Sunteți pe pagina 1din 22

Renovação Carismática Católica – O Repouso no Espírito

Robert DeGrandis, S.S.J.

No momento em que iniciamos nossa busca da revelação de Deus


sobre o “repouso no Espírito”, peço ao leitor que também participe
dos “Seminários de Deus”e faça algumas perguntas ao Senhor. Ele
diz em Jeremias 33,3: “Invoca-me e eu te responderei e te anunciarei
coisas grandes e inacessíveis, que tu não conheces”.

INTRODUÇÃO
O “repouso no Espírito” é um assunto de grande interesse em
nossos dias e relacionado com a Renovação Carismática. Tal como o
dom de línguas, a experiência de cair no chão durante uma oração
tem despertado a atenção das pessoas. Pouco se tem escrito sobre ele
e muito ainda é desconhecido. É como um território virgem,
especialmente na comunidade católica.
E justamente porque esse assunto está começando a se destacar e a
ter os seus efeitos, quero abrir a comunicação e iniciar o diálogo a
respeito. Desejo examinar o que acredito ser mais uma moção do
Espírito Santo em nossos dias.
O repouso no Espírito é, provavelmente, mais um dom
carismático, pelo menos em parte. Parece haver um duplo carisma: o
carisma de algumas pessoas, em quem o poder é tão forte que a
maior parte dos que recebem suas orações cai; e o carisma daqueles
que recebem a oração e que ficam tão abertos para receber que caem
sob o poder quando alguém ora.
A Constituição Dogmática sobre a Igreja, Lumen gentium, do
Concílio Vaticano II, § 12, ao falar dos dons carismáticos diz:
“Estes carismas, quer eminentes, quer mais simples e mais
amplamente difundidos, devem ser recebidos com gratidão e
consolação, pois que são perfeitamente acomodados e úteis às
necessidades da Igreja”. Desse modo, o que queremos fazer aqui é
começar a explorar a “adequação e a utilidade” deste dom, e “recebê-
lo com gratidão”.
Minha primeira experiência pessoal com o repouso no Espírito
aconteceu durante uma reunião de oração com Kathryn Kuhlman, em
1971. Lembro-me de ter ficado deitado no chão, sentindo uma paz
profunda e a consciência do enorme poder de Deus. Desde aquela
ocasião, acredito que já repousei pelo menos 25 vezes. Se eu contar
todas as vezes em que repousei no Espírito enquanto recebia uma
oração, sentado em uma cadeira, creio que seriam de 75 a 100 vezes.
Quase todas as vezes que recebo cura interior, repouso no Espírito.
Uma das melhores experiências que já tive foi no Brasil, após um
longo e cansativo dia de pregação. Estava exausto e alguém se
ofereceu para me fazer repousar no Espírito. Após alguns momentos
de repouso com o Senhor, levantei-me totalmente reanimado e
renovado. Foi fantástico! Algumas vezes, quando estou tenso, antes
de um seminário, peço a alguém que me faça repousar no Espírito.
Posso repousar cerca de vinte minutos e, então, estarei pronto para ir,
mais sensível, aberto e apto a perceber a direção que o Senhor quer
que eu siga naquela pregação.
Em 1972, quando fui chamado para orar em uma equipe com
Francis MacNutt, na universidade de Notre Dame, tive minha
primeira experiência de ser utilizado como instrumento para o
repouso no Espírito de outra pessoa. Surpreso, chamei Bárbara
Schlemon para que examinasse a pessoa que tinha caído. Ela me
assegurou que o indivíduo estava “simplesmente repousando no
Espírito”. Era algo que eu nunca tinha visto.
O tempo passou e comecei a me dedicar inteiramente ao
ministério de cura na Renovação Carismática, e o repouso no
Espírito se tornou uma via poderosa de cura, especialmente com
grandes grupos, onde não havia tempo para a oração individual
prolongada. Comecei a ouvir histórias de que o Senhor realizara
curas profundas em espaços de tempo incrivelmente curtos, enquanto
as pessoas repousavam calmamente em seus lugares ou no chão,
durante as orações de cura. Pessoas que haviam se submetido a
aconselhamento por muitos anos, sem conseguirem melhora
significativa, obtinham profunda cura e rápido crescimento enquanto
repousavam no Espírito por breve espaço de tempo.
Tenho experiência de que uma das maneiras mais poderosas de
ajudar a cura e o crescimento das pessoas na oração é através do
repouso no Espírito. Eu costumava dar cursos sobre a oração e, atu-
almente, com esses cursos também ajudo as pessoas a se abrirem à
experiência do repouso no Espírito. Algumas vezes, em seminários
de um dia, ou em retiros de fim de semana, oro para que os par-
ticipantes repousem no Espírito no começo, antes de iniciar a
palestra, no meio e no fim do retiro ou do dia. Essa experiência os
abre para receber o Senhor e é mais eficiente do que qualquer outro
método que eu já tenha descoberto. Algumas das curas mais
profundas ocorrem em retiros nos quais as pessoas repousam no
Espírito.
Hoje, quando viajo pelos Estados Unidos e por diversos países,
coordenando treinamentos de líderes e orações de cura, em meu
ministério de tempo integral, vejo participantes sem conta repousa-
rem no Espírito – até mesmo bispos!
Um dos comentários mais comuns que ouço quando estou
pregando é: “Padre, o senhor é o primeiro a nos dar uma explicação
detalhada sobre o repouso no Espírito”. Lembro-me que já em 1974,
algumas pessoas em grupos de oração ficavam sob o poder do
Espírito enquanto estavam louvando o Senhor. Muitos não sabiam do
que se tratava e ficavam com muito medo. A falta de compreensão
provoca confusão, interpretações equivocadas e abusos. O assunto
precisa ser aberto à discussão. Não podemos simplesmente dar as
costas ou reprimi-lo.
Não quero negar que haja problemas pastorais. Creio que o que
devemos fazer é obter umas respostas pastorais para os problemas
pastorais, sem extinguir o Espírito. João diz nas epístolas: “Examinai
os espíritos” (1Jo 4,1) e é isto que estamos tentando fazer: examiná-
los em sua autenticidade e praticidade.
De acordo com minha pesquisa, alguns críticos do repouso no
Espírito nunca viveram a experiência. Não creio que seja correto
alguém que não tenha tido uma experiência tão subjetiva como o
repouso no Espírito se posicione contra ela com simples argumentos
intelectuais. Seria a mesma coisa que fazer um homem escrever um
livro sobre a alegria de dar a luz uma criança. Nenhum homem
poderia descrever adequadamente essa sensação, porque é uma
experiência subjetiva da mulher.
Entretanto, somos gratos àqueles que questionaram negativamente
este dom, porque nos forçaram, a nós que damos valor positivo a
essa experiência, a dar a razão da nossa fé. O negativismo que
encontrei levou-me a examinar mais profunda e cuidadosamente a
posição que eu e outros, que também se dedicam inteiramente ao
ministério de cura, defendemos a respeito desse assunto, ao mesmo
tempo tão poderoso e delicado.
Em todos os lugares aonde vou, ouço sacerdotes dizendo:
“Precisamos de alguma coisa ... o povo tem fome ... o povo está
buscando”. Eles se confrontam com as necessidades do povo
tomados por uma sensação de incapacidade de realizar qualquer
mudança.
Em um artigo para a revista New Covenant, Pe. James Hughes
fala da necessidade de formação espiritual dos jovens de sua
paróquia e a solução que Deus lhe deu:
“Comecei com um pequeno grupo de jovens que concordou em
fazer um retiro. Durante o rito penitencial, a presença de Deus se
tornou tão forte que quase todos foram dominados pelo Espirito
Santo e chamados a uma profunda conversão. Muitos foram
batizados no Espirito e começaram a falar em línguas... Na verdade,
surgiram problemas quando tivemos de fazer algumas mudanças ...
mas continuamos. Logo fui confrontado com um desafio formidável
– uma classe numerosa de crisma com cerca de 100 jovens.
Abandonei os manuais e resolvi fazer um Seminário de Vida no Espi-
rito, confiando na orientação do Espirito Santo para me conduzir pelo
caminho certo.. A classe correspondeu ... A partir do momento em
que decidimos correr o risco, Deus respondeu imediatamente ... O
programa gira em torno da conversão. Enfatizo os dons carismáticos
e o batismo no Espirito Santo porque são eles que levam à conversão
– à mudança da mente e do coração. Esses jovens precisam de Jesus.
A experiência carismática faz com que Seu amor e poder se tornem
evidentes ... Qual o segredo da mudança? O Senhor se encarrega
disso. Os corações dos jovens são transformados quando nos
retiramos e deixamos o Senhor agir”.
A necessidade de conversão é a mesma tanto para uma pessoa de
80 anos como para uma criança de oito. Conversão significa
mudança, e mudança frequentemente significa risco, medo e
problema.
Em cada história que se houve, encontra-se a semente da
conversão sendo regada nos corações do povo. Cada história é um
exemplo de entrega ao ministério do Espírito Santo.
Paulo VI, na Evangelii nuntiandi, n. 75., afirma: “Repleta do
'conforto do Espirito Santo', a Igreja 'ia crescendo' (cf. At 9, 31) . Ele é
a alma desta mesma Igreja. É Ele quem faz com que os fiéis possam
entender os ensinamentos de Jesus e o seu mistério. Ele é aquele que,
hoje ainda, como nos inícios da Igreja, age em cada um dos
evangelizadores que se deixa possuir e conduzir por Ele...”.
Certa vez, Pe. Matthew Linn fez uma observação interessante de
que há um aspecto de “pré-evangelização” e de “pós-evangelização”
no repouso no Espírito. Para os não cristãos, ou para os cristãos
indiferentes que não prestam obediência ao Senhor, o repouso
geralmente abre seus corações para ouvir a palavra de Deus. O
aspecto de pós-evangelização do repouso é para aqueles que
aceitaram o Senhor e estão produzindo frutos. O repouso os atrai
para a oração profunda, intensificando o dom da contemplação. A
necessidade de conversão é constante para todos nós.
Em 1967, alguns católicos carismáticos da Universidade de
Duquesne permitiram que o Espírito Santo os possuísse e conduzisse.
Após receberem o batismo no Espírito e começarem a orar em lín-
guas, puseram em risco a própria reputação ao narrar a história
extraordinária a uma Igreja que não aceitava o dom de línguas. O
Espírito de Deus, ao conferir dons de impacto, certamente atrai a
atenção dos católicos, frios ou quentes. Ele parece estar cativando
tanto os fiéis como os infiéis com uma nova espécie de amor.

DEFINIÇÕES
Creio que seja útil começar de um ponto elementar, definindo
primeiramente o que é “experiência religiosa”. E para os leitores que
estão se iniciando no assunto do repouso no Espírito, daremos
algumas definições sobre a experiência a partir de diversas
perspectivas. Em seguida, abordaremos a diferença entre o repouso
“espontâneo” e “ministrado”.
EXPERIÊNCIA RELIGIOSA: consciência de Deus em “nível de
sensação e emoção” que gera uma resposta espontânea. É,
frequentemente, acompanhada por revelação, inspiração, vozes,
visões e conversão.
REPOUSO NO ESPÍRITO: experiência que consiste em cair de
costas no chão durante uma oração, também algumas vezes chamada
de “Dominado no Espírito”, “Cair sob o poder”, “Dormição”,
“Morrer no Espírito” ou simplesmente “A bênção”. Ainda que eu
prefira chamar essa experiência de “Repouso no Espírito”, haverá
uma série de citações que se referem a ele como “Morte ou morrer”
no Espírito. Esses termos para nós serão sinônimos.
Não parece haver uma descrição simples do que essa experiência
abrange. Em meu livro, Ministério de cura para leigos (4.a ed.)
afirmo:
“Parece que enquanto repousamos no Espírito, as nossas funções
físicas e psicológicas se desaceleram e a sensibilidade se intensifica
no relacionamento com o Senhor...”
Nas definições a seguir, existe certa concordância quanto à
submissão, entrega, renúncia ou repouso da atividade e dos sentidos
do corpo físico para que Deus possa Se manifestar mais claramente
ao íntimo do homem. Francis MacNutt, em O poder de curar, afirma:
“Tanto quanto posso ver, é o poder do Espírito enchendo de tal forma
a pessoa com uma consciência íntima muito elevada, que a energia
do corpo desfalece a ponto de não poder ficar de pé”.
Pe. George Montague afirma, na revista Catholic Charismatic:
“ ...a pessoa é dominada por uma profunda sensação de bem-estar
que lhe causa um relaxamento momentâneo, a tal ponto que ela cede
o controle de seu sistema motor e desmaia ou cai flácida”.
Pe. Ralph DiOrio comenta: “Ele é parte do dom de cura, um toque
direto, no mais íntimo do ser, da plenitude do amor e da paz de
Deus”.
Morton Kelsey comenta em Discernment: ”. ..geralmente
descrevem uma sensação de poder divino ou energia que flui
interiormente, que os faz relaxar e cair...”.
Gosto também da descrição simples feita por um pediatra: “Parece
ser a evidência exterior da entrega interior que se faz ao Senhor”.
Pe. Ted Dobson prefere separar totalmente o ato de cair da
avaliação da causa da queda, e simplesmente se refere à experiência
como “o fenômeno da queda”. Referindo-se às variadas descrições,
ele afirma: “ ...Esses nomes só começam a nos dar uma pista do que
realmente está acontecendo ... faremos referência a ele como 'o
fenômeno da queda' não só porque a queda no chão é o aspecto
comum a todas as diversas formas da experiência, mas também
porque é um termo isento de avaliação, pois não pressupõe uma
causa para a experiência”.
Pe. Thomas Keating em Open mind, open heart afirma: “ ...sente-
se uma leve interrupção no funcionamento normal dos sentidos e
escorrega-se para o chão. Se as pessoas não experimentaram este tipo
de oração anteriormente, caem com uma sensação de bem-estar e
permanecem deitadas todo o tempo que podem”.
Uma analogia que uso algumas vezes é com o banho de sol. As
pessoas simplesmente se estendem ao sol, deixam que ele venha e
relaxam. O repouso no Espírito é como deixar que o sol do Espírito
Santo penetre no íntimo. Enquanto repousam, terão, em muitos casos
um encontro direto com o Senhor. Então, o Senhor realizará muitas
curas. Elas sentem o Seu amor, ouvem o Senhor falando com elas e
simplesmente repousam em Sua presença.
Mons. Vincent Walsh se refere a essa experiência como uma
“dormição“, palavra que sugere “sono“ e aponta para certa
semelhança com a experiência de êxtase narrada nos escritos dos
santos. Mas não se trata de sono. Durante o repouso, permanece a
consciência dos outros agindo e falando ao redor; o sono é diferente.
A pessoa pode ouvir o que está acontecendo, mas não se importa com
nada. Sua energia parece estar canalizada para o Senhor. É como
estar completamente absorvido por um programa de televisão em
uma sala barulhenta e cheia de gente. A pessoa se concentra na
televisão e desliga-se totalmente dos outros. No repouso no Espírito,
ela também está profundamente concentrada no Senhor.

REPOUSO ESPONTÂNEO E MINISTRADO


Outra definição que poderá ser útil é a que distingue o repouso
“espontâneo“ do repouso “ministrado”. Repouso Espontâneo:
consiste em cair sob o poder do Espírito Santo sem nenhum interme-
diário. Repouso Ministrado (também citado como repouso induzido
ou cooperativo): é o repouso que pode acontecer como resultado ou
de orações para a remoção de barreiras ao Espírito Santo, ou de
música, ensinamento, movimento físico como levantar os braços
num gesto de entrega, ou desejo explícito de repousar.
“O Deus, relembraremos a vossa misericórdia, no interior do
vosso Templo!” (Sl 47,10).

FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA
À medida que entramos em contato com o' fenômeno do repouso
no Espírito, uma das primeiras perguntas é: “Onde podemos
encontrá-lo na Escritura?“ Há situações paralelas ou semelhantes na
Bíblia? Norton Kelsey afirma: “É óbvio que nos tempos bíblicos não
havia nada exatamente similar à uma cerimônia moderna em que as
pessoas se dirigem para a frente, são tocadas e caem; por outro lado,
há muitas referências no Antigo e no Novo Testamento a pessoas que
caíram diante de Deus e parecem ter sido atingidas pelo Seu
Espírito”.
Há referências bíblicas a quedas ante a presença de Deus, tanto
voluntárias como involuntárias, em contextos positivos é negativos.

1. Prostração voluntária
A. Em ação de graças. Prostrar-se diante do Deus em adoração e
gratidão. Lc 17,15-16, onde o leproso foi curado, é um exemplo. “Um
dentre eles; vendo-se curado, voltou atrás, glorificando a Deus em
alta voz, e lançou-se aos pés de Jesus com o rosto por terra,
agradecendo-lhe.”
B. Em um ímpeto de profunda oração. “Por essa razão eu dobro os
joelhos diante do Pai - de quem toma o nome toda família no céu e
na terra -, para pedir-lhe que ele conceda, segundo a riqueza da sua
glória, que vós sejais fortalecidos em poder pelo seu Espírito no
homem interior...“ (Ef 3,14-16).
Também em Mt 26,39 , Jesus no Getsêmani ”... prostrou-se com o
rosto em terra e orou: 'Meu pai, se é possível, que passe de mim este
cálice; contudo, não seja como eu quero, mas como tu queres'”.

2. Prostração involuntária

A. Conflito espiritual
“No caminho, pelo meio-dia, eu vi, ó rei, vinda do céu e mais
brilhante que o sol, uma luz resplandecente ao redor de mim e
daqueles que me acompanhavam. Caímos todos por terra, e ouvi uma
voz que me dizia em língua hebraica: 'Saulo, Saulo, por que me
persegues? ...'” (At 26,13-14).
Jr 46,15: “Por que o teu Touro não resistiu? Porque Iahweh o
derrubou!” Quando Jesus foi preso, Judas levou os soldados ao
Getsêmani: (Jo 18,4-6) ”...Sabendo Jesus tudo o que lhe aconteceria,
adiantou-se e lhes disse: 'A quem procurais?' Responderam: 'Jesus o
Nazoreu'. Disse-lhes: 'Sou eu' ... Quando Jesus lhes disse: 'Sou eu',
recuaram e caíram por terra.”
B. Dominado pela presença de Deus em posição estática
No Antigo Testamento, na dedicação do templo de Salomão (2Cr
5,13-14): “Cada um dos que tocavam a trombeta ou cantavam,
louvavam e celebravam Iahweh a uma só voz; elevando a voz ao som
das trombetas, dos címbalos e dos instrumentos de acompanhamento,
louvavam a Iahweh... a Casa se encheu com a Nuvem da glória de
Iahweh. Os sacerdotes não puderam continuar o seu serviço por
causa da nuvem, pois a glória de Iahweh enchia a Casa de Deus'.
Dn 10,8-9: “Fiquei sozinho, pois, a contemplar esta grande visão:
não restou força alguma em mim, a bela cor do meu rosto mudou-se
em lividez, perdi todo o vigor. Ouvi, então, o som de suas palavras.
Ao ouvir o som de suas palavras, desfaleci sobre o meu rosto, meu
rosto contra a terra”.
Ez 1,28: ”...Tal era o brilho em torno, isto é, uma aparência
semelhante à Glória de Iahweh. Ao vê-la, caí com o rosto em terra e
ouvi a voz de alguém que falava comigo”.
Ez 43,3: “A aparência que vi era igual à aparência que eu vira
quando vim para a destruição da cidade e igual à aparência que eu
vira junto ao rio Cobar. Então, prostrei-me com o rosto em terra”.
Ap 1,17: João, em Patmos, foi arrebatado em êxtase, quando viu
“alguém semelhante a um filho de Homem”. “Ao vê-lo, caí como
morto a seus pés...”
Quando Deus faz com que um homem caia de bruços (ou de
costas), por que o faz? Pe. John Hampsch sugere algumas razões
prováveis:
“Com Pedro e Paulo, o objetivo era assegurar que aquele que
estava recebendo a revelação tivesse um impacto ao perceber o seu
envolvimento direto com Deus... Com Daniel, foi para convencê-lo
de que a visão e a profecia eram verdadeiras... Em Patmos, João foi
dominado quando recebeu a revelação que resultou em um livro
completo, o livro do Apocalipse. Com os soldados no sepulcro, Deus
demonstra Seu poder dominador. Deus pode fazer com que Seus
amigos e Seus inimigos caiam por terra, com diferentes propósitos
para cada caso. Em uma oportunidade, demonstra que o poder do
homem não sobrepuja o poder de Deus; em outra, com os amigos, é
para que o poder de Deus os fortaleça. A ênfase principal deste
fenômeno especial está no poder de Deus. At 1, 8 diz: 'Mas o Espírito
Santo descerá sobre vós e dele recebereis força'. O poder também foi
manifestado através do domínio de Deus, como quando os soldados
foram dominados pela presença de Jesus e caíram por terra, no
momento em que tentaram prendê-lo. Em outras situações, o poder
talvez tenha possibilitado um fortalecimento ao se tomar consciência
da natureza e da bondade de Deus...”
”...Jesus, aproximando-se deles, falou: 'Toda a autoridade Sobre o
céu e sobre a terra me foi entregue...'” (Mt 28,18).
O objetivo do que se segue é dar uma visão geral e acessível do
repouso no Espírito, qual a aparência exterior e qual a sensação de
repousar - uma visão externa e interna.

“TODA AQUELA GENTE ALI DEITADA ...“


A visão externa
O repouso no Espírito parece ser uma das maneiras através da qual
Deus nos leva a uma posição, ou estabelece uma dinâmica, que nos
permite receber cura. Pe. John Hampsch descreve alguns métodos de
cura por meio dos quais o repouso no Espírito pode ocorrer:
“A cura pode ser comunicada exclusivamente através da
imposição de mãos; pela aspersão de água benta, estendendo-se as
mãos sobre o grupo; pela bênção dos doentes, com ou sem a bênção
do Santíssimo Sacramento. A cura é ministrada de diversos modos.
Pode-se simplesmente pedir que o grupo todo imponha as mãos
sobre os ombros e a cabeça da pessoa por quem se deseja orar, ou
pode-se receber a oração como membro do grupo, permanecendo-se
em círculo, de mãos dadas.
O repouso no Espírito pode acontecer em qualquer desses
contextos. Geralmente, ocorre com a imposição de mãos e/ou com
unção”.
O ambiente
“Eu estava sozinha, fazendo meu repouso diário, durante um
retiro. Por 15 ou 30 minutos experimentei uma presença tão forte do
Senhor (eletricidade, vibrações, paz), que senti que precisava ficar
imóvel. Pensei que, provavelmente, não seria mesmo capaz de me
mexer” (bibliotecária).
“Repouso frequentemente no Espírito em pequenas reuniões de
grupo em casas de família. O Senhor realiza profundas curas nessas
ocasiões...” ( esposa e mãe) .
“A maior parte de minhas experiências de repouso no Espírito tem
sido em grandes reuniões de 200 a 1.000 pessoas; contudo, quando
estou repousando no chão, fico sozinha com Jesus. Ele fala comigo e
me permite sentir o Seu amor como se eu fosse a única pessoa na
sala” (empresária).
A posição
“Eu estava de pé com um grupo, orando para que uma pessoa
recebesse o batismo, quando ouvi o líder dizer: 'Segure, ele está
caindo'. Pensei que estivesse falando de outra pessoa, até que me vi
no chão. ..” ( engenheiro civil) .
“Repousei no Espírito muitas vezes mesmo estando sentada. ...”
(irmã beneditina). “Uma amiga orou por mim quando eu estava
deitada, e repousei no Espírito profundamente durante 30 minutos”
(professora).
O instrumento
“Pe. DeGrandis perguntou se eu queria ser batizado no Espírito
Santo. Quando disse 'sim', ele me tocou suavemente e caí no chão”
(gerente de processamento de dados) .
“Há ocasiões em que parece quase impossível permanecer de pé,
ainda que ninguém o esteja tocando ou fazendo imposição de mãos”
(dona de casa).
Sensação durante a queda
“Senti-me sem peso, como um astronauta. ...” (balconista) . “ …
como uma folha ao vento, voando para o chão. ...” (mãe).
“Senti como se alguma coisa pesada estivesse caindo sobre
mim. ..” (gerente de processamento de dados) . Mudança das
sensações físicas durante o repouso no chão Nos testemunhos que
recebi, parece haver, frequentemente, uma 'anestesia' suave e parcial
dos sentidos, que possibilita uma mudança do foco de atenção do
exterior para o interior. Quando esta mudança acontece, o mundo
espiritual parece emergir de modo poderoso.
Expressão física
Tranquila, agitada, sorridente, chorosa.
Tempo de permanência no chão
O tempo pode variar de minuto a horas, dependendo,
provavelmente, da profundidade e extensão da cura interior que está
sendo realizada.
“Em minha experiência, o repouso foi algumas vezes breve e em
outras, mais prolongado. Senti o Espírito vir suave e rapidamente,
com intensidades diferentes“ (secretária). “Vi toda aquela gente ali
deitada, e me perguntei o que será que Deus estaria fazendo...”
(professora) . “ELE CUIDA, AMPARA, EMBALA...”
A visão interna
Em Ministério de cura para leigos, afirmo que o Senhor nos fala
frequentemente em níveis profundos enquanto repousamos no
Espírito:
“Muita gente tem tido a experiência de obter uma visão
retrospectiva de toda a sua vida... e, segundo creio, quando isso
acontece num clima de oração é porque a cura interior está
ocorrendo. ...” Os 200 entrevistados de nossa pesquisa comunicaram
grande variedade de modos com que o Senhor tocou seus corações.
A agitação geralmente sugere que profundas feridas emocionais
foram tocadas ou que as influências negativas foram substituídas pela
presença de Jesus. “SABES QUANDO ME DEITO...”
Algumas áreas controversas
Alguns líderes da Renovação têm a preocupação de que o repouso
no Espírito não seja ativado pelo Espírito Santo, mas que, pelo
contrário, seja um fenômeno misto. O autor de um artigo na revista
New Covenant comenta:
“... Outros têm algumas reservas sobre este fenômeno. Veem a
experiência como algo muito semelhante aos estados de hipnose e de
auto-sugestão que não estão, necessariamente, relacionados com o
Espírito Santo. Eles questionam seriamente a base escriturística do
fenômeno e têm graves reservas sobre a sabedoria pastoral de
encorajá-lo”. O Cardeal Suenens, em A controversial phenomenon,
resting in the Spirit, conclui que a tendência a cair pode estar
relacionada mais à dinâmica psicológica do que à moção do Espírito
Santo, e por este motivo, publicou uma advertência.
Inclino-me a acreditar que a maior da parte dos repousos são uma
experiência de Jesus.
Pe. Richard Bain, de San Francisco, afirma:
“Pode ser verdade que a maior parte do repouso no Espírito seja
causado pela dinâmica psicológica. Talvez muitas pessoas
simplesmente queiram cair. Não acredito que isto deva causar
preocupação, pois uma vez no chão, poderão se tornar abertas ao
toque de Deus. Para mim, a questão não é por que caem, mas o que
acontece quando estão deitadas.
A Igreja não é Deus, os sacramentos não são Deus. O rosário não é
Deus. Mas cada um deles estabelece a dinâmica que nos ajuda a
encontrar Deus. Acredito que o repouso no Espírito também possa
nos ajudar a encontrar Deus. Todas as pessoas com quem tenho
conversado encontraram nele uma experiência muito positiva. Minha
primeira experiência do repouso, com Pe. Dennis Kelleher, de Nova
lorque, abriu as portas para o meu ministério de cura”.
Há, provavelmente, um misto entre a dinâmica psicológica e a
espiritual no repouso no Espírito, devido à inter-relação de corpo,
mente e espírito. Pe. George Maloney, no artigo “How to understand
and evaluate the 'charismatics' newest experience: 'Slaying in the
Spirit' “, afirma: “O fenômeno da 'morte no Espírito' não deve ser
julgado por um critério de 'e/ou': se é 'natural' ou 'sobrenatural',
induzido somente pela natureza psíquica do homem, ou uma
demonstração cabal do poder do Espírito Santo entre os homens... ”.
Outro aspecto comum de controvérsia está relacionado com o
repouso “espontâneo” versus o repouso “induzido, cooperativo ou
ministrado”. O repouso “espontâneo” não é, na verdade, problema
para muita gente. A área de conflito está naquilo que é aceitável em
termos de encorajamento para que as pessoas se abram à experiência
do repouso, isto é, o repouso “induzido, cooperativo ou ministrado”.
O conflito emerge quando a dinâmica psicológica está envolvida no
processo do repouso.
Acredito que ajudar as pessoas a chegarem a uma condição de
entrega a Deus é uma ação positiva e construtiva. Deste modo, a
questão a ser levantada é: “Para quem elas estão entregando seus
corações? Qual é a intenção delas? Pedro tomou a iniciativa pessoal
de andar sobre as águas (Mt 14,29) e, então, o Senhor o conduziu. O
senhor diz: “ Ah! todos vós que tendes sede, vinde...” (Is 55, 1). Ele
diz: “Vinde... e eu vos darei descanso” (Mt 11,28). Esta “vinda” inicial
é um ato natural em resposta ao Seu chamado. Ele está sempre nos
chamando à entrega, e então, quando o fazemos, Ele nos conduz para
o domínio espiritual. No dom de línguas, abrimos a boca para que
Ele nos dê a palavra espiritual. Ele também nos diz que devemos
suscitar os dons. No estágio inicial, esta ação é natural. Fazemos uma
escolha interna para passar de uma ação no campo natural para uma
ação no campo espiritual. Quando nos decidimos pela entrega
confiante, estamos dizendo: “Conduze-me, Senhor, à Tua Morada”.
Ele honra a nossa escolha.
Ao longo desses anos, tenho me sentido à vontade quando oro
com as pessoas e incentivo-as a se abrirem e se entregarem ao
Espírito Santo. Há alguns princípios nesta área que, acredito, poderão
ser úteis: 1. Muitos católicos têm medo da experiência religiosa
exterior, classificando-a imediatamente de “emocionalismo”. Alguns
observadores têm dito que precisamos de emoção na fé para dar
equilíbrio à dimensão intelectual. Sto. Agostinho diz: “A fé em busca
do entendimento”. Precisamos abrir nossos corações ao amor e ao
poder de Deus.
2. A maior parte das pessoas não consegue soltar o corpo para trás
porque se sente desprotegida do ponto de vista humano. Quando nos
perguntam sobre o repouso e peço-lhes que caiam para trás sem
proteção, nenhuma delas é capaz de fazê-lo. No entanto, sob o poder
do Espírito Santo, elas conseguem fazer o que, normalmente, seria
impossível.
3. Muitas pessoas que ficam sob o poder do Espírito são pessoas
cultas, cujo último desejo seria deitar-se no chão. No entanto, mesmo
pessoas muito elegantes e distintas parecem perder esta preocupação
quando repousam no Espírito.
4. Busco o processo de discernimento comunitário. Somos
orientados em 1Jo 4,1 para “examinar os espíritos”. A comunidade, os
ministros de oração e as pessoas que recebem oração geralmente têm
uma percepção muito boa da presença ou ausência do Senhor durante
a oração. Frequentemente, a comunidade sentirá a presença do
Espírito Santo durante o processo de repouso.
5. Muitos sacerdotes que se dedicam totalmente ao ministério de
cura estão de acordo com os bons frutos produzidos pelo repouso no
Espírito. Os bispos que estiveram presentes durante essas orações e
que também repousaram dão apoio a esse fenômeno do ministério de
cura.
6. Nosso Deus é um Deus de surpresas. Precisamos estar abertos
às maneiras através das quais o Espírito parece estar conduzindo o
Seu Corpo. Quanto mais espessa a escuridão, mais brilhante a luz.
Com a agressão ousada do demônio à nossa cultura, precisamos estar
mais entregues à liderança do Senhor. Ele nos diz: “Brilhe do mesmo
modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas
obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5,16).
7 .Devemos acreditar na honestidade e integridade básicas das
pessoas até prova em contrário. Alguns diriam que nem todos os que
caem estão repousando no Espírito. Isto, talvez, seja verdade, mas eu
presumiria que a grande maioria está sob o poder do Espírito. Por
isso, fico à vontade quando uso essa terminologia.
8. A maior parte dos fenômenos está sujeita a uso e abuso. Já
conheci pessoas que jejuaram tanto que chegaram a prejudicar a
saúde. Algumas vezes, encontramos pais que vão à missa diariamente
esquecendo-se das necessidades da família. Contudo, preferimos
focalizar o uso e não o abuso.
9. A ordem e o decoro devem ser sempre preservados. Acredito
que do ponto de vista pastoral, devemos averiguar e impedir qualquer
abuso, tal como permitir o repouso no Espírito durante a Comunhão,
no meio da missa dominical, ou em um lugar público. Sem dúvida,
isto constitui abuso e deve ser corrigido pastoralmente. NENHUM
MAL TEMEREI, POIS ESTAS JUNTO A MIM
Jerusalém. ..as montanhas a envolvem, e o Senhor envolve o seu
povo, desde agora e para sempre (Sl 125,2). Nem todo mundo é
bastante livre interiormente para se entregar à experiência do repouso
no Espírito. Francis MacNutt faz uma reflexão sobre esta falta de
liberdade:
“Há uma sorte de pessoas que bloqueiam esta experiência
principalmente aquelas que na vida tiveram de aprender a controlar
em demasia suas emoções. Há pessoas que têm verdadeiro pavor de
se deixar levar. Não é tanto um problema espiritual; é antes
emocional; têm medo de tudo o que não conseguem controlar pela
razão. Algumas pessoas... perderam a capacidade de responder à vida
com espontaneidade”.
Frequentemente os intelectuais terão mais dificuldade em repousar
no Espírito. Mas este não foi o caso com o meu antigo professor de
Sagrada Escritura no seminário. Ele é licenciado em Sagrada
Escritura pelo Instituto Bíblico de Jerusalém e doutorado em
psicologia. A primeira vez em que recebeu uma oração,
instantaneamente caiu sob o poder do Espírito, com uma grande
abertura. Ele é muito culto e, contudo, tem uma grande receptividade.
Mas, isto não é comum.
Em geral, acredito que o tipo de pessoa que repousa com maior
prontidão é aquele que é livre, aberto, corajoso e dócil. Em geral, são
pessoas com uma certa dose de simplicidade. Os tipos mais
intelectuais, reservados e conservadores tendem a demonstrar maior
resistência ao repouso no Espírito. Portanto, parece haver
necessidade de abertura psicológica, bem como de abertura
espiritual.
RESUMO DE ALGUMAS PREOCUPAÇÕES PASTORAIS
Eminente personalidade afirmou que não há problemas teológicos
com o repouso no Espírito, mas há inúmeros problemas pastorais. Eu
concordo e apresento alguns aspectos básicos: Onde usá-lo:
precisamos ser cautelosos a respeito do local onde ocorrerá o
repouso. Eu mesmo não usaria o repouso, por exemplo, em uma
missão paroquial, ou em uma reunião de oração de uma igreja não
carismática. O ideal, acredito, seria que fosse usado em particular ou
em situações de aconselhamento. Pode ser usado também para
orações carismáticas de cura.
Necessidade de ensinamento: isso é extremamente importante.
Quando estou me preparando para ungir e orar, e sempre ávido que
algumas pessoas talvez caiam no chão. Explico que o repouso é uma
experiência comum e que, portanto, não precisam chamar uma
ambulância nem mandar buscar o médico. Sei de pessoas que
fizeram orações para grandes multidões, sem ao menos mencionar o
que poderia acontecer. As pessoas caíam sob o poder do Espírito e
com isso, os que estavam observando, ficavam chocados e
amedrontados e abandonavam a reunião. Em nossa sociedade,
quando vemos uma pessoa cair, pensamos que está se sentindo mal
ou tendo um ataque cardíaco. Precisamos prevenir a todos sobre o
que pode acontecer, e dar-lhes uma noção do que devem esperar,
tanto exterior como interiormente, tal como o médico ou o dentista
que geralmente informam o paciente sobre todo procedimento que
levarão a cabo com ele.
Às vezes, precisamos ajudar as pessoas a abrirem espaço em suas
mentes, para que o repouso no Espírito aconteça. Isto permite que
elas ajam da maneira que o Espírito Santo inspirar.
Algumas pessoas que não repousam no Espírito se sentem
desprezadas ou sentem que Deus não as ama. É preciso que se lhes
assegure que Deus as ama. Talvez necessitem de mais ensinamento e
oração, até que se tornem psicologicamente mais abertas à
experiência. É preciso tranquilizar as pessoas de que a falta do
repouso no Espírito não significa que não estão perto de Deus. Do
mesmo modo, devemos dizer que o repouso não é sinal de santidade.
Suponho que Madre Teresa de Calcutá nunca tenha feito o repouso
no Espírito, ao passo que conheço algumas pessoas desprezíveis que
já repousaram.
O repouso pode ser controlado: o ato de cair geralmente está sob o
controle da pessoa que repousa. Se uma cerimônia carismática estiver
sendo realizada em um local que não se preste ao repouso no
Espírito, ou em uma situação inadequada, é preciso orientar os
participantes a fecharem seus espíritos à experiência e pedir-lhes que
não entrem em repouso. Na maioria dos casos, pode-se observar que
se assim procedem, o repouso não acontecerá. Pedi a cerca de 700
pessoas em uma pequena igreja de Brisbane, Austrália, que evitassem
o repouso, fechando seus espíritos à experiência, porque as
circunstâncias não eram adequadas, e elas assim procederam.
Experiências negativas: segundo minha experiência eu diria que
atitudes negativas não são frequentes durante o repouso. Aqueles que
se preocupam com a ocorrência de acontecimentos negativos
geralmente têm uma experiência inadequada ou não compreenderam
o que são as forças negativas das quais as pessoas estão sendo
libertadas. Algumas vezes, nesses casos, lembranças dolorosas ou
espíritos do mal estão sendo substituídos pela presença de Jesus e
aquilo que pode parecer negativo é, na verdade, positivo.
Frequentemente, os maus espíritos são trazidos por profundas
mágoas emocionais, ou estão relacionados com elas e, portanto,
poderá haver uma forte liberação de emoções durante o processo de
cura. Francis MaçNutt diz: “ nada que não seja simples e tranquilo
não é a ação direta do Espírito, mas sim a 'reação' da natureza
humana ferida, ou as forças do mal”.
Quando uma pessoa, durante o repouso, parece se mexer ou está
agitada de algum modo, o dirigente maduro e experiente (com algum
conhecimento da batalha espiritual que está sendo travada e sobre a
oração de cura interior) deve orar pela pessoa imediatamente.
Considerações sobre o espaço: em um grupo deve haver amplo
espaço para que as pessoas repousem no chão. Recepcionistas: é
preciso certificar-se de que os recepcionistas sejam bons e bem
treinados para que tudo seja mantido em ordem, em uma atmosfera
de tranquilidade e reverência.
Servos: d eve haver servos treinados para ficar atrás das pessoas
que estão recebendo oração para que sejam amparadas em sua queda.
Verificar sempre se há um servo disponível antes de começar a
oração por uma pessoa. Os servos também devem estar atentos para
ajudá-las a se levantarem quando estiverem prontas. Música: acredito
no valor de se ter uma boa equipe de músicos tocando músicas
carismáticas durante o tempo em que as pessoas repousam no
Espírito. Isto ajuda a focalizar a atenção em Jesus, leva a um louvor
profundo, que por sua vez propicia uma entrega maior.
Testemunho após o repouso: após o repouso é aconselhável ouvir
os testemunhos das pessoas que o experimentaram de modo que o
que foi ensinado possa agora ser apreciado e confirmado pela
experiência. Há três perguntas que podem ajudar a apresentação
individual:
1. Foi uma experiência válida?
2. Veio ao encontro de alguma necessidade?
3. Houve uma profunda experiência de Deus?
Só quem experimentou o repouso poderá dizer se ele realmente
aconteceu. Muitas vezes, será surpreendente a profundidade da
experiência de algumas pessoas. Para mim a profundidade de sa-
tisfação que acompanha a experiência é uma indicação de sua
autenticidade. Isto leva à necessidade de partilha.
Material informativo: deve haver folhetos ou outros recursos,
incluindo listas dos grupos locais de oração, bem como sugestões de
leituras para crescimento.
Acompanhamento: acredito que deve haver pessoas amadurecidas
e treinadas para fazer o acompanhamento. As pessoas com
experiências negativas devem ser assistidas continuamente com
aconselhamento e oração. O despertar de emoções profundas, sem
que haja um acompanhamento, é matéria de grande preocupação
pastoral.
Como lidar com abusos: todos temos consciência de que para tudo
pode haver uso e abuso. Os dons podem gerar abusos, e por isso
necessitam de orientação e discernimento de mestres e pastores. O
repouso no Espírito pode ser usado para o bem, mas pode provocar
abusos. Por exemplo: o fato de alguém apresentar-se a três pessoas
diferentes para a oração pode ser considerado um abuso. Focalizar a
atenção naquele que ministra o dom e não em Jesus pode ser um
abuso. A fixação excessiva na experiência exterior em prejuízo da
experiência interior pode ser um abuso. (Isso indica uma falta de
entendimento sobre a essência do repouso e, portanto, é um sinal da
necessidade de ensinamento). Ministros de oração que estejam em
uma aventura egocêntrica de levarem as pessoas ao repouso no
Espírito por sua própria capacidade, podem estar abusando deste
dom. Penso que é responsabilidade daqueles que estão no ministério
de ensinamento estabelecer orientações e recomendações para que
todos os abusos sejam corrigidos.

“ANTES, DURANTE E DEPOIS...”


Preparando-se para o repouso
Como já mencionei em Ministério de cura para leigos, “eu
sugeriria a algumas pessoas que talvez nunca tenham repousado no
Espírito e desejam crescer no amor do Senhor, que peçam a Ele para
lhes proporcionar esse repouso... As pessoas dizem 'eu quero', mas se
o desejarem apenas mentalmente e não de coração, em geral não
receberão. Se vocês se abrirem, a porta se abrirá de dentro para fora.
Digam ao Senhor: 'Eu quero receber tudo o que tens para mim,
Senhor. Quero receber tudo o que possa fazer de mim uma pessoa
melhor, mais capaz de amar-Te, de servir-Te mais, a Ti e aos outros”.
Irmã Frances Clare faz as seguintes recomendações:
Antes da experiência: “não faça com que as coisas aconteçam e
não impeça que o poder de Deus venha até você, devido ao seu medo
de onde irá cair, ou qual será a sua aparência e o que os outros irão
pensar. Liberte-se de qualquer desses medos. Relaxe no amor de
Deus e louve-O pelo seu amor por você. Livre-se de todo o
sentimento de culpa de não ser digno. Esta experiência não depende
de seu merecimento; é para aqueles que necessitam de libertação,
cura interior e de plenitude interior.
Durante a experiência: relaxe no amor de Deus. Entregue-se ao
Seu amor. Acredite, com toda a fé, que algo está acontecendo dentro
de si, ainda que emocionalmente não sinta nada. Permaneça em
posição de relaxamento pelo tempo que desejar .
Após a experiência: quando voltar ao nível normal de consciência,
não permita qualquer pensamento de auto-condenação, auto-análise,
preocupação com o que os outros vão pensar ou decepção por não ter
sentido nada. O fato de permanecer em repouso por cinco minutos ou
cinco horas não é sinal de um número maior de pecados ou de maior
santidade. As palavras de amor e louvor ao Pai, ao Filho e ao Espírito
Santo, vindas de um coração sincero, mantêm a cura fluindo
continuamente no coração. Mantenha-se disposto a viver de acordo
com a vontade de Deus todos os dias. Esta experiência do repouso no
Espírito é só o começo. O Senhor continuará Sua tarefa nas próximas
horas, semanas, meses e talvez até mesmo nos anos vindouros. É, de
fato, uma grande alegria saber que Ele deseja amar-nos e permitir
que Seu Precioso Sangue nos purifique deste modo. É Jesus que cura
e Seu Santo Espírito realiza a cura porque o Pai assim o deseja, neste
momento especial de sua vida”.
Recomendamos o livro: O REPOUSO NO ESPÍRITO, de Roberto
DeGrandis S.S.J., Edições Loyola, onde fomos colher os extratos
deste relato. É uma obra exaustiva sobre este assunto amplamente
pesquisado em nossos dias. Na obra, além de vários testemunhos, o
autor descreve as áreas de interesse em pesquisa com médicos e
psicólogos.
Data Publicação: 22/04/2008

S-ar putea să vă placă și