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INTRODUÇÃO
O “repouso no Espírito” é um assunto de grande interesse em
nossos dias e relacionado com a Renovação Carismática. Tal como o
dom de línguas, a experiência de cair no chão durante uma oração
tem despertado a atenção das pessoas. Pouco se tem escrito sobre ele
e muito ainda é desconhecido. É como um território virgem,
especialmente na comunidade católica.
E justamente porque esse assunto está começando a se destacar e a
ter os seus efeitos, quero abrir a comunicação e iniciar o diálogo a
respeito. Desejo examinar o que acredito ser mais uma moção do
Espírito Santo em nossos dias.
O repouso no Espírito é, provavelmente, mais um dom
carismático, pelo menos em parte. Parece haver um duplo carisma: o
carisma de algumas pessoas, em quem o poder é tão forte que a
maior parte dos que recebem suas orações cai; e o carisma daqueles
que recebem a oração e que ficam tão abertos para receber que caem
sob o poder quando alguém ora.
A Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen gentium, do
Concílio Vaticano II, § 12, ao falar dos dons carismáticos diz:
“Estes carismas, quer eminentes, quer mais simples e mais
amplamente difundidos, devem ser recebidos com gratidão e
consolação, pois que são perfeitamente acomodados e úteis às
necessidades da Igreja”. Desse modo, o que queremos fazer aqui é
começar a explorar a “adequação e a utilidade” deste dom, e “recebê-
lo com gratidão”.
Minha primeira experiência pessoal com o repouso no Espírito
aconteceu durante uma reunião de oração com Kathryn Kuhlman, em
1971. Lembro-me de ter ficado deitado no chão, sentindo uma paz
profunda e a consciência do enorme poder de Deus. Desde aquela
ocasião, acredito que já repousei pelo menos 25 vezes. Se eu contar
todas as vezes em que repousei no Espírito enquanto recebia uma
oração, sentado em uma cadeira, creio que seriam de 75 a 100 vezes.
Quase todas as vezes que recebo cura interior, repouso no Espírito.
Uma das melhores experiências que já tive foi no Brasil, após um
longo e cansativo dia de pregação. Estava exausto e alguém se
ofereceu para me fazer repousar no Espírito. Após alguns momentos
de repouso com o Senhor, levantei-me totalmente reanimado e
renovado. Foi fantástico! Algumas vezes, quando estou tenso, antes
de um seminário, peço a alguém que me faça repousar no Espírito.
Posso repousar cerca de vinte minutos e, então, estarei pronto para ir,
mais sensível, aberto e apto a perceber a direção que o Senhor quer
que eu siga naquela pregação.
Em 1972, quando fui chamado para orar em uma equipe com
Francis MacNutt, na universidade de Notre Dame, tive minha
primeira experiência de ser utilizado como instrumento para o
repouso no Espírito de outra pessoa. Surpreso, chamei Bárbara
Schlemon para que examinasse a pessoa que tinha caído. Ela me
assegurou que o indivíduo estava “simplesmente repousando no
Espírito”. Era algo que eu nunca tinha visto.
O tempo passou e comecei a me dedicar inteiramente ao
ministério de cura na Renovação Carismática, e o repouso no
Espírito se tornou uma via poderosa de cura, especialmente com
grandes grupos, onde não havia tempo para a oração individual
prolongada. Comecei a ouvir histórias de que o Senhor realizara
curas profundas em espaços de tempo incrivelmente curtos, enquanto
as pessoas repousavam calmamente em seus lugares ou no chão,
durante as orações de cura. Pessoas que haviam se submetido a
aconselhamento por muitos anos, sem conseguirem melhora
significativa, obtinham profunda cura e rápido crescimento enquanto
repousavam no Espírito por breve espaço de tempo.
Tenho experiência de que uma das maneiras mais poderosas de
ajudar a cura e o crescimento das pessoas na oração é através do
repouso no Espírito. Eu costumava dar cursos sobre a oração e, atu-
almente, com esses cursos também ajudo as pessoas a se abrirem à
experiência do repouso no Espírito. Algumas vezes, em seminários
de um dia, ou em retiros de fim de semana, oro para que os par-
ticipantes repousem no Espírito no começo, antes de iniciar a
palestra, no meio e no fim do retiro ou do dia. Essa experiência os
abre para receber o Senhor e é mais eficiente do que qualquer outro
método que eu já tenha descoberto. Algumas das curas mais
profundas ocorrem em retiros nos quais as pessoas repousam no
Espírito.
Hoje, quando viajo pelos Estados Unidos e por diversos países,
coordenando treinamentos de líderes e orações de cura, em meu
ministério de tempo integral, vejo participantes sem conta repousa-
rem no Espírito – até mesmo bispos!
Um dos comentários mais comuns que ouço quando estou
pregando é: “Padre, o senhor é o primeiro a nos dar uma explicação
detalhada sobre o repouso no Espírito”. Lembro-me que já em 1974,
algumas pessoas em grupos de oração ficavam sob o poder do
Espírito enquanto estavam louvando o Senhor. Muitos não sabiam do
que se tratava e ficavam com muito medo. A falta de compreensão
provoca confusão, interpretações equivocadas e abusos. O assunto
precisa ser aberto à discussão. Não podemos simplesmente dar as
costas ou reprimi-lo.
Não quero negar que haja problemas pastorais. Creio que o que
devemos fazer é obter umas respostas pastorais para os problemas
pastorais, sem extinguir o Espírito. João diz nas epístolas: “Examinai
os espíritos” (1Jo 4,1) e é isto que estamos tentando fazer: examiná-
los em sua autenticidade e praticidade.
De acordo com minha pesquisa, alguns críticos do repouso no
Espírito nunca viveram a experiência. Não creio que seja correto
alguém que não tenha tido uma experiência tão subjetiva como o
repouso no Espírito se posicione contra ela com simples argumentos
intelectuais. Seria a mesma coisa que fazer um homem escrever um
livro sobre a alegria de dar a luz uma criança. Nenhum homem
poderia descrever adequadamente essa sensação, porque é uma
experiência subjetiva da mulher.
Entretanto, somos gratos àqueles que questionaram negativamente
este dom, porque nos forçaram, a nós que damos valor positivo a
essa experiência, a dar a razão da nossa fé. O negativismo que
encontrei levou-me a examinar mais profunda e cuidadosamente a
posição que eu e outros, que também se dedicam inteiramente ao
ministério de cura, defendemos a respeito desse assunto, ao mesmo
tempo tão poderoso e delicado.
Em todos os lugares aonde vou, ouço sacerdotes dizendo:
“Precisamos de alguma coisa ... o povo tem fome ... o povo está
buscando”. Eles se confrontam com as necessidades do povo
tomados por uma sensação de incapacidade de realizar qualquer
mudança.
Em um artigo para a revista New Covenant, Pe. James Hughes
fala da necessidade de formação espiritual dos jovens de sua
paróquia e a solução que Deus lhe deu:
“Comecei com um pequeno grupo de jovens que concordou em
fazer um retiro. Durante o rito penitencial, a presença de Deus se
tornou tão forte que quase todos foram dominados pelo Espirito
Santo e chamados a uma profunda conversão. Muitos foram
batizados no Espirito e começaram a falar em línguas... Na verdade,
surgiram problemas quando tivemos de fazer algumas mudanças ...
mas continuamos. Logo fui confrontado com um desafio formidável
– uma classe numerosa de crisma com cerca de 100 jovens.
Abandonei os manuais e resolvi fazer um Seminário de Vida no Espi-
rito, confiando na orientação do Espirito Santo para me conduzir pelo
caminho certo.. A classe correspondeu ... A partir do momento em
que decidimos correr o risco, Deus respondeu imediatamente ... O
programa gira em torno da conversão. Enfatizo os dons carismáticos
e o batismo no Espirito Santo porque são eles que levam à conversão
– à mudança da mente e do coração. Esses jovens precisam de Jesus.
A experiência carismática faz com que Seu amor e poder se tornem
evidentes ... Qual o segredo da mudança? O Senhor se encarrega
disso. Os corações dos jovens são transformados quando nos
retiramos e deixamos o Senhor agir”.
A necessidade de conversão é a mesma tanto para uma pessoa de
80 anos como para uma criança de oito. Conversão significa
mudança, e mudança frequentemente significa risco, medo e
problema.
Em cada história que se houve, encontra-se a semente da
conversão sendo regada nos corações do povo. Cada história é um
exemplo de entrega ao ministério do Espírito Santo.
Paulo VI, na Evangelii nuntiandi, n. 75., afirma: “Repleta do
'conforto do Espirito Santo', a Igreja 'ia crescendo' (cf. At 9, 31) . Ele é
a alma desta mesma Igreja. É Ele quem faz com que os fiéis possam
entender os ensinamentos de Jesus e o seu mistério. Ele é aquele que,
hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos
evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele...”.
Certa vez, Pe. Matthew Linn fez uma observação interessante de
que há um aspecto de “pré-evangelização” e de “pós-evangelização”
no repouso no Espírito. Para os não cristãos, ou para os cristãos
indiferentes que não prestam obediência ao Senhor, o repouso
geralmente abre seus corações para ouvir a palavra de Deus. O
aspecto de pós-evangelização do repouso é para aqueles que
aceitaram o Senhor e estão produzindo frutos. O repouso os atrai
para a oração profunda, intensificando o dom da contemplação. A
necessidade de conversão é constante para todos nós.
Em 1967, alguns católicos carismáticos da Universidade de
Duquesne permitiram que o Espírito Santo os possuísse e conduzisse.
Após receberem o batismo no Espírito e começarem a orar em lín-
guas, puseram em risco a própria reputação ao narrar a história
extraordinária a uma Igreja que não aceitava o dom de línguas. O
Espírito de Deus, ao conferir dons de impacto, certamente atrai a
atenção dos católicos, frios ou quentes. Ele parece estar cativando
tanto os fiéis como os infiéis com uma nova espécie de amor.
DEFINIÇÕES
Creio que seja útil começar de um ponto elementar, definindo
primeiramente o que é “experiência religiosa”. E para os leitores que
estão se iniciando no assunto do repouso no Espírito, daremos
algumas definições sobre a experiência a partir de diversas
perspectivas. Em seguida, abordaremos a diferença entre o repouso
“espontâneo” e “ministrado”.
EXPERIÊNCIA RELIGIOSA: consciência de Deus em “nível de
sensação e emoção” que gera uma resposta espontânea. É,
frequentemente, acompanhada por revelação, inspiração, vozes,
visões e conversão.
REPOUSO NO ESPÍRITO: experiência que consiste em cair de
costas no chão durante uma oração, também algumas vezes chamada
de “Dominado no Espírito”, “Cair sob o poder”, “Dormição”,
“Morrer no Espírito” ou simplesmente “A bênção”. Ainda que eu
prefira chamar essa experiência de “Repouso no Espírito”, haverá
uma série de citações que se referem a ele como “Morte ou morrer”
no Espírito. Esses termos para nós serão sinônimos.
Não parece haver uma descrição simples do que essa experiência
abrange. Em meu livro, Ministério de cura para leigos (4.a ed.)
afirmo:
“Parece que enquanto repousamos no Espírito, as nossas funções
físicas e psicológicas se desaceleram e a sensibilidade se intensifica
no relacionamento com o Senhor...”
Nas definições a seguir, existe certa concordância quanto à
submissão, entrega, renúncia ou repouso da atividade e dos sentidos
do corpo físico para que Deus possa Se manifestar mais claramente
ao íntimo do homem. Francis MacNutt, em O poder de curar, afirma:
“Tanto quanto posso ver, é o poder do Espírito enchendo de tal forma
a pessoa com uma consciência íntima muito elevada, que a energia
do corpo desfalece a ponto de não poder ficar de pé”.
Pe. George Montague afirma, na revista Catholic Charismatic:
“ ...a pessoa é dominada por uma profunda sensação de bem-estar
que lhe causa um relaxamento momentâneo, a tal ponto que ela cede
o controle de seu sistema motor e desmaia ou cai flácida”.
Pe. Ralph DiOrio comenta: “Ele é parte do dom de cura, um toque
direto, no mais íntimo do ser, da plenitude do amor e da paz de
Deus”.
Morton Kelsey comenta em Discernment: ”. ..geralmente
descrevem uma sensação de poder divino ou energia que flui
interiormente, que os faz relaxar e cair...”.
Gosto também da descrição simples feita por um pediatra: “Parece
ser a evidência exterior da entrega interior que se faz ao Senhor”.
Pe. Ted Dobson prefere separar totalmente o ato de cair da
avaliação da causa da queda, e simplesmente se refere à experiência
como “o fenômeno da queda”. Referindo-se às variadas descrições,
ele afirma: “ ...Esses nomes só começam a nos dar uma pista do que
realmente está acontecendo ... faremos referência a ele como 'o
fenômeno da queda' não só porque a queda no chão é o aspecto
comum a todas as diversas formas da experiência, mas também
porque é um termo isento de avaliação, pois não pressupõe uma
causa para a experiência”.
Pe. Thomas Keating em Open mind, open heart afirma: “ ...sente-
se uma leve interrupção no funcionamento normal dos sentidos e
escorrega-se para o chão. Se as pessoas não experimentaram este tipo
de oração anteriormente, caem com uma sensação de bem-estar e
permanecem deitadas todo o tempo que podem”.
Uma analogia que uso algumas vezes é com o banho de sol. As
pessoas simplesmente se estendem ao sol, deixam que ele venha e
relaxam. O repouso no Espírito é como deixar que o sol do Espírito
Santo penetre no íntimo. Enquanto repousam, terão, em muitos casos
um encontro direto com o Senhor. Então, o Senhor realizará muitas
curas. Elas sentem o Seu amor, ouvem o Senhor falando com elas e
simplesmente repousam em Sua presença.
Mons. Vincent Walsh se refere a essa experiência como uma
“dormição“, palavra que sugere “sono“ e aponta para certa
semelhança com a experiência de êxtase narrada nos escritos dos
santos. Mas não se trata de sono. Durante o repouso, permanece a
consciência dos outros agindo e falando ao redor; o sono é diferente.
A pessoa pode ouvir o que está acontecendo, mas não se importa com
nada. Sua energia parece estar canalizada para o Senhor. É como
estar completamente absorvido por um programa de televisão em
uma sala barulhenta e cheia de gente. A pessoa se concentra na
televisão e desliga-se totalmente dos outros. No repouso no Espírito,
ela também está profundamente concentrada no Senhor.
FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA
À medida que entramos em contato com o' fenômeno do repouso
no Espírito, uma das primeiras perguntas é: “Onde podemos
encontrá-lo na Escritura?“ Há situações paralelas ou semelhantes na
Bíblia? Norton Kelsey afirma: “É óbvio que nos tempos bíblicos não
havia nada exatamente similar à uma cerimônia moderna em que as
pessoas se dirigem para a frente, são tocadas e caem; por outro lado,
há muitas referências no Antigo e no Novo Testamento a pessoas que
caíram diante de Deus e parecem ter sido atingidas pelo Seu
Espírito”.
Há referências bíblicas a quedas ante a presença de Deus, tanto
voluntárias como involuntárias, em contextos positivos é negativos.
1. Prostração voluntária
A. Em ação de graças. Prostrar-se diante do Deus em adoração e
gratidão. Lc 17,15-16, onde o leproso foi curado, é um exemplo. “Um
dentre eles; vendo-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em
alta voz, e lançou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra,
agradecendo-lhe.”
B. Em um ímpeto de profunda oração. “Por essa razão eu dobro os
joelhos diante do Pai - de quem toma o nome toda família no céu e
na terra -, para pedir-lhe que ele conceda, segundo a riqueza da sua
glória, que vós sejais fortalecidos em poder pelo seu Espírito no
homem interior...“ (Ef 3,14-16).
Também em Mt 26,39 , Jesus no Getsêmani ”... prostrou-se com o
rosto em terra e orou: 'Meu pai, se é possível, que passe de mim este
cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres'”.
2. Prostração involuntária
A. Conflito espiritual
“No caminho, pelo meio-dia, eu vi, ó rei, vinda do céu e mais
brilhante que o sol, uma luz resplandecente ao redor de mim e
daqueles que me acompanhavam. Caímos todos por terra, e ouvi uma
voz que me dizia em língua hebraica: 'Saulo, Saulo, por que me
persegues? ...'” (At 26,13-14).
Jr 46,15: “Por que o teu Touro não resistiu? Porque Iahweh o
derrubou!” Quando Jesus foi preso, Judas levou os soldados ao
Getsêmani: (Jo 18,4-6) ”...Sabendo Jesus tudo o que lhe aconteceria,
adiantou-se e lhes disse: 'A quem procurais?' Responderam: 'Jesus o
Nazoreu'. Disse-lhes: 'Sou eu' ... Quando Jesus lhes disse: 'Sou eu',
recuaram e caíram por terra.”
B. Dominado pela presença de Deus em posição estática
No Antigo Testamento, na dedicação do templo de Salomão (2Cr
5,13-14): “Cada um dos que tocavam a trombeta ou cantavam,
louvavam e celebravam Iahweh a uma só voz; elevando a voz ao som
das trombetas, dos címbalos e dos instrumentos de acompanhamento,
louvavam a Iahweh... a Casa se encheu com a Nuvem da glória de
Iahweh. Os sacerdotes não puderam continuar o seu serviço por
causa da nuvem, pois a glória de Iahweh enchia a Casa de Deus'.
Dn 10,8-9: “Fiquei sozinho, pois, a contemplar esta grande visão:
não restou força alguma em mim, a bela cor do meu rosto mudou-se
em lividez, perdi todo o vigor. Ouvi, então, o som de suas palavras.
Ao ouvir o som de suas palavras, desfaleci sobre o meu rosto, meu
rosto contra a terra”.
Ez 1,28: ”...Tal era o brilho em torno, isto é, uma aparência
semelhante à Glória de Iahweh. Ao vê-la, caí com o rosto em terra e
ouvi a voz de alguém que falava comigo”.
Ez 43,3: “A aparência que vi era igual à aparência que eu vira
quando vim para a destruição da cidade e igual à aparência que eu
vira junto ao rio Cobar. Então, prostrei-me com o rosto em terra”.
Ap 1,17: João, em Patmos, foi arrebatado em êxtase, quando viu
“alguém semelhante a um filho de Homem”. “Ao vê-lo, caí como
morto a seus pés...”
Quando Deus faz com que um homem caia de bruços (ou de
costas), por que o faz? Pe. John Hampsch sugere algumas razões
prováveis:
“Com Pedro e Paulo, o objetivo era assegurar que aquele que
estava recebendo a revelação tivesse um impacto ao perceber o seu
envolvimento direto com Deus... Com Daniel, foi para convencê-lo
de que a visão e a profecia eram verdadeiras... Em Patmos, João foi
dominado quando recebeu a revelação que resultou em um livro
completo, o livro do Apocalipse. Com os soldados no sepulcro, Deus
demonstra Seu poder dominador. Deus pode fazer com que Seus
amigos e Seus inimigos caiam por terra, com diferentes propósitos
para cada caso. Em uma oportunidade, demonstra que o poder do
homem não sobrepuja o poder de Deus; em outra, com os amigos, é
para que o poder de Deus os fortaleça. A ênfase principal deste
fenômeno especial está no poder de Deus. At 1, 8 diz: 'Mas o Espírito
Santo descerá sobre vós e dele recebereis força'. O poder também foi
manifestado através do domínio de Deus, como quando os soldados
foram dominados pela presença de Jesus e caíram por terra, no
momento em que tentaram prendê-lo. Em outras situações, o poder
talvez tenha possibilitado um fortalecimento ao se tomar consciência
da natureza e da bondade de Deus...”
”...Jesus, aproximando-se deles, falou: 'Toda a autoridade Sobre o
céu e sobre a terra me foi entregue...'” (Mt 28,18).
O objetivo do que se segue é dar uma visão geral e acessível do
repouso no Espírito, qual a aparência exterior e qual a sensação de
repousar - uma visão externa e interna.