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Disciplina: Educação Inclusiva e Prática Docente no Ensino de História e

Geografia

Autores: M.e Thiago Reis

Revisão de Conteúdos: Esp. Larissa Carla Costa

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso

Ano: 2017

Copyright © - É expressamente proibida a reprodução do conteúdo deste material integral ou de suas


páginas em qualquer meio de comunicação sem autorização escrita da equipe da Assessoria de
Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em
cobrança de direitos autorais.

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FICHA CATALOGRÁFICA

REIS, Thiago.
Educação Inclusiva e Prática Docente no Ensino de História e Geografia/
Thiago Reis. – Curitiba, 2017.
46 p.
Revisão de Conteúdos: Larissa Carla Costa.

Revisão Ortográfica: Jacqueline Morissugui Cardoso.

Material didático da disciplina de Educação Inclusiva e Prática Docente


no Ensino de História e Geografia– Faculdade São Braz (FSB), 2017.

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Educação Inclusiva e Prática Docente
no Ensino de História e Geografia

ANO

2017

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PALAVRA DA INSTITUIÇÃO

Caro(a) aluno(a),
Seja bem-vindo(a) à Faculdade São Braz!

Nossa faculdade está localizada em Curitiba, na Rua Cláudio Chatagnier,


nº 112, no Bairro Bacacheri, criada e credenciada pela Portaria nº 299 de 27 de
dezembro 2012, oferece cursos de Graduação, Pós-Graduação e Extensão
Universitária.
A Faculdade assume o compromisso com seus alunos, professores e
comunidade de estar sempre sintonizada no objetivo de participar do
desenvolvimento do País e de formar não somente bons profissionais, mas
também brasileiros conscientes de sua cidadania.
Nossos cursos são desenvolvidos por uma equipe multidisciplinar
comprometida com a qualidade do conteúdo oferecido, assim como com as
ferramentas de aprendizagem: interatividades pedagógicas, avaliações, plantão
de dúvidas via telefone, atendimento via internet, emprego de redes sociais e
grupos de estudos o que proporciona excelente integração entre professores e
estudantes.

Bons estudos e conte sempre conosco!


Faculdade São Braz

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Apresentação da disciplina

Esta disciplina visa a compreensão da educação inclusiva, entendida em


sua totalidade. Sendo assim, o homem deve ser considerado como ser integral
em sua síntese, que é resultante de múltiplas determinações e relações sociais.
Esta aula apresenta o histórico e a relação entre educação especial e
educação inclusiva. Conceitos, princípios e pressupostos legais da educação
inclusiva no Brasil.
Nesse sentido, torna-se importante entender quais são as discussões e
os documentos que fundamentam a prática da educação inclusiva nas escolas,
objetivos da aula, bem como entender que dentro de uma prática inclusiva o
apoio dado aos alunos não é apenas aquele ligado às crianças ou aos
adolescentes com deficiências físicas ou mentais, mas também, a ideia da
inclusão de todos pertencentes as mais diversas culturas, movimentos e etnias.
A disciplina tem como proposta apresentar ao aluno as políticas e criações
brasileiras, principalmente ao longo do século XX, no que se refere à educação
especial até a chegada das perspectivas da educação inclusiva no ensino
brasileiro.

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Marketing da Faculdade São Braz (FSB). O não cumprimento destas solicitações poderá acarretar em
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Aula 1 - Educação Inclusiva e Prática Docente no Ensino de História e
Geografia

Apresentação da aula

Nesta aula será estudada a Educação Inclusiva, suas perspectivas e sua


relação com a Educação Especial. Será ainda, feito um panorama histórico com
toda a história da Educação Especial no Brasil.

1.1 Perspectivas da Educação Inclusiva e a sua relação com a Educação


Especial

Como primeira informação, faz-se necessário compreender a diferença


entre conhecimento e educação, suas proximidades, como a interpretação
advinda da educação inclusiva referente a isso.
O conhecimento é entendido como o patrimônio mais importante do
indivíduo no mundo contemporâneo. A educação como direito de todos, pleno
desenvolvimento do educando.
Nesse sentido, a Educação Inclusiva tem como princípios educar todas
as crianças em um mesmo contexto escolar, melhorando a qualidade do ensino
para todos aqueles que fracassam na aquisição de conhecimentos, ampliando a
participação dos estudantes, independentemente de sua condição (deficiência
física, comprometimento mental, superdotados), sendo que os mesmos podem
sofrer com a discriminação por diversos motivos nos estabelecimentos de ensino
regular.

Fonte: http://www.ojornal.net/noticiaseideias-38402-educacao-especial

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Deve-se pensar na reestruturação da cultura, da prática e das políticas
vivenciadas nas escolas para responder a diversidade dos alunos, abordagem
humanística democrática (perceber o sujeito e suas singularidades) e promover
a aprendizagem e desenvolvimento pessoal de todos.
Preservar a diversidade encontrada na escola na realidade social,
representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais de
toda ordem, com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do
educando.
Deve-se considerar a diversidade de aprendizes e o direito de equidade
dos mesmos quando se reflete sobre o sentido e significado dentro da Educação
Inclusiva, garantindo a oportunidade igualitária a todos, independentemente de
sua condição, levando ao direito a aprender, a fazer, a ser e a conviver.
(CARVALHO, 2005).
Segundo Góes (2004), o conceito “educandos com necessidades
educacionais especiais”, abarca os alunos que durante o processo educacional
apresentarem: dificuldades acentuadas de aprendizagem ou limitações no
processo de desenvolvimento que dificultem o acompanhamento das atividades
curriculares; dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos
demais alunos, demandando a utilização de diferentes formas de linguagens e;
altas habilidades ou superdotação e grande facilidade de aprendizagem.

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SUGESTÃO DE LEITURA
Leia o livro: Educação especial do Brasil:
história e política pública de Mazzotta (1996),
ótimo para esclarecer dúvidas e reflexões
sobre a diversidade e equidade de direitos na
Educação Especial.

1.2 Panorama histórico

É recente a discussão sobre educação inclusiva, meados de 1990, sendo


que teve seu marco inicial com a Declaração de Salamanca (1994), evoluindo

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como um movimento que idealizava colocar em questão as políticas e as práticas
de exclusão, sendo que por manter uma visão homogeneizada, criou na escola
um paradoxo: inclusão/exclusão, discutidas em encontros, congressos e eventos
em educação: gerando documentos. Nela, diz que:

As escolas do ensino regular devem educar todos os alunos,


enfrentando a situação de exclusão escolar das crianças com
deficiência, das que vivem nas ruas ou que trabalham, das
superdotadas, em desvantagem social e das que apresentam
diferenças linguísticas, étnicas ou culturais. (Declaração de
Salamanca, 1994)

Saiba Mais
A Declaração de Salamanca foi criada na Conferência
Mundial sobre Necessidades Educacionais Especiais (1994),
que foi organizada pelo governo espanhol em conjunto com
a UNESCO, sendo que tem como princípios:
 A educação é direito de todos, independentemente de
suas diferenças individuais;
 A criança que possui dificuldade de aprendizagem,
dependendo do nível, pode ser considerada com
necessidades educativas especiais;
 O aluno não precisa se adaptar às especificidades da
escola, esta que deve se adaptar ao aluno;
 O espaço deve ser comum a todos os alunos, com
necessidades educativas especiais ou não, e o ensino
deve ser diversificado.
A Declaração de Salamanca teve uma repercussão
significativa, vindo a ser incorporada às políticas
educacionais brasileiras.
Fonte: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/salamanca.pdf

Outro documento importante é a LDB 9394/96, a qual tem como desafio,


a busca de uma nova fase, humanizada, de sociabilidade, fundamentada em
uma educação sem discriminações, para a construção de escolas inclusivas e,
mais do que isso, de uma sociedade inclusiva.

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A escola tem que ser o reflexo da vida do lado de fora. O grande ganho
para todos é viver a experiência da diferença. Se os estudantes não
passam por isso na infância, mais tarde terão muita dificuldade de
vencer os preconceitos. A inclusão possibilita aos que são
discriminados pela deficiência, pela classe social ou pela cor que, por
direito, ocupem seu espaço na sociedade. Se isso não ocorrer, essas
pessoas serão sempre dependentes e terão uma vida cidadã pela
metade. Você não pode ter um lugar no mundo sem considerar o do
outro, valorizando o que ele é e o que ele pode ser. Além disso, o maior
ganho está em garantir a todos o direito à educação. (CAVALCANTE,
M., 2002, s/p)

Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de fevereiro de 2001

Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica

Art. 1º A presente Resolução institui as Diretrizes Nacionais para a educação de


alunos que apresentem necessidades educacionais especiais, na Educação Básica,
em todas as suas etapas e modalidades. Parágrafo único. O atendimento escolar
desses alunos terá início na educação infantil, nas creches e pré-escolas,
assegurando-lhes os serviços de educação especial sempre que se evidencie,
mediante avaliação e interação com a família e a comunidade, a necessidade de
atendimento educacional especializado.
[...]
Art. 3º Por educação especial, modalidade da educação escolar, entende-se um
processo educacional definido por uma proposta pedagógica que assegure recursos
e serviços educacionais especiais, organizados institucionalmente para apoiar,
complementar, suplementar e, em alguns casos, substituir os serviços educacionais
comuns, de modo a garantir a educação escolar e promover o desenvolvimento das
potencialidades dos educandos que apresentam necessidades educacionais
especiais, em todas as etapas e modalidades da educação básica..
[...]
Art. 7º O atendimento aos alunos com necessidades educacionais especiais deve
ser realizado em classes comuns do ensino regular, em qualquer etapa ou
modalidade da Educação Básica.
[...]
Art. 9o As escolas podem criar, extraordinariamente, classes especiais, cuja
organização fundamente-se no Capítulo II da LDBEN, nas diretrizes curriculares
nacionais para a Educação Básica, bem como nos referenciais e parâmetros
curriculares nacionais, para atendimento, em caráter transitório, a alunos que
apresentem dificuldades acentuadas de aprendizagem ou condições de comunicação
e sinalização diferenciadas dos demais alunos e demandem ajudas e apoios intensos
e contínuos. § 1o Nas classes especiais, o professor deve desenvolver o currículo,
mediante adaptações, e, quando necessário, atividades da vida autônoma e social no
turno inverso. § 2o A partir do desenvolvimento apresentado pelo aluno e das
condições para o atendimento inclusivo, a equipe pedagógica da escola e a família

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devem decidir conjuntamente, com base em avaliação pedagógica, quanto ao seu
retorno à classe comum.
[...]
Art. 12. Os sistemas de ensino, nos termos da Lei 10.098/2000 e da Lei 10.172/2001,
devem assegurar a acessibilidade aos alunos que apresentem necessidades
educacionais especiais, mediante a eliminação de barreiras arquitetônicas
urbanísticas, na edificação - incluindo instalações, equipamentos e mobiliário - e nos
transportes escolares, bem como de barreiras nas comunicações, provendo as
escolas dos recursos humanos e materiais necessários. § 1o Para atender aos
padrões mínimos estabelecidos com respeito à acessibilidade, deve ser realizada a
adaptação das escolas existentes e condicionada a autorização de construção e
funcionamento de novas escolas ao preenchimento dos requisitos de infraestrutura
definidos. § 2o Deve ser assegurada, no processo educativo de alunos que
apresentam dificuldades de comunicação e sinalização diferenciadas dos demais
educandos, a acessibilidade aos conteúdos curriculares, mediante a utilização de
linguagens e códigos aplicáveis, como o sistema Braille e a língua de sinais, sem
prejuízo do aprendizado da língua portuguesa, facultando-lhes e às suas famílias a
opção pela abordagem pedagógica que julgarem adequada, ouvidos os profissionais
especializados em cada caso.

Veja legislação na íntegra em:


http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/res2_b.pdf

1.3 Diferença entre ensino inclusivo e educação especial

A educação inclusiva reflete as conquistas dos movimentos sociais,


orientando os sistemas educacionais para a promoção do acesso de todos os
alunos à escola.
A educação especial é a modalidade da educação escolar que realiza
atendimento educacional especializado definido por uma proposta
pedagógica que assegura recursos e serviços especializados para apoiar o
processo de escolarização; fundamenta-se na concepção de direitos humanos;
define-se pela garantia do direito de todos à educação; pela valorização das
diferenças sociais, culturais, étnicas, raciais, sexuais, físicas, intelectuais,
emocionais, linguísticas etc. Não se colocando limites no potencial do aluno,
sendo que tem como objetivo alterar a estrutura tradicional da escola,
fundamentada em padrões de ensino homogêneo e critérios de seleção e
classificação.

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O ensino na diversidade, exigirá a percepção das necessidades especiais;
observar; registrar, flexibilidade nas ações pedagógicas e atuação em equipe.
Não se deve avaliar o limite do potencial desenvolvido pelo aluno.

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SUGESTÃO DE LEITURA
Leia o livro Educação inclusiva: contextos sociais,
de Peter Mittler e descubra sobre as diferenças de
Educação Inclusiva e Educação Especial, em
diversos contextos e situações.

1.4 Política nacional de Educação Especial no Brasil

Assegura-se o acesso ao ensino regular para os alunos com deficiência


(mental, física, cegos, surdos), com transtornos globais de desenvolvimento e a
alunos com altas habilidades ou superdotação, desde a educação infantil até a
educação superior.
Uma escola inclusiva transforma não apenas a rede física, mas a postura,
as atitudes e a mentalidade dos educadores, e da comunidade escolar em geral,
para conviver naturalmente com as diferenças.

Vídeo
Assista o filme: Como estrelas na
terra – Toda criança é especial
(2007). Trata-se de um filme índia-
no que relata, essencialmente, a
história de vida de uma criança
com dislexia e como a atuação do
professor fez a diferença na sua
vida. Explica de forma simples o
que é dislexia, quais as suas principais características e dá
algumas dicas para pais e professores de disléxicos, assim
como demonstra o amor incondicional que é fundamental para
que estas crianças e jovens sejam bem-sucedidos.

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Retrata, de forma bastante clara e elucidativa, as emoções do
disléxico e as reações familiares, assim como as consequências
familiares e sociais da dislexia.
Demonstra também o quanto pode ser eficaz o ensino de forma
multissensorial, ou seja, utilizando todos os sentidos, assim
como a utilização da arte como fator motivacional e de
crescimento.
Poderá ser utilizado como terapia motivacional para disléxicos
ou como forma de explicação a pais e professores sobre a
temática da dislexia.

Assista no link:
https://www.youtube.com/watch?v=6rxSS46Fwk4&t=930s

1.5 História do atendimento à pessoa com deficiência

Foi determinada pelo modelo europeu (século XIX), a institucionalização


das crianças com necessidades especiais em entidades religiosas. Sendo que
houve a inclusão da educação especial na política educacional brasileira, no final
dos anos 50 e início dos anos 60.
Iniciativas oficiais:

 Imperial Instituto dos Meninos Cegos (RJ), Instituto Benjamin Constant


(IBC).

 Imperial Instituto de Surdos-Mudos (RJ). Instituto Nacional de Educação


de Surdos (INES)

 O IBC e o INES abriram a discussão da educação dos portadores de


deficiência no I Congresso de Instrução Pública, em 1883.

 Hospital Juliano Moreira (Bahia), primeira instituição para atendimento às


pessoas com deficiência mental.

Na Década de 30, chegou ao Brasil, a psicóloga e educadora Helena


Antipoff, de origem russa, para coordenar os cursos de formação de professores
no Estado de Minas Gerais; criou serviços de diagnósticos e classes especiais
nas escolas públicas desse estado, que depois se estendeu para os outros.

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RESOLUÇÃO Nº 4, DE 2 DE OUTUBRO DE 2009

Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento


Educacional Especializado na Educação Básica,
modalidade Educação Especial.
[...]
Art. 4º Para fins destas Diretrizes, considera-se público-alvo do AEE: I – Alunos
com deficiência: aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física,
intelectual, mental ou sensorial. II – Alunos com transtornos globais do
desenvolvimento: aqueles que apresentam um quadro de alterações no
desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na
comunicação ou estereotipias motoras. Incluem-se nessa definição alunos com
autismo clássico, síndrome de Asperger, síndrome de Rett, transtorno desintegrativo
da infância (psicoses) e transtornos invasivos sem outra especificação. III – Alunos
com altas habilidades/superdotação: aqueles que apresentam um potencial elevado
e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano, isoladas ou
combinadas: intelectual, liderança, psicomotora, artes e criatividade.
Fonte: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf

Nas primeiras décadas do século XX, aconteceu o movimento


escolanovista, fazendo com que na educação ocorresse uma transformação
social, com redução das desigualdades e liberdade individual da criança.
Neste mesmo período houve uma conscientização na Psicologia da
educação: criação e uso de testes de inteligência para identificar crianças com
deficiência. Já na metade do século XX, as escolas especiais eram mantidas
pela comunidade, e visavam ter classes especiais nas escolas públicas para os
variados graus de deficiência intelectual.

Resumo da aula

Nesta aula foi estudada a história da Educação Especial e sua diferença


com a Educação Inclusiva, assim como as primeiras instituições que atenderam
pessoas com deficiências no Brasil e seus fundadores.

Atividade de Aprendizagem
Discorra sobre a diferença entre a Educação Especial e a
Educação Inclusiva.

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Aula 2 - Histórico da Educação Inclusiva

Apresentação da aula

Nesta aula será dada a continuidade do histórico da Educação Inclusiva


no Brasil, suas perspectivas e sua relação com a Educação Especial, a diferença
entre Educação Inclusiva e Educação Especial, como era antigamente essa
relação e como se configura a mesma nos dias atuais.
Também serão abordadas algumas leis e órgãos que fazem parte da
política pública da Educação Especial Inclusiva e sua participação na trajetória
da mesma, concluindo com a comparação de como era e como está a Educação
Especial no país.

2.1 Educação Especial x Educação Inclusiva

A educação especial se diferencia da educação inclusiva, enquanto a


primeira se preocupava apenas em educar o aluno com alguma dificuldade, a
segunda pensa em sua inclusão total na sociedade, não apenas na transmissão
de conteúdo.

EDUCAÇÃO ESPECIAL EDUCAÇÃO INCLUSIVA

Visa o conteúdo Visa a inclusão

Elaborado pelo DI

Também havia diferença entre escolas particulares e públicas, sendo que


no começo apenas as públicas ofereciam esta modalidade de ensino, pois era
uma necessidade maior para as classes mais baixas. Somente nos anos 90, as
escolas particulares começaram a se preocupar com a mesma. Pois começaram
a se fazer leis e políticas públicas englobando essa modalidade.

14
Saiba Mais
A inclusão escolar tem como intenção a melhoria da
qualidade do ensino para todos aqueles que fracassam na
aquisição de conhecimento”, pois a verdadeira intenção é
incluir os alunos no processo de aprendizagem, e por
diversos motivos fracassaram no processo de sua aquisição.
Vale reforçar que as práticas inclusivas facilitam o processo
de aprendizagem de todo os alunos, incluindo-se de forma
totalitária e igualitária, independente de raça, crédulo,
condição financeira ou variedade cultural, não restringindo
somente aos alunos que apresentam alguma deficiência.

2.2 Histórico da Educação Especial Inclusiva e políticas públicas que a


englobam

A partir de 1960, houve o crescimento das instituições de natureza


filantrópica, pois o sistema público não conseguiu absorver a demanda, nesse
contexto surgiram as APAEs, havendo também um movimento sobre educação
popular (educação para todos), pois até mesmo as APAEs não conseguiam
suprir a demanda das crianças.

Saiba Mais
APAE - Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
nasceu no Rio de Janeiro, em 1954. É uma organização
social, que objetiva promover a atenção integral à pessoa
com deficiência, dando maior atenção aquela com deficiên-
cia intelectual e múltipla. As APAEs destacam-se por ser
pioneira e capilar, presente, atualmente, em mais de 2 mil
municípios em todo o território nacional desde o ano de 1954.

Disponível em: http://www.apaebrasil.org.br/#/oquefazemos

Sobre a possibilidade de matrículas às classes populares:

 Não houve a reestruturação de ensino;


 Elevação do índice de evasão e reprovação;

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 Relação entre o “fracasso escolar” e “deficiência mental leve”.

Solução encontrada: implantação maciça de classes especiais nas


escolas públicas para solucionar o problema, sendo que essas classes especiais
apenas davam uma melhor orientação para os alunos com alguma dificuldade,
não os inseriam com outros alunos sem as mesmas dificuldades ou com a
sociedade em geral.
Com essa demanda, em 1970, houve o maior crescimento das escolas
especiais, existiam mais de 800 estabelecimentos de ensino especial, que
ficavam principalmente em locais mais desenvolvidos, locais esses onde as
crianças podiam aprender e se desenvolver, pois por causa de suas dificuldades,
precisavam de locais adequados para se desenvolver, porém ainda separados
das outras crianças ditas “normais”.
LDB 5692/71: “tratamento especial aos excepcionais”.
Um grupo teve a tarefa de pensar na educação especial (projetos e
diferentes formas de ensino para os excepcionais, como eram chamados na
época, para que tivessem contato com o ensino).
No século XX, era pensado um ensino diferenciado para ensinar as
pessoas com dificuldades, sendo elas físicas ou mentais. A inclusão (de
diferentes tipos) não existia, e sim apenas a ideia de que se existe alguém com
dificuldades, deve-se ter algo diferente pra ele, uma prática educacional
pedagógica específica.
Dessa forma, alguns órgãos foram criados para pensar/coordenar sobre
a educação inclusiva:
CENESP (criado em 1973) – Centro Nacional de Educação Especial; tinha
objetivo de planejar, coordenar e promover o desenvolvimento da educação no
período pré-escolar, nos ensinos de 1º e 2º graus, superior e supletivo, para
pessoas com deficiência visual, mental, auditiva, física, com deficiências
múltiplas, educandos com problemas de conduta e superdotados. Dar local
especial para as deficiências físicas, assim como pessoas com superdotação e
pessoas com problemas de comportamentos e disciplina.
SESPE (criado em 1986) – Secretaria de Educação Especial, dentro do
MEC; desenvolve programas, projetos e ações com objetivo de implementar no
país a Política Nacional de Educação Especial.

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CORDE (criado em 1986) – Coordenadoria Nacional para Integração da
Pessoa portadora de Deficiência; coordenar as ações em educação especial.
Porém, apesar da criação desses órgãos, não se teve ideia de incluir,
reestruturar educação, buscar a educação que pudesse trabalhar com as demais
perspectivas, havendo o ensino, porém também a segregação.
Diretrizes da educação especial: o aluno excepcional deveria ser
integrado no processo educacional para utilizar-se, da melhor maneira possível,
das oportunidades educacionais oferecidas a esses alunos, sendo que estavam
no mesmo ambiente escolar que os demais, porém em salas de aulas
separadas, feitas para alunos com dificuldades:
 Com objetivo da retirada de crianças do ensino regular para o ensino
especial, definindo o caminho para a segregação e a exclusão.
 As avaliações (médicos e psicólogos) desconsideravam a história
escolar da criança.
Essa forma de lidar com aqueles alunos que não conseguiam se apropriar
dos conteúdos apresentados pelo professor, mascarava a incapacidade do
sistema de lidar com as diferenças individuais, com a heterogeneidade da sua
clientela.
Se o governo já nessa época, pensasse em fazer algo, perspectivas
diferenciadas e formas de educação igualitárias, inserindo esse aluno na
sociedade, não só na escola, mas no meio social como um todo, para ser
considerado igual, hoje ter-se-ia uma educação inclusiva muito mais
desenvolvida e perspectivas melhores para estes dentro da sociedade brasileira.

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SUGESTÃO DE LEITURA

Leia o livro de BUENO, J.G.S, Educação especial brasileira:


integração/segregação do aluno diferente, para melhor
compreender o processo evolutivo da Educação Especial no
Brasil, sua trajetória e dificuldades.

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1989: Houve a oferta obrigatória e gratuita da educação especial em
estabelecimentos públicos de ensino (principais instituições de ensino), porém
ainda em salas separadas.
1990: Extinção da Secretaria de Educação Especial e criação da
Secretaria Nacional de Educação Básica (SENEB) – a qual era a responsável
por implantar o ensino especial público.
Assim, duas propostas surgiram para o governo: “Sugerir a política de
formação e valorização do magistério para a educação especial” e “subsidiar a
formulação de políticas, diretrizes, estratégias e critérios para o desenvolvimento
do ensino supletivo e especial”.
ECA (Estatuto da Criança e Adolescente) – busca também o atendimento
educacional especializado para portadores de deficiência, preferencialmente na
rede regular de ensino. Criado em 1990, por Fernando Collor de Mello, também
pensa na educação separadora, ensino em salas separadas, porém dentro da
escola, sendo ainda as salas de aulas especiais, dentro das escolas regulares.
Declaração de Salamanca, 1994, fala que as escolas inclusivas são o
meio mais eficaz de combate à discriminação, acolhendo todas as pessoas
independentemente de suas condições físicas, sociais e emocionais. É o que
traz de mais atual e completa.
A LDB 9394/96, a educação das pessoas com deficiência deve dar-se,
preferencialmente, na rede regular de ensino.
O MEC em 1998, lançou um documento contendo as adaptações que
devem ser feitas nos PCNs, a fim de colocar em prática, estratégias para a
educação de alunos com deficiência.
DCNs, 2001, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Especial
na Educação Básica.
Em 2006, a ONU estabelece que os estados-parte, devem garantir um
sistema de educação inclusiva em todos os níveis de ensino e em ambientes
que valorizem o desenvolvimento acadêmico e social das pessoas com
necessidades educacionais especiais, em igualdade de condições com as
demais na comunidade em que vivem.
A nova política de educação especial na perspectiva da educação
inclusiva, 2007: compreende o ensino especial como um conjunto de recursos,
serviços e atendimento educacional especializado, disponibilizado aos alunos

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com deficiência, passando a ser uma modalidade de ensino que perpassa todos
os níveis, etapas e modalidades.

Saiba Mais
O Atendimento Educacional Especializado - AEE, conforme
a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da
Educação Inclusiva implica no ato de organizar-se para
apoiar o desenvolvimento dos alunos, constituindo oferta
obrigatória nos sistemas de ensino, efetivando assim a
inclusão. Vale reforçar que o mesmo deverá ocorrer no
contra turno da aula em classe comum.

2.3 Política nacional para a Educação Especial na perspectiva da Educação


Inclusiva

A Educação Inclusiva é prioridade: visa maior oferta de vagas na


educação básica, valorizando as diferenças e atendendo às necessidades
educacionais de cada aluno, deve ser organizado para apoiar o desenvolvimento
dos alunos, constituindo oferta obrigatória nos sistemas de ensino:
 Recursos diferenciados e específicos;
 Apoio de caráter especializado;
 Adaptações do material e do ambiente físico;
 Estratégias diferenciadas;
 Ampliação dos recursos educacionais;
 Aceleração dos conteúdos.

LEI Nº 9.394 de dezembro de 1996.

Estabelece as diretrizes e bases da educação Nacional.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA: Faço saber que o Congresso Nacional


decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
CAPÍTULO V
DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

19
Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a
modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de
ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação. (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
§ 1º Haverá, quando necessário, serviços de apoio especializado, na escola
regular, para atender às peculiaridades da clientela de educação especial.
§ 2º O atendimento educacional será feito em classes, escolas ou serviços
especializados, sempre que, em função das condições específicas dos alunos, não
for possível a sua integração nas classes comuns de ensino regular.
§ 3º A oferta de educação especial, dever constitucional do Estado, tem início
na faixa etária de zero a seis anos, durante a educação infantil.
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência,
transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou
superdotação: (Redação dada pela Lei nº 12.796, de 2013)
I - currículos, métodos, técnicas, recursos educativos e organização
específicos, para atender às suas necessidades;
II - terminalidade específica para aqueles que não puderem atingir o nível
exigido para a conclusão do ensino fundamental, em virtude de suas deficiências, e
aceleração para concluir em menor tempo o programa escolar para os
superdotados;
III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior,
para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular
capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;
IV - educação especial para o trabalho, visando a sua efetiva integração na
vida em sociedade, inclusive condições adequadas para os que não revelarem
capacidade de inserção no trabalho competitivo, mediante articulação com os
órgãos oficiais afins, bem como para aqueles que apresentam uma habilidade
superior nas áreas artística, intelectual ou psicomotora;
V - acesso igualitário aos benefícios dos programas sociais suplementares
disponíveis para o respectivo nível do ensino regular.

Fonte: http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf

A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva, vem


avançando, ela enfatiza o ensino e a escola; busca formas e condições de
aprendizagem.

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Tabela 1: Número de matrículas na Educação Especial por Etapa de Ensino
Brasil – 2007 – 2012.

Fonte:http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/r
esumo_tecnico_censo_educacao_basica_2012.pdf

As classes especiais vêm diminuindo, enquanto as classes regulares


aumentaram, ou seja, alunos incluídos vem aumentando, e isso percebe-se em
todos os níveis de ensino.

Gráfico 1: Número de matrículas na Educação Infantil 2007 – 2012.

Fonte:http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/r
esumo_tecnico_censo_educacao_basica_2012.pd

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Gráfico 2: Número de matrículas no Ensino Médio (2007 – 2012)

Fonte:http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/r
esumo_tecnico_censo_educacao_basica_2012.pdf

Gráfico 3: Número de matrículas da educação especial em classes comuns e


escolas especiais.

Fonte:http://download.inep.gov.br/educacao_basica/censo_escolar/resumos_tecnicos/r
esumo_tecnico_censo_educacao_basica_2012.pdf

Nos últimos anos, a Educação Inclusiva em classes comuns cresceu,


sendo muito maior em escolas públicas que privadas, enquanto as matrículas

22
em classes especiais, e escolas exclusivas, se apresenta em maior número nas
escolas particulares que em públicas.

Resumo da aula

A aula teve como objetivo apresentar as perspectivas e o modelo de


educação propostos pela educação inclusiva.
Além de um histórico das políticas públicas de educação inclusiva no
Brasil. Salientou-se as políticas relacionadas à educação especial, como
primeiras ideias ligadas às crianças com deficiência e transtornos.

Atividade de Aprendizagem
Discorra sobre as perspectivas e o modelo de educação
propostos ela Educação Inclusiva.

Aula 3 - Conceitos na área de inclusão e tipos de deficiência

Apresentação da aula

Nesta aula será apresentada a diferença entre os termos Inclusão,


Exclusão, Integração e Segregação, inclusive em forma de gráficos para melhor
compreensão.
Outro ponto abordado serão os tipos de deficiência, como deve ser
efetuado o atendimento com as pessoas portadoras de deficiência, como o
professor deve agir com esse alunado e o que deve ser feito para realmente se
ter a inclusão.
Sendo assim, o objetivo geral será entender os conceitos ligados à
Inclusão Escolar e como se dão os atendimentos aos alunos com necessidades
educacionais especiais, além de compreender os diversos tipos de deficiências.

23
3.1 Inclusão, exclusão, segregação e integração

Quando se fala em Educação Especial, deve-se ter bem definido alguns


conceitos, neste caso, irá ser definido sobre Paradigma, Inclusão, Exclusão,
Segregação e Integração.

3.1.1 Paradigma

Paradigma é um conjunto de regras, normas, crenças, valores e princípios


que são partilhados por um grupo em um dado momento histórico e que norteiam
o comportamento desse grupo, até que o mesmo entra em crise por não
satisfazer mais as necessidades do momento, não dando mais conta dos
problemas que tem de solucionar na sociedade, e como o paradigma não é algo
fixo, é criado um novo para suprir a nova necessidade da sociedade neste novo
momento.
Quando se fala em Educação inclusiva, há vários paradigmas
relacionados a essa questão para se pensar, deve-se sempre mudar, visando
alcançar a real inclusão na sociedade. Nessa tendência, a deficiência deixa de
ser um quadro estável, uma vez que os processos educacionais podem intervir
nos processos de desenvolvimento e aprendizagem.
A grande mudança de paradigmas ocorreu na década de 60, quando
começou a se pensar na educação inclusiva.

3.1.2 Inclusão

A inclusão é um processo onde, em um mesmo ambiente, não há a


separação de alunos com qualquer tipo de diferença: raciais, físicas, cognitivas,
religiosas, culturais e outras.
A inclusão é um processo que constantemente deve ser revisto, para se
adaptar às diferenças que possam surgir com o tempo.
É incompatível com a integração, pois prevê a inserção escolar de forma
radical, completa e sistemática. Todos os alunos, sem exceções, devem
frequentar as salas de aula do ensino regular. As escolas atendem às diferenças,
sem discriminar, sem trabalhar à parte com alguns alunos, sem estabelecer
regras específicas para se planejar, para aprender ou para avaliar.

24
Fonte: Elaborado pelo DI

3.1.3 Exclusão

A Exclusão acontece quando se separam algumas pessoas “diferentes”


de um determinado grupo que é considerado “normal”. Isso pode ocorrer em
relação a inúmeras situações, como: religiosas, étnicas, políticas, raciais, físicas,
cognitivas, entre outras.

Fonte: Elaborado pelo DI

3.1.4 Segregação

25
Segregação é quando se tem a separação de ambientes, a separação
em grupos, onde os considerados “normais”, ficam em uma escola regular, e os
“diferentes” em uma escola separada, a chamada Escola Especial.

Fonte: Elaborado pelo DI

3.1.5 Integração

O processo de integração ocorre dentro de uma estrutura educacional,


que oferece ao aluno a oportunidade de transitar no sistema escolar, da classe
regular ao ensino especial, em todos os seus tipos de atendimento: escolas
especiais, classes especiais em escolas comuns, ensino itinerante, salas de
recursos, classes hospitalares, ensino domiciliar e outros. Trata-se de uma
concepção de inserção parcial, porque nem todos os alunos com deficiência
cabem nas turmas de ensino regular, pois há uma seleção prévia dos que estão
aptos à inserção.

Fonte: Elaborado pelo DI

26
Amplie Seus Estudos
SUGESTÃO DE LEITURA

Para maior compreensão sobre o assunto, veja o artigo “Um


olhar sobre a diferença: as múltiplas maneiras de olhar e ser
olhado e suas decorrências” de Bianchetti.
Disponível em:
http://www.propp.ufms.br/ppgedu/geppe/artigo2.pdf

3.2 O atendimento do aluno com necessidades educacionais especiais

Alguns procedimentos são necessários, quando se pensa na Educação


especial de forma inclusiva:

 Receber/acolher: O aluno deve ser bem recebido na Escola, deve ser


realmente acolhido por todos, desde o corpo docente, envolvendo todos
os professores e funcionários, como também pelos alunos da escola.
 Conhecer/avaliar: Os professores devem conhecer os alunos para então
poder fazer uma avaliação correspondente as limitações de seus alunos,
conseguindo verificar se houve de fato a aprendizagem.
 Conhecer Dificuldades/necessidades: Deve-se conhecer as dificuldades
dos alunos para então adequar as aulas, avaliações e espaços físico do
ambiente escolar, para ajudar a aprendizagem de todos.
 Saber suas Possibilidades/habilidades: Sabendo as dificuldades dos
alunos, há que se explorar também suas facilidades e habilidades,
utilizando-as para ajudar no desenvolvimento nas áreas que eles tenham
dificuldade.

Segundo Vygotsky, atribuímos uma série de qualidades negativas à


pessoa com deficiência e falamos muito sobre as dificuldades de seus
desempenhos, por pouco conhecermos das suas particularidades
positivas desse modo, homogeneizamos características, falamos muito
sobre suas faltas e esquecemos de falar sobre as características
positivas que as constituem como pessoas (MONTEIRO, 1998, p. 74).

27
Dessa forma, deve-se ter um planejamento, preparação e conhecimento
tanto dos professores quanto de toda a equipe escolar, para se receber esses
alunos, sendo que os mesmos não devem ser tratados de forma diferenciada,
também deve-se já ter recursos e estratégias para de fato ocorrer a inclusão,
despertando o interesse do aluno pelo aprender. A Educação Inclusiva deve
acolher a todos, sem exceção, porque o ensino escolar comum é um direito
fundamental humano.

Importante
A deficiência múltipla é a associação, no mesmo indivíduo, de
duas ou mais deficiências primárias, com comprometimentos
que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na
capacidade adaptativa. Não há relação de dependência de uma
deficiência com a outra e não há predomínio de nenhuma delas.
A deficiência física não implica perda cognitiva, portanto, pode
se beneficiar dos programas de ensino em escolas comuns, não
necessitando todos os profissionais disponíveis, apenas os
necessários
É importante estimular a pessoa cega a fazer suas atividades
do modo mais independente possível. Ela deve ser tratada de
acordo com a idade cronológica que tem e o currículo será o
mesmo para o aluno deficiente visual e o aluno vidente, com as
adaptações necessárias.

Deve-se estimular precocemente a criança, entre 0 a 3 anos, e a


escolarização (comum ou especial) a partir de 3 anos. Não se deve isolar os
alunos somente em classes especiais.

Vídeo
Para saber mais sobre o papel do professor em sala de aula,
assista um trecho da entrevista de Rubem Alves para a Revista
Digital do Portal Brasil.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=_OsYdePR1IU

28
Conforme visto, o professor deve conhecer seus alunos, saber suas
particularidades e especificidades para que possa atuar da melhor forma na
prática pedagógica, incentivando-os a aprender.

3.2.1 Adaptações curriculares

As adaptações curriculares são as respostas educativas que devem ser


dadas pelo sistema educacional, de forma a favorecer a todos os alunos e,
dentre eles, os que apresentam necessidades educacionais especiais. Os
currículos devem ser adaptados e refeitos sempre que necessário, para
contemplar todos os alunos, além de estar de acordo com as tendências
contemporâneas da educação, sendo que podem ser de dos tipos, de grande
porte e de pequeno porte.

 De grande porte (significativas): ações que são da competência e


atribuição das instâncias político-administrativas superiores, ou seja,
dever do governo, que são, por exemplo, as adequações do espaço
escolar: adequar a estrutura das escolas já existentes e construir novas
escolas já dentro do padrão necessário.
 De pequeno porte (não-significativas): são aquelas realizadas
principalmente pelo professor na prática pedagógica: organização do
espaço da sala, flexibilização do tempo para as atividades, uso de
materiais diversificados. Devem ser relacionadas com de grande porte, e
o professor também deve ter conhecimento do aluno, ser atualizado, para
que sua prática pedagógica sempre tenha adequações para que englobe
todas essas modificações.

Vídeo
Para compreender melhor sobre a inclusão, veja um debate com
Erenice Carvalho, da Federação Nacional das APAEs, e Macaé
Evaristo, secretária de Diversidade e Inclusão do Ministério da
Educação no link:
https://www.youtube.com/watch?v=Lq_jzlDRayQ

29
3.3 Tipos de deficiência

Há vários tipos de deficiência, sendo elas físicas ou cognitivas.

3.3.1 Deficiência física

A deficiência física caracteriza-se pelos impedimentos nos movimentos e


na coordenação de membros e/ou de cabeça, em que a pessoa necessitará de
adaptações que garantam a acessibilidade motora, ou seja, o seu acesso a todos
os espaços, serviços e instituições (Caderno de texto Educação Inclusiva, 2014,
p. 22). Quando há a deficiência, deve-se trabalhar para supri-la, aos poucos
fazer o aluno se desenvolver e aprender a conviver com diferença e se inserir na
sociedade e futuramente no mercado de trabalho.
Um tipo de deficiência física é a Paralisia cerebral, que é uma desordem
tanto da postura quanto do movimento, não progressiva, porém variável e
persistente, surgida nos primeiros anos de vida pela interferência no
desenvolvimento do cérebro.
São tipos de deficiência física na paralisia cerebral:
 Espástica: os músculos são rígidos e fracos, ocorre em aproximadamente
70% de todas as crianças com paralisia cerebral;
 Coreoatetóide: na qual os músculos espontaneamente movem-se de
forma lenta e involuntária, ocorre em cerca de 20% das crianças com
paralisia cerebral;
 Atáxica: caracterizada por uma má coordenação e movimentos inseguros,
ocorre em cerca de 10% das crianças com paralisia cerebral;
 Mista: caracterizada pela combinação de dois dos tipos acima citados,
mais frequentemente o espástico e o coreoatetóide.

3.3.2 Deficiência intelectual

Há alta incidência nos PCs (planos curriculares), e a avaliação da função


intelectual é difícil, porque a maioria dos testes normalmente aplicados para
avaliar o desenvolvimento cognitivo, requer respostas verbais e motoras, e um
julgamento baseado apenas nas impressões iniciais pode levar a uma conclusão
incorreta.

30
Saiba Mais
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento (TGD) são
distúrbios nas interações sociais, que costumam manifestar-
se nos primeiros cinco anos de vida. Caracterizam-se pelos
padrões de comunicação estereotipados e repetitivos, assim
como pelos interesses e atividades restritos, e englobam os
diferentes transtornos do espectro autista, as psicoses
infantis, a Síndrome de Asperger, a Síndrome de Kanner e a
Síndrome de Rett. (NADAL, 2011).
Disponível na íntegra em:
http://revistaescola.abril.com.br/formacao/transtornos-globais-
desenvolvimento-tgd-624845.shtml

Muitas crianças com dificuldades graves na fala, foram a princípio


consideradas como intelectualmente deficientes, mas a partir do momento em
que puderam se comunicar utilizando meios alternativos, foram reconhecidas
como sendo muito mais capazes intelectualmente do que se supunha.
Uma das deficiências que mais ocorre é na fala, ou seja, para esta pessoa,
a avaliação pela via oral é errônea, então cabe a escola a competência,
planejamento e estratégia para que as outras habilidades desta criança sejam
desenvolvidas.
A inclusão é algo que visa fazer o aluno vivenciar de forma igualitária os
mais diversificados aspectos, e as escolas devem ter estrutura e planejamento,
toda a equipe deve ter conhecimento e informações, e os colocar nas práticas
pedagógicas, para que assim o aluno tenha oportunidades iguais.

Resumo da aula

A aula teve como objetivo apresentar ao aluno os mais variados conceitos


ligados à Inclusão Escolar, dentre eles trabalhou-se: paradigma, inclusão,
exclusão, integração e segregação. Tendo como destaque a ideia de inclusão.
Apresentou-se de forma breve os procedimentos necessários aplicados
ao atendimentos do aluno com necessidades educacionais especiais.
Dentre eles pode-se destacar: Receber/acolher; Conhecer/avaliar;
Dificuldades/necessidades; Possibilidades/habilidades.

31
Além disso, demonstrou-se as necessidades das adaptações curriculares
e os tipos de adaptações: de grande porte e de pequeno porte.
Para finalizar diferenciou-se deficiência física de deficiência intelectual,
com conceitos e exemplos.

Atividade de Aprendizagem
Discorra sobre os tipos de deficiência física, na paralisia
cerebral.

Aula 4 - Trabalho pedagógico e Relações étnica-sociais

Apresentação da aula

Esta aula fala sobre a Educação para as relações étnica-sociais ou raciais


e como funciona o trabalho pedagógico, compreendendo o papel e aplicação do
trabalho pedagógico em relação à Educação Inclusiva.
Entendendo dessa forma o processo histórico e a abrangência da
Educação para as relações étnico-raciais no ensino como resposta às demandas
da sociedade contemporânea, e no caso dessa disciplina, finaliza-se com a
relação dos tópicos abordados com a Prática Docente no Ensino de História e
Geografia.

4.1 Trabalho pedagógico

O trabalho pedagógico deve ser executado de forma a abranger todos os


aspectos dentro e fora de sala de aula, visando uma inserção de todos dentro do
ambiente escolar, assegurando o direito da educação, juntamente com o
respeito e inclusão, tanto na escola como na sociedade em geral.
A forma como o professor trabalha com o “diferente” vai ter reflexo fora do
ambiente escolar: uma criança que for ensinada que ser “diferente” não é um
problema, que pode ser trabalhada e utilizar outros meios de se chegar a um

32
mesmo resultado que uma pessoa considerada “normal”, irá levar esse conceito
para a vida, não se limitando quando tiver algum obstáculo em sua frente.
Para a identificação das necessidades educacionais especiais dos
alunos e a tomada de decisões quanto ao atendimento necessário, a escola deve
realizar, com assessoramento técnico, avaliação do aluno no processo de ensino
e aprendizagem, contando, para tal, com:

 A experiência de seu corpo docente, seus diretores, coordenadores,


orientadores e supervisores educacionais;
 O funcionamento de novas escolas que preenchem os requisitos de
infraestrutura definidos;
 O setor responsável pela educação especial do respectivo sistema;
 A colaboração da família e a cooperação dos serviços de Saúde,
Assistência Social, Trabalho, Justiça e Esporte, bem como do Ministério
Público, quando necessário.

Dessa forma, há várias maneiras de se auxiliar esse aluno com alguma


dificuldade, como exemplo, a tecnologia assistiva (TA) e a Comunicação
Alternativa e Ampliada (CAA).

4.1.1 Tecnologia Assistiva - TA

São recursos que favorecem a comunicação, a adequação postural e


mobilidade, o acesso independente ao computador, escrita alternativa, acesso
diferenciado ao texto, recursos variados que promovem independência em
atividades de vida diária como alimentação, vestuário e higiene, mobiliário e
material escolar modificado.
Para se ter a inserção dentro da sociedade, deve-se fazer algumas
adaptações de modo que, para que a pessoa que possuir alguma dificuldade,
possa fazer o mesmo trabalho que a considerada “normal”.
Já existem algumas políticas públicas que abrangem sobre o assunto,
mas muito ainda deve ser pensado e modificado constantemente para conseguir
e alcançar as várias modificações que ocorrem ao longo do tempo e as pessoas
envolvidas no processo.

33
4.1.2 Comunicação Alternativa e Ampliada - CAA

É uma das áreas da Tecnologia Assistiva (TA) que atende pessoas sem
fala ou escrita funcional, ou ainda em defasagem entre sua necessidade
comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever. Uso de gestos,
expressões faciais, pranchas de alfabeto, símbolos gráficos como a escrita,
desenhos, gravuras, fotografias entre outros.

Tipos de recursos materiais:

Fonte: Acervo do autor

Dessa forma, conseguindo se comunicar e/ou se expressar com a ajuda


de equipamentos e formas diferenciadas, essas pessoas não serão vistas de
forma negativa, ou como pessoas impossibilitadas, e sim serão prezadas pelas
suas habilidades, que devem ser trabalhadas e desenvolvidas, para assim
ocorrer a real aprendizagem. Dessa forma os recursos adaptativos se tornam
essenciais para essas pessoas.
A escola então tem a função de conhecer as dificuldades dos alunos, ter
recursos físicos adaptados, assim como materiais e aporte financeiro para esses

34
alunos, e além de tudo, saber como utilizar os mesmos e se adaptar a cada novo
aluno que chegar e precisar desses recursos.

4.2 Educação para as relações étnico-raciais

A educação para as relações étnico-raciais, abrange tanto o aluno na


escola, quanto como esse aluno será futuramente e quando adulto, na
sociedade.
Deve-se ter em mente como ocorre essa inclusão, as políticas públicas
que as englobam, seu histórico, assim como, qual é o papel do professor em
relação a esse assunto. Cabe assim, a toda equipe pedagógica, saber como
aplicar e fazer a inserção e se ter a equidade destes alunos dentro do ensino e
na escola.
A escola brasileira tem ainda um caráter excludente. Com sua estrutura
rígida, encontra-se inadequada à população negra e pobre. A escola é
considerada rígida, de forma que algumas escolas, em determinadas regiões, se
tem a inclusão e predominância de várias etnias, inclusive a Afro-brasileira,
enquanto outras são predominantemente escola de “brancos”. Dessa forma, o
acesso e a permanência bem-sucedida na escola, varia de acordo com a
raça/etnia.

Vídeo
Assista o trailer do filme “Quanto vale ou é por quilo?” de Sérgio
Bianchi para ver uma comparação da época da escravatura em
relação a época atual.
Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=ZHme5hHEY84

As trajetórias escolares dos negros se apresentam bem mais acidentadas


do que as percorridas pelos estudantes brancos. E o primeiro lugar que deve ser
feita essa mudança de pensamentos e atitudes é na escola, pois é lá que se
iniciam as relações sociais, que irão dar suporte e guiar a trajetória de vida
dessas pessoas. A estrutura escolar, o currículo, os tempos e os espaços

35
escolares, estão inadequados à população pobre e negra. Pois muitas vezes não
existe a aceitação do pobre, e se for levar em consideração a trajetória dos
negros, deve-se pensar que ainda não há sua total inclusão em todos os
ambientes, inclusive ainda permanece a segregação dos mesmos quando se
trata do ambiente escolar.
Por exemplo, a recuperação da herança cultural africana deve levar em
conta o que é próprio do processo cultural: seu movimento, pluralidade e
complexidade. Não se trata, portanto, do resgate ingênuo do passado nem do
seu cultivo nostálgico, mas de procurar perceber o próprio rosto cultural
brasileiro. O que se quer é captar seu movimento para melhor compreendê-lo
historicamente.
A análise de manifestações culturais de origem africana, como a capoeira
ou o candomblé, deve considerar que elas derivam da interação entre valores
africanos e experiência histórica brasileira. Em 2014, em pelo menos 24 Estados
do Brasil, estavam cadastradas mais de 3.500 comunidades quilombolas. As
comunidades quilombolas são grupos étnico-raciais, segundo critérios de
autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais
específicas e com ancestralidade negra, relacionada com a resistência à
opressão histórica sofrida. O constituinte brasileiro reconheceu a identidade dos
quilombolas e, especificamente, seu direito fundamental à propriedade definitiva
das terras que estejam ocupando.

4.2.1 Processo histórico

• A educação era negada aos escravos.


• A exclusão escolar da população negra foi oficializada.
• Construção do nacionalismo brasileiro.
• Havia a nação branca, ocidental e cristã.

Ainda na época escrava, os negros eram excluídos de qualquer forma de


convívio na sociedade, inclusive quando se tratava de educação, onde apenas
os filhos dos “donos de escravos” que poderiam estudar, sendo que esta
situação se estendeu até a lei Áurea.

36
LEI Nº 3.353, DE 13 DE MAIO DE 1888

Declara extinta a escravidão no Brasil.

A Princesa Imperial Regente, em nome de Sua Majestade o Imperador, o Senhor


D. Pedro II, faz saber a todos os súditos do Império que a Assembleia Geral decretou
e ela sancionou a lei seguinte:
Art. 1°: É declarada extinta desde a data desta lei a escravidão no Brasil.
Art. 2°: Revogam-se as disposições em contrário.
Manda, portanto, a todas as autoridades, a quem o conhecimento e execução da
referida Lei pertencer, que a cumpram, e façam cumprir e guardar tão inteiramente
como nela se contém.
O secretário de Estado dos Negócios da Agricultura, Comercio e Obras Públicas
e interino dos Negócios Estrangeiros, Bacharel Rodrigo Augusto da Silva, do
Conselho de sua Majestade o Imperador, o faça imprimir, publicar e correr.
Dada no Palácio do Rio de Janeiro, em 13 de maio de 1888, 67º da
Independência e do Império.
Princesa Imperial Regente.

Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/LIM/LIM3353.htm

Essa lei apenas aboliu a escravidão, não trouxe moradia, emprego,


educação, entre outros benefícios para eles, dessa forma, sem nenhum
incentivo, muitos deles acabaram continuando na lavoura por não ter
capacitação, estudo e habilidade para fazer algo diferente, dessa forma, houve
muita luta para se conquistar direitos e se enquadrar junto na sociedade.
A escola seguiu um modelo segregador e exclusor, o negro não tinha
direito, não a frequentava. Hoje se sabe que esse espaço é maior, apesar de
ainda pequeno e inadequado, hoje já se vê negros frequentando escolas e
ocupando melhores cargos em empresas e na política, coisas que na época da
Lei Áurea era impossível de se imaginar.
A escola silenciou-se sobre as tradições culturais africanas, consolidando
o eurocentrismo. Sabe-se que o mesmo aconteceu com os índios, os europeus
chegaram e impuseram o modelo europeu e católico aos mesmos. A cultura

37
negra e seus elementos, não entraram na escola por meio dos currículos.
Preconizou-se o mito da democracia racial brasileira.

Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele ou por sua
origem, ou por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender
e se elas podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar, pois
o amor chega mais naturalmente ao coração humano do que o oposto.
(Long Walk to Freedom, Nelson Mandela, 1995).

As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações


Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Culturas Afro-Brasileira e
Africana, constituem-se de orientações, princípios e fundamentos para o
planejamento, execução e avaliação da Educação e têm por meta, promover
a educação de cidadãos atuantes e conscientes no seio da sociedade
multicultural e pluriétnica do Brasil, buscando relações étnico-sociais positivas,
rumo à construção de uma nação democrática, dessa forma, é possível afirmar
que os sistemas de ensino incentivarão pesquisas sobre processos educativos
orientados por valores, visões de mundo e conhecimentos afro-brasileiros.

4.3 Pressupostos para a construção de novas práticas pedagógicas

 Pensamento pedagógico contemporâneo;


 Objetivos da educação;
 Novos referenciais sobre a diversidade;
 Africanidades brasileiras.

Sabe-se que a formação de uma cultura é a junção de outras, como é o


caso da cultura Brasileira, em que há indícios de diversas culturas inseridas e
agregadas, enriquecendo-a.
Deve-se entender o conceito de democratização escolar, com garantia de
equidade, eficiência e qualidade para todos. Todos devem ter direitos iguais,
condições iguais e direito de educação igual.

38
Fonte: http://www.isoradio.rai.it/dl/portali/site/news/ContentItem-f26107d5-1c38-4c9c-
937b-848a652f7eb9.html

Saiba Mais
Historicamente a escola caracterizou-se pela visão da
Educação que delimita a escolarização como privilégio de um
grupo. A partir do processo de universalização e
democratização da educação, a escola passa a ser para
todos, mas por manter a visão homogeneizadora do aluno,
questionando qual seria o paradoxo. Vale reforçar que
paradoxo é um pensamento, proposição ou argumento que
contraria os princípios básicos e gerais que costumam
orientar o pensamento humano, ou desafia a opinião
consabida, a crença ordinária e compartilhada pela maioria
(ou seja contradiz-se).

4.4 Cotidiano escolar - como trabalhar

“Como se deve trabalhar a educação das relações étnico-raciais?” “Como


trazer para a sala de aula os conteúdos sobre a história e cultura africana e afro-
brasileira?”. Não é somente falar sobre a cultura, deve-se inserir as pessoas na
mesma, mostrar que a cultura africana está entranhada na cultura brasileira sem
que as pessoas percebam.

 Buscar a universalização, mas deve-se contemplar os sujeitos que


a compõe, considerando suas particularidades.

 Promoção do diálogo entre o individual e o social; entre as


singularidades e o múltiplo no contexto escolar.

39
 Concretizar um Currículo que respeite a realidade brasileira de
diversidade e pluralismo.

 Incorporação pela escola do conhecimento e das experiências de


todos os grupos sociais presentes no universo escolar. E atinja o
objetivo: formar cidadãos.

Dessa forma, a escolarização na perspectiva da cidadania deve


possibilitar a apropriação de conhecimentos mínimos e promove o
desenvolvimento pessoal da forma mais individual possível para a formação de
um homem autônomo.

 Romper com o eurocentrismo do currículo. A realidade mais


próxima, o cotidiano, as vivências dos estudantes serão ponto de
partida na construção do conhecimento, ampliando posteriormente
as análises, os enfoques para outras informações.

 Promover atividades pedagógicas que propiciem o conviver e o


aprender com as diferenças. Uso da cultura como suporte para o
aprendizado.

 Valorização dos conhecimentos adquiridos pelas crianças em seu


grupo sociocultural no ambiente escolar.

 Estabelecimento de uma relação de respeito e de aprendizado


entre os estudantes e os professores.

 Atenção aos apelidos e desqualificações pessoais e de grupo,


sofridas pelos estudantes afro-brasileiros.

 Fazer o aluno se tornar um aluno questionador.

 Fazer com que os estudantes se identifiquem com o conteúdo. Que


possam “ver” o conteúdo e se ver nele.

 Assumir o seu papel social de agente de transformação


considerando a indissociabilidade entre pobreza, discriminação
étnico-racial e risco social.

40
 Incorporação de valores mais inclusivos, efetivando o trabalho com
princípios que permitam o estudante se ver como sujeito de
direitos.

 Elaboração de projetos pedagógicos mais comprometidos com a


melhoria da qualidade de vida de todos.

 Trabalhar a história e a cultura africana e afro-brasileira como


conteúdo multidisciplinar durante todo o período letivo.

 Inserção transversal do tema étnico-racial no “Plano Político


Pedagógico Escolar”. Construir um plano com ações claras,
objetivas e eficientes para superar as situações de discriminação e
racismo ainda presentes no universo escolar.

 Utilização de estratégias pedagógicas diárias, respeitando o


pertencimento sociocultural e étnico-racial dos estudantes.

No ensino de História: o continente africano como berço da humanidade


identificando-o como uma das matrizes legítimas da cultura humana geral e em
especial do Brasil.
No ensino de Geografia: a diversidade sociocultural brasileira, numa
perspectiva geográfica. Compreender que o território brasileiro e africano foram
e continuam sendo espaços produzidos pelas relações sociais estabelecidas
gerando desigualdades e contradições.
A cultura Afro-brasileira passou a ser parte integrante do currículo
escolar a partir da Lei 10.639 de 9 de janeiro de 2003, que impulsiona o
reconhecimento da pluralidade étnico-racial do país:

LEI 10.639 – 9 de janeiro de 2003

PRESIDENTE DA REPÚBLICA
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o A Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos


seguintes arts. 26-A, 79-A e 79-B:

41
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-
se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.

§ 1o O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História
da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social,
econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ 2o Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito


de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de Literatura e
História Brasileiras.

§ 3o (VETADO)"

"Art. 79-A. (VETADO)"

"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como ‘Dia Nacional da
Consciência Negra’."

Disponível na integra em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/L10.639.htm

Resumo da aula

Esta aula teve como objetivo, apresentar ao aluno as práticas do trabalho


pedagógico ligado à Educação Inclusiva, tais como: Tecnologia Assistiva (TA) e
Comunicação Alternativa e Aplicada (CAA).

Atividade de Aprendizagem
Discorra sobre alguns elementos do cotidiano escolar, como
se deve trabalhar frente à Educação Inclusiva.

42
Resumo do disciplina

A primeira aula teve como objetivo, apresentar ao aluno as perspectivas


e o modelo de educação proposto pela educação inclusiva, além de um histórico
das políticas públicas de educação inclusiva no Brasil. Salientaram-se as
políticas relacionadas à educação especial, como primeiras ideias ligadas às
crianças com deficiência e transtornos. Uma das categorias especificadas dentro
das necessidades educacionais especiais é a dos alunos com transtornos
globais do desenvolvimento. Nessa categoria estão incluídos os alunos que
apresentam: alterações nas interações sociais recíprocas e na comunicação, um
repertório de interesses e atividades restritas.
Foi demonstrada a relação entre educação especial e educação inclusiva,
apontando as diferenças de perspectiva.
E por último, documentos de grande relevância referentes às propostas
elaboradas pela educação inclusiva e a sua recente inserção na educação
brasileira. Nesse sentido, torna-se importante entender a ideia de incluir todos
numa mesma condição, independente de religião, etnia, movimento social,
deficiências entre outras coisas que possam ser entendidas como diferenças.
Na segunda aula, demonstrou-se a relação entre educação especial e
educação inclusiva, apontando as diferenças de perspectiva. Foram
apresentados documentos referentes às propostas elaboradas pela educação
inclusiva e a sua recente inserção na educação brasileira. Nesse sentido, torna-
se importante entender a ideia de incluir todos numa mesma condição. Por último
foram apresentados gráficos com as diferenças do ensino especial e ensino
inclusivo, e as suas diferenças no ensino privado e público.
Na terceira aula, apresentou-se as diferenças para a compreensão de
que, quando se fala em educação inclusiva, os tipos de inclusão devem ser dos
mais variados, em que todos os alunos tenham as mesmas condições de
aprendizagem.
Na quarta aula, foi estuda a questão da educação para as relações
étnico-raciais, como um exemplo de inclusão na escola. Para isso, apresentou-
se um breve histórico da educação. Também foram abordados ideias e
pressupostos para a construção de novas práticas pedagógicas, além de temas

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envolvidos com o cotidiano escolar que privilegiem essa perspectiva da
educação.
O entendimento e a prática da educação ligada às relações étnico-raciais
devem ser entendidas como formas de saudar certas dívidas sociais causadas
a esses povos. Com as demandas e o rumo da sociedade contemporânea, torna-
se cada vez mais necessário a abordagem e a compreensão desses temas no
ambiente escolar, como forma de uma educação cidadã, democrática e de
equidade.

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Referências

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