Documente Academic
Documente Profesional
Documente Cultură
ARTIGO ARTICLE
contemporânea para a medicina
Abstract This paper discusses critically the Resumo O artigo parte de alguns dilemas clí-
hegemonic epistemology as applied to scien- nicos vividos pelos profissionais e doentes, tais
tific medicine and its connections to some of como dificuldades de enquadramento diagnós-
the clinical dilemmas experienced by profes- tico e relacionamento médico-paciente, para
sionals and sick people, such as the difficulties relacionar aspectos desses dilemas com a epis-
in diagnostic fit and the doctor-patient rela- temologia hegemônica aplicada na biomedi-
tionship, fragmentation of diseases due to med- cina, a qual é caracterizada por um paradig-
ical specialization, growing iatrogenesis, etc. ma biomecânico, positivista e representacio-
It also makes the connection between this epis- nista, centrado nas entidades doenças da no-
temology and the lack of a better and more sografia biomédica. Estabelece conexão entre
harmonious relationship between scientific esta epistemologia e a ausência atual de um
medicine and other forms of knowledge and maior e mais harmonioso entrosamento da
practices in health. This hegemonic epistemol- biociência com outros saberes/práticas de saú-
ogy is characterized by a bio-mechanical, rep- de não-científicos. Como contribuição à bus-
resentational, positivist paradigm, based in ca de resolução dos problemas discutidos, são
diseases from the scientific lexicon. The arti- introduzidas algumas idéias epistemológicas
cle then introduces a new epistemological view- provindas da convergência teórica de autores
point with ideas from the theoretical conver- da epistemologia contemporânea das ciências
gence of contemporary authors from the nat- naturais que se constituem em viga mestra de
ural sciences who form the front line in an in- uma inovadora vertente epistemológica ainda
novative epistemological current still under em formação, aqui chamada “co-construtivis-
formation called “co-constructional.” Finally, ta”. Por fim, são esboçados alguns desdobra-
the text outlines some of the possible develop- mentos da aplicação deste “co-construtivismo”
1 Departamento
de Medicina Preventiva
ments in the application of this “co-construc- na saúde, indicando possíveis contribuições e
e Social, Faculdade de tion” in health, indicating contributions and desafios propostos por essa perspectiva episte-
Ciências Médicas, challenges proposes by this new epistemologi- mológica para a área da saúde e para a pes-
Universidade de Campinas.
Cidade Universitária
cal perspective for the are of health and scien- quisa biomédica.
Zeferino Vaz, 13081-970, tific research. Palavras-chave Epistemologia, Metodologia,
Campinas SP. Key words Epistemology, Metodology, Alter- Medicina alternativa, Medicina social, Medi-
charlestesser@uol.com.br
2 Instituto de Medicina native medicine, Social medicine, Preventive cina preventiva
Social da Universidade medicine
Estadual do Rio de Janeiro.
364
Tesser, C. D., & Madel, T. L.
são manifestações de lesões, que devem ser busca- e da própria fisiologia já foi iniciado na litera-
das no âmago do organismo e corrigidas por al- tura, ainda que recentemente, (por exemplo,
gum tipo de intervenção concreta. Não sendo ex- Sacks, 1997a; e b; Dossey, 1998; Benson & Stark,
plicitadas, tais proposições não podem ser con- 1998; Castiel, 1994; Costa, 1994), mas pouco ou
frontadas nem discutidas, impregnando cada quase nada interferiu nas direções do desenvol-
palmo da atividade médica. vimento teórico da medicina em geral e nas rea-
Assim, na lógica hegemônica da biociência, lidades da prática de atenção à saúde biomédi-
a realidade supostamente objetiva da doença se ca. A chamada teoria molecular da causação das
manifestaria através dos “dados objetivos” ob- doenças, se já apresentou grandes resultados e
tidos de maneira sistemática, seja das pesquisas ainda promete muitos, parece que pouco satis-
científicas, seja de cada doente. Das primeiras faz a necessidade de abordagem de doenças e
obter-se-ia a real definição, classificação e meca- agravos que resistem à objetivação material de
nismos de ação das doenças, com respectivos cor- mecanismos de causação que possam ser com-
retivos mecânicos e químicos – no que consiste o batidos físico-quimicamente de forma eficaz
saber médico diagnóstico e terapêutico. De cada como “causas” ou mesmo como mecanismos fi-
doente só se teria que resolver o enigma de desco- siopatogênicos (Castiel, 1994; Sabroza, 1994).
brir qual a entidade doença que nele se apresenta Conforme discutimos em outro momento
e eliminá-la (Tesser, 1999). (Tesser, 1999), pode-se dizer que a vigência ple-
Esta ontologização das doenças, no entanto, na de um paradigma biomecânico (que chama-
mostra-se ilusória. Porém, o caráter construti- mos de positivismo mecanicista) na pesquisa e
vo das mesmas não é fácil de ser percebido. As na atenção à saúde biomédicas reforça ceguei-
disciplinas que definem as doenças operacio- ras e dilemas importantes nessas dificuldades
nalmente são, em essência, a clínica e a epide- de “intercâmbio cultural” e de significação dos
miologia (Camargo Jr, 1993). A articulação teó- adoecimentos e tratamentos envolvidas no que
rico-metodológica que envolve, por um lado, a chamamos de crise de harmonia na atenção à
clínica e suas disciplinas auxiliares (anatomia, saúde, seja entre médicos e doentes, seja entre
fisiologia etc.) e, por outro lado, a epidemiolo- médicos e demais curadores não-científicos.
gia, é complexa. Ela ocorre de tal modo que as Na acepção de Kuhn (1986, 1989), toda ma-
primeiras (o primeiro lado) usufruem da legi- triz disciplinar ou paradigma, orientador de
timação e usam os resultados fornecidos pela uma “fase normal” do desenvolvimento de uma
segunda como dados da realidade e vice-versa disciplina científica, é pouco ou nada questio-
(Mendes Gonçalves, 1994; Almeida Fº, 1992; nada internamente pelos seus praticantes. Isso
1994). Isso, juntamente com a tradição disci- aplicado à biomedicina de hoje, que pode ser
plinar e o estilo de pensamento próprios de ca- considerada, em parte, um campo científico
da área, gera um apoio tautológico operacional em desenvolvimento “normal”, resulta em que
que obscurece o processo de construção das en- certas categorias e conceitos recebem muito
tidades doenças. Tal apoio mútuo cumpre o pa- empenhamento, ontologizando-se e monopoli-
pel de criar a ilusão da preexistência das doen- zando a atenção.
ças da nosografia biomédica, tanto para os mé- As entidades doenças são os construtos teó-
dicos como para os doentes. Isso é um exemplo rico-operacionais em torno dos quais gira toda
do processo de transformação de conexões cog- a abordagem da biomedicina. Devido ao exces-
nitivas ativas (pressuposições, teorias, concei- so de importância metodológica que converge
tos, saberes aceitos etc.) em passivas (resulta- para elas, as doenças tornaram-se, para efeitos
dos obtidos da realidade) e vice-versa; trans- práticos, ontologizadas, ou seja, são tão pro-
formação esta ininterrupta e típica da ativida- fundamente defendidas que adquirem um em-
de cognitiva em geral e também científica, con- penhamento metafísico e passam a dominar to-
forme descrito por Fleck (1986). Outrossim, do o proceder investigativo (metodológico),
um dos principais resultados sociocognitivos teórico e terapêutico biomédico, tornando-se
da construção das verdades e fatos científicos partes da realidade. Os biomédicos, por isso,
em geral é o completo apagamento do árduo, estão sempre referenciados nelas na sua ativi-
polêmico e tortuoso caminho dessa constru- dade de cura ou de investigação e têm seu olhar
ção, até que tais verdades pareçam pura evi- restringido e dirigido por elas e pelos saberes
dência (Latour, 1997; 2000). instituídos a seu respeito: evolução, mecanis-
Por outro lado, o questionamento dos mo- mos fisiopatogênicos, terapêutica, prognóstico
delos biomecânicos de explicação das doenças etc. Outros padrões, formas e possibilidades de
367
melhor. Em termos muito gerais, ela diferen- de Kuhn (1986), programas de pesquisa cientí-
cia-se dos construtivistas radicais, que defen- fica de Lakatos (1979), tradições de Feyerabend
dem que a realidade física e social é uma cons- (1991) e estilos de pensamento e coletivos de
trução sociolingüística, e dos realistas, os quais pensamento de Fleck (1986) – podemos pro-
pensam que a realidade pode ser “objetivamen- por que não é possível no conhecimento repre-
te descrita” pela ciência, ainda que esta descri- sentacional (ou sob a forma de pensamento)
ção seja imperfeita e sempre provisória. Encon- um acesso puro a algo que seria uma realidade
tramos essa tendência entre alguns autores objetiva. Sempre há esse intermediário seletivo
considerados pós-positivistas. Como na bio- e ao mesmo tempo gerador, base de todo mo-
ciência a tendência realista impera quase abso- vimento cognitivo, que é a cultura, os interes-
luta, daremos ênfase à possibilidade da leitura ses, os valores, as tradições, os paradigmas, os
construtivista desses autores, para tornar mais estilos de pensamento, o treinamento e a apren-
clara nossa proposta co-construtivista. dizagem que todas as pessoas carregam, que
Segundo os co-construtivistas, a realidade possibilitam o conhecimento desse tipo e do
vivida é formada pela interação do ser vivo, no qual só podem muito parcial e precariamente
nosso caso, do homem, com o mundo e já não se despir. Por mais honesta e esforçada que seja
se pode mais requisitar a fidelidade a dados in- essa busca de um puro conhecimento objetivo,
dependentes como único fundamento do sa- ela está fadada a um insucesso, restrita à cultu-
ber. Para eles, as realidades são acessíveis aos ra, a certos valores, objetivos e pressupostos fi-
homens e aos cientistas através de ativa co- losóficos e metafísicos.
construção perceptiva (cognitiva) dos que as Como propôs Benjamin Lee Whorf (1971),
estudam, norteada, direcionada e limitada pela ainda supondo o máximo de despojamento e
estrutura biológica do homem, pelo modo co- descolamento cultural, a própria linguagem (fa-
mo os cientistas pensam e agem, pelos seus lada) contém nas suas regras e estruturas uma
pressupostos cosmológicos, culturais e políti- modelagem do mundo, um certo pressuposto
cos, pelos métodos usados, pelos objetivos as- de como o mundo é, de tal forma que o inves-
pirados, pelo estilo de pensamento presente (cf. tigador estará restrito, desviado e limitado a
Fleck, 1986) etc. descrever ou se comunicar a respeito do mun-
Vários autores contemporâneos, como Kuhn do em termos que o enquadram, deformam, li-
(1986, 1989), Fleck (1986), Lakatos (1979), Fe- mitam e predeterminam.
yerabend (1979, 1982, 1985, 1991), Whorf Dessa forma, por estes autores que têm um
(1971), Varela & Maturana (1984, 1997), Matu- enfoque “externo” ao sujeito cognoscente, vem
rana (1998, 1999, 2001), Varela (1990), Varela que o próprio conhecer é cultural e social e es-
et al. (1991), dentre outros, constituem essa ten- tá já estruturando a realidade.
dência nascente e concordam em pôr fim à ilu- De forma convergente, por outra vertente
são representacionista do positivismo, que é de que analisa a cognição por um viés “interno”
certa forma de toda a filosofia, da epistemolo- ao sujeito cognoscente, Maturana (1998, 1999,
gia e da própria ciência em geral. Também Rorty 2001) e outros autores como Varela (1990) e
(1994) dedica toda uma obra a desmontar esta Varela et al. (1991) chegaram a conclusões se-
imagem da nossa “mente” como um espelho da melhantes. Maturana nos diz que a fisiologia
natureza, em que propõe dispensar a visão do dos seres vivos e do próprio sistema nervoso é
conhecimento como representação do mundo fechada funcionalmente sobre si ao mesmo
real. tempo que continuamente em interação com o
Baseados em trabalhos epistemológicos im- meio externo e que não é possível a geração de
portantes, representados por autores como representações ou linguagem de caráter objeti-
Kuhn, Lakatos, Feyerabend e Fleck, que desen- vo, independente do sujeito que faz a afirma-
volvem um enfoque epistemológico “externo” ção. Esta conclusão radical faz o autor recon-
aos sujeitos cognoscentes, podemos afirmar ceitualizar as noções de linguagem, conheci-
que o conhecimento sob forma de representa- mento, percepção etc., para propor a sua “bio-
ção, mesmo o científico, está enraizado e ligado logia do conhecer”. Nela, mostra que não é sus-
à comunidade humana específica que o pro- tentável, biológica e neurofisiologicamente,
duz, em termos culturais e sociológicos, não qualquer argumento em favor de uma objetivi-
sendo parecido com uma fiel representação da dade; ou seja, em favor de uma referência a al-
natureza ou da realidade. Através dos conceitos go objetivo e independente, transcendente ao
desenvolvidos por esses autores – paradigmas sujeito que afirma, sujeito este que teria algum
369
minhos epistemológicos para estudos e diálo- Como propôs Feyerabend (1991), podería-
gos não etnocêntricos com outras medicinas e mos considerar os saberes e práticas em saúde-
tradições de cura não-científicas, ditas alterna- doença como “tradições” de cura, das quais a
tivas ou complementares. Assim como ficariam biomedicina é mais uma, no momento a mais
facilitados melhores diálogos dos próprios bio- poderosa no Ocidente. Isso permitiria que o
médicos com seus doentes e com a sociedade monopólio ilusório da cura pela Ciência e pela
em geral. Diálogos estes que poderiam propi- corporação médica fosse aos poucos relativiza-
ciar uma interação que resultará, por hipótese, do, os preconceitos se atenuariam e diversas
e como experiências vem demonstrando (de tradições de cura, bem como distintas raciona-
que é exemplo a progressiva constituição do que lidades médicas, com seus valores vitais, cultu-
vem se chamando medicina complementar – rais e humanos, poderiam ser reconhecidos e
cf. Barros, 2002), em benefícios mútuos, parti- explorados nas suas contribuições para a me-
cularmente para os doentes. lhoria da atenção à saúde de forma geral, de
modo a enriquecer as possibilidades terapêuti-
cas para os doentes.
Conclusão: perspectivas para a saúde Além disso, a própria tradição biomédica
poderia se beneficiar do desenvolvimento da
As idéias co-construtivistas esboçadas acima, epistemologia co-construtivista, a qual, aplica-
aplicadas à saúde, ao esclarecerem o inexorável da à medicina, poderia facilitar uma melhor
vínculo do conhecimento com os sujeitos, sua autocompreensão do que fazem e sabem os te-
estrutura biológica, sua cultura, seus valores, rapeutas biomédicos e uma percepção mais
sua comunidade e seu modo de vida, vêm cla- tranqüila dos limites desse saber/prática e de
rear uma zona tensa e nebulosa que é a presen- suas potencialidades. Esse co-construtivismo
ça progressiva de várias medicinas e terapêuti- tenderia a facilitar o diálogo com os doentes e
cas no mundo contemporâneo, assim como a a devolução aos médicos do infindável desafio
ausência de um diálogo significativo entre elas de tratar o melhor possível os adoecimentos
e a biociência. dos seus pacientes, por misteriosos que eles se-
A epistemologia contemporânea co-cons- jam, para além de suas doenças cientificamente
trutivista pode contribuir para a compreensão definidas. E, ao mesmo tempo, contribuiria pa-
dos conflitos entre a medicina científica e as ra a responsável autorização filosófica, meto-
demais racionalidades médicas e terapias, ao dológica e ética para o uso e exploração cuida-
esclarecer que diferenças de estruturas de saber dosos de saberes/práticas em saúde estranhos,
e prática entre elas não se relacionam em geral não-científicos, antigos e recentes, hoje vetados
a hierarquias de veracidade (embora estas pos- aos biomédicos. A esse respeito, por exemplo,
sam existir), mas sim a perspectivas culturais e as idéias de Feyerabend (1979, 1982, 1985, 1991)
de valores distintas, cosmovisões e visões de ser são de grande valia teórica, filosófica e política.
humano diferentes, concepções de saúde e de Ensaiando um desdobramento disso na
doença diversas, bem como lutas políticas in- pesquisa biomédica, toda uma nova metodolo-
tensas, algumas atávicas e outras recentes (Fe- gia de teste terapêutico poderia ser desenvolvi-
yerabend, 1982, 1991). da para melhorar e adaptar os modelos alta-
A nosso ver, abrandando-se o componente mente restritivos, hoje em vigor, na validação
de luta pela verdade e pelo poder social – dos científica de intervenções, até para poder abar-
curandeiros oficiais da sociedade –, o que é fa- car a participação mais ativa dos próprios doen-
cilitado pela nova epistemologia aqui anuncia- tes nos seus tratamentos. Tal metodologia não
da, seria possível o nascimento e desenvolvi- precisaria estar somente atrelada às teorias acei-
mento de uma epistemologia comparada que tas na biociência, mas antes poderia ser plural
poderia dar à luz, num futuro não distante, uma sob o ponto de vista teórico, adaptando-se às
comparação entre sistemas médicos sem adesão distintas concepções, práticas e saberes de ou-
a priori a nenhum deles, pautada nos doentes e tras medicinas, também buscando testar e ou
sua evolução clínica global (ou seja, não cen- comparar tais saberes/práticas. Essa metodolo-
trada nos diagnósticos biomédicos, como ocor- gia poderia ser altamente apegada à evolução
re agora). Nesse sentido, todas as tradições de clínica dos doentes, como âncora empírico-
cura poderiam ser estudadas em seus próprios pragmática, de modo a libertar a terapêutica
termos e assim seria fomentado o seu desenvol- das definições de doenças, tanto da biociência
vimento e a sua ajuda mútua e comparação. como de outras teorias ou interpretações, bem
371
Referências bibliográficas
Almeida EL 1988. Medicina hospitalar – medicina extra-
hospitalar: duas medicinas? Dissertação de mestrado
em saúde coletiva. Instituto de Medicina Social, Uni-
versidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Ja-
neiro, 233pp.
372
Tesser, C. D., & Madel, T. L.
Almeida ELV 1996. As razões da terapêutica. Tese de de São Paulo, São Paulo.
doutorado em saúde coletiva. Instituto de Medicina Latour B & Wollgar 1997. A vida de laboratório: a pro-
Social, Universidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio dução dos fatos científicos. Ed. Relume Dumará, Rio
de Janeiro, 186pp. de Janeiro, 310pp.
Almeida NF 1992 A clínica e a epidemiologia. APCE- Latour B 2000. Ciência em ação: como seguir cientistas e en-
Abrasco, Salvador-Rio de Janeiro. genheiros sociedade afora. Editora da Unesp, São Paulo.
Almeida NF 1994. O problema do objeto de conhecimen- Luz MT 1996. Racionalidades médicas e terapêuticas al-
to na epidemiologia, pp. 203-220. In DC Costa (org.). ternativas. Série Estudos em Saúde Coletiva, 62. Insti-
Epidemiologia: teoria e objeto, 2a ed. Hucitec-Abras- tuto de Medicina Social da Universidade Estadual do
co, São Paulo. Rio de Janeiro, Rio de Janeiro.
Barros NF 1997. Médicos em crise e em opção: uma análise Luz MT 1997. Cultura contemporânea e medicinas alter-
das práticas não-biomédicas em Campinas. Disserta- nativas: novos paradigmas em saúde no fim do sécu-
ção de mestrado em Saúde Coletiva. Departamento lo XX. Physis: Revista de saúde Coletiva. 7(1):13-43.
de medicina Preventiva e Social, Faculdade de Ciên- IMS/UERJ, Rio de janeiro.
cias Médicas, Campinas (DMPS/UNICAMP), 292pp. Luz MT (org.) 1997a. Relatório do 7o Seminário do Proje-
Barros NF 2002. Da medicina biomédica à complementar: to “Racionalidades médicas”. IMS/UERJ, Rio de Ja-
um estudo dos modelos da prática médica. Tese de neiro, 268pp. (mimeo).
doutorado em saúde coletiva, DMPS/UNICAMP, Maturana H & Varela F 1984. El árbol del conocimento: las
Campinas, 386pp. bases biológicas del entendimiento humano. Editorial
Benson H & Stark M 1998. Medicina espiritual: o poder Universitaria, Santiago.
essencial da cura. Ed. Campus, Rio de Janeiro, 334pp. Maturana H & Varela F 1997. De máquinas e seres vivos –
Camargo Jr KR 1993. Racionalidades médicas: a medici- autopoiese: a organização do vivo. Ed. Artes médicas,
na ocidental contemporânea. Série Estudos em Saúde Porto Alegre, 138pp.
Coletiva 65. Instituto de Medicina Social da Univer- Maturana H 1998. Da biologia à psicologia. 3a ed. Artes
sidade Estadual do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro. Médicas, Porto Alegre, 200pp.
Castiel LD 1994 .O buraco e a avestruz: a singularidade do Maturana H 1999. A ontologia da realidade. 1a reim-
adoecer humano. Ed. Papirus, Campinas, 204pp. pressão. Editora da Universidade Federal de Minas
Chibeni SS 2000. A questão da cientificidade da homeopa- Gerais, Belo Horizonte, 347pp.
tia. Campinas, 30pp., (mimeo). Versão corrigida de Maturana H 2001. Cognição, ciência e vida cotidiana. Or-
texto publicado nos anais do II Congresso da Fede- ganização e tradução Cristina Magro, Victor Paredes.
ración de Asociaciones Médicas Homeopáticas Ar- Editora da Universidade Federal de Minas Gerais,
gentinas, 1998, pp. 406-435. Belo Horizonte, 203pp. (Humanitas).
Costa DC (org.) 1994. Epidemiologia: teoria e objeto, 2a Mendes Gonçalves RB 1994 Reflexão sobre a articulação
ed. Ed. Hucitec-Abrasco, São Paulo. entre investigação epidemiológica e a prática médica
Dossey L 1998. Espaço, tempo e medicina. Ed. Cultrix, São a propósito das doenças crônico-degenerativas, pp.
Paulo, 280pp. 38-86. In Epidemiologia: teoria e objeto, 2a ed. Hu-
Feyerabend PK 1979. Consolando o especialista, pp. 244- citec-Abrasco, São Paulo.
284. In Lakatos I & Musgrave A (orgs.) 1979. A críti- Rorty R 1994. A filosofia e o espelho da natureza. Relume-
ca e o desenvolvimento do conhecimento. Cultrix- Dumará, Rio de Janeiro, 386pp.
Edusp, São Paulo. Sabroza PC 1994. Prefácio, pp. 7-10. In DC Costa (org.).
Feyerabend PK1982. La ciencia en una sociedade libre. Ed. Epidemiologia: teoria e objeto, 2ª ed. Hucitec-Abras-
Siglo Veintiuno, Madri. co, São Paulo.
Feyerabend PK1985. Contra o método. 2a edição. Ed. Sacks OW 1997a. Um antropólogo em Marte: sete histórias
Francisco Alves, Rio de Janeiro, 487pp. paradoxais. Ed. Companhia das Letras, São Paulo,
Feyerabend PK 1990. Diálogo sobre el metodo. Ed. Cáte- 331pp.
dra. (Colección Teorema), Madri, 165pp. Sacks OW 1997b. O homem que confundiu sua mulher
Feyerabend PK 1991. Adeus à razão. Edições 70, Lisboa, com um chapéu e outras histórias clínicas. Ed. Com-
371pp. panhia das Letras, São Paulo, 264pp.
Fleck L 1986. La génesis y el desarrollo de um hecho cientí- Sayd JD 1998. Mediar, medicar, remediar: aspectos da tera-
fico. Alianza Editorial, Madri. pêutica na medicina ocidental. Ed. UERJ, Rio de
Foucault M 1980. O nascimento da clínica. Ed. Forense Janeiro, 193pp.
Universitária, Rio de Janeiro, 241pp. Tesser CD 1999. A biomedicina e a crise da atenção à saú-
Illich, I 1975. Nêmesis da medicina: a expropriação da de: um ensaio sobre a desmedicalização. Tese de mes-
saúde. Nova Fronteira, São Paulo, 196pp. trado. Departamento de Medicina Preventiva e So-
Kuhn, TS 1979. Reflexões sobre meus críticos. In Lakatos, cial da Universidade Estadual de Campinas, 219pp.
I.; Musgrave, A. (orgs.) A crítica e o desenvolvimento Varela F 1990. Conocer: las ciencias cognitivas. Gedisa Edi-
do conhecimento. Cultrix-Ed. da Universidade de São torial, Barcelona.
Paulo, São Paulo, pp. 285-343. Varela F, Thompson E & Rosch E 1991. The emboied
Kuhn TS 1986. La estructura de las revoluciones científicas. mind: cognitive science and human experience. MIT
(7a reimpressão). Ed. Fondo de Cultura Econômica, Press, Cambridge.
México, 319pp. Whorf BL 1971 Lenguaje, pensamiento y realidad. Barral
Kuhn TS 1989. A tensão essencial. Edições 70, Lisboa, 406pp. Editores, Barcelona, 307pp.
Lakatos I 1979. O falseamento e a metodologia dos progra-
mas de pesquisa científica, pp. 109-243. In Lakatos I Artigo apresentado em 15/10/2001
& Musgrave A. (orgs.). A crítica e o desenvolvimento Versão final apresentada em 21/4/2002
do conhecimento, Ed. Cultrix – Ed. da Universidade Aprovado em 6/5/2002