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SÃO BENTO
“Tradição em formar Profissionais com Qualidade”
FÍSICA APLICADA À
RADIOLOGIA
Histórico.........................................................................................................01
Tubo de Raios-X............................................................................................04
Estrutura da matéria.......................................................................................10
Radiação característica..................................................................................16
Efeito fotoelétrico.........................................................................................19
Efeito Compton.............................................................................................19
Distorção.......................................................................................................22
Efeito Anódico..............................................................................................24
Histórico
Wilhelm Conrad Röntgen (em Inglês: "William Conrad Roentgen") (27 de março de 1845 -
10 de fevereiro de 1923) foi um físico alemão, da Universidade de Würzburg, que, em 8 de
novembro de 1895, produziu e detectou a radiação eletromagnética, conhecida hoje como
raios-x ou raios Röntgen. Röntgen nome é normalmente dado como "Roentgen" (uma forma
alternativa em alemão) em Inglês, portanto, mais referências científicas e médicas que lhe são
encontrados sob esta ortografia.
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Fig.03 - Primeira radiografia de Roentgen
Descoberta de Raios-X
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A fluorescência não era causada pelos raios catódicos, pois estes não atravessam o
vidro do tubo. Roentgen observou a seguir que o agente causador da fluorescência se
originava na parede do tubo de Crookes, no ponto onde os raios catódicos encontravam essa
parede. Não sabendo do que se tratava, Roentgen chamou raios-X.
Tubos de raios X
1º - Tubos a gás
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Possuem gás à pressão
ão de mais ou menos 0, 001 mm Hg. O tubo é esférico, e além do
cátodo C e do ânodo A, possui um terceiro eletrodo B, chamado alvo, colocado no centro da
esfera. O alvo B está ligado ao anodo A, de maneira que ficam ao mesmo potencial. Este alvo
combinado com
om o ânodo produz um campo elétrico que encurva a trajetória dos elétrons e faz
que a maioria dos elétrons encontre o alvo perpendicularmente. A diferença de potencial entre
o catodo e o anodo nestes tubos é de 30.000 a 50.000 volts.
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2º - Tubo Coolidge
A produção dos raios X é explicada do seguinte modo: os elétrons emitidos pelo cátodo são
fortemente atraídos pelo ânodo, e chegam a este com grande energia cinética. Chocando-se
Chocando
com o anodo, eles perdem a energia cinética, e cedem energia aos elétrons que estão nos
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átomos do ânodo. Estes elétrons são então acelerados. E acelerados, emitem ondas
eletromagnéticas que são os raios X, que são ondas eletromagnéticas de comprimento de onda
muito pequeno.
É um tubo de vidro denominado ampola no qual se faz vácuo e que contém no seu
interior o cátodo e o ânodo. Sua função também é de promover isolamento térmico elétrico
entre as partes. Possui uma janela com espessura menor do que o resto da ampola (janela de
Berílio) e pela qual passa o feixe útil com o mínimo de absorção possível. O tubo é colocado
dentro de uma calota protetora revestida de chumbo, chamado de cabeçote a fim dereduzir a
radiação espalhada.
- (negativo) + (positivo)
Fig.
06 Aspecto interno da Ampola de Raios-X
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A Natureza da Radiação Ionizante
Com a descoberta dos Raios X pelo físico W. C. Roentgen em 1895, imediatamente inciaram-
se os estudos sobre as emissões de partículas, provenientes de corpos radioativos, observando
suas propriedades e interpretando os resultados. Nesta época, destacaram-se dois cientistas,
Pierre e Marie Curie, pela descoberta do polônio e o radium e ainda deve-se a eles a
denominação “Radioatividade” (propriedade de emissão de radiações por diversas
substâncias). No começo do século XX, 1903, Rutherford, após profundos estudos formulou
hipóteses sobre as emissões radioativas, pois convém frisar, que naquela época ainda não se
conhecia o átomo e os núcleos atômicos e coube a este cientista a formulação do primeiro
modelo atômico criado e que até hoje permanecem suas características. O nome “Radiação
Ionizante” se originou da propriedade de que certa forma de energia radiante possui de
atravessar materiais opacos à luz visível possuírem um comprimento de onda extremamente
curto, o que lhes dá a capacidade de atravessarem materiais que absorvem ou refletem a luz
visível. Por serem de natureza semelhante à luz, os Raios X possuem uma série de
propriedades em comum com a luz entre as quais podemos citar: possuem mesma velocidade
de propagação (300.000 km/s), deslocam-se em linha reta, não são afetadas por campos
elétricos ou magnéticos, possuem a propriedade de impressionar emulsões fotográficas.
Características
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As mais relevantes propriedades da radiação ionizante são:
Está provado que existe uma dose de raios X máxima que cada pessoa pode receber.
Qualquer pessoa pode ser submetida a doses compreendidas nesse limite máximo.
Estrutura da Matéria
Isto levou ao desenvolvimento do modelo atômico que é aceito até hoje. O núcleo
contém carga positiva do átomo e ao redor do núcleo, giram um número de elétrons.
Formação da radiação X
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O filamento é normalmente feito de Tungstênio (com pequeno acréscimo de Tório)
Toriado, pois esta liga tem alto ponto de fusão e não vaporiza facilmente (a vaporização do
filamento provoca o enegrecimento do interior
do tubo e a conseqüente mudança nas
características elétricas do mesmo). A queima
do filamento é, talvez, a mais provável causa
da falha de um tubo.
O ânodo é o pólo positivo do tubo, serve de suporte para o alvo e atua como elemento
condutor de calor. O ânodo deve ser de um material (tungstênio) de boa condutividade
térmica, alto ponto de fusão (3.400°C) e alto número atômico, de forma a minimizar a
relação de perda de energia dos elétrons por radiação (raios X) e a perda de energia por
aquecimento. Existem dois tipos de ânodo: fixo e giratório.
Os tubos de ânodo fixo são usualmente utilizados em máquinas de baixa corrente, tais
como: raios-X odontológico, raios- X portátil, máquinas de radioterapia, etc.
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impacto seria aproximadamente: 754 mm2; nestas condições, o tubo giratório teria cerca de
200 vezes mais área do que o tubo fixo.
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Radiação Bremsstrahlung
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Existem situações (raras) em que alguns elétrons muito energéticos se chocam
diretamente com os núcleos, convertendo toda a sua energia cinética em um fóton de alta
energia e freqüência (a rigor, esta seria outra forma de geração de radiação, onde a energia
do fóton gerado é igual à energia do elétron incidente, o que se configura como um fóton
de máxima energia).
A radiação de Freamento, ou
Bremsstrahlung, se caracteriza por ter
uma distribuição de energia relativa aos
fótons gerados bastante amplos, como
mostra a figura a seguir.
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para o paciente irradiado, pois estes fótons de baixa energia interagem com os tecidos
vivos, sem contribuir para a formação da imagem radiográfica.
O espectro, distribuição das energias dos fótons gerados por uma radiação de
Freamento, é mostrado na figura a seguir, onde se pode observar que a radiação não é
monoenergética, mas sim polienergética, pois temos fótons de diferentes energias, em
quantidades diferentes.
Radiação característica
Pelo visto anteriormente, alguns fótons interagem diretamente com os núcleos, convertendo
toda sua energia em radiação,
sem modificar o átomo alvo,
ou seja, sem ionizá-lo.
Existem situações, no
entanto, em que elétron pode
interagir com um átomo
quebrando sua neutralidade
(ionizando-o), ao retirar dele
elétrons pertencentes à sua
camada mais interna (K). Ao
retirar o elétron da camada K, começa o processo de preenchimento dessa lacuna (busca de
equilíbrio), por elétrons de camada superiores. Dependendo de camada que vem o elétron
que ocupa a lacuna da camada K, teremos níveis de radiação diferenciados.
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camada M, a energia gerada é da ordem de 67 keV; se o elétron ocupante vem da camada
N, teremos uma radiação da ordem de 69 keV.
Na faixa de energias que inclui os raios X e gama, há várias interações possíveis com
o átomo ou com elétrons atômicos ou ainda com o núcleo, mas há também a possibilidade de
não-interação, ou seja, a interação da radiação eletromagnética pode atravessar distâncias
consideráveis em um meio material sem modificá-lo e sem se modificar. As probabilidades de
interação (e de não-interação) dependem de características do meio e da radiação. A radiação
eletromagnética ionizante é tratada, em boa parte dos casos, como um conjunto de partículas –
os fótons. A cada energia de fóton hv corresponde um momento associado hv / c, e, dessa
forma, podem ocorrer ‘colisões’ em que o fóton transfere energia e momento para outras
partículas.
• efeito fotoelétrico: o fóton é absorvido pelo átomo e um elétron atômico é liberado para se
mover no material. A energia cinética adquirida por esse elétron é a diferença entre a energia
do fóton e a energia de ligação do elétron ao átomo;
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Na obtenção da imagem por raios-X dois tipos de interação entre a radiação e a
matéria são importantes: o efeito fotoelétrico e o efeito Compton. Aqui, diferente da produção
de raios-X, é o fóton que vai interagir com o átomo do organismo que se quer estudar (ou
melhor, produzir uma imagem).
O efeito fotoelétrico
O efeito Compton
Neste caso o fóton aproxima-se do átomo, choca-se com um elétron orbitário pode ou
não arrancá-lo da camada orbitária, dependendo da energia envolvida, mas o que é
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fundamental: não cede toda a sua energia e neste caso o fóton dos raios-x é desviado de sua
trajetória. Nesta nova trajetória ele pode interagir com outros átomos e sofrer de novo desvio
de sua trajetória. No final, a trajetória deste fóton não é retilínea. Como a obtenção das
imagens de raios-X depende da diferença de densidade entre as diversas estruturas, e do
arranjo linear entre a fonte e o local de detecção (como a sombra de uma lâmpada), uma
trajetória não retilínea resulta em um prejuízo na interpretação das diferenças de densidade e
borramento do contorno (imagine que mais que uma lâmpada ilumine um objeto, de forma a
produzir mais que um limite da sua sombra).
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Detalhe na Imagem
O detalhe pode ser definido como a nitidez de estruturas na radiografia. Essa nitidez
dos detalhes da imagem é demonstrada pela clareza de linhas estruturais finas e pelas bordas
de tecidos ou estruturas visíveis na imagem radiográfica. A ausência de detalhes
detal é conhecida
como borramento ou ausência de nitidez.
Outros fatores que influenciam no detalhe são tamanho do ponto focal, DFoFi
(Distância foco-filme)
filme) e DOF (Distância objeto-filme).
objeto filme). O uso de menor ponto focal resulta em
menor borramento geométrico, ou seja, em uma imagem mais nítida ou melhores detalhes.
Portanto, o pequeno ponto focal selecionado no painel de controle deve ser usado sempre que
possível.
O uso do pequeno ponto focal, a menor DOF possível e uma DFoFi maior, também
melhoram os detalhes registrados ou a definição na radiografia conforme descrito e ilustrado
acima.
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Sumário para controle de detalhes:
Pequeno ponto focal – usar pequeno ponto focal, sempre que possível, para melhorar
os detalhes.
Menor tempo de exposição – usar menor tempo de exposição possível para controle
voluntário e movimento involuntário.
Velocidade filme/écran – Usar velocidade filme-écran mais rápida para controlar os
movimentos voluntários e involuntários.
DFoFi – usar maior DFoFi para melhorar os detalhes.
DOF – usar menor DOF para melhorar os detalhes.
Distorção
O quarto fator de qualidade da imagem é a distorção, que pode ser definida como a
representação errada do tamanho ou do formato do objeto projetado em meio de registro
radiográfico. A ampliação algumas vezes é relacionada como um fator separado, mas, como é
uma distorção do tamanho, pode ser incluída com a distorção do formato. Portanto, a
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distorção, seja de formato ou de tamanho, é uma representação errada do objeto verdadeiro e,
como tal, é indesejável.
Entretanto, nenhuma radiografia é uma imagem exata da parte do corpo que esta sendo
se
radiografada. Isso é impossível porque há sempre alguma ampliação e/ou distorção devido a
DFoFi e à divergência do feixe de raios X. Portanto, a distorção deve ser minimizada e
controlada.
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Efeito Anódico
O tamanho do feixe de raios X é limitado por colimadores ajustáveis, que absorvem os raios
X periféricos dos lados, controlando, assim, o tamanho do campo de colimação. Quanto maior
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o campo de colimação e menor o DFoFi, maior o ângulo de divergência nas margens
externas. Isso aumenta o potencial de distorção nestas margens externas.
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Referências Bibliográficas
Curry TS, Dowtey JI, Murry RC. Christensen`s Physics of Diagnostic radiology. 4a edição. Filadélfia:
Lea &Febiger 1990.
Friedman M, Friedland GW. As Dez Maiores Descobertas da Medicina. São Paulo: Companhia das
Letras 2000: 170-194.
Paul LW, Juhl JH. Interpretação Radiológica 6a edição. Rio de Janeiro: Editora Guanabara 1996.
Agradecimentos
Agradecemos a toda equipe do Colégio Técnico São Bento e em especial ao Professor Marciel
Pereira Oliveira que participou da revisão desta apostila.
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