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O primórdio respiratório mantém comunicação com a faringe por meio do orifício faríngeo.
2- FORMAÇÃO DA LARINGE
O mesênquima se prolifera rapidamente, e faz com que o orifício laríngeo (abertura do tubo
laringotraqueal na faringe) mude de uma fenda sagital para uma abertura em formato de "T".
O mesênquima dos dois arcos vão se transformar nas cartilagens tireóidea, cricóidea e
aritenóidea.
Os músculos da laringe são inervados por ramos do décimo nervo craniano, o nervo vago. O
nervo laríngeo superior inerva os derivados do quarto arco faríngeo e o nervo laríngeo
recorrente, os derivados do sexto arco faríngeo.
Os brotos pulmonares vão crescer no sentido caudal e lateral e vão se expandir para a cavidade
corporal.
O mesoderma que cobre a parte exterior dos pulmões torna-se a pleura visceral. O mesoderma
somático que cobre a superfície interna da parede corporal torna-se a pleura parietal. A
cavidade pleural é o espaço entre essas pleuras.
Até o sétimo mês pré-natal, os bronquíolos se dividem em um número maior de canais cada vez
menores (fase canalicular), e o suprimento vascular aumenta.
As células alveolares epiteliais do tipo I (células que revestem o saco), se tornam mais achatadas,
de modo que os capilares circunjacentes se projetam para os sacos alveolares. O contato entre
as células epitelial e endotelial forma a barreira sangue-ar.
No final do sexto mês, células alveolares epiteliais do tipo II, produzem o surfactante, que é um
líquido rico em fosfolipídios que diminui a tensão superficial na interface ar-alvéolo. Esse líquido
aumenta duas semanas antes do nascimento.
Antes do nascimento, os pulmões estão cheios de líquido com alta concentração de cloreto,
pouca proteína, muco das glândulas brônquicas e surfactante.
Durante a 34ª semana, fosfolipídios entram no líquido amniótico e agem sobre os macrófagos.
Quando ativados, esses macrófagos migram do cório para o útero e produzem proteínas do
sistema imunológico, como a interleucina 1b. O aumento da expressão dessas proteínas provoca
o aumento da produção de prostaglandinas que geram contrações uterinas.
Com o nascimento, o líquido dos pulmões (sacos pulmonares) é absorvido pelo sangue ou
capilares linfáticos , e pequena quantidade é expelida pela traquéia e brônquios no parto.
5- EPITÉLIO RESPIRATÓRIO
Célula colunar ciliada: cada uma tem cerca de 300 cílios na sua superfície apical e,
embaixo dos corpúsculos basais dos cílios, há numerosas mitocôndrias, que fornecem ATP para
os batimentos ciliares.
Células basais: são pequenas e arredondadas, também apoiadas na lâmina basal, mas
que não se estendem até a superfície livre do epitélio. Essas células são células-tronco (stem
cells) que se multiplicam continuamente, por mitose, e originam os demais tipos celulares do
epitélio respiratório.
Célula granular: parece a célula basal, mas contém numerosos grânulos com diâmetro
de 100 a 300 nm, os quais apresentam a parte central mais densa aos elétrons. Estudos
histoquímicos mostraram que as células granulares pertencem ao sistema neuroendócrino
difuso.
6- HISTOLOGIA
Seios paranasais: São cavidades nos ossos frontal, maxilar, etmoide e esfenoide revestidas por
epitélio do tipo respiratório, que se apresenta baixo e com poucas células caliciformes. A lâmina
própria contém apenas algumas glândulas pequenas e é contínua com o periósteo adjacente.
Laringe: Suas paredes contêm peças cartilaginosas irregulares, unidas entre si por tecido
conjuntivo fibroelástico.
As peças cartilaginosas maiores (tireoide, cricoide e a maior parte das aritenoides) são do tipo
hialino: as demais são do tipo elástico.
A mucosa forma dois pares de pregas que provocam saliência no lúmen da laringe. O primeiro
par, superior, constitui as falsas cordas vocais (ou pregas vestibulares); a lâmina própria dessa
regíão é frouxa e contém numerosas glândulas. O segundo par, inferior, constitui as cordas vocais
verdadeiras, que apresentam um eixo de tecido conjuntivo muito elástico, ao qual se seguem,
externamente, os músculos intrínsecos da laringe.
O revestimento epitelial não é uniforme ao longo de toda a laringe. Epitélio estratificado
pavimentoso não queratinizado e epitélio respiratório.
Traqueia: é um tubo revestido internamente por epitélio do tipo respiratório. A lâmina própria é
de tecido conjuntivo frouxo, rico em fibras elásticas. Contém glândulas seromucosas, cujos
duetos se abrem no lúmen traqueal.
Brônquios: Nos ramos maiores, a mucosa é idêntica à da traqueia, enquanto nos ramos menores
o epitélio pode ser cilíndrico simples ciliado. A lâmina própria é rica em fibras elásticas. Segue-se
à mucosa uma camada muscular lisa, formada por feixes musculares dispostos em espiral que
circundam completamente o brônquio.
Ductos alveolares: Tanto os ductos alveolares como os alvéolos são revestidos por epitélio
simples plano cujas células são extremamente delgadas. Nas bordas dos alvéolos, a lâmina
própria apresenta feixes de músculo liso.
Alvéolos: são constituídas por uma camada epitelial fina que se apoia em um tecido conjuntivo
delicado, no qual há uma rica rede de capilares sanguíneos. Essa parede alveolar é comum a dois
alvéolos adjacentes, constituindo, portanto, uma parede ou septo interalveolar. O septo
interalveolar consiste em duas camadas de pneumócitos (principalmente tipo 1) separadas pelo
inter stício de tecido conjuntivo com fibras reticulares e elásticas, substância fundamental e
células do conjuntivo, e a rede de capilares sangulneos. O septo inter alveolar contém a rede
capilar mais rica do organismo.
7- CAMPOS CARDÍACOS
À medida que células progenitoras cardíacas migram através da linha primitiva no 16º dia da
gestação aproximadamente, elas são especificadas em ambos os lados para se tornarem as
diferentes partes do coração.
As células do SCC também exibem lateralidade, de modo que as células no lado direito
contribuem para a região esquerda da via de saída e aquelas no esquerdo contribuem para a
direita.
Depois que as células estabelecem o SCC, elas são induzidaspelo endoderma faríngeo subjacente
a formar mioblastos cardíacos e ilhotas sanguíneas que se tornarão células e vasos sanguíneos
pelo processo conhecido como vasculogênese.
8- TUBO CARDÍACO
Com o fechamento do tubo neural e a formação das vesículas cefálicas, o sistema nervoso cresce
no sentido cranial tão rapidamente que se estende sobre a região cardiogênica central e a futura
cavidade pericárdica.
O tubo cardíaco em desenvolvimento se projeta cada vez mais para a cavidade pericárdica.
Entretanto, inicialmente, o tubo permanece ligado ao lado dorsal da cavidade pericárdica por
uma prega de tecido mesodérmico, o mesocárdio dorsal que é derivado do SCC. Com o decorrer
do desenvolvimento, a parte central do mesocárdio desaparece, criando o seio transverso do
pericárdio, que conecta ambos os lados da cavidade pericárdica. O coração, agora, está suspenso
na cavidade por vasos sanguíneos em seus polos cranial e caudal.
Durante esses eventos, o miocárdio se espessa e secreta uma camada de matriz extracelular e
rica em ácido hialurônico chamada geleia cardíaca, que o separa do endotélio.
Além disso, a formação do órgão proepicárdico ocorre nas células mesenquimais localizadas na
borda caudal do mesocárdio dorsal.
As células dessa estrutura proliferam e migram sobre a superfície do miocárdio para formar a
camada epicárdica(epicárdio) do coração. Desse modo, o tubo cardíaco consiste em três
camadas: (1) o endocárdio, que forma o revestimento endotelial interno do coração; (2) o
miocárdio, que constitui a parede muscular; e (3) o epicárdio ou pericárdio visceral, que cobre o
exterior do tubo.
Essa camada externa é responsável pela formação as artérias coronárias, incluindo seu
revestimento endotelial e o músculo liso.
9- ALÇA CARDÍACA
O tubo cardíaco continua a se alongar conforme as células do SCC são adicionadas a sua
extremidade cranial. O processo de alongamento é essencial para a formação normal de parte
do ventrículo direito e da região da via de saída(cone arterial e tronco arterioso, que constituem
parte da aorta e da artéria pulmonar), e para o processo de formação da alça.
Conforme a via de saída se alonga, o tubo cardíaco começa a se curvar no vigésimo terceiro dia.
Enquanto a alça cardíaca está se formando, expansões locais tornam-se visíveis por toda a
extensão do tubo. A porção atrial, inicialmente uma estrutura dupla situada fora da cavidade
pericárdica, forma um átrio comum e é incorporada para dentro da cavidade pericárdica.
A junção atrioventricular permanece estreita e forma o canal atrioventricular, que liga o átrio
comum com o ventrículo embrionário inicial.
O bulbo arterioso é estreito, exceto em seu terço proximal. Essa porção formará a parte
trabeculada do ventrículo direito.
A porção média, o cone arterioso, formará os tratos efluentes de ambos os ventrículos
A parte distal do bulbo, o tronco arterioso, formará as raízes e a porção proximal da aorta e da
artéria pulmonar
No fim da formação da alça, o tubo cardíaco, de paredes lisas, começa a formar trabéculas
primitivas em duas áreas bem definidas em posições proximal e distal ao forame interventricular
primário. O bulbo permanece temporariamente com paredes lisas.
Um modo pelo qual um septo pode formar-se envolve duas massas que crescem ativamente e se
aproximam uma da outra até se fundirem, dividindo a luz em dois canais separados. Um septo
desse tipo também pode formar-se pelo crescimento ativo de uma única massa de tecido que
continua a se expandir até encontrar o lado oposto da luz.
A outra maneira pela qual um septo se forma não envolve coxins endocárdicos e sim a formação
de cristas( septo primário, etc.)
No fim da quarta semana, uma crista falciforme cresce do teto do átrio comum para a luz deste.
Essa crista é a primeira porção do septo primário. Os dois membros desse septo projetam-se em
direção dos coxins endocárdicos do canal atrioventricular. A abertura entre a borda inferior do
septo primário e os coxins endocárdicos é o óstio primário.
Extensões dos coxins endocárdicos superior e inferior crescem ao longo da margem do septo
primário, fechando o óstio primário.
Seu ramo anterior estende-se para baixo em direção ao septo do canal atrioventricular.
Quando a valva venosa esquerda e a borda côncava do septo espúrio se fundem com o lado
direito do septo secundário, a borda côncava livre do septo secundário começa a ultrapassar o
óstio secundário.
A passagem entre as duas cavidades atriais é constituída por uma fenda oblíqua e alongada.
Enquanto o átrio primitivo direito cresce pela incorporação do corno do seio direito, o átrio
primitivo esquerdo, durante o seu desenvolvimento, incorpora a veia pulmonar e seus ramos,
para formar a parte da parede lisa do átrio do adulto.
A veia pulmonar embrionária se forma como um evaginação da parede atrial posterior esquerda,
logo à esquerda do septo primário.
Inicialmente, apenas uma veia chega ao átrio esquerdo, mas, no fim, chegam quatro veias
pulmonares com a incorporação dos ramos da veia pela parede atrial em expansão.
No fim da quarta semana, os dois ventrículos primitivos começam a expandir-se. Isso ocorre
através do crescimento contínuo do miocárdio, do lado de fora, e da formação contínua de
divertículos e trabéculas, do lado interno.
Esse tecido se funde com as partes do cone do septo que se encontram. O fechamento completo
do forame interventricular forma a parte membranosa do septo interventricular.
No meio de quarta semana, o seio venoso recebe sangue venoso dos cornos do seios direito e
esquerdo.
Cada corno recebe sangue de três veias importantes: a. a veia vitelina ou onfalomesentérica, b. a
veia umbilical e c. a veia cardinal comum.
Inicialmente, a comunicação entre o seio e o átrio é ampla. Entretanto logo a entrada do seio se
desloca para a direita.
Com a obliteração da veia umbilical direita e da veia vitelina esquerda, durante a quinta semana,
o corno do seio esquerdo perde, rapidamente, sua importância.
Quando a veia cardinal comum é obliterada, durante a décima semana, do corno do seio
esquerdo restam somente a veia oblíqua do átrio esquerdo e o seio coronariano.
O corno direito, que agora forma somente a comunicação entre o seio venoso original e o átrio,
é incorporado pelo átrio direito e forma a parte do átrio direito com a parede lisa.
Sua abertura, o orifício sinoatrial, é flanqueada de ambos os lados por uma prega valvular, as
valvas venosas direita e esquerda.
Inicialmente, as valvas são grandes, mas quando a parede do átrio incorpora o corno do seio
direito, a valva venosa esquerda e o septo espúrio se fundem com o septo atrial em
desenvolvimento.
A porção superior da valva venosa direita desaparece totalmente. A porção inferior dá origem a
duas partes: a. a valva da veia cava inferior e b. a valva do seio coronariano.
A crista terminal forma a linha divisória entre a parte trabeculada do átrio direito original e a
parte de parede lisa(seio venoso), que se origina do corno do seio direito.