deutério. Usada nos
reatores nucleares.
V - Água Potável: é a água que se pode beber. É limpa, não possuindo
micróbios ou substâncias que possam nos prejudicar. Contém substâncias
dissolvidas que nos são importantes.
VI - Água Mineral: água natural, potável, com apreciável teor de sais minerais.
Não confundir com água purificada adicionada de sais ou água mineralizada,
onde os sais são adicionados artificialmente.
VII - Água Dura: água rica em sais de cálcio e magnésio, que dificultam a
reação de saponificação.
VIII - Água Poluída: é a água que não se presta para beber, para a higiene
pessoal, para a irrigação do solo ou para outros fins. É caracterizada pela
existência de produtos tóxicos, radioativos, organismos patogênicos ou, até,
pelas altas condições de temperatura.
PROPRIEDADES DA ÁGUA
A água é o composto químico mais abundante na Terra. Pode ser
encontrada na natureza em três estados físicos: sólido (gelo), líquido (água
líquida) e gasoso (vapor). Algumas de suas propriedades estão listadas na
tabela abaixo:
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Legislação e padrões para águas
As normas e os padrões de potabilidade são definidos pelo Ministério da
Saúde para a certificação de que a água não apresenta nenhum risco para a
saúde humana. Esses padrões representam em geral os valores máximos
permitidos (VMP) de concentração de uma série de substâncias e
componentes presentes na água destinada ao consumo humano. É importante
ressaltar que os padrões não se restringem às substâncias que podem causar
danos à saúde, eles incluem também as substâncias que alteram o aspecto e o
gosto da água, ou causar algum tipo de odor.
A norma atual em vigor é a Portaria 518 de 25/03/2004, que substituiu a
portaria 1469. Ela indica os padrões obtidos por estudos epidemiológicos e
toxicológicos realizados por entidades e pesquisadores em todo mundo.
No Brasil o Conselho Nacional do Meio Ambiente (CONAMA), por meio
da resolução nº 357, de 17/03/2005, estabelece os padrões de qualidade de
QUÍMICA AMBIENTAL
corpos aquáticos, bem como os lançamentos de efluentes. As águas residuais,
após tratamento, devem atender aos limites máximos e mínimos estabelecidos
pela referida resolução, e os corpos d'água receptores não devem ter sua
qualidade alterada. O padrão de lançamento de efluentes pode ser excedido
desde que os padrões de qualidade dos corpos d'água sejam mantidos e
desde que haja autorização do órgão fiscalizador, resultante de estudos de
impacto ambiental. A origem da água residual a ser tratada pode ser
doméstica, industrial ou uma mistura de ambas. O nível de tratamento
desejado ou exigido por lei depende das características do próprio esgoto e do
padrão de lançamento ou mesmo se a água residual tratada for reutilizada. De
um modo geral o que se deseja remover das águas residuais é matéria
orgânica, sólidos em suspensão, compostos tóxicos, recalcitrantes, nutrientes
(nitrogênio e fósforo) e organismos patogênicos.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
aproximadamente 1,9% estão localizados nas calotas polares e nas geleiras,
enquanto apenas 0,6 % é encontrado na forma de água subterrânea, em lagos,
rios e também na atmosfera, como vapor d'água.
VARIÁVEIS QUÍMICAS
QUÍMICA AMBIENTAL
oxigênio consumido no processo biológico de oxidação da matéria orgânica
permite chegar à conclusão de que grandes quantidades de matéria orgânica
utilizam grandes quantidades de oxigênio, assim, quanto maior o grau de
poluição, maior será pó valor da DBO. A presença de um alto teor de matéria
orgânica pode induzir ao completo esgotamento do oxigênio na água,
provocando o desaparecimento de peixes e outras formas de vida aquática.
Um elevado valor da DBO pode indicar um incremento da microflora presente e
interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores
desagradáveis e, ainda, pode obstruir os filtros de areia utilizados nas estações
de tratamento de água.
No campo do tratamento de esgotos, a DBO é um parâmetro importante
no controle das eficiências das estações, tanto de tratamentos biológicos
aeróbios e anaeróbios, bem como físico-químicos (embora de fato ocorra
demanda de oxigênio apenas nos processos aeróbios, a demanda “potencial”
pode ser medida à entrada e à saída de qualquer tipo de tratamento). Na
legislação a DBO de cinco dias é padrão de emissão de esgotos direta-mente
nos corpos d’água, sendo exigidos ou uma DBO5, 20 máxima de 60 mg/L ou
uma eficiência global mínima do processo de tratamento na remoção de DBO
igual a 80%. Este último critério favorece aos efluentes industriais
concentrados, que podem ser lançados com valores de DBO ainda altos.
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Óleos e Graxas
Os óleos e graxas são substâncias orgânicas de origem mineral, vegetal
ou animal. Estas substâncias geralmente são hidrocarbonetos, gorduras,
ésteres, entre outros. São rara-mente encontradas em águas naturais,
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
normalmente oriundas de despejos e resíduos industriais, esgotos domésticos,
efluentes de oficinas mecânicas, postos de gasolina, estradas e vias públicas,
óleos e graxas, de acordo com o procedimento analítico empregado, consistem
no conjunto de substâncias que em determinado solvente consegue-se extrair
da amostra e que não se volatiliza durante a evaporação do solvente a 100ºC.
Essas substâncias, solúveis em n-hexano, compreendem ácidos graxos,
gorduras animais, sabões, graxas, óleos vegetais, ceras, óleos minerais, etc.
Os despejos de origem industrial são os que mais contribuem para o
aumento de matérias graxas nos corpos d’água, entre eles os de refinarias,
frigoríficos, saboarias, etc. A pequena solubilidade dos óleos e graxas constitui
um fator negativo no que se refere à sua degradação em unidades de
tratamento de despejos por processos biológicos e, causam problemas no
tratamento d’água quando presentes em mananciais utilizados para
abastecimento público. A presença de material graxo nos corpos hídricos, além
de acarretar problemas de origem estética, diminui a área de contato entre a
QUÍMICA AMBIENTAL
superfície da água e o ar atmosférico, impedindo, dessa maneira, a
transferência do oxigênio da atmosfera para a água.
Os óleos e graxas em seu processo de decomposição reduzem o
oxigênio dissolvido elevando a DBO5, 20 e a DQO, causando alteração no
ecossistema aquático. Na legislação brasileira não existe limite estabelecido
para esse parâmetro.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a
manutenção de processos de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e
estações de tratamento de esgotos. Através de medição do teor de oxigênio
dissolvido, os efeitos de resíduos oxidáveis sobre águas receptoras e a
eficiência do tratamento dos esgotos, durante a oxidação bioquímica, podem
ser avaliados. Os níveis de oxigênio dissolvido também indicam a capacidade
de um corpo d’água natural manter a vida aquática.
TRATAMENTO DA ÁGUA
Etapas
1) Mistura rápida: a água que vem do manancial é misturada sob
agitação a algumas substâncias (cal, sulfato de alumínio e cloro).
2) Floculação e decantação: ao entrar nos floculadores, a água é
agitada lentamente por pás. Uma cortina de madeira reduz a velocidade
da água para que os flocos decantem. A água demora aproximadamente
QUÍMICA AMBIENTAL
uma hora e meia para percorrer o decantador.
3) Remoção da água dos decantadores: a água superficial, mais
limpa, flui atingindo os filtros.
4) Filtração: a água atravessa as camadas existentes no filtro, de onde
sai limpa.
5) Desinfecção e controle do pH: a água limpa é clorada, fluoretada e
tratada por cal, ficando em condições de ser distribuída.
6) Limpeza de filtros, floculadores e decantadores: aproximadamente
a cada trinta horas os filtros são limpos por jatos de água, lançados em
sentido contrário ao do processo de tratamento. Em média, a cada
sessenta dias, os floculadores e decantadores são esvaziados para que
a sujeira acumulada seja removida.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A poluição antropogênica pode ser observada tanto no ar, como na terra
e na água.
A água pode ser poluída de variadas formas: desde o esgoto das
grandes concentrações urbanas, que terminará atingindo mares, lagos e lagoas
até a aplicação excessiva e, muitas vezes desnecessária, de agrotóxicos ou
fertilizantes inorgânicos, que podem comprometer as reservas subterrâneas de
água, como os lençóis freáticos. Destacamos ainda a contribuição dos resíduos
de usinas de açúcar (vinhoto) matadouros, serrarias e indústrias de papel.
Isto, sem esquecer-se dos frequentes derramamentos de petróleo, um
dos principais poluentes dos oceanos e mares e de outros produtos lançados
pelas indústrias, principalmente os indesejáveis metais pesados. Além disso,
as indústrias contribuem para a poluição térmica, causada pelo aquecimento
e resfriamento das águas residuais. As águas aquecidas provocam a queda de
oxigênio, elevando o crescimento de algas. Um aumento de temperatura de 5º
C para 20º C reduz a quantidade de oxigênio dissolvida de 9 para 6 mL3 por L
QUÍMICA AMBIENTAL
de água. Simultaneamente, o consumo de O2 dos microorganismos, devido ao
aumento do metabolismo, será 4 vezes maior.
Quando o homem introduz em ambientes aquáticos naturais uma
quantidade de matéria orgânica que não pode ser assimilada e reciclada,
provocando assim o seu acúmulo, dizemos que houve uma eutrofização, que
poderá até comprometer definitivamente o ecossistema.
A SITUAÇÃO DA ÁGUA
No 3º Fórum Mundial da Água, realizado em março de 2003, em Kyoto,
no Japão, cerca de 10 mil representantes de governos e ONG. s discutiram
soluções para revitalizar o suprimento mundial de água doce, um tema muito
preocupante. Hoje, consumimos cerca de 54% de toda a água doce disponível
no planeta.
Continuando a usá-la da forma irresponsável como fazemos hoje e
levando em conta o crescimento populacional nos moldes atuais, dentro de 25
anos, segundo a UNESCO, já estaremos usando 90% de toda a água doce, e
dois terços da humanidade estarão passando sede e, em 2053, os suprimentos
estarão esgotados. Esta perspectiva sombria só mudará com o fim do
desperdício, da poluição e do descaso com as populações menos favorecidas.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
DESPERDÍCIOS
- As Companhias de Águas do Brasil têm uma perda de 40 a 60% da água
tratada devido a vazamentos e ligações clandestinas.
- Na agricultura, predominam métodos ultrapassados e ineficientes: o
espalhamento superficial - a água escorre por sulcos -, inventado pelos
egípcios em 3500 a.C. (com até 60% de perda); o canhão aspersor (perda de
25% a 50%) e o pivô central (perda de 15% a 25%). - O método mais eficaz, o
gotejamento (perda de 5% a 15%), é empregado em uma parcela
insignificante das plantações irrigadas do Brasil, justificando-se isso pelo seu
alto custo, mas é uma das técnicas usadas em Israel, que não pode
desperdiçar água. - Os vasos sanitários representam cerca de um terço do
consumo de água em uma casa.
O Brasil tem hoje 100 milhões de bacias sanitárias antigas, que gastam
de 30 a 40 litros por descarga. Como em uma residência com 4 pessoas se
aciona a descarga sanitária em média 16 vezes por dia, pode-se consumir
QUÍMICA AMBIENTAL
14.400 litros por mês. As bacias novas no mercado consomem quase todas de
6 a 9 litros de água. Quem trocar a bacia velha por uma nova reduz a conta da
água e pode ter o retorno do investimento em dois ou três meses, dependendo
do custo da mão-de-obra. Após isso, cada casa poupa 11.520 litros por mês,
na soma nacional, o total economizado sobe para 575 bilhões de litros, volume
igual ao do Rio São Francisco. Em um ano seria possível encher uma Lagoa de
Itaipu com a água poupada.
Fonte: Instituto Brasileiro de Serviços Terceirizados na Habitação
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Curiosidades
- Na água do mar o cátion presente em maior concentração (mol/L) é o Na+
enquanto nas águas dos rios geralmente é o Ca2+.
- Já o Cl- é o ânion com maior concentração (mol/L) na água do mar, enquanto
na água doce geralmente é o HCO3.
- O teor de sais dissolvidos nos lagos é muito variável. Em alguns observam-se
pequeníssimas quantidades; em outros, chega-se a observar valores
superiores à própria água do mar.
- A água fervida torna-se insípida, por perder gases durante o aquecimento,
podemos recuperar o seu gosto peculiar se a agitarmos em um liquidificador
depois de fria.
- Os peixes não poderiam viver em água pura, pois a presença de gases, de
sais e outras substâncias é que tornam a água apta a sustentar a vida
aquática.
- Os peixes não sobrevivem muito tempo quando colocados diretamente na
água que serve para o nosso abastecimento, pois ela não atende aos padrões
exigidos para manutenção dos peixes. A presença de cloro e certos metais
pesados tornam a mesma inadequada para esse fim.
- A água turva ou colorida não é necessariamente prejudicial à saúde. Outros
animais não rejeitam água nessas condições. A nossa rejeição é puramente
psíquica.
- É possível um "rio morto" ressuscitar. Se não receber novas cargas de
poluição orgânica, ele será progressivamente depurado, graças à ação
ininterrupta dos próprios decompositores (autodepuração).
Você já pensou nisso?
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
células e as substâncias é transmitida por nervos especiais para o nosso
cérebro. Porém, como a água é um constituinte abundante e normal dessas
células receptoras, a sua presença não estimula a transmissão do estímulo.
TEXTO: Reflita!
A disputa por água doce
Se as guerras deste século foram travadas pelo petróleo, as guerras do
próximo século serão travadas por causa da água". Em tom de profecia, em
1995, o vice-presidente do Banco Mundial, Ismail Serageldin, já vislumbrava a
disputa por água doce no século XXI.
Em algumas regiões do mundo a competição pela água pode levar a um
QUÍMICA AMBIENTAL
conflito. Uma delas é por onde passa o rio Okavango. Ele nasce em Angola, no
continente africano, acompanha a fronteira da Namíbia e vai até o deserto de
Kalahari, em Botsuana. Ao contrário da maioria dos rios existentes, este rio
acaba em um delta no deserto e não no mar. Um milhão de pessoas
dependem, de forma direta ou indireta, de suas águas, e a seca e a construção
de barragens ameaçam o equilíbrio regional.
No rio Grande, que percorre 1.600 quilômetros na fronteira do México
com os Estados Unidos, existe uma disputa entre os agricultores dos dois
países. Do lado dos EUA, há acusações de que os vizinhos estão tirando água
demais e isso tem afetado a indústria cítrica e açucareira.
Já na Cisjordânia, a disputa é entre judeus e palestinos. Os israelenses
usam a força para destruir reservatórios de água da chuva dos palestinos e
tentam expulsá-los da região. E enquanto isso recebe muito mais água em
suas terras.
Fonte:www.tvcultura.com.br/imprensanews/boletim0345/aguaparatodos-
dois.htm
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“Fundação de Educação para
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experiências desse tipo já aconteceram, trazendo muitas vezes resultados
calamitosos.
Em Atlanta/EUA, a empresa Suez ganhou um contrato de 20 anos, que
foi cancelado em apenas 3, porque aumentava o preço de seus serviços, sem
realizar os investimentos prometidos.
Esta mesma empresa, pelos mesmos motivos, também teve que se
retirar de Manila/Filipinas e Buenos Aires/Argentina.
O Governo do Canadá está sendo processado pela companhia Sunbelt ,
que pediu indenização de 600 milhões de dólares por supostos prejuízos com a
suspensão da exportação de água dos Grandes Lagos, uma das principais
fontes de água potável em toda América do Norte . É bom saber que o governo
canadense proibiu a exportação maciça de água através de caminhões, navios
ou canais de derivação a partir da constatação da Comissão Internacional
sobre Águas Limítrofes de que somente 1% das águas dos Grandes Lagos é
QUÍMICA AMBIENTAL
renovável.
Em Cochabamba/Bolívia, em janeiro de 2000, as tarifas de água potável
triplicaram, após uma lei de privatização de todo o saneamento e provocou a
chamada. Guerra da Água. , uma das piores crises sociais que o país já viveu.
Em Limeira/SP, a companhia Lyonnaise des Eaux tem a concessão para
o saneamento básico desde 1995. Aumento de tarifas, baixa qualidade dos
serviços oferecidos e denúncia de corrupção ao Ministério Público é o triste
saldo apresentado. Só que essa mesma empresa ganhou, em 2000, a
concorrência para oferecer esses serviços em Manaus/AM.
Em São Lourenço/MG, a Nestlé é acusada de secar fontes de águas
minerais magnesianas no Parque das Águas, utilizando bombas de sucção de
grande potência que excediam a capacidade das fontes.
Algumas pseudo verdades contribuem para facilitar esta tendência
manifestada em Kyoto. As soluções de economia de mercado para quaisquer
empreendimentos que gerem custos e a crença de que o poder público não
deve investir em bens comuns, como a água, são apenas alguns argumentos
que costumam ser utilizados por aqueles que defendem o investimento privado
em todos os níveis.
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“Fundação de Educação para
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6 - A água não é uma doação gratuita da natureza; ela tem um valor
econômico: precisa-se saber que ela é, algumas vezes, rara e dispendiosa e
que pode muito bem escassear em qualquer região do mundo.
7- A água não deve ser desperdiçada, nem poluída, nem envenenada. De
maneira geral, sua utilização deve ser feita com consciência e discernimento
para que não se chegue a uma situação de esgotamento ou de deterioração da
qualidade das reservas atualmente disponíveis.
8 - A utilização da água implica em respeito à lei. Sua proteção constitui uma
obrigação jurídica para todo homem ou grupo social que a utiliza. Esta questão
não deve ser ignorada nem pelo homem nem pelo Estado.
9 - A gestão da água impõe um equilíbrio entre os imperativos de sua proteção
e as necessidades de ordem econômica, sanitária e social.
10 - O planejamento da gestão da água deve levar em conta a solidariedade e
o consenso em razão de sua distribuição desigual sobre a Terra.
QUÍMICA AMBIENTAL
ATIVIDADES
01. Quem mais sofre com a poluição são os recursos hídricos. Embora dois
terços do planeta sejam água, apenas uma fração dela se mantém potável.
Como resultado, a falta aguda de água já atinge 1,3 bilhão de pessoas em todo
o mundo... Revista Veja 18/04/01
A água potável caracteriza-se:
a) pelas altas condições de temperatura.
b) por ser rica em sais de cálcio e magnésio que dificultam a reação de
saponificação.
c) por apresentar elevado teor de sais minerais.
d) por não possuir agentes que possam nos prejudicar.
e) por ser totalmente pura.
02. ÁGUA DOCE ESTÁ CADA VEZ MAIS ESCASSA NA TERRA. Exploração
do solo é maior do que a natureza permite. Segundo previsões do Programa
Ambiental das Nações Unidas (Unep), a não ser que sejam modificadas as
atuais práticas de desperdício e degradação dos recursos hídricos, dois terços
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“Fundação de Educação para
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b) não se sabe como separar adequadamente os sais nela dissolvidos.
c) comprometeria muito a vida aquática dos oceanos.
d) a água do mar possui materiais irremovíveis.
e) a água salgada do mar tem temperatura de ebulição alta.
CAPITULO 2.
QUÍMICA AMBIENTAL
AGROTÓXICOS
CONCEITO/HISTÓRICO
De acordo com a Lei Federal nº 7.802, de 11/07/1989, regulamentada
pelo Decreto nº 4.074, de 04/01/2002 são denominados genericamente de
agrotóxicos e afins os produtos e agentes de processos físicos, químicos e
biológicos destinados ao uso nos setores de produção, armazenamento e
beneficiamento de produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas,
nativas ou plantadas, e de outros ecossistemas e de ambientes urbanos,
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CLASSIFICAÇÃO
Existem cerca de 300 princípios ativos e 2 mil produtos comerciais
diferentes no Brasil. Por isso, é importante, conhecer a classificação dos
agrotóxicos, quanto à sua ação e aos grupos químicos a que pertencem.
1) INSETICIDAS: combatem a insetos, larvas e formigas. Pertencem a 4
grupos químicos distintos.
A) Organoclorados: compostos à base de carbono com radicais de cloro. São
pouco hidrossolúveis e muito lipossolúveis. Foram muito usados na agricultura,
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
porém seu emprego tem sido cada vez mais restrito ou até proibido. Ex:
aldrin,BHC, DDT(*).
(*) DDT (diclorodifeniltricloroeatano). Sintetizado em 1874, só teve o
seu poder inseticida descoberto em 1939. Em 1943 foi usado no combate aos
piolhos que infestavam as tropas norte americanas na Europa, transmitindo o
tifo exantemático. Após a 2a Guerra Mundial foi largamente utilizado em todo o
mundo, tanto no combate aos insetos domésticos como no combate às pragas
da lavoura e aos mosquitos transmissores de doenças epidêmicas. Seu uso
agrícola foi proibido nos EUA, em 1973, e no Brasil, em 1985. Apesar disso,
continua sendo usado em alguns países do 3º mundo, como a Índia, no
combate à malária, contaminando homens, animais e o meio ambiente, mesmo
sabendo-se que, das 60 espécies de mosquitos transmissores da malária, 50 já
são resistentes ao DDT. Como é praticamente insolúvel em água e possui
baixa pressão de vapor, termina sendo um dos produtos mais persistentes que
se tem conhecimento.
QUÍMICA AMBIENTAL
B) Organofosforados: compostos orgânicos derivados do ácido fosfórico
H3PO4. Embora biodegradáveis, são geralmente muito tóxicos para o ser
humano e os vertebrados. São derivados de gases venenosos usados na 2a
Guerra, conhecidos como gases de nervos (sarin, tabun, etc.). Ex : malathion,
parathion.
C) Carbamatos: são derivados do ácido carbâmico. H2NCOOH. São
lipossolúveis e têm ação semelhante aos organofosforados ,mas são menos
tóxicos para os mamíferos. Alguns deles, no entanto, são muito tóxicos para
insetos benéficos, como vespas e abelhas. Ex; carbaril, carbofuran, aldicarb.
D) Piretróides: são compostos sintéticos com estruturas semelhantes à
piretrina, substância existente nas flores do Chrysantemum cinenarialfolium sua
elevada atividade inseticida permite seu emprego em pequenas dosagens. São
pouco tóxicos do ponto de vista agudo, mas podem provocar irritação dos olhos
e mucosas, assim como manifestações alérgicas e crises asmáticas. Deve-se
evitar o seu uso abusivo em ambientes domésticos, principalmente onde
existem crianças. Ex: decis, SBP.
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4) OUTROS:
Denominação Usada no combate a:
Raticidas roedores Molusquicidas moluscos
Acaricidas ácaros diversos Fumigantes (*) Insetos e bactérias
Nematicidas nematóides
(*) No capítulo A Camada de Ozônio enfocaremos um fumigante muito usado:
o brometo de metila.
Riscos Toxicológicos
Os agrotóxicos podem ainda ser classificados de acordo com a dose letal 50
(DL50) (*). Por força de lei todos os produtos devem ter nos rótulos uma faixa
colorida, conforme sua classe toxicológica.
Efeitos
Atualmente, podemos dizer que os efeitos dos agrotóxicos sobre a
saúde, não dizem respeito apenas aos trabalhadores expostos, mas à
população em geral.
Os agrotóxicos podem levar a 3 tipos de intoxicação: aguda (os
sintomas surgem rapidamente, algumas horas após a exposição excessiva, por
curto período, a produtos extremamente ou altamente tóxicos), subaguda
(sintomas como dor de cabeça, fraqueza, mal-estar, dor de estômago e
sonolência, entre outros, se manifestam após exposição moderada ou pequena
a produtos altamente ou medianamente tóxicos, com aparecimento mais lento)
e crônica ((surgimento lento. em meses ou anos-, por exposição pequena ou
moderada a produtos tóxicos ou a múltiplos produtos, acarretando danos
irreversíveis, do tipo paralisias ou neoplasias).
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Cada classe de agrotóxico atua de uma maneira. Os inseticidas atacam
primeiramente no sistema nervoso central, nos glóbulos vermelhos e no
plasma. Nos fungicidas as intoxicações ocorrem através das vias oral e
respiratória, podendo ocorrer absorção cutânea; em caso de exposição intensa,
provocam dermatite, faringite, bronquite e conjuntivite. Os herbicidas provocam
lesões hepáticas, renais e fibrose pulmonar irreversível.
Devemos ressaltar ainda que alguns sintomas não específicos presentes
em diversas patologias (dor de cabeça, vertigens, falta de apetite, fraqueza,
nervosismo, insônia, etc.) mascaram possíveis intoxicações por agrotóxicos,
razão pela qual raramente se estabelece essa suspeita diagnóstica.
Fertilizantes e Eutrofização
O uso de fertilizantes, em excesso, provoca uma elevação, no solo, das
concentrações de nutrientes como nitrogênio, fósforo e potássio. Quando estes
nutrientes atingem as águas, superficiais ou subterrâneas, estão favorecidas as
QUÍMICA AMBIENTAL
condições, para que ocorra o processo de eutrofização, explicado no capítulo
anterior.
Segundo o Conselho Nacional de Pesquisa dos Estados Unidos, de 33 a
50% dos fertilizantes à base de nitrogênio aplicados em solo americano são
desperdiçados. Conforme os dados disponibilizados pelo EMBRAPA, a
situação no Brasil é ainda pior (algo em torno de 60%).
Perspectivas
Nas últimas décadas, o controle de pragas na agricultura tem sido feito
basicamente através de inseticidas sintéticos, que além de gerarem altos
custos e riscos ambientais, vem apresentando sinais de resistência em
determinadas espécies de pragas. A busca de sucedâneos para esses
inseticidas tem nos agentes biológicos de controle. Organismos vivos de
ocorrência natural ou obtidos por manipulação genética através da
biotecnologia - uma alternativa de interesse econômico e ecológico para o
controle integrado de pragas, num momento em que se busca no país meios
de implementação de uma agricultura sustentável.
Entre os produtos naturais que têm se mostrado úteis ao controle de
pragas pode-se citar: a nicotina, extraída das folhas do fumo (Nicotiana
31
MÉTODOS ALTERNATIVOS
1. PLASTICULTURA: o produto que está sendo cultivado é protegido por um
plástico, que atua como capa protetora contra elementos estranhos à lavoura.
2. CONTROLE BIOLÓGICO: regula o número de plantas e animais por seus
inimigos naturais.
3. MÉTODO DA LUA: usa as fases minguante (para alho, cenoura e cebola,
por exemplo) e crescente (para tomate e milho, por exemplo), pois elas influem
no desenvolvimento dos vegetais na agricultura. A gravidade e a luminosidade
colaboram em conjunto nesse processo.
Biomagnificação
Como vimos , na década de 1940, alguns inseticidas do grupo dos
organoclorados, em especial o DDT, passou a ser bastante utilizados na
lavoura devido à sua enorme eficiência contra as pragas provocadas por
insetos. Absorvido pela pele ou impregnado nos alimentos, o acúmulo de DDT
no organismo humano provoca doenças no fígado, como cirrose e câncer. O
uso indiscriminado e descontrolado do DDT fez com que o leite humano, em
algumas regiões norte-americanas, atingisse uma concentração superior à
permitida por lei no leite de vaca.
O DDT, além de outros inseticidas poluentes, é muito difícil de ser
digerido pelos seres vivos. À medida que estas substâncias avançam pela
cadeia alimentar, sua concentração no tecido dos animais pode ser ampliada
até milhões de vezes (biomagnificação).
32
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Estima-se que o Brasil produza hoje cerca de 115 milhões de embalagens para
armazenamento de 250 mil toneladas de agrotóxicos.
Em 2000 foi aprovada a legislação que regulamenta o destino das
embalagens. As embalagens laváveis (rígidas, feitas de plástico, metal ou
vidro) devem ser recolhidas e, depois, submetidas à tríplice lavagem,
procedimento que consiste na lavagem do vasilhame com água limpa por 3
vezes, diminuindo a quantidade de restos de agrotóxico. Esta mesma água
será usada na diluição do agrotóxico a ser aplicado.
Após a tríplice lavagem, os teores residuais, tornam os riscos de
contaminação desprezíveis, além de proporcionar um aproveitamento
praticamente total do conteúdo da embalagem.
Posteriormente, o material deve ser devolvido ao estabelecimento onde
foi adquirido o produto, sendo encaminhado para ter um destino final, onde
sejam atendidas as recomendações técnicas de órgãos especializados, como o
IBAMA.
QUÍMICA AMBIENTAL
Ressaltamos que as diversas alternativas de destino final têm vantagens
e desvantagens que devem ser levadas em consideração.
A incineração, por exemplo, é uma prática técnica e ambientalmente
viável para embalagens contaminadas, porém apresenta um elevado custo e
pouca oferta de incineradores para a sua realização.
O uso do material das embalagens como fonte de energia,
principalmente na fabricação de cimento, tem como vantagem o uso de
matéria-prima com alto poder calorífico, principalmente o plástico. O custo do
transporte das embalagens constitui a sua grande desvantagem.
A reciclagem controlada é provavelmente a solução mais viável, já que
as matérias-primas usadas são potencialmente recicláveis. O contato do
produto tóxico com a embalagem, no entanto, torna necessária uma análise
detalhada de cada caso. Para o vidro e o metal não parece haver problemas,
uma vez que as temperaturas a que eles serão submetidos (mais de 1000ºC)
no processo de reciclagem, asseguram a total degradação das moléculas do
princípio ativo. Os plásticos, por sua vez, são submetidos a temperaturas de
150 a 170ºC, insuficientes para a inativação dos princípios ativos. Portanto, não
devem ser usados na confecção de produtos que possam comprometer a
saúde de pessoas e animais.
33
Sófocles Medeiros
Durante muito tempo, o homem acreditou que a natureza teria uma
capacidade infinita de recuperação apesar das constantes agressões
praticadas contra ela.
Hoje, temos consciência de que a conta está sendo apresentada e
estamos pagando um elevado preço pela postura inconseqüente, para não
dizer irresponsável, da exploração desordenada que se praticou,
principalmente no século passado.
E, como se já não bastassem os diversos tipos já conhecidos, eis que
surge uma nova modalidade de poluição ambiental: a dos hormônios
ambientais.
Hormônios ambientais, ou disruptores endócrinos, são produtos
químicos industriais que interferem no sistema endócrino, distorcendo os seus
níveis de atividade e provocando um maufuncionamento dos mecanismos
hormonais. Entre as substâncias que foram assim classificadas estão
o bifenol-A, os nonilfenóis, os PCB. s e o DDT.
Essas substâncias seriam confundidas pelo organismo do homem com
hormônios femininos, reduzindo a produção de espermatozóides.
Pesquisas realizadas sugerem que os fetos estão sendo prejudicados
por esse novo tipo de poluição ambiental, o que indicaria que estamos sendo
poluídos pelos hormônios ambientais até mesmo antes do nascimento.
A ocorrência desse problema foi sugerida quando se percebeu a
dificuldade de reprodução entre animais de várias partes do mundo. Na Flórida,
por exemplo, percebeu-se uma redução preocupante na população de uma
espécie de jacaré, tendo sido observada, em um lago, a sua diminuição em
90%, no período de apenas 7 anos. Verificou-se que muitos jacarés
apresentavam pênis bastante pequenos, sendo que nesses animais o tamanho
do órgão influi diretamente na fertilidade.Análises feitas nos ovos dos animais
acusaram a presença de traços de DDT e de DDE, um subproduto.O antigo
pesticida estava atuando como um interferente hormonal, contaminando os
jacarés ainda dentro do ovo.
34
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Há indícios de que essa invasão silenciosa está começando a afetar
seriamente a reprodução humana. Pesquisas realizadas em países como
Japão e Dinamarca indicam que a produção de espermatozóides nos jovens de
hoje foi reduzida à metade do que era normal em gerações anteriores. A
diminuição no tamanho das populações de alguns locais da Europa e dos EUA
começa a ser relacionada com os prejuízos trazidos pelos hormônios
ambientais.
Na Universidade de Kyoto, no Japão, estão sendo pesquisados cordões
umbilicais de recém-nascidos, enviados pelas maternidades, à procura de
poluentes. Análises realizadas indicaram uma quantidade apreciável de bifenol-
A, um dos produtos classificados como hormônio ambiental. Existem
evidências de que a vitalidade dos espermatozóides, entre os jovens
japoneses, encontra-se em declínio. De acordo com a Organização Mundial de
Saúde (OMS), o risco de infertilidade aumenta quando o índice de mobilidade é
inferior a 50%; pesquisas mostram que o sêmen dos japoneses, que há 10
QUÍMICA AMBIENTAL
anos apresentava a média de 64%, está se aproximando cada vez mais do
nível crítico.
Em 1992, o mundo ficou chocado, quando pesquisadores
dinamarqueses publicaram um artigo revelando que a taxa de espermatozóides
tinha caído quase pela metade ,em relação aos 50 anos anteriores. Os dados
refletiam estudos realizados em 21 países do mundo, incluindo o Brasil.
Por enquanto, existem apenas sinais da existência desse novo tipo de
poluição ambiental, mas os cientistas já começam a se preocupar com seus
efeitos sobre a vida humana, o que recomenda muito cuidado com a criação e
utilização de novas substâncias, para que elas não se tornem futuramente
outros disruptores endócrinos.
Se a leitura deste artigo despertou a sua atenção, recomendamos a
leitura da obra O Futuro Roubado (L&PM), dos cientistas Theo Colborn e John
Peterson Myers, prefaciado por Al Gore, o ex-vice presidente dos EUA que foi
derrotado nas últimas eleições americanas.
Artigo publicado na coluna Vida&Ciência, do Jornal do Commercio, em
16/03/2001.
35
OS DOZE SUJOS
A partir de 1985, foram proibidas a comercialização e a utilização de
alguns agrotóxicos. Eles ficaram conhecidos como. os doze sujos. .
1 - DDT 7-Os monocrótofos: Azodrin, Nuvacron.
2 - Os "Drins": Eldrin, Aldrin, Dieldrin 8-Aldicarb (Temik).
3 - Clordane e Lindane 9-Clordimeform Gelecron, Fundal.
4 - Heptacloro 10-O 2-4-3T ("Agente Laranja"), o EDB, o DBCP.
36
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5 - Gama BHC 11-Paraquat.
6 - Parathion 12-Fungicidas à base de mercúrio.
A ÚLTIMA COLHEITA
Pesquisa aponta relação entre uso de agrotóxico e alto número de
suicídios:
... Só no Ano de 2003 suicidaram-se 21 pessoas, na maioria
agricultores. Em Santa Cruz do Sul, cidade gaúcha com cerca de 100 mil
habitantes, conhecida como capital do fumo.
Para especialistas em saúde, o número é alarmante: a média brasileira é
de 3,8 suicídios por 100 mil pessoas. O recorde de 2001 é da Rússia, após dez
anos de crise social e econômica, com 34 por 100 mil, segundo a Organização
Mundial da Saúde. Ainda não se sabe se o uso de agrotóxicos está
diretamente ligado à depressão que conduz aos suicídios.
Também constatados entre agricultores de batata e morango em Minas
QUÍMICA AMBIENTAL
Gerais.
Uma pesquisa recente mostra que essa dúvida não pode ser
desprezada, como fez o Ministério da Saúde ao não apurar, como prometeu a
seis anos, várias mortes em circunstâncias idênticas.
Em 1996, o assunto ganhou as páginas da imprensa brasileira e
internacional quando uma epidemia de suicídios atingiu a cidade de Venâncio
Aires, vizinha de Santa Cruz. Na época o índice local chegou a 37,22 casos por
100 mil habitantes...
Fonte: revista Galileu, edição 133 - Ago/2002.
ATIVIDADES
01. Após ser utilizado o inseticida diclorodifeniltricloroetano (DDT) em um
ecossistema, foi avaliada a porcentagem dessa substância acumulada na
cadeia alimentar abaixo; plantas herbívoras carnívoros Espera-se encontrar:
a) a maior concentração de DDT nas plantas.
b) a maior concentração de DDT nos herbívoros.
c) a maior concentração de DDT nos carnívoros.
d) a menor concentração de DDT nos herbívoros.
e) a menor concentração de DDT nos carnívoros.
37
38
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
b) nos moluscos filtradores.
c) nos peixes herbívoros.
d) nos peixes carnívoros
e) nas aves piscívoras.
QUÍMICA AMBIENTAL
a) Degradam rápido no meio ambiente
b) Bio-acumulam
c) Não prejudicam o meio ambiente
d) Desde sua introdução só tiveram efeitos benéficos
e) Contribuem para uma agricultura sustentável.
CAPITULO 3.
EFEITO ESTUFA
ESTUFA
Recipiente fechado com paredes e teto, normalmente de vidro, deixando
passar a radiação solar (ondas curtas, de grande penetração) e retendo a
radiação infravermelha (ondas longas, de baixa penetração), refletida pela
terra. É utilizada pelos jardineiros no cultivo de plantas exóticas. Este efeito
pode ser observado nos carros expostos ao sol com as janelas fechadas.
39
Observações:
a) Somente o CO2 é responsável por, aproximadamente, 50 % da composição
atual dos GEE.
b) Desses gases o CO2 é e o que tem o maior tempo de permanência (ver
quadro a seguir).
40
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
c) Com o aumento da população, acredita-se que deverá ocorrer um
considerável aumento nos teores de metano atmosférico nos próximos anos.
Cerca de 70% do metano atmosférico provém de atividades antropogênicas
(agrícolas pastoris ou industriais).
d) Na Austrália, está sendo aplicada uma vacina que age no tubo digestivo do
gado, procurando reduzir em 20% as emissões de metano por parte desses
animais.
Tempo de permanência na atmosfera (anos).
Eficiência de aquecimento por molécula (atualmente).
(*) depende dos diversos processos de absorção (sumidouros).
QUÍMICA AMBIENTAL
Desde o início da revolução industrial (há cerca de 300 anos) a
concentração de CO2 aumentou cerca de 25%. Isto se deve, principalmente, à
utilização de petróleo, gás e carvão como combustíveis.
Cerca de ¾ das emissões anuais de CO2 de origem antropogênica vêm
da queima de combustíveis fósseis. O restante tem origem no extermínio de
florestas, uma vez que elas regulam a temperatura e os regimes de ventos e
chuvas, afetando diretamente o clima do planeta.
Outra fonte vem ganhando importância: é a produção de cimento,
quando rochas de carbonato de cálcio (calcário) são aquecidas para a
obtenção de cal viva CaCO3=CaO + CO2 (reação de pirólise ou calcinação)
calcário cal viva.
CONSEQÜÊNCIAS
A duplicação da concentração de CO2 aumentaria a temperatura média
global entre 1,5 e 5,5ºC, provocando:
a) derretimento das calotas polares;
b) aumento do nível dos oceanos;
c) inundação de regiões baixas e litorâneas.
Também provocaria alterações significativas nas estruturas de diversos
ecossistemas. Como exemplos, citamos o fato de que algumas espécies
41
42
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Em junho de 2002, o Japão ratificou o Protocolo de Kyoto e 15 países da
União Européia apresentaram conjuntamente sua ratificação à ONU
recentemente.
A Rússia, no final de 2004, ratificou o Protocolo de Kyoto.
OS CRÉDITOS DE CARBONO.
A emissão per capita de CO2 nos países desenvolvidos é cerca de 10
vezes maior que a observada nos países em desenvolvimento.
Como é necessária a aprovação de países responsáveis por 55% das
emissões totais de CO2 , em 1990, a não ratificação dos EUA e da Rússia vem
inviabilizando a entrada em vigor do Protocolo de Kyoto.
Com isso surgiu no mundo um novo mercado, o de créditos de
carbono, que pode gerar oportunidades de ganhos ambiental, social,
econômico e institucional em países como o Brasil.
Reduzir a emissão de gases poluentes, ou criar mecanismos que os
QUÍMICA AMBIENTAL
absorvam, pode ser muito mais fácil e barato em países emergentes e tropicais
(como o nosso) do que nas próprias nações desenvolvidas E o benefício é o
mesmo, uma vez que a atmosfera do planeta é uma só. O processo utilizado é
o seqüestro de carbono (captura de dióxido de carbono da atmosfera pela
fotossíntese) e vem ocupando lugar de destaque na pauta das discussões
ambientais.
Créditos de Carbono, de uma maneira simplista, são certificados que
autorizam o direito de poluir. As agências de proteção ambiental reguladoras
emitem certificados, autorizando que empresas possam emitir toneladas de
dióxido de enxofre, monóxido de carbono e outros gases poluentes, que serão
negociados posteriormente (o Point Carbon, um dos principais centros de
estudos sobre o tema, estima que só o mercado anual de carbono da União
Européia cresça de 1 bilhão de euros em 2005 para 7,4 bilhões de euros em
2007, sem contar o americano, o canadense e o japonês).
O negócio funciona assim:
1) São selecionadas as indústrias que mais poluem no País e a partir daí são
estabelecidas metas para a redução de suas emissões.
43
UM EXEMPLO CONCRETO
A Inglaterra adoraria trocar sua matriz energética poluidora, à base de
carvão mineral (combustível fóssil que, uma vez queimado, fica na atmosfera
na forma de CO2) pelo carvão vegetal, que é renovável (uma nova árvore
pode ser plantada no lugar daquela que deu origem ao carvão, absorvendo o
CO2 pela fotossíntese).
A Inglaterra, assim como outros países com histórico poluidor,
pertencente ao grupo chamado de Anexo 1 precisa cumprir metas para a
redução da emissão de gases. Se não cumpri-las, terá penalidades a pagar.
Em seu território, entretanto, não há florestas suficientes de onde retirar
carvão vegetal.
E trocar sua matriz por alternativas solares e eólicas seria inviável
economicamente.
O Brasil tem florestas de eucalipto e pinus, é capaz de gerar energia a
partir do bagaço de cana, dos ventos, do sol e do gás metano que sai dos
aterros sanitários. Então, os países Anexo 1 podem cumprir metas de redução
de carbono ao financiar, no Brasil, projetos de produção alimentados por
energia limpa. Esse financiamento se dá pela compra de créditos de carbono
gerados em países em desenvolvimento como o nosso.
44
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Esse processo é chamado de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo
(MDL), ou Clean Development Mechanism (CDM), proposto pela representação
brasileira, em conjunto com os Estados Unidos, ao Comitê Executivo das
Nações Unidas que cuida da questão de mudanças climáticas. O MDL foi
criado para ser adotado em países em desenvolvimento e menos poluidores,
pertencentes ao grupo chamado de Não-Anexo 1. Os maiores representantes
desse grupo são Brasil, China, Índia e México.
O primeiro programa brasileiro, com resultados concretos, é o que está
sendo implementado no Centro de Pesquisa Canguçu na Ilha do Bananal,
outras experiências em andamento são o da Central & South West Corporation
(CSW), segunda maior concessionária de energia elétrica americana e o da
montadora francesa Peugeot, que desenvolvem programas no Paraná e no
Mato Grosso, respectivamente.
QUÍMICA AMBIENTAL
TEXTO: Previsões para o Ano de 2032
Indicadores Hoje 2032 otimista (*) 2032 pessimista (**)
A onda de calor que devasta a Europa desde o início do verão provocou
um estrago sem precedentes. Pelo menos três mil franceses, principalmente
idosos, sucumbiram às temperaturas superiores a 40ºC. A situação caótica
levou à demissão do diretor da saúde na França, Lucien Abenhaim, depois da
enxurrada de críticas e da hipótese de que o saldo real de mortos esteja perto
dos cinco mil. O calor alterou o dia-a-dia dos europeus. Houve quem se
despisse do pudor e apelasse aos banhos públicos. Foi assim em Paris, a
capital da elegância, na Espanha, na Itália e na Alemanha...
... A tendência é um aumento gradativo da temperatura no mundo,
calcula-se que a cada cem anos, o termômetro suba cerca de 1,5ºC. Mesmo
com a baixa temperatura das últimas semanas em algumas cidades brasileiras,
como São Paulo e Rio de Janeiro, o inverno brasileiro está mais quente do que
o de outras décadas. Tudo indica que o ano de 2003 baterá o recorde de1998,
2001 e 2002, considerados os anos mais quentes da história. Embora não seja
possível prever os próximos verões e invernos, são evidentes os sinais de que
a bagunça se instalou. Será cada vez mais normal a ocorrência de
temperaturas extremas. Ora faz muito calor, ora muito frio...
Fonte: Revista Istoé, edição 1769 (27/08/2003).
45
46
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
I - O fenômeno, chamado de efeito estufa, ocorre naturalmente na Terra,
mas tem sido agravado pela ação humana.
II - A liberação de gás carbônico e metano na atmosfera é o que mais
tem contribuído para o aquecimento do planeta.
III. O problema aumentou após a revolução industrial (há cerca de 300
anos), com a queima exagerada de combustíveis fósseis.
Está (ão) correta (s):
a) Apenas I b) Apenas I e II c) Apenas I e III d) Apenas II e III e) Todas
04. O CO2 tem sido considerado o principal responsável pelo efeito estufa, que
tem contribuído para aumentar significativamente a temperatura média da
Terra. Qual dos processos a seguir NÃO produz CO2?
a) queimadas na Amazônia
b) respiração dos animais
c) decomposição da matéria orgânica
QUÍMICA AMBIENTAL
d) queima de combustíveis fósseis
e) fotossíntese dos vegetais
05. Somos o maior poluidor do mundo, mas se for preciso, vamos poluir ainda
mais para evitar uma recessão na economia americana .. George Bush,
presidente dos EUA, que se recusou a assinar o Protocolo de Kyoto... Os EUA
são responsáveis por 25% do CO2 despejado na atmosfera e teriam que cortar
7% das emissões...
Revista ISTOÉ, 11/04/01.
47
06. O agravamento do efeito estufa pode estar sendo provocado pelo aumento
da concentração de certos gases na atmosfera, principalmente do gás
carbônico. Dentre as seguintes reações químicas:
I) queima de combustíveis fósseis;
II) fotossíntese;
III) fermentação alcoólica;
IV) saponificação de gorduras produz gás carbônico, contribuindo para o
agravamento do efeito estufa:
a) I e II b) I e III c) I e IV d) II e III e) II e IV
CAPITULO 4.
CHUVA ÁCIDA
48
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O uso original da expressão chuva ácida é atribuído a um químico e
climatologista inglês, Robert Angus Smith, que, em 1872, publicou o livro Rain
Acid, descrevendo a poluição em Manchester, Inglaterra. A nível mundial,
porém, o despertar do problema só aconteceu a partir da década de 1950,
quando diversos ecossistemas (lagos e florestas, principalmente) já estavam
seriamente comprometidos. Esta percepção tardia deve-se ao fato de que os
ambientes naturais possuem um longo tempo de resposta a agressões como a
acidificação.
A água e o solo possuem a capacidade de neutralizar adições de ácidos
e bases, e só depois de esgotada esta capacidade é que o pH destes
ambientes sofre mudanças bruscas e acentuadas.
A ESCALA DE PH
A escala de pH foi criada pelo químico dinamarquês Peter Lauritz
Sörensen em 1909 e se constitui na forma mais usada para indicar o grau de
QUÍMICA AMBIENTAL
acidez ou alcalinidade de uma solução. Ela varia de 0 (muito ácida) a 14 (muito
alcalina), sendo 7 o ponto neutro (água pura e soluções neutras); isto definido
para a temperatura ambiente (25ºC).
A forma mais usual de se medir o pH de uma solução é através do
Papel Indicador Universal. pH 0 7 14 ácido neutro básico (alcalino) acidez
alcalinidade
Como a escala de pH é logarítmica:
Variação na escala de pH variação da acidez (alcalinidade) uma
unidade 10 vezes duas unidades 102 (100) vezes três unidades 103 (1000)
vezes, etc.
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50
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
sejam equilibrados e não ocorra nenhum dos dois efeitos indesejados
mencionados. O pH é padrão de potabilidade, devendo as águas para
abastecimento público apresentar valores entre 6,5 e 8,5, de acordo com a
Portaria 1469 do Ministério da Saúde. Outros processos físico-químicos de
tratamento, como o abrandamento pela cal, são dependentes do pH.
No tratamento físico-químico de efluentes industriais muitos são os
exemplos de reações dependentes do pH: a precipitação química de metais
pesados ocorre em pH elevado, à oxidação química de cianeto ocorre em pH
elevado, à redução do cromo hexavalente à forma trivalente ocorre em pH
baixo; a oxidação química de fenóis em pH baixo; a quebra de emulsões
oleosas mediante acidificação; o arraste de amônia convertida à forma gasosa
dá-se mediante elevação de pH, etc. Desta forma, o pH é um parâmetro
importante no controle dos processos físico-químicos de tratamento de
efluentes industriais.
QUÍMICA AMBIENTAL
Condutividade
A condutividade é a expressão numérica da capacidade de uma água
conduzir a corrente elétrica. Depende das concentrações iônicas e da
temperatura e indica a quantidade de sais existentes na coluna d’água e,
portanto, representa uma medida indireta da concentração de poluentes. Em
geral, níveis superiores a 100 S/cm indicam ambientes impactados.
A condutividade também fornece uma boa indicação das modificações
na composição de uma água, especialmente na sua concentração mineral, mas
não fornece nenhuma indicação das quantidades relativas dos vários
componentes. A condutividade da água aumenta à medida que mais sólidos
dissolvidos são adicionados. Altos valores podem indicar características
corrosivas da água.
51
52
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
OH·) ou através da oxidação destes gases ácidos com o peróxido de
hidrogênio (H2O2), com o ozônio (O3) ou com o oxigênio dissolvido no interior
das nuvens, neblinas e na chuva, neste último caso, uma reação catalisada por
espécies como Mn2+ , Fe2+ e Fe3+.
A água e o solo têm capacidade de neutralizar adições de ácidos e
bases até certo limite. Só depois que ele é ultrapassado, o pH destes
ambientes sofre mudanças bruscas e acentuadas.
QUÍMICA AMBIENTAL
produzida.
A parte da poluição que não sofre precipitação seca pode permanecer
no ar por mais de uma semana, sendo transportada pelo vento a longas
distâncias (o dióxido de enxofre e os óxidos de nitrogênio podem ser
transportados até cerca de 3.000 km), dependendo da altura das chaminés das
fábricas, da freqüência das chuvas, das condições da atmosfera, da presença
de catalisadores e outros fatores que afetam a eficiência das reações. A
exportação das chuvas ácidas para regiões não produtoras de poluição foi à
causa imediata para que o problema fosse avaliado a nível internacional.
Durante esse período as substâncias químicas (dos subprodutos)
reagem com o vapor d’água na atmosfera transformando-os nos ácidos
sulfúrico e nítrico diluídos.
CONSEQUÊNCIAS:
1) Nos ambientes aquáticos, principalmente os lagos: a) destrói a vegetação
aquática; b) provoca o desaparecimento dos peixes (a rápida mudança do pH
leva a uma alta taxa de mortalidade e a permanência da acidez por um longo
tempo conduz à esterilidade).
2) Nas florestas: destrói células respiratórias das folhas das árvores.
53
PREVENÇÃO
O conhecimento das causas e efeitos da chuva ácida já foi alcançado há
algum tempo, porém as providências tomadas pelos governos são recentes e
só agora controles mais rígidos da poluição de dióxido de enxofre estão sendo
realizados. Já a poluição de óxidos de nitrogênio tem previsão de aumento nos
próximos anos.
1) Purificação do carvão mineral
2) Caldeiras com sistema de absorção de SO2
54
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3) Purificação do petróleo e derivados, reduzindo a presença do enxofre.
4) Uso de transportes coletivos
5) Veículos com motores mais eficientes, dotados de catalisadores, etc.
QUÍMICA AMBIENTAL
enfraquecimento da árvore, matando as suas folhas, limitando os nutrientes
necessários ou envenenando o solo com substâncias tóxicas), e como elas
fazem parte de um sistema de utilização mútua, outras árvores terminam sendo
atingidas, terminando por formar uma clareira. Essas reações podem destruir
florestas.
Na agricultura a chuva ácida afeta as plantações de maneira similar, só
que bem mais rapidamente, uma vez que as plantas são do mesmo tamanho,
tendo assim mais áreas atingidas.
Na água, a chuva ácida tem efeitos devastadores: um lago ou uma
represa acidificados parecem limpos e cristalinos, mas praticamente não
contém vida. A acidez da água e sua influência na solubilização e na
mobilização de metais tóxicos comprometem toda a vida aquática.
Normalmente, quando o pH da água se aproxima de 6,0 algumas
espécies de crustáceos, insetos e plânctons começam a desaparecer. Num pH
perto de 5,0, acontecem variações mais significativas na comunidade
planctônica: algumas espécies de musgos e plânctons começam a proliferar,
iniciando-se uma crescente perda de algumas populações de peixes com
menor tolerância à acidez. Quando o pH fica abaixo de 5,0, a água já está
praticamente desprovida de peixes e o fundo do lago fica recoberto com
55
ATIVIDADE
01. Despejos de resíduos gasosos nas áreas industriais, as queimadas, a
combustão de carvão e derivados do petróleo, liberam fumaça contendo
poluentes como óxidos de nitrogênio e de enxofre que sob a ação da água
formam ácidos, caracterizando:
a) chuvas ácidas d) fotossíntese
b) inversões térmicas
c) efeito estufa e) camada de ozônio
56
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
conseqüências da poluição na atmosfera, onde a formação de ácidos pode ser
obtida a partir da dissolução de certas substâncias na água da chuva. Dentre
as substâncias passíveis de formar ácidos quando adicionadas à água,
podemos citar:
a) Na2O b) SO2 c) Al2O3 d) CaO e) BaO
04. Quando os gases NO2 e SO3 entram em contato com a umidade do ar,
originam um efeito de poluição conhecido como "chuva ácida". Isto ocorre
porque se formam:
QUÍMICA AMBIENTAL
a) monóxido de nitrogênio (NO) e ácido sulfídrico (H2S) em água.
b) água oxigenada e monóxido de carbono, ambos tóxicos.
c) gás carbônico e fuligem (carvão finamente dividido).
d) ácido carbônico, nitratos e sulfatos metálicos solúveis.
e) ácido nítrico (HNO3) e ácido sulfúrico (H2SO4).
05. Numa área industrial, as chaminés das fábricas soltam para a atmosfera
diversos gases e fumaças. Das misturas a seguir, a mais nociva é:
a) mistura incolor contendo dióxido de enxofre e vapor d’água
b) mistura contendo gás carbônico, nitrogênio, vapor d’água.
c) densas nuvens de vapor d'água
d) mistura incolor de gás carbônico e nitrogênio
e) nuvens de vapor d'água contendo gás carbônico
57
CAPITULO 5.
A CAMADA DE OZÕNIO
O Ozônio
O ozônio, também chamado de ozone ou ozona, é um gás atmosférico
azul que, como vimos, quando presente na troposfera constitui um sério
poluente.
É uma forma alotrópica do elemento químico oxigênio: enquanto uma
molécula de gás oxigênio possui dois átomos (O2), uma molécula de gás
ozônio possui três (O3). Na estratosfera, origina a camada de ozônio, que
protege o planeta, impedindo a passagem de grande parte da radiação
ultravioleta emitida pelo Sol. Sem essa proteção a vida na terra seria extinta.
Como já foi dito, o ozônio é uma substância com alta reatividade, tendo
a função de um agente oxidante eficiente, em meio ácido (o único gás com
caráter oxidante superior a ele é o flúor).
Esse elevado caráter oxidante explica o uso do ozônio como bactericida,
podendo ser usado para:
• Desinfetar o ar e os gases emanados do esgoto;
• Purificar a água, tanto em estações de tratamento quanto em aparelhos
de uso doméstico;
• Tornar incolores certos compostos de origem vegetal;
• Quebrar as duplas ligações de compostos orgânicos, adicionando a elas
oxigênio, pelo processo chamado.
OZONÓLISE.
É também empregado na produção de hormônios esteróides, incluindo
cortisona e hormônios sexuais sintéticos femininos e masculinos, nos
processos em que ligações duplas têm que ser partidas.
58
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Industrialmente, grandes quantidades de ozônio são empregadas para
transformar ácido oléico em ácido pelargônico, que é um intermediário na
manufatura de plásticos e lubrificantes sintéticos.
Sua alta reatividade, porém, o torna capaz de atacar proteínas, destruir
microorganismos e prejudicar o crescimento dos vegetais.
AS RADIAÇÕES ULTRAVIOLETA
Só 40% da energia emitida pelo Sol é luz visível. Entre o restante, temos
7% de raios ultravioleta. Conforme o comprimento de onda, os raios ultravioleta
são classificados como A, B ou C (ordem decrescente). Quanto mais curta uma
radiação, mais nociva ela é para o organismo, gerando mutações no DNA:
1) Raios Ultravioleta A (UV-A: de 320 a 400 nm): atingem até a
segunda camada da pele (derme), estimulando o bronzeado. Constitui a
imensa maioria desse tipo de radiação que chega à superfície da Terra,
já que praticamente não é absorvida pela atmosfera. Danificam as
QUÍMICA AMBIENTAL
membranas celulares e o DNA, provocando envelhecimento precoce da
pele (devido à formação de radicais livres) e uma possível influência
favorável ao desenvolvimento do câncer de pele (devido à diminuição do
sistema de defesa natural). Seus danos são
cumulativos.
2) Raios Ultravioleta B(UV-B: de 280 a 320 nm): param na superfície
da pele, deixando-a ressecada. É quase totalmente absorvida pela
atmosfera - menos de 1% atingem a superfície do planeta. Responsável
pelas queimaduras, câncer de pele e outros possíveis problemas
decorrente da superexposição. Seus efeitos são imediatos.
3) Raios Ultravioleta C (UV-C: de 200 a 280 nm): seriam os mais
nocivos, penetrando mais profundamente e causando tumores. Como é
totalmente absorvido pela camada de ozônio, não tem maior interesse
para medidas feitas na superfície da Terra e seus efeitos normalmente
não se manifestam sobre os habitantes do planeta.
59
A CAMADA DE OZÔNIO
Situada na estratosfera, entre os quilômetros 20 a 35 km de altitude, a
camada de ozônio tem cerca de 20 km de espessura. Como a composição da
atmosfera nessa altitude é bastante estável, a camada de ozônio manteve-se
inalterada por milhões de anos e sua constituição permitiu o desenvolvimento
de vida na Terra admite-se que foi constituída há cerca de 400 milhões de
anos.
A máxima concentração de ozônio corresponde a aproximadamente
28km de altitude. Nela existem cinco moléculas de ozônio para cada milhão de
moléculas de oxigênio. . O ozônio é mais concentrado nos pólos do que no
Equador, e nos pólos ele também se situa numa altitude mais baixa.
Nas últimas décadas, entretanto, vem ocorrendo uma diminuição na
concentração de ozônio, causada pela emissão de poluentes na atmosfera.
Ozônio: formação e destruição não catalítica (Ciclo de Chapman)
O ozônio é formado naturalmente na estratosfera através da ação
fotoquímica dos raios UV (h) sobre as moléculas de O2, originando inicialmente
o oxigênio monoatômico (O).
O2 + h = O + O
O oxigênio monoatômico (O) reage rapidamente com o O2, na presença
de uma terceira molécula M (pode ser outro O2 ou mesmo N2), para formar o
ozônio.
O + O2 + M = O3 + M
O ozônio também é consumido naturalmente na estratosfera pela ação
dos raios UV (h) sobre as suas moléculas.
O3 + h = O2 + O
Adicionalmente, o ozônio reage com o oxigênio atômico regenerando
duas moléculas de O2.
O3 + O = O2 + O2
60
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A concentração de ozônio é, portanto, produto de um equilíbrio entre a
sua formação e o seu consumo.
QUÍMICA AMBIENTAL
propelentes e esterilizantes. Os possíveis substitutos dos CFC. s são os HFC.s
(hidrofluorcarbonetos) e os HCFC.s (hidroclorofluorcarbonetos) : devido à
presença de átomos de hidrogênio suas são menos estáveis e podem se
decompor na estratosfera. Nos aparelhos de refrigeração, o CCl2F2 (CFC-12)
vem sendo substituído pelo.
1, 1, 1,2-tetrafluoretano, apelidado como gás ecológico e conhecido
como SUVA (codificado como 134a).
Os CFC. s permanecem estáveis na troposfera até serem levados à
estratosfera, num prazo de 10 a 20 anos . Na estratosfera, devido às radiações
UV (ultravioleta), são decompostos, liberando átomos livres de cloro, que
agiriam como catalisadores da reação de decomposição do ozônio. Como o
átomo de cloro é integralmente recuperado no final, ele pode decompor outras
moléculas de ozônio: estima-se que cada átomo de cloro pode decompor cerca
de 100 mil moléculas de ozônio da estratosfera.
C (g) + O3 (g) = C O (g) + O2 (g)
C O (g) + O (g) = C (g) + O2 (g)
Reação final: O3 + O = O2 + O2
Vale a pena citar ainda que, como os CFC. s apresentam uma vida útil
de pelo menos 75 anos, já houve descarga suficiente desses gases na
61
CONSEQÜÊNCIAS
A redução da camada de ozônio causa maior incidência dos raios
ultravioleta, o que diminui a capacidade de fotossíntese nos vegetais e afeta as
espécies animais. Nos seres humanos compromete a resistência do sistema
imunológico e causa câncer de pele e doenças oculares, como a catarata.
A agência norte-americana de proteção ambiental estima que 1% de
redução da camada de ozônio provocaria um aumento de 5% no número de
pessoas que contraem o câncer de pele. Em setembro de 1994 foi divulgado
um estudo realizado por médicos brasileiros e norte-americanos, onde se
demonstrava que cada 1% de redução da camada de ozônio, desencadeava
um crescimento específico de 2,5% na incidência de melanomas. A incidência
de melanomas, aliás, já está aumentando de forma bastante acelerada. Entre
1980 e 1989, o número dobrou: em 1930 a probabilidade de uma criança
americana ter melanoma era de 1 para 1.500; em 1988 essa chance era de 1
para 135. Em 1995 já se observava um aumento nos casos de câncer de pele
e catarata em regiões do hemisfério sul, como a Austrália, Nova Zelândia,
África do Sul e Patagônia.
PREVENÇÃO
Redução das SDO. s. Em 1987, através do Protocolo de Montreal, 46
governos acordaram uma redução de 50% na produção e consumo de CFCs
até o ano 2000 e congelamento da produção e consumo de halons até 1992.
Mesmo não havendo um cumprimento total do protocolo, que recebeu
várias emendas, houve uma redução significativa: em 1986, o total de consumo
de CFC. s no mundo era de aproximadamente 1.1 milhões de toneladas; em
1997 esse consumo baixou para 146.000 toneladas.
Apesar das emissões de CFC. s terem declinado, as concentrações
estratosféricas estão crescendo (apesar de estarem declinando na parte
inferior da atmosfera) porque os CFC.s emitidos anos atrás (de longa duração)
continuam a aumentar na estratosfera. Os especialistas prevêem que a
destruição da Camada de Ozônio alcançará o seu pior ponto durante os
62
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
próximos anos, e então, gradualmente começará a sua recuperação,
retornando ao normal perto do ano 2050; isto se forem cumpridas as metas do
Protocolo de Montreal.
No Brasil, a Resolução nº 267 (14/09/2000) do CONAMA estabelece
prazos, limites e restrições para as SDO. s,de acordo com o Protocolo de
Montreal.
QUÍMICA AMBIENTAL
figura na abertura do Capítulo). Em qualquer outro local do planeta o que
ocorre é uma DIMINUIÇÃO LENTA E GRADUAL DA CAMADA DE OZÔNIO.
A explicação para esse fenômeno pode ser dada pelas condições
especiais do pólo Sul, que aumentam a eficácia das reações químicas,
responsáveis pela destruição do ozônio estratosférico.
Sabe-se que as massas de ar circulam continuamente devido às
correntes de convecção. Na Antártida, por conta do rigoroso inverno de 6
meses, esta circulação do ar não se manifesta. Formam-se círculos de
convecção exclusivos da área, chamados de vórtice polar ou vórtex que
atuam como uma espécie de redemoinho, produzindo o isolamento da região e
deixando as reações químicas destruírem o ozônio disponível.
A situação só se normaliza após novembro, quando a circulação de ar
se modifica, com a entrada do ar proveniente de outras regiões.
Como no pólo Norte a circulação é bipolar sempre haverá renovação do
ar estratosférico: por isso, o buraco não se forma no Ártico.
Deve-se ressaltar, ainda, que a concentração dos CFC. s
(clorofluorcarbonetos) é quase a mesma em qualquer ponto do planeta uma
vez que, como já foi abordado, esses gases têm vida muito longa e podem
viajar no espaço durante muito tempo. Como conseqüência, haverá uma
63
UM PONTO POLÊMICO
Para alguns pesquisadores, as reações fotoquímicas da estratosfera
ainda escondem muito segredos.
Devido às peculiaridades da Antártida, já mencionadas, foi relativamente
fácil para os cientistas compreenderem as causas da destruição da camada de
ozônio nesta região.
No restante do planeta, no entanto, a circulação constante do ar dificulta
a compreensão da redução dos níveis de ozônio estratosféricos. Até hoje, não
se sabe se esta redução provém de alterações dinâmicas ou de destruição
64
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
química. Sabe-se, porém, que as quantidades de CFC. s liberadas por fontes
naturais são bem maiores que as originadas por ações antropogênicas.
Em 1991, a produção mundial de CFC. s foi estimada em 1,1 milhão de
toneladas, correspondendo a 750 mil toneladas de cloro, com cerca de 7,5 mil
toneladas (1%) alcançando a estratosfera.
Estima-se que a baixa troposfera receba anualmente 600 milhões de
toneladas de cloro originadas dos oceanos e, pelo menos, mais 36 milhões de
toneladas na forma de HCl pelos vulcões difusivos (aqueles que fumegam
continuamente, impactando apenas o meio ambiente local). Já os vulcões
explosivos (aqueles que entram em erupções repentinas e violentas,
impactando o meio ambiente de maneira global), liberam milhões de toneladas
de cloro, de uma só vez, diretamente na estratosfera.
Em junho de 1991 a erupção do vulcão Pinatubo, nas Filipinas, lançou,
em poucos dias, uma quantidade estimada em 2 milhões de toneladas de cloro
na estratosfera, provocando reduções temporárias de 9 a 14% da camada de
QUÍMICA AMBIENTAL
ozônio.
Em 1982, a erupção do vulcão mexicano El Chinchón já tinha servido de
alerta para os possíveis abalos que as erupções vulcânicas poderiam
representar sobre a camada de ozônio, pois diminuições significativas foram
percebidas durante vários anos.
Em 1815, houve a erupção do vulcão Tambora, na Indonésia, que foi
200 vezes mais poderosa que a do Pinatubo, o que teria destruído a camada
de ozônio antes mesmo da invenção dos CFC. s , o que só ocorreu na década
de 20 do século passado.
Os que são contra esta teoria argumentam que as fontes naturais
emitem quase todo seu cloro na troposfera, e não na estratosfera. Segundo
eles, o cloreto de sódio liberado no ar ao nível da superfície, sobre os oceanos
e o HCl emitido na troposfera e na baixa estratosfera - pelos vulcões -, por
serem solúveis em água, seriam dissolvidos pela água da chuva antes que
atingissem níveis estratosféricos em que pudessem destruir o ozônio.
TEXTO: Reflita!
A Agência Internacional para Pesquisa do Câncer, entidade ligada à
OMS, alerta que há evidências de que as pessoas que usam o filtro solar têm
65
TIPOS DE PELE
Tipo Queimadura Bronzeamento Cabelos Olhos Cor da pele sem
exposição
I Sempre Nunca loiro/ruivos claros brancos
II Às vezes Dificilmente loiro claros branco-morena clara
III Dificilmente Às vezes castanhos escuros morenos
IV Nunca Raramente castanho/pretos escuros mulatos / negro
Dicas e Precauções
1) Procure evitar os raios do sol entre 10 e 15 horas.
2) O FPS só se refere ao UVB. Veja se o filtro também barra os raios UVA.
3) Para o dia-a-dia, use no mínimo, o FPS 15. Use em abundância.
4) Os protetores devem ser aplicados 30 minutos antes da exposição ao sol e
reaplicados a cada hora (no máximo, duas horas).
5) Cuidado com os produtos importados europeus: o FPS 30 de um filtro
europeu equivale a um FPS 15 de um protetor solar brasileiro ou importado dos
EUA.
6) Nos dias nublados, 80% dos raios chegam a Terra. Por isso, o protetor
continua indispensável.
7) A roupas deixam 30% da radiação penetrar.
8) Prefira um hidratante com filtro solar ou passe-o antes do protetor.
9) Poupe os olhos usando óculos escuros com proteção UV.
10) As crianças merecem uma atenção especial, pois os efeitos do sol são
cumulativos.
11) Use chapéu ou boné, que protegem o rosto e os cabelos.
66
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
12) As pessoas que têm facilidade de manifestar reações alérgicas devem usar
produtos que possuam ação hidratante e sejam livres de óleos e fragrâncias.
QUÍMICA AMBIENTAL
das radiações ultravioleta, transformando-as em ondas de energia não danosa
à pele. Já o bloqueador solar é comumente composto por filtros físicos,
substâncias que funcionam como uma barreira, refletindo e espalhando os
raios UV na pele. Essas substâncias, por obstruírem as glândulas sebáceas,
deixa a pele mais oleosa: a pessoa não se motiva para usar, facilitando as
manifestações de alergia e as espinhas.
ATIVIDADE
01. "Causa envelhecimento precoce e reduz a capacidade de resistência às
infecções respiratórias. Afeta as plantas, inibindo a fotossíntese. Danifica
67
68
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
c) CFC.s (clorofluorcarbono)
d) Butano
e) Óxidos de nitrogênio
QUÍMICA AMBIENTAL
b) Porque pode matar bactérias, a presença do ozônio no ar que
respiramos é benéfica à saúde humana.
c) Os efeitos benéficos do ozônio à saúde humana se devem a sua
propriedade de absorver radiação infravermelha
d) Como o ozônio reage com a radiação de ultravioleta ao nível do solo,
ele protege os humanos contra o câncer de pulmão.
e) A diminuição dos níveis estratosféricos de ozônio é uma preocupação
mundial no que diz respeito ao meio ambiente.
CAPITULO 6.
POLUIÇÃO
69
Contaminação
Considera-se contaminação a água que contiver organismos
patogênicos, substâncias tóxicas ou resíduos radioativos e outros
contaminantes (agentes contaminantes) que constituam perigo para a saúde
pública. Nessas condições toda água contaminada é urna água poluída, mas
nem toda água poluída é contaminada.
TIPOS DE POLUIÇÃO
a) Sólida – areia, areia grossa, terra, cinzas, varreduras de qualquer
fábrica, mina, pedreira ou casa; qualquer lama ou matéria sólida de /esgoto i
qualquer vegetal ou outro lixo, sobras ou partes da carcaça de qualquer animal,
borracha, madeira palha, papel ou polpa de papel, e mesmo pão e manteiga.
b) Líquido - material dissolvido, materiais em suspensão, gases
dissolvidos.
70
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Causas da poluição do ar
A poluição do ar pode ser definida como o resultado da alteração das
características físicas e/ou química e/ou biológica da atmosfera de forma a
causar danos ao homem e/ou fauna e/ou flora, e/ou aos materiais ou de forma
a restringir o pleno uso e gozo da propriedade.
É caracterizada pela presença de gases tóxicos e partículas líquidas ou
sólidas no ar. Os escapamentos dos veículos, as chaminés das fábricas, as
queimadas estão constante-mente lançando no ar grandes quantidades de
substâncias prejudiciais à saúde.
A poluição do ar não é um problema recente. A própria natureza tem na
sua constituição fenômenos geológicos e reações químicas que são fontes de
poluição. São exemplos disso às erupções vulcânicas que lançam gases e
poeira na atmosfera (material particulado e gases) e os incêndios florestais que
produzem muito gás carbônico.
Nos grandes centros urbanos e industriais tornam-se frequentes os dias
QUÍMICA AMBIENTAL
em que a poluição atinge níveis críticos. Os escapamentos dos veículos
automotores emitem gases como o monóxido (CO) e o dióxido de carbono
(CO2), o óxido de nitrogênio (NO), o dióxido de enxofre (SO2) e os
hidrocarbonetos. As fábricas de papel e cimento, indústrias químicas, refinarias
e as siderúrgicas emitem óxidos sulfúricos, óxidos de nitrogênio, enxofre,
partículas metálicas (chumbo, níquel e zinco) e substâncias usadas na
fabricação de inseticidas.
Produtos como os aerossóis, espumas plásticas, alguns tipos de
extintores de incêndio, materiais de isolamento de construção, buzinas de
barcos, espumas para embalagem de alimentos, entre vários outros liberam
clorofluorcarbonos (CFCs). Todos esses poluentes são resultantes das
atividades humanas e são lançados na atmosfera.
Denomina-se por fonte de poluição, toda e qualquer atividade, sistema,
processo, operação, maquinaria, equipamento ou dispositivo, móvel ou não,
que direta ou indiretamente, gerar produzir, lançar ou liberar poluente, ou
induzir a poluição do meio ambiente.
As fontes de poluição do ar são classificadas como:
71
Forma física
• Partículas (ou material particulado) – matéria sólida ou líquida pequena e
discreta, como exemplo temos; poeiras, fumos e névoas. Chama-se de
partículas respiráveis, as que possuem diâmetro aerodinâmico menor que 10
m.
• Gases e vapores- moléculas muito separadas com grande mobilidade. Não
tem forma ou volume, como exemplo temos: monóxido de carbono (CO),
dióxido de enxofre (SO2), vapores de hidrocarbonetos e óxidos de nitrogênio.
Origem
• Primários – são emitidos diretamente de fontes identificáveis e permanece na
atmosfera na forma em que foram emitidos, pelo menos por certo tempo.
• Secundários – são formados na atmosfera como resultado de reações entre
dois ou mais poluentes. Como exemplo clássico tem os oxidantes fotoquímicos,
principalmente o ozônio, formado nas reações durante a ocorrência de “smog”
fotoquímico, pela reação entre óxidos de nitrogênio e compostos orgânicos
voláteis.
72
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Toxicidade e freqüência de ocorrência
• Poluentes padrões – são os que ocorrem com grande freqüência sendo
danosos à saúde e ao bem estar geral da população além de comumente
causar danos a outros receptores. São controlados através de padrões de
qualidade do ar. No Brasil temos os seguintes poluentes como padrão:
monóxido de carbono, dióxido de enxofre, ozônio e material particulado.
• Poluentes perigosos – são os que podem causar ou contribuir para o aumento
da mortalidade ou para o aumento da ocorrência de doenças irreversíveis ou
reversíveis, mas incapacitantes. Usualmente causam problemas localizados e
são controlados através de padrões de emissão. Como exemplos têm:
asbestos (amianto), benzeno, cloreto de vinila, berílio, mercúrio e arsênio.
• Poluentes incômodos – são os que apresentam odores como exemplos têm:
mercaptanas, gás sulfídrico, etc.
Efeitos da poluição do ar
QUÍMICA AMBIENTAL
A emissão excessiva de poluentes tem provocado sérios danos à saúde
como problemas respiratórios (bronquite crônica e asma), alergias, lesões
degenerativas no sistema nervoso ou em órgãos vitais e até câncer. Esses
distúrbios agravam-se pela ausência de ventos e no inverno com o fenômeno
da inversão térmica (ocorre quando uma camada de ar frio forma uma parede
na atmosfera que impede a passagem do ar quente e a dispersão dos
poluentes). Morreram em decorrência desse fenômeno cerca de 4.000 pessoas
em Londres no ano de 1952.
Os danos não se restringem à espécie humana. Toda a natureza é
afetada. A toxidez do ar ocasiona a destruição de florestas, forte chuvas que
provocam a erosão do solo e o entupimento dos rios. Os principais impactos ao
meio ambiente são a redução da camada de ozônio, o efeito estufa e a
precipitação de chuva ácida.
73
Padrões de Qualidade do ar
Os padrões de qualidade do ar definem legalmente o limite máximo para
a concentração de um poluente na atmosfera, que garanta a proteção da saúde
e do meio ambiente. Os padrões de qualidade do ar são baseados em estudos
científicos dos efeitos produzidos por poluentes específicos e são fixados em
74
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
níveis que possam propiciar uma margem de segurança adequada. Os padrões
nacionais foram estabelecidos pelo IBAMA - Instituto Brasileiro de Meio
Ambiente e aprovados pelo CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente,
por meio da Resolução CONAMA 03/90.
São estabelecidos dois tipos de padrões de qualidade do ar: os
primários e os secundários. São padrões primários de qualidade do ar as
concentrações de poluentes que, ultrapassadas, poderão afetar a saúde da
população. Podem ser entendidos como níveis máximos toleráveis de
concentração de poluentes atmosféricos, constituindo-se em metas de curto e
médio prazo. São padrões secundários de qualidade do ar as concentrações
de poluentes atmosféricos abaixo das quais se prevê o mínimo efeito adverso
sobre o bem estar da população, assim como o mínimo dano à fauna e à flora,
aos materiais e ao meio ambiente em geral. Podem ser entendidos como níveis
desejados de concentração de poluentes, constituindo-se em meta de longo
prazo. O objetivo do estabelecimento de padrões secundários é criar uma base
QUÍMICA AMBIENTAL
para uma política de prevenção da degradação da qualidade do ar. Devem ser
aplicados às áreas de preservação (por exemplo: parques nacionais, áreas de
proteção ambiental, estâncias turísticas, etc.). Não se aplicam, pelo menos em
curto prazo, a áreas de desenvolvimento, onde devem ser aplicados os
padrões primários. Como prevê a própria Resolução CONAMA n.º 03/90, a
aplicação diferenciada de padrões primários e secundários requer que o
território nacional seja dividido em classes I, II e III conforme o uso pretendido.
A mesma resolução prevê ainda que enquanto não for estabelecida a
classificação das áreas os padrões aplicáveis serão os primários. Os
parâmetros regulamentados são os seguintes: partículas totais em suspensão,
fumaça, partículas inalavam dióxido de enxofre, monóxido de carbono, ozônio e
dióxido de nitrogênio.
Padrões nacionais de qualidade do ar (Resolução CONAMA nº 03 de
28/06/90)
A mesma resolução estabelece ainda os critérios para episódios agudos
de poluição do ar. A declaração dos estados de Atenção, Alerta e Emergência
requer, além dos níveis de concentração atingidos, a previsão de condições
meteorológicas desfavoráveis à dispersão dos poluentes.
75
Material particulado
Material Particulado (MP), Partículas Totais em Suspensão (PTS),
Partículas Inaláveis (MP10) e Fumaça (FMC).
Sob a denominação geral de Material Particulado se encontra um
conjunto de poluentes constituídos de poeiras, fumaças e todo tipo de material
sólido e líquido que se mantém suspenso na atmosfera por causa de seu
pequeno tamanho. As principais fontes de emissão de particulado para a
atmosfera são: veículos automotores, processos industriais, queima de
biomassa, ressuspensão de poeira do solo, entre outros. O material particulado
pode também se formar na atmosfera a partir de gases como dióxido de
enxofre (SO2), óxidos de nitrogênio (NOx) e compostos orgânicos voláteis
(COVs), que são emitidos principalmente em atividades de combustão,
transformando-se em partículas como resultado de reações químicas no ar.
76
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O tamanho das partículas está diretamente associado ao seu potencial
para causar problemas à saúde, sendo que quanto menores maiores os efeitos
provocados.
O particulado pode também reduzir a visibilidade na atmosfera.
QUÍMICA AMBIENTAL
partículas inaláveis finas – MP2, 5 (<2,5m) e partículas inaláveis
grossas (2,5 a 10m). As partículas finas, devido ao seu tamanho
diminuto, podem atingir os alvéolos pulmonares, já as grossas ficam
retidas na parte superior do sistema respiratório.
c) Fumaça (FMC) - Está associada ao material particulado suspenso na
atmosfera proveniente dos processos de combustão. O método de
determinação da fumaça é baseado na medida de refletância da luz que
incide na poeira (coletada em um filtro), o que confere a este parâmetro
a característica de estar diretamente relacionado ao teor de fuligem na
atmosfera.
77
Hidrocarbonetos: C- H
É uma classe de composto formado por hidrogênio e carbono. Não são
necessariamente perigosos, mas na presença da luz solar formam óxidos de
nitrogênio e daí sim produzem compostos secundários que são nocivos à
saúde humana.
São gases e vapores resultantes da queima incompleta e evaporação de
combustíveis e de outros produtos orgânicos voláteis. Diversos
hidrocarbonetos como o benzeno são cancerígenos e mutagênicos, não
havendo uma concentração ambiente totalmente segura. Participam
ativamente das reações de formação da “névoa fotoquímica”.
78
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
polui, é verdade que em menos proporção que a gasolina, mas não pode ser
classificado como não poluente.
O diesel, ele se tornou o grande vilão no trânsito, e para agravar a
situação, os veículos movidos a diesel, como ônibus e caminhões, não são
equipados com bons catalisadores. Metais pesados altamente nocivos fazem
parte da composição do diesel, eles se acumulam no organismo humano e,
depois de alguns anos, chegam a causar até mesmo males neurológicos,
estudos revelaram que as dioxinas presentes no diesel são responsáveis por
provocar as fortes dores de cabeça, distúrbios hormonais e câncer no aparelho
respiratório. A própria fuligem desse combustível serve como um facilitador
para as alergias nas vias aéreas.
Sem dúvidas o combustível que mais polui é o diesel.
Poluição do solo
A poluição do solo é causada pelo contato com ar ou águas poluídas
QUÍMICA AMBIENTAL
com resíduos industriais ou agrícolas e principalmente por lixo e substâncias
tóxicas jogadas diretamente sobre ele, transportados pelo ar, pela chuva e pelo
homem. O uso indevido do solo e de técnicas ultrapassadas na agricultura, os
desmatamentos, as queimadas, o lixo, os esgotos, a chuva ácida, a mineração
são agentes causadores do desgaste de nossa litosfera.
Até pequenos desmatamentos podem causar sérios problemas de
erosão. A Mata Atlântica já perdeu 93% de sua área original, e essa destruição
agora avança sobre o Cerrado e a Amazônia.
O uso inadequado da terra e práticas de agricultura impróprias
(queimadas, desmatamentos, etc.) causa a desertificação, ausência de
vegetação pelo empobrecimento dos solos.
79
80
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CAPITULO 7.
ELEMENTOS QUÍMICOS E FISICOS
FENÓIS
Os fenóis e seus derivados aparecem nas águas naturais através das
descargas de efluentes industriais. Indústrias de processamento da borracha,
colas e adesivos, resinas impregnantes, componentes elétricos (plásticos) e as
siderúrgicas, entre outras, são responsáveis pela presença de fenóis nas águas
naturais.
Os fenóis são tóxicos ao homem, aos organismos aquáticos e
microrganismos que tomam parte dos sistemas de tratamento de esgotos
sanitários e de efluentes industriais. Em sis-temas de lodos ativados,
concentrações de fenóis na faixa de 50 a 200 mg/L trazem inibição, sendo que
40 mg/L são suficientes para a inibição da nitrificação. Na digestão anaeróbia,
100 a 200 mg/L de fenóis também provocam inibição. Estudos recentes têm
QUÍMICA AMBIENTAL
demonstrado que, sob processo de aclimatação, concentrações de fenol
superiores a 1000 mg/L podem ser admitidas em sistemas de lodos ativados,
em pesquisas em que o reator biológico foi alimentado com cargas
decrescentes de esgoto sanitário e com carga constante de efluente sintético
em que o único tipo de substrato orgânico era o fenol puro, conseguiu-se ao
final a estabilidade do reator alimentado somente com o efluente sintético
contendo 1000 mg/L de fenol.
Nas águas naturais, os padrões para os compostos fenólicos são
bastante restritivos, tanto na legislação federal quanto na do Estado de São
Paulo. Nas águas tratadas, os fenóis reagem com o cloro livre formando os
clorofenóis que produzem sabor e odor na água.
METAIS
Alumínio (Al)
O alumínio e seus sais são usados no tratamento da água, como aditivo
alimentar, na fabricação de latas, telhas, papel alumínio, na indústria
farmacêutica, etc. O alumínio atinge a atmosfera como particulado, derivado de
poeiras dos solos e por erosão originada da combustão do carvão. Na água, o
metal pode ocorrer em diferentes formas e é influenciado pelo pH, temperatura
81
Bário (Ba)
Os compostos de bário são usados na indústria da borracha, têxtil,
cerâmica, farmacêutica, entre outras. Ocorre naturalmente na água, na forma
de carbonatos em algumas fontes minerais, geralmente em concentrações
entre 0,7 e 900 g/L. Não é um elemento essencial ao homem e em elevadas
concentrações causa efeitos no coração, no sistema nervoso, constrição dos
vasos sangüíneos, elevando a pressão arterial. A morte pode ocorrer em
poucas horas ou dias dependendo da dose e da solubilidade do sal de bário.
82
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Cádmio (Cd)
O cádmio é liberado ao ambiente por efluentes industriais,
principalmente, de galvanoplastias, produção de pigmentos, soldas,
equipamentos eletrônicos, lubrificantes e acessórios fotográficos, bem como
por poluição difusa causada por fertilizantes e poluição do ar local.
Normalmente a concentração de cádmio em águas não poluídas é inferior a 1
g/L. A água potável apresenta baixas concentrações, geralmente entre 0,01 e
1 g/L, entretanto pode ocorrer contaminação devido à presença de cádmio
como impureza no zinco de tubulações galvanizadas, soldas e alguns
acessórios metálicos.
A principal via de exposição para a população não exposta
ocupacionalmente ao cádmio e não fumante é a oral. A ingestão de alimentos
ou água contendo altas concentrações de cádmio causa irritação no estômago,
levando ao vômito, diarréia e, às vezes, morte. Na exposição crônica o cádmio
pode danificar os rins. No Japão, na década de 60, a contaminação da água
QUÍMICA AMBIENTAL
que irrigava as plantações de arroz causou a doença conhecida como “Itai-Itai”,
caracterizada por extrema dor generalizada, dano renal e fragilidade óssea,
experimentos com animais demonstram que o metal produz efeitos tóxicos em
vários órgãos, como fígado, rins, pulmão e pâncreas. É um metal que se
acumula em organismos aquáticos, possibilitando sua entrada na cadeia
alimentar.
Chumbo (Pb)
O chumbo está presente no ar, no tabaco, nas bebidas e nos alimentos.
Nestes, o chumbo tem ampla aplicação industrial, como na fabricação de
baterias, tintas, esmaltes, inseticidas, vidros, ligas metálicas etc. A presença do
metal na água ocorre por deposição atmosférica ou lixiviação do solo. O
chumbo raramente é encontrado na água de torneira, exceto quando os
encanamentos são à base de chumbo, ou soldas, acessórios ou outras
conexões. A exposição da população em geral ocorre principalmente por
ingestão de ali-mentos e bebidas contaminados. O chumbo pode afetar quase
todos os órgãos e sistemas do corpo, mas o mais sensível é o sistema
nervoso, tanto em adultos como em crianças. A exposição aguda causa sede
intensa, sabor metálico, inflamação gastrintestinal, vômitos e diarréias. Na
83
Cobre (Cu)
O cobre tem vários usos, como na fabricação de tubos, válvulas,
acessórios para banheiro e está presente em ligas e revestimentos. Na forma
de sulfato (CuSO4. 5H2O) é usado como algicida. As fontes de cobre para o
meio ambiente incluem minas de cobre ou de outros metais, corrosão de
tubulações de latão por águas ácidas, efluentes de estações de tratamento de
esgotos, usa de compostos de cobre como algicidas aquáticos, escoa-mento
superficial e contaminação da água subterrânea a partir do uso agrícola do
cobre e precipitação atmosférica de fontes industriais. O cobre ocorre
naturalmente em todas as plantas e animais e é um nutriente essencial em
baixas doses. Estudos indicam que uma concentração de 20 mg/L de cobre ou
um teor total de 100 mg/L por dia na água é capaz de produzir intoxicações no
homem, com lesões no fígado. Concentrações acima de 2,5 mg/L transmitem
sabor amargo à água; acima de 1 mg/L produz coloração em louças e
sanitários. Para peixes, muito mais que para o homem, as doses elevadas de
cobre são extremamente nocivas. Concentrações de 0,5 mg/L são letais para
trutas, carpas, bagres, peixes vermelhos de aquários ornamentais e outros. Os
micro-organismos morrem em concentrações acima de 1,0 mg/L.
Cromo
O cromo é utilizado na produção de ligas metálicas, estruturas da
construção civil, fertilizantes, tintas, pigmentos, curtumes, preservativos para
madeira, entre outros usos. A maioria das águas superficiais contem entre 1 e
10 g/L de cromo. A concentração do metal na água subterrânea geralmente é
baixa (< 1 g/L). Na forma trivalente, o cromo é essencial ao metabolismo
humano e sua carência causa doenças. Na forma hexavalente, é tóxico e
cancerígeno. Os limites máximos são estabelecidos basicamente em função do
cromo hexavalente.
84
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Ferro
O ferro aparece principalmente em águas subterrâneas devido à
dissolução do minério pelo gás carbônico da água, conforme a reação:
Fe + CO2 + ½ O2 à FeCO3
O carbonato ferroso é solúvel e freqüentemente encontrado em águas
de poços contendo elevados níveis de concentração de ferro. Nas águas
superficiais, o nível de ferro aumenta nas estações chuvosas devido ao
carreamento de solos e a ocorrência de processos de erosão das margens,
também poderá ser importante a contribuição devida a efluentes industriais,
pois muitas indústrias metalúrgicas desenvolvem atividades de remoção da
camada oxidada (ferrugem) das peças antes de seu uso, processo conhecido
por decapagem, que normalmente é procedida através da passagem da peça
em banho ácido.
Nas águas tratadas para abastecimento público, o emprego de
coagulantes a base de ferro provoca elevação em seu teor.
QUÍMICA AMBIENTAL
O ferro, apesar de não se constituir em um tóxico, traz diversos
problemas para o abaste-cimento público de água. Confere cor e sabor à água,
provocando manchas em roupas e utensílios sanitários. Também traz o
problema do desenvolvimento de depósitos em canalizações e de ferro-
bactéria, provocando a contaminação biológica da água na própria rede de
distribuição.
No tratamento de águas para abastecimento, deve-se destacar a
influência da presença de ferro na etapa de coagulação e floculação. As águas
que contêm ferro caracterizam-se por apresentar cor elevada e turbidez baixa,
os flocos formados geralmente são peque-nos, ditos “pontuais”, com
velocidades de sedimentação muito baixa. Em muitas estações de tratamento
de água, este problema só é resolvido mediante a aplicação de cloro,
denominada de pré-cloração. Através da oxidação do ferro pelo cloro, os flocos
tornam-se maiores e a estação passa a apresentar um funcionamento
aceitável. No entanto, é conceito clássico que, por outro lado, a pré-cloração de
águas deve ser evitada, pois em caso da existência de certos compostos
orgânicos chamados precursores, o cloro reage com eles formando
trihalometanos, associados ao desenvolvimento do câncer.
85
Mercúrio
O mercúrio é usado na produção eletrolítica do cloro, em equipamentos
elétricos, amalgamas e como matéria prima para compostos de mercúrio. No
Brasil é largamente utilizado em garimpos para extração do ouro. Casos de
contaminação já foram identificados no Pantanal, no norte brasileiro e em
outras regiões. Está presente na forma inorgânica na água superficial e
subterrânea. As concentrações geralmente estão abaixo de 0,5 g/L, embora
depósitos de minérios possam elevar a concentração do metal na água
subterrânea. Entre as fontes antropogênicas de mercúrio no meio aquático
destacam-se as indústrias cloro-álcali de células de mercúrio, vários processos
de mineração e fundição, efluentes de estações de tratamento de esgotos,
indústrias de tintas, etc.
A principal via de exposição humana ao mercúrio é por ingestão de
alimentos. O metal é altamente tóxico ao homem, sendo que doses de 3 a 30
gramas são letais. Apresenta efeito cumulativo e provoca lesões cerebrais. A
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
intoxicação aguda é caracterizada por náuseas, vômitos, dores abdominais,
diarréia, danos nos ossos e morte. Esta intoxicação pode ser fatal em 10 dias,
a intoxicação crônica afeta glândulas salivares, rins e altera as funções
psicológicas e psicomotoras. Em Minamata (Japão), o lançamento de grande
quantidade de mercúrio orgânico - metil mercúrio - contaminou peixes e
moradores da região, provocando graves lesões neurológicas e mortes. O
pescado é um dos maiores contribuintes para a transferência de mercúrio para
o homem, sendo que este se mostra mais tóxico na forma de compostos
organometálicos.
Níquel
O níquel e seus compostos são utilizados em galvanoplastia, na
fabricação de aço inoxidável, manufatura de baterias Ni-Cd, moedas,
pigmentos, entre outros usos. Concentrações de níquel em águas superficiais
naturais podem chegar a 0,1 mg/L; valores elevados podem ser encontrados
QUÍMICA AMBIENTAL
em áreas de mineração. Na água potável, a concentração do metal
normalmente é menor que 0,02 mg/L, embora a liberação de níquel de
torneiras e acessórios possa contribuir para valores acima de 1 mg/L. A maior
contribuição antropogênica para o meio ambiente é a queima de combustíveis,
além da mineração e fundição do metal, fusão e modelagem de ligas, indústrias
de eletrodeposição, fabricação de alimentos, artigos de panificadoras,
refrigerantes e sorvetes aromatizados. Doses elevadas de níquel podem
causar dermatites nos indivíduos mais sensíveis. A principal via de exposição
para a população não exposta ocupacionalmente ao níquel e não fumante é o
consumo de alimentos. A ingestão de elevadas doses de sais causa irritação
gástrica. O efeito adverso mais comum da exposição ao níquel é uma reação
alérgica; cerca de 10 a 20% da população é sensível ao metal.
Potássio
Potássio é encontrado em baixas concentrações nas águas naturais, já
que rochas que contenham potássio são relativamente resistentes às ações do
tempo. Entretanto, sais de potássio são largamente usados na indústria e em
fertilizantes para agricultura, entrando nas águas doces através das descargas
industriais e lixiviação das terras agrícolas.
87
Sódio
Todas as águas naturais contêm algum sódio já que é um dos elementos
mais abundantes na Terra e seus sais são altamente solúveis em água,
encontrando-o na forma iônica (Na+), e nas plantas e animais, já que é um
elemento ativo para os organismos vivos. O aumento dos níveis na superfície
da água pode provir de esgotos, efluentes industriais e uso de sais em rodovias
para controlar neve e gelo. A última fonte citada também contribui para
aumentar os níveis de sódio nas águas subterrâneas. Nas áreas litorâneas, a
intrusão de águas marinhas pode também resultar em níveis mais elevados.
Concentração de sódio na superfície natural das águas varia
consideravelmente, dependendo das condições geológicas do local, descargas
de efluentes e uso sazonal de sais em rodovias. Valores podem estender-se de
1 mg/L ou menos até 10 mg/L ou mais em salmoura natural. Muitas águas
superficiais, incluindo aquelas que recebem efluentes, têm níveis bem abaixo
de 50 mg/L. As concentrações nas águas subterrâneas freqüente-mente
excedem 50 mg/L. Embora a concentração de sódio na água potável
geralmente seja menor que 20 mg/L, esse valor pode ser excedido em alguns
países, porém concentração acima de 200 mg/L pode dar à água um gosto não
aceitável.
O sódio é comumente medido onde a água é utilizada para
dessedentação de animais ou para agricultura, particularmente na irrigação
quando o teor de sódio em certos tipos de solo é elevado, sua estrutura pode
degradar-se pelo restrito movimento da água, afetando o crescimento das
plantas.
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Zinco
O zinco e seus compostos são muito usados na fabricação de ligas e
latão, galvanização do aço, na borracha como pigmento branco, suplementos
vitamínicos, protetores solares, desodorantes, xampus, etc. A presença de
zinco é comum nas águas superficiais naturais, em concentrações geralmente
abaixo de 10 g/L; em águas subterrâneas ocorre entre 10-40 g/L. Na água
de torneira, a concentração do metal pode ser elevada devido à dissolução do
zinco das tubulações. O zinco é um elemento essencial ao corpo humano em
pequenas quantidades. A atividade da insulina e diversos compostos
enzimáticos dependem da sua presença. O zinco só se torna prejudicial à
saúde quando ingerido em concentrações muito elevadas, o que é
extremamente raro, e, neste caso, pode acumular-se em outros tecidos do
organismo humano. Nos animais, a deficiência em zinco pode conduzir ao
atraso no crescimento. A água com elevada concentração de zinco tem
aparência leitosa e produz um sabor metálico ou adstringente quando
QUÍMICA AMBIENTAL
aquecida.
Cloreto (Cl)
O cloreto é o ânion Cl- que se apresenta nas águas subterrâneas,
oriundo da percolação da água através de solos e rochas. Nas águas
superficiais são fontes importantes as descargas de esgotos sanitários, sendo
que cada pessoa expele através da urina cerca 6 g de cloreto por dia, o que faz
com que os esgotos apresentem concentrações de cloreto que ultrapassam a
15 mg/L. Diversos são os efluentes industriais que apresentam concentrações
de cloreto elevadas como os da indústria do petróleo, algumas indústrias
farmacêuticas, curtumes, etc. Nas regiões costeiras, através da chamada
intrusão da cunha salina, são encontradas águas com níveis altos de cloreto
nas águas tratadas, a adição de cloro puro ou em solução leva a uma elevação
do nível de cloreto, resultante das reações de dissociação do cloro na água.
Para as águas de abastecimento público, a concentração de cloreto
constitui-se em padrão de potabilidade, segundo a Portaria 1469 do Ministério
da Saúde. O cloreto provoca sabor “salgado” na água, sendo o cloreto de sódio
o mais restritivo por provocar sabor em concentrações da ordem de 250 mg/L,
valor este que é tomado como padrão de potabilidade. No caso do cloreto de
89
Fluoreto
O flúor é o mais eletronegativo de todos os elementos químico, tão
reativo que nunca é encontrado em sua forma elementar na natureza, sendo
normalmente encontrado na sua forma combinada como fluoreto. O flúor é o
17º elemento em abundância na crosta terrestre representando de 0,06 a 0,9%
e ocorrendo principalmente na forma de fluorita (CaF2), Fluoroapatita
(C10(PO4)6) e criolita (Na3AlF6). Porém, para que haja disponibilidade de
fluoreto livre, ou seja, disponível biologicamente, são necessárias condições
ideais de solo, presença de outros minerais ou outros componentes químicos e
água. Traços de fluoreto são normalmente encontrados em águas naturais e
concentrações elevadas geralmente estão associadas com fontes
subterrâneas. Em locais onde existem minerais ricos em flúor, tais como
próximos a montanhas altas ou áreas com depósitos geológicos de origem
marinha, concentrações de até 10 mg/L ou mais são encontradas. A maior
90
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
concentração de flúor registrada em águas naturais é de 2.800 mg/L, no
Quênia.
O fluossilicato de sódio era o composto mais utilizado, tendo sido
substituído pelo ácido fluossilícico em diversas estações de tratamento de
água. Apesar da corrosividade do ácido, o fato de se apresentar na forma
líquida facilita sua aplicação e o controle seguro das dosagens, condição
fundamental para a fluoretação. O fluoreto de sódio é muito caro e o fluoreto de
cálcio, pouco solúvel.
Alguns efluentes industriais também descarregam fluoreto nas águas
naturais, tais como as indústrias de vidro e de fios condutores de eletricidade.
No ar, a presença de fluoreto deve-se principalmente a emissões
industriais e sua concentração varia com o tipo de atividade. Estima-se um
valor de exposição abaixo de 1g/L, pouco significativo em relação à
quantidade ingerida através da água e de alimentos. Todos os alimentos
possuem ao menos traços de fluoreto. Os vegetais possuem concentrações
QUÍMICA AMBIENTAL
maiores principalmente devido à absorção da água e do solo. Alguns alimentos
tais como peixes, certos vegetais e chá, possuem altas concentrações de
fluoreto. O uso da água fluoretada na preparação de alimentos pode dobrar a
quantidade de fluoreto presente. Estima-se uma quantidade diária ingerida de
0,2 a 3,1 mg para adultos e 0,5 mg para crianças de 1 a 3 anos.
Outras fontes de fluoreto são pasta de dente, gomas de mascar,
vitaminas e remédios. O uso tópico de fluoreto contribui para uma absorção
maior. O fluoreto ingerido através da água é quase completamente absorvido
pelo corpo humano, enquanto que o flúor presente nos alimentos não é
totalmente absorvido; em alguns casos como através de peixes e outras
carnes, chega apenas a 25%. Uma vez absorvido, o fluoreto é distribuído
rapidamente pelo corpo humano, grande parte é retida nos ossos, enquanto
que uma pequena parte nos dentes. O fluoreto pode ser excretado pela urina e
sua eliminação é influenciada por uma série de fatores tais como o estado de
saúde da pessoa e seu grau de exposição a esta substância. O fluoreto é
adicionado às águas de abastecimento público para conferir-lhes proteção à
cárie dentária. O fluoreto reduz a solubilidade da parte mineralizada do dente,
tornando mais resistente à ação de bactérias e inibe processos enzimáticos
que dissolvem a substância orgânica protéica e o material calcificante do dente,
91
Fósforo Total
O fósforo aparece em águas naturais devido principalmente às
descargas de esgotos sanitários. Nestes, os detergentes superfosfatados
empregados em larga escala domesticamente constituem a principal fonte,
Alguns efluentes industriais, como os de indústrias de fertilizantes, pesticidas,
químicas em geral, conservas alimentícias, abatedouros, frigoríficos e laticínios,
apresentam fósforo em quantidades excessivas. As águas drenadas em áreas
agrícolas e urbanas também podem provocar a presença excessiva de fósforo
em águas naturais.
O fósforo pode se apresentar nas águas sob três formas diferentes. Os
fosfatos orgânicos são a forma em que o fósforo compõe moléculas orgânicas,
como a de um detergente, por exemplo. Os ortofosfatos são representados
pelos radicais, que se combinam com cátions formando sais inorgânicos nas
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
águas e os polifosfatos, ou fosfatos condensados, polímeros de ortofosfatos,
esta terceira forma não é muito importante nos estudos de controle de
qualidade das águas, porque sofre hidrólise, convertendo-se rapidamente em
orto-fosfatos nas águas naturais.
Assim como o nitrogênio, o fósforo constitui-se em um dos principais
nutrientes para os processos biológicos, ou seja, é um dos chamados macro-
nutrientes, por ser exigido também em grandes quantidades pelas células
nesta qualidade, torna-se parâmetro imprescindível em programas de
caracterização de efluentes industriais que se pretende tratar por processo
biológico. Em processos aeróbios, como informado anteriormente, exige-se
uma relação DBO: N:P mínima de 100:5:1, enquanto que em processos
anaeróbios tem-se exigido a relação DQO:N:P mínima de 350:7:1. Os esgotos
sanitários no Brasil apresentam, tipicamente, concentração de fósforo total na
faixa de 6 a 10 mgP/L, não exercendo efeito limitante sobre o tratamento
biológico. Alguns efluentes industriais, porém, não possuem fósforo em suas
QUÍMICA AMBIENTAL
composições, ou apresentam concentrações muito baixas.
Neste caso, devem-se adicionar artificialmente compostos contendo
fósforo como o mono-amônio-fosfato (MAP) que, por ser usado em larga escala
como fertilizante, apresenta custo relativamente baixo. Ainda por ser nutriente
para processos biológicos, o excesso de fósforo em esgotos sanitários e
efluentes industriais conduz a processos de eutrofização das águas naturais.
Ortofosfato Solúvel
Os ortofosfatos são biodisponíveis e uma vez assimilados, são
convertidos em fosfato orgânico e em fosfatos condensados. Após a morte de
um organismo, os fosfatos condensados são liberados na água; entretanto, não
estão disponíveis para absorção biológica até que sejam hidrolizados por
bactérias para ortofosfatos.
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94
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
trazer prejuízos aos múltiplos usos dessas águas, prejudicando seriamente o
abastecimento público ou causando poluição por morte e decomposição. O
controle da eutrofização, através da redução do aporte de nitrogênio é
comprometido pela multiplicidade de fontes, algumas muito difíceis de serem
controladas como a fixação do nitrogênio atmosférico, por parte de alguns
gêneros de algas. Por isso, deve-se investir preferencialmente no controle das
fontes de fósforo.
Deve ser lembrado também que os processos de tratamento de esgotos
empregados atualmente no Brasil, não são otimizados para a remoção de
nutrientes e os efluentes finais tratados liberam grandes quantidades destes
que também podem dar margem à ocorrência do processo de eutrofização.
Nos reatores biológicos das estações de tratamento de esgotos, o
carbono, o nitrogênio e o fósforo, têm que se apresentar em proporções
adequadas para possibilitar o crescimento celular sem limitações nutricionais
com base na composição das células dos microrganismos que formam parte
QUÍMICA AMBIENTAL
dos tratamentos, costuma-se exigir uma relação DBO5,20:N:P mínima de
100:5:1 em processos aeróbios e uma relação DQO:N:P de pelo menos
350:7:1 em reatores anaeróbios. Deve ser notado que estas exigências
nutricionais podem variar de um sistema para outro, principalmente em função
do tipo de substrato. Os esgotos sanitários são bastante diversificados em
compostos orgânicos; já alguns efluentes industriais possuem composição bem
mais restrita, com efeito sobre o ecossistema a ser formado nos reatores
biológicos para o tratamento e sobre a relação C/N/P. No tratamento de
esgotos sanitários, estes nutrientes encontram-se em excesso, não havendo
necessidade de adicioná-los artificialmente, ao contrário, o problema está em
removê-los. Alguns efluentes industriais, como é o caso dos produtores de
celulose, que são compostos basicamente de carboidratos, não possuindo
praticamente nitrogênio e fósforo, estes devem ser adicionados de forma a
perfazer as relações recomendadas, utilizando-se para isto uréia granulada,
rica em nitrogênio e fosfato de amônia que possui nitrogênio e fósforo, dentre
outros produtos comerciais.
Pela legislação federal em vigor, o nitrogênio amoniacal é padrão de
classificação das águas naturais e padrão de emissão de esgotos. A amônia é
um tóxico bastante restritivo à vida dos peixes, sendo que muitas espécies não
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96
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
enxofre e é utilizado como matéria prima em indústrias de fertilizantes e de
materiais manufaturados, por exemplo.
O sulfato é um dos íons mais abundantes na natureza. Em águas
naturais, a fonte de sulfato ocorre através da dissolução de solos e rochas e
pela oxidação de sulfeto.
As principais fontes antrópicas de sulfato nas águas superficiais são as
descargas de esgotos domésticos e efluentes industriais. Nas águas tratadas é
proveniente do uso de coagulantes.
É importante o controle do sulfato na água tratada, pois a sua ingestão
provoca efeito laxativo. Já no abastecimento industrial, o sulfato pode provocar
incrustações nas caldeiras e trocadores de calor. E na rede de esgoto, em
trechos de baixa declividade onde ocorre o depósito da matéria orgânica, o
sulfato pode ser transformado em sulfeto, ocorrendo à exalação do gás
sulfídrico, que resulta em problemas de corrosão em coletores de esgoto de
concreto e odor, além de ser tóxico.
QUÍMICA AMBIENTAL
Carbono Orgânico Dissolvido e Absorbância no Ultravioleta
Estas duas variáveis não estão sujeitas à legislação, mas é importante
que sejam rotineiramente avaliadas durante um determinado período, para que
seja possível obter-se uma correlação entre estas e a concentração de
compostos precursores de trihalometanos, o que poderá facilitar a detecção
quando de possíveis alterações na qualidade da água com relação à presença
desse tipo de compostos.
97
Surfactantes
Analiticamente, isto é, de acordo com a metodologia analítica
recomendada, detergentes ou surfactantes são definidos como compostos que
reagem com o azul de metileno sob certas condições especificadas. Estes
compostos são designados “substâncias ativas ao azul de metileno” (MBAS –
Metilene Blue Active Substances) e suas concentrações são relativas ao
sulfonato de alquil benzeno linear (LAS) que é utilizado como padrão na
análise.
Os esgotos sanitários possuem de 3 a 6 mg/L de detergentes. As
indústrias de detergentes descarregam efluentes líquidos com cerca de 2000
mg/L do princípio ativo. Outras indústrias, incluindo as que processam peças
metálicas, empregam detergentes especiais com a função de desengraxante,
como o percloretileno.
As descargas indiscriminadas de detergentes nas águas naturais levam
a prejuízos de ordem estética provocados pela formação de espumas. Um dos
casos mais críticos de for-mação de espumas ocorre no Município de Pirapora
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“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
do Bom Jesus, no Estado de São Paulo. Localiza-se às margens do Rio Tietê,
a jusante da Região Metropolitana de São Paulo, recebendo seus esgotos, em
grande parte, sem tratamento.
A existência de corredeiras leva ao desprendimento de espumas que
formam continua-mente camadas de pelo menos 50 cm sobre o leito do rio, sob
a ação dos ventos, a espuma espalha-se sobre a cidade, contaminada
biologicamente e impregnando-se na superfície do solo e dos materiais,
tornando-os oleosos.
Além disso, os detergentes podem exercer efeitos tóxicos sobre os
ecossistemas aquáticos. Os sulfonatos de alquil benzeno de cadeia linear
(LAS) têm substituído progressiva-mente os sulfonatos de aquil benzeno de
cadeia ramificada (ABS), por serem considerados biodegradáveis. No Brasil
esta substituição ocorreu a partir do início da década de 80 e embora tenham
sido desenvolvidos testes padrão de biodegradabilidade, este efeito não é
ainda conhecido de forma segura. Os testes de toxicidade têm sido mais bem
QUÍMICA AMBIENTAL
desenvolvidos e há certa tendência a serem mais utilizados nos programas de
controle de poluição.
Os detergentes têm sido responsabilizados também pela aceleração da
eutrofização. Além de a maioria dos detergentes comerciais empregados
serem rica em fósforo, sabe-se que exercem efeito tóxico sobre o zooplâncton,
predador natural das algas. Segundo este conceito, não bastaria apenas à
substituição dos detergentes superfosfatados para o controle da eutrofização.
Os detergentes em geral são feitos a partir da mistura de alquil-benzeno-
sulfonatos. A diferença nos biodegradáveis começa na cadeia carbônica que os
constitui. Repare que a cadeia não possui nenhuma ramificação, é classificada
como linear. Um detergente é considerado não biodegradável se em sua
cadeia de hidrocarbonetos houver ramificações. Como vemos, a estrutura
acima está isenta de ramificação, a parte à esquerda da molécula é
considerada linear. Mas veja abaixo: A estrutura dos detergentes não
biodegradáveis possui ramificações na cadeia carbônica, observe à esquerda
da molécula. A maioria destes detergentes vai parar em rios através da rede de
esgoto, eles são responsáveis pela poluição conhecida como cisnes de deter-
gentes: espumas esbranquiçadas e densas que impedem a entrada de gás
oxigênio na água, o que afeta as formas aeróbicas aquáticas. Por que as
99
100
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
característica de detergentes pode parecer bonita naquele momento, mas se
torna “horripilante” quando depositada em rios. Como exemplo temos o Rio
Tietê, localizado na cidade de São Paulo, você já reparou naquelas densas
espumas escuras? Elas são provenientes de detergentes e materiais
orgânicos. Mas qual a explicação química para este acúmulo na natureza? Os
resíduos de sabão sofrem decomposição pelos microorganismos existentes na
água dos rios, sendo assim se tornam biodegradáveis, ou seja, não poluem o
meio ambiente. Os detergentes por sua vez se acumulam nos rios formando
uma camada de espuma. Na água existem microorganismos produzindo
enzimas capazes de quebrar as moléculas de cadeia carbônica linear que
caracterizam os sabões. Essas enzimas não reconhecem as cadeias
ramificadas presentes nos detergentes, e por isso eles permanecem na água
sem sofrer decomposição, o que ocasiona a poluição. As espumas de poluição
são conhecidas como "cisnes de detergentes", elas impedem a entrada de gás
oxigênio na água, o que afeta as formas aeróbicas aquáticas. Além disso, as
QUÍMICA AMBIENTAL
penas das aves cujo habitat natural é nas beiras de rio, passam por uma triste
conseqüência: em contato com os detergentes elas perdem a secreção oleosa
que as impermeabiliza impedindo-as de molhar, se as penas se molham ao
entrar em contato com a água, as aves tendem a se afundar e
conseqüentemente morrerem afogadas.
VARIÁVEIS FÍSICAS
Cor
A cor de uma amostra de água está associada ao grau de redução de
intensidade que a luz sofre ao atravessá-la (e esta redução dá-se por absorção
de parte da radiação eletromagnética), devido à presença de sólidos
dissolvidos, principalmente material em estado coloidal orgânico e inorgânico
dentre os coloides orgânicos, podem-se mencionar os ácidos húmico e fúlvico,
substâncias naturais resultantes da decomposição parcial de compostos
orgânicos presentes em folhas, dentre outros substratos. Também os esgotos
sanitários se caracterizam por apresentarem predominantemente matéria em
estado coloidal, além de diversos efluentes industriais contendo taninos
(efluentes de curtumes, por exemplo), anilinas (efluentes de indústrias têxteis,
101
Série de Sólidos
Em saneamento, sólidos nas águas correspondem a toda matéria que
permanece como resíduo, após evaporação, secagem ou calcinação da
amostra a uma temperatura pré-estabelecida durante um tempo fixado. Em
linhas gerais, as operações de secagem, calcinação e filtração são as que
definem as diversas frações de sólidos presentes na água (sólidos totais, em
suspensão, dissolvidos, fixos e voláteis). Os métodos empregados para
a determinação de sólidos são gravimétricos (utilizando-se balança analítica ou
de precisão).
Nos estudos de controle de poluição das águas naturais, principalmente
nos estudos de caracterização de esgotos sanitários e de efluentes industriais,
as determinações dos níveis de concentração das diversas frações de sólidos
resultam em um quadro geral da distribuição das partículas com relação ao
tamanho (sólidos em suspensão e dissolvidos) e com relação à natureza (fixos
ou minerais e voláteis ou orgânicos).
Este quadro não é definitivo para se entender o comportamento da água
em questão, mas constitui-se em uma informação preliminar importante. Deve
ser destacado que, embora a concentração de sólidos voláteis seja associada
à presença de compostos orgânicos na água, não propicia qualquer informação
sobre a natureza específica das diferentes moléculas orgânicas eventualmente
presentes que, inclusive, iniciam o processo de volatilização em temperaturas
102
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
diferentes, sendo a faixa compreendida entre 550-600ºC uma faixa de
referência. Alguns compostos orgânicos volatilizam-se a partir de 250ºC,
enquanto que outros exigem, por exemplo, temperaturas superiores a 1000ºC.
No controle operacional de sistemas de tratamento de esgotos, algumas
frações de sólidos assumem grande importância. Em processos biológicos
aeróbios, como os sistemas de lodos ativados e de lagoas aeradas
mecanicamente, bem como em processos anaeróbios, as concentrações de
sólidos em suspensão voláteis nos lodos dos reatores tem sido utilizadas para
se estimar a concentração de microrganismos decompositores da matéria
orgânica. Isto por que as células vivas são, em última análise, compostos
orgânicos e estão presentes formando flocos em grandes quantidades
relativamente à matéria orgânica “morta” nos tanques de tratamento biológico
de esgotos. Embora não representem exatamente a fração ativa da biomassa
presente, os sólidos voláteis têm sido utilizados de forma a atender as
necessidades práticas do controle de rotina. Imagine-se as dificuldades que se
QUÍMICA AMBIENTAL
teria se fosse utilizada, por exemplo, a concentração de DNA para a identifica-
ção da biomassa ativa nos reatores biológicos.
Algumas frações de sólidos podem ser inter-relacionadas produzindo
informações importantes. É o caso da relação SSV/SST que representa o grau
de mineralização de lodos. Por exemplo, determinado lodo biológico pode ter
relação SSV/SST = 0,8 e, depois de sofrer processo de digestão bioquímica,
ter esse valor reduzido abaixo de 0,4.
Para o recurso hídrico, os sólidos podem causar danos aos peixes e à
vida aquática. Eles podem se sedimentar no leito dos rios destruindo
organismos que fornecem alimentos, ou também danificar os leitos de desova
de peixes. Os sólidos podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos
rios, promovendo decomposição anaeróbia. Altos teores de sais minerais,
particularmente sulfato e cloreto, estão associados à tendência de corrosão em
sistemas de distribuição, além de conferir sabor às águas.
Temperatura
Variações de temperatura é parte do regime climático normal e, corpos
de água naturais apresentam variações sazonais e diurnas, bem como
estratificação vertical. A temperatura superficial é influenciada por fatores tais
103
Transparência
Essa variável pode ser medida facilmente no campo utilizando-se o
disco de Secchi, um disco circular branco ou com setores branco e preto e um
cabo graduado, que é mergulhado na água até a profundidade em que não
seja mais possível visualizar o disco. Essa profundidade a qual o disco
desaparece, e logo reaparece, é a profundidade de transparência. A partir da
medida do disco de Secchi, é possível estimar a profundidade da zona fótica,
ou seja, mede a profundidade de penetração vertical da luz solar na coluna
d’água. Na zona fótica ocorre a fotossíntese, indicando o nível da atividade
biológica de lagos ou reservatórios.
Turbidez
A turbidez de uma amostra de água é o grau de atenuação de
intensidade que um feixe de luz sofre ao atravessá-la (esta redução dá-se por
absorção e espalhamento, uma vez que as partículas que provocam turbidez
nas águas são maiores que o comprimento de onda da luz branca), devido à
presença de sólidos em suspensão, tais como partículas inorgânicas (areia,
silte, argila) e de detritos orgânicos, algas e bactérias, plâncton em geral, etc. A
erosão das margens dos rios em estações chuvosas é um exemplo de
fenômeno que resulta em aumento da turbidez das águas e que exigem
104
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
manobras operacionais, como alterações nas dosagens de coagulantes e
auxiliares, nas estações de tratamento de águas. A erosão pode decorrer do
mau uso do solo em que se impede a fixação da vegetação. Este exemplo
mostra também o caráter sistêmico da poluição, ocorrendo inter-relações ou
transferência de problemas de um ambiente (água, ar ou solo) para outro.
Os esgotos sanitários e diversos efluentes industriais também provocam
elevações na turbidez das águas. Um exemplo típico deste fato ocorre em
conseqüência das atividades de mineração, onde os aumentos excessivos de
turbidez têm provocado formação de grandes bancos de lodo em rios e
alterações no ecossistema aquático.
Alta turbidez reduz a fotossíntese de vegetação enraizada submersa e
algas. Esse desenvolvimento reduzido de plantas pode, por sua vez, suprimir a
produtividade de peixes. Logo, a turbidez pode influenciar nas comunidades
biológicas aquáticas. Além disso, afeta adversamente os usos doméstico,
industrial e recreacional de uma água.
QUÍMICA AMBIENTAL
Inversão térmica
A concentração de poluentes está fortemente relacionada às condições
meteorológicas. Alguns dos parâmetros que favorecem altos índices de
poluição são: alta porcentagem de calmaria, ventos fracos e inversões térmicas
a baixa altitude. Este fenômeno é particular-mente comum no inverno paulista,
quando as noites são frias e a temperatura tende a se elevar rapidamente
durante o dia, provocando alteração no resfriamento natural do ar.
A inversão térmica se caracteriza por uma camada de ar quente que se
forma sobre a cidade, “aprisionando” o ar e impedindo a dispersão dos
poluentes.
Nos primeiros 10 km da atmosfera, normalmente, o ar vai se resfriando à
medida que nos distanciamos da superfície da terra. Assim o ar mais próximo à
superfície, que é mais quente, portanto mais leve, pode ascender, favorecendo
a dispersão dos poluentes emitidos pelas fontes.
A inversão térmica é uma condição meteorológica que ocorre quando uma
camada de ar quente se sobrepõe a uma camada de ar frio, impedindo o
movimento ascendente do ar, uma vez que, o ar abaixo dessa camada fica
105
Smog
O Smog é proveniente da queima incompleta dos combustíveis fósseis
(à base de petróleo). Os gases lançados pelos carburadores dos carros não se
acumulam somente ao nível do solo, eles tendem a subir e formar uma densa
neblina. Com certeza a paisagem fica prejudicada com a presença da fumaça
escura, e o pior é que não é só por uma questão de beleza. O Smog causa
sérios danos à saúde do homem, mais precisamente ao aparelho respiratório
problemas como irritação constante na garganta e narinas, são problemas
comuns aos moradores de capitais onde o tráfego de automóveis se intensifica
a cada dia. Veja agora quais os tipos de Smog existem:
a) Smog urbana: a mais comum é uma mistura de poluentes gasosos,
neblina e partículas sólidas (poeira). A coloração escura se deve à
junção destes materiais.
b) Smog Industrial: presença de compostos mais nocivos à saúde,
como H2SO4 (ácido sulfúrico), SO2 (dióxido de enxofre), cinzas, fuligem,
entre outros. É por isso que a poluição industrial é considerada um risco
à humanidade.
106
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
c) Smog fotoquímica: o próprio nome já define, ela ocorre em presença
de luz. Esta neblina é comum nos dias muito quentes e secos, em sua
composição encontramos dióxido de nitrogênio (NO2) provindo de
escapamentos de automóveis.
CAPITULO 8.
QUÍMICA AMBIENTAL DO SOLO
QUÍMICA AMBIENTAL
O solo é uma camada finamente dividida de minerais resistentes e
materiais orgânicos que favorecem o crescimento das plantas. Para os seres
humanos e a maioria dos organismos terrestres, o solo é a parte mais
importante da geosfera. Embora o solo corresponda a uma faixa muito estreita
quando comparado com o diâmetro total da Terra, é dele que provém à maioria
dos alimentos requeridos pelos organismos terrestres. Um solo fértil e um clima
que contribui para sua produtividade são valiosos recursos que uma nação
pode ter.
Além de ser o local da maior parte da produção de alimentos, o solo é o
receptor de grandes quantidades de poluentes. Fertilizantes, pesticidas, e
resíduos sólidos depositados no solo freqüentemente contribuem para poluição
da água e do ar.
O solo é formado pelo desgaste de rochas como resultado da interação
dos processos geológico, hidrológico, e biológico. Solos são porosos e
verticalmente estratificados em linhas horizontais, como o resultado da filtração
de água e de processos biológicos. São sistemas abertos que sofrem
constantes trocas de substâncias e energia com a atmosfera, hidrosfera e
biosfera.
107
108
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A camada do topo do solo, de vários centímetros de espessura, é
conhecida como o horizonte A, ou camada da superfície do solo. Esta é a
camada de máxima atividade biológica no solo e contém a maior parte de
material orgânico.
A camada seguinte é o horizonte B, ou subsolo. Recebe materiais tais
como matéria orgânica, sais e partículas de areia que são carreadas do
horizonte A. O horizonte C é composto de rochas desgastadas a partir das
quais se originou o solo.
Os solos exibem uma grande variedade de características que são
usadas para a sua classificação para vários propósitos, inclusive produção
agrícola, construção de estrada e etc. Outras características do solo incluem
resistência, viabilidade, tamanho de partícula, permeabilidade, e grau de
desenvolvimento.
QUÍMICA AMBIENTAL
Compostos químicos existentes no solo
Água no solo
São requeridas grandes quantidades de água para produção da maioria
das substâncias da planta. A água é o meio de transporte básico para levar
nutrientes essenciais de partículas sólidas do solo à planta através de suas
raízes para as partes mais distantes de sua estrutura.
Normalmente, devido ao pequeno tamanho de partículas do solo e a
presença de peque-nos vasos capilares e poros, a fase de água não é
totalmente independente da parte sólida do solo. A disponibilidade de água
para plantas é governada por inclinações do vaso capilar e forças
gravitacionais. Os nutrientes dissolvidos em água dependem da variação da
concentração e dos potenciais elétricos. A presença de água em espaços
maiores no solo é relativamente disponível às plantas e facilmente escoa. A
água contida em poros menores ou entre as partículas de areia é retida mais
fortemente.
Um dos efeitos químicos mais marcantes do encharcamento é a redução
do potencial de oxidação (pE) pela ação de agentes redutores orgânicos que
agem através de bactérias catalisadoras. Assim, a condição de oxi-redução do
solo torna-se muito mais redutora, e o pE do solo pode diminuir o pH da água
em equilíbrio com o ar (pE= +13.6 a pH 7) para 1 ou menos. Um dos resultados
109
A solução solo
A solução solo é a porção aquosa do solo que contém materiais
dissolvidos provenientes dos processos químicos e bioquímicos do solo e
provenientes da troca com a hidrosfera e biosfera. Este meio transporta
espécies químicas para as partículas do solo, mantendo um contato íntimo
entre os solutos e as partículas do solo. Além de fornecer água para
crescimento de planta, é um meio essencial para a troca de nutrientes da
planta entre as raízes e terra sólida.
Obter uma amostra de solução de solo é freqüentemente muito difícil
porque a parte mais significante está confinada em vasos capilares e filmes de
superfície. O meio mais direto é a coleta da água de drenagem. A solução do
solo pode ser isolada do solo através da separação mecânica por
centrifugação, pressão ou tratamento no vácuo.
O material mineral dissolvido no solo está presente na forma de íons
proeminentes entre os cátions estão H+, Ca2+, Mg2+, K+, Na+, e normalmente
quantidades menores de Fe2+, Mn2+, e Al3+. Os últimos três cátions podem
estar presentes parcialmente hidrolisados como FeOH, ou complexados
através de substâncias ligantes de húmicos orgânicos. Os â-nions que podem
estar presentes são HCO3-, CO32-, HSO4-, SO42-, Cl-, e F-. Além de ser
ligado a H+ em espécies como bicarbonatos (ajuste de acidez), os ânions
podem ser complexados com íons de metal, como em AlF2+. Cátions e ânions
de multivalência for-mam íons emparelhados entre si, por exemplo, CaSO4 e
FeSO4.
110
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Ajuste de acidez no solo
A maioria das plantas comuns cresce melhor em solos com pH próximo
da neutralidade. Para um solo muito ácido, o ótimo desenvolvimento da planta
é alcançado restituindo o solo com carbonato de cálcio.
Solo} (H+)2 + CaCO3 -------> Solo} Ca2+ + CO2 + H2O
Em áreas de pouca chuva, os solos podem ficar muito básicos
(alcalinos) devido à presença de sais básicos como Na2CO3. Os solos
alcalinos podem ser tratados com alumínio ou sulfato de ferro que formam
ácido hidrólises:
2Fe3+ + 3SO42- + 6H2O -------> 2Fe(OH)3 + 6H+ + 3 SO42-
O enxofre é usado para acidificar terras alcalinas, sendo oxidado através
de reações com bactérias, produzindo ácido sulfúrico. Altas taxas de enxofre
que são eliminadas dos combustíveis fósseis poluindo o ar, através do dióxido
de enxofre, podem fazer o trata-mento de terras alcalinas, o que é
economicamente muito atraente.
QUÍMICA AMBIENTAL
Água no solo:
São requeridas grandes quantidades de água para produção da maioria
das substâncias da planta. A água é o meio de transporte básico para levar
nutrientes essenciais de partículas sólidas do solo à planta através de suas
raízes para as partes mais distantes de sua estrutura.
Normalmente, devido ao pequeno tamanho de partículas do solo e a
presença de peque-nos vasos capilares e poros, a fase de água não é
totalmente independente da parte sólida do solo. A disponibilidade de água
para plantas é governada por inclinações do vaso capilar e forças
gravitacionais. Os nutrientes dissolvidos em água dependem da variação da
concentração e dos potenciais elétricos. A presença de água em espaços
maiores no solo é relativamente disponível às plantas e facilmente escoa. A
água contida em poros menores ou entre as partículas de areia é retida mais
fortemente.
Um dos efeitos químicos mais marcantes do encharcamento é a redução
do potencial de oxidação (pE) pela ação de agentes redutores orgânicos que
agem através de bactérias catalisadoras. Assim, a condição de oxi-redução do
solo torna-se muito mais redutora, e o pE do solo pode diminuir o pH da água
em equilíbrio com o ar (pE= +13.6 a pH 7) para 1 ou menos. Um dos resultados
111
A solução solo:
A solução solo é a porção aquosa do solo que contém materiais
dissolvidos provenientes dos processos químicos e bioquímicos do solo e
provenientes da troca com a hidrosfera e biosfera. Este meio transporta
espécies químicas para as partículas do solo, mantendo um contato íntimo
entre os solutos e as partículas do solo. Além de fornecer água para
crescimento de planta, é um meio essencial para a troca de nutrientes da
planta entre as raízes e terra sólida.
Obter uma amostra de solução de solo é freqüentemente muito difícil
porque a parte mais significante está confinada em vasos capilares e filmes de
superfície. O meio mais direto é a coleta da água de drenagem. A solução do
solo pode ser isolada do solo através da separação mecânica por
centrifugação, pressão ou tratamento no vácuo.
O material mineral dissolvido no solo está presente na forma de íons
proeminentes entre os cátions estão H+, Ca2+, Mg2+, K+, Na+, e normalmente
quantidades menores de Fe2+, Mn2+, e Al3+. Os últimos três cátions podem
estar presentes parcialmente hidrolisados como FeOH+, ou complexados
através de substâncias ligantes de húmicos orgânicos. Os ânions que podem
estar presentes são HCO3-, CO32-, HSO4-, SO42-, Cl-, e F-. Além de ser
ligado a H+ em espécies como bicarbonatos (ajuste de acidez), os ânions
podem ser complexados com íons de metal, como em AlF2+. Cátions e ânions
de multivalência for-mam íons emparelhados entre si, por exemplo, CaSO4 e
FeSO4.
112
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Ajuste de acidez no solo
A maioria das plantas comuns cresce melhor em solos com pH próximo
da neutralidade. Para um solo muito ácido, o ótimo desenvolvimento da planta
é alcançado restituindo o solo com carbonato de cálcio.
Solo} (H+)2 + CaCO3 -------> Solo} Ca2+ + CO2 + H2O
Em áreas de pouca chuva, os solos podem ficar muito básicos
(alcalinos) devido à presença de sais básicos como Na2CO3. Os solos
alcalinos podem ser tratados com alumínio ou sulfato de ferro que formam
ácido hidrólises:
2Fe3+ + 3SO42- + 6H2O -------> 2Fe(OH)3 + 6H+ + 3 SO42-
O enxofre é usado para acidificar terras alcalinas, sendo oxidado através
de reações com bactérias, produzindo ácido sulfúrico. Altas taxas de enxofre
que são eliminadas dos combustíveis fósseis poluindo o ar, através do dióxido
de enxofre, podem fazer o trata-mento de terras alcalinas, o que é
QUÍMICA AMBIENTAL
economicamente muito atraente.
Ar no solo
Aproximadamente 35% do volume de solo é composto de ar nos poros
considerando que a atmosfera seca ao nível do mar contém 21% O2 e 0,03%
CO2 de volume, estas porcentagens podem ser bastantes diferentes devido à
decomposição de matéria orgânica:
{CH2O} + O2 ---------> CO2 + H2O
Este processo consome oxigênio (O2) e produz gás carbônico (CO2)
como resultado, a quantidade de oxigênio do ar no solo pode ser muito menor
que 15%, e a quantidade de gás carbônico pode ser de um percentual muito
maior. Assim, a diminuição de material orgânico no solo aumenta o nível de
equilíbrio de CO2 dissolvido na água presente no solo. Este processo diminui o
pH e contribui para formação de minerais de carbonato, particularmente
carbonato de cálcio. O CO2 também dificulta o equilíbrio do processo pelo qual
as raízes absorvem íons metálicos do solo.
Os componentes inorgânicos do solo:
O desgaste das rochas e minerais inorgânicos que compõem o solo
contribui na formação de colóides inorgânicos. Estes colóides são repositórios
113
Nitrogênio
Na maioria dos solos, mais de 90% do nitrogênio contido é orgânico.
Este nitrogênio orgânico é, principalmente, o produto da biodegradação de
plantas e animais mortos. Ele é eventualmente hidrolisado à NH4+ (nitrogênio
inorgânico), o qual pode ser oxidado à NO3- (nitrogênio inorgânico) pela ação
das bactérias presentes no solo.
O nitrogênio confinado no solo é especialmente importante para manter
a fertilidade do solo. Ao contrário do potássio ou fosfato, o nitrogênio não é um
significante produto do desgaste mineral. Uma das fontes de nitrogênio no solo
é a atmosfera, o qual é transformado por bactérias fixadoras de nitrogênio
através de um processo bioquímico:
3{CH2O} + 2N2 + 3H2O + 4H+ 3CO2 + 4NH4+
No entanto, as bactérias fixadoras de nitrogênio não fornecem nitrogênio
suficiente para manter a fertilidade do solo. O nitrogênio inorgânico,
proveniente de fertilizantes ou da água da chuva, é freqüentemente perdido,
em grande parte, pela lixiviação. O húmus do solo, porém, serve como um
reservatório do nitrogênio que as plantas necessitam.
O nitrogênio é um dos principais componentes das proteínas e da
matéria viva. Plantas e cereais cultivados em solos ricos em nitrogênio não
somente rendem mais, como também são freqüentemente ricas em proteínas
e, conseqüentemente, mais nutritivas.
114
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Fósforo
Embora o percentual de fósforo nas plantas seja relativamente baixo, ele
é um componente essencial às plantas. O fósforo como o nitrogênio, deve estar
presente em uma forma inorgânica simples para que possa ser assimilado
pelas plantas. Dentro de uma faixa de pH, as espécies presentes na maioria
dos solos são ortofosfatos, H2PO4- e HPO42-.
O ortofosfato é mais disponível para as plantas em valores de pH perto
da neutralidade. Acredita-se que em solos relativamente ácidos, os íons
ortofosfatos são precipitados ou absorvidos por espécies de Al3+ e Fe3+. Em
solos alcalinos, o ortofosfato pode reagir com carbonato de cálcio para formar
um composto relativamente insolúvel:
3 HPO42- + 5CaCO3(s) + 2H2O -------> Ca5(PO4)3(OH) + 5HCO3- + OH-
Potássio
O potássio é essencial para o crescimento das plantas. O potássio ativa
QUÍMICA AMBIENTAL
algumas enzimas e desempenha um papel importante no equilíbrio de água
nas plantas. É também essencial para algumas transformações de
carboidratos. O rendimento de uma colheita está diretamente relacionado com
a quantidade de potássio presente no solo. Quando fertilizantes de nitrogênio
são adicionados ao solo para aumentar a produtividade, aumenta a remoção
do potássio. Sendo assim, o potássio pode se tornar um nutriente limitante em
solos fertilizados com grande quantidade de outros nutrientes.
O potássio é um dos elementos mais abundantes da crosta terrestre,
cerca de 2,6%; porém, muito desse potássio não está disponível para as
plantas, pois geralmente se apresenta sob a forma de minerais (silicatos que
contém o potássio, por exemplo - K2O. Al2O3. 4SiO2).
115
Fertilizantes
Fertilizante é um produto destinado para melhorar as condições
nutritivas das plantas e a produtividade do solo. As plantas necessitam de
nutrientes como o nitrogênio, potássio e fósforo, e uma das formas de obter
esses nutrientes é através dos fertilizantes quando depositados no solo. O
nitrogênio mantém a fertilidade do solo, portanto, alimentos e plantas cultivados
em solos com nitrogênio são ricos em proteínas; o potássio é essencial para o
crescimento das plantas e o fósforo é um elemento essencial para todo tipo de
plantas porque é um macronutriente importante, que a planta precisa para
poder completar seu ciclo produtivo.
Os fertilizantes a base de fósforo são obtidos a partir de rochas
fosfáticas, principalmente as apatitas-hidroxiapatita, Ca5(PO4)3OH, e
fluoroapatita, Ca5(PO4)3F, pelo tratamento com ácido sulfúrico. Assim, o
fósforo está presente nestes fertilizantes na forma de superfosfatos simples e
triplos e contém basicamente fosfato monocálcico monohidratado [Ca
(H2PO4)2. H2O], e os fosfatos mono [NH4H2PO4] e diamônico [(NH4)2HPO4].
116
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
e fúlvicos, e uma fração insolúvel chamada humina. É o resíduo originado
quando bactérias e fungos biodegradam o material das plantas. A maior parte
da biomassa da planta consiste em celulose relativamente degradável e lignina
resistente à degradação. Entre os principais componentes químicos da lignina
estão os anéis aromáticos conectados por cadeias de alquilas, grupos metilas,
e grupos hidroxilas. Estes artefatos estruturais acontecem no húmus do solo e
dão a ele muitas de suas propriedades características.
Gorduras, resinas e ceras extraídos de lipídios através de solventes
orgânicos. Pequena parte da matéria orgânica do solo pode afetar as
propriedades físicas do solo repelindo água, pode ser fitotóxico.
Sacarídeos Celulose, amido, hemicelulose, gomas - Principal fonte de
alimento para microrganismos do solo, ajuda na estabilização de agregados do
solo.
Nitrogênio orgânico Nitrogênio ligado ao húmus, aminoácidos e outras
composições. Fornece nitrogênio para fertilidade do solo.
QUÍMICA AMBIENTAL
Compostos de fósforo Éster fosfatos, inositol fosfatos (ácido fítico),
fosfolipídios. Fonte de fosfato para a planta.
O acúmulo de matéria orgânica no solo é influenciado fortemente pela
temperatura e pela disponibilidade de oxigênio. Como a taxa de biodegradação
diminui com o declínio da temperatura, a matéria orgânica não degrada
rapidamente em climas mais frios e tende a formar o solo. Em água e em solos
com grandes quantidades de água, a vegetação que se deteriora não tem
acesso fácil a oxigênio, acumulando matéria orgânica. O conteúdo orgânico
pode alcançar 90% em áreas onde plantas crescem e se deterioram em solos
saturados com água.
CAPITULO 9.
117
ELETRONEGATIVIDADE
A eletronegatividade é a tendência que um átomo tem em receber
elétrons em uma ligação química, logo, não pode ser calculada a
eletronegatividade de um átomo isolado.
Eletropositividade
118
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
contrário, pois mede a tendência de um átomo em perder elétrons:
os metais são os mais eletropositivos.
QUÍMICA AMBIENTAL
Raio Atômico
Raio atômico é, basicamente, a distância do núcleo de um átomo à sua
eletrosfera na camada mais externa. Porém, como o átomo não é rígido,
calcula-se o raio atômico médio definido pela metade da distância entre os
centros dos núcleos de dois átomos de mesmo elemento numa ligação química
em estado sólido.
119
Afinidade Eletrônica
A afinidade eletrônica mede a energia liberada por um átomo em estado
fundamental e no estado gasoso ao receber um elétron. Ou ainda, a energia
mínima necessária para a retirada de um elétron de um ânion de um
determinado elemento.
Potencial de Ionização
O potencial de ionização mede o contrário da afinidade eletrônica: a
energia necessária para retirar um elétron de um átomo neutro, em estado
fundamental e no estado gasoso. Sendo que, para a primeira retirada de
elétron a quantidade de energia requerida é menor que a segunda retirada, que
por sua vez é menor que a terceira retirada, e assim sucessivamente.
120
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 3
GESTÃO E
PLANEJAMENTO
AMBIENTAL
Sumário
I – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE GESTÃO ................................................................................. 123
I.1 – Conceitos a serem observados no decorrer do curso ...........................................................................124
I.2 – Importância dos sistemas de gestão ambiental...................................................................................127
LISTA DE VERIFICAÇÃO.................................................................................................................171
122
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
I – INTRODUÇÃO AOS SISTEMAS DE GESTÃO
123
124
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
tenham mais de uma unidade operacional, uma única unidade operacional pode
ser definida como uma organização.
Sistema – conjunto de elementos que estão inter-relacionados ou em
interação.
Sistema de Gestão – sistema para estabelecer políticas e objetivos e
para atingir esses objetivos.
Gestão – atividades coordenadas para dirigir e controlar uma organização.
Documento – informação e o meio físico no qual ela está contida. O meio
físico pode ser papel, magnético, disco de computador de leitura ótica ou
eletrônica, fotografia ou amostra padrão, ou uma combinação destes.
Sistema de Gestão Ambiental (SGA) – a parte de um sistema da gestão
de uma organização utilizada para desenvolver e implementar sua política
125
126
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
I. 2 – IMPORTÂNCIA DOS SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL
127
A norma brasileira NBR ISO 14001 - Requisitos com orientações para uso de
Sistemas da gestão ambiental é idêntica às normas propostas pela ISSO para
128
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
serem adotadas em todos os países membros e tem um efeito sistêmico
interessante: ao enfocar a necessidade de adotar fornecedores certificados, cria-
se um enlace de reforço positivo. Quanto mais empresas estiverem certificadas,
mais empresas se verão obrigadas a se certificar, pois a exigência se replica a
montante na rede de valor.
129
130
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
As empresas, portanto, encontram-se em diferentes estágios no processo de
envolvimento com as questões ambientais.
O Trabalho da ISO
,(& 6HFUHWDULD
TC-176
3DtVHV0HPEURV &RPLWrV 9000
*UXSRV
7UDEDOKR:*
131
Série:
ISO 14000 – Guia de orientação do conjunto de normas a série:
ISO 14001 (17 requisitos) – Sistema de gestão ambiental apresenta as
especificações.
ISO 14004 – Sistema de gestão ambiental, apresenta diretrizes para
princípios, sistemas e técnicas de suporte.
ISO 14010 – Diretrizes para auditoria ambiental, princípios gerais.
ISO 14011 (parte 1 e 2) – Diretrizes para auditoria ambiental,
procedimento de auditoria.
ISO 14012 – Diretrizes para auditoria ambiental, critérios para
qualificação de auditores.
132
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
As normas ISO 14000 não estabelecem níveis de desempenho ambiental,
especificam somente os requisitos que um sistema de gestão ambiental deverá
cumprir. De uma forma geral, estabelecem o que deverá ser feito por uma
organização para diminuir o impacto das suas atividades no meio ambiente, mas
não prescrevem como o fazer.
a) Motivos Externos:
- Pressão do cliente;
- Alta concorrência do mercado e
- Restrição de comércio através de regulamentações
de mercado (ex.: CEE).
b) Motivos Internos:
- Convicção, acreditar nos benefícios que o sistema proporciona;
- Política corporativa e estratégia de competitividade.
133
134
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
buscando a certificação ISO 14000 isoladamente, ainda assim é prudente
consultar a ISSO 9000 sobre vários dos seus requisitos.
135
136
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A Organização como um sistema aberto
137
Não se pretende que estas Normas, tais como outras Normas, sejam
utilizadas para criar barreiras comerciais não tarifárias, nem para ampliar ou
alterar as obrigações legais de uma organização.
138
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Muitas organizações gerenciam suas operações através da aplicação de um
sistema de processos e suas interações, que podem ser referenciados como
“abordagem de processo”. A ABNT NBR ISO 14001 promove a utilização da
abordagem de processo. Como o PDCA pode ser aplicado a todos os
processos, as duas metodologias são consideradas compatíveis.
139
140
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A resposta para este novo papel pode ser caracterizada em três níveis
de atuação:
141
142
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Na NBR ABNT ISO 14001, o tema é objeto do requisito 4.3.1. Segundo esse
requisito da Norma:
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para:
143
Nestas notas de aula, utilizaremos três desses critérios que sabemos ser
independentes entre si: a severidade, a probabilidade e a área de influência.
Grau Avaliação
144
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CRITÉRIO PROBABILIDADE (indica a probabilidade da ocorrência de um
impacto)
Grau Avaliação
Grau Avaliação
A todo impacto se deve, pois, ser atribuído um valor que reflita sua posição
em relação a cada um dos três critérios.
145
B 4 3 2
C 1 2 5
D 3 4 4
E 5 2 2
F 3 4 5
G 1 1 1
H 2 3 2
I 2 1 3
J 2 3 4
Impacto Produto
A 3 x 4 x 1 = 12
B 4 x 3 x 2 = 24
C 1 x 2 x 5 = 10
D 3 x 4 x 4 = 48
E 5 x 2 x 2 = 20
F 3 x 4 x 5 = 60
G 1x1x1=1
H 2 x 3 x 2 = 12
I 2x1x3=6
J 2 x 3 x 4 = 24
146
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Esse artifício nos permite estabelecer que o impacto F é o mais significativo,
enquanto o impacto G é pouco significativo.
147
Dessa forma, a empresa já pode definir claramente aonde ela quer chegar
em termos do seu Sistema de Gestão Ambiental. Assim, através de sua alta
administração, a organização discute, define e fixa o seu comprometimento com
o SGA e a respectiva política ambiental.
Em sua cláusula 4.1 - Requisitos gerais, a NBR ABNT ISO 14001 estabelece
que a organização deve estabelecer, documentar, implementar, manter e
continuamente melhorar um sistema da gestão ambiental em conformidade com
os requisitos desta Norma e determinar como ela irá atender a esses requisitos.
148
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
das normas da série ISO 14000, a adoção de um SGA é voluntária, portanto
nenhuma empresa é obrigada a adotar uma política ambiental ou procedimentos
ambientais espontâneos, salvo em casos de requisitos exigidos por lei, como,
por exemplo: licenciamento ambiental, controle de emissões, tratamento de
resíduos, etc.
Segundo a cláusula 4.2, a Norma NBR ABNT ISO 14001 deixa claro que, na
definição de sua política ambiental, a Alta Administração da organização deve
definir a política ambiental da organização e assegurar que, dentro do escopo
definido de seu sistema da gestão ambiental, a política:
149
150
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
a) identificar e ter acesso a requisitos legais aplicáveis e a outros requisitos
subscritos pela organização, relacionados aos seus aspectos ambientais, e
151
152
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
aspectos ambientais significativos. Deve também considerar suas opções
tecnológicas, seus requisitos financeiros, operacionais, comerciais e a visão das
partes interessadas.
153
154
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A alta administração da organização deve indicar representante(s)
específico(s) da administração, o(s) qual(is), independentemente de outras
responsabilidades, deve(m) ter função, responsabilidade e autoridade definidas
para assegurar que um sistema da gestão ambiental seja estabelecido,
implementado e mantido em conformidade com os requisitos desta Norma e
relatar à alta administração sobre o desempenho do sistema da gestão
ambiental para análise, incluindo recomendações para melhoria.
155
Reza a Norma 14001 que, com relação aos seus aspectos ambientais e ao
sistema da gestão ambiental, a organização deve estabelecer, implementar e
manter procedimento(s) para:
156
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
atividades industriais, que são automaticamente associadas à ideia de
poluição efetiva e degradação do meio ambiente pela comunidade
desinformada.
É importantíssimo, então, que as organizações passem a adotar a estratégia
de comunicar periodicamente ao seu pessoal, às comunidades onde se acham
inseridas e ao público em geral todas as suas ações na área ambiental, por
mínimas que sejam, buscando informar e cativar a opinião pública.
No caso específico dos colaboradores, a organização deve reconhecer que
são um de seus principais instrumentos de marketing e, mais do que isso, que
só através deles poderá ter uma gestão ambiental eficiente e voltada para a
melhoria contínua. Assim, a comunicação interna sobre a gestão ambiental da
organização reveste-se de particular importância, considerando sua função
157
a) po
política, obje
etivos e me
etas ambie
entais
escrição do escopo do
b) de d sistema
a da gestão
o ambienta
al
d) do
documentos,
os, incluindo
ndo registros,
os, requeridos
dos pela orm
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e) do
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erminados pela orgaanização como
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necessárrios para assegurar
a r o planejam
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ental eficaz
z.
Pirâ
râmide d
da document
docu tação
Manual
do SGA
Proce dimentos em
Nível de Sistema
struções
Ins
21
21/4/2009 11:59
158
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Embora sua produção não seja obrigatória pela NBR ABNT ISO 14001, até
a versão atual (2004), a melhor forma de se descrever um SGA é através de
um Manual do Sistema.
159
160
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
armazenados adequadamente. Os documentos obsoletos também devem ser
retirados do local para evitar uso indevido.
161
162
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
chave; detalhes sobre serviços de emergência (por exemplo, corpo de
bombeiros e serviço de limpeza pública, Secretaria do Meio Ambiente, Polícia
Florestal e Defesa Civil); planos de comunicação interna e externa; ações a
serem adotadas para diferentes tipos de emergência; informações sobre
materiais perigosos, incluindo o impacto potencial de cada material sobre o
meio ambiente, e medidas a serem tomadas na eventualidade de lançamentos
acidentais; e planos de treinamento e simulações para verificar a eficácia das
medidas).
163
164
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
conquista de melhoria contínua é possível definir os objetivos e metas da
organização.
165
166
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A norma enfatiza a importância de se identificar, através da investigação, a
causa da não conformidade para que se possam tomar medidas corretivas e
preventivas.
- Relatórios de incidentes
- Registros de reclamações
- Informações pertinentes a empreiteiros e fornecedores
- Inspeção, manutenção, e registros de calibração
- Informações processuais
- Informações do produto
- Registros de treinamento
- Resultados das auditorias
167
168
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A maioria das auditorias ambientais é uma combinação de uma e outra forma
de auditoria. Contudo, o objetivo principal de qualquer auditoria ambiental é a
realização de um diagnóstico da situação atual para verificar o que está
faltando e promover ações futuras que tragam a melhora do desempenho
ambiental da empresa.
169
170
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
e) situação das ações corretivas e preventivas,
f) ações de acompanhamento das análises anteriores,
g) mudança de circunstâncias, incluindo desenvolvimentos em requisitos
legais e outros relacionados aos aspectos ambientais, e
h) recomendações para melhoria.
1 - REQUISITOS GERAIS
Determinar se:
A organização auditada define e documenta o escopo do seu Sistema de
Gestão Ambiental (SGA).
2 - POLÍTICA AMBIENTAL
Determinar se:
A organização auditada define a sua política ambiental e assegura que,
dentro do escopo definido pelo seu SGA, essa política:
a) é apropriada à natureza, escala e impacto ambiental de suas
atividades, produtos e serviços;
171
3 - PLANEJAMENTO
Determinar se:
1 - A organização auditada estabelece, implementa e mantém
procedimentos, para:
a) identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e
serviços, dentro do escopo do seu SGA, que ela possa controlar e
aqueles que ela possa influenciar, levando-se em conta
desenvolvimentos, novos ou planejados, bem atividades, produtos e
serviços, novos ou modificados;
b) identificar os aspectos que tenham ou possam vir a ter impactos
significativos sobre o meio ambiente; e
c) documentar as informações acima e mantê-las atualizadas.
172
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3.2 - Requisitos Legais e Outros
Determinar se:
1 - A organização auditada estabelece, implementa e mantém
procedimentos, para:
a ) identificar e ter acesso aos requisitos legais aplicáveis;
b) identificar e ter acesso a outros requisitos subscritos pela
organização auditada, relacionados aos seus aspectos ambientais; e
c) determinar como esses requisitos se aplicam aos seus aspectos
ambientais.
Determinar se:
1 - A organização auditada estabelece, implementa e mantém objetivos e
metas ambientais documentadas, nas funções e níveis relevantes de sua
estrutura;
173
4 - IMPLEMENTAÇÃO E OPERAÇÃO
Determinar se:
1 - A administração da organização auditada assegura a disponibilidade dos
recursos essenciais para o estabelecimento, implementação, manutenção e
melhoria do sistema de gestão ambiental, incluindo recursos humanos (com
habilidades especializadas, quando necessário), infraestrutura organizacional,
tecnologia apropriada e recursos financeiros;
174
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4.2 - Competência, Treinamento e Conscientização.
Determinar se:
1 - A organização auditada assegura que qualquer pessoa que, em nome da
organização auditada, ou para a organização auditada, realize tarefas que
tenham o potencial de causar impactos ambientais significativos, que tenham
sido identificados pela organização auditada:
a) seja competente, com base em formação apropriada, treinamento ou
experiência; e
b) que os registros associados a essa competência sejam mantidos;
2 - A organização auditada:
175
Determinar se:
1 - A organização auditada, em relação aos seus aspectos ambientais e
ao SGA, estabelece, implementa e mantém procedimentos para:
a) a comunicação interna entre os vários níveis e funções
organizacionais; e
b) o recebimento e à resposta de comunicações pertinentes,
oriundas de partes interessadas externas, bem como à documentação
dessas ações.
2 - A organização auditada:
a) documenta as bases de eventual decisão da comunicação externa
de seus aspectos ambientais significativos; e
b) estabelece e documenta os métodos para a comunicação
externas desses seus aspectos ambientais significativos.
4.4 - Documentação
176
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4.5 - Controle de Documentos
177
Determinar:
1 - Se a organização auditada implementa e mantém procedimentos para:
a) identificar situações potenciais de acidentes e de emergência, que
possam ter impacto sobre o meio ambiente; e
b) como a organização auditada responderá àquelas situações.
178
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5 - VERIFICAÇÃO
Determinar:
1 - Se a organização auditada estabelece, implementa e mantém
procedimentos para avaliar, periodicamente, o atendimento aos requisitos
legais aplicáveis e se são mantidos registros dos resultados dessas avaliações
periódicas;
2 - Se a organização auditada avalia, periodicamente, o atendimento a outros
requisitos por ela subscritos e se são mantidos registros dos resultados dessas
avaliações periódicas.
179
Determinar se:
1 - A organização auditada estabelece, implementa e mantém procedimentos
para tratar as não-conformidades, reais e potenciais e para executar ações
corretivas e preventivas, definindo requisitos para:
a) identificação e correção de não conformidades e execução de ações
para mitigar os seus impactos ambientais;
b) investigação de não conformidades, incluindo a determinação de
suas causas a execução de medidas e ações que evitem a sua
repetição;
c) a avaliação da necessidade de ações para prevenir a ocorrência de
não conformidades e a implementação dessas ações;
d) o registro dos resultados das ações corretivas e
preventivas executadas; e.
e) a análise da eficácia das ações corretivas e preventivas
executadas.
Determinar se:
1 - A organização auditada estabelece e mantém registros (incluindo os
resultados obtidos), conforme necessário, que demonstrem a conformidade
com os requisitos do seu SGA e com a Norma ABNT NBR ISO 14001:2004;
180
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2 - A organização auditada estabelece, implementa e mantém
procedimentos para a identificação, guarda, proteção, recuperação, retenção e
descarte dos registros;
Determinar se:
1 - A organização auditada assegura que as auditorias internas do SGA são
181
Determinar se:
1 - A alta administração da organização auditada analisa, em intervalos
planejados, o SGA, para assegurar a sua contínua adequação, pertinência e
eficácia;
182
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ambiental, nos objetivos, metas e em outros elementos do SGA, consistentes
com o comprometimento com a melhoria contínua.
Avaliação do Ciclo de Vida (ACV) é uma técnica para avaliação dos aspectos
ambientais e dos impactos ambientais associados a um produto,
compreendendo etapas que vão desde a retirada da natureza de matérias-
primas elementares que entram no sistema produtivo (berço) a disposição do
produto final (túmulo) (CHEHEBE 1998).
A ACV trata-se de uma ferramenta relativamente nova no mundo e,
183
Com base na ABNT NBR ISO 14040 (ABNT 2004) a metodologia com técnica
de ACV inclui quatro fases principais, inter-relacionadas entre si, como estão
mencionadas abaixo:
1. Definição do objetivo e escopo da análise;
2. Inventário dos processos envolvidos, com enumeração das entradas e
saídas do sistema;
3. Avaliação dos impactos ambientais associados às entradas e saídas do
sistema (cálculos);
4. Interpretação dos resultados das fases de inventário e avaliação, levando-se
em conta os objetivos do estudo.
Fonte: Google.com
Objetivo e Escopo
Na ACV, o primeiro passo a ser seguido é a definição do objetivo do estudo,
e segundo Ferrão (1998), deve considerar as seguintes questões:
184
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Quais razões levam à realização do estudo?
Qual objetivo do estudo?
Que produto ou função pretende-se estudar?
A quem se destina os resultados?
185
Os procedimentos de alocação.
Quando se estuda a reutilização de subprodutos no processo. Ex: água de
moagem para resfriamento dos fornos ou para remoção de particulados na
chaminé.
Os requisitos dos dados.
Verifica-se a validade dos dados bem como sua origem e ano de estudo.
As hipóteses e limitações.
Os estudos de ACV são amplos, pode-se estender o estudo ao local ou até ao
âmbito global o que se torna inviável.
Se for realizadas Avaliação de Impacto e a metodologia a ser adotada.
A avaliação de impacto deve ser quantificada e qualificada.
Se for realizadas a fase de Interpretação e a metodologia a ser adotada.
Avaliar qual impacto no meio ambiente merece priorização.
O tipo e o formato do relatório necessário ao estudo.
O relatório deve ser de fácil interpretação e utilização conforme onde os
resultados serão aplicados. Ex: laboratório de análises, para o governo.
A definição dos critérios para a revisão crítica, se necessária.
Deve-se rever todo o estudo para poder avaliar sua validade e utilização. A
Figura 9 mostra o sistema relacionado ao produto e sua vizinhança. Onde os
fluxos elementares são as entradas ou passagens de matérias primas e outros
materiais no processo, ou saídas de materiais para outras indústrias, no caso de
subprodutos.
186
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Análise do Inventário
187
188
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Os dados são classificados e agrupados nas diversas categorias
selecionadas como o aquecimento global, acidificação, etc. Pode-se classificar
em:
Meios receptores; Problemas Ambientais.
189
190
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Onde,
mi: massa do resíduo i
Fi: fator de compactação do resíduo
?i: massa específica do resíduo i
II - Problemas ambientais
191
v) Potencial de eutrofização:
É a medido em relação a 1 kg de fosfato
- Neste enfoque, uma mesma substância pode contribuir em mais de uma
classe de impacto, participando da pontuação final.
- Os critérios aqui apresentados, como já mencionados, não constituem uma
lista exaustiva.
Outros podem fazer parte da avaliação como, por exemplo, ruído, odor,
toxicologia, eco toxicologia, etc..
192
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
trabalho, antes do relatório final, uma avaliação dos resultados alcançados e dos
critérios adotados durante sua realização.
Os resultados da ACV devem ser relatados à audiência pretendida de forma
justa, completa e precisa. O tipo e o formato do relatório devem ser definidos na
fase de escopo do estuda.
Dois conceitos básicos são importantes na apresentação dos resultados de
um estudo de ACV.
A ACV é uma ferramenta de avaliação do impacto ambiental que tem como meta
(SOARES, 2005):
· Melhorar a compreensão dos aspectos ambientais associados aos
processos produtivos;
· Avaliar a seleção de diferentes materiais e processos;
· Permitir a seleção de indicadores ambientais e avaliação do perfil ambiental;
· Auxiliar o processo de tomada de decisões;
· Avaliar os impactos para a implantação de SGA - ISO 14001.
193
Conceitos Elementares
Alternativas – Alternativas são ações globais, ou seja, ações que podem ser
avaliadas isoladamente. Podem representar diferentes cursos de ação,
diferentes hipóteses sobre a natureza de uma característica, diferentes
conjuntos de características etc.
194
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A das alternativas, de modo que seja significativo comparar duas alternativas a e
b de acordo com um particular ponto de vista, ou seja, é a expressão qualitativa
ou quantitativa de um ponto de vista utilizado na avaliação das alternativas.
Cada alternativa possui um valor segundo cada critério.
Formulação do problema.
195
196
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
pequeno de critérios de modo que o acesso a informações inter critérios seja
facilitado na implementação de um procedimento de agregação;
operacionalidade, isto é, a família deve ser considerada por todos os atores com
uma base para a continuidade do processo de apoio à decisão.
197
Soma Ponderada:
198
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Matriz de Avaliação de Multicritérios
199
200
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Para avaliar o impacto causado pela usina que produz álcool e adotar um
sistema de gestão ambiental, deve-se fazer a avaliação do perfil da usina, do
perfil do produto e o plano de gestão ambiental.
Sabendo-se que a indústria lança seus efluentes num RIO Classe III de água
doce com vazão (Qrio) = a 1000 m3. s-1.
Avalie o potencial poluidor desta indústria para futuras ações corretivas e/ou
até mesmo a implantação de um SGA.
a) Qual a concentração de matéria orgânica (DBO) no Rio Classe III, quando
misturado com o efluente lançado pela indústria SUCRO ALCOOLEIRA?
Onde:
Qin: Vazão da indústria
DBO5(ind): Demanda Bioquímica de Oxigênio da indústria
Qrio: Vazão do Rio
CDBO(rio): Demanda Bioquímica de Oxigênio do Rio
201
202
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
iii. MES: 8 x 10-3g/L
iv. Fluoreto (F-): 0,01 g/L
v. Hg: 5 x 10-6g/L
vi. DBO: 0,06 g/L
203
204
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 3
BIOLOGIA
SANITÁRIA
Sumário
Saúde e as questões ambientais ..................................................................................................................208
Água ..........................................................................................................................................................240
Ar ...........................................................................................................................................................246
206
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM MEIO AMBIENTE
DISCIPLINA: BIOLOGIA SANITÁRIA
ETAPA: 3º
OBJETIVOS:
Debater as políticas de saúde no Brasil, enfatizando a reforma sanitária e a
constituição do Sistema Único de Saúde;
Discutir temas relativos a organização, gestão e operacionalização do SUS;
Possibilitar conhecimento frente às doenças transmissíveis, agravos de saúde
relacionado a saúde da criança e adulto, enfatizando as temáticas que
contemplam temas transversais na educação.
DISTRIBUIÇÃO DE PONTOS
BIMESTRE ATIVIDADE VALOR
1º BIMESTRE Prova mensal I 6,0 pontos
BIOLOGIA SANITÁRIA
Prova mensal II 6,0 pontos
207
Fotos: Google
208
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Meio Ambiente
Segundo Odum: Engloba as comunidades, os ecossistemas e a biosfera.
Espaço Dinâmico
Mundo Muda
Ambiente Atividades do homem
Preocupações Ambientalistas
9 A partir dos anos 50;
BIOLOGIA SANITÁRIA
9 Mais intensas a partir da década de 70;
9 1970 - Europa - Ano de Conservação da Natureza;
9 1972 - Estocolmo - Conferência das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente;
9 Novo entendimento político-jurídico e social do ambiente e da co-
responsabilidade mundial na sua proteção;
9 Criação do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUMA),
como sede em Nairobi.
Agricultura e Saúde
Agrotoxicos-agroquimicos-biocidas: Carcinogênicos (câncer); Mutagênicos
(mutações); Teratogênicos (anomalias fetais)
209
210
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
cólera em 1883. Essas descobertas estabeleceram dois conceitos centrais da
bacteriologia: o da etiologia específica, na qual cada doença tem uma única
causa identificável, e o da “bala mágica” ao destacar que cada doença pode
ser curada por um agente específico, ratificado por Pasteur ao desenvolver
vacinas (RIBEIRO, 2004, p.74).
Com os conhecimentos adquiridos o ambiente doméstico limpo, purificado
e areado, era vital para a saúde dos seus ocupantes;
Em meados do século XX retomaram-se as pesquisas referentes à
relação da saúde com a descoberta da resistência de Staphylococcus à
penicilina em 1959;
Em 1980, três quartos dos microrganismos nos Estados Unidos já eram
resistentes à penicilina. Na década de 70 desenvolveram-se importantes
programas de combate à poluição do ar e da água nos países industrializados;
A Carta de Ottawa, em 1986, elaborada na I Conferência Internacional
sobre Promoção da Saúde, estabeleceu em uma de suas abordagens de ação,
BIOLOGIA SANITÁRIA
a criação de ambientes favoráveis à saúde. Sugeriu, ainda, a proteção do meio
ambiente, a conservação dos recursos naturais
Segundo a OMS:
“Saúde Ambiental é o campo de atuação da saúde pública que se ocupa das
formas de vida, das substâncias e das condições em torno do ser humano, que
211
OMS
A Organização Mundial de Saúde divulgou as principais causas de morte no
mundo. Estas informações podem ajudar a avaliar a eficácia do sistema de
saúde de um país, promover melhorias nas ações de saúde pública e colaborar
para a redução das mortes evitáveis.
As tabelas abaixo mostram as principais causas de morte:
212
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
NEWS.MED.BR, 2011. OMS divulga as dez principais causas de morte no mundo. Disponível em:
BIOLOGIA SANITÁRIA
<http://www.news.med.br/p/saude/222530/oms-divulga-as-dez-principais-causas-de-morte-no-mundo.htm>. Acesso
em: 5 jul. 2012.
213
Fotos: Google
214
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A OMS estima que 30% dos danos a saúde estão relacionados aos
fatores ambientais:
inadequação do saneamento básico (água, lixo, esgoto)
poluição atmosférica
exposição a substâncias químicas e físicas
desastres naturais
fatores biológicos (vetores, hospedeiros e reservatórios)
Urbanização rápida e desordenada;
Concentração de renda;
Degradação ambiental;
Degradação qualidade de vida.
Gênese dos problemas de meio ambiente e saúde – processo de
produção e consumo.
OMS - promovido estudos para um melhor entendimento da relação
ambiente – saúde, de forma a subsidiar a definição de políticas e
BIOLOGIA SANITÁRIA
estratégias para estes setores.
215
SANEAMENTO BÁSICO:
6 – 60 milhões de brasileiros (9,6 milhões de domicílios) não contam com
coleta de esgoto,
6 – 15 milhões (3,4 milhões de domicílios) não tem acesso à água
encanada. E uma parcela da população que têm ligação domiciliar não
conta com abastecimento diário e nem de água potável com qualidade.
6 Quase 75% de todo o esgoto sanitário coletado nas cidades é
despejado "in natura", o que contribui decisivamente para a poluição dos
cursos d'água urbanos e das praias.
MORADIAS:
– 41,5% da população vive em condições inadequadas de habitação;
adensamento excessivo, carência de serviços de água e esgoto, direitos de
propriedade mal definidos, não conformidade com os padrões de edificação ou
moradias construídas com materiais não duráveis.
– 6,6 milhões de pessoas ou 3,9% da população brasileira em favelas
– 78,5% das quais localizadas nas 9 principais Regiões Metropolitanas do país
- Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo,
Curitiba e Porto Alegre. (IBGE, censo 2000)
CONTAMINAÇÃO DO AR:
- Contínuo crescimento urbano e expansão industrial;
- Episódios cada vez mais frequentes de Contaminação Atmosférica
- Urbanização desordenada e desastres naturais
- Compactação e falta de drenagem da água
216
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Falta de coleta e destino adequado dos resíduos sólidos
BIOLOGIA SANITÁRIA
Fotos: Google
Pragas e Vetores
O povo brasileiro não tem a noção e a dimensão exatas do que as
pragas e vetores custam à nação brasileira, refletindo de maneira negativa na
reputação do Brasil no exterior, no custo Brasil e em diversas áreas, como: na
exportação, no custo do SUS e do INSS, no turismo, nos agronegócios, na
217
Você sabia???
- 35% da poluição dos rios é causada por lixo urbano; 40% da água tratada no
Brasil é desperdiçada;
- Um banho demorado gasta mais de 180L de água;
- Uma descarga gasta 20L de água, cada vez que é acionada;
- Escovar os dentes com a torneira aberta representa o desperdício de 100L de
água;
- Uma torneira pingando gasta 47L de água por dia.
- Cerca de 50% da população mundial não possui saneamento básico;
- Mais de 15% da população mundial não tem acesso à água potável;
- Apenas 2,5% da água do planeta é doce.
- A população tem acesso a apenas 0,08%;
- Água é vital e insubstituível.
- Qualidade da água é vida
218
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Alguns anos após, seus estudos foram confirmados em laboratório pelo
isolamento e identificação da bactéria Vibrio cholerae, nas fezes de doentes de
cólera.
Noções de Epidemiologia
CORTÊS (1993), revendo o conceito de cadeia epidemiológica e de seus
componentes, caracterizou os mecanismos de propagação das doenças. A
identificação destes mecanismos que se relacionam com o processo de
propagação da doença, torna possível a adoção de medidas sanitárias,
capazes de prevenir e impedir a sua disseminação. Segundo este autor, as
seguintes questões poderiam ser formuladas e respondidas:
BIOLOGIA SANITÁRIA
Via de eliminação (VE).
Que recurso o agente utiliza para alcançar um novo hospedeiro?
Via de transmissão (VT).
Como o agente se hospeda no novo hospedeiro?
Porta de entrada (PE).
Quem pode adquirir a doença?
Susceptível.
219
Usos da epidemiologia
Por algum tempo prevaleceu a idéia de que a epidemiologia restringia-se
ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis. Hoje, é reconhecido que a
220
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
epidemiologia trata de qualquer evento relacionado à saúde (ou doença) da
população.
Suas aplicações variam desde a descrição das condições de saúde da
população, da investigação dos fatores determinantes de doenças, da
avaliação do impacto das ações para alterar a situação de saúde até a
avaliação da utilização dos serviços de saúde, incluindo custos de assistência.
Dessa forma, a epidemiologia contribui para o melhor entendimento da
saúde da população - partindo do conhecimento dos fatores que a determinam
e provendo, conseqüentemente, subsídios para a prevenção das doenças.
Saúde e doença
A saúde e doença são idéias relativas e convencionais, e representam
estados absolutamente opostos. O limite entre o estado de saúde e doença é
difícil de ser estabelecido. O indivíduo pode se manter entre eles, durante toda
sua vida. A saúde é um estado de relativo equilíbrio da forma e da função do
organismo, resultante de seu sucesso em ajustar-se às forças que tendem a
BIOLOGIA SANITÁRIA
perturbá-lo. Não se trata de uma aceitação passiva, dessas, por parte do
organismo, mas de sua resposta ativa, para o seu reajustamento.
Agentes causais
Os agentes causais podem ser biológicos, químicos e físicos. Os
hospedeiros apresentam variáveis que se relacionam com o estado fisiológico,
nutricional, defesas orgânicas, espécie, idade, sexo e raça. O meio ambiente
apresenta fatores que influenciam e estão relacionados com o clima, água, solo,
221
Características do agente
9 Infecciosidade:
9 Patogenicidade:
9 Virulência:
9 Variabilidade:
9 Antigenicidade- imunogenicidade;
9 Resistência:
Características do hospedeiro
Em um sentido amplo, o hospedeiro pode ser considerado como todo e
qualquer ser vivo que albergue um agente em seu organismo, ou ainda o
organismo que propicia alimento ou abrigo a organismo de outra espécie.
São conhecidos dois tipos de hospedeiros:
Hospedeiro definitivo: é aquele onde o parasito atinge a maturidade,
reproduzindo-se sexuadamente.
Hospedeiro intermediário: é o hospedeiro, no qual o parasito desenvolve
suas formas imaturas ou, para alguns, se reproduz assexuadamente.
Os fatores relativos ao hospedeiro, dentro do sistema ecológico, se
relacionam às suas características, como a espécie, raça, sexo, idade,
estado fisiológico, entre outros, e aquelas que dependem do agente e do
meio ambiente, como a densidade populacional, manejo e
susceptibilidade.
Características do ambiente
O meio ambiente pode favorecer a evolução ou declínio de uma
determinada doença na população animal. Consideram-se três fatores ou
elementos do meio ambiente, que são, os fatores físicos, biológicos e sócio-
econômicos.
Características do ambiente
Físicos: Temperatura, Calor e umidade, Topografia;
Bioógicos, Artrópodes, Roedores, Reservatórios, Animais susceptíveis,
Hospedeiros intermediários;
222
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Socio-econômicos: O nível cultural e econômico do criador ou da comunidade.
- As condições higiênico-sanitárias da propriedade.͒- O tamanho e distribuição
das propriedades.͒- O manejo e tipo de sistema de produção.
- O nível de tecnificação agropecuária.͒
BIOLOGIA SANITÁRIA
Vias de transmissão: direta imediata (contato físico entre a fonte de infecção),
direta mediata (qdo não há contato físico,ex. Doenças respiratórias); indireta
(infecção ocorre por outros meios, água)
Porta de entrada: via respiratória.
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
A interação do homem com o meio ambiente é muito complexa e
dinâmica, denvolvendo fatores conhecidos ou não, que podem sofrer
alterações ao longo do tempo, ou se modificarem no momento em que se
desencadeia a ação.
Como o controle das doenças transmissíveis se baseia em intervenções
que, atuando sobre um ou mais elos conhecidos da cadeia epidemiológica, são
capazes de interrompê-la, as estratégias de intervenção tendem a ser
aprimoradas ou substituídas, na medida em que novos conhecimentos são
aportados, seja por descobertas científicas (terapêuticas, fisiopatogênicas ou
epidemiológicas), seja pela observação sistemática do comportamento dos
procedimentos de prevenção e controle estabelecidos.
A evolução desses conhecimentos contribui, também, para a
modificação de conceitos e de formas organizacionais dos serviços de saúde,
223
224
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
PROPÓSITOS E FUNÇÕES
Para subsidiar esta atividade, deve tornar disponíveis informações
atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças ou agravos, bem como dos
seus fatores condicionantes, em uma área geográfica ou população
determinada.
A vigilância epidemiológica constitui-se, ainda, em importante
instrumento para o planejamento, a organização e a operacionalização dos
serviços de saúde, como também para a normatização de atividades técnicas
correlatas.
Medidas de intervenção pertinentes possam ser desencadeadas com
oportunidade e eficácia:
TIPOS DE DADOS
Os dados e informações que alimentam o Sistema de Vigilância Epidemiológica
BIOLOGIA SANITÁRIA
são os seguintes:
• Dados demográficos, socioeconômicos e ambientais: permitem
quantificara população e gerar informações sobre suas condições de vida.
• Dados de mortalidade: são obtidos através das declarações de óbitos,
processadas pelo Sistema de Informações sobre Mortalidade.
• Notificação de surtos e epidemias: a detecção precoce de surtos e
epidemias ocorre quando o sistema de vigilância epidemiológica local
está bem estruturado.
225
226
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
comunicação disponível. Mecanismos próprios de notificação devem ser
instituídos, definidos de acordo com a apresentação clínica e epidemiológica
do evento
BIOLOGIA SANITÁRIA
(Viacava, F. Informações em saúde: a importância dos inquéritos
populacionais. Ciências & Saúde Coletiva, 2002; 7(4):607-21.)
227
Missão
Promover e proteger a saúde da população e intervir nos riscos
228
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
decorrentes da produção e do uso de produtos e serviços sujeitos à vigilância
sanitária, em ação coordenada com os estados,municípios e o Distrito Federal,
de acordo com os princípios do Sistema Único de Saúde, para a melhoria da
qualidade de vida da população brasileira.
É de garantir a segurança sanitária de produtos e serviços - é na
verdade, um desafio para a sociedade. A vigilância sanitária regulamenta e
controla o mercado quanto aos riscos, mas uma parcela dessa tarefa cabe a
quem efetivamente faz as opções, ao adquirir produtos e serviços em situação
regular e de qualidade.
Objetivo
Ao disseminar subsídios técnicos para tais escolhas, é oferecer apoio
aos responsáveis do setor público para que identifiquem com maior
tranqüilidade a situação dos candidatos a fornecedores quanto à regularidade
junto aos órgãos que se ocupam da avaliação do risco e da qualidade.
BIOLOGIA SANITÁRIA
No caso da prestação de serviços de saúde e de todos os insumos
necessários à atividade, não basta que não haja riscos, que sejam inócuos,
mas é preciso haver eficácia. Medicamentos, materiais, equipamentos e
instalações devem propiciar condições ótimas para que os procedimentos
adotados….
…pelos profissionais de saúde produzam o efeito desejado. Nesse campo, a
ineficácia corresponde à exposição desnecessária a riscos e a deixar de tomar
medidas profiláticas, de diagnóstico ou tera- pêutica que são indicadas.
Visão
Ser legitimada pela sociedade como uma instituição integrante do Sistema
Único de Saúde, ágil, moderna e transparente, de referência nacional e
internacional na regulação e no controle sanitário.
Valores
• Ética e responsabilidade como agente público;
• Capacidade de articulação e integração;
• Excelência na gestão;
• Conhecimento para fonte da ação;
229
230
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
instituições e até países.
5 EIXOS:
- Defesa do Direito à Saúde
- Fortalecimento do SUS
- Cidadania
- Produção e Difusão de Conhecimentos DS
- Mobilização Política e Social
BIOLOGIA SANITÁRIA
Atuação da ANVISA
Criada em 1999, a ANVISA é responsável pelo controle sanitário e
legislação de todos os produtos e serviços submetidos à vigilância sanitária,
tais como medicamentos (possui um bulário eletrônico) e alimentos, além de
participar do controle dos portos, aeroportos e fronteiras nos assuntos
relacionados à vigilância sanitária.
Atuação da Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) proibiu no dia 14 de
novembro de 2011 a venda de bebidas e de alimentos à base de Aloe vera,
conhecida popularmente como babosa, no Brasil.
Segundo a agência não há comprovação científica suficiente de que os
produtos alimentares à base de Aloe vera sejam seguros à longo prazo.
A determinação deverá ser cumprida até que os fabricantes do suco de
Aloe vera tenham o registro da Anvisa para que o produto possa ser
novamente comercializado, o que só deve ser conseguido após comprovação
científica suficientemente credível.
Contudo, a decisão não afeta o comércio de produtos à base de Aloe
231
Outros casos
Anvisa proibiu a venda de CLA (ácido linoléico conjugado)
Anvisa suspende a venda da pílula do dia seguinte (problemas
burocraticos de algumas marcas)
Lipostabil é Proibido pela Anvisa (falta de pesquisas sobre o produto)
Dietmax é proibido pela Anvisa (suplemento alimentar- nao funciona e
nao se sabe o efeito)
Vigilância sanitária impõe limites ao uso de adoçantes
Criação do SUS
HISTÓRICO͒
1920: Criação da Lei Eloy Chaves – primeiro modelo de previdência social , as
Caixas de Aposentadoria e Pensão (CAPS), que asseguram somente
funcionários ferroviários marítimos.
1930: Unificação das CAPS em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPS),
que asseguravam outras categorias profissionais, mediante registro em carteira
de trabalho.
Contexto da Saúde no Brasil entre 1930 e 1940: dividida em dois campos de
ação (saúde pública X medicina previdenciária).
1966: Criação do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS), a partir da
unificação dos IAPS.
1974 a 1979: pressões populares e reivindicações.
1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde, que aprovou um relatório, cujas
bases constituíram o projeto de Reforma Sanitária Brasileira.
Fim da Década de 1980: O Inamps (O Inamps FOI SUBSTITUÍDO PELO
INPS-INSTITUTO NACIONAL DE PREVIDÊNCIA SOCIAL EM 1974.) a partir
da 8ª Conferência de Saúde, direciona-se para uma cobertura mais universal
232
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
dos serviços de saúde (ex.: fim da exigência de carteira do Inamps para se ter
atendimento nos hospitais conveniados a rede pública).
1987: Criado o Sistema Unificado e Descentralizado de Saúde (SUDS), ainda
gerido pelo Inamps.
INPS – Instituto Nacional de Previdência Social
Inamps – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social
1988: Criação definitiva do SUS
1990: efetivação e regulação do SUS, com promulgação das Leis 8080 e 8142,
BIOLOGIA SANITÁRIA
com a primeira referindo-se a promoção da saúde e a organização dos serviços
e a segunda, à participação da comunidade e o repasse de recursos do
governo federal para as demais instâncias.
1991: Processo de descentralização do atendimento à saúde. Organização dos
Conselhos de Saúde.
1992: Acontece a 9ª Conferência Nacional de Saúde, cujos objetivos eram a
descentralização, municipalização e participação popular através dos
Conselhos de Saúde
1996: A 10ª Conferência Nacional de Saúde preconiza o aprofundamento e o
fortalecimento do controle social para democratização do SUS
EVOLUÇÃO͒
Na década de 1990 foram editadas, pelo Governo Federal, sucessivas Normas
Operacionais Básicas (NOBs) visando concretizar os princípios estabelecidos
para o SUS.
NOB 01/91 – nova política de financiamento do SUS.
NOB 01/93 – Dispõe sobre procedimentos reguladores do processo de
descentralização das ações e dos serviços, dando maior autonomia municipal
233
Cartão-SUS
Conhecido como Cartão-SUS, como forma de identificar a
clientela do Sistema Único de Saúde, explicita ao mesmo
tempo sua vinculação à gestão e a um conjunto bem
definido de serviços, cujas atividades devem cobrir,
integralmente, todo a atenção à saúde do cidadão,
conforme os princípios constitucionais
234
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
que, assim como as Normas Operacionais anteriores, vem orientando a
implantação do SUS, dando ênfase às necessidades de saúde da população e
à busca pela equidade social.
Pactuado entre as três esferas de governo (Federal, Estadual e
Municipal), o Pacto pela Saúde redefine as responsabilidades de cada uma
dessas esferas, articulando estratégias dos três componentes: Pacto pela Vida,
Pacto em Defesa do SUS e Pacto de Gestão.
A saúde é considerada na sua complexidade, colocando-se como um
bem econômico não restrito ao mercado, como forma de vida da sociedade, e
direito que se afirma enquanto política, com as dimensões de garantias de
acesso universal, qualidade, hierarquização, conforme estabelece a
Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro
de 1988.
BIOLOGIA SANITÁRIA
O direito à saúde implica o reconhecimento de que todas as cidadãs e
todos os cidadãos, sem exceção, têm as garantias universais da saúde. Os
movimentos sociais dos anos pré-constituição, na área da saúde, visavam a
um novo paradigma e a uma nova forma de considerar a questão da saúde da
população, coletiva e individualmente, como direito e como questão de todos,
sobre a qual os sujeitos implicados tomam decisões.
A questão da saúde deixa de ser “um negócio da doença” para se trans
formar em garantia da vida, rompendo-se com o modelo flexneriano (proposto
pelo relatório Flexner, nos Estados Unidos, no início do século XX), que
restringia a saúde ao diagnóstico das doenças, feito por especialistas
designados por um saber academicamente reconhecido em lei.
No contexto histórico da segunda metade do século XX, significou um
235
236
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
mobilização instituinte da área de saúde, de reafirmação do princípio de
participação e controle social, na direção da democratização do Estado.
As propostas aí forjadas são constitucionalizadas em 1988, com a
conquista do direito à saúde com controle social. O grande desafio colocado ao
movimento passava a ser, então, a consolidação e a implementação do
paradigma instituinte e formalmente instituído na Constituição Federal/88
Lei nº 8.142/90
“dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do Sistema
Único de Saúde (SUS) e sobre as transferências intergovernamentais de
recursos fi nanceiros na área da saúde” e garante o sistema participativo de
baixo para cima com duas instâncias colegiadas:
I – a conferência de saúde e
II– o conselho de saúde.
BIOLOGIA SANITÁRIA
Lei nº 8.080/90
Fica definido que o SUS é constituído pelas ações e serviços prestados
por órgãos e instituições federais, estaduais e municipais, da administração
direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público (art. 4).
O parágrafo 2º do artigo 4º diz expressamente que “a iniciativa privada
poderá participar do SUS, em caráter complementar”, conforme disposto no
artigo 199 da Constituição Federal, configurando-se a preeminência do setor
público e a inclusão apenas complementar do setor privado
No campo de atuação do SUS, estão ainda incluídas as vigilâncias
sanitária e epidemiológica, a saúde do trabalhador e a assistência terapêutica
integral, inclusive farmacêutica;
SANEAMENTO BÁSICO
Saneamento Ambiental: É o conjunto de ações sócio-econômicas que têm
por objetivo alcançar níveis de Salubridade Ambiental, por meio de
abastecimento de água potável, coleta e disposição sanitária de resíduos
sólidos, líquidos e gasosos, promoção da disciplina sanitária de uso do solo,
drenagem urbana, controle de doenças transmissíveis e demais serviços e
obras especializadas, com a finalidade de proteger e melhorar as condições de
237
Precariedade…
Mais de um bilhão dos habitantes da Terra não têm acesso a habitação
segura e serviços básicos de saneamento como: abastecimento de água, rede
de esgotamento sanitário e coleta de lixo. A falta de todos esses serviços, além
de altos riscos para a saúde, são fatores que contribuem para a degradação do
meio ambiente.
238
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A situação exposta se verifica especialmente nos cinturões de miséria
das grandes cidades, onde se aglomeram multidões em espaços mínimos de
precária higiene. Estudos do Banco Mundial (1993) estimam que o ambiente
doméstico inadequado é responsável por quase 30% da ocorrência de doenças
nos países em desenvolvimento. O quadro a seguir ilustra a situação.
BIOLOGIA SANITÁRIA
Consequências….
- à poluição do mar causada pelos despejos de rejeitos tóxicos e materiais
assemelhados;
- escoamento de águas poluídas dos continentes
- pesca excessiva;
239
Água
As águas na natureza circulam e se transformam no interior das três
unidades componentes do nosso planeta: a atmosfera, o solo e a hidrosfera -
rios, lagos e mares.
Para estudarmos o ciclo hidrológico, podemos partir do momento em
que a água se evapora dos oceanos e da superfície da terra e passa a integrar
a atmosfera na forma de vapor d’água. Em determinadas condições surgem
gotículas que, pela ação da gravidade, formam a precipitação pluviométrica, ou
seja, a chuva. Desse ponto em diante, a água pode seguir basicamente por
dois caminhos: parte infiltra através dos vazios do solo, abastecendo os
reservatórios subterrâneos - lençol freático e aqüíferos - e outra parte forma o
escoamento superficial. Saliente-se que, quanto maior for a retenção e a
infiltração das águas de chuva, menor será o escoamento superficial e,
conseqüentemente, menor a chance de ocorrer inundações.
As águas armazenadas nos reservatórios subterrâneos fluem
lentamente na chamada descarga base para os corpos d’água e, por meio da
evaporação, fecha-se o ciclo hidrológico.
240
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A Utilização da Água e as Exigências de Qualidade
BIOLOGIA SANITÁRIA
Esse processo de captação e devolução por sucessivas cidades em
uma bacia resulta numa reutilização indireta da água. Durante as estiagens, a
manutenção da vazão mínima em muitos rios pequenos dependem,
fundamentalmente, do retorno destas descargas de esgotos efetuadas a
montante.
Assim, o ciclo artificial da água integrado ao ciclo hidrológico natural é:
- captação de água superficial, tratamento e distribuição;
- coleta, tratamento e disposição em corpos receptores dos esgotos gerados;
- purificação natural do corpo receptor; e
- repetição deste esquema por cidades a jusante.
241
242
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Bacia hidrográfica
A bacia hidrográfica pode ser entendida como um conjunto de terras
drenadas por um rio principal e seus afluentes. A noção de bacia hidrográfica
inclui naturalmente a existência de cabeceiras ou nascentes, divisores d’água,
cursos d’água principais, afluentes, subafluentes, etc. Em todas as bacias
hidrográficas deve existir uma hierarquização na rede hídrica. O conceito de
bacia hidrográfica inclui, também, noção de dinamismo, devido às modificações
que ocorrem nas linhas divisórias de água sob o efeito dos agentes corrosivos,
alargando ou diminuindo a área da bacia.
BIOLOGIA SANITÁRIA
existente;
- geologia, com o objetivo principal de se conhecer a maior ou menor
permeabilidade e outras características do terreno.
243
Abastecimento de Água
Um Sistema de Abastecimento de Água pode ser concebido e projetado
para atender a pequenos povoados ou a grandes cidades, variando nas
características e no porte de suas instalações. Caracteriza-se pela retirada da
água da natureza, adequação de sua qualidade, transporte até os aglomerados
humanos e fornecimento à população em quantidade compatível com suas
necessidades.
244
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Sob o aspecto sanitário e social, o abastecimento de água visa,
fundamentalmente, a:
controlar e prevenir doenças;
implantar hábitos higiênicos na população como, por exemplo, a
lavagem das mãos, o banho e a limpeza de utensílios e higiene do
ambiente
facilitar a limpeza pública;
facilitar as práticas desportivas;
propiciar conforto, bem estar e segurança;
aumentar a esperança de vida da população
Importância Econômica
Sob o aspecto econômico, o abastecimento de água visa, em primeiro lugar, a:
aumentar a vida média pela redução da mortalidade;
aumentar a vida produtiva do indivíduo, quer pelo aumento da vida
BIOLOGIA SANITÁRIA
média quer pela redução do tempo perdido com doença;
facilitar a instalação de indústrias, inclusive a de turismo, e
consequentemente ao maior progresso das comunidades;
facilitar o combate a incêndios
245
Padrões de Potabilidade
radioativa: não ultrapassar o valor de referência previsto na Portaria 036 do
Ministério da Saúde, de 19.01.90;
segundo recomendações da Portaria 036/90 do M.S, o pH deverá ficar situado
no intervalo de 6,5 a 8,5 e a concentração mínima de cloro residual livre em
qualquer ponto da rede de distribuição, deverá ser de 0,2mg/l.
Características Químicas
São fixados limites de concentração por motivos de ordens sanitária e
econômica.
Substâncias causadoras de dureza, como os cloretos, sulfatos e bicarbonatos
de cálcio e magnésio. As águas mais duras consomem mais sabão e, além
disso, são inconvenientes para a indústria, pois incrustam-se nas caldeiras e
246
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
podem causar danos e explosões.
A água de baixo pH, isto é, ácida, é corrosiva. Águas de pH elevado, isto é,
alcalinas, são incrustativas. Alcalinidade e dureza são expressas em mg/L de
CaCO3.
Ar
O ar leva em suspensão substâncias animadas ou não. Dentre as
substâncias inanimadas existem as poeiras, os fumos e os vapores; muitas são
naturais e outras resultam das atividades humanas. Algumas são inócuas;
outras, pela composição química ou pela ação física, podem tornar o ar
prejudicial ao homem.
Atmosfera
A atmosfera é o invólucro gasoso da Terra que se dispõe em camadas
que se diferenciam pela temperatura e por sua constituição.
BIOLOGIA SANITÁRIA
O ar atmosférico:
Oxigênio (20,95%),
Nitrogênio (78,08%),
Dióxido de carbono (0,03%)
e ainda ozônio, hidrogênio e gases nobres como o neônio, o hélio e o criptônio.
Contém ainda vapor d’água e partículas de matérias derivadas de fontes
naturais e de atividades humanas
Processos de Poluição do Ar
A poluição do ar é definida como sendo a alteração da qualidade do ar,
resultante de atividades que direta ou indiretamente:
- prejudiquem a saúde, a segurança e o bem-estar da população;
- criem condições adversas às atividades sociais e econômicas;
- afetem desfavoravelmente a qualidade do ar;
- lancem matéria ou energia em desacordo com os padrões ambientais
estabelecidos por lei.
247
Solo
Principais Processos Poluidores do Solo:
A poluição do solo é a alteração prejudicial de suas características
naturais, com eventuais mudanças na estrutura física, resultado de fenômenos
naturais: terremotos, vendavais e inundações ou de atividades humanas:
disposição de resíduos sólidos e líquidos urbanização e ocupação do solo,
atividades agropecuárias e extrativas e acidentes no transporte de cargas.
248
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
- Implantação de sistemas de prevenção e erosão, tais como alteração de
declividade, operação em curvas de nível, execução de dispositivos de
drenagem e manutenção da cobertura vegetal;
- Minimização de resíduos industriais, através da redução da geração na
fonte,segregação, reciclagem e alteração dos processos produtivos;
- Minimização de sistemas de disposição final de resíduos urbanos, através da
coleta seletiva, reciclagem e tratamento;
- Execução de sistemas de disposição final de resíduos, considerando critérios
de proteção do solo.
Esgotamento Sanitário
Importância Sanitária
Sob o aspecto sanitário, o destino adequado dos dejetos humanos visa,
fundamentalmente, o controle e à prevenção de doenças a eles relacionadas.
BIOLOGIA SANITÁRIA
As soluções a serem adotadas terão os seguintes objetivos:
evitar a poluição do solo e dos mananciais de abastecimento de água;
evitar o contato de vetores com as fezes;
propiciar a promoção de novos hábitos higiênicos na população;
promover o conforto e atender ao senso estético.
249
Construção de indicadores
No Brasil, o enfrentamento desse desafio por meio da estruturação de
um sistema de vigilância em saúde ambiental e da construção de indicadores
que apontem tal inter-relação teve início no final dos anos 1990, quando foram
esboçadas as primeiras propostas nesse sentido, tendo como referência o
modelo de organização e análise de indicadores Força Motriz-Pressões-
Situação Ambiental-Exposição Ambiental-Efeitos-Ações, que têm sido
empregados pela Organização Mundial da Saúde
(MACIEL FILHO, 1999; CORVALÁN, BRIGGS e KJELLSTRÖM,
1996; 2000).
Conjuntos de indicadores
O desenvolvimento desses conjuntos de indicadores que permitem cada
vez mais avançar na compreensão da inter-relação dos indicadores ambientais
e de saúde, construindo indicadores de saúde ambiental, integra um
movimento que ocorre no Brasil, assim como em outros países.
O público, de modo geral, além de jornalistas, organizações não
governamentais, líderes sociais e políticos, cada vez mais manifesta interesse
na utilização dos indicadores para a compreensão dos problemas e tomadas
de decisões para solucioná-los.
250
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
sociais termos como taxa de mortalidade infantil, taxa de analfabetismo,
nível de desemprego, grau de indigência e pobreza, índice de
desenvolvimento humano, taxa de desmatamento, níveis de poluição e
tantos outros, que deixaram de figurar apenas nos diagnósticos e relatórios
governamentais e ganharam um papel relevante nas arenas de discussão das
políticas sociais, ambientais e de saúde, sobretudo na virada do século XX
para o XXI.
Dado
Um dado, para a construção de indicadores, pode ter como base “um
valor quantitativo referente a um fato ou circunstância”, um “número bruto que
ainda não sofreu qualquer espécie de tratamento estatístico” (BRASIL, 2005),
ou ainda o registro de avaliações ou percepções de atores sociais sobre
determinadas questões
(MORSE, 2004).
BIOLOGIA SANITÁRIA
Por exemplo, quando se obtêm dados sobre internações por
envenenamento ou exposição a agrotóxicos, em determinado período e local, é
preciso examinar outro conjunto de dados para se obter melhores informações
sobre o impacto dessa exposição no perfil de morbidade de um grupo
populacional. Nesse caso, pode-se recorrer a dados demográficos, como o
número total da população residente no mesmo período e local.
251
Dados- importância
- Importância para a análise de situação de saúde: População – número de
habitantes, idade, sexo, raça
- Sócio-econômicos – renda, ocupação, classe social, tipo de trabalho,
condições de moradia e alimentação
- Dados ambientais – poluição, abastecimento de água, tratamento de esgoto,
coleta e disposição do lixo
- Serviços de saúde – hospitais, ambulatórios, unidades de saúde, acesso aos
serviços Morbidade – doenças que ocorrem na comunidade
- Eventos vitais – óbitos, nascidos vivos e mortos
252
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Indicador
As definições mais comuns para “indicador” e a terminologia a ele
associada são particularmente diversas, o que potencialmente acarreta
problemas de ordem metodológica quando se pretende construir ou utilizar um
conjunto de indicadores para qualquer tipo de avaliação ou monitoramento.
O termo “indicador” é originário do latim indicare, que significa descobrir,
apontar, anunciar, estimar. O indicador comunica ou informa sobre o progresso
em direção a uma determinada meta, e é utilizado como um recurso para
deixar mais perceptível uma tendência ou fenômeno não imediatamente
detectável por meio dos dados isolados
(BELLEN, 2005).
Indicadores na saúde
No setor Saúde, os indicadores tradicionalmente utilizados são demográficos
(grau de urbanização, proporção de menores de 5 anos de idade na população,
BIOLOGIA SANITÁRIA
mortalidade proporcional por idade, esperança de vida ao nascer);
- socioeconômicos (níveis de escolaridade, PIB, razão de renda, proporção de
pobres, taxa de desemprego);
- mortalidade (taxa de mortalidade infantil, mortalidade proporcional por grupos
de causas);
- morbidade (incidência e taxas de incidência por doenças específicas,
proporção de internações hospitalares por grupos de causas);
- recursos (número de profissionais de saúde por habitante, gasto público em
saúde como proporção do PIB) e cobertura (proporção de internações
hospitalares por especialidade, cobertura de redes de abastecimento de água,
esgotamento sanitário e coleta de lixo).
Indicadores ambientais
No setor ambiental, alguns indicadores são relativamente novos em
termos mundiais, ao contrário dos indicadores sociais e de saúde.
E por serem mais recentes, os temas ambientais não contam com uma
larga tradição de produção de indicadores e estatísticas.
Isso resulta em menor disponibilidade de informações para a construção
dos indicadores requeridos para uma abordagem mais completa dos problemas
253
254
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Outro exemplo é o Índice de Performance Ambiental (Environmental
Performance Index – EPI, em inglês), desenvolvido pelas universidades
americanas de Yale (Yale Center for Environmental Law and Policy) e de
Columbia (Center for International Earth Science Information Network) em
colaboração com o Fórum Econômico Mundial e o Centro de Pesquisas
Conjuntas da Comissão Europeia.
Pretende-se que esse índice constitua uma ferramenta que concorra
para ampla proteção ambiental global mediante o estabelecimento de dois
objetivos de grande alcance:
1. redução do estresse ambiental sobre a saúde humana;
2. promoção da vitalidade dos ecossistemas e gestão racional dos
recursos naturais.
BIOLOGIA SANITÁRIA
políticas públicas (saúde ambiental, qualidade do ar, recursos aquáticos,
biodiversidade e habitat, produtividade dos recursos naturais e energia
sustentável), e tais categorias, por sua vez, são compostas por alguns dos 16
indicadores com base em dados de mais de cem países.
255
256
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A décima primeira é a possibilidade que um indicador apresenta de,
tanto quanto possível, ser relacionado aos grupos populacionais de interesse,
espaços geográficos definidos, composições sociodemográficas (crianças,
idosos, homens, mulheres etc.) ou vulnerabilidades sociais específicas
(famílias pobres, desempregados, analfabetos etc.). Essa propriedade é a
desagregabilidade de um indicador.
Por fim, a décima segunda é a historicidade de um indicador, que diz
respeito à possibilidade de se dispor de séries históricas, o mais extensas
possível, e comparáveis, de modo a permitir contrapor valores do presente a
situações do passado, inferir tendências e avaliar os efeitos de políticas
eventualmente implantadas.
Indicadores ambientais
São indicadores que informam, principalmente, sobre a qualidade dos
compartimentos ambientais (ar, água e solo), do ponto de vista físico-químico,
BIOLOGIA SANITÁRIA
e sobre as condições da biodiversidade. Indicadores sobre concentração e
emissão de poluentes no ar, poluição orgânica e inorgânica na água e no solo,
gases do efeito estufa, recursos naturais, produção de dejetos, variabilidades
climáticas etc. não foram criados especificamente para apontar problemas de
saúde, embora estejam relacionados direta e indiretamente a estes.
(CORVALÁN; BRIGGS; KJELLSTRÖM, 2000; IBGE, 2008).
Indicadores de saúde
Indicadores de saúde, por sua vez, são utilizados para monitorar as
condições de saúde das populações e avaliar as políticas públicas e os
programas implementados; sua elaboração se iniciou com o registro
sistemático de dados de mortalidade e de sobrevivência.
257
Doença de Chagas
A doença de Chagas (DC) é uma das consequências da infecção
humana pelo protozoário flagelado Trypanosoma cruzi.
258
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Doença de Chagas
Atualmente o risco de transmissão da DC depende:
1. Da existência de espécies de triatomíneos autóctones;
2. Da presença de mamíferos reservatórios de T. cruzi próximos às
populações humanas;
3. Da persistência de focos residuais de T. infestans, nos estados de
Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Bahia.
BIOLOGIA SANITÁRIA
2. A região da Amazônia Legal, incluindo os estados do Acre, Amazonas,
Amapa, Rondônia, Roraima, Pará, parte do Maranhão, do Mato Grosso e
do Tocantins.
AGENTE ETIOLÓGICO
A doença é causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, caracterizado
pela presença de um flagelo. No sangue dos vertebrados, o T. cruzi se
apresenta sob a forma de tripomastigota, que é extremamente móvel e, nos
tecidos, como amastigotas. No tubo digestivo dos insetos vetores, ocorre um
ciclo com a transformação do parasito, dando origem às formas infectantes
presentes nas fezes do inseto.
VETORES E RESERVATÓRIOS
Com a interrupção da transmissão vetorial por Triatoma infestans no
País, quatro espécies de triatomíneos têm especial importância na transmissão
da doença ao homem: T. brasiliensis, Panstrongylus megistus, T.
pseudomaculata e T. sordida.
259
260
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Objetivo da Vigilância nesse caso
- Detectar precocemente casos de doença de Chagas com vistas à aplicação
de medidas de prevenção secundária;
- Proceder à investigação epidemiológica de todos os casos agudos, por
transmissão vetorial, oral, transfusional, vertical e por transplante de órgãos,
visando à adoção de medidas adequadas de controle;
- Monitorar a infecção na população humana, por meio de inquéritos
sorológicos periódicos;
- Monitorar o perfil de morbimortalidade e a carga médico-social da doença em
todas as suas fases;
- Manter eliminada a transmissão vetorial por T. infestans e sob controle as
outras espécies importantes na transmissão humana considerando-se as
especificidades regionais;
- Incorporar ações de vigilância ambiental oportunas, incluindo os reservatórios,
na perspectiva da vigilância em saúde da doença de Chagas.
BIOLOGIA SANITÁRIA
Controle
Considerando a situação epidemiológica e os níveis de controle alcançados no
País, distinguem-se duas situações específicas, quanto às suas peculiaridades
na definição dos fatores de risco:
I. Áreas com transmissão domiciliar ainda mantida ou com evidências de
que possa estar ocorrendo, mesmo que focalmente;
II. Áreas com transmissão domiciliar interrompida, distinguindo-se para
essa situação:
a. Presença residual do vetor;
b. Sem detecção do vetor.
261
Vetores e reservatórios
A transmissão da febre amarela ocorre por meio da picada de mosquitos
hematófagos infectados. Os mosquitos que participam da transmissão de febre
amarela são, principalmente, aqueles da família Culicidae, dos gêneros Aedes,
Haemagogus e Sabethes. Na transmissão urbana, o Aedes aegypti é o
principal vetor e, em ambientes silvestres, os Haemagogus e Sabethes.
Os mosquitos, além de serem transmissores, são os reservatórios do
vírus, responsáveis pela manutenção da cadeia de transmissão, pois uma vez
infectados permanecem transmitindo o vírus por toda a vida. 47
VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
Tem por objetivos manter erradicada a febre amarela urbana e controlar
a forma silvestre. Todos os casos suspeitos da doença devem ser investigados,
visando o mapeamento das áreas de transmissão e identificação de
populações de risco para prevenção e controle.
262
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O uso da vacina em campanhas e na rotina do calendário básico em
grande parte do território brasileiro tem sido a opção mais eficiente para manter
sob controle a febre amarela de transmissão silvestre.
Homeostase biológica͒
A homeostase é uma das características fundamentais dos seres vivos
que permite a manutenção do ambiente interno dentro de limites toleráveis. O
ambiente interno de um organismo vivo corresponde basicamente aos seus
fluidos corporais, onde se incluem o plasma sanguíneo, a linfa, e vários outros
fluidos inter- e intracelulares. A manutenção de condições estáveis nestes
fluidos é essencial para os seres vivos, uma vez que a ausência de tais
condições é prejudicial ao material genético.
BIOLOGIA SANITÁRIA
Diante de uma determinada variação do meio externo, um dado
organismo pode ser conformista ou regulador. Os organismos considerados
reguladores tentarão manter os parâmetros a um nível constante,
independentemente da variação no ambiente externo. Os conformistas
permitem que o ambiente externo determine um novo parâmetro.
Por exemplo, os animais endotérmicos (reguladores) mantêm uma
temperatura corporal constante, enquanto que os animais ectotérmicos
(conformistas) exibem uma grande variação deste parâmetro.
263
Agentes infecciosos: ͒
Vírus
Bactérias
Fungos
Parasitas
ATIVIDADE
Os alunos deverão apresentar em sala de aula as principais doenças
causadas por virus, bactérias, fungos e parasitas.
O que é a INFLAMAÇÃO? ͒
É uma resposta de proteção do organismo, que atua no sentido de
destruir ou bloquear o agente causador da lesão, desencadeando uma série de
eventos que cicatrizam e reconstituem o tecido lesado. Ocorre no tecido
conjuntivo vascularizado, inclusive no plasma, nas células circulantes, nos
vasos sanguíneos e componentes extravasculares. Podem ser causadores da
inflamação agentes de natureza física (radiações), química (tóxicos), ou
biológica (vírus), tendo origem fora ou dentro do organismo (antígenos
estranhos e os próprios- processos auto-imunes).
“Conjunto de modificações que ocorrem nos organismos animais
multicelulares, desencadeadas por qualquer tipo de lesão ou distúrbio de seu
equilíbrio interno, e se traduz por alterações vasculares, histológicas e
humorais, segundo um padrão básico e uniforme para a generalidade das
espécies, e cuja evolução tende a reconstituir as estruturas lesadas, bem como
264
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
restabelecer a homeostasia do organismo.”
O que é INFECÇÃO?
“Contaminação ou invasão do corpo por um microrganismo parasito, que
pode ser um agente patogênico ou não, principalmente vírus, bactérias, fungos,
protozoários ou helmintos.”.
Uma infecção gera uma inflamação, porém, nem toda inflamação é
resultado de uma infecção. A partir do momento em que o organismo percebe
uma infecção, ocorre uma série de eventos que desencadeiam a inflamação:
Mediadores químicos
Exemplos de mediadores químicos:
HISTAMINA: Atua na microcirculação, possui ampla distribuição tecidual,
especialmente através dos mastócitos, presentes no tecido conjuntivo
adjacente aos vasos sangüíneos.
BIOLOGIA SANITÁRIA
HISTAMINA: Considerada o principal mediador da fase imediata, dilata
arteríolas e aumenta permeabilidade venosa. _ SEROTONINA: Propriedades
semelhantes à histamina, presente nas plaquetas. _ SISTEMA DO
COMPLEMENTO: Sistema composto de 20 proteínas, que tem importante
papel na resposta imune encontrado no plasma. Aumenta permeabilidade
vascular, realiza quimiotaxia e opsonização.
Resíduos Agroquímicos
Por que campeão em agrotóxicos?
Embora a agricultura seja praticada pela humaniidade há mais de dez
mil anos, o uso intensivo de agrotóxicos para o controle de pragas e doenças
das lavouras existe há pouco mais de meio século. Ele teve ori- gem após as
grandes guerras mundiais, quando a indústria química fabricante de venenos
então usados como armas químicas encontraram na agricultura um novo
mercado para os seus produtos.
265
266
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
representam 48% deste mercado, seguidos pelos inseticidas (25%) e pelos fun-
gicidas (22%)
(Pelaez et al, 2009).
BIOLOGIA SANITÁRIA
subterrâneas estão sendo contaminadas, colocando em risco a saúde de
populações que se abastecem de poços em regiões de grande produção
agrícola.
(Rigotto et al, 2010).
267
O Notivisa
O Notivisa (Sistema de Notificações em Vigilância Sanitária), sistema
informatizado online, foi criado pela Anvisa em 2007 para receber tanto as
notificações de eventos adversos à saúde, como as queixas técnicas relaciona-
das aos diferentes produtos sob vigilância sanitária, inclusive os agrotóxicos.
268
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
VENENOS DOMÉSTICOS E OS USADOS PARA O CONTROLE DE
VETORES DE DOENÇAS
A maioria das pessoas não sabe que os inseticidas disponíveis nos
supermercados e usados inocentemente por donas de casa em geral são
fabricados a partir dos mesmos princípios ativos dos agrotóxicos.
Trata-se, na verdade, de carbamatos, piretroides e organofosforados,
que provocam os mesmos efeitos negativos sobre a saúde que os agrotóxicos
usados no campo. E, no caso dos inseticidas domésticos, chamados no jargão
técnico de “domissanitários”, o problema se agrava em função do contato,
dentro de casa, com crianças, idosos, gestantes, alérgicos e pessoas com
outras doenças.
BIOLOGIA SANITÁRIA
produtos e os agentes de processos físicos, químicos ou biológicos, destinados
ao uso nos setores de produção, no armazenamento e beneficiamento de
produtos agrícolas, nas pastagens, na proteção de florestas, nativas ou
implantadas, e de outros ecossistemas e também de ambientes urbanos,
hídricos e industriais, cuja finalidade seja alterar a composição da flora ou da
fauna, a fim de preserva-las da ação danosa de seres vivos considerados
nocivos.” Ou seja, a definição prevista em lei inclui os venenos de uso
doméstico.
269
270
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
resí- duos também muito maiores.
BIOLOGIA SANITÁRIA
Por este motivo, a Lei de Agrotóxicos determina que, no prazo de até um
ano a partir da compra, os usuários de agrotóxicos são obrigados a devolver as
embalagens vazias aos estabelecimentos comerciais onde foram comprados
ou, quando possível, a um posto ou central de recolhimento de embalagens de
agrotóxicos (incluído pela Lei no 9.974, de 2000).
- Descarte irregular de embalagens de agrotóxicos
Em parte também pelo fato de na maioria dos municípios brasileiros não
existirem postos ou centrais de recolhimento de embalagens de agrotóxi- cos, é
muito comum o descarte de embalagens no meio ambiente, em beiras de
estrada ou mesmo no lixo comum.
Casos como estes devem ser denunciados ao órgão estadual de meio
ambiente e ao Ministério Público Estadual.
271
272
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
São Paulo: “Produtos Classe I e II só podem ser aplicados por
profissionais treinados pela Secretaria de Agricultura, Saúde e Trabalho.” (nao
tao restritiva)
BIOLOGIA SANITÁRIA
A Lei diz ainda (Art. 9o.) que somente veículos cadastrados e autoriza-
dos pelo órgão ambiental do estado podem transportar agrotóxicos, e que es-
tes veículos não podem transportar simultaneamente passageiros, alimentos,
medicamentos e rações
O que observar no rótulo de um agrotóxico:
273
http://189.28.128.100/dab/docs/publicacoes/cadernos_ab/abcad22.pdf;
http://www.scielo.br/pdf/rsbmt/v39n3/a10v39n3.pdf
274
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 3
PROCESSOS
INDUSTRIAIS E
TECNOLÓGICOS
Sumário
1. Conceitos elementares sobre processo industrial....................................................................................277
4. Fluxograma ...............................................................................................................................................285
9. Peneiramento ............................................................................................................................................302
276
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
1. CONCEITOS ELEMENTARES SOBRE PROCESSO INDUSTRIAL
No inicio do século XX duas formas de organização de produção
industrial provocaram mudanças significativas no ambiente fabril: o Taylorismo
e o Fordismo. Esses dois sistemas visaram à racionalização extrema da
produção e consequentemente, à maximização da produção e do lucro.
Frederick Winslow Taylor (1.856 – 1.915), engenheiro mecânico,
desenvolveu um conjunto de métodos para a produção industrial que ficou
conhecido como taylorismo. De acordo com Taylor, o funcionário deveria
apenas exercer sua função/tarefa em um menor tempo possível durante o
processo produtivo, não havendo necessidade de conhecimento da forma
como se chegava ao resultado final.
277
2. GERENCIAMENTO DE PROCESSOS
Neste item, busca-se demonstrar, através da bibliografia selecionada, os
aspectos teóricos pertinentes ao gerenciamento de processos, fundamentado
em princípios da qualidade. Este estudo foi orientado para as questões
especificas referentes ao estudo em tela.
Antes de se estabelecer conceitos teóricos sobre i Gerenciamento de
Processos, há a necessidade de se compreender o que é processo, como o
mesmo pode ser a fonte de possíveis melhorias.
2.1 Processos
Processos, estão relacionados com a maneira de agir, ou seja, é o
conjunto de atos pelos quais se realiza uma operação. Vários são os conceitos
de processo, porém observa-se que todos vão na mesma direção.
De acordo com Harrington (a993), “processo é qualquer atividade que
recebe uma entrada (imput), agrega-lhe valor e gera uma saída (output) para
um cliente interno ou externo”. Conhecer o processo de produção é, em ultima
analise, definir o que é feito para transformar entradas em saídas. Portanto, a
partir do uso de recursos da própria empresa, os processos geram os
resultados.
Cruz (1993), define processo como sendo um conjunto de atividades que
tem por finalidade transportar, montar, manipular e processar matéria prima
para produzir bens e serviços que serão disponibilizados para clientes”.
A norma brasileira NBR ISSO 8402-94,estabelece o conceito de
processo como “ o conjunto de recursos e atividades interrelacionadas que
transformam insumos (entradas) em produtos (saída)” .
Neste trabalho será adotada a seguinte definição de processo: conjunto de
recursos e atividades empregados sob determinadas condições, e que passam
por transformações, gerando um determinado efeito final, com consequências
desejadas ou não.
278
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
As organizações, geralmente, apresentam estruturas organizacionais do
tipo funcional, onde são agrupadas numa mesma unidade administrativa,
aquelas atividades pertencentes a uma mesma área técnica e/ou de
conhecimento.
Esta forma de estrutura organizacional acaba criando “ilhas” de
especialidades dentro da organização, que não se comunicam suficientemente
entre si, causando distorções na forma como é visto fluxo de trabalho, suas
consequências e as interrelações envolvidas.
Isto acaba de uma forma ou de outra, trazendo sérios prejuízos a
qualquer atividade de gerenciamento, uma vez que perde-se a noção do todo.
A segurança do trabalho, também sofre as consequências desta forma
279
280
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
de trabalho, a movimentação de material, a movimentação de
pessoal, o ritmo de trabalho, as condições ambientais etc., coletando
todas as informações necessárias para o entendimento da situação.
b. Discussão com os operadores, encarregados e supervisores sobre
particularidades importantes para analise.
c. Documentação da operação através do uso de fluxogramas
apropriados a analise.
281
282
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Muito comum também, nas organizações, é a criação de verdadeiras
“ilhas” especializadas em segurança do trabalho, chamadas de Serviço
Especializado em Segurança e Medicina do Trabalho – SESMT. Estes serviços
especializados, tomaram para sai responsabilidade pela segurança, ficando a
impressão que os demais setores produtivos da empresa, não mais
precisassem se preocupar com o tema segurança.
Este quase senso comum sobre a segurança do trabalho, que poderia
ser chamada de “volta para o próprio umbigo”, emperra o processo preventivo
(e porque não preditivo) que seria desejável, de forma que distancia, ainda
mais, esta área das demais áreas relacionadas à produção.
Os efeitos disso, é o que pode-se notar, ainda hoje na maioria das
283
284
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Gerenciamento de Processos}. Entende-se ser esta, também, uma maneira de
adequar e aplicar alguns conceitos de qualidade à segurança do trabalho.
4. FLUXOGRAMA
Fluxograma é um tipo de diagrama, e pode ser entendido como uma
representação esquemática de um processo, muitas vezes através de gráficos
que ilustram de forma descomplicada a transição de informações entre os
elementos que o compõem.
Podemos entendê-lo, na pratica, como a documentação dos passos
285
5 .ORGANOGRAMA
Organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma
organização. Credita-se a criação dos primeiros organogramas ao norte-
americano Daniel C. McCallum, administrador de ferrovias, no ano de 1.856.
286
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Os organogramas mostram como estão dispostas unidades funcionais, a
hierarquia e as relações de comunicação existentes entre estes.
Os órgãos ou departamentos são unidades administrativas com funções
bem definidas. Exemplos de órgãos: Tesouraria, Departamento de Compras,
Portaria, Biblioteca, Setor de Produção , Gerencia Administrativa, Diretoria
Técnica, Secretaria, etc. os órgãos possuem um responsável, cujo cargo pode
ser chefe, supervisor, gerente, coordenador, diretor, secretário, governador,
presidente, etc. Normalmente tem colaboradores (funcionários) e espaço físico
definido.
Em um organograma, os órgãos são dispostos em níveis que
representam a hierarquia existente entre eles, Em um organograma vertical,
287
Figura 3: organograma
288
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
6.2 Baseado na dependência das variáveis do processo com relação ao
tempo:
Notas importantes:
Processos em bateladas e semicontínuos, pelas suas próprias
naturezas, ocorrem em estado não estacionário (ou regime transiente),
pois em ambos os casos há alteração das variáveis de processo ao
longo do tempo.
Os processos contínuos são projetados para serem conduzidos em
regime permanente. No entanto, em algumas situações, no início do
processo (start-up) ou de mudanças de condições operacionais, os
processos contínuos ocorrem em regime transiente.
Um processo pode ocorrer em regime permanente em relação a uma
dada variável e encontrar-se em regime transiente em relação a outra.
289
290
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ambientalmente correta. Nas escolas, muitos alunos são orientados pelos
professores a separarem o lixo em suas residências. Outro dado interessante é
que já é comum nos grandes condomínios a reciclagem do lixo.
I – Conceito de Repensar
Geralmente agimos na vida automaticamente, sem analisarmos o que
estamos fazendo, pois de antemão concluímos que todos fazem a sua parte.
Mas é necessário parar para pensar:
291
292
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
19. Junto aos outros consumidores, exigimos produtos sem embalagens
desnecessárias, assim como vasilhames?
20. Damos preferência a produtos e serviços que não agridem ao ambiente,
tanto na produção, quanto na distribuição, no consumo e no descarte
final?
21. Escolhemos produtos de empresas certificadas, isto é, que desenvolvam
programas sócio-ambientais e/ou que sejam responsáveis pelo produto
após consumo?
293
IV – Conceito de Reaproveitar
Com o reaproveitamento, a quantidade de lixo diminui e ainda
economizamos. É o ambiente agradece. Vejam como reaproveitar materiais no
cotidiano:
1. Não comprem sacos de lixo. Utilizem as embalagens das compras para
jogá-lo fora;
2. Procurem comprar produtos que tenham embalagens que podem ter
outro uso;
3. Caixas de sapato são ótimas para porta –trecos;
4. Potes de plástico ou de vidro são boas opções para guardar pregos,
parafusos, chips, etc;
5. Envelopes podem ser usados para guardar documentos ou fotografias;
6. Roupas usadas poderão ser recortadas ou tingidas;
7. Caixas de papelão poderão ser utilizadas para colocar produtos de
limpeza; e
8. Procuramos dar um novo destino aos objetos que foram utilizados.
V – Conceito de Reciclar
Através da reciclagem, os produtos (= lixo) serão transformados em
matéria prima para se iniciar um novo ciclo de produção-consumo-descarte.
O ambiente também agradece a reciclagem, pois a economia de água e de
energia é muito grande. Podemos contribuir com a Reciclagem:
1. Comprando produtos reciclados;
294
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2. Comprando produtos cujas embalagens sejam feitas de materiais
reciclados;
3. Participando de campanhas para coleta seletiva de lixo;
4. Organizem-se em seu trabalho/escola/bairro/rua/comunidade/igreja/casa
um projeto de separação de materiais para coleta seletiva;
5. Entrando em contato com uma Associação de Catadores do seu bairro,
distrito ou município para juntos traçarem um plano de trabalho que
deverá ser desenvolvido no seu local de ação;
6. Só faça coleta seletiva de “lixo” que poderá ser encaminhado para local
de reciclagem ou de venda;
VI – Conceito Recusar
295
8. AMOSTRAGEM
O processo de amostragem consiste na retirada de quantidades
moduladas de material (incrementos) de um todo que se deseja amostrar, para
a composição da amostra primária ou global, de tal forma que esta seja
representativa do todo amostrado.
Em seguida, a amostra primária é submetida a uma série de etapas de
preparação que envolvem operações de cominuição, homogeneização e
quarteamento, até a obtenção da amostra final, com massa e granulometria
adequadas para a realização de ensaios (químicos, físicos, mineralógicos etc).
Cabe ressaltar que a representatividade referida é válida para a(s)
característica(s) de interesse (densidade, teor, umidade, distribuição
granulométrica, constituintes minerais etc) definida(s) a priori.
E, ainda, que todos os cuidados devem ser tomados para que essa
representatividade não se perca, quando da preparação da amostra primária.
Amostragem é, portanto, um processo de seleção e inferência, uma vez que a
partir do conhecimento de uma parte, procura-se tirar conclusões sobre o todo.
A diferença entre o valor de uma dada característica de interesse no lote
e a estimativa desta característica na amostra é chamada erro de amostragem.
296
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A importância da amostragem é ressaltada, principalmente, quando
entram em jogo a avaliação de depósitos minerais, o controle de processos e a
comercialização de produtos.
Ressalte-se que uma amostragem mal conduzida pode resultar em
prejuízos vultosos ou em distorções de resultados com conseqüências técnicas
imprevisíveis
8.1 Conceituação
É uma sequência de estágios de preparação (britagem, moagem,
secagem, homogeneização, transferência etc) e estágios de amostragem
297
A Precisão Requerida:
298
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
8.4 Amostragem Sistemática:
É aquela onde os incrementos são coletados a intervalos regulares,
definidos a priori. Deve-se ter em mente a possibilidade de existência de ciclos
de variação do parâmetro de interesse e desses ciclos coincidirem com os
períodos de retiradas dos incrementos; neste caso não se recomenda a
utilização da amostragem sistemática.
Por outro lado, se a ordem de retirada dos incrementos não tiver
qualquer relacionamento com os ciclos de variação do parâmetro de interesse,
então a amostragem sistemática terá efeitos equivalentes à amostragem
aleatória, podendo ser usada sem restrições.
299
300
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
necessário dividir ainda mais a amostra, toma-se uma destas pilhas e repete-se
a operação.
Quarteador Jones
Mesa Homogeneizadora/Divisora
301
Mesa divisora
Quarteador de Polpa
9. PENEIRAMENTO
Entende-se por peneiramento, a separação de um material em duas ou
mais classes, estando estas limitadas uma superior e outra inferiormente.
302
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Os peneiramentos industriais a seco são realizados, normalmente, em
frações granulométricas de até 6 mm. Entretanto, é possível peneirar a seco
com eficiência razoável em frações de até 1,7 mm.
Escalas granulométricas
an = a0 .r n
303
304
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
9.3 Peneira de rejeito
Têm a função de retirar corpos estranhos de produtos, garantindo sua
qualidade antes da passagem para uma nova etapa do processo.
10. CLASSIFICAÇÃO
A classificação e o peneiramento têm como objetivo comum, a
separação de um material em duas ou mais frações, com partículas de
tamanhos distintos.
305
306
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O classificador em espiral é normalmente caracterizado pelo diâmetro da
espiral.
10.2 Hidrociclones
307
11. COMINUIÇÃO
A cominuição (ou fragmentação) abrange o conjunto de operações
responsáveis pela redução do tamanho das partículas minerais.
Os objetivos principais desta são:
Obtenção de uma parte ou de todo o minério dentro das
especificações granulométricas para seu uso posterior;
Obtenção do grau de liberação necessário para se efetuar uma
operação de concentração subsequente;
Aumentar a área superficial específica dos minerais de um minério
expondo-os mais facilmente ao ataque por reagentes químicos.
Esta operação realizada com rigoroso controle por ser uma operação
normalmente cara, sendo que a cominuição excessiva deve ser evitada.
308
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Por este motivo estão sempre associadas à fragmentação operações de
separação por tamanho:
309
Compressão:
310
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Partículas maiores são aprisionadas entre superfícies dotadas de
movimento. Na maioria das vezes, o movimento entre as superfícies é contrário
ao das próprias partículas. É observado frequentemente nos produtos de
moagem autógena.
11.2 Britagem
Divisão básica em primária e secundária.
Vantagens:
311
Desvantagens:
Este movimento circular faz com que toda a área da carcaça seja
utilizada na britagem, o que fornece ao britador uma grande capacidade de
operação.
312
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
11.3 Moagem
A moagem é o último estágio do processo de cominuição. Neste estágio as
partículas são reduzidas, pela combinação de impacto, compressão, abrasão e
atrito, a um tamanho adequado à liberação do mineral, geralmente, a ser
concentrado nos processos subsequentes.
Cada minério tem uma malha ótima para ser moído, dependendo de muitos
fatores, como a porosidade, resistência mecânica, distribuição do mineral útil
na ganga e o processo de separação que vai ser usado em seguida.
Circuito de moagem
313
314
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
fragmentação e é responsável pelo gasto excessivo de energia na
moagem;
Deslizamento: é o movimento contrário ao movimento do moinho. As
várias camadas de bolas deslizam umas sobre as outras e a superfície
interna do moinho dando origem à fragmentação por atrito. Este efeito é
acentuado quando a velocidade do moinho é baixa;
Queda: é o movimento resultante das bolas pela força da gravidade e
que vai dar origem à fragmentação por impacto. Este efeito com a
velocidade de rotação do moinho.
315
12.CONCENTRAÇÃO GRAVÍTICA
“A CONCENTRAÇÃO GRAVÍTICA pode ser definida como um processo
no qual partículas de diferentes densidades, tamanhos e formas são separadas
uma das outras por ação da força de gravidade ou por forças centrífugas.”
316
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Vantagens da concentração gravítica
Baixo custo;
Relativamente simples
Não usa reagente (ausência de reagentes químicos)
317
12.3 Jigue
12.5 Espiral
Consiste de um canal helicoidal de seção transversal semi circular. Água
de lavagem é alimentada, sob pressão, na parte central da espiral, através de
uma mangueira, com furos entre as aberturas que coletamos minerais
pesados. Essa água, ao sair sob pressão, centrifuga os minerais leves para a
parte periférica da espiral, favorecendo o processo de separação.
318
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
13. FILTRAGEM
319
320
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Secagem: consiste na aspiração da água contida na torta através do
meio filtrante.
Filtro de Tambor
Filtro de Disco
321
322
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Neste estágio é preparada a mistura a pelotizar, que pode comportar
diferentes tipos de minérios e aditivos, estes utilizados para modificar a
composição química e as propriedades metalúrgicas das pelotas;
Concentração / Separação;
Homogeneização das matérias primas;
Moagem;
Classificação;
Espessamento;
Homogeneização da polpa;
323
324
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
LISTA DE EXERCÍCIOS
325
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
_ Reciclagem https://sites.google.com/site/reambientar/Home/os-7-r-s-do-meio-
ambiente acesso disponível em 21 de dezembro de 2013 as 16:00
_Luz, Adão Benvindo da; Sampaio, João Alves; Almeida, Salvador Luiz Matos
de. Tratamento de minérios. CETEM-MCT. 4° Edição Revisada e Ampliada.
Rio de Janeiro.2004 .
326
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CURSO TÉCNICO EM
MEIO AMBIENTE
ETAPA 3
ESTUDO DE
IMPACTO E
DESENVOLVIMENTO
URBANO
Sumário
1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................................330
2. MOBILIDADE URBANA E O PLANEJAMENTO DAS CIDADES..................................................................332
2.1. Lei de mobilidade urbana .......................................................................................................................334
2.2. O planejamento urbano .........................................................................................................................337
2.3. O estudo das cidades, seus instrumentos e sua relação com a Mobilidade Urbana ............................338
2.3.1. Plano diretor ................................................................................................................................. 340
2.3.1.1. A importância do plano diretor efetivo .....................................................................................342
2.3.2. Zoneamento urbano ambiental ................................................................................................... 344
2.3.3. Estudo de impacto da vizinhança................................................................................................. 345
2.3.3.1. Estudo de impacto da vizinhança e sua influência no zoneamento Urbano e plano de
Mobilidade Urbana................................................................................................................................. 346
2.3.4. Contribuição para integrar as políticas de Mobilidade Urbana e o Desenvolvimento Urbano .347
2.3.4.1. Uso de ocupação do solo ........................................................................................................... 348
2.3.4.2. Lei do perímetro urbano ........................................................................................................... 350
2.3.4.3. Parcelamento do solo ................................................................................................................352
2.3.4.4. O código de obras ...................................................................................................................... 356
2.3.4.5. O código de postura ....................................................................................................................357
329
FÁBIO FELDMANN
Consultor em sustentabilidade
330
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O melhor exemplo hoje, no Brasil, está no estímulo aos automóveis
concedido pelos governos com algumas consequências trágicas. As maiores
despesas de consumo das famílias brasileiras não estão na educação ou
mesmo na saúde e sim nos automóveis, de acordo com o programa Pyxis
Consumo do Ibope. E mais do que isso: de acordo com o Estadão Dados, "ter
carro próprio nunca esteve tão barato no Brasil, assim como andar de ônibus
nunca esteve tão caro".
331
Fonte: Google.com
332
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
pessoas e bens ao que a cidade oferece (locais de emprego, escolas,
hospitais, praças e áreas de lazer) não apenas pensar os meios de transporte e
o trânsito.
333
334
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
normalmente, de quem tem mais recursos, e a maioria sofre com as
dificuldades que têm para se locomover na cidade.
A lei conceitua transporte urbano e mobilidade urbana em seu art. 4º: Para
os fins desta Lei, considera-se:
I - transporte urbano: conjunto dos modos e serviços de transporte público e
privado utilizados para o deslocamento de pessoas e cargas nas cidades
integrantes da Política Nacional de Mobilidade Urbana;
II - mobilidade urbana: condição em que se realizam os deslocamentos de
335
336
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O Planejamento Urbano
Planejar (de fazer plano; plano, no sentido de reto, “liso”, sem obstáculos,
sem percalços, sem problemas) é uma palavra criada pelos americanos e
ingleses, não sem razão, afinal é deles a criação do formato original do
capitalismo, este que demandou a inteligência competitiva das organizações.
Integrante do cerne do capitalismo, a competição torna-se um fenômeno em
escala mundial. As instituições necessitam detectar e observar quais fatores
devem ser levados em conta para maximizar suas chances de sucesso e
sobrevivência, não apenas no curto prazo, mas principalmente em termos
337
Fonte: Google.com
338
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O Estatuto da Cidade, Lei 10.257, de 10 de julho de 2011, que regulamenta
os arts. 182 e 183 da Constituição Federal, cria diversos instrumentos que
podem auxiliar na política da mobilidade urbana.
339
340
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
a definição da Lei Federal 10.257/01, que em seu artigo 2º afirma que “a
política urbana tem por objetivo ordenar o pleno desenvolvimento das funções
sociais da cidade e da propriedade, [...]”. O que se tem entendido é que com o
advento do Estatuto da Cidade procurou-se estabelecer um modelo de
desenvolvimento para se seguir.
O texto que será produzido no Plano Diretor deve ser compreendido como
um texto democrático que expresse a vontade de todos e vise melhorias e
desenvolvimento para o Município.
A lei do plano diretor deve ser revista, pelo menos, a cada dez anos e suas
diretrizes e prioridades devem ser incorporadas pelas leis orçamentárias (Plano
Plurianual, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual). (SILVA
JUNIOR; PASSOS, 2006, p. 11).
341
342
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O plano diretor formal, embora bem adequado ao processo legislativo,
apresenta impropriedades de conteúdo no que toca aos reais interesses dos
munícipes.
Fonte: Google.com
343
344
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
municipal, conforme diretrizes gerais fixadas em lei (art. 182 da CF), e, por fim,
que a Lei Federal nº 10.257, de 10 de julho de 2001 (Estatuto da Cidade)
delimitou à União o poder de legislar sobre normas gerais de direito urbanístico
e instituir diretrizes para o desenvolvimento urbano (art. 3º, I e IV), bem como
outras medidas de interesse urbanístico em nível nacional e regional, sempre
com o auxílio dos demais entes da Federação, haja vista que ao Município
sempre caberá precipuamente a competência de legislar sobre assuntos de
interesse local (CF, art. 30, inciso I), é possível afirmar que ao Município cabe
competência constitucional para definir a zona urbana, elaborar seu Plano
345
346
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2.3.4 Contribuição para integrar as políticas de mobilidade urbana e de
desenvolvimento urbano
A política de mobilidade urbana deve estar articulada a outras políticas
públicas que interferem na qualidade de vida nas cidades.
É importante lembrar que a política de mobilidade urbana é parte da política
de desenvolvimento urbano. Não é possível pensar a cidade, o
desenvolvimento urbano, sem pensarmos na mobilidade urbana.
Não faz sentido construir novos bairros longe de tudo, longe do emprego,
sem comércio local, ou seja, que isolem o cidadão, tanto o pobre quanto o rico,
Fonte: Google.com
347
348
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O uso e ocupação do solo tem por principais finalidades:
- Organizar o território potencializando as aptidões, as
compatibilidades, as contiguidades, as complementariedades, de
atividades urbanas e rurais;
- Controlar a densidade populacional e a ocupação do solo pelas
construções;
- Otimizar os deslocamentos e melhorar a mobilidade urbana e rural;
- Evitar as incompatibilidades entre funções urbanas e rurais;
- Eliminar possibilidades de desastres ambientais;
Fonte: Google.com
349
Todo município deve possuir a sua própria lei do perímetro urbano. Esta lei
promove a divisão do município em zonas rurais e urbanas, de forma a auxiliar
o direcionamento das políticas públicas. A propriedade urbana cumpre sua
função quando atende as exigências fundamentais de ordenação da cidade
expressas no plano diretor, assegurando o atendimento das necessidades dos
cidadãos quanto à qualidade de vida, à justiça social e ao desenvolvimento das
atividades econômicas (Lei 10.257/2001, artigo 39).
350
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
2º O plano diretor deverá englobar o território do Município como um todo.
3º A lei que instituir o plano diretor deverá ser revista, pelo menos, a cada dez
anos.
4º No processo de elaboração do plano diretor e na fiscalização de sua
implementação, os Poderes Legislativo e Executivo municipais garantirão:
351
Fonte: Google.com
Fonte: Google.com
352
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Nos projetos de parcelamento são geradas células fundamentais de
ocupação que são os lotes articulados pelo sistema viário conformando desta
forma quadras, e estas formam, por sua vez, os bairros.
A legislação atual que regulamenta o parcelamento do solo preconiza o
ambiente urbano sustentável, atentando sempre para a valorização da vida
humana, aliando o crescimento urbano à preservação ambiental. Alguns
elementos construídos ou projetos são fundamentais na equalização de uma
boa ocupação territorial como a infraestrutura, o sistema viário, a legislação, o
zoneamento, os aspectos culturais, históricos e econômicos, as áreas públicas
353
354
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
DECRETO Nº 12.154, DE 30 DE AGOSTO DE 2005
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista as disposições do
Decreto nº 9.065, de 26 de dezembro de 1996 e da Lei nº 9.011, de 01 de janeiro de 2005,
decreta:
Art. 3º - O prazo máximo para expedição das Diretrizes de Parcelamento é de 30 (trinta) dias
contados a partir da data do protocolo do processo de requerimento de diretrizes para
parcelamento.
Art. 4º - O projeto deverá atender, além das Diretrizes estipuladas, às exigências contidas na Lei
Federal nº 6.766, de 19 de dezembro de 1979, alterada pela Lei nº 9.785, de 29 de janeiro de
1999, e na Lei Municipal nº 7.166, de 27 de agosto de 1996, suas modificações posteriores e
demais normas pertinentes.
Art. 5º - A Comissão de Diretrizes para Parcelamento reunir-se-á semanalmente.
Art. 6º - É facultado a qualquer membro da Comissão de Diretrizes para Parcelamento requerer
vista da matéria em pauta, pelo prazo máximo de 7 (sete) dias, sem prejuízo do prazo estipulado
no artigo 3º.
Art. 7º - Ficam sujeitos às diretrizes da Comissão: a) os parcelamentos vinculados; b) os
parcelamentos para condomínios; c) os reparcelamentos que envolvam desafetação de áreas
públicas; d) os loteamentos; e) os desmembramentos de grande porte.
Art. 8° - Este Decreto entra em vigor na data da sua publicação, revogando o Decreto nº 11.411,
de 08 de agosto de 2003. Belo Horizonte, 30 de agosto de 2005
355
356
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Consulte o link abaixo para saber mais informações a
respeito da elaboração do código de obras adotados
pelos municípios brasileiros.
http://www.ibam.org.br/media/arquivos/estudos/guia_codigo_obras_1.pdf
http://rmbh.org.br/sites/default/files/MZRM.BELO.HORIZONTE.CP.9845.2010
.Codigo.Posturas.Cartilha.pdf
357
Foi observado que em algumas cidades da Europa ações deste tipo têm
levado a uma considerável melhoria sobre as três dimensões da
sustentabilidade urbana _ social, econômica e ambiental, se comparada com a
manutenção da situação atual, e nos melhores casos há um aumento dos
níveis atuais de sustentabilidade.
358
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Podemos, assim, identificar como estratégias para alcançar a mobilidade
sustentável no contexto sócio-econômico, aquelas que visem :
o desenvolvimento urbano orientado ao transporte;
o incentivo a deslocamentos de curta distância;
restrições ao uso do automóvel;
a oferta adequada de transporte público;
uma tarifa adequada a demanda e a oferta do transporte público;
a segurança para circulação de pedestres, ciclistas e pessoas de
mobilidade reduzida;
359
360
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
consumo de combustíveis fósseis que provocam a emissão de dióxido de
carbono (CO2).
361
362
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3. O transporte e seus reflexos no metabolismo da cidade, como má
qualidade de vida, degradação ambiental, barreira social, violência e
insegurança, desperdícios e deseconomias.
4. O transporte como um mecanismo de funcionamento da cidade por
possibilitar o crescimento e a estruturação do espaço; a união entre
espaços e pessoas; a reprodução das relações; a acessibilidade a
emprego, saúde, educação, lazer e cultura; a reprodução do capital; a
indução de novos polos de desenvolvimento regional; e como fator de
cidadania e de qualidade de vida.
363
Fonte: Google.com
364
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
3.3.1 Ônibus Movidos a Biocombustíveis
São Paulo está dando um passo além. Apesar de os ônibus ainda serem o
principal meio de transporte nessa megacidade, transportando oito milhões de
pessoas todos os dias, o metrô tem um papel fundamental no transporte de
quatro milhões de passageiros por dia, dos quais 500 mil usam a linha 4-
amarela. Essa linha é a extensão mais recente e mais inovadora da rede
metroviária de São Paulo. Com quase 13 km de extensão, a linha 4-amarela é
a única linha de metrô sem maquinista da América do Sul.
365
Fonte: Google.com
3.3.3 BRT
Com o BRT-MOVE, implantado pela Prefeitura Municipal de Belo Horizonte,
os ônibus circulam pelas pistas exclusivas das principais avenidas de ligação
ao vetor norte da capital mineira, possibilitando viagens mais rápidas.
Os veículos do MOVE contam com ar condicionado, portas elétricas com
bloqueador (que não permitem a movimentação do veículo de portas abertas),
sistema de freio mais moderno e seguro, suspensão do tipo pneumática que
366
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
suaviza a dirigibilidade para o motorista e o conforto aos usuários, diminui a
produção de ruídos, não permite a transmissão das irregularidades do solo aos
passageiros e reduz os danos ao asfalto.
Dentre várias tecnologias, vale destacar os equipamentos disponíveis para
os motoristas como, por exemplo, os painéis eletrônicos, sistema de
sincronização e automação com as portas das estações, computador de bordo,
sistema de localização primário e secundário, comunicação sem fio, console do
motorista, contador de passageiros, registrador instantâneo e inalterável de
velocidade e tempo, climatizador e ar-condicionado, sistema de comunicação
3.3.4 Monotrilho
Monotrilho é um meio de transporte coletivo elétrico que pode alcançar a
média-alta capacidade, e trafega sobre pneus em via exclusiva. O trem, com 4,
6 ou 8 carros, corre sobre uma viga elevada, que é seu trilho único.
367
Fonte: Google.com
368
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4. SUSTENTABILIDADE NAS EDIFICAÇÕES E NO ESPAÇO URBANO
369
370
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
economicamente viável, envolvendo com isto muitas variáveis, entre as
quais o uso racional da energia se destaca como uma das principais
premissas. Alguns aspectos principais que podem ser destacados na dimensão
ambiental:
Água
Permeabilidade do solo
Utilização de águas pluviais.
Limitação do uso de água tratada para irrigação e descarga.
Energia
Otimização do desempenho energético, através do bom desempenho
térmico da edificação, uso de aparelhos energeticamente eficientes; e
uso da iluminação natural e sistemas de iluminação eficientes.
Uso de energia renovável.
Minimização dos problemas de ilhas de calor e impacto no microclima.
Estratégias de ventilação natural.
Conforto térmico.
Seleção de materiais
Reuso da edificação.
Gestão de resíduos da construção.
Reuso de recursos.
Conteúdo reciclado
Uso de materiais regionais.
Materiais de rápida renovação.
Uso de madeira certificada.
Uso de materiais de baixa emissão de gases.
371
Fonte: Google.com
372
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Materiais de demolição e reciclados são também usados quando
apropriado. Quando edifícios velhos são demolidos, frequentemente peças de
madeira pode ser reciclada, renovada, e vendida como assoalho. Outras
partes são também reutilizadas, como portas, janelas, vigas e peças de
metal, reduzindo assim o consumo de itens novos. Quando possível, alguns
materiais podem ser retirados do local, por exemplo, se uma nova estrutura
está sendo construída em uma área verde, a madeira das árvores que tiveram
que ser cortadas pode ser reutilizada na construção.
Para minimizar as cargas de energia e carga térmica na envoltória, é
373
374
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5. ARQUITETURA SUSTENTÁVEL
375
376
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O tipo de cobrimento das superfícies tem um efeito significante na
temperatura do ar em cidades. Pavimentação de ruas, deficiência de
coberturas vegetais, além do calor gerado pelos carros, fábricas e instalações
de ar condicionado (ou aquecimento), todos esses fatores afetam o ambiente.
Num grande centro urbano, a temperatura pode variar de 5°C a 10°C acima da
temperatura de um parque. Esse fenômeno é conhecido como “ilha de calor”.
Para projetar edifícios com maior conforto térmico e com menos uso
de ar condicionado, são necessárias informações sobre materiais que
permanecem “frios” no sol. Cool Materials ou materiais frios refletem a energia
solar incidente de volta ao espaço e podem ser utilizados para resfriar cidades
inteiras. Enquanto é bem conhecido que materiais brancos são úteis (e
materiais escuros são pobres) para estes objetivos, não se possui
informações precisas e confiáveis sobre esta propriedade de “resfriar” dos
377
Fonte: Google.com
378
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5.1.3 Água e Resíduos
O manejo do lixo e a conservação da água são itens ligados entre si. O
manejo malfeito do lixo e de resíduos pode comprometer de maneira
irreversível a qualidade da água, com consequências para a população
humana e animal.
379
380
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
desenvolvimento. No Brasil, a energia elétrica é principalmente gerada por
termelétricas e hidrelétricas. É importante ressaltar que as reservas de
combustíveis necessárias às usinas termelétricas vão reduzindo com o tempo
e que não é possível construir usinas hidrelétricas indefinidamente para suprir
a demanda crescente de energia no Brasil. É, portanto, evidente para o futuro
mercado de energia elétrica a necessidade e importância da conservação e
utilização de energias alternativas.
381
382
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
É aconselhável seguir os critérios abaixo no projeto ou reforma de edifícios,
objetivando sua menor dependência da climatização e iluminação artificial
(fonte: Papst et al, 2005):
383
CORES
5.1.7 Ventilação
O sistema de aberturas pode representar um verdadeiro elenco de funções
na edificação. Sua utilidade para o conforto é inquestionável e se compõe por
fatores como a ventilação, o ganho de calor solar, a iluminação natural e
o contato visual com o exterior.
384
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
dimensões e localização das aberturas. Um exemplo (Brown e Dekay,
2004), em um ambiente com uma abertura de 2/3 da largura da parede, a
velocidade média interna do ar será entre 13% e 17% da velocidade do ar
externo, mas se esta área for dividida em duas aberturas na mesma parede, a
velocidade do ar passa para 22% da velocidade do ar exterior. Para aberturas
localizadas em duas paredes, a velocidade média do ar interno passa a ser de
35% a 65% da velocidade do vento externo. Duas aberturas em paredes
opostas permitem o movimento rápido do ar, enquanto aberturas em paredes
adjacentes permitem uma melhor distribuição da velocidade do vento e do
385
Em climas frios o ideal seria permitir a entrada do calor solar (onda curta)
evitando as perdas de calor do interior. Vidros de múltiplas camadas são
indicados, pois permitem isolamento entre as placas (normalmente é utilizado
o ar ou algum tipo de gás).
Num clima frio, não se quer que ocorram perdas de calor do ambiente
interno para o ambiente externo, com isto, os fechamentos têm de ter boa
vedação e evitar a passagem do calor através dos mesmos. Nos climas
quentes e secos, os fechamentos têm de evitar que o calor externo diurno
passe rapidamente para dentro da edificação, mas este calor deve ser
armazenado para aquecer o ambiente interno no período noturno,
quando as temperaturas externas vão abaixo da zona de conforto. Neste
clima, os fechamentos precisam transmitir pouco o calor e retê-lo ou
armazená-lo.
386
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Nos climas quentes, em ambientes condicionados artificialmente, deve-se
evitar que o calor externo seja transmitido para o interior, pois aumentaria a
carga térmica interna. Em ambientes naturalmente ventilados localizados em
climas quentes e úmidos, a carga térmica advinda da cobertura deve ser
amenizada.
387
- Iluminação de tarefa
Esta técnica permite a previsão de níveis de iluminação mais
altos para as tarefas visuais, enquanto se mantém o restante da
iluminação a níveis mais baixos. As áreas circundantes da tarefa
visual necessitam de menos iluminação que o local da tarefa
propriamente dita. Recomenda-se que a iluminação ambiental seja
pelo menos 33% da iluminação da tarefa, para conforto e adaptação
ao transiente. Por exemplo, se uma tarefa requer 750 lux, a
iluminação ambiental deve ser mantida em pelo menos 250 lux. Isto
significa que boa parte da área interna de um edifício pode ter seu
nível de iluminação diminuído, reduzindo também o consumo de
energia.
388
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
- Sistemas de iluminação artificial eficientes
Pode-se reduzir consideravelmente a energia gasta com iluminação
artificial substituindo lâmpadas incandescentes por fluorescentes
comuns ou compactas. A utilização de luminárias mais eficientes
e de reatores eletrônicos também é aconselhável. Em edifícios
residenciais, a energia consumida a noite pelas lâmpadas que
permanecem acesas nas escadas e circulações pode ser reduzida
com a adoção de minuterias ou sensores de presença.
Assim, o tempo que as lâmpadas permanecem acesas é apenas
389
390
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
desejáveis quando as temperaturas estão baixas, e indesejáveis com
temperaturas mais elevadas.
391
- Efeito estufa:
Causada por gases que bloqueiam a radiação infra-vermelha da terra;
este efeito altera o balanço de calor e pode resultar em mudanças
climáticas perigosas.
392
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
condicionado, em sistemas de extinção de fogo, e como solventes
para limpeza. Uma vez descartados na atmosfera, estes produtos
químicos levam cerca de 20 anos para migrar para a camada de
ozônio e, então, sob a ação da luz do sol, eles liberam cloro que tende
a destruir a camada de ozônio. Um acordo internacional, Protocolo de
Montreal de 1987, foi firmado com o objetivo de eliminar o uso dos
produtos químicos mais prejudiciais a camada de ozônio.
- Substâncias Tóxicas:
393
- Radioatividade
Muitas pessoas enxergam o perigo que pode ser causado por
possíveis acidentes em usinas nucleares e os problemas de
armazenamento de lixo radioativo como potencialmente a mais
arriscada das ameaças enfrentadas pela raça humana.
O esgotamento previsto do estoque de combustíveis fósseis do
planeta e dos recursos minerais devido à extração é uma
preocupação particular na maior parte da literatura sobre
sustentabilidade. Neste contexto é importante distinguir entre fontes
não renováveis e fontes renováveis de energia.
- Fontes Renováveis:
Fontes renováveis são, por definição, inesgotáveis, mas a
produção potencial de materiais renováveis tal como a madeira é
limitada. As principais fontes renováveis são:
• Solar;
• Eólica;
• Biomassa;
• Hidrelétrica;
• Geotérmica.
- Fontes não-renováveis:
Podem ser divididas em:
a. Combustíveis fósseis
• Óleo,
• Gás Natural
• Carvão
b. Nuclear
394
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A seguir, algumas fontes renováveis que podem ser usadas em edifícios para
gerar energia são brevemente descritas (Lechner, 2001):
- Fototérmica:
- Fotovoltaica:
A energia fotovoltaica converte diretamente a luz solar em eletricidade,
método conhecido como efeito fotovoltaico. A célula fotovoltaica é
uma unidade fundamental do processo de conversão. Primeiramente,
a busca por esta tecnologia se deu pelas empresas do setor de
telecomunicação, que procuravam fontes de energia para sistemas
isolados em localidades remotas.
O segundo estímulo para a energia foi a corrida espacial, pois era
o sistema mais barato e adequado para os longos períodos de
permanência no espaço. A energia solar também foi usada em
satélites. Os painéis fotovoltaicos, responsáveis pela captação e
395
5.1.18 Biomassa
A fotossíntese armazena energia solar para usar mais tarde. Este é o modo
como as plantas resolvem o problema da disponibilidade difusa e intermitente,
a qual está associada à energia solar. Esta energia armazenada pode ser
transformada em calor ou eletricidade, ou convertida em combustíveis como
gás metano, álcool, e hidrogênio.
A queima de biomassa no lugar do combustível fóssil pode reduzir o
problema do aquecimento global já que biomassa é “neutra em carbono”. Ao
396
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
crescer, as plantas removem a mesma quantidade de dióxido de carbono da
atmosfera, a qual é enviada de volta quando a biomassa é queimada.
Portanto, não existe mudança no conteúdo de dióxido de carbono da
atmosfera.
5.1.19 Hidrelétrica
Hoje em dia, quase toda a eletricidade gerada provém de hidrelétricas. O
gasto maior é com a construção das barragens. Uma vantagem da hidrelétrica
sobre as outras fontes de energia renováveis é o modo relativamente simples
de armazenar energia. A principal desvantagem é que grandes áreas de terra
devem ser alagadas para criar os lagos que armazenam a água.
Estas terras são usualmente áreas agrícolas produtivas e
normalmente habitadas. Outra desvantagem é a perturbação da ecologia local,
como por exemplo, os peixes não conseguem alcançar as suas áreas de
desova.
397
398
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5.1.21 Aproveitamento de Águas Pluviais
A água pluvial é coletada em áreas impermeáveis, ou seja, telhados, pátios,
ou áreas de estacionamento, sendo em seguida, encaminhada a reservatórios
de acumulação.
399
400
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5.1.22 Utilização De Equipamentos De Baixo Consumo De Água
Tecnologia de Produtos Aplicada ao Uso Racional da Água (fonte PNCDA –
Documentos Técnicos: DTA F1):
Buscando soluções técnicas para reduzir o consumo de água e evitar os
desperdícios, muitas empresas em todo o mundo pesquisam novos sistemas e
produtos que se tornam cada vez mais eficientes. Apresentam-se, neste item,
os principais tipos de produtos destinados à racionalização do uso da água
nos edifícios. No DTA F2 podem ser vistas as fichas técnicas padronizadas
de diversos desses produtos, disponíveis o mercado nacional e internacional.
Outro tipo de sistema é a Bacia com caixa acoplada dual. Esse tipo de
componente é projetado de modo a permitir ao usuário a possibilidade de
escolha entre dois volumes de água de descarga, um maior, igual ao volume
útil da caixa, e outro menor, igual a 50% deste volume, que pode ser utilizado
quando houver na bacia somente dejetos líquidos.
401
402
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
são acionadas quando falta energia. O sistema controla o tempo de uso da
água, evitando assim o desperdício.
403
404
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Materiais “cerâmicos”: rochas naturais; concreto; argamassas a
base de cimento e cal;
• resíduos de cerâmica vermelha, como tijolos e telhas;
• cerâmica branca, especialmente a de revestimento;
• cimento-amianto; gesso – pasta e placa;
• vidro
• Materiais metálicos, como aço para concreto armado, latão,
chapas de aço galvanizado, etc.;
Materiais orgânico: como madeira natural ou industrializada;
405
406
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Regulamentação em eficiência energética estabelece limites máximos de
consumo ou tabelas prescritivas com valores mínimos de eficiência, além de
estabelecer ferramentas para a avaliação de desempenho energético de
edifício.
407
6. LEED:
O sistema LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é uma
norma nacional (EUA) voluntária, baseada em consenso, criada para o
desenvolvimento de edifícios de alta performance e sustentáveis. O sistema
LEED foi desenvolvido pelos membros do U.S. Green Building Council,
representando todos os segmentos da indústria da construção civil. O LEED
se encontra atualmente disponível ou sob desenvolvimento para os seguintes
setores:
• Novos Edifícios Comerciais e grandes projetos de renovação (LEED-
NC);
• Edifícios Existentes (LEED-EB);
• Projetos de interiores de edifícios comerciais (LEED-CI);
• Projetos da Envoltória e da parte central do edifício (LEED-CS);
• Residências (LEED-H);
• Desenvolvimento do Bairro (localidade) (LEED-ND).
408
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
desenvolvimento sustentável local, aproveitamento de água, eficiência
energética, seleção de materiais e qualidade ambiental interna. O programa
reconhece os sucessos alcançados e promove o conhecimento em edifícios
sustentáveis através de um sistema amplo, oferecendo certificação de projeto,
suporte profissional, treinamento e recursos práticos (www.usgbc.org).
409
410
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Um relatório do Federal Environmental Executive declara que,
enquanto o LEED tem certos pré-requisitos, estes são freqüentemente
de condições mínimas. Como resultado, é possível ter um
desempenho fraco ou relativamente na média em algumas áreas e
mesmo assim obter a classificação “certified”;
• Introduzir avaliação do ciclo de vida na estrutura do LEED, de
maneira que o desempenho dos componentes e da estrutura do
edifício a longo prazo seja dada maior consideração do que na versão
atual do método.
411
412
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O objetivo da regulamentação brasileira é criar condições para a
Etiquetagem Voluntária do nível de eficiência energética de edifícios
comerciais e públicos. Há duas maneiras de provar conformidade com a
regulamentação: seguindo os Requisitos para o Sistema de Iluminação;
Sistema de Condicionamento de ar e Envoltória, ou usando Simulação para
comparar os resultados com um edifício similar que está de acordo com os
requisitos da classificação pretendida.
413
414
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
CALIFORNIA ENERGY COMMISSION. Consumer Energy Center. [Homepage
Institucional]. Cool Roofs. Disponível em:
www.consumerenergycenter.org/coolroof/ acesso em: 19 outubro 2006.
GRAU, Eros Roberto. Direito urbano. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1982.
GAUZIN-MULLER, D. Arquitectura Ecológica. Barcelona: Gustavo Gilli,
2002. 286 p.
415
OLIVEIRA, Isis Volpi de et al. A cidade que queremos. Rio de Janeiro: Núcleo
Estadual RJ da Campanha Plano Diretor Participativo - Cidade de Todos, 2006.
416
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
PLANO diretor participativo: SNPU 2006.
PAPST, A. L.; GHISI, E.; COLLE, F.;de ABREU, S. L.; GOULART, S.;
BORGES, T. Eficiência Energética e uso racional da energia na edificação.
Florianópolis, 2005. Organização e edição: Alexandre Montenegro e Ana Ligia
Papst. 121 p.
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito constitucional positivo. São Paulo:
Malheiros, 2003.
417
ESTUDO DE
IMPACTOS
AMBIENTAIS EM
ÁREAS AGRÍCOLAS E
AGROINDUSTRIAIS
Sumário
CAPÍTULO 1
Conceito de Agricultura e Agronegócio ........................................................................................................422
CAPÍTULO 2
Sistemas Agroindustriais ............................................................................................................................. 428
CAPÍTULO 3
Gerenciamento dos sistemas agroindustriais ............................................................................................. 438
CAPÍTULO 4
Definição de agricultura familiar ................................................................................................................ 443
CAPÍTULO 5
Agricultura Sustentável e Pecuária Sustentável ........................................................................................ 449
CAPÍTULO 6
Diagnósticos de realidades agrarias ............................................................................................................457
CAPÍTULO 7
Planejamento Ambiental em unidades Rurais ............................................................................................ 464
CAPÍTULO 8
Manejo (Agro) Ecológico do Solo .................................................................................................................474
CAPÍTULO 9
Tipos de produção, colheita, beneficiamento e armazenamento de vegetais.............................................479
CAPÍTULO 10
Nutrientes Minerais...................................................................................................................................... 483
CAPÍTULO 11
Cooperativas ................................................................................................................................................. 485
420
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Avaliações- 1º Bimestre
Avaliações- 2º Bimestre
421
422
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
A população começou a sair do meio rural e dirigir-se para as cidades,
passando, nesse período, de 20% para 70% a taxa de pessoas residentes no meio
urbano (caso do Brasil).
O avanço tecnológico foi intenso, provocando saltos nos índices de
423
424
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
E na terceira parte estão os negócios à jusante dos negócios agropecuários,
ou de "pós-porteira", onde estão a compra, transporte, beneficiamento e venda dos
produtos agropecuários até o consumidor final. Enquadram-se nesta definição os
frigoríficos, as indústrias têxteis e calçadistas, empacotadores, supermercados,
425
426
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS AGRÍCOLAS E AGROINDUSTRIAIS
Disponível em www.gestaonocampo.com.br Acesso em Dez de 2013
427
428
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
• Características próprias de processamento e transformação das matérias primas;
• Logística mais exigente e mais bem definida
• Influência de fatores biológicos: doenças e pragas͒
Confirmação de "vaca louca" não altera status sanitário do Brasil. Disponível em www.valor.com.br
Acesso em Dez de 2013
429
430
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
O agronegócio passa a envolver outros segmentos da economia, tornando-se
muito mais complexo que a produção agropecuária propriamente dita e passando a
necessitar de uma compreensão muito mais ampla, envolvendo o desenvolvimento
de tecnologia, colheita cuidadosa, classificação e tratamento dos produtos,
431
432
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
elaboração de um produto. Isso inclui desde as matérias-primas, insumos básicos,
máquinas e equipamentos, componentes, produtos intermediários até o produto
acabado, a distribuição, a comercialização e a colocação do produto final junto ao
consumidor, constituindo elos de uma corrente.
Cadeia Produtiva Disponível em www.cnpgc.embrapa.br Acesso em Dez de 2013
433
͒Agroindustriais
Segmentos dos Sistemas͒
A concepção de sistemas agroindustriais ou de cadeias produtivas, ou de
cadeias de valor, visualiza o agronegócio de forma integrada e inter-relacionada
entre os diversos agentes que o compõem, bem como as atividades efetuadas entre
si.
434
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Os três macro segmentos propostos são:
a. Comercialização. Representa as empresas que estão em contato com o cliente
final da cadeia de produção e que viabiliza o consumo e o comércio dos produtos
finais (supermercados, mercearias, restaurantes, cantinas etc). Podem ser incluídos
435
O SAI pode ser visto como sendo composto por seis conjunto de atores:
436
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Complexo agroindustrial ( CAI )
437
438
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
e. Entretanto, convivem empreendimentos modernos e negócios familiares de
pequeno porte.
Aspectos gerenciais
Caracterização dos empreendimentos rurais
Ainda são incipientes os trabalhos que tratam de: definição do produto e do
processo de produção; sistema de qualidade; planejamento e controle da produção
e logistica;
Empreendimento tradicional, agronegócio em transição e agronegócio
moderno. Rural Tradicional/ Transicao/Moderno
439
440
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Corantes, plantas medicinais, produtos orgânicos, peixes ornamentais, passáros
exóticos, entre outros.
Quanto a natureza:
Classificação que se refere à identidade daquilo que foi consumido na
produção, muitas vezes se assemelhando à utilizada para dar nome a bens e
serviços:
Materiais e insumos - materiais brutos ou trabalhados e anteriormente produzidos,
que são necessários para, através de determinado processo, obter um novo produto
(ex. fertilizantes, sementes, etc.);
Mão-de-obra direta - salários, encargos sociais e benefícios do pessoal empregado
diretamente na produção (ex. tratorista, tratador, etc.);
Mão-de-obra indireta - idem, do pessoal empregado indiretamente na produção (ex.
técnico agrícola, veterinário, etc.);
Manutenção de máquinas e equipamentos - gastos com peças e serviços de
reparos de tratores e outras máquinas e Equipamentos utilizados na produção,
depreciação de máquinas e equipamentos - parcela que corresponde à Taxa de
depreciação pelo uso das máquinas e equipamentos.
combustíveis e lubrificantes - utilizados pelas máquinas de produção agropecuária.
441
Orientação ao gestor
Controle dos custos parciais de cada atividade poderá orientar o gestor
destas empresas da seguinte maneira:
- mostra os gastos dos diferentes empreendimentos;
- possibilita calcular os rendimentos das diversas culturas e criações;
- permite a determinação do volume do negócio;
- indica as melhores épocas para a venda e aquisição de produtos;
- permite o cálculo dos custos da produção; e
- permite o cálculo das medidas de resultado econômico
442
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4-Definição de agricultura familiar
Características centrais
a renda familiar bruta prevista não pode ultrapassar a R$ 27 500,00, com
rebate de 50% para atividades de avicultura: avicultura, piscicultura,
suinocultura e sericicultura. Essa renda deverão ser de 80% proveniente da
exploração agrícola;
a propriedade não pode ter mais do que quatro módulos fiscais;
a propriedade deve manter, no máximo, dois empregados permanentes,
sendo admitida ainda, como recurso eventual, a ajuda de terceiros quando a
natureza sazonal da atividade exigir.
Lei 8.629/93: O módulo fiscal serve de parâmetro para classificação do imóvel rural
quanto ao tamanho, na forma da Lei no 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e ainda,
443
Agricultura Disponível em portalctb.org.br Acesso em Dez de 2013
444
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
tanto porque ainda tem que enfrentar os velhos problemas, nunca resolvidos, como
porque, fragilizado, nas condições da modernização brasileira, continua a contar, na
maioria dos casos, com suas próprias forças” (Wanderley, 1999, p. 52).
Raízes camponesas e racionalidade da produção familiar Cardoso (1987, p. 56)
destaca quatro:
Acesso estável à terra, seja em forma de propriedade, seja mediante algum
tipo de usufruto;
Trabalho predominantemente familiar, o que não exclui o uso de força de
trabalho externa, de forma adicional;
Auto-subsistência combinada a uma vinculação ao mercado, eventual ou
permanente;
Certo grau de autonomia na gestão das atividades agrícolas, ou seja, nas
decisões sobre o que e quando plantar, como dispor dos excedentes, entre
outros.
Portanto, produção camponesa é aquela em que a família ao mesmo tempo
detém a posse dos meios de produção e realiza o trabalho na unidade produtiva,
podendo produzir tanto para sua subsistência como para o mercado.
445
446
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
447
448
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
5- Agricultura Sustentável e Pecuária Sustentável
449
450
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Essa tecnologia proporciona a máxima produção de alimentos, fibras e
energia por unidade de área.
Segundo o especialista em sustentabilidade Ronaldo Trecenti, da Campo
Consultoria e Agronegócios, de Brasília (DF), a introdução da técnica de ILPF em
451
452
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
amostra é suficiente para causar dano significativo. Neste caso, o tratamento do solo
com inseticidas é necessário.
Algumas estratégias de manejo indicadas são: tratamento de sementes,
seletividade de inseticidas, aplicação de inseticidas via água de irrigação e
453
Pecuária Sustentável
A pecuária bovina está enfrentando grandes desafios e várias iniciativas de
políticas sociais e ambientais estão sendo adotadas por produtores, indústrias,
bancos, empresas de varejo e também pelo governo federal e governos estaduais.
454
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Uma fazenda cuja pecuária é sustentável deve obedecer, dentre outros, os
seguintes critérios:
ausência de desmatamento de floresta nas áreas ocupadas;
segurança dos trabalhadores;
455
CURIOSIDADE
A Campanha Segunda Sem Carne se propõe a
conscientizar as pessoas sobre os impactos que o uso
de carne* para alimentação tem sobre o meio ambiente,
a saúde humana e os animais, convidando-as a tirar a
carne do prato pelo menos uma vez por semana e a descobrir novos sabores.
A campanha foi lançada em São Paulo em outubro de 2009 numa parceria
da Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) com a Secretaria do Verde e Meio
Ambiente (SVMA) da prefeitura, posteriormente estendendo-se a várias outras
cidades brasileiras.
A fim de facilitar a adoção deste hábito, a SVB fornece aqui receitas
saborosas, dicas de nutrição, notícias e informações qualificadas a respeito das
razões éticas, ambientais e de saúde para passar essa ideia adiante.
456
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
6- Diagnosticos de realidades agrarias
Desenvolvimento Sustentável
A mudança de paradigmas estabelece um novo cenário para o processo de
Revolução Agrícola
Até a Segunda Revolução Agrícola (séculos XVIII e XIX), com a disseminação
do sistema de rotação que ficou conhecido como “Norfolk”,o processo de inovação
na agricultura caracterizou-se por tecnologias, como rotação de culturas e
integração entre atividades de produção vegetal e animal, que respeitavam o
ambiente ao procurarem superar as limitações ecológicas para a atividade agrícola,
a partir da utilização inteligente das próprias leis da natureza.
Entretanto, com a disseminação dos conhecimentos da química agrícola, a partir do
século XIX, este processo teve sua lógica modificada, passando-se, de maneira
geral, a considerar não ser necessário seguir as regras ecológicas.
As regras ecológicas básicas de gestão da natureza passaram a ser vistas
como desnecessárias à prática agrícola por se considerar que o caráter
ambientalmente agressivo da então chamada agri- cultura moderna era um mal
necessário, que podia ser moderado com algumas práticas conserva- cionistas.
(Romeiro, 1996).
457
No Brasil
No Brasil e no mundo, surgiram movimentos de agricultura alternativos ao
convencional, contrapondo-se ao uso abusivo de insumos agrícolas industrializados,
da dissipação do conhecimento tradicional e da deterioração da base social de
produção de alimentos.
Através de uma “Revolução Verde” pensou-se em simplesmente transferir a
tecnologia desenvolvida (adubo e veneno químicos, variedades melhoradas e
maquinário moderno) para os países do TERCEIRO MUNDO, onde houve (e ainda
há) subnutrição e fome.
Com os aumentos de produção, que se esperava, a fome acabaria em
poucos anos. O efeito do PACOTE se mostrou como efeito a curto prazo. Por um
lado os adubos químico uso dos agrotóxicos aumentaram a produção, mas por outro,
tiveram um efeito negativo na fertilidade do solo, isto é, a potência daquilo que o solo
produz se reduziu – e ainda se reduz- cada vez mais.
458
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS AGRÍCOLAS E AGROINDUSTRIAIS
Características e Consequências da Revolução Verde. Disponível em www.cepagro.org.br Acesso em
Dez de 2013
Consequências da Revolução Verde. Disponível em www.cepagro.org.br Acesso em Dez de 2013
459
460
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Políticas públicas para o desenvolvimento rural sustentável
Percebe-se a importância do planejamento de estratégias e políticas públicas
que permitam implementar uma proposta de desenvolvimento rural sustentável;
A utilização do conceito de sustentabilidade exige uma reflexão sobre a
461
462
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Veja o mapa do Brasil Agrário abaixo:
Mapa do Brasil: Realidades Agrárias Disponível em www.fct.unesp.br/nera/atlas Acesso em 2013
463
464
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Materia organica
Planejamento
465
Zonas ripárias Disponível em http://hhenkels.blogspot.com.br/ Acesso em 2013
Adequação ambiental
466
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
hidrologicamente sensíveis da microbacia, as zonas ripárias; Código Florestal (lei
número 4.771/65);
Manejo sustentável
Successão ecologica
Os projetos de restauração de
áreas degradadas baseiam-se no
desencadeamento ou na aceleração do
processo de sucessão ecológica, que é o
processo através do qual uma
comunidade evolui no tempo, tendendo a Fonte: Attanasio et al. 2006
Mata Ciliar restaurada há cerca de 50 anos . Fonte: Attanasio et al. 2006
467
1- Ações de recuperação
2- Diversidade
Para isso, ações como o transplante de plântulas alóctone (oriundo de outras áreas),
inclusive usando áreas de florestas comerciais (fora de APPs e RL) como fonte de
propágulos (plântulas e sementes) para restauração,
3-Programa Ambiental
468
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
na estrutura de decisão dessas propriedades, inibindo assim que outras ações de
degradação similares as ja existentes venham a surgir
a) plantio de espécies agrícolas nas entrelinhas do plantio de nativas, nos dois anos
iniciais da restauração, como estratégia de manutenção dessas áreas restauradas e
469
Exemplo de numa APP onde a regeneração natural, oriunda da chuva de sementes de um fragmento
vizinho, ou do banco de sementes presente no solo, não recobriu totalmente área de 30 m destinada à
preservação permanente. Nesse caso, usa-se o sistema de adensamento, fazendo-se o recobrimento da
area sem arvores, plantando-se ali, mudas das mesmas especies que ja estao crescendo no local. Fonte:
Attanasio et al. 2006
470
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
471
472
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Processos que desempenham papel fundamental na perpetuação de
populações e comunidades, como polinização, dispersão, banco de
sementes, dinâmica de clareiras
Entendimento de que os processos sucessionais podem se dar através de
473
͒͒
8-Manejo (Agro) Ecológico do Solo͒͒
A intervenção do homem no meio ambiente tem ocorrido no sentido de usar
os recursos naturais para a obtenção de alimentos e, com a expansão populacional,
na busca do aumento da produtividade e produção. Os preparos intensivos do solo,
os desmatamentos e as queimadas provocaram, no passado, o desequilíbrio e o
comprometimento da flora e fauna, da água e do solo, bem como, causaram
modificações no clima regional.
474
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Manejo Adequado do Solo Manejo Inadequado do solo
475
476
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
manejadas através de cortes, roçada ou capina seletiva para evitar que cheguem ao
ponto de competir com a cultura principal.
Para evitar o escorrimento superficial da água e a erosão, o plantio deve ser
feito em nível, sendo que poderão ser feitos terraços de base estreita, cobertos de
477
478
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Manejo de plantas espontâneas: Qual é a função ecológica de cada espécie? É
fundamental conhecer o papel ecológico de cada espécie espontânea, e neste
campo as informações disponíveis são muito poucas. Muitas vezes é necessário
recorrer ao conhecimento prático dos agricultores mais antigos, que possuem
479
Escolha do cultivar
A cultivar a ser plantada deve atender à recomendação técnico-científica.
O produtor deve observar as características agronômicas mais favoráveis,
pois o melhoramento genético de pesquisa oferece aos produtores opções que
passam por cultivares menos exigentes em fertilidade do solo e mais tolerantes à
deficiencia hídrica;
Características desejaveis para uma cultivar:
Tolerância as doenças;
Resistencia; alta produtividade;
boa qualidade industrial dos grãos; alto rendimento de grãos inteiros,
boa classificação comercial e
boa qualidade culinária;
480
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Sementes: LPC e Sistema Nacional de Sementes e Mudas. Com a criação da Lei
de Proteção de Cultivares (LPC), o governo brasileiro deu o primeiro passo para
assegurar os direitos dos obtentores de novas variedades vegetais, mediante a
concessão de um certificado de proteção de cultivar.
481
482
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
Longevidade relacionada a certos fatores: Deterioração do DNA embrionário;
Umidade; Temperatura; Qtde de substancias de reserva da semente; Teor de óleo
das sementes; Luminosidade; Tempo de estocagem (processo de envelhecimento)
483
484
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
ESTUDO DE IMPACTOS AMBIENTAIS EM ÁREAS AGRÍCOLAS E AGROINDUSTRIAIS
Disponível em http://www.fisiologiavegetal.ufc.br/APOSTILA/NUTRICAO_MINERAL Acesso em Dez 2013
11-Cooperativas
485
Tipos de cooperativas
Cooperativas singulares
486
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
b) agroindustrialização primária: recebimento, beneficiamento e resfriamento do leite
in natura;
c) comercialização: do leite pasteurizado tipo "barriga-mole", mas com a marca
nacional do leite envasado pelo sistema cooperativo;
Cooperativas centrais
487
Exercícios
2-Sistemas Agroindustriais
488
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
4-Definição de agricultura familiar
489
1- O que foi a Revolução Verde? O que mudou hoje desde a época da Revolução
Verde?
2- O que é Agroecologia?
3- O que é o Indice de Gini? Qual sua importância?
4- De acordo com os mapas sobre o Brasil Agrário, caracterize a Região da
Amazônia e do Sul do Brasil.
490
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”
10-Nutrientes Minerais
491
492
“Fundação de Educação para
o Trabalho de Minas Gerais”