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Verdade (continuação)
I. Objetividade é termo que nunca ficou bem explicado, em parte por culpa dos
próprios jornalistas: estes não conseguem definir bem a profissão. O que a
sociedade realmente espera do jornalista é que busque a verdade e não a
objetividade.
V. Sem todas as atividades funcionam com regras, por que estabelecer metas
menos ambiciosas para os jornalistas?
VII. O certo é apurar corretamente os fatos e dar-lhes sentido. Seguir os dois testes
da filosofia: buscar não só a correspondência, mas também a coerência.
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VIII. Ainda no capítulo da verdade, existe o problema da existência ou não do bom
senso. Matérias de elogios à polícia por prefeitos, em solenidades (almoços
políticos) públicas, são bobagens.
IX. Dito isso, exatidão é importante. É a fundação sobre a qual tudo o mais se
sustenta: contexto, interpretação, debate e comunicação pública. Se a fundação é
frágil, tudo o mais balança.
XI. O repórter sozinho não tem como se mexer muito além de um nível superficial
de exatidão numa primeira matéria. Essa leva a uma segunda, na qual as fontes
já responderam aos erros e omissões contidos na primeira. E assim por diante.
XII. O contexto vai sendo acrescentado em cada matéria nova e também pelas
reações públicas e privadas. O jornalismo acaba captando a verdade, por
meio de um processo que pode ser longo e complicado. Para isso, o processo
vai eliminado aos poucos os dados errados, desinformação e informação
promocional.
XVI. Para combater isso, seria importante dar contexto e interpretação às notícias. Tal
procedimento daria chances ao leitor de selecionar a informação melhor.
XVII. Mas é erro passar ao estágio interpretativo sem antes apurar o que de fato
aconteceu.
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XVIII. Também é importante que, no lugar do contexto e interpretação, a imprensa
deve se concentrar na síntese e na verificação: que se tire fora o rumor, a
insinuação, o insignificante e o engraçadinho.
XX. A imprensa deve responder, então, à pergunta: Onde está o bom material?