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ENFERMAGEM EM UNIDADE DE TERAPIA

INTENSIVA
ASSISTINDO AO PACIENTE EM PÓS-
OPERATÓRIO NA UTI - ASPECTOS GERAIS

HELENA HARCO NOMA; MÔNICA ALEXANDRE MALTA; VERA MÉDICE NISHIDE

I- INTRODUÇÃO
Pós-Operatório é o período durante o qual se observa e se assiste a recuperação de
pacientes em pós-anestésico e pós "stress" cirúrgico. Os objetivos da equipe multidisciplinar
durante este período são: a manutenção do equilíbrio dos sistemas orgânicos, alívio da dor e
do desconforto, prevenção de complicações pós-operatórias, plano adequado de alta e
orientações.11
A unidade de Pós-Operatório ( UPO ) tem por principal objetivo atender aos pacientes vindos
da sala cirúrgica ou da Recuperação Pós-Anestésica (RPA) e que foram submetidos a
cirurgias eletivas - de uma única ou de várias especialidades. Nela também podem atender a
cirurgias de urgência e transplantes, conforme a estrutura organizacional da Instituição.
O paciente, assistido nesta unidade, se portador crônico de alterações funcionais em órgãos
ou sistemas, poderá apresentar repercussões importantes no pós-operatório. Nas cirurgias
eletivas estas alterações são tratadas ou compensadas antes do ato operatório. Entretanto
nas cirurgias de urgência tais disfunções nem sempre são compensadas no pré-
operatório.17
Os pacientes que evoluem com estabilidade hemodinâmica na RPA podem voltar à
enfermaria para completar sua recuperação. Aqueles que manifestam instabilidade na RPA,
ou que têm antecedentes mórbidos passíveis de complicações, geralmente são transferidos
à UPO para observação intensa e contínua.
O período cirúrgico é dividido em três fases: a primeira é a pré-operatória; a segunda, a intra-
operatória e, a terceira, pós-operatória. Nesta última, a enfermagem desempenha o
importante papel de proporcionar ao paciente o retorno às atividades rotineiras.
O pós-operatório inicia-se com os períodos pós-anestésico e pós-operatório imediato, nos
quais o paciente está se recuperando dos efeitos anestésicos. O pós-operatório tardio é o
tempo de cicatrização e prevenção das complicações, este período pode durar semanas ou
meses após cirurgia.
A assistência de enfermagem durante o período pós-operatório imediato concentra-se em
intervenções destinadas a prevenir ou tratar complicações. Por menor que seja a cirurgia, o
risco de complicações sempre estará presente. A prevenção destas, no pós-operatório
promove rápida convalescençia, poupa tempo, reduz gastos, preocupações, ameniza a dor e
aumenta a sobrevida.
Após a avaliação, pelo enfermeiro, dos controles gerais, dos antecedentes clínicos, da
fisiopatologia da doença, das intercorrências intra-operatórias e anestésicos, e de um exame
físico completo, é possível elaborar um plano de cuidados individualizado.
A transferência do paciente para sua unidade de origem é um momento de grande ansiedade
para ele. A fim de evitar este sentimento, o paciente deve ser preparado num estágio precoce
à hospitalização.
A evolução clinica satisfatória do paciente e a estabilização do estado hemodinâmico são
sinais de que a fase critica do pós operatório terminou e que será transferido. Durante sua
internação na UPO deve-se orientar o paciente, sempre que possível, sobre seu estado, a
fim de prepará-lo para uma transferência ou para sua permanência na unidade, diminuindo
assim sua ansiedade
Os familiares devem ser orientados sobre a rotina da unidade, estado geral do paciente,
possíveis complicações, perspectiva de permanência na UPO e transferência para
enfermaria.
Este capítulo tem por objetivo orientar os enfermeiros sobre os cuidados serem realizados a
pacientes pós-cirúrgicos incluindo desde o preparo do leito, transferência para UPO,
admissão, período de internação até a alta para enfermaria.

2. ADMISSÃO DO PACIENTE
O período pós-operatório imediato é um momento crítico para o paciente, sendo importante a
observação cuidadosa para manter as funções fisiológicas vitais dentro dos parâmetros da
normalidade, até que os efeitos da anestesia desapareçam.
É atribuição da equipe de enfermagem providenciar o leito e prepará-lo para receber o
paciente.
A unidade deve estar provida de materiais e equipamentos em perfeitas condições de uso, a
fim de atender qualquer situação de emergência.

MONTAGEM DO BOX
EQUIPAMENTOS E MATERIAIS:
 Cama com grades laterais de segurança, se possível, antropométrica;
 Monitor Multiparamétrico: contendo ECG e opicional para pressão arterial
não invasiva e invasiva (PAP,PVC,PIC,DC), oximetria de pulso, capnografia,
temperatura e respiração. Incluindo os acessórios: cabo paciente, sensor
para oximetria de pulso, cabo para transutor de pressão, suporte de
transdutor, kit de monitorização completo ou para montagem (transdutor,
domo, intraflow, torneirinha, tubo extensor e bolsa de pressão);
 Respirador;
 Bomba de Infusão;
 Esfigmomanômetro;
 Estetoscópio;
 Termômetro;
 Suporte de soro;
 Painel de gases checado (manômetro de oxigênio, ar comprimido e vácuo, e
fluxometro de oxigenio e ar comprimido);
 Aspirador a vácuo (coluna d’água);
 Aspirador de secreção (frasco coletor e redutor);
 AMBÚ com máscara;
 Nebulizador com traquéia e máscara;
 Umidificador.

EQUIPAMENTOS DISPONÍVEIS
 Carrinho cardiorespiratório, contendo desfibrilador , materais e drogas;
 ColchãoTérmico;
 Eletrocardiógrafo;
 Gerador de Marcapasso;
 Balão Intra-aórtico;
 Bomba de Aspiração à vácuo Intermitente.

MATERIAIS DISPONÍVEIS NO BOX


 Eletrodos;
 Cateter para aspiração de secreções;
 Cateter de oxigênio nasal;
 Luvas;
 Máscaras;
 Gaze;
 Régua de nível.

3. TRANSPORTE E RECEPÇÃO DO PACIENTE


O enfermeiro do Centro Cirúrgico ( CC ) ou da RPA notifica o da UPO que o paciente está
pronto para ser transferido. Durante a transferência, o paciente é acompanhado pelo
anestesista e pela enfermeiro do CC ou da RPA.
A equipe multidisciplinar da UPO transfere o paciente para a cama, certificando-se da correta
e confortável posição do corpo e observando os cuidados com tubo endotraqueal, cateteres,
drenos e sondas. Após a transferência para o leito , todas as sondas e equipamentos são
identificados e ajustados apropriadamente. Recomenda-se que todas as infusões sejam
substituídas por prescrições médicas atualizadas.
O enfermeiro da RPA ou do CC dá informações verbais, que incluem a história do paciente,
seu estado, intercorrências no intra-operatório e na RPA.
O enfermeiro da UPO informará as condições gerais do paciente, normas e rotinas da
unidades aos familiares, permitindo a entrada destes para a visita. Ficarão sob a
responsabilidade do cirurgião, ou médico intensivista, informações e orientações sobre a
cirurgia.

4. ASPECTOS GERAIS DO PÓS-OPERATÓRIO


A cirurgia altera a homeostase do organismo, alterando o equilíbrio hidroeletrolítico, os sinais
vitais e a temperatura do corpo. Independentemente do tempo cirúrgico, o risco de
complicações pós-operatórias está presente em toda intervenção.
Os cuidados de enfermagem na assistência ao paciente no pós-operatório são direcionados
no sentido de restaurar o equilíbrio homeostático, prevenindo complicações.
O enfermeiro da UPO procede a avaliação inicial do paciente quando este é admitido na
unidade. Esta avaliação incluirá as condições dos sistemas neurológico, respiratório,
cardiovascular e renal; suporte nutricional e de eliminações; dos acessos venosos, drenos;
ferida cirúrgica; posicionamento, dor, segurança e conforto do mesmo.
A avaliação imediata consiste na observação de:
4.1 - SISTEMA RESPIRATÓRIO: O paciente no pós-operatório será cuidadosamente
observado quanto à permeabilidade das vias aéreas e à ventilação pulmonar, em freqüência,
amplitude e ruídos. Também será observado a presença ou não de desconforto respiratório,
referido pelo paciente ou verificado pela tiragem intercostal, cornagem, batimentos de asa de
nariz e uso da musculatura acessória. Uma criteriosa percursão e ausculta dos ruídos
pulmonares, deve ser realizada com o objetivo de detectar as complicações respiratórias o
mais precocemente possível.
As complicações respiratórias estão entre as mais comuns e podem ser causadas por vários
fatores, tais como: doença respiratória prévia, efeitos depressivos dos anestésicos,
broncoaspiração, imobilidade pós-operatória prolongada, tubo endotraqueal, oxigênio e
aumento da secreção na árvore brônquica. Os problemas respiratórios mais frequentes no
pós-operatórios são: atelectasia (colapso dos alvéolos em porções do pulmão ), pneumonia
( infecção aguda que causa inflamação no tecido pulmonar ) e embolia pulmonar ( causada
por coágulos de sangue ou êmbolos de gordura ).
Os sinais e sintomas de complicações pulmonares incluem: aumento da temperatura,
agitação, dispnéia, taquicardia, hemoptise, edema pulmonar, alteração do murmúrio
vesicular, expectoração viscosa e espessa.
Dentre os cuidados de enfermagem, para que seja mantida uma via aérea permeável, os
mais freqüentes são: mudar o paciente de decúbito; estimular a tosse, apoiando a área da
incisão cirúrgica, evitando-se o rompimento da sutura; promover alívio para desconforto e
dor; administrar oxigênio; estimular a mobilização precoce no leito e a deambulação; verificar
a consistência e o aspecto das secreções; hidratar o paciente, se necessário; manter o
nebulizador e o umidificador com nível de água adequado.
O enfermeiro avalia a cânula oro / nasotraqueal ou de traqueostomia, observando se há
vazamento de ar pela cânula em virtude do "cuff " insuflado inadequadamente e ainda, se há
secreções em excesso na cavidade oral e fossas nasais. A avaliação dos gases sanguineos
é de vital importância, a fim de verificar anormalidades nas trocas gasosas.
4.2 - SISTEMA CARDIOVASCULAR: O cuidado básico na análise da função cardiovascular
é a monitorização do paciente em relação aos sinais de choque e hemorragia. O paciente em
pós-operatório deverá ser avaliado quanto aos sinais vitais, coloração da pele e mucosas,
temperatura e grau de umidade, tempo de enchimento capilar (perfusão), verificação dos
gases sangüíneos, ausculta e percussão cardíaca.
Os objetivos principais da assistência de enfermagem no pós-operatório são: monitorizar o
ritmo e a hemodinâmica da função cardíaca adequada e estimular a perfusão tecidual, uma
vez que, o paciente cirúrgico tem risco de apresentar problemas cardíacos ou de perfusão.
Os idosos e aqueles com história de doença cardíaca e vascular periférica são os de maior
risco.
As complicações cardiovasculares mais comuns são: arritmias cardíacas, hipertensão,
hipotensão que resultam em trombose venosa profunda, infarto agudo do miocárdio e
hipoperfusão periférica.
As causas de arritmias cardíacas pós-operatórias incluem: hipovolemia, dor, desequilíbrios
eletrolíticos, hipoxemia e acidose. Neste caso, o enfermeiro da UPO registra e avalia o ECG,
monitoriza a pressão arterial, a saturação de oxigênio, a ventilação do paciente e colhe
amostras sanguineas para dosagem bioquímicas e hematológicas. Também discute com a
equipe multidisciplinar (médico intensivista, fisioterapeuta e médico do paciente) as condutas
a serem tomadas.
A hipertensão não é uma ocorrência incomum no pós-operatório imediato. O diagnóstico de
hipertensão arterial pode ser considerado num contexto de elevação da pressão arterial;
comparada aos níveis pressóricos do paciente no pré-operatório e durante o intra-operatório.
Mais comumente a hipertensão pós-operatória está relacionada à sobrecarga de fluidos,
aumento da atividade do sistema nervoso simpático ou hipertensão preexistente. Pode
aparecer como um episódio transitório, levando à conseqüências cardiovasculares e
intracranianas significantes. Após o diagnóstico, o tratamento agressivo está indicado.
As intervenções de enfermagem em paciente hipertenso no pós-operatório incluem:
monitorização contínua e (ou) freqüente da pressão arterial; administração de medicações;
controle das drogas anti-hipotensoras, balanço hídrico adequado; controle da dor e
desconforto.
A hipotensão pós-operatória é atribuída a uma redução da pré-carga, à contractilidade do
miocárdio e à resistência vascular sistêmica. O diagnóstico e tratamento são urgentes,
porque a hipotensão prolongada pode resultar em hipoperfusão de órgãos vitais e danos
isquêmicos. Pode ter como causas a ventilação inadequada, efeitos de agentes anestésicos
ou medicamentos pré-operatórios, mudança rápida de posição, dor, perda de sangue ou
líquido e sequestro de sangue na circulação periféria. Uma queda significativa da pressão
arterial, abaixo do valor básico pré-operatório do paciente, acompanhada de aumento ou
diminuição da freqüência cardíaca, pode indicar hemorragia, insuficiência circulatória ou
desvio de líquidos. Outros sinais que incluem: pulso fraco e filiforme, pele fria, úmida, pálida
ou cianótica, aumento da agitação e apreensão associados com hipotensão caracterizam o
choque. Na presença destes sintomas, o enfermeiro administrará oxigênio ou aumentará o
fluxo do mesmo; colocará o paciente em Trendelenburg, (caso esta posição não seja contra-
indicada pela cirurgia), ou elevará as pernas do mesmo acima do nível do coração;
aumentará a velocidade das soluções intravenosas; notificará o intensivista; administrará a
medicação ou o volume líquido adicional, como prescrito; monitorizará e avaliará
continuamente sinais e sintomas, registrando as alterações.
Outra complicação pós-operatória, que pode ocorrer em relação à perfusão tecidual, é a
perda excessiva de sangue. No paciente pós-operatório isto pode ser conseqüência de uma
doença preexistente (anemia, distúrbio de coagulação, uso de aspirina), da idade avançada,
de hemorragia no intra- operatório ou de complicação pós-operatória. Os sinais e sintomas
incluem hipotensão postural, taquicardia, taquipnéia, diminuição do débito urinário, pele fria e
pegajosa e diminuição do nível de consciência. Os dados laboratoriais abrangem
hemoglobina, hematócrito e provas de coagulação. Neste caso, o enfermeiro da UPO
administrará volumes conforme prescrito ( expansores de plasma; albumina; sangue total;
papa de hemácias; PFC; crioprecipitado, se distúrbio de coagulação); minimizará a
mobilização ou posicionamento do paciente para diminuir as necessidades de oxigênio;
colocará o paciente em decúbito dorsal, com elevação dos membros inferiores, para
aumentar a pré-carga.
Poderão ocorrer, ainda, trombose venosa profunda (TVP), inflamação moderada ou severa
das veias, em associação com coagulação do sangue ou tromboflebite, inflamação leve das
veias periféricas, que envolve a formação de coágulos, os quais podem se destacar da
parede venosa e ser levados como êmbolos até aos pulmões, coração ou cérebro.
Os sintomas destas complicações incluem desidratação; circulação inadequada, resultante
de hemorragia; hiperemia; dor; edema; hiperestesia das extremidades e presença do sinal de
Homan. Os cuidados de enfermagem no pós-operatório abrangem exercícios com as pernas,
deambulação precoce, meias antiembólicas, hidratação adequada e baixa dose de heparina.
Alguns pacientes podem apresentar infarto agudo do miocárdio ( IAM ). Os sinais e sintomas
são: dor torácica, dispnéia, taquicardia, cianose e arritmias. Os cuidados de enfermagem
são: monitorização eletrocardiográfica; avaliação e pesquisa dos sons respiratórios, para
detectar sinais de congestão pulmonar; ausculta de sons cardíacos, em busca de anomalias;
administração de medicamentos, de acordo com a prescrição; verificação da presença de
efeitos secundários ou tóxicos causados por medicações; administração de oxigênio;
manutenção do repouso no leito ou posição Semi-Fowler, para diminuir o retorno venoso;
diminuição da pré-carga e redução do trabalho cardíaco. Outros cuidados que a enfermagem
pode proporcionar ao paciente, incluem: manter o ambiente tranqüilo,reduzindo ruídos;
diminuir a sobrecarga sensorial e permitir períodos de repouso.

4.3 - SISTEMA NEUROLÓGICO: Na avaliação neurológica a enfermeira verificará e anotará


os seguintes parâmetros: nível de consciência; resposta à estimulação verbal e/ou a dor;
tamanho das pupilas e sua reação à luz; padrão de motricidade e mobilidade dos membros e
da musculatura da face; efeitos remanescentes da anestesia.

4.4 - SISTEMA RENAL: Alterações da função renal e do equilíbrio hidroeletrolítico também


podem aparecer logo após a cirurgia. O procedimento cirúrgico e a anestesia estimulam a
secreção de hormônio antidiurético( HAD) e da aldosterona, causando retenção hídrica. O
volume urinário diminui, independentemente da ingestão de líquidos. Estima-se que o
paciente em pós-operatório, com função renal normal, apresente um débito urinário de
aproximadamente 50 a 60 ml por hora.
Os desequilíbrios pós-operatórios podem levar a uma retenção dos produtos catabólicos, a
problemas neurológicos, cardíacos, de hiper/hipohidratação (administração excessiva de
líquido ou função renal inadequada; reposição inadequada intra e pós- operatória, perdas
excessivas por sudorese, hiperventilação, drenagem de feridas e fluidos corporais).
Os principais objetivos do tratamento hidroeletrolítico no pós-operatório são: mantenção do
líquido extracelular e do volume sangüíneo dentro dos parâmetros da normalidade (por meio
da administração de quantidades suficientes de líquidos); prevenção da sobrecarga hídrica,
evitando-se, assim, insuficiência cardíaca congestiva ( ICC) ou edema pulmonar.
A manutenção hidroeletrolítica após a cirurgia requer avaliação e intervenção do enfermeiro,
evitando a sobrecarga hídrica conservando-se a pressão arterial e o débito cardíaco e
urinário adequados. As intervenções de enfermagem incluem: avaliação de infusão, ingestão
e eliminação adequadas de líquidos, verificação da pressão arterial, pulsação, eletrólitos
séricos e registro de ganhos e perdas.
4.5 - SUPORTE NUTRICIONAL E DE ELIMINAÇÃO: É benéfico para o paciente retornar a
dieta normal, o mais precoce possível após a cirurgia. Uma dieta normal promove o retorno
precoce da função gastrintestinal uma vez que, a mucosa intestinal renova-se
constantemente, sendo afetada pela disponibilidade de nutrientes e pelo fluxo sangüíneo
intestinal, favorecendo, assim, a cicatrização da ferida cirúrgica; diminuindo o risco de
translocação bacteriana, ou seja, passagem de bactérias e toxinas a partir da luz intestinal
para linfonodos mesentéricos, circulação portal e órgãos sistêmicos.
Durante as primeiras 24 a 36 horas pós- cirurgia, muitos pacientes podem apresentar
náuseas e vômitos. Neste caso,o enfermeiro, para os pacientes com sonda nasogástrica
(SNG),verificará a permeabilidade e a drenagem; caso contrário colocará o paciente em
decúbito lateral para facilitar a drenagem, prevenindo broncoaspiração; se necessário
administrará antieméticos conforme prescrito.
As avaliações a serem feitas pelo enfermeiro antes de alimentar o paciente em pós-
operatório são: inspeção, percussão, palpação e ausculta abdominal.
O peristaltismo normal retorna durante as primeiras 48 a 72 horas após a cirurgia. É
importante que o enfermeiro anote as evacuações no período pós-operatório. A função
intestinal pode ser prejudicada pela imobilidade, manipulação dos orgãos abdominais,
anestesia e uso de medicamentos para dor.
Geralmente a dieta inicial pós-operatória é liquida. Conforme o tipo de cirurgia e a tolerância
do paciente é prescrita uma dieta livre, para promover o equilíbrio de vitaminas e sais
minerais e um balanço nitrogenado adequado.
Aos pacientes impossibilitados de receberem dieta oral ou enteral por tempo prolongado,
geralmente indica-se suporte nutricional por via parenteral.

4.6 - ACESSO VENOSO: A grande maioria dos medicamentos administrados ao paciente


critico é infundida por via endovenosa, de maneira que a absorção seja previsível e o efeito
se inicie rapidamente24.
É indispensável que os pacientes em pós-operátorio tenham acesso venoso central,
permitindo além da administração de drogas vasoativas, infusão de soluções e
medicamentos, um controle rigoroso das pressões de enchimento cardíaco. 24
A escolha do cateter deve ser, preferencialmente de único lúmen, por diminuir o risco de
contaminação das conexões durante a manipulação; entretanto, dependendo do tipo de
cirurgia, condições do paciente e necessidade de infusões, pode ser indicada a utilização de
catéteres de dois ou três lúmens.
O tipo de líquido infundido e a velocidade de infusão devem ser rigorisamente avaliados para
garantir a permeabilidade dos catéteres.

4.7 - DRENOS: Os tubos para drenagem de secreções (gástrica, torácica e do mediastino)


serão drenados por gravidade ou, quando necessário, ligados à aspiração contínua ou
intermitente. O volume e o aspecto das secreções serão registrados.
Quando houver drenos exteriorizados por contra-abertura, estes serão adaptados a um
sistema de coletor fechado. Se o volume de material coletado for excessivo, que obrigue a
troca repetida, pode-se adaptar uma extensão da bolsa a um frasco coletor.

4.8- FERIDA CIRÚRGICA: A manutenção de uma assepsia durante a cirurgia e no período


pós-operatório é o fator mais importante na promoção da cicatrização. Os fatores que afetam
a cicatrização da ferida são a localização da incisão, tipo de fechamento cirurgico, estado
nutricional, presença de doença, infecção, drenos e curativos. 22
O curativo pós-operatório objetiva basicamente, evitar a infecção da ferida. Algumas horas
após seu fechamento primário, o espaço é preenchido com exsudato inflamatório e por volta
de 48 horas, as células epiteliais marginais migram para a superfície da ferida, isolando as
estruturas profundas do meio externo. Ao término de 72 horas, o exame histológico mostra
que a cobertura epitelial está intacta. Quando a ferida cirúrgica é fechada primariamente, é
recomendável que se retire o curativo da incisão, nas primeiras 24 a 48 horas, pois nesse
tempo ocorre a formação de um selo fibrinoso que protege a ferida contra a penetração de
bactérias17.
As medidas de enfermagem destinadas a promover a cicatrização da ferida cirúrgica
incluem: avaliar, medir e anotar a área da ferida, para comparações posteriores de evolução
da mesma e alterações da pele.

4.9 - POSICIONAMENTO NO LEITO: O paciente deve ser avaliado quanto ao


posicionamento que melhor favorecer a ventilação. As posições variam de acordo com a
natureza da cirurgia, objetivando o conforto e a redução da dor.

4.10 - DOR: A resposta do paciente a dor é um processo subjetivo. A mensuração da dor é


avaliada através de uma escala numérica de intensidade de dor, com score de 0 a 10. O
paciente pode manter um controle adequado da dor evidenciado por resposta verbal num
score menor que 5. O enfermeiro indaga ao paciente a respeito da localização, intensidade e
qualidade da dor25, iniciando as medidas que visam conforto, tais como, mudança de
posição no leito e massagens. A necessidade de controle da dor, através do uso de
analgésicos narcóticos, é analisada pelo intensivista, e esta indicada quando score maior ou
igual a 5, nesta escala. É muito importante que a dor seja tratada, porque o paciente precisa
responder às instruções quanto a mobilização no leito, tosse, respiração profunda e,
posteriormente, deambulação.

4.11 - SEGURANÇA E CONFORTO: Algumas medidas de segurança serão adotadas para


evitar a retirada inadvertida de cateteres, sondas, queda do paciente: manutenção de grades
de proteção até que paciente acorde; sistema de campainha ao alcance do paciente; apoio e
acolchoamento das áreas de pressão, evitando danos aos nervos e distensão muscular.
Considerando-se os efeitos indesejáveis da imobilização, os enfermeiros deverão ponderar
seus riscos e benefícios. Caso a imobilização seja necessária, o enfermeiro verificará a cor,
capacidade de mobilização e sensibilidade dos membros imobilizados, avaliando se deve ou
não ser dada continuidade ao procedimento.

5. PROCEDIMENTOS CIRÚRGICOS
Tem indicação para recuperação em UPO, os pacientes que apresentarem instabilidade
hemodinâmica na RPA, transplantes e as grandes cirurgias programadas, entre elas:
torácica, cardíaca, urológica, gastrointestinais, vascular, cabeça e pescoço. Para as cirurgias
neurológicas recomenda-se unidades específicas, uma vez que a recuperação do paciente
neurológico é mais demorada e, quanto maior a rotatividade de pacientes, maior é a
otimização das vagas e agendamento das cirurgias.

5.1 CIRURGIA TORÁCICA


A cirurgia torácica refere-se a diversos procedimentos cirúrgicos que implicam na abertura da
cavidade torácica (toracotomia) e (ou) órgãos da respiração. As indicações da cirurgia
torácica podem ser para retirada de tumores e drenagem de abscessos, ou reparação do
esôfago e vasos torácicos.2
Na avaliação do paciente deve ser considerada a função cardiopulmonar. São contra-
indicações para a cirurgia, as disritmias não-controláveis, o IAM, a ICC e a angina instável. 20
O sucesso da cirurgia não depende somente da habilidade da equipe que opera, mas,
também, da qualidade dos cuidados de enfermagem durante os períodos pré e pós-
operatório.
Descrevemos, a seguir, procedimentos cirúrgicos torácicos com indicação de recuperação
em UTI:
5.1.1- Ressecção segmentar : ressecção de um segmento ou lobo pulmonar - o tecido
pulmonar restante expande-se novamente, preenchendo o espaço anteriormente ocupado
pelo segmento removido. É indicada nos casos de abscesso pulmonar crônico, quistos ou
bolhas enfisematosas congênitas; tumor benigno; infecção segmentar por tuberculose ou
bronquiectasia.20,26
5.1.2- Ressecção em cunha : remoção de pequenas secções periféricas do lobo - a
estrutura e função pulmonares permanecem relativamente inalteradas após a cicatrização.
Está indicada em casos de granulomas subpleurais e pequenos tumores periféricos e, ainda,
neoplasia.
5.1.3- Lobectomia : remoção de um ou mais lobos de tecido pulmonar. Após a cirurgia
ocorre enfisema compensatório não-patológico, a medida que o tecido pulmonar se
reexpande, enchendo o espaço torácico ocupado pelo tecido ressecado. Está indicada em
infecções tais como, tuberculose, tumores benignos e malignos.
5.1.4- Pneumectomia : remoção total de um pulmão. O lado removido da cavidade torácica
torna-se um espaço vazio. Para reduzir o tamanho dessa cavidade e paralizar o diafragma
em uma posição elevada, o nervo frênico e o lado afetado são ressecados. O risco de
remoção do pulmão direito é maior em relação ao esquerdo, em virtude do tamanho do leito
vascular, que implica em sobrecarga fisiológica. Está indicada em abscesso crônico extenso,
lesões unilaterais selecionadas , infecção generalizada do pulmão e neoplasias.
5.1.5- Timectomia : remoção do timo - indicada em neoplasia primária do timo ou miastenia
gravis.
5.1.6- Ressecção de traquéia: ressecção parcial da traquéia, seguida de anastomose topo a
topo. Está indicada em estenose significativa do orifício da traquéia, relacionada com a
pressão mecânica ou "cuff" da sonda traqueal (pressão que produz isquemia da parede da
traquéia, inflamação, ulceração e tumores).
5.1.7- Toracoplastia : colapso cirúrgico de uma região da parede torácica mediante múltipla
ressecção de costelas para redução intencional do hemotórax. Indicada em lesões cavitárias
crônicas e coleções de empiema; fugas de ar recorrentes; redução do espaço morto torácico
após ressecções externas.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO


As intervenções têm por objetivo otimizar a oxigenação e ventilação, mantendo a vigilância
das complicações, controle da dor e auxilio ao paciente na recuperação de sua função
cardiopulmonar.
Devido ao posicionamento intra-operatório e à terapêutica pré e
peri-operatória, as atelectasias e acúmulos de secreções são freqüentes no período pós-
operatório. A ventilação do paciente pode ser superficial em conseqüência da dor pós-
operatória, o que contribui, também, para a formação de atelectasias e estase das
secreções.
Após a estabilização dos sinais vitais, o paciente será colocado na posição Semi-Fowler,
favorecendo, assim, a expansão dos pulmões, facilitando a ventilação com menor esforço
possibilitando a drenagem da sonda torácica. O paciente será reposicionado pelo menos a
cada 2 horas para prevenção da estase de secreções e manutenção do equilíbrio da
ventilação/perfusão.
É necessário orientar o paciente a tossir e respirar fundo a cada uma ou duas horas,
auxiliando-o a amparar a incisão com uma almofada ou cobertor durante a respiração
profunda e enquanto tosse. A tosse ajuda-o a movimentar e a expelir as secreções
traqueobrônquicas; a respiração profunda dilata as vias aéreas, estimula a produção de
surfactante e expande o tecido pulmonar; o apoio estabiliza a zona afetada e reduz a dor
durante a realização destes procedimentos.
Auscultar o murmúrio vesicular, antes e após a tosse, ajuda na avaliação da eficácia desta.
Na ausência de alterações da função renal ou cardíaca, hidrata-se o paciente de acordo com
sua superfície corporal, para fluidificação das secreções, pois a hidratação adequada é o
agente mucolítico mais eficaz.
A umididficação das vias aéreas pode ser feita através de nebulizacão com máscara, cateter
de oxigênio ou qualquer outro método. Na presença de ventilação mecânica assegurar a
umidificação das vias aéreas, verificando a cada 6 horas o nível de água do umidificador e
trocando quando necessário. Além disso, é muito importante verificar a presença de muco
espesso e aderente o que sugere insuficiente aporte de líquidos e(ou) insuficiente
umidificação externa.
A mobilização do paciente será indicada conforme a fase de recuperação e o tipo de cirurgia
realizada. O decúbito lateral é indicado após a cirurgia até a recuperação da sua consciência,
visto que promove estabilidade hemodinâmica e previne broncoaspiração, exceto, porém,
após pneumectomia, porque, nesta intervenção, o mediastino pode ser deslocado e a
mudança de posição excessiva possibilitaria o desvio do mesmo e a compressão do pulmão
restante. Nos casos de ressecção em cunha ou segmentectomia não se deve posicionar o
paciente sobre o lado da cirurgia, pois este procedimento dificulta a expansão do tecido
pulmonar restante. Após a mobilização do paciente verifica-se a posicão de tubos e drenos.
O enfermeiro permanecerá alerta para possíveis complicações da cirurgia torácica, tais
como: insuficiência respiratória (provavelmente resultante da alteração do nível de
consciência pelo uso de anestésicos, medicações para dor, reinsuflação pulmonar
incompleta, diminuição do esforço respiratório devido a dor e, ainda, limpeza inadequada da
via aérea); pneumotórax hipertensivo e desvio de mediastino (podem ocorrer por vazamento
de ar através das linhas de incisão pleurais, caso a drenagem torácica fechada não esteja
funcionando adequadamente); enfisema subcutâneo (devido a vazamento de ar no local da
incisão pulmonar); embolia pulmonar (uma possível complicação no pós-operatório e causa
de hipoxemia); edema pulmonar (a hipóxia aumenta a permeabilidade capilar, fazendo com
que o líquido penetre no tecido pulmonar, acrescente-se o fato que, a sobrecarga circulatória
pode resultar da redução do tamanho do leito vascular em virtude da remoção do tecido
pulmonar, fato que retarda a reexpansão do pulmão); arritmias cardíacas (bastante comuns,
resultam da associação de vários fatores, como aumento do tônus vagal, hipóxia, desvio do
mediastino e pH sangüíneo anormal); hemorragia, hemotórax, choque hipovolêmico (devido
a vazamento capilar, planos teciduais do tórax bastante extensos e vascularizados);
tromboflebite (a anestesia e imobilidade reduzem o tônus vasomotor, diminuindo o retorno
venoso e a deposição periférica de sangue). O conhecimento prévio de tais complicações,
faz a diferença na assistência de enfermagem especializada, proporcionando ao paciente
segurança e confiança na equipe que o está assistindo.

5.2 CIRURGIA CARDÍACA


O progresso tecnológico contínuo dos meios diagnósticos, anestesia e técnica cirúrgica,
tornaram possível, atualmente, a realização de cirurgia para corrigir defeitos cardíacos
congênitos, obstruções nas artérias coronárias, focos de arritmias e transplantes cardíacos.
A doença valvular do coração é uma alteração da função cardíaca produzida por anomalias
estruturais ou funcionais de uma ou mais válvulas. O resultado é a alteração do fluxo
sangüíneo através da válvula. Existem dois tipos de lesões: as estenóticas, que provocam
uma obstrução do fluxo que passa através da válvula, aumentando a pressão de trabalho do
coração e a regurgitação valvular, que provoca um fluxo bidirecional, aumentando o volume
de trabalho do coração.
A correção cirúrgica consiste na plastia ou substituição de uma ou mais valvas cardíacas
(aórtica, mitral ou tricúspide), revascularização do miocárdio ou transplante cardíaco. O
tratamento cirúrgico da doença aórtica está limitado a substituição da válvula. No que se
refere à mitral, estão disponíveis três procedimentos cirúrgicos: comissurotomia (tratamento
da estenose mitral), reparação valvular (tratamento da regurgitação mitral) ou substituição da
válvula.
Existem dois tipos de prótese valvulares: as mecânicas, de maior durabilidade, destinadas
preferencialmente a indivíduos jovens e, as biológicas ou teciduais, de durabilidade limitada,
escolhidas para pacientes mais idosos.
As lesões valvulares cardíacas estão assim classificadas:
5.2.1 - Estenose Mitral: Trata-se de um estreitamento progressivo do orifício da válvula
mitral. Geralmente resulta do envelhecimento do tecido valvular ou de uma valvulite
reumática aguda - que provoca espessamento, difuso do folheto ou um fibrótico das margens
de encurtamento.

A área da válvula mitral normal é de 4 a 6 cm2. Quando este valor for menor que 1,5 cm2,
significa que há estenose mitral grave e a cirurgia está indicada.
5.2.2 - Insuficiência Mitral: Ocorre quando a incompetência e distorção da válvula mitral
impedem que as margens livres se ajustem durante a sístole.
A insuficiência mitral crônica pode resultar de doença reumática (49%), tumor degenerativo
da válvula mitral (40%), isquemia do miocárdio (4%), ou dilatação ventricular esquerda.
5.2.3 - Estenose Aórtica: Estreitamento do orifício entre o ventrículo esquerdo e a aorta.
Pode-se desenvolver como resultado de febre reumática, calcificação congênita de uma
válvula bicúspide, calcificação degenerativa ou como conseqüência do envelhecimento. A
doença causa fusão das comissuras e contraturas das fibras das cúspides, obstruindo o fluxo
do ventrículo esquerdo.
5.2.4 - Insuficiência Aórtica: Fechamento incompleto do orifício aórtico durante a diástole
ventricular, permitindo que o sangue reflua da aorta para o ventrículo esquerdo.
Ocorre como conseqüência da febre reumática, hipertensão sistêmica, Síndrome de Marfan,
sífilis, artrite reumatóide, envelhecimento do tecido valvular ou estenose subaórtica discreta.
5.2.5 - Insuficiência Tricúspide: Ocorre habitualmente como resultado de falência avançada
do lado esquerdo do coração e de hipertensão pulmonar grave.
5.2.6 - Estenose Tricúspide: Raramente é uma lesão isolada. Ocorre habitualmente em
processo simultanêo com a doença aórtica e (ou) mitral, sendo a principal origem a febre
reumática.
5.2.7 - Revascularização do Miocárdio: Envolve o uso de derivações destinadas a controlar
as artérias coronárias obstruídas. Os enxertos com maior sucesso são os realizados com a
artéria mamária interna, artéria radial e veia safena. Atualmente a artéria gastroepiplóica,
transportada através do diafragma, também tem sido utilizada.
5.2.8 - Circulação ExtraCorpórea ( CEC ): A CEC ou "bypass" cardiopulmonar corresponde
a uma forma mecânica de fazer circular e oxigenar o sangue do paciente, enquanto a maior
parte da volemia é desviada do coração e pulmão durante a cirurgia cardíaca.
Antes do início da CEC os circuitos da bomba são preenchidos com solução hidroeletrolítica
balanceada. Heparina é administrada através da CEC para evitar formação de coágulos no
circuito.

Durante a CEC a temperatura corporal do paciente é reduzida até cerca de 28 0C, chegando
a diminuir em 50% as necessidades de oxigênio dos tecidos, protegendo os órgãos vitais de
lesões isquêmicas. O sangue é reaquecido até a temperatura normal antes do término da
cirurgia.
A hemodiluição é também utilizada para melhorar a oxigenação tecidular, e o fluxo sanguíneo
através da microcirculação sistêmica e pulmonar durante a CEC. Solução de cardioplegia é
reinfundida a intervalos regulares durante a CEC para manter o coração arrefecido e parado,
diminuindo, portanto, as necessidades de oxigênio do miocárdio.
5.2.9 - Minimamente Invasiva: Trata-se de um enxerto da artéria coronária introduzido
recentemente na cirurgia cardíaca. O procedimento promete tornar-se uma importante adição
ao tratamento cirúrgico de pacientes que requerem revascularização de artérias coronária
descendente anterior.
A técnica pode ser realizada com o coração batendo, sem circulação extracorpórea, com via
de acesso menor que o habitual, geralmente através de uma pequena toracotomia ântero-
lateral (7-10 cm), no quinto espaço intercostal, anastomosando enxerto para a artéria
coronária descendente anterior. Um dreno em pericárdio é mantido, para prover adequada
drenagem de fluidos acumulados no local da cirurgia . Se a hemostasia é evidente o dreno é
removido após 24 horas.
Por não ser necessário o uso de CEC, é menos comum a ocorrência de infarto miocárdico,
falência renal, reoperações, insuficiência respiratória e AVC. . Este procedimento está
associado com significante redução de recursos, sendo que, aproximadamente 41% dos
pacientes são extubados na sala cirúrgica. A média de internação na UTI é de 3 a 12 horas e,
no hospital, de 0,8 a 2,5 dias, com significante diminuição da morbidade.

INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM NO PÓS-OPERATÓRIO


Após o término da cirurgia o paciente é transferido para a unidade de pós-operatório, onde
se recupera dos efeitos anestésicos e permanece por um período aproximado de 24 a 48
horas. No pós-operatório imediato a enfermagem planeja cuidados que visam a manutenção
adequada da ventilação, oxigenação e estabilidade hemodinâmica. São necessários um
rápido reconhecimento e intervenção, quando ocorrerem mudanças nas condições do
paciente, uma vez que, a pessoa submetida à cirurgia cardíaca é freqüentemente mais
instável que outros pacientes cirúrgicos, devido aos efeitos da CEC e da manipulação
cardíaca.
Na admissão o paciente deve será posicionado em decúbito dorsal, proporcionando retorno
venoso adequado.
O enfermeiro deve auscultar sons respiratórios, certificando-se da localização do tubo
endotraqueal, detectando um possível pneumotórax e secreções; providenciar monitorização
da oximetria de pulso; encaminhar solicitação de raio X e coletar amostra de sangue para
exames laboratoriais de rotina e gases sangüíneos arteriais, nos primeiros 15 a 30 minutos
da admissão; enzimas cardíacas, oito horas após a cirurgia. É, também, atribuição do
enfermeiro aferir o débito cardíaco, pressões de enchimento e coletar gaso arteriovenosa
assim que possível. Na presença de marcapasso, avaliar a sensibilidade, amplitude e a
modalidade de comando; observar se a freqüência e o ritmo estão ajustados. Os drenos do
toráx e (ou) do mediastino devem ser colocados em aspiração a vácuo em coluna d’água,
(usualmente em aspiração com pressão de 20cm de água); deverá mensurar e registrar a
quantidade e característica da drenagem, repetindo o procedimento de hora em hora. A
drenagem dos tubos é considerada normal até 100ml nas primeiras 8 horas após a cirurgia.
O paciente pode apresentar hematúria em decorrência da hemólise durante a CEC. A
temperatura, na admissão do paciente, é freqüentemente 35 a 36 0C. Métodos considerados
indicadores precisos para controle de temperatura são: artéria pulmonar ou membrana
timpânica. O paciente será aquecido lentamente através de sistemas de aquecimento
(mantas térmicas) para prevenção de instabilidade hemodinâmica decorrente da rápida
vasodilatação.

COMPLICAÇÕES PÓS-OPERATÓRIAS
Pacientes de cirurgia cardíaca têm risco de desenvolver complicações devido à doença de
base e ao trauma cirúrgico. Além disto, o enfermeiro deve lidar com problemas relacionados
à CEC e à hipotermia pós-operatória.

1. Efeitos da Circulação extracorporéa

 Hipotensão (déficit de fluido intravascular): por perda para o 3 0 espaço, diurese pós-
operatória e vasodilatação súbita (fármacos);
 Aumento de peso e edema (30 espaço): devido à diminuição da concentração das
proteínas plasmáticas;
 Diminuição do débito cardíaco (depressão do miocárdio): devido à hipotermia,
aumento da resistência vascular sistêmica, tempo prolongado da CEC e doença
cardíaca preexistente;
 Hemorragia (coagulação): devido à heparina sistêmica, traumatismo mecânico das
plaquetas;
 Diminuição da mecânica pulmonar (disfunção pulmonar): por diminuição da produção
de surfactante, microembolias pulmonares, acúmulo de fluidos no interstício
pulmonar;
 Hemoglobinúria (hemólise): por destruição de eritrócitos no circuito da bomba;
 Aumento da glicose sérica (hiperglicemia): por diminuição da liberação de insulina,
estimulação da glicogênese;
 Diminuição do potássio sérico (hipocalemia): por transferências intracelulares durante
a CEC;
 Diminuição do magnésio sérico (hipomagnesemia): devido à diurese pós-operatória
secundária a hemodiluição;
 Diminuição do estado de consciência, déficits motores e sensoriais (disfunção
neurológica): devido à perfusão cerebral diminuída e microembolias cerebrais;
 Aumento transitório da pressão arterial (hipertensão): devido à liberação de
catecolaminas e à hipotermia sistêmica, provocando vasoconstrição.

2. Alterações de fluidos e balanço eletrolítico


Em virtude da CEC o volume total de fluido aumenta, como resultado da hemodiluição,
aumento da liberação de vasopressina, redução da perfusão renal, ativação do mecanismo
renina-angiotensina-aldosterona. O balanço de fluido na admissão do paciente pode estar
aumentado cerca de 20% em relação ao pré-operatório, causando edema, especialmente de
face, pescoço e mãos; desenvolvendo freqüentemente um déficit no volume intravascular.
Hipovolemia intravascular se manifesta por diminuição da Pressão Venosa Central ( PVC); se
não tratada podem ocorrer baixo débito cardíaco e hipotensão.
A excreção renal do excesso de fluido do corpo resulta em diurese espontânea e perda de
peso.
É comum, no período pós-operatório, um desequilíbrio no balanço hidro eletrolítico e um
nível anormal de potássio. Hipocalemia pode ocorrer como resultado de grande acúmulo de
solução de cardioplegia ou falência renal aguda.
O nível de potássio será verificado na admissão do paciente e reposto com base nos exames
laboratoriais e prescrição médica.
3. Diminuição do Débito cardíaco
A redução do débito cardíaco pode resultar em alterações da freqüência cardíaca, volume
sistólico ou de ambos. O volume sistólico depende da pré-carga, pós-carga e contratilidade.
Uma anormalidade em um ou mais destes parâmetros pode causar diminuição do débito
cardíaco.

4. Alteração da Pressão Sangüínea


Depois da cirurgia não é raro ocorrer hipo ou hipertensão; intervenções de enfermagem
serão direcionadas para impedir tais mudanças e prevenir ou restaurar rapidamente a
pressão sangüínea.
O paciente é usualmente considerado hipotenso se a pressão sistólica for menor que
90mmHg. A hipotensão pode ser causada por volume intravascular reduzido, vasodilatação
resultante de reaquecimento, contratilidade ventricular direita diminuída ou arritmias. Se o
paciente está hipovolêmico, administram-se volumes expansores para aumento da pressão
sangüínea.
Considera-se que um paciente está hipertenso quando sua pressão arterial sistólica (PAS)
estiver acima de 150 mmHg. Tal fato pode ocorrer devido hipertensão prévia, aumento do
nível de catecolaminas, liberação de renina, hipotermia ou dor. A hipertensão é
particularmente perigosa porque pode causar ruptura da linha de sutura e aumento do
sangramento, devendo-se intervir imediatamente. O aumento da pressão pode ocorrer em
virtude de dor ou quando o paciente é estimulado por barulho ou procedimentos, podendo
ser controlada proporcionando um ambiente calmo, administrando-se analgésicos ou
sedativos. Se necessário administra-se um vasodilatador; sendo o mais utilizado nestas
situações o nitroprussiato de sódio.34, charter 16

5. Sangramento Pós-Operatório
O sangramento pós-operatório pode ter como causa: a não-reversão da atividade da
heparina pela protamina ao término da cirurgia; trombocitopenia, devido à lesão traumática
das plaquetas ou hemostasia inadequada.
Embora o sangramento através dos drenos ( do mediastino, toráx ou pericárdio) seja
esperado, o enfermeiro deve diferenciar entre o normal e excessivo. A coloração normal da
drenagem é vermelho-escura, diluída, serossanguinolenta e sem coágulos por causa da
ação da heparina. Usualmente a drenagem é de aproximadamente 100ml por hora na
primeira ou segunda hora, diminuindo subseqüentemente.
O sangramento arterial é raro e exige tratamento emergencial. Normalmente resulta de
rompimento das linhas de sutura. O sangue é vermelho vivo e o frasco-drenagem se enche
em minutos; o paciente se torna hipovolêmico e rapidamente hipotenso.
O sangramento venoso é mais comum que o arterial. É causado por problemas cirúrgicos ou
coagulopatias.
Controlar a hipertensão, manter drenos permeáveis para prevenir tamponamento cardíaco e
manutenção adequada do volume intravascular são ações essenciais no cuidado do paciente
com sangramento. A ordenha dos drenos é controversa, pois crê-se que a elevada pressão
negativa gerada por este método provoque lesão nos tecidos intratorácicos, fato que
contribui para desencadear hemorragia. Todavia, o risco deve ser bem calculado, tendo-se
em vista a possibilidade de ocorrer tamponamento cardíaco se o sangue não for
convenientemente drenado. Por essa razão é recomendado que, na presença de coágulos,
os drenos sejam ordenhados, procedimento que provoca menor pressão negativa e diminui o
risco de hemorrgia.

6. Tamponamento Cardíaco
Pode ocorrer por acúmulo de sangue em torno do coração e compressão do miocárdio,
impedindo o retorno venoso, diminuindo o débito cardíaco e a pressão do sangue. Trata-se
de uma complicação incomum se as drenagens forem mantidas permeáveis. No entanto,
quando ocorre é perigoso e deve ser reconhecido e tratado rapidamente.
Os sinais e sintomas incluem: redução da pressão arterial, acompanhada de aumento da
pressão venosa central e da capilar pulmonar; pressão de pulso reduzida; pulso paradoxal
pode estar presente; bulhas cardíacas hipofonéticas e taquicardia. Diagnóstico definitivo é
feito com raios X de tórax que mostram alargamento do mediastino ou por meio de
ecocardiograma, que mostra fluidos dentro do espaço pericárdico.
As intervenções de enfermagem visam: assegurar a permeabilidade dos drenos; observar
aumento ou redução da drenagem; manter controle da infusão de fluidos e drogas
vassopressoras para o débito cardíaco e a pressão arterial adequados. Estas intervenções
visam, também, prevenir a necessidade de reexploração cirúrgica, visto que a
pericardiocentese não pode ser utilizada em tamponamento cardíaco pós-operatório, em
virtude da presença de coágulos no sangramento mediastino que não podem ser aspirados
com agulha.

7. Arritmias
As arritmias no pós-operatório são comuns e ocorrem em aproximadamente 30% dos
pacientes, podem ser resultantes do trauma e manipulação cirúrgica; distúrbios
hidroeletrolíticos, especialmente hipocalemia; alterações no pH e PO 2; liberação das
catecolaminas devido à dor e à ansiedade. No período pós-operatório são comuns as taqui-
bradiarritmias.
Na prática, costuma-se dividir as taquiarritimias em ventricular e supraventricular. Geralmente
ocorrem em 20 a 40% e aparecem de 24 a 36 horas após a cirurgia.
Taquiarritimias podem comprometer o débito cardíaco, diminuir a perfusão da artéria
coronária e aumentar a demanda de oxigênio do miocárdio. A taquicardia sinusal pode ser
causada por hipovolemia e efeitos colaterais de drogas inotrópicas (especialmente a
dopamina). Catecolaminas liberadas durante a cirurgia, dor, ansiedade e febre também
podem contribuir. O tratamento é direcionado para a correção da causa.
Bradiarritimias e bloqueios ocorrem no período pós-operatório, devido à depressão das
células do sistema de condução; por cardioplegia ou lesão do nódulo e feixes de condução;
por manipulação cirúrgica, sutura ou edema no local.

8. Disfunção Pulmonar
Pacientes de cirurgia cardíaca apresentam maior risco para desenvolver complicações
pulmonares devido aos efeitos da CEC, visto que esta provoca diminuição da ventilação
pulmonar pelo uso do oxigenador. Atelectasias e derrames pleurais podem estar presentes,
já que o espaço pleural é invadido durante a cirurgia.
Quando é restaurada circulação pulmonar, ocorre a perfusão dos alvéolos não-ventilados e a
troca de sangue não-oxigenado para a circulação sistêmica. Há aumento da permeabilidade
pulmonar, sendo que fluidos podem passar para o interstício e alvéolo do pulmão. Isto
dificulta a difusão gasosa, aumenta as secreções, podendo ocorrer hipoxemia.
A maioria dos pacientes de cirurgia cardíaca são extubados nas primeiras 4 a 12 horas após
a cirurgia. Alguns pacientes com doença pulmonar de base, relacionada a disfunções
valvulares preexistente, poderão requerer ventilação mecânica prolongada.
Após a extubação, deve-se estimular a tosse e respiração profunda, bem como a
mobilização precoce, o mais rápido possível. A esternotomia e os tubos de drenagem
causam dor e podem interferir na tosse e na respiração profunda. Para facilitar a higiene
pulmonar, incentivar a respiração profunda e a tosse, é necessário apoiar a incisão,
preveninindo deiscência e, também, administrar medicação para dor.

9. Disfunção Renal
Embora falência renal seja uma complicação pouco comum, pacientes de cirurgia cardíaca
têm maior risco que outros em virtude da CEC. O fluxo sangüíneo renal se reduz durante a
CEC, eritrócitos são danificadas, e a hemoglobina (Hb) é liberada por destruição das células
do sangue. A "debris "celular e Hb livre podem danificar os túbulos renais. Este risco é maior
com o aumento do tempo da CEC e a disfunção renal pré existente.
Manter adequado volume urinário é imperativo para prevenir danos aos túbulos renais.

10.Disfunsão Neurológica:
Uma disfunção neurológica transitória é frequente após a cirurgia cardíaca e deve-se,
provavelmente, à redução da perfusão e a microembolias cerebrais, ambas
relacionadas com à CEC. O risco de complicação neurológica aumenta quanto maior
for a idade e o tempo de CEC; se há doenças cérebro-vascular ou de carótida
préexistentes e, ainda, doença valvular, especialmente se a fibrilação atrial está
presente.
Placas de ateromas liberadas durante a manipulação cirúrgica e por embolia gasosa
do sistema CEC, sendo possível, também, que causem deficit neurológico.
Identificando-se os fatores de risco, a avaliação neurológica facilitaria o
reconhecimento do potencial problema e possibilitaria um tratamento precoce.

11. Infecção da ferida


Infecção da ferida pós-operatória pode ocorrer na incisão cirúrgica, no local de
inserção dos drenos e na incisão do membro inferior . O risco de infecção se
intensifica quano há obesidade, diabetes mellitus, má-nutrição, e, ainda, se o tempo
operatório for maior que seis horas, e se for necessária nova cirurgia numa mesma
admissão.
Elevação da temperatura durante as primeiras 48 horas após a cirurgia é uma
resposta normal da CEC e, usualmente, não significa infecção. Os principais sinais
de infecção da ferida são: eritema, drenagem e aumento da temperatura por mais de
72 horas no pós-operatório.
Infecção não é um problema pós-operatório precoce. É evidenciada após a saída da
UPO. Para prevenir infecção deve-se manter a incisão limpa e seca e renovar
curativo com técnica asséptica.

12.Dor Pós - operatória


Depois da cirurgia cardíaca o paciente pode apresentar dor no local da incisão cirúrgica,
membro inferior, inserção de tubos de drenagem e devido ao afastamento das costelas
durante a cirurgia. Embora a percepção da dor varie de pessoa para pessoa, a incisão da
esternotomia mediana é usualmente menos dolorosa que a da toracotomia e mais intensa
nos primeiros tres a quatro dias do pós-operatório.
Angina após cirurgia pode indicar falência do enxerto. Portanto, o enfermeiro deve ser capaz
de diferenciar a angina da dor da incisão.9
A dor típica da esternotomia mediana é localizada e não se irradia; pode ser ardente ou em
pontada, frequentemente piora com a tosse, respiração profunda ou movimentação. A angina
é normalmente precordial ou subesternal, não bem localizada e, normalmente irradia -se
para braço, pescoço ou maxilar.
A enfermagem executará procedimentos para alívio da dor, proporcionando conforto ao
paciente e atenuando os fatores que aumentam a percepção da dor, tais como: ansiedade e
fadiga.

5.3 CIRURGIA UROLÓGICA


A cirurgia urológica envolve procedimentos realizados nos rins, ureteres, bexiga, uretra e
órgãos genitais masculinos. Os problemas a serem tratados podem ser congênitos ou
adquiridos.
Nefrectomia: remoção de um rim. Realizada para tratar algumas anormalidades congênitas
unilaterais e que são causadoras de obstrução renal ou hidronefrose, tumores e lesões
graves.
Ureterostomia cutânea: desvio da corrente urinária pela anastomose dos ureteres, a uma
alça isolada do íleo, que é exteriorizada na parede abdominal como uma ileostomia.
Realizada após cistectomia total ou radical e remoção da uretra.
Cistectomia: excisão da bexiga e estruturas adjacentes; pode ser parcial para retirar uma
lesão, ou total, para excisão de tumores malignos. Esta cirurgia envolve geralmente um
procedimento adicional de ureterostomia.
Prostatectomia: é a remoção cirúrgica da glândula e sua cápsula; geralmente para
tratamento de carcinoma ou porções anormais da próstata.

Intervenções de Enfermagem
A avaliação do paciente após cirurgias urológicas envolve, principalmente, atenção ao
balanço hidroeletrolítico. A monitorização contínua do débito urinário a cada hora, durante as
primeiras 24 horas é essencial, a fim de proteger e preservar a função renal residual dos rins.
Inicialmente, a urina apresenta-se sanguinolenta, tornando-se rosea e, a seguir, adquire sua
cor normal. Quando está prevista a drenagem de grandes quantidades de fragmentos
celulares e coágulos sanguíneos, recorre-se à irrigação contínua. Este sistema pode ser
empregado para lavagem periódica da bexiga. Deve ser fechado, contínuo e estéril para
reduzir o risco de infecção.
O líquido de irrigação será isotônico, pois a água destilada pode provocar depleção dos
eletrólitos ou intoxicação hídrica. Na irrigação intermitente utiliza-se solução isotônica em
pequenas quantidades (60 a 100ml), na contínua, o volume deve ser suficiente para manter o
fluxo de drenagem da urina límpido ou ligeiramente rosado.
O enfermeiro avaliará frequentemente a permeabilidade do cateter, assegurando-se que
esteja drenando. Manterá registro preciso da ingesta oral, da administração endovenosa e
dos débitos, anotando a quantidade infundida na irrigação. A solução de irrigação será
subtraída dos registros de ingestão e excreção, para evitar uma medida inexata da função
renal do paciente e da retenção vesical.
Na presença de estoma, observar o tamanho, formato e cor. Uma cor parda ou cianótica
pode indicar um suprimento sanguíneo insuficiente e início de necrose. O enfermeiro
permanecerá atento aos sinais de peritonite, pois o vazamento provoca entrada de urina na
cavidade abdominal.
O pH da urina será verificado, visto que, a urina alcalina irrita a pele e facilita a formação de
cristais. A irritação pode resultar também de mudança excessiva da bolsa de drenagem.
Todas as vezes que a bolsa for trocada, a pele ao redor do estoma será limpa com água e
sabão; se houver cristais sobre a pele, lavar com solução diluída de vinagre para ajudar a
removê-los. Uma compressa de gaze ou tampão será colocada sobre o estoma durante a
limpeza, para evitar que a urina flua sobre a pele. Durante as mudanças dos dispositivos
deixar a pele exposta ao ar pelo maior período possível. Bolsa do tipo "Karaya" não pode ser
usada como bolsa urinária, pois é corroída pela urina.
O paciente pode apresentar dor em resposta a cirurgia; dor adicional se a drenagem dos
tubos urinários estiver obstruída; espasmos vesicais causados pela superdistensão da
bexiga ou, ainda, irritação provocada pelo balonete do cateter de demora.
Complicações podem ocorrer, entre elas: hemorragia, choque, tromboflebite, pielonefrite,
pneumotórax e infecção.
O enfermeiro deve observar o volume, cor, odor e concentração urinários; e estar atento ao
débito urinário, condições e permeabilidade do sistema de drenagem, bem como a presença
de sedimentos na urina.
A ingesta líquida adequada é excepcionalmente importante para este paciente, no pós-
operatório. Grandes quantidades de líquido são geralmente a regra; se o paciente pode
tolerá-los por via oral, deve-se escolher esta via.
É necessário trocar curativos sempre que for preciso, e utilizar barreira a fim de proteger a
pele de escoriações causadas pela acidez da urina.

5.4 CIRURGIAS GASTRINTESTINAIS, ABDOMINAL E ANORRETAL


Os pacientes em período pós-cirurgias abdominais eletivas freqüentemente precisam de
assistência em UTI. O requisito para assistência intensiva pode ser uma necessidade de
observação rigorosa, porém, mais comumente deve-se à multiplas complicações potenciais
que possam ocorrer- pela complexidade da cirurgia e dos fatores de risco inerentes ao
paciente.
Vários procedimentos cirúrgicos são empregados no trato gastrintestinal, incluindo o esôfago
e ânus, embora estes não estejam contidos na cavidade abdominal, assim como o fígado,
pâncreas, vesícula biliar e baço.
Gastrectomia: ressecção do estômago. Pode ser subtotal. Genericamente se refere a
qualquer cirurgia com remoção parcial ou total do estômago; é a principal intervenção para o
tratamento de câncer gástrico extenso.
Pancreatectomia: é remoção parcial ou total do pâncreas.
Os distúrbios do pâncreas exócrino enquadram-se em 4 grupos: inflamatório (pancreatite
aguda ou crônica), neoplasias, traumáticos e genéticos (fibrose cística, pancreatite
hereditária e familiares).
A pancreatite aguda é a inflamação do pâncreas que pode resultar em auto-digestão do
órgão por suas próprias enzimas. As manifestações desaparecem com a eliminação dos
fatores causais, que podem estar relacionados com a injestão excessivas de álcool e doença
do trato biliar.
Pancretite crônica é uma doença progressiva inflamatória e destrutiva do pâncreas.
Geralmente o tratamento é cirúrgico, tendo como objetivos corrigir a doença primaria, aliviar
a obstrução ductal e a dor.
As abordagens cirúrgicas são:
a)Pancreaticojejunostomia caudal é indicada nos casos incomuns de estenose isolada dos
ductos pancreáticos proximais sem acometer a ampola.
b)Ressecção pancreaticoduodenal com preservação do piloro, é indicada quando as grandes
modificações estão confinadas à cabeça do pâncreas .
c)Pancreatectomia subtotal é indicada quando os ductos são inadequados para
descompressão.
d)Distúrbios traumáticos: o tratamento consiste em cirurgia para controlar hemorragia,
debridar o tecido inviável e proporcionar drenagem das secreções pancreáticas.
Hepatectomia: é a ressecção de um ou mais lobo do fígado por neoplasia.
Colecistectomia : é a excisão da vesícula biliar, sendo a intervenção mais comum para
remoção de cálculos biliares.
Esplenectomia : é a remoção do baço, sem prejuízo nos adultos por não ser um órgão
essencial, visto que suas funções são também efetuadas por outros órgãos. Nas crianças
sua indicação é após 6 anos de idade para não comprometer o sistema imune (cap. 46 Du
Gas). A indicação mais frequente da esplenectomia é o rompimento do baço complicado por
hemorragia e geralmente causada por acidentes traumáticos. Também é indicado no
hiperesplenismo (disfunçaõ excessiva de um dos tipos de células sanguíneas), benéfica em
alguns casos de purpura trombocitopênica, hemorragia aguda idiopática e não controlada e,
também, praticada antes de transplante renal para reduzir a probabilidade de rejeição do rim
transplantado (cap 46 DuGas)
Proctolectomia : é a remoção do cólon e do reto, com fechamento do ânus. É utilizada
comumente para tratamento da colite ulcerativa, complicações da doença de Chron, tumores,
megacólon tóxico, abscessos e fístula. Geralmente é feita uma ileostomia permanente.

Intervenções de Enfermagem
O paciente submetido a estas cirurgias pode desenvolver quaisquer das complicações de um
procedimento cirúrgico.
Além dos cuidados pós-operatórios gerais, o enfermeiro permanecerá atento às
complicações imediatas que incluem: distensão abdominal, obstrução intestinal ,
hemorragias e deiscência da linha de sutura. Além disto, avaliará se ocorrem complicações
cirúrgicas gerais, tais como: choque, problemas pulmonares, trombose, evisceração, íleo
paralítico e infecção.
Geralmente durante o período pós-operatório o paciente precisará de uma sonda
nasogástrica para prevenir a retenção de secreções gástricas. Estas sondas serão mantidas
na mesma posição, abertas em drenagem por gravidade. Se a sonda nasogástrica estiver
permeável (desobstruída), náuseas e vômitos não ocorrerão.
Os ruídos hidroaéreos serão auscultados pelo menos a cada 8 horas, para avaliar o retorno
da atividade intestinal normal.
O paciente submetido a uma gastrectomia é mais vulnerável à dor, que piora com a tosse e a
respiração profunda, porque a incisão, localizada na porção superior do abdômen e a
distensão também interferem na insuflação abdominal.
No pós-operatório o paciente manterá jejum e uma sonda nasogástrica em drenagem. A
permeabilidade desta será mantida para assegurar que o coto gástrico não seja distendido
por um acúmulo de secreções, gases ou drenagem, que esticariam a sutura e romperiam o
coto. O material drenado deve ser vermelho vivo num período de 8 a 10 horas, tornando-se
esverdeado, devido à bile, após 24 horas. Na presença de gastrostomia, esta deve ser
mantida em drenagem.
As complicações decorrentes do pós-operatório de gastrectomia são: úlceras marginais,
hemorragias, gastrite por refluxo alcalino, dilatação gástrica aguda, problemas nutricionais,
Síndrome de Dumping, fístula gastrojejunocólica e obstrução pilórica. Destas complicações,
a hemorragia é causada habitualmente por uma lesão esplênica ou pelo desligamento de
uma ligadura; na dilatação gástrica ocorre uma sensação de plenitude, soluços ou vômitos
que melhoram após desobstrução ou introdução de uma sonda nasogástrica; a obstrução
pilórica se manifesta por vômitos e ocorre no piloro, sendo secundária à fibrose, edema,
inflamação ou a uma combinação destes eventos; outra complicação é o íleo paralítico, que
ocorre quando a atividade motora do trato gastrintestinal não volta ao normal devido ao
trauma cirúrgico ou escoamento do conteúdo gástrico na linha de sutura, podendo ocorrer
também na presença de hipocalemia.
Na proctolectomia, o enfermeiro deve monitorar o estoma (ileostomia), para certificar-se que
não esteja sendo exercida pressão sobre o mesmo, que possa interferir na circulação. A cor
será avaliada em intervalos freqüentes. Caso torna-se pálida, pardacenta ou cianótica
comunica-se ao médico imediatamente.
As ileostomias raramente geram problemas no pós-operatório, porém, podem ocorrer
complicações como hemorragia, hipóxia e desequilíbrio hidroeletrolítico.
Considerando-se que uma ileostomia drena continuamente, será usado um kit para
drenagem aberta de ostomia. Este deve ser moldado de forma a apresentar uma adaptação
de aproximadamente 0,15 a 0,3 cm maior que o estoma, evitando-se, assim, irritação da
pele, que pode variar de hiperemia, dermatite secretante até ulceração. A irritação pode
resultar também de adesivos ou remoção frequente do dispositivo. A pele será lavada com
água e sabão, enxaguada e seca, e o estoma, coberto com gaze entre as trocas.
O enfermeiro permanecerá atento a ineficácia do padrão respiratório resultante da distenção
abdominal, ascite, dor na incisão ou complicação respiratória, avaliando a respiração quanto
à frequência e esforço. A avaliação deve incluir: ausculta pulmonar, percurssão torácica,
inspeção do tipo respiratório, avaliação dos gases sanguíneos, secreção pulmonar e do
Raios X.
O paciente em Poi de pancreatectomia pode apresentar défict de volume de líquidos e
desequilíbrio eletrolítico por vômitos, drenagem nasogástricas, jejum, desvio de fluidos
corporais, hipertermia e sudorese.
Os cuidados de enfermagem a estes pacientes incluem: monitorização hemodinâmica para
avaliação de possíveis mudanças no estado hídrico e alterações de ritmo cardíaco que
podem ser a primeira indicação de desequilíbrio eletrolítico. O enfermeiro deve conferir os
valores dos exames laboratoriais para detectar modificações significativas e observar os
sinais e sintomas, indicativos de hiperglicemia, hipocalemia e hipocalcemia .Também deve
estar atento a resposta do paciente à administração de fluidos e hemoderivados, observando
edemas, ruidos pulmonares, turgor cutâneo, estado de membranas mucosas e monitorar
ingesta e excreção.
O enfermeiro deve avaliar a capacidade funcional do tecido pancreático restante após a
excisão do pâncreas. Se o paciente perdeu toda a função endócrina necessitará de insulina,
será necessária uma rigorosa monitorização da hipoglicemia(Dugas 46).
A assistência de enfermagem aos pacientes em Poi de hepatectomia variam de acordo com
o grau de disfunção metabólica , problemas hemorrágicos, edema, ascite, incapacidade de
biotransformar detritos endógenos e exógenos (drogas), hipoproteinemia, ictericia e
complicações endócrinas e respiratórias.
O enfermeiro deve monitorar o estado hidroeletrolitico, devido sobrecarga hídrica podendo
ocasionar: edema pulmonar e ICC, possíveis sinais de sangramento devido anastomoses;
permeabilidade dos drenos abdominais, a obstrução destes drenos podem causar aumento
da pressão intrabdominal em virtude do acumulo de ascite e sangue.
Em geral , a esplenectomia é seguida de leucocitose e trômbocitose leve, porém
persistentes. A trombocitose predispõe à formação trombos. Para previnir as complicações
trombóticas o enfermeiro deve estimular os exercícios no leito, deambulação precoce e a
hidratação adequada. (Dugas 46).
O paciente deve ser monitorado quanto ao desenvolvimento de hemorragias através de
controles dos sinais vitais e medida da circunferência abdominal. O risco é aumentado em
pacientes após esplenectomia por trombocitopenia (Dugas 46).

5.5 CIRURGIA VASCULAR


A integridade e a permeabilidade do sistema vascular, incluindo-se as artérias, veias e vasos
linfáticos, são essenciais para a vida dos tecidos humanos
Os problemas vasculares podem ser agudos e constituírem uma emergência que coloque em
risco a vida ou um membro.
Os objetivos no tratamento dos pacientes cirúrgicos vasculares são: suporte do sistema
vascular, remoção da causa, evitando-se episódios posteriores de isquemia. De maneira
geral, a cirurgia vascular envolve a retirada da obstrução através da ressecção e remoção de
trômbos e êmbolos.
Embolectomia : retirada cirúrgica de um êmbolo de um vaso sanguíneo.
Aneurismectomia : aneurisma é uma dilatação localizada da parede arterial e que provoca
uma alteração da forma do vaso e do fluxo sanguíneo. Pode ser abdominal ou torácico.
Existem quatro formas de aneurisma: fusiforme, quando ocorre dilatação de um segmento
inteiro de uma artéria; sacolar, envolvendo apenas um dos lados da artéria; dissecante,
quando ocorre rotura da íntima provocando um "shunt" de sangue entre a íntima e a média
de um vaso e pseudo-aneurisma, resultante da rotura de uma artéria.
Endarterectomia : abertura da artéria sobre uma obstrução e alívio desta ou ressecção de
material ateromatoso que está provocando o bloqueio.
Simpatectomia : ressecção de segmentos selecionados do sistema nervoso simpático para
desnervar o sistema vascular, produzindo vasodilatação.

Intervenções de enfermagem
A assistência de enfermagem pós-operatória, na cirurgia vascular, é determinada pelo local
da cirurgia; pela extensão da revisão cirúrgica e anestesia . Os principais objetivos no
cuidado aos pacientes vasculares são: suporte do sistema vascular, estabilização
hemodinâmica e controle da dor.
Geralmente o paciente é internado por 24 a 48 horas numa UTI, onde são monitorizados
sinais vitais e outros parâmetros hemodinâmicos; há acompanhamento do equilíbrio hídrico e
eletrolítico. O doente é mantido no respirador para facilitar as trocas gasosas.
A avaliação pós-operatória e os cuidados de enfermagem a pacientes submetidos à cirurgia
da aorta incluem: monitorar as condições circulatórias para determinar a permeabilidade do
enxerto, verificando a presença e qualidade dos pulsos arteriais periféricos e profundos
( femoral e poplíteo e pedioso dorsal); avaliar o sistema neurovascular através da presença e
localização da dor, palidez, parestesia, paralisia e ausência de pulso; verificar a temperatura,
coloração e mobilidade dos membros.
É necessário manter o volume hídrico vascular adequado, através da constatação da
estabilidade hemodinâmica, para prevenir choque hemorrágico em decorrência da perda de
sangue na cirurgia ou no pós-operatório.
O paciente é posicionado em decúbito dorsal ou Trendelemburg, com cabeceira elevada em
300 a 400 e orientado a não fletir os joelhos ou quadris,na presença de enxertos abdominais
ou femorais.
A correção de aneurisma é considerada uma grande cirurgia e várias complicações pós-
operatórias específicas podem surgir. Uma das mais sérias é o IAM, decorrente de doença
arterial das coronárias.
A monitorização da função dos rins, através da ingestão e eliminação de líquidos, é vital, pois
complicações renais podem ocorrer, devido à isquemia por baixo fluxo aórtico, redução do
débito cardíaco, êmbolos, hidratação inadequada ou pinçamento da aorta acima das artérias
renais durante a cirurgia.
Êmbolos também podem alojar-se nas artérias das extremidades inferiores ou mesentéricas.
As manifestações clínicas incluem: sinais de oclusão arterial aguda (dor ou perda dos nervos
sensitivos decorrentes da isquemia, parestesias e perda da sensação de posição,
poiquilotermia(frieza), paralisia, palidez cutanea, ausência de pulso) , necrose intersticial, íleo
paralítico, diarréia e dor abdominal.
Isquemia da medula espinhal pode ocorrer, resultando em tetra/paraplegia, incontinência
urinária e retal ou anestesia, hipoestesia nos hemisférios de correlação clínica e alteração do
tonus vascular podendo resultar em comprometimento da temperatura, quando o aneurisma
estiver rompido.
Na endarterectomia de carótida o paciente apresenta grande risco de ter a perfusão cerebral
reduzida durante a cirurgia, por embolização, que causa oclusão cerebral e isquemia; podem
surgir coágulos na artéria causando isquemia cerebral; aumento da Pressão Intracraniana
(PIC), devido à hemorragia intracraniana; perfusão cerebral inadequada, em virtude da
intolerância ao clampeamento da artéria.
Os cuidados de enfermagem a estes pacientes são essenciais nas primeiras 24 horas e
incluem: avaliação cuidadosa dos sinais vitais e da função neurológica ( reação pupilar, nível
de consciência, função motora e sensorial). Manter a cabeça ereta e elevada ajuda na
permeabilidade das vias aéreas e minimiza o "stress" no local da cirurgia. Avalia-se o padrão
respiratório, a pulsação e a pressão arterial. A pressão arterial sistólica será mantida entre
120 e170mmHg para garantir a perfusão cerebral. Pode ocorrer obstrução das vias aéreas
superiores devido ao engurgitamento do pescoço ou à formação de hematoma localizado. Se
ocorrer está hematoma é indicada aplicação de frio no local da incisão.
É necessário avaliar a função dos nervos cranianos: facial(VII), vago(X), acessório(XI) e
hipoglosso(XII). Os danos mais comuns são: paralisia das cordas vocais ou dificuldade no
controle da saliva e desvio da língua. Em geral, o dano é temporário, mas pode durar meses.
Os danos mais comuns são: paralisia das cordas vocais ou dificuldade no controle da saliva
e desvio da língua.
As complicações mais comuns da cirurgia vascular são: a hemorragia e o choque, que
podem resultar da cirurgia ou de uma lesão associada à aorta, à veia cava ou a vasos
próximos, inclusive artérias e veias ilíacas, renais ou lombares.

5.6 CIRURGIA DA CABEÇA E PESCOÇO


Das cirurgias que envolvem a especialidade cabeça-pescoço, com indicação de assistência
em UPO são:
Tireoidectomia total : ressecção total da glândula tireoide, normalmente feita nos casos de
câncer da tireóide (SRPA).
Tireodectomia parcial : ressecção parcial da glândula tireoide .
Laringectomia: ressecção da laringe (SRPA)
Laringectomia total: retirada completa da laringe, cartilaginosa, do osso hióde e dos
músculos em fita inseridos na laringe e possível exerese do espaço pré - epiglótico junto com
a lesão (SRPA).
Dissecção cervical radical: envolve a retirada de toda gordura subcutânea dos canais
linfáticos e de alguns dos músculos superficiais, de uma determinada região do pescoço (B e
SRP).
Hemiglossectomia: remoção do segmento lateral da língua.

Intervenções de Enfermagem
Os cuidados de enfermagem à pacientes com extensa cirurgia de cabeça e pescoço
requerem um intenso monitoramento de sinais vitais, gases sanguíneos e exames
laboratoriais. É essêncial nesta e nas fases subsequentes atenção às necessidades de
conforto, nutrição e comunicação.
A obstrução das vias aéreas é uma das mais sérias complicações no pós operatório.
Sintomas de inquietação ou dispnéia, taquicardia e taquipnéia indicam que as vias aéreas
estão obstruídas(dudas). Esta pode ser uma resposta ao edema ou hemorragia, sendo que
na tireoidectomia por dano bilateral do nervo laringeo(cp6l). Deve-se manter nebulização
continua para facilitar a respiração e fluidificação das secreções, realizar aspiração do
estoma, nariz e boca, com sondas maleáveis e não traumáticas. Pode ser necessário
ventilação mecânica , material de entubação deve estar preparado (tubo orotraqueal ou
cânula de traqueostomia)(cp62).
A imobilização da cabeça e pescoço é essencial para evitar a flexão e hiperextensão do
pescoço, com resultante tensão e edema na linha de sutura . O paciente deve ser
posicionado em semi-fowler baixa, com a cabeça elevada cerca de 30 graus. Esta posição
promove a drenagem das secreções, reduz o edema, evita a compressão nas linhas de
sutura e facilita as respirações. Mobilizar, estimular a tosse e respiração profunda são
essenciais para evitar atelectasias e pneumonia hipostática (cp62) e( RPA).
Geralmente a drenagem do estoma da traquestomia é mínima. O curativo fica sujo devido as
secreções e sudorese. O mesmo deve ser trocado sempre que necessário e a pele mantida
limpa e seca para evitar maceração e infecção. A pele ao redor do estoma deve ser limpa
com soro fisiológico e solução antisséptica. As bordas da traqueostomia protegidas com
gazes dobradas. A fixação da cânula de traqueostomia deve ser suficiente para assegurar
uma tensão adequada e evitar deslocamento ou saída acidental , que pode resultar em
complicações agudas das vias aéreas .

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A assistência de enfermagem no pós-operatório imediato é de fundamental importância
dentro do contexto do atendimento multidisciplinar ao paciente grave. Evidentemente, além
dos cuidados de enfermagem que visam promover o conforto e o bem estar do paciente , o
profissional nesta unidade deve ter amplo conhecimento das alterações fisiológicas induzidas
pelo ato cirúrgico, estando apto a detectar precocemente alterações que possam
comprometer a evolução deste, comunicando e discutindo o quadro clínico com a equipe
multidisciplinar, para que ações imediatas possam ser tomadas.

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