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Dedico este livro á geração de meus pais, à minha geração e à geração de meus filhos. O
sacrifício e a visão da geração espiritual de meus pais lançou o fundamento para o
glorioso e final triunfo da verdade. Minha geração continuou o bom combate e contribuiu
para preparar o mapa para o futuro. Será a geração de meus filhos que provavelmente
lutará a última batalha pela verdade. Deus é o “Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó” – o
Deus de todas as gerações. Em cada uma delas seus caminhos são maravilhosamente
revelados.
Reconhecimentos
Este livro resulta basicamente da visão de Janet Thomas e de todo o esforço por ela
despendido. Reunindo minhas mensagens, apresentou minha perspectiva profética para o
futuro. Creio haver ela feito um trabalho melhor do que eu mesmo teria realizado.
Parte 1
Capítulo 1 O chamado
O Chamado
Nessa visão eu me encontrava numa alta montanha, vendo uma grande
planície lá embaixo. Diante de mim um exército marchava, com uma grande linha
de frente. Havia 12 divisões na vanguarda, que se destacavam claramente de
uma grande multidão de soldados que as seguia. Essas divisões eram ainda divididas
no que julguei que seriam regimentos, batalhões, companhias e pelotões. As divisões
podiam ser identificadas por sua bandeira, e os regimentos distinguiam-se pelas
cores diferentes do uniforme.
Encontrava-me suficientemente próximo para que lhes pudesse ver o
rosto. Eram homens e mulheres, idosos e jo vens, de todas as raças. Havia
uma impetuosa determinação na face deles. Contudo não pareciam tensos.
Pairava um clima de guerra, mas nas tropas eu podia ver uma profunda paz.
Sabia que não havia um soldado sequer que estivesse com medo de
enfrentar a batalha que se avizinhava. A at mosfera espiritual que senti
quando estava perto deles era tão imponente quanto sua aparência.
Olhei então para o uniforme deles. As cores eram brilhantes. Cada soldado portava
também insígnias e medalhas. Os generais e outros oficiais marchavam com os
soldados nas fileiras. Embora fosse óbvio que aqueles com postos mais elevados esti-
vessem no comando, ninguém parecia estar demasiado suscetível a seu posto. Do
nível do posto mais elevado até o nível mais baixo, todos pareciam ser amigos íntimos.
Era um exército que aparentava uma disciplina incrível, sem precedentes, contudo
também lembravam apenas uma grande família.
Analisando-os melhor, davam a impressão de ser abnegados, não por falta de
identidade, mas por estar muito seguros de quem eram e do que faziam. Não
estavam preocupados consigo mesmos; tampouco com a perseguição de
reconhecimento. Não pude detectar nenhuma ambição e nenhum orgulho em toda
a tropa. Era impressionante observar que toda aquela multidão multiforme guardava
uma total harmonia e marchava num passo perfeito. Tinha 'certeza de que jamais
houve na Terra um exército como aquele.
Fiquei então atrás das unidades da linha de frente, olhan do para um grupo
muito maior, composto de centenas de divisões. Cada uma delas era de um
tamanho diferente, com as menores tendo cerca de dois mil soldados, e as
maiores centenas de milhares. Embora esse grupo não fosse tão bem deline ado e
colorido como o primeiro, em virtude do seu tamanho era também um exército
imponente. Ele tinha também bandeiras, mas elas não eram nem de perto tão
grandes e impressionantes como as do primeiro grupo. Todos tinham unifor me
e seu posto no exército. No entanto fiquei surpreso ao ver que muitos deles não
apresentavam a armadura completa, e muitos não carregavam armas. E
mesmo as armaduras e as armas que possuíam não eram tão polidas e
brilhantes como as do primeiro grupo.
Olhando com mais atenção os que estavam nesse grupo, pude ver que todos
estavam determinados e tinham um propósito, mas faltava-lhes a objetividade que
caracterizava o primeiro grupo. Esses aqui pareciam ter mais consciência do próprio
posto e dos postos dos que estavam ao seu redor. Senti que isso os perturbava um
pouco, afetava seu objetivo. Pude ver também ambição e ciúmes na tropa, o que sem
dúvida era mais um fator de perturbação. Mesmo assim percebi que essa segunda
divisão tinha um alto nível de dedicação e propósito, mais do que qualquer exér cito
na Terra. Essa era também uma força muito poderosa.
Atrás desse segundo exército havia um terceiro, que marchava tão afastado
atrás dos dois primeiros, que não saberia ao certo se até mesmo ele podia
divisar os dois grupos que estavam à sua frente. Esse grupo era muitas vezes
maior que o primeiro e o segundo juntos, sendo aparentemente composto de
milhões e milhões de pessoas. Pelo que pude observar a distância, esse exército se
movia em diferentes direções como um grande bando de aves, arremetendo-se
primeiro por um caminho e depois por outro, nunca se movendo numa linha reta
por muito tempo. Por causa desse movimento incerto ele se afastava mais e mais
dos dois primeiros grupos.
Chegando mais perto desse grupo vi que os soldados vestiam uniformes de cor
cinza escuro, esfarrapados e sujos. Quase todos estavam ensangüentados e
feridos. Alguns tentavam marchar, mas a maioria simplesmente ia na direção
geral em que todos eram dirigidos. Lutas entre eles irrompiam constantemente nas
tropas, provocando ferimentos. Alguns dos soldados procuravam manter-se perto
das bandeiras esfiapadas que se espalhavam pelas tropas. Mesmo assim, até os
que estavam perto das bandeiras não tinham uma identidade clara, pois fi cavam
mudando a cada passo de uma bandeira a outra.
Nesse terceiro exército notei com surpresa que havia apenas dois postos:
generais e soldados rasos. Somente alguns tinham uma peça da armadura.
Tampouco vi arma alguma, exceto armas de brinquedo que eram levadas pelos
generais. Os generais ostentavam essas armilas falsas como se pelo simples fato de
possuí-las isso tornasse Os oficiais especiais. No entanto, até mesmo os que estavam
nas tropas sabiam que elas não eram reais, o que era muito triste, porque era óbvio que
toda a tropa ansiava desesperadamente encontrar alguém que realmente pudesse seguir.
Parece que não havia ambição alguma, exceto entre os generais. Não era por
haver entre eles desprendimento de si mesmos, como no caso do primeiro exército,
e sim por não se preocuparem com quase nada. Considerei que pelo menos a
ambição presente no segundo grupo seria bem melhor que a confusão que
prevalecia no terceiro. Os generais desse grupo pareciam dedicar-se mais a falar sobre
si mesmos e a lutar entre si, o que Os pequenos grupos em volta das bandeiras
também não cessavam de fazer. Pude ver que as lutas dentro das tropas eram a
causa dos grandes arremessos imprevisíveis, numa e noutra direção, que
aconteciam nesse grupo e faziam com que de quando em quando ele mudasse de
direção.
Ao olhar para os milhões que havia no último grupo senti que apesar do seu
grande número eles na verdade não acrescentavam força alguma ao exército,
como um todo. Pelo contrário, o enfraqueciam. Numa batalha real eles seriam
muito mais um peso morto do que um trunfo. Só o fato de ter que sustentá-los com
alimento e proteção significaria muito mais despender recursos do que alcançar
resultados que beneficiassem o exército em sua luta. Considerei que um soldado
raso do primeiro ou do segundo grupo teria um valor muito maior que o de muitos
generais do terceiro. Não conseguia entender a razão de os dois primeiros grupos
permitirem que este Os seguisse em sua retaguarda. Era evidente que eles não eram
verdadeiros soldados.
Mais tarde eu estava diante do Hall do Julgamento, em frente ao Trono do
Julgamento. O Senhor apareceu como Sabedoria, mas eu jamais o vira tão feroz, e
nunca suas palavras foram tão pesadas:
Você já viu este exército em seu coração muitas vezes. Os líderes que estou
comissionando agora vão Estou en viando-o a muitos deles. O que você vai lhes
dizer?
Senhor, este é um grande exército, mas eu ainda estou aflito pela condição do
terceiro grupo. Não compreendo por que até mesmo lhe foi permitido participar do
teu exército. Gostaria de dizer que, antes de prosseguirem, o primeiro e o segundo
deveriam dar meia volta e dispersar esse terceiro grupo. Eles não passam de uma
enorme turba.
O que você viu hoje é ainda algo do futuro. Os ministros que estou para liberar
reunirão este exército e vão equipá-lo para ser tudo o que você viu. Mas no momento
presente quase todo o meu exército está na condição do terceiro grupo. Como então
dispersá-los?
Isso me assustou bastante, muito embora soubesse que nunca vira ninguém
que, sendo do Senhor, estivesse em tão boa forma como até mesmo o segundo
grupo desse exército.
Senhor, sei que senti a tua ira em relação a esse grupo. Se quase todo o teu
exército se encontra agora nessa situação, sou muito grato por não nos haveres
destruído a todos nós. Quando observava esse terceiro grupo, senti que seu
estado deplorável se devia a falta de treinamento, equipamentos e visão, bem como
a uma falha em tomar a cruz que circuncida o coração.
Algum tempo depois já não me encontrava defronte do trono do julgamento, e
sim na montanha, tendo de novo a visão daquele exército. Aquele que tinha o
nome de Sabedoria estava ao meu lado, e resoluto, sem no entanto lhe sentir a dor
e a ira, tal como sentira antes.
Eu lhe permiti ver um pouco do futuro - começou a dizer Sabedoria. - Eu o estou enviando
àqueles que foram chamados para preparar meu exército e liderá-lo. Esses são os que
vêm lutando a batalha na montanha; são os que se defrontaram com o exército do
acusador e permaneceram fiéis; os que têm cuidado do meu povo e os têm protegido,
arriscando até mesmo a própria vida. Eles são chamados para ser líderes no meu exército;
lutarão na grande batalha final, e permanecerão sem medo diante de todos os poderes das
trevas. Como você pode ver, esse exército está em marcha, mas haverá ocasiões em que
eles acamparão. Permanecer acampados é tão importante quanto estar em marcha. É
tempo de planejar, oferecer treinamento, desenvolver habilidades e preparar as armas. É
também te/mip0 em que os que pertencem ao primeiro grupo andem entre os que estão no
segundo, e os líderes do segundo andem em meio aos que estão no terceiro, com o
propósito de encontrar os que possam ser chamados para passar ao nível seguinte. Faça
isso enquanto puder, pois o tempo está próximo, quando Apocalipse 11:1 e 2 se cumprirá, e
os que quiserem ser chamados por meu nome, mas não andarem nos meus caminhos,
serão pisoteados. Antes da última grande batalha meu exército será santo, assim como eu
sou santo. Vou remover aqueles que não forem circuncisos de coração, e também os
líderes que não preservarem minha retidão. Quando a última batalha acontecer, não haverá
o terceiro grupo, que você viu aqui.
A Sabedoria prosseguiu, dizendo ainda:
- Até agora, quando meu exército acampou, a maior parte do tempo foi desperdiçada.
Assim como eu somente levo meu povo a prosseguir tendo um claro objetivo, da mesma
forma, quando chamo meu exército para acampar, há um propósito. A força do exército
que marcha resultará da qualidade do que for feito nesse acampamento. Quando chegar à
hora de parar e acampar por algum tempo, será para ensinar meus caminhos ao meu
povo. Um exército é um exército, quer esteja em batalha ou em paz. Será necessário que
aprendam como acampar, como marchar e como lutar Nenhuma dessas coisas será bem
feita, a menos que todas sejam bem feitas.
E ele continuou:
- Vocês chegarão a um tempo no futuro em que verão meu exército exatamente como é
agora. Naquele dia vocês sentirão minha ira ardente. Saibam que não mais vou tolerar os
que permanecerem na condição do terceiro grupo. Então interromperei a marcha de todo o
exército, até que os que estejam nesse grupo hajam sido disciplinados para se tornarem
soldados, ou sejam dispersos. Vou disciplinar os do segundo grupo para minar suas
ambições más, de forma a viverem por mim e por minha verdade. Então meu exército
prosseguirá marchando, não para destruir, mas para dar vida. Vou estar no meio deles
para que pisem nos meus inimigos, que estarão debaixo dos pés desse exército. Estarei
indo para ser o Capitão da Hoste!
Creio que todo cristão estará marchando num desses três exércitos no século
vinte e um. Um dos fatores que determinará onde cada um de nós estará é quão
bem haja sido treinado para servir. Agora é o tempo em que estamos acampados.
Agora é o tempo de planejamento, de treinamento, de aprimoramen to das nossas
habilidades, e adequação das nossas armas.
Este livro é o que resultou de haver escutado o Senhor durante os últimos dez
anos, tanto por meio de visões como de revelações. Espero que àqueles que
estão dispostos a responder ao chamado de Deus para conhecer o Senhor e
servi-lo nesses perigosos dias que estão por vir, ele sirva como um ver dadeiro
manual.
O objetivo final de Satanás é encher o inferno. Sua maior aliada para alcançar
esse objetivo é a morte, e o meio mais eficaz para provocá-la é a guerra. Uma de
suas principais estratégias é portanto instigar a guerra de todas as maneiras possíveis,
usando quem quer que consiga fazer com que lute. Ele vê cada guerra como uma
vitória, e as mais destruidoras como suas maiores realizações. Assim como Jesus
é o Príncipe da Paz, Satanás é o príncipe da guerra.
Algumas "guerras justas" são lutadas por causas justas. Mesmo assim a Igreja
deve considerar toda guerra como uma significativa derrota, mesmo que o lado da
justiça prevaleça. São derrotas porque o Senhor investiu autoridade sobre a
Igreja para travar guerra espiritual, que se exercida de maneira cor reta pode
alcançar os objetivos da justiça sem a destruição que a guerra produz. Do
mesmo modo que Jesus foi enviado para destruir as obras do diabo, fomos
enviados ao mundo com a mesma missão.
O conflito final entre a vida e a morte está prestes a entrar na sua batalha
final, que será a maior de todas. Ela assolará de um extremo a outro da Terra, em
toda cidade e vilarejo, em toda frente política, filosófica e social. Está chegando
um tempo em que todo debate, toda campanha política e todo movi mento social
será visto como uma linha da batalha entre essas duas derradeiras forças
espirituais. Não haverá campo neutro, não haverá tréguas, nem haverá paz nessa
guerra. Será o tempo mais perigoso, como também o de maior oportunidade para o
Cristianismo, como nunca houve antes.
O Campo de Batalha
Cada guerreiro nessa batalha recebeu posições a defender e posições a tomar do
inimigo. Temos que defender nossas famílias, nossas congregações, e nossos locais
de trabalho contra as palavras de morte. Ao mesmo tempo, ternos que trabalhar a
cada dia para ampliar a extensão do reino de Deus.
Nossos mapas de batalha são nossas listas de oração. Temos que ter alvos
específicos. Temos que "lutar de modo a não f icar desf erindo golpes no ar",
mas sabendo o que estamos atingindo. Quando conseguirmos ter domínio
sobre nossos compromissos menores, receberemos maior autoridade para irmos
de encontro a fortalezas maiores. Por exemplo, aqueles que tiverem domínio no
âmbito de sua família receberão seus vizinhos e suas famílias. Os que tomarem sua
vizinhança receberão o encargo de sua cidade. Joel descreveu o exército do
Senhor:
Correm como valentes; como homens de guerra, sobem muros; e cada um vai no
seu caminho e não se desvia da sua fileira.
Não empurram uns aos outras; cada um segue seu rumo; arremetem contra lanças e
não se detêm no seu caminho (Joel 2:7, 8).
Os cristãos têm que ver cada encontro com uma pessoa como uma oportunidade
para semear vida. Isso não quer dizer que tenhamos que declarar o plano de
salvação a cada funcionário que trabalha no caixa de um supermercado, ou a
cada garçonete, e sim nos posicionar do lado do reino de Deus, mantendo resolutamente
nossa posição em Cristo. Esta posição é sempre demonstrada pelo fruto do Espírito.
Sempre que conseguirmos suportar as constantes provações e os injustos conflitos desta
vida, sem comprometermos nossa posição no amor, na alegria, na paz, na
paciência, na bondade, na benignidade, na fidelidade, na mansidão e no
autocontrole, estaremos estendendo os limites do reino de Deus.
Uma das maiores demonstrações do Espírito que já testemunhei não foi um
milagre, mas uma situação ocorrida numa fila para aquisição de passagens de uma
companhia aérea.
A DIREÇAO
Dividi este livro em três seções principais. A Parte 1, que você está lendo agora, faz a
seguinte pergunta: "Como é que vamos então viver?" A Parte 2 é um guia para
cada crente no século vinte e um. Contêm muitas das ferramentas de ordem prática
de que necessitaremos para desempenharmos nossa missão nos dias à frente.
Começo com uma visão: "Campo de Sonhos ou de Pesadelos?" que prediz distúrbios
econômicos nos próximos anos. Nessa seção consideramos nossa
responsabilidade pessoal em nossas finanças, nosso relacionamento com outros
cristãos, e a constante batalha contra o inimigo. Não poderemos servir no exército
do Deus se não estivermos vivendo na retidão do Senhor. Vamos também
considerar como lidar com as tempestades que estão à nossa frente, como conhecer
o chamado de Deus à nossa vida, e como ouvir sua voz em meio a todos os sons
dissonantes do mundo de hoje.
A Parte 3 é um guia para cada cristão, como participante da Igreja, que significa todo
o exército de Deus. Qual o chamado para a Igreja nos dias à frente? E por que parece
que ela deixou de cumprir seu chamado no século vinte? Vamos considerar a es-
tratégia do diabo em cegar o mundo mediante o movimento da Nova Era. Veremos
por que ele avançou tanto no século vinte. Depois vou compartilhar uma visão,
"Guerra e Glória", que descreve uma guerra civil dentro da Igreja. Tal como a guerra civil
americana, essa guerra fará finalmente com que se chegue a uma união maior. Depois
veremos uma nova onda de mudanças na Igreja. Essa percepção foi também inspirada
por uma visão, "A Próxima Onda Está sobre Nós". Vamos apresentar a seguinte
questão, e dar-lhe uma resposta: "Por que o avivamento tem se retardado?"; e vamos
considerar a visão que tive em 1997: "Uma Ponte para o Avivamento". Finalmente,
veremos como a Igreja pode se valer de binóculos espirituais para ver o que irá
acontecer no século vinte e um.
O objetivo final da Igreja é encher o céu. Nossa ferramenta é o evangelho da
salvação, as palavras de vida eterna. O conhecimento da salvação é a dádiva mais
preciosa que se pode ter, e a nós, a Igreja, isso nos foi confiado. A Igreja está por
receber palavras de vida com um poder muito maior. Tais palavras serão como bombas e
granadas de mão com o poder de destruir até mesmo as mais eficazes fortalezas do
inimigo. Palavras que individualmente serão ditas pelos cristãos aos incrédulos terão o
poder de desemaranhar as complexas redes de engano que o inimigo tem levado anos
para tecer. Afirmações que os cristãos farão publicamente vão desfazer a propaganda do
inimigo para a sua causa, propaganda essa que foi feita mediante milhares de livros,
artigos e proclamações públicas durante todo o século vinte.
Esse poder por meio das palavras não será ganho de forma fácil. Aqueles a quem
houver sido entregue essa autoridade terão que fielmente lutar contra sua própria
linguagem e seus indóceis pensamentos, levando-os à submissão do Espírito
Santo. Águas puras têm de vir de fontes puras. O grau de pureza da nossa vida será o
grau em que as águas da vida estiverem fluindo em nós: Sobre tudo o que se deve
guardai; guarda o coração, porque dele procedem às fontes da vida.
No final da visão de O Chamado, houve um momento em que vi a glória de
todas as épocas. Vi a Terra e os céus como uma unidade. Vi miríades de anjos e miríades
de pessoas que tinham maior glória do que qualquer outro anjo que vira até então.
Todos serviam na casa do Senhor. É isso que buscamos: ver a glória do Senhor
revelada por instrumento do seu povo.
Minha oração é que mediante este livro você conheça melhor o chamado que há
na vida de todo crente, e que entenda como esse chamado se relaciona com nosso
tempo. A profecia bíblica é clara com respeito a uma coisa: antes do fim, a Igreja se
tornará a gloriosa noiva que é chamada a ser, digna do nosso grande Salvador.
Uma geração vai cumprir a profecia de Isaías 60:1-5. Por que não a nossa?
O único modo pelo qual teremos condições de resistir à marca da besta em nós é
tomando a marca de Deus, que é dada a seus servos. A chave para entendermos esse selo
de Deus está em compreendermos o sentido da palavra servo.
Nas Escrituras, o servo, ou escravo, tinha o direito de se libertar após seis anos de serviço,
mas se ele amasse muito seu senhor e preferisse permanecer como escravo pelo resto da
sua vida, recebia uma marca permanente (ver Êxodo 21:3,6). Os servos, então, são aqueles
que por sua autodeterminação estão a serviço do Senhor. Nem todos os que se declaram
cristãos são servos como esses. Muitos afirmam haver entregue sua vida a Cristo, mas
continuam vivendo para si mesmos.
Os servos não têm dinheiro algum para ser gasto com eles mesmos.
Portanto, não usufruem liberdade para gastar o que lhes f oi entregue,
posto que não lhes pertence. Seu tempo, e inclusive sua família pertencem a seu
senhor.
O compromisso de tornar -se um servo, assim como ensina do nas
Escr it ur as, não está sim plesm ent e na aceit ação int e lect ual de certos
princípios bíblicos; ele signif ica o com pro misso de assumir com toda a
obediência um estilo radical de vida. Tal servo já não vive para si, e sim
para o Senhor. Transf ormar-se voluntar iamente num tal ser vo é o maior de
todos os compromissos que pode ser f eito neste mundo, e somente um tolo
o assum iria sem que primeir o considerasse cuidadosamente a implicação disso.
Para compreenderm os a marca da besta, que é um a marca econômica,
ternos de entender o que signif ica "adorar a bes ta". Mesmo que não
amemos o dinheiro, muitas vezes deposi t am os nele nossa conf iança. O
am or ao dinheiro, ou a conf i ança depositada no dinheiro libera um dos
maiores males no cor aç ão h um a no. No f im de st a er a u m a d e du as c o is as
va i acontecer: ou estaremos totalmente libertos disso, ou estare mos
inteiramente escravizados a isso. Seremos ou escravos de Deus, ou do diabo.
Em bor a t enham os ent endim ent o com r espeit o ao q ue é a marca de Deus,
e ao que é a marca da besta, mesmo assim tere mos que f azer u ma escolha
entre as duas alter nativas. Pode mos julgar que isso será f ácil, uma vez
que reconhecemos a importância dessa decisão, mas não tomaremos a
atitude cor reta a menos que nosso coração esteja em retidão.
E não há obediência sincer a, a não ser que t enham os a li berdade de
desobedecer: Deus pôs a Árvore do Conhecimento no jardim para que os
homens escolhessem a quem serviriam. Não era sua intenção que
caíssemos, como pensarão alguns, e sim q ue pr ovássem os nossa devoção.
Se t udo q ue o Senhor q uer ia er a obediência, ter ia sido bem melhor par a
ele haver criado computadores, programando -os para adorá-lo. Será que uma
tal adoração seria aceitável a alguém? Que dizer então de nosso g lor ioso Cr iador?!
Não, a ver dadeira ador ação, nasce do coração. Ela necessit a de
liberdade. Do mesm o modo, os que estão a serviço do Senhor são aqueles
que por sua vontade querem ser servos.
O Jugo da Besta
Provavelmente seja uma dívida financeira a razão número um por que os
cristãos hoje não estão livres para responder ao cha mado de Deus em sua
vida. Quando há um chamado para fazer alguma coisa - desde a entrada
num ministério de tempo inte gral, até o chamado para uma viagem
missionária -, nossa primeira consideração geralmente é: "Será que vou ter
condições financeiras?" Esta é uma clara indicação de que possivelmente
estejamos tomando a marca da besta.
As pessoas em nossa cultura se acostumaram com a idéia de que como
seus pais conviveram com dívidas, têm, conseqüen temente que aceitar essa
mesma realidade - o fantasma da dívida. No entanto, pensando bem, o que a
Bíblia nos diz a respeito? Paulo advertiu-nos quanto a isso:
E não vos conformeis com este século [com esta era, que segue e se adapta às suas
práticas exteriores e superficiais mas transformai-vos [mudem a si mesmos] pela [plena]
renovação da vossa mente, [com novas ideais e uma nova atitude], para que
experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus [e até mesmo o que é
bom, agradável e perfeito aos olhos de Deus para vocês]. (Romanos 12:2 - AMP)
A dívida é um jugo de escravidão do qual a maioria das pes soas se tem
tornado vítima. Em quase todas as portas de esta belecimentos comerciais
por onde você p assa há a marca de um cartão de crédito nelas afixada.
Creia você, ou não, ser verdade o q ue lh e dig o, o f at o é q ue um banco em
Den ver ,
Colorado, certa vez anunciou um plano para a emissão de car tões de crédito
para crianças de 12 anos!
Em menos de vinte anos os Estados Unidos, por exemplo, passaram da
condição de nação mais credora do mundo para a situação de a nação mais
devedora do planeta! (Em outras palavras: os americanos deixaram de ter as
demais nações lhes devendo mais do que a qualquer outra naç ão, passando
para a situação diametralmente oposta: agora eles devem às demais nações
mais do que qualquer outro país.) Jamais, na história m u n d i a l , a c o n t e c e u
u m a m u d a n ç a t ã o g r a n d e e t ã o r á p i d a na economia de um país!
O que toma emprestado se torna servo de quem empresta. O país com
dívidas (como acontece também com o Brasil) se en contra agora numa
situação de escravidão perante seus credo res. O trágico é que os jugos
estão se tornando cada vez mais pesados! Como-a Igreja é chamada a ser "a
luz do mundo" e "o sal da Terra", temos a responsabilidade de nos manifestar
contra essa grande transgressão. Cont udo, como teremos autori dade para
emitir tal opinião, se nós crentes - como todo o mundo - também estamos
atolados em dívidas, tanto pessoalmente como em relação às nossas igrejas e
ministérios?
A expressão "o dinheiro compra tudo" é muito reveladora. Mais do que
qualquer outra coisa, a forma como se gasta o di nheiro revela a quem se
está servindo. Basta olhar para Os canhotos dos talões de cheques de
alguém para se ter como escrever sua biografia. Dá para facilmente distinguir
suas preferências e paixões (distinguindo-se as coisas pelas quais tem algum
interesse e aquelas a que se entrega de fato). Jesus assim se expressou a esse respeito:
...onde está o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
A Meta
A Bíblia não afirma que é errado ter dinheiro. Na verdade, o dinheiro pode
ser uma das dádivas de Deus, como está em 1 Timóteo 6:17 (SBTB): Deus, que
nos dá todas as coisas para as desfrutarmos. Mas a questão de sempre é: Por que
estamos sempre com pouco dinheiro? Temos a resposta no seguinte texto:
Ora, pois, assim diz o SENHOR dos Exércitos: Considerai o vosso passado [vede bem o
que vos tem acontecido]. Tendes semeado Muito e recolhido pouco; comeis, mas não
chega para fartar-vos; bebeis; mas não dá para saciar-vos; vestis-vos, mas ninguém se
aquece; e o que recebe salário, recebe-o para pô-lo num saquitel furado. (Ageu 1:5, 6 -
AMP)
Esta escritura descreve com muita propriedade o modo pelo qual a maioria
das pessoas vive, semana após semana, corren do até o banco para cobrir os
cheques emitidos no dia anterior. Se habitualmente você se vê sem dinheiro
suficiente, considere as seguintes questões:
-Será que não empreguei bem, ou gastei demais o dinheiro que Deus me deu?
- Será que tenho mesmo necessidade de mais, ou sou "excessivamente
ambicioso"?
- Tenho violado os princípios bíblicos de mordomia, com respeito ao dinheiro
que o Senhor me confiou?
- Será que, como as pessoas do livro de Ageu, tenho me pre ocupado mais em
construir a minha casa do que a Casa de Deus?
Mesmo que uma só das questões acima seja afirmativa em nosso caso,
nossa resposta tem que ser arrependimento. Arre pendimento é mais do que
simplesment e nos entristecer por nossos erros; é mudar nosso comportamento.
Como C. S. Lewis certa vez ressaltou, quando fazemos uma conversão e
entramos numa estrada errada, esta nunca se tor nará a estrada certa. O
único modo pelo qual podemos pegar de novo a estrada certa é voltar ao
ponto daquela conversão errada e fazer a conversão correta.
A definição bíblica do que seja liberdade financeira não é necessariamente
ser rico. Nosso alvo deve ser o de nunca tornar uma decisão com base em
considerações financeiras, e sim com base na vontade de Deus. Essa deve ser
a meta financeira para cada um de nós.
Nor m alm ent e pensam os q ue par a sair mos de nossa sit ua çã o o j e it o é
g a nh ar m a i s d i nh e ir o . E nt r et a nt o , es sa q u as e nunca é a resposta, e às vezes
pode até tornar as coisas piores.
O plano de Deus não requer que você ganhe mais dinheiro do que ganha agora -
e isso não é porque ele vai lhe dar u ma revelação, de modo que você acerte na
loteria!
As Escrituras nos dão claras instruções de que temos que sair das dívidas,
de que precisamos urgentemente não nos endividar, tornando-nos
financeiramente independentes. Não importa quão desastrosa seja sua atual
situação financeira: você tem um modo bastante simples para escapar a ela -
obediência! Esta é sua herança como filho (ou filha) do Rei.
O Principio da Obediência
O primeiro princípio para escapar de sua atual situação financeira é passar pela
cura financeira.
Passando Pela Cura Financeira
O primeiro passo para a cura financeira é dar, e não ga nhar. Se você se
fechou diante desta afirmação, é então evidente que você tem uma ferida que
precisa ser curada. Você tem retido seu dinheiro do Senhor? Infelizmente a Igreja
tem sido financeiramente saqueada pelo engodo, pela manipula ção, e às vezes
pelo espírito de controle.
A maneira de se ficar fora do alcance do jugo deste mundo é entrar no reino.
Fazemos isso submetendo-nos, em primeiro lugar, ao Rei em tudo, e vivendo
segundo a sua Palavra. Nossa primeira consideração ao tomarmos qualquer
decisão importante tem de ser: descobrir qual é a vontade do Senhor.
Um texto muito importante para a Igreja de hoje encontra- se no livro do profeta
Malaquias:
Roubará o homem a Deus? Todavia, vós me roubais e dizeis: Em que te roubamos? Nos
dízimos e nas ofertas. Com maldição sois amaldiçoados, porque a mim me roubais, vós, a
nação toda. Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na
minha casa; e provai-me nisto, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas
do céu e não derramar sobre vós bênçãos sem medida. Por vossa causa, repreenderei o
devorador, para que não vos consuma o fruto da terra; a vossa vide no campo não será
estéril, diz o SENHOR dos Exércitos. Todas as nações vos chamarão felizes, porque vós sereis
11177a terra deleitosa, diz o SENHOR dos Exércitos. (Malaquias 3:8-12)
Você é assim tão abençoado financeiramente a ponto de sobrar dinheiro? Então
traga "todo o dízimo" à casa do tesouro. Isso significa dar o dízimo pelo bruto
(dizimar é dar os primeiros 10 por cento de toda a nossa renda ao Senhor). Além
do que ele promete uma bênção tão grande que não dá para você imaginar!
Muitos cristãos pensam que não têm condições de dar o dízimo, mas na verdade o
que não podemos fazer é deixar de dá-lo! De modo geral, o que precisamos não é
aumentar a nossa receita, e sim ter o devorador repreendido. O Senhor promete não
apenas repreender o devorador, mas também abrir as janelas do céu. Aqui se encontra o
único texto das Escrituras em que Deus nos pede que façamos prova dele. Faça prova
dele a este respeito. Eu nunca soube de ninguém que haja dado fielmente o dízimo e não
haja experimentado a fidelidade do Senhor em relação à sua Palavra.
Contudo já vi muitos que continuaram a cair financeira mente pelo fato de
haverem declarado: "Vou deixar de lado meus dízimos até que o Senhor me diga
onde deverei entregá-los". Isso soa algo nobre, mas se o dinheiro ainda está em
sua conta, você não o entregou. Às vezes pode ser sábio deixar reservado algum
dinheiro numa conta especial, esperando o tempo e o lugar para dá-lo, mas isso
deveria acontecer tão-somente com nossas ofertas. Ou seja: tudo que vai além do
dízimo, e não o dizimo propriamente dito.
A Palavra é clara quanto ao lugar onde entregar o dízimo: na casa do seu
tesouro, ou seja, na sua igreja.
Alguns julgam que não podem confiar nos líderes da sua igreja com respeito a um
destino sábio do dinheiro. Entretanto, se não pudermos confiar nos líderes com
relação ao nosso dinheiro, certamente seremos tolos em confiar nossa alma a eles.
Nossa responsabilidade é obedecer, deixando o Senhor lidar com os que possam ser
irresponsáveis. Entretanto, se a liderança demonstra uma séria
irresponsabilidade financeira, teríamos que considerar que ela não tem
capacidade tampouco para zelar por nossa alma.
Já ouvi alguém dizer: "Não dou o dízimo, porque tudo que tenho é do Senhor".
Este é outro engano trágico. Se tudo que tal pessoa tem é do Senhor, então ela
deveria obedecer à Palavra de Deus, que manda dar o dízimo. O Senhor não é
enganado por esse tipo de raciocínio viciado. Temos de compreender que Deus
não precisa do nosso dinheiro. O mundo todo a ele pertence. Dizimar visa ao
nosso bem, não ao dele. Nossas desculpas apenas ferem a nós mesmos.
As mesmas verdades se aplicam à nossa igreja e ao nosso ministério.
As Igrejas Também Deveriam Dizimar
Como uma igreja é uma casa do tesouro de Deus, será que isso significa que a
nossa igreja também deveria dizimar? Sim, dar é algo fundamental no Cristianismo.
De igual forma Deus nos pede que assim procedamos para nosso próprio bem, e
não para o bem dele. Deus procura pessoas fiéis, nas quais possa confiar para
serem canais de seu suprimento. Não estamos buscando prosperidade para nós
mesmos; procuramos ser servos fiéis, tal como aqueles da parábola dos
talentos, que investiram bem o que lhes fora confiado, e depois disso seu patrão
lhes confiou uma importância bem maior.
Quando começamos nossa congregação, a Comunidade Morningstar
(Estrela da Manhã) em Charlotte, Carolina do Norte, por um descuido deixamos
de dar o dízimo da receita da igreja. Tivemos significativas perdas até o momento em
que começamos a dizimar, quando imediatamente nossas finanças deram meia
volta. Poderíamos dizer que teria sido uma coincidência. No entanto teríamos de
estar mortos espiritualmente, para chegarmos a admitir isso.
Quando damos o dízimo bíblico, que é tomar os "primeiros frutos" e dar ao
Senhor, estamos afirmando que nele confiamos como nossa Fonte, não em nós
mesmos, nem em nosso trabalho. Isso é importante para pessoas, para igrejas,
e para ministérios para-eclesiásticos.
Uma vez que você haja assumido o compromisso de dar o dízimo, você deve
ainda se perguntar se não está sucumbindo a qualquer das três armadilhas do inimigo
para mantê-lo escravizado ao sistema deste mundo.
3. Preguiça
Talvez você nunca tenha dinheiro bastante, porque você é preguiçoso.
Salomão aconselhou o preguiçoso a considerar os caminhos da formiga:
Vai ter com a formiga, ó preguiçoso, considera os seus caminhos e sê sábio. Não tendo
ela chefe, nem oficial, nem comandante, no estio prepara seu pão, na sega ajunta seu
mantimento. O preguiçoso, até quando ficarás deitado? Quando te levantarás do teu
sono? Um pouco para dormir, uni pouco para tosquenejar, um pouco para encruzar os
braços em repouso, assim sobrevirá a tua pobreza como um ladrão, e a tua necessi-
dade, como de um homem armado. (Provérbios 6:6-11)
O versículo 7 deste trecho é o mais interessante: ... não tendo ela chefe, nem
oficial, nem comandante. Algumas versões traduzem esta última palavra por
"dominador". Contudo no hebraico a palavra é mesmo comandante. Neste sentido a
formiga é uma representação do crente nascido de novo. As formigas instinti-
vamente sabem o que fazer. Pois do mesmo modo deveriam saber os cristãos; tais
pessoas não precisariam ter uma fonte de motivação externa, uma vez que sua
motivação vem de seu interior. Às vezes o crente precisa de um conselho, mas
nossa meta tem de ser a de sempre termos a Palavra e os caminhos de Deus
estabelecidos firmemente em nosso coração.
Observe ainda o que Salomão diz sobre o sono. Todos temos a tendência de tocar no
despertador, desligando o alarme para termos apenas alguns minutos a mais de
sono. Este versículo nos adverte contra a natureza viciosa desse hábito. Se é hora de
nos levantar, levantemos! Deus não vai derramar prosperidade sobre você enquanto
você estiver na cama. Se somos servos do Senhor, nosso tempo também é dele.
A Lei da Fí si ca e a Ri queza
Há uma lei da Física que afirma que a energia jamais é destruída; ela
simplesmente muda de forma. O mesmo é verdade com respeito à riqueza: ela
nunca é destruída, mas com freqüência muda de mãos. Mesmo durante a
Grande Depressão, a riqueza na verdade não se perdeu; ela apenas foi
transferida para aqueles que se achavam em condições de tirar vantagem da
situação. E os que se beneficiaram foram não só os que não tinham dívidas,
como tinham dinheiro disponível naquela hora. Houve empresas que foram
compradas por quantias muito baixas, chegando a 10% do seu real valor. Terras
foram adquiridas por quantias ínfimas, chegando a 25% de dólar para cada mil
metros quadrados, compradas daqueles que se haviam endividado.
Estamos caminhando em direção a um transtorno econô mico muito pior que
o da Grande Depressão. Os que não estiverem preparados ficarão arruinados. O
Senhor deseja que seu povo esteja prevenido para tais tempos, não apenas para
que possam suportar tudo, ou para enriquecerem, mas para benefí cio do próprio
evangelho. Como prometem as Escrituras, a riqueza das nações será dada àqueles
que servem ao Senhor.
Agora o Senhor está preparando seu povo para o que está para acontecer. Ele
vem advertindo sua Igreja por mais de vinte e cinco anos, para que todos se livrem
de dívidas. Já nos foi dado um tempo mais que razoável para isso. Entretanto,
devido ao fato de que esses catastróficos problemas econômicos têm demorado a
acontecer, muitos têm desprezado essas advertências. Ainda há tempo para
arrependimento e para pormos as coisas em ordem, mas não dá para protelar mais!
Na primavera de 1995 Bob Jones, um amigo meu que é profeta, disse a alguns
dentre nós que o time de beisebol Os Valentes de Atlanta ganharia o campeonato da
Série Mundial, naquele ano, como uma mensagem para a Igreja. Essa profecia
cumpriu-se, e de fato houve nela uma mensagem.
Por muitos anos Os Valentes de Atlanta vinham sendo considerados "o time dos
Estados Unidos". Esta nação é chamada de "o lar dos valentes". Valentes são guerreiros
corajosos, e verdadeiros guerreiros são os que lutam até obter a vitória. Após anos
de insucesso, Os Valentes de Atlanta finalmente conseguiram entrar na Série Mundial
de 1992 e também em 1993, mas não foram campeões. Eles não desistiram, e em 1995
venceram o campeonato da Série Mundial, tal como Bob Jones havia profetizado.
De maneira semelhante, a Igreja tem lutado por vários anos. Deus tem
levantado grandes movimentos e ministérios par a abençoar o mundo todo.
Embora tenhamos tido muitos anos maravilhosos, já faz algum tempo que a Igreja
como um todo não tem alcançado um verdadeiro avanço ou vitória sobre o
inimigo.
Como eu esperava que o time de Atlanta vencesse em 1995, em razão da palavra de
Bob, também fiquei muito ansioso por conhecer a mensagem que havia nessa
vitória. Para mim foi muito interessante o fato de que a vitória dos "Valentes"
aconteceu no ano da saga de O. J. Simpson, que talvez haja sido o julgamento
mais controvertido da história judicial dos Estados Unidos. Foi esse também o
ano em que o incêndio de igrejas e a Marcha de Um Milhão de Homens foram
manchetes dos principais jornais. Quando parecia que a justiça estava sofrendo o maior
assalto da história americana, foi um jogador de nome Davi ou, mais
precisamente, David Justice, que fez a jogada vencedora naquele jogo que
deu a vitória ao "time a m e rica no”.
Creio que foi muito significativo haver sido Davi quem fez aquela jogada final. Ele
é um homem negro, e realmente espero que "Davis" jovens e negros surjam e matem
os "Golias" espirituais que têm intimidado e retido o avanço dos exércitos de Deus.
Penso ainda que esses grandes campeões virão em nome da justiça. Eles não
apenas exigirão justiça para si mesmos, mas também a conquistarão Para outras
pessoas.
Nenhum de nós deseja justiça em relação a nossos pecados; o que desejamos é,
isto sim, misericórdia e graça. Isso é pacífico. Entretanto, a justiça de Deus é mais do
que isso. O Senhor evidentemente se preocupa muito com a eqüidade e com a jus-
tiça na conduta dos homens. As Escrituras deixam bem claro que ...retidão e justiça
são a base do seu trono, e que ...fazer justiça e julgar com retidão é mais aceitável ao
Senhor do que oferecer-lhe sacrifício.
Se a justiça é algo tão importante que é um dos dois pilares sobre os quais Deus
estabeleceu seu trono, deve-se dar a ela uma prioridade muito maior. Como o Senhor
falou pelo profeta:
Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras, se deveras
praticardes a justiça, cada um com O seu próximo; se não oprimirdes o estrangeiro, e o
órfão, e a viúva, nem derramardes sangue inocente neste lugar, nem andardes após
outros deuses para vosso próprio mal, eu vos tirei habitar neste lugar, na terra que dei a
vossos pais, desde os tempos antigos e para sempre (Jeremias 7:5-7).
Tenho viajado muito por todo o mundo, e quanto mais viajo mais dou graças a
Deus por viver na América. Por melhor que seja o sistema de justiça que há no
mundo de hoje, esse sistema ainda não é tão bom quanto poderia ser. Não há
justiça para todos. E há um crescente assalto à justiça por toda a estrutura social,
indo da capacitação econômica a diferentes oportunidades educacionais. Contudo o
que é mais assustador ainda é a quase completa falta de visão e de um sistema de
justiça na Igreja Cristã.
Como Paulo escreveu aos Coríntios: Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem
ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?
Poderemos descobrir que grande parte da vergonha que recentemente tem
alcançado o corpo de Cristo é decorrente de não termos um verdadeiro sistema de
justiça na igreja, de modo a nos julgar a nós mesmos, para que não sejamos
julgados. Quando os israelitas perderam o senso de justiça, logo caíram na
apostasia, porque a justiça é uma das bases do trono do Se nhor em nosso meio.
Deus teve que usar as nações pagãs que estavam em volta de Israel para
disciplinar aquele povo até que ele se voltasse para o Senhor. De igual modo, Deus
se viu obrigado a fazer uso da imprensa secular e de outros "pagãos" para disciplinar a
Igreja. Entretanto, o Senhor não destacou jornalistas nem investigadores para
julgarem a sua Igreja. Foi aos anciãos da Igreja que essa autoridade foi concedida. A
falta de autoridade criada pela ausência de verdadeiros juízes continu ará a ser
compensada por aqueles que não são chamados, e que trarão muita confusão, até
que os verdadeiros anciãos da Igreja assumam a autoridade que lhes foi concedida por
Deus.
Decaídos da Graça
Na primavera de 1996, Bob Jones recebeu a palavra de que Os Valentes não
venceriam novamente a Série Mundial naquele ano, e que isso seria uma
mensagem. Quando me deram bilhetes de entrada para o quinto jogo da Série
Mundial em Atlanta, eu sabia que o Senhor iria mostrar-me algo importante. E não
me decepcionei.
Quando Bobby Conner, Mike Dean e eu caminhávamos em direção ao estádio, Mike
disse-nos que na primeira vez que Os Valentes foram participar desse campeonato, uma
empolgação sem precedentes tomou conta de toda a cidade. Mais de cem mil
pessoas foram até o estádio, mesmo sabendo que não teri am como entrar e
que seriam obrigados a permanecer do lado de fora, dando de lá seu apoio
ao time. Enquanto ele dizia isso, surpreendi-me ao ver o contraste que havia
em relação àquela noite. Não havia ninguém do lado de fora para dar
suporte à equipe. Os que entravam no estádio davam inclusive a impres são
de estar indo desprovidos de todo entusiasmo.
Aquele campeonato - a Série Mundial - era o ponto culmi nante do
beisebol. O jogo acontecia entre uma das equipes mais populares, Os
Valentes, contra um dos times de maior tradi ção, os Yankees de Nova York.
Mesmo assim eu sentira mais ardor entr e os t orcedor es dos t im es q ue
haviam jog ado num campeonato local sem importância do que o que estava
acontecendo entre os torcedores que naquela noite se encontravam no
estádio de beisebol Fulton County. O que eu sentia era, ao contrário, uma
atitude de arrogância, que me dava uma sensa ção bastante desconfortável.
Dur ante o j ogo, quando os t or cedor es do At lant a com eça r a m a s o l t a r
s e u g r i t o t í p i c o p a r a i m p u l s i o n a r o t i m e , q u e ant er i or m ent e er a um g r ito
de g uer r a q ue at em or iza va o c oração dos jogadores do time contrário,
naquela noite ele saia b ast ant e de sa n im a d o: p ar ec i a m a i s um g r it o d e d or
d o q ue um b r a do d e g uer r a. F iq u e i im pr e ss i on a do c om o pes o q ue havia
no ar . Sur pr eendi - m e ainda m ais com os g r it os de de saprovação q ue er am
dados pelos torcedor es q uando Os Va l e n t e s e r r a v a m u m l a n c e , o u
q u a n d o n ã o c o n s e g u i a m t e r ê xit o n um a j og a da q u e, s e c on cr et i zada
c om s uc es so, t er i a sido por puro milagre.
Os Valentes perderam aquele jogo, que era de extrema im portância, porque
um de seus jogadores perdera uma bola, o que não poder ia haver
acontecido. Tudo parecia ajustar -se à s it ua çã o r e in ant e. O p es o q u e
p a ir a va so br e o t im e er a t ão gr ande que eu esper ava que eles err assem
em q uase t oda j o gada. O que m udara n aq uela cidade, passando de um a
sit ua ç ã o em q u e a s p e s s o a s h a vi a m p er m a n e c i d o at é m e sm o d o lado de
f or a do estádio, dando apoio ao t ime, para um a situ aç ão em q ue os
t or c ed or es par ec i am est ar ir r it ad os com o s jogadores?
Teria sido por causa do orgulho? Antes do início do campeonato daquele
ano os jornalistas esportivos haviam feito o prog nóstico de que Os Valentes
venceriam de novo. Uma tal previsão não seria necessariamente um fator
negativo. Entretanto, juntando-se com a vitória que haviam alcançado no
ano anterior, ela fez com que os jogadores e os torcedores ficassem ex -
cessivamente arrogantes e orgulhosos. Não é o que a gente diz: "Estavam
todos de salto alto..."? E quando as pessoas começam a reclamar de qualquer
erro cometido, ou quando uma jog ada não termina como esperam, isso traz
uma grande pressão sobre os jogadores, o que mais cedo ou mais t arde
acaba por f azer com que "percam a bola".
Na manhã do dia seguinte mal dava para crer nas ultrajan tes palavras dos
comentaristas sobre Os Valentes. Diziam que o time da casa provavelmente
nunca jogara um jogo de beise bol a n ível r ealm ent e pr of issiona l, e m uit o
m enos sent ir a a responsabilidade do que signif icava participar da Série
Mundial. O veneno que f oi lançado sobre aquele jogador q ue com et er a
aq ue l e er r o vi t a l f oi e nt ã o ch oc an t e. At é m esm o a l guns que não eram da
crônica esportiva f izeram comentários como se f ossem especialistas que
sabiam das coisas mais do q ue os pr ópr ios dir ig ent es da eq uipe. Par a m im
não f oi sur presa o fato de Os Valentes não vencerem depois uma única
part ida jog ada em casa no campeonato da Sér ie Mundial da quele ano. Para
eles era bem mais fácil jogar fora de casa, uma vez que ganharam dois jogos em
Nova York.
Creio que essa mesma atitude é o que f az com que muitas igrejas,
ministérios e pessoas caiam depois de apenas uma úni ca vitória. Quando
passamos por uma vitória, é bom f orçar a situação, e até mesmo manter a
fé de que continuaremos ven ce nd o. Ent r et a nt o, q ua nd o a s e xp ec t at i va s
d a s p ess o as s ão contaminadas pela arrogância, de modo que tudo o que não venha
de encontro àquelas expectativas faça despertar críticas e não intercessão, uma derrota
certamente sobrevirá. Salomão percebera isso centenas de anos antes, quando
escreveu: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda!
É difícil, para quem não haja praticado esportes, imagi nar quanto os
torcedores influenciam um jogo, razão por que há uma clara vantagem no
jogo em casa. Se os torcedores estão empurrando o time para a frente, os
jogadores são inspirados a jogar além de suas possibilidades normais. En -
tretanto, quando eles não apóiam o time, é como se os joga dores estivessem o
tempo todo carregando um enorme peso. O mesmo se dá em nossas igrejas.
Quando a liderança sente apoio dos membros, ela subirá e alcançará novas
alturas. Quando no entanto ela é arrasada por críticas, torna-se difícil para ela
até mesmo atuar.
Uma das principais razões por que muitos líderes têm falta de unção de Deus é
o fato de os membros da sua igreja não terem fome de Deus. Outro fator são as
expectativas irrealistas que freqüentemente depositamos sobre eles. Temos a
tendência de ser muito exigentes. Quando alguém tenta liderar-nos, de tal modo
o atacamos que dá para se pensar como pode haver quem se disponha a ser pastor
ou presidente do país.
Assim como as críticas e os comentários pelo rádio em Atlanta naquela manhã foram
formulados principalmente por aqueles que nunca haviam jogado uma partida de
beisebol profissional (e muito menos participado da Série Mundial), as críticas
feitas dentro da igreja, em sua maioria, nunca contribuíram para o bem dela, nem
edificaram nada que fosse significativo.
É impressionante o fato de haver quem dê ouvidos a esses comentários, e é ainda
mais impressionante que até mesmo cristãos maduros estejam dando atenção
àqueles que se têm posto como juízes sobre a Igreja.
Todos temos liberdade para escolher a forma de nos relacionar com nossos
líderes: poderemos participar de apenas um dos dois ministérios que existem diante do
trono de Deus.
Os Dois Ministérios
Estamos bem próximos de passar por um grande mover de Deus, que talvez
venha a superar tudo quanto temos visto até hoje. Entretanto, esse avivamento
não está vindo em virtude da justiça da Igreja, e sim como um chamado final ao
arrependimento, antes de recebermos um juízo devastador.
O que vai dar condições ou não de nos transformar na geração que preparará o
caminho para o Senhor e seus propósitos finais será o ministério que escolhermos
- o de intercessão ou o de acusação. Removamos o terrível jugo do "dedo em riste",
acusador do nosso meio, e passemos da crítica à intercessão.
Nos últimos anos temos ido com nosso pessoal a uma pequena ilha na costa do
Estado da Carolina do Norte, uma bela ilha pela qual nos apaixonamos. Estávamos lá
certo dia quando um famoso furacão tomou curso em nossa direção. Naquela noite os
intercessores e muitas crianças marcharam em torno da ilha para orar, pedindo
proteção contra o mau tempo. O furacão se aproximava de nós, mas de repente se
moveu para o leste, desviando- se dela e voltando-se a seguir para o oeste, indo em
direção ao rio Cape Fear. Ventos impetuosos varreram a ilha, mas não chegamos
nem mesmo a ter interrupção na energia elétrica. Pouco ou quase nenhum dano ela
sofreu. As praias mais ao norte foram devastadas, bem como as cidades e os vilarejos
em todo o caminho percorrido pelo furacão, até a cidade de Raleigh, atingindo 200
quilômetros no interior, em relação à costa. Não temos dúvida alguma quanto ao
fato de havermos sido poupados em virtude das nossas orações. Deus realmente ouve
nossas orações, e sempre responde às que são feitas com fé.
Há tempestades em nossa vida que têm causas naturais, como as provocadas por um
inesperado furacão, como o que mencionei, ou por um problema qualquer, tal
como o do "bug do milênio", que enfrentamos na passagem para o ano 2000.
Agora que esse problema foi ultrapassado, você já está consciente do q ue
realmente aconteceu, e se as expectativas que havia em relação ao problema
foram confirmadas ou não. Este é um exemplo que nos permite tirar algumas
conclusões de ordem espiritual para enfrentarmos situações ameaçadoras.
Contudo, antes de mais nada temos que nos sujeitar ao que diz Paulo em
Filipenses 4:6, 7: Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam
conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, pela oração e pela súplica, com i ações de
graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará o vosso coração e a
vossa mente em Cristo Jesus.
Estas cinco características podem ser encontradas por todas as Escrituras nas
biografias daqueles que cumpriram o propósito de Deus em sua geração:
1. Eles têm uma clara visão do propósito da sua vida.
2. Não se desviam do seu alvo.
3. Têm a sabedoria e a resolução necessárias para reunir os recursos e o treinamento
essenciais à consecução de seu propósito.
4. Não se associam com os que "enfocam os problemas", mas com os que "enfocam
as soluções".
Recusam-se a permitir que obstáculos ou qualquer oposição os façam parar;
permanecendo resolutos no processo de cumprir seu propósito, não importando
reveses e insucessos.
Vejamos cada um desses fatores em maior profundidade, bem como as
pedras de tropeço que nos impedem de cum prir nosso propósito na vida.
Quando temos uma clara visão do nosso objetivo, e estamos decididos a permanecer
concentrados nele, é bem mais provável que vejamos tudo quanto será necessário e de
nós requerido para que o levemos a cabo.
Depois de haver Deus revelado nosso chamado, até que de fato sejamos
comissionados em nosso ministério, sempre haverá um tempo em que precisaremos
ser ensinados e treinados. Contudo a inabilidade quanto ao uso desse tempo tem
sido o fator de insucesso para muitos. Albert Einstein certa vez disse: "A
responsabilidade prematura gera o que é superficial". Martyn Lloyd-Jones, conhecido
teólogo, considerou o sucesso prematuro um dos grandes perigos que podem acercar-
se de alguém.
Paulo foi chamado para ser apóstolo cerca de 11 a 13 anos antes de ser
comissionado a esse ministério, em Antioquia. No entanto ele não passou esse
tempo sentado, à espera, mas gastou grande parte dele no deserto, buscando a
revelação do propósito de Deus para a sua vida, e também um conhecimen to mais
profundo do evangelho que viria a pregar. Em lugar de ficar impacientes, temos de
ser agradecidos pelo tempo disponível, durante o qual iremos nos preparar para
nosso chamado. Esse é um período que tem de ser utilizado com o má ximo de
sabedoria.
Possivelmente a maior diferença que há entre atletas, músicos, artistas ou grandes
profissionais que se destacam em qualquer atividade em relação aos que, tendo
talento, não se destacam, seja a dedicação dada ao treinamento, à prática e ao
preparo. Ficamos emocionados quando vemos um jogador fazendo uma jogada
excepcional e com ela vencendo um campeonato. Tudo parece acontecer depressa
demais, dando a impressão de ser muito fácil. No entanto, o que aconteceu é
resultado de milhares de horas de treinamento, suportando calor, enfado e contusões,
dia após dia, semana após semana, ano após ano, para afinal alcançar tamanha
habilidade. Os atletas se esforçam por uma "coroa perecível". Quanto mais não
teríamos de nos esforçar em relação a algo que é eterno?
Há muitos anos o Senhor me disse que alguns de seus maiores líderes da Igreja
dos últimos dias viriam dos esportes profissionais. "O esporte foi seu seminário" -
disse-me o Senhor. É que nesse seminário eles aprendem princípios que não são
ensinados em nossos seminários, e tais características serão cruciais para a
Igreja nos tempos do fim. Isso chamou a minha atenção. Desde então, toda vez que me
deparo com atletas profissionais procuro aprender tudo que posso com eles.
Certa ocasião fui convidado a falar a uma equipe esportiva, a Denver Broncos,
antes de um jogo de uma segunda-feira à noite. A concentração, a resolução e a
determinação que havia na face daqueles jogadores, enquanto esperavam pelo
início do jogo, eu jamais vira estampada até então em nenhuma de mi nhas
audiências. Quando considerei isso, o Senhor me disse: "Quando vejo a mesma
concentração e resolução em meu povo, então o início do ministério dos últimos dias
está bem próximo". Onde estaria a Igreja hoje se todos nos houvéssemos dedicado
a nos preparar para termos um lugar no time de Deus, tal como esses atletas se
prepararam? Provavelmente não haveria toda essa desgastante devoção aos
esportes, pois a Igreja seria tão emocionante que as pessoas não teriam tempo
para atividades mundanas, tais como a de ser espectador de um jogo.
Uma resolução sincera desse tipo fará com que desenvolvamos um bem arquitetado
plano que reúna os recursos necessários para realizarmos nosso objetivo.
No ano passado, quando falava a uma outra equipe, a New Orleans Saints, na
capela deles, um pouco antes de um jogo, o Senhor mais uma vez usou os
jogadores para me desafiar a um nível de comprometimento mais elevado. Depois
me pediram que fosse jantar com a equipe. Durante o jantar perguntei a alguns
dos jogadores o que haviam feito para alcançar o apogeu da sua carreira. Quase
todos eles haviam começado como uma criança que tinha o sonho de se tornar
um jogador de futebol profissional, dedicando então diariamente horas e ho ras,
praticando, desenvolvendo a forma física e a velocidade, e observando os que haviam
tido sucesso em sua respectiva posição. Não pude deixar de imaginar qual seria a
transformação que aconteceria na Igreja se os cristãos se dedicassem daquele
modo para desempenhar seu chamado em Cristo! E quão mais valioso é nosso
chamado no Senhor do que ser o mais famoso dos atletas! Contudo, bem poucos
cristãos chegam até mesmo a passar uma hora por dia em seu preparo para
cumprir o objetivo que receberam do Senhor. Isso é algo que precisa mudar!
Um dos primeiros passos dados por um líder bem sucedido, quando assume uma
posição de liderança, é livrar-se de todos os que passam mais tempo falando dos
problemas do que das soluções. Teria sido este o motivo pelo qual o Senhor Jesus
passou tanto tempo desenvolvendo a fé daqueles que viriam a ser seus futuros
líderes? Talvez seja esta também a razão por que não é possível agradá-lo sem fé.
As pessoas que se voltam para as soluções são pessoas de fé.
O Fator Essencial
A Prova da Fé
Tenho observado que muitos de meus amigos que jogam golfe ficam trocando de haste
ou de bola a cada novo jogo, em busca de uma solução mágica para seu desempenho
nesse esporte. Um famoso golfista disse num comercial de uma nova bola de golfe,
na TV: "Esta bola realmente pode contribuir para melhorar seu desempenho, se
você a arremessar umas trezentas vezes por dia!" Quando perguntaram a esse
mesmo jogador de golfe o que ele teria a dizer sobre uma "jogada de sorte", ele
respondeu: "Você sabe, quanto mais eu pratico, mais sorte adquiro".
O mesmo é verdade com respeito a nossos dons e chamados. Com freqüência
alguém me pede que ore para que ele tenha o dom de escritor. Isso me soa tal
como quando um de meus alunos de pilotagem me solicita que ore para que ele
tenha o "dom de pilotar um avião", e assim ele possa pegar qualquer aerona ve e
sair voando, sem passar por todo o treinamento necessá rio. Você embarcaria
numa aeronave em que alguém haja recebido seu "dom de pilotar" desse modo?
Acredito que não. Você exigiria que tal pessoa tivesse o melhor preparo possível,
com milhares de horas de experiência.
Creio de fato na transmissão do dom de profecia, mas acre dito que bem
poucos entendem como isso acontece. Até mesmo os dons espirituais são
transmitidos como sementes que precisam ser cultivadas por nós e cuidadas com
muita paciência e dedicação. Para mim, apenas orar no sentido de transmi tir o
"dom da profecia" a quem me haja pedido isso seria algo que só traria juízo sobre tal
pessoa: se ela não estiver disposta a pagar o preço para desenvolver esse dom, poderá
ser condenada por enterrá-lo. Ter dons e chamados não é o que me impressiona, e sim
usar os dons com sabedoria e maturidade.
Você quer saber como adquiri meu dom de escrever? Quando era ainda criança, senti
que estava destinado a ser um escritor. Eu não conhecia escritor algum, ninguém a quem
pudesse dirigir-me para pedir alguma orientação. Fiz então a única coisa ao meu alcance
para desenvolver minha habilidade de escrever: comecei a ler e a escrever. E não foram
apenas alguns poucos livros que li; na verdade li milhares de livros.
Senti que para ser o melhor escritor possível eu teria que ler os melhores livros.
Comecei então a ler livros clássicos. Foi a princípio uma dura disciplina, mas logo me
apaixonei por eles. Em seguida voltei minha atenção para estudar tudo que se
relacionasse com o escrever: da psicologia à semântica. Durante muitos anos, depois de
me haver tornado cristão dediquei mais de quarenta horas por semana ao estudo da
Bíblia. Então li sobre a história da Igreja e as obras das grandes vozes proféticas que
moldaram essa história. Por mais de trinta e cinco anos li pelo menos um livro por
semana, e às vezes mais de um.
Era meu plano ir a uma escola de jornalismo, mas quando ficou patente que não daria
para ir, porque eu estava prestes a ser convocado para a guerra do Vietnã, não desisti.
Tomei então a decisão de aprender a mecânica do escrever, e assim estudei o assunto
por minha própria conta. (Aliás, tive que aprender desse modo quase tudo que sei hoje,
exceto voar.) Eu sabia que minhas habilidades como escritor não eram muito refinadas,
em virtude de uma formação escolar incompleta. Contudo não permiti que isso me
detivesse. Pelo contrário, tomei a resolução de fazer o melhor que podia, com tudo de que
dispunha.
Tem sido, e continua sendo, uma luta que não é fácil. Estou certo de que outras
pessoas, com o preparo melhor que tiveram, poderiam escrever o que tenho escrito num
tempo muito menor e com bem menos esforço. Entretanto, sou grato a Deus por fazer
o que fui chamado a fazer. Mesmo assim é difí cil para mim não reagir diante
das pessoas que me pedem que lhes transmita o dom de escritor, como se
apenas por pronun ciar algumas palavras em oração essas pessoas passassem
a ter o que já tenho. (Como eu gostaria também de orar para que as
pessoas se tornassem de imediato "maduras" em Cristo, mas até hoje não
encontrei nas Escr it uras a possibilidade de que esse milagre ocorra!)
Se você deseja ter um dom importante, você terá que atri buir a ele
seu devido valor, e daí desenvolvê-lo até o nível desejado. Muitos de
meus amigos são mais talentosos que eu, com mais dons, tanto naturais
como espirituais. Dentre eles, alguns tiveram um chamado semelhante
ao meu e estariam realizan do muito mais que eu se tão -somente se
houvessem disciplinado e tido o preparo necessário para o ministério.
Embora não me tenha sido possível ir à escola de jornalis mo, ou até
mesmo a um seminário bíblico, por certas razões eu não tr ocar ia a
educação q ue r ecebi pela de ning uém. Tal com o Paulo, poss o di zer q ue o
q ue r ecebi não r ecebi de ho mens. Mesmo assim faço o melhor que posso
para facilitar as coisas para os outros, quando os vejo dispostos à disciplina,
à concent ração e à determ inação que todo ver dadeiro sucesso exige — e
que nosso chamado em Cristo certamente merece. Par a cumpr ir m os nosso
pr opósit o nest a vida t em os q ue nos posicionar f irm em ent e, no sent ido de
ir par a Jer usalém, o lugar do nosso destino.
O Poder da Intimidade
Q u a t r o M a n e i r a s pa r a s e O u vi r
a Voz de Deus
Comecemos por considerar a Palavra de Deus um caminho para conhecermos a
presença do Senhor.
1. A PALAVRA DE DEUS
O primeiro princípio que temos de compreender para termos um conhecimento
adequado das Escriturais é que todo cristão pode discernir a verdade bíblica da
mesma forma que o teólogo mais erudito. Tem havido uma conspiração diabólica
desde o princípio para tentar impedir que a verdade seja recebida pelas pessoas
comuns, confinando-a exclusivamente a alguns profissionais. Alguns dizem que se
tem que adquirir um certo grau de conhecimento ou de educação, e compreender a
ciência da interpretação bíblica antes de poder entender adequadamente as
Escrituras. O Senhor Jesus afirmou precisamente o contrário: Por aquele tempo, exclamou
Jesus: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da Terra, porque ocultaste estas coisas aos
sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos.
Foi necessário que Saulo de Tarso literalmente fosse afligido por uma cegueira no
mundo natural para (que viesse a enxergar no espiritual. Pois é isso que figuradamente
tem que acontecer conosco. Podemos apenas discernir a verdade espiritual pelo
Espírito mediante a graça, porque Deus resiste aos soberbos, mas dá graça aos
humildes. Ninguém pode entender corretamente as Escrituras, uma profecia, ou a
vontade de Deus se não se mantiver em verdadeira humildade.
O apóstolo Paulo nos advertiu sobre ai realidade de que o saber ensoberbece.
Entretanto, ao lado disso as Escrituras também nos advertem: O meu povo está
sendo destruído porque lhe falta o conhecimento. O cristão caminha por unia vereda
de retidão que é estreita, e tem que ser percorrida com muito cuidado. Ternos que
a todo o momento nos valer da graça de Deus, reconhecendo que dele dependemos
inteiramente; que sem eles não somos nada, nem temos recursos para coisa alguma.
Necessitamos de maneira toda especial da sua graça, a fim de nos manter humildes,
ao buscarmos e recebermos conhecimento bíblico. Se assim não for, o próprio
conhecimento que nos libertaria poderia apressar a nossa queda, em virtude do
orgulho.
Por essa razão é crucial que aprendamos a permanecer no Espírito Santo e nas
Escrituras. O Espírito Santo é facilmente entristecido ou ofendido pelo pecado, o que
pode ser um barômetro para nosso orgulho. As Escrituras ensinam que o Espírito
se aparta quando não andamos de forma correta, sendo que um dos principais
fatores que temos que levar em conta é o de andar humildemente perante Ele.
Somente quando formos sensíveis à sua presença é que Ele terá condições de nos dar
conhecimento bíblico sem que o orgulho tome conta de nós. A pre sença do
Espírito Santo em nossa vida tem de ser tão importante quanto à verdade bíblica.
Precisamos ainda da direção do Espírito Santo para verdadeiramente ouvirmos a voz
de Deus.
2. DIREÇÃO DADA PELO ESPIRITO SANTO
Assim como o mapa de um país não são suas montanhas, seus vales, cidades
e vilarejos, a Bíblia é o mapa do reino de Deus, mas não é o reino. Pode-se valer
de um mapa para ir até uma praia, mas o fato de se possuir um mapa nunca
substituirá a realidade de se estar na praia. Temos que nos dedicar total mente a
conhecer as Escrituras, mas conhecê-las não é algo que poderá colocar-se no lugar de
conhecer o Senhor.
A Bíblia nunca teve a intenção de tomar o lugar do Espírito Santo em nossa vida,
nem o Espírito Santo foi enviado para assumir o papel da Bíblia. Ambos têm diferentes
funções em nos guiar à verdade e em nos manter sob a vontade de Deus. As Escrituras,
e tão-somente elas, é que são usadas para o estabelecimento de doutrinas, ao passo que
"a voz do Senhor" é usada para nos dar uma direção diária e também a revelação da
vontade estratégica do Senhor. A Bíblia não encara algumas das decisões mais
importantes da nossa vida: com quem deveremos nos casar, que profissão devemos
escolher, onde iremos morar, e assim por diante. Essas decisões poderão nos causar
um tremendo impacto, e realmente necessitamos do conselho do Senhor, inclusive de
diretrizes claras sobre cada uma delas.
Que tipo de casamento viria a ser o seu se no dia da cerimônia seu cônjuge lhe
desse um livro que expusesse todas as suas expectativas para o relacionamento
entre vocês - e então os dois nunca mais voltassem a falar um com o outro?
Seria muito difícil condenar alguém que houvesse caído em tal armadi lha, caso
essa pessoa desejasse o divórcio. Da mesma forma o Senhor não nos fez cair na
armadilha de um relacionamento sem vida. Na realidade Deus normalmente está
bem mais interessado em comunicar-se conosco do que nós com ele.
Conhecer o Senhor é muito mais do que simplesmente co nhecer suas obras.
Quantas pessoas você consegue reconhecer simplesmente olhando para as mãos delas?
Talvez, apenas com algumas exceções, a maioria das pessoas consegue reconhecer
alguém apenas pelo rosto ou pela voz. Entretanto, são muitas às vezes em que a
nossa atenção é dada para procurar a "mão do Senhor" (o que podemos receber
dele, em vez de procurar ver-lhe o rosto e ouvir-lhe a voz).
Num contraste total com o que o próprio Senhor Jesus afirmou, quando disse As
minhas ovelhas ouvem a minha voz; eu as conheço, e elas me seguem, muitas teologias
protestantes e reformadas não apenas procuram impedir, mas na verdade chegam a
proibir os cristãos de conhecer a voz de Deus. Essas teologias têm sua origem
numa exagerada interpretação do grande moto da Reforma - sola scriptura (que
significa "somente as Escrituras").
Assim disse Jesus aos saduceus: Errais, não conhecendo as Escrituras nem o poder
de Deus. Muitos dos que conhecem as Escrituras mas não o poder de Deus se
queixam de serem tidos no reino de Deus como cidadãos de segunda classe
pelos pentecostais e renovados, que afirmam conhecer o poder. Essa acusação tem
base. Entretanto, é de igual modo verdade que os que conhecem as Escrituras, mas
não conhecem o poder de Deus consideram os pentecostais e renovados cidadãos
de segunda classe no reino de Deus porque tendem a ter um conhecimen to
bíblico ou intelectual inferior. O fato é que os dois lados estão com a verdade, e
ambos têm que se arrepender de seu orgulho espiritual, e reconhecer que tem
que aprender dos que estão no outro lado.
Se os fundamentalistas chegaram a compreender as Escri turas, foi somente
pela graça de Deus. Se os avivados alcançaram conhecer alguma coisa do poder
de Deus, foi exclusivamente por sua graça. Em qualquer um dos casos nada
temos de que nos orgulhar - tudo o que recebemos foi pela graça. Poucos
atingiram uma profundidade no conhecimento bíblico sem tropeçar por se
haverem orgulhado desse conhecimento. E poucos chegaram a conhecer o poder
de Deus sem tropeçar em razão do orgulho. Mesmo assim, precisamos de muito
mais conhecimento e de muito mais poder do que o que temos agora para que
possamos seguir plenamente o Senhor. Temos todos nós que buscar essas
duas coisas - a Palavra e o poder -, sem nos deixar tomar pelo orgulho, que
somente nos fará decair da graça.
Tenho me sentido bastante animado por haver visto, nos últimos anos,
pessoas dos dois lados humilhando-se para alcançar os que estão na posição
oposta. Isso não teve o propósito de converter as pessoas para o seu lado, mas para
receber a l g u m a c o i s a d e l a s . M u i t a s p o n t e s a g o r a e s t ã o s e n d o
construídas entre os que conhecem as Escrituras e os que co nhecem o poder
de Deus. Os dois lados necessitam um do outro, e não cumpriremos nosso
mandato nesta hora se não estivermos em harmonia uns com os outros.
A Reforma obteve um grande progresso na recuperação das verdades bíblicas que
se haviam perdido durante a Idade Média. Contudo ela ainda não se completou. E
não se completará, até que se haja dado de novo ao Espírito Santo seu lugar na
Igreja. Deus chamou a Igreja para se assentar com Cristo nos lugares celestiais.
Ternos que ter o adequado equilíbrio de estar firmados na sólida verdade bíblica,
bem como conhecer a voz do Senhor - caso contrário seremos como aquele que
quer pilotar um avião que tem uma única asa. Não apenas nos será impossível levantar
vôo, mas ficaremos fazendo círculos até que tenhamos a outra asa devidamente
ligada em nós. Precisamos ter o equilíbrio necessário e certo.
O livro de Atos nos diz como deve ser a vida normal da Igreja. Nada mudou -
hoje - no modo como o Senhor se relaciona com seu povo, em comparação
com a maneira como se relacionava naquele tempo. O conhecimento que o
apóstolo Paulo tinha das Escrituras lhe proporcionou uma pro funda
compreensão quanto a Cristo e a nova aliança, bem como quanto ao plano
geral de Deus para estender o ministério da reconciliação; também com
relação ao plano do Senhor para que ele fosse aos gentios com esse ministério.
Ent r et ant o, q uando o Senhor q uis q ue Paulo se dir ig isse à Macedônia, as
Escrituras não poderiam dar-lhe aquela direção. Ele teve que conhecer a voz do
Senhor.
Vemos as coisas desse mesmo modo também na vida de Pedro. Ele baseou
sua mensagem e seu ministério nas Escrituras, mas quando o Senhor teve
que lhe dar uma direção especial, tal como a missão de ir à casa de Cornélio
para ser o primeiro a pregar o evangelho aos gentios, o Senhor lhe deu uma visão
especial. Primeiro Pedro obedeceu à direção dada pelo Espírito Santo, e depois
foi a Jerusalém para relatar o que fizera e receber a aprovação dos anciãos.
Finalmente todos se voltaram para as Escrituras.
Essa ação sem precedentes, nova, de pregar aos gentios, veio por f im
estabelecer uma nova doutrina muito impor tante: também os gentios
deveriam receber a graça de Deus pela fé em Cristo. O recebimento do Espírito
Santo por eles veio demonstrar o poder de Deus. Entretanto, como fizeram os
bereanos posteriormente, 6 Os apóstolos e os anciãos provavelmente não
aceitaram o que lhes havia sido dito até se haverem certificado mediante as
Escrituras.
Tal procedimento estabeleceu ainda um importante pre cedente na Igreja, o
que deveria constituir um padrão para todo ministério cristão. Se uma prática
não está claramente em contradição com as Escrituras, os cristãos têm
liberdade de ir adiante no que sentiram ser a direção dada pelo Espíri to Santo.
Entretanto, se tal prática resultar em algo impor tante, deve-se ter a
confirmação pelas Escrituras, antes de ser aceita como uma doutrina da Igreja.
Todo crente tinha li berdade de seguir o Senhor, ao mesmo tempo em que a
jovem Igreja era protegida quanto a aceitar qualquer nova prática como uma
nova doutrina ou como uma prática aceita.
Se Pedro não houvesse feito uso da liberdade de fazer o que fez, os crentes
judeus provavelmente nunca teriam compreendido as Escrituras com respeito
à vontade do Senhor quanto a ser o evangelho levado aos gentios. O que ele
fez iluminou as Escrituras; as Escrituras o confirmaram. Tanto a base sobre a
autoridade bíblica como a liberdade do Espírito na Igreja foram estabelecidas.
Nunca permitamos que essas duas coisas não sejam levadas em conta. Temos
que ter em mente que muitos dos grandes empreendedores missionári os da
história iniciaram seu ministério contra o conselho de outros líderes. Sem a
liberdade do Espírito, muitas vezes não cumpriremos a vontade de Deus. Sem
as Escrituras, seremos levados a errar. Portanto, essas duas coisas são relevantes
para que permaneçamos no caminho da vida!
E ouvimos a voz de Deus mediante sua Palavra, mediante o Espirito Santo, e
também por aquilo que nos poderá indicar um outro cristão.
A Linguagem do Espirito
O Senhor faz uso de sonhos e visões para nos introduzir em suas maneiras de
agir - que não são as nossas - e em sua linguagem - que não é a nossa. Sonhos e
visões são a linguagem do Espirito, e na linguagem do Espirito uma figura vale
mais que mil palavras. Sonhos e visões geralmente comunicam muito mais que apenas
fatos. Quando aprendermos a decodificar essas mensagens especiais, também
aprenderemos muita coisa sobre os modos de agir de Deus. Paulo explicou isso aos
coríntios: Ora, o homem natural não aceita as coisas do Espirito de Deus, porque lhe são
loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Porém o homem
espiritual julga todas as coisas, mas ele mesmo não é julgado por ninguém.
Uma parte fundamental da natureza humana é a curiosidade que nos compele a
buscar uma compreensão mais profunda de Deus e da sua criação. O Senhor está
cortejando a sua noiva, e a todo tempo procura atrair-nos para que o sigamos. Não
se trata de um estratagema para nos incentivar com algo ilusório, apenas para nos
manter em movimento, e sim um convite para nos conduzir a um outro nível de
percepção, quando poderemos penetrar em seus mistérios.
Quando Paulo foi levado ao céu ele ouviu muitas coisas que não podia proferir
com palavras humanas. Ele não fez uso desse conhecimento para formar uma
outra seita, tal como Os gnósticos, que tentaram fazer posteriormente,
afirmando que a compreensão que tinham do conhecimento oculto Os elevara a um
plano espiritual mais alto. Entretanto, muitas verdades espirituais simplesmente
não podem ser limitadas por definições humanas. Não temos uma linguagem que
possa expressá-las; tampouco capacidade mental para as entendermos plenamente. Seria
uma heresia tentar fazer isso.
Como você discerne se um sonho ou visão provém verdadeiramente do Senhor?
Primeiro, tornando-se uma pessoa espiritual, que tenha o fruto do Espirito.
Uma das histórias mais notáveis do Novo Testamento é a que apresenta os dois
homens no caminho de Emaús. O Jesus ressurrecto juntou-se a eles e lhes expôs as
Escrituras que falavam dele mesmo. Aqui vemos Cristo pregando sobre Cristo! A
unção não poderia ter sido maior. Mesmo assim eles não o reconheceram! Por quê?
Marcos 16:12 nos revela a razão: Depois disso manifestou-se EM OUTRA FORMA a
dois deles que estavam de caminho para o campo (ênfase acrescentada).
Parece que as aparições do Senhor após sua ressurreição aconteceram na
maioria das vezes numa forma diferente em relação àquelas com as quais eles
estavam acostumados. Isso tinha um propósito que precisamos compreender, a fim de
que reconheçamos o Senhor quando ele se aproximar de nós. Para conhecermos o
Cristo vivo, temos de conhecê-lo pelo Espírito e não pela aparência.
Quantas vezes falhamos em reconhecer o Senhor porque ele vem a nós
numa forma com a qual não estamos acostumados? Se nos habituarmos à
maneira pentecostal, não reconheceremos o Senhor se ele vier até nós na forma
batista. Se nos acostumarmos com a forma dos renovados, não o reconhece -
remos, caso venha na forma pentecostal tradicional. A razão para isso é um
racismo espiritual. Racismo não tem a ver tão- somente com diferentes raças
humanas, mas com grupos que são diversos de nós, quer essas diferenças
sejam de raça, religião, cultura, lugar geográfico ou qualquer outra natureza que
os torne diferentes de nós.
Se você for a Los Angeles, recomendo-lhe que visite o Museu da Tolerância. É um
lugar fascinante, dirigido por rabinos, que exibe crimes que demonstram haverem sido
cometidos debaixo de muito ódio, desde o início da história até o dia de hoje.
Quando você entra no museu encontra duas portas. Uma delas tem a seguinte
placa: "COM PRECONCEITOS"; a outra assinala: "SEM PRECONCEITOS". Se você
ficar por ali observando, você verá que quase todos os que entram no museu tentam
passar pela porta "Sem preconceitos". Mas, que surpresa! Essa porta está
trancada. Não dá para passar por ela, porque todo o mundo tem algum tipo de
preconceito. Eu tenho os meus, e você tem os seus.
Deus quer que nos reconheçamos como somos. Ele deseja que entremos pela
porta mareada com a condição "Com preconceitos". Somente quando
reconhecermos a verdade com respeito a nós mesmos é que seremos libertos.
I s s o é m u i t o m a i s d o q u e q u a l q u e r q u e s t ã o e n t r e pentecostais e
batistas, ou entre os de raça negra e os de raça branca, ou ainda entre judeus e
gentios. Trata-se de uma das formas de orgulho mais primárias: orgulho da
carne ou de exterioridades. O racismo promove uma escravidão ao que nos é
familiar, e que pode roubar-nos dos encontros mais íntimos com nosso Senhor.
Quando o Senhor lamentou por Jerusalém, por haver mor to os profetas e os
que haviam sido enviados para lá, ele declarou que a casa daquela cidade
ficaria deserta, e eles não o veriam até o dia em que estariam dizendo: Bendito o
que vem em nome do Senhor! O que é verdade para Jerusalém é também verdade
para a Igreja. Não veremos o Senhor até que aprendamos a abençoar os que vierem
em seu nome. O Deus que estendeu os céus como a cortina de u ma tenda é
grande demais para habitar exclusivamente em nossa insignificante denominação, não
importando quão grande ela possa ser. Ele é grande demais para ser encontrado
em nossa forma de adoração, seja ela decorrente de um processo progressivo,
seja seguindo rapidamente a forma mais nova de culto. O que ver dadeiramente
é de Cristo ainda está nascendo nos lugares em que menos esperaríamos.
O Senhor prometeu que ao retornar separará os que tiverem a natureza do cabrito
daqueles que tiverem a natureza da ovelha. Uma das características das ovelhas
era: "Eu era forasteiro e me hospedastes" (tradução do autor). Um forasteiro é
alguém diferente de nós, alguém proveniente de outro lugar, que tal vez fale uma
língua diferente, ou alguém que até mesmo seja de outra denominação. Em
outras palavras, um dos principais fatores que nos distinguirão quanto a se somos
ovelhas ou cabritos será nossa abertura em relação àqueles que são diferentes de nós.
Os israelitas receberam esta ordem: Amai, pois; o estrangeiro, porque fostes
estrangeiros na terra do Egito. Isso implica que o Senhor consentiu que os israelitas
ficassem cativos numa terra estranha, de forma que viessem a ter compaixão
pelos estrangeiros. Uma importante razão para que Israel tivesse compaixão pelo
estrangeiro se encontra em Deuteronômio, 31:12: Ajuntai o povo, os homens, as
mulheres, os meninos e o estrangeiro que está dentro da vossa cidade, PARA QUE OUÇAM,
E APRENDAM, E TEMAM O SENHOR, VOSSO DEUS, e cuidem de cumprir todas as palavras
desta lei (ênfase acrescentada).
A verdadeira autoridade espiritual está em nossa compaixão. Pelo fato de
Jesus haver sentido compaixão pelas ovelhas que estavam sem pastor, ele se
tornou nosso Pastor. Não podemos ter compaixão daqueles de quem zombamos,
depreciamos ou rejeitamos por serem diferentes de nós. Nunca teremos a
verdadeira autoridade para corrigir as doutrinas de outro movimento ou
denominação se não tivermos o amor de Deus para com eles.
Até certo ponto parece que, apesar de doutrinas erradas, ou de quão antiquada
seja a forma de culto de uma igreja, se os crentes dessa igreja amam os pobres, os
órfãos, as viúvas e os forasteiros, Deus os abençoará e cuidará deles, porque
amam e cuidam daqueles que ele deseja que sejam cuidados. Esta é a principal razão
por que Deus abençoou os Estados Unidos: as portas americanas possivelmente
hajam estado abertas para estrangeiros e para oprimidos mais do que as de qualquer
outra nação. (Nem sempre os americanos Os trataram bem depois que vieram, mas seja
como for eles foram recebidos pela nação.)
Desse modo os países que receberam muitos imigrantes têm um potencial sem
igual para demonstrar simpatia e tolerância para com os que vêm de diferentes
culturas e grupos étnicos.
Uma Casa de todas as Nações
O Senhor chamou Sua Igreja para ser uma casa de oração para todas as nações. A
palavra nações é traduzida do grego ethnos, ou etnias. Semelhantemente, os Estados
Unidos se tornaram uma casa para todas as nações. Conquanto seja a intenção do
Senhor usar os Estados Unidos em razão disso, a intenção do inimigo é conturbar
a questão racial neste país de forma a semear ainda muito mais discórdia e
desconfiança entre grupos étnicos por todo o mundo.
O inimigo planejou usar a África do Sul dessa mesma forma, durante a eleição que
ocorreu há algum tempo. Sua estratégia foi frustrada pela oração em escala
mundial feita em favor daquele país. Contudo, quando Satanás é frustrado desse
modo, ele procura em algum outro lugar uma forma de descarregar a sua ira.
Quando ele viu que não tinha jeito na África do Sul, foi vingar-se na primeira nação
mais próxima em que encontrou uma abertura; no caso, a Ruanda.
O que aconteceu na Ruanda foi um ataque espiritual da magnitude que Satanás
pretendia soltar sobre a África do Sul. Os missionários diziam que o povo de Ruanda era
o povo "mais pacífico da África". Entretanto, numa certa manhã eles acordaram numa
total e cruel insanidade. Aqueles que haviam naturalmente dado "boa-noite" a seus
vizinhos, de repente estavam arrombando as portas de suas casas para matar
famílias inteiras. Quando toda aquela carnificina amenizou, alguns dos que se
haviam envolvido naquela impiedosa matança confessaram que haviam estado
como que num transe, mal conseguindo lembrar-se do que haviam feito. Outros pareciam
com sinceridade não acreditar haverem sido os autores daquelas atrocidades. Contudo
foram! Tudo isso não pode ser explicado na esfera natural, visto haver sido resultado de
uma investida espiritual.
Ruanda foi considerada a nação mais "cristã" da África. Quase 90 por cento da
população declarava ser participante da fé. Entretanto, a definição popular naquele
país do que significa ser cristão está bem longe da definição bíblica. Os que afirmam
ser cristãos, mas que não têm o Espírito de Deus, poderão ser os mais vulneráveis às
poderosas investidas das trevas. Os cristãos nominais têm demonstrado ser as
pessoas mais perigosas sobre a Terra; eles ainda se acham sob o domínio de
Satanás, e o inimigo vê neles uma oportunidade (mica para empanar o brilho do
nome de Jesus Cristo.
Antes de cada uma das duas guerras mundiais, a Alemanha se declarou nação cristã.
Hitler afirmou que estava ressuscitando o Santo Império Romano para estabelecer seu
milésimo ano de reinado sobre a Terra. A maioria dos "cristãos" da Alemanha foi atingida
por esse engano, apesar de todos os assassínios sem dó que ocorreram e de toda a
opressão que se estabeleceu no Terceiro Reid.
'
De igual modo, os Estados Unidos declaram ser uma nação cristã. Quase 85% da
população americana faz tal afirmação, e mais da metade afirma haver nascido de
novo. Entretanto, onde está o fruto dessa situação? É bem provável que os registros
celestiais contenhan na verdade apenas uma pequena percentagem da população total
dos Estados Unidos (do mesmo modo que os maiores evangelistas reconhecem que
menos de 10% das decisões por Cristo em campanhas evangelísticas chegam a se
tornar membros de uma igreja evangélica).
Quando perguntaram a Jesus que sinais ele daria para o fim dos tempos, um dos
sinais que ele mencionou foi: Levantar-se-á nação contra nação, e reino contra reino. A
palavra grega traduzida como "nação" aqui é ethnos, a mesma que vimos antes
em Marcos 11:17. Jesus não se referia propriamente a países lutando contra outros
países, e sim ao aumento de conflitos étnicos.
Quase todo conflito de maior importância que tem ocorrido no mundo de hoje é
fundamentalmente um conflito étnico, muito mais que político. Em meio a toda a
destruição motivada por questões raciais que acontecerá no fim dos tempos, a
Igreja é chamada a ser uma casa de oração por todos os ethnos, OU seja, por todas
as etnias. Creio que as igrejas que não confrontarem e vencerem a fortaleza do racismo
serão vencidas nos tempos à nossa frente.
As "portas do inferno"5 são as portas do inimigo que se abrem para o mundo, e o
racismo talvez seja a maior das portas que o inimigo venha a usar no- fim desta era.
Satanás liberará alguns de seus maiores poderes para frustrar nosso chamado como
casa de oração por todas as nações. Se lhe for possível, ele usará Os Estados Unidos
como um instrumento para enviar a morte e a destruição numa escala sem precedentes.
A L u z e n t r e a s Tr e va s
Preparando-nos para o grande mover de Deus que está por vir, um crescente
número de avivamentos e de movimentos de renovação espiritual surgirão em
diferentes lugares. Alguns deles virão com um impacto tal que terão manchetes
em jornais seculares e se tornarão destaque nos noticiários de televisão. Outros
vão crepitar como uma enorme queimada campestre, espalhando-se por quase todas
as maiores cidades. Missionários em grande número serão enviados para outros
países; será uma grande força missionária atuando nos últimos dias. Tudo isso
contribuirá para derreter todo o gelo do Cristianismo eu ropeu e americano que
ainda se encontra congelado, dando condições para a explosão do que se tornará o
maior avivamento jamais visto.
Haverá uma unidade que virá de diferentes grupos étnicos, produzindo cura e
reconciliação em nosso meio. Então toda a Igreja dará atenção às antigas feridas
causadas nos judeus pelo Cristianismo histórico e institucional.
Quando nós na Igreja houvermos finalmente alcançado a graça e a humildade
necessárias para abraçar aqueles que são diferentes de nós, a verdade do
evangelho se libertará da corrupção e do engano que a têm assolado desde o
primeiro século. Então haverá um irromper do poder de Deus tal como o mundo
nunca testemunhou até hoje. Tais serão os dias das "obras maiores".
Enquanto esses dias não chegam, muita coisa pode ser feita para tratar desse
racismo ainda existente na Igreja. Já se tem notícia de que uma crescente
comunidade de crentes está construindo pontes de compreensão, de cooperação
e de investimento comunitário entre cristãos de diferentes situações. Nos Estados
Unidos temos um exemplo de uma ponte dessas, feita em Charlotte, Carolina do
Norte, que passo a relatar.
Depois de estar no Jardim de Deus por um certo tempo, um anjo veio levar-me de
volta ao portão. Protestei, dizendo que não queria sair. Parecendo surpreso, o anjo
me tomou pelos ombros e me olhou nos olhos. Foi então que o reconheci. Ele era o
anjo da Sabedoria.
- Você nunca terá que sair deste jardim - disse ele. - Este jardim está no seu coração,
porque o Criador, ele mesmo, está dentro de você. Você desejou a melhor parte, a de
adorar e sentar na presença dele para sempre, e isso nunca lhe será tirado.
Amar a Deus é o maior dos mandamentos e o maior dom que alguém possa ter.
Jack Deere, que foi professor no Instituto Teológico de Dallas e autor do livro "Surprised
by the Power of God" (Surpreendido pelo Poder de Deus), disse certa vez: "Ter paixão
pelo Filho de Deus é o que vencerá mil males em nosso coração, e é a arma mais
poderosa contra o mal em nossa vida".
É por isso que um dos ataques mais mortais e enganosos que o inimigo tem feito
sobre a Igreja é o que procura desviar-nos da busca e a paixão por viver esse amor.
Sua estratégia é fazer com que nos ocupemos com o mal em nossa vida, pois ele
sabe que nos tornaremos o que estamos contemplando. Essa tática vem sob a
forma de um espírito de religiosidade, que é o engano do verdadeiro amor por Deus e da
verdadeira adoração.
Vou dar uma simples definição desse inimigo mortal da verdadeira vida espiritual:
O espírito de religiosidade é o espírito maligno que procura substituir, na vida do crente,
o poder do Espírito Santo por atividades religiosas. Seu objetivo principal é fazer com
que os cristãos se apeguem a uma forma de piedade, embora hajam negado seu
poder. Esse espírito de religiosidade é o "fermento dos fariseus e saduceus", contra o
qual o Senhor advertiu seus discípulos.
Jesus chamou esses ensinamentos errados de "fermento", porque o espírito
de religiosidade atua tal como o fermento no pão. Em vez de acrescentar alguma
substância ou algum valor nutritivo, apenas aumenta o volume do pão. O espírito de
religiosidade também nada soma à vida e ao poder da Igreja; pelo contrário, alimenta o
orgulho, esse sentimento pecaminoso que causou a primeira Queda e a queda de
quase todos os homens. Satanás sabe que Deus não permanece em obra
nenhuma que seja alimentada por orgulho. Deus inclusive se oporá a essa obra.
Assim, uma das principais estratégias do maligno contra nós é fazer com que
caiamos no orgulho, e o orgulho espiritual é o ponto máximo dessa forma de
malignidade mortal.
Satanás sabe também que uma vez na massa, é muito difícil remover o fermento. O
orgulho, por sua própria natureza, é a fortaleza do inimigo mais difícil de ser
removida ou corrigida. O espírito de religiosidade nos impede de ouvir a voz de
Deus, por nos levar a acreditar que já sabemos o que Deus está dizendo e o que lhe
agrada. Esse engano é decorrente de crermos que Deus é tal como nós, e que
nossas posições são suas mesmas posições. Somos enganados, levados a crer que
as repreensões, exortações e palavras existentes nas Escrituras visam corrigir
outras pessoas, não a nós.
A principal característica dos fariseus era a tendência de ver o errado nos
outros, sem enxergar os próprios erros. Este é um problema na sua vida, leitor,
caso você haja acabado de pensar que alguém que você conhece precisaria ler isto
aqui. É até bem possível que não lhe ocorra o pensamento de que Deus colocou esta
página em suas mãos porque é você que necessita desta mensagem.
De fato, todos precisamos desta advertência. É urgente que nos libertemos
deste engano devastador e permaneçamos li vres. Não teremos condições de
adorar plenamente o Senhor, em Espírito e em verdade, se assim não for feito
conosco.
O confronto da Igreja com o espírito de religiosidade será uma das batalhas
heróicas que enfrentaremos nos últimos dias. Todo o mundo estará lutando nessa
batalha. A única questão pendente é: de que lado você estará lutando?
O G rande Engano
Uma das características mais enganosas do espírito de religiosidade é que ele tem
seu fundamento no zelo pelas coisas de Deus. Temos a tendência de pensar que
esse zelo não pode ser um mal. No entanto, tudo depende da razão por que o
cultivamos.
Ninguém na Terra orava mais, jejuava mais, lia mais a Bíblia, ou tinha uma
esperança maior na vinda do Messias do que os fariseus. Contudo eles foram os
maiores opositores de Deus e do Messias. O jovem Saulo de Tarso foi motivado pelo
zelo por Deus quando aprisionava e matava os cristãos, antes de se ha ver
convertido. Talvez seja por isso que ele veio a ter um entendimento tão profundo
acerca dessa fortaleza maligna. Assim escreveu ele sobre seus irmãos judeus:
Porque lhes dou testemunho de que eles têm ZELO por Deus, porém não COM entendi-
mento.
O Senhor não teve praticamente problema algum com os demônios enquanto
caminhava sobre a Terra. Eles rapidamente se curvavam diante dele e clamavam
por misericórdia. Por outro lado, a comunidade religiosa, conservadora e zelosa,
crucificou o Verbo de Deus quando ele andou em seu meio. O mesmo acontece ainda
hoje. Todas as seitas e todas as falsas religiões juntas não têm ocasionado um estrago
tão grande nos verdadeiros movimentos de Deus como tem causado a infiltração do
espírito de religiosidade, uma vez que os genuínos cristãos facilmente discernem as
seitas e as falsas religiões. Entretanto, o espírito de religiosidade tem frustrado ou
desviado quase todo movimento de avivamento até hoje, e está ainda num lugar de honra
numa grande parte da Igreja visível. No final dos tempos, uma manifestação desse
espírito de religiosidade tomará assento no próprio templo de Deus (que é a Igreja),
declarando-se ser Deus e fazendo com que quase todo o mundo o siga.
Os Dois Fundamentos
3. RETIDÃO PRÓPRIA
Não nos crucificamos visando alcançar a retidão, a purificação, a maturidade
espiritual, ou para que o Senhor se manifeste; isso nada mais seria do que uma
magia. Cada um de nós está crucificado com Cristo. Se nos crucificarmos a nós mesmos,
o único resultado será a "retidão própria". Isso é orgulho em sua forma mais básica,
porque tem a aparência de sabedoria e retidão. O apóstolo Paulo nos advertiu com as
seguintes palavras:
Ninguém se faça árbitro contra vós outros, pretextando humildade e culto dos anjos,
baseando-se em visões, enfatuado, sem motivo algum, na sua mente carnal, e não
retendo a cabeça, da qual todo o corpo, suprido e bem vinculado por suas juntas e
ligamentos, cresce o crescimento que procede de Deus. Se morrestes com Cristo para os
rudimentos do mundo, porque, como Se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a ordenanças:
não manuseies isto, não proves aquilo, não toques aquiloutro, segundo os preceitos e
doutrinas dos homens? Pois que todas estas coisas, com o uso, se destroem. Taís
coisas, com efeito, têm aparência de sabedoria, como culto de si mesmo, e de falsa
humildade, e de rigor ascético; todavia, não têm valor algum contra a sensualidade.
(Colossenses 2:18-23)
O espírito de religiosidade nos fará sentir bem quanto à nossa condição
espiritual na medida em que estejamos centrados em nós mesmos e buscando a nós
mesmos. Quem tem orgulho se sente bem; pode ser até mesmo um tanto divertido.
Contudo, toda a nossa atenção recai então sobre como estamos nos saindo, quão
melhor estamos em relação aos outros. Ela na realidade não está posta na glória
de Deus. (Se você assinalou os itens 8, 9, 10, 15 ou 16 no teste acima, pelo
menos um certo grau de retidão própria você tem.) Isso resulta em confiarmos em
nossa disciplina e no nosso sacrifício pessoal, em vez de no Senhor e no sacrifício dele.
É certo que a disciplina e a disposição para o sacrifício próprio são qualidades
essenciais em todo crente, mas a motivação por trás dessas virtudes é que
determina se estamos sendo levados por um espírito de religiosidade ou pelo
Espírito Santo. O espírito de religiosidade usa o medo, o sentimento de culpa, o
orgulho e a ambição para motivar as pessoas. Já a motivação feita pelo Espírito Santo
é o amor pelo Filho de Deus.
Ter prazer em se auto-humilhar é um forte sintoma do espírito de religiosidade.
Isso não quer dizer que não devamos nos disciplinar, que não devamos jejuar, ou
esbofetear o nosso corpo, como Paulo fez. É o pervertido prazer nessas coisas que
revela o problema, quando deveríamos ter prazer no Filho de Deus.
Re vel ação Eng anos a
Em Colossenses 2:18,19 Paulo explicou que os que têm prazer em se humilhar
acabarão freqüentemente adorando anjos e fazendo colocações impróprias de visões
que tiveram. É desejo do espírito de religiosidade que adoremos qualquer coisa ou
qualquer outro ser, exceto Jesus. O mesmo espírito inclinado a adorar anjos estará
propenso a exaltar excessivamente seres humanos. Temos que ter muito cuidado com
quem esteja indevidamente exaltando anjos, ou homens e mulheres de Deus, ou que
esteja usando as visões que teve para obter uma indevida influência na igreja. Deus não
nos dá revelações para assim comprovarmos nosso ministério, ou para que as pessoas
nos respeitem mais. O fruto da verdadeira revelação será a humildade, não o
orgulho. As Escrituras ensinam que os cristãos realmente podem ter tais
exper iências, sendo elas úteis e necessár ias quando adequadamente
usadas. A palavra chave no texto citado é que devemos ter cuidado com os
que estejam tendo tais revelações e se orgulhem por causa delas.
O espírito de religiosidade sempre alimentará nosso orgu lho, enquanto a
verdadeira maturidade espiritual sempre nos conduzirá a uma humildade cada
vez maior. Um tal progresso da humildade é maravilhosamente demonstrado
na vida de Paulo. Em sua carta aos Gálatas, que se considera haver sido
escrita por volta do ano 56, Paulo declarou, na oportunidade em que visitou os
primeiros apóstolos em Jerusalém: Eles nada me acrescentaram. Num certo
sentido ele declarou ter tanto quanto eles tinham. Quando escreveu aos
coríntios, referiu-se a si mesmo como o menor dos apóstolos. E por volta do ano
61 declarou ser o menor de todos os santos? Finalmente, ao escrever a
Timóteo no ano 65, aproximadamente, ele se descreveu como sendo o principal
dos pecadores, acrescentando em seguida que Deus teve misericórdia dele.
Uma verdadeira revelação da misericórdia de Deus é o maior dos antídotos para
o espírito de religiosidade. Esse espírito não permanecerá por muito tempo
quando crescermos na verdadeira humildade.
Lembre-se de que as manifestações do espírito de religiosidade são: uma
contrafação do dom de discernimento, o espírito de Jezabel (que é o espírito de
manipulação), a retidão própria e a síndrome de mártir, que passaremos a examinar.
4. A SÍNDROME DE MÁRTIR
Ser um mártir da fé é uma das maiores honras que alguém pode receber nesta
vida. Quando isso é pervertido, o que estará acontecendo será uma trágica forma de
engano. Sempre que um espírito de religiosidade está com a síndrome de mártir, é quase
impossível a pessoa ser liberta desse engano. Quando a coisa chega a esse
ponto, toda rejeição e toda correção é interpretada pela pessoa como o preço que
ela tem que pagar para "permanecer com a verdade", o que a faz afastar-se ainda
mais da verdade e de uma possível correção.
A síndrome de mártir pode ainda ser uma forma do espirito de suicídio. Às vezes é
muito mais fácil "morrer pelo Senhor" do que viver por ele. Os que têm um entendimento
pervertido com respeito à cruz muitas vezes se gloriam mais com a morte do que
com a vida. O alvo da cruz é a ressurreição, e não o túmulo.
Finalmente, temos que considerar como algumas formas da psicologia de
auto-ajuda podem nos levar ao espírito de religiosidade.
5. PSICOLOGIA DE AUTO-AJUDA
O movimento de psicologia de auto-ajuda é uma tentativa sutil de substituir o
poder da cruz na Igreja. Essa psicologia humanista é "um outro evangelho" e
uma outra forma do espírito de religiosidade. De fato, Paulo assim nos advertiu:
Ora, como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, assim andai nele, nele radicados, e
edificados, e confirmados na fé, tal como fostes instruídos, crescendo em ações de graças.
Cuidado que ninguém vos venha a enredar com sua filosofia e vãs sutilezas, conforme
a tradição dos homens, conforme os rudimentos do mundo e não segundo Cristo.
(Colossenses 2:6-8)
Todos temos necessidade de alguma "cura interior". Entretanto, muito do que
se está chamando de cura interior não passa de um processo de desenterrar o
velho homem e procurar fazer com que ele seja curado. O que no entanto temos
que fazer é matar o velho homem e abandoná-lo. O modo de curar nossas
feridas da alma não é um procedimento determinado; tampouco uma fórmula, e
sim simplesmente o perdão. Quando vamos até a cruz e somos aceitos com
base no sangue de Jesus, encontramos um perfeito amor que acabará
completamente com toda amargura e ressentimento.
Isso parece ser muito simples, mas foi o que Paulo disse: Mas receio que,
assim como a serpente enganou Eva com sua astúcia, assim também seja
corrompida a vossa mente e se aparte da simplicidade e pureza devidas a
Cristo. A salvação é algo simples. A libertação é algo simples. A maior estratégia do
inimigo é enfraquecer o poder do evangelho fazendo com que nele coloquemos
acréscimos. Foi assim que ele enganou Eva.
O Senhor ordenara ao homem e à mulher que não comes sem da Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal, porque no dia em que comessem morreriam.
Quando interrogada quanto a esse mandamento do Senhor, Eva respondeu que eles
não poderiam comer da árvore, nem mesmo tocá -la. O Senhor não dissera coisa
alguma com respeito a tocar naquela árvore. Acrescentar algo aos mandamentos de
Deus é tão destrutivo quanto lhes suprimir uma parte. Os que com petulância
pensam que podem acrescentar algo à Palavra de Deus não a res peitam o
suficiente para guardá-la quando chega à provação. Se Satanás conseguir que
acrescentemos algo às Escrituras, ou que dela subtraiamos algo, ele saberá que nos
pegou, tal como conseguiu com Eva.
Muitas filosofias e terapias "cristãs" parecem ter sabedoria. No entanto elas
procuram substituir o Espírito Santo em noss a vi d a. A lgu m a s p es so as
r ea lm ent e n ec es s it am d e u n i aconselhamento, e muitos conselheiros cristãos
de fato as levam à cruz. Contudo, outros simplesmente as estão empur rando
para o buraco negro do egocentrismo, que as consumirá, além de procurar tragar
junto com elas todos os que estiverem ao seu redor. Apesar da terminologia cristã,
essa filosofia é inimiga da cruz de Cristo.
Finalmente, como saber se estamos livres da contaminação de um espírito de
religiosidade? Veja o teste que indica um mensageiro verídico.
Em Ezequiel 37, o profeta foi levado para um vale cheio de ossos secos, e lhe foi
perguntado se eles poderiam reviver. O Senhor então ordenou que ele
profetizasse àqueles ossos. Enquanto ele profetizava, os ossos se juntaram, veio à
vida e eles se transformaram num grande exército. Esse é um teste pelo qual todo
verdadeiro ministro tem que passar. O verdadeiro profeta pode ver um grande
exército até mesmo nos ossos mais secos. Ele profetizará vida para eles, até
que venham à vida, e depois se tornem um exército. Um falso profeta com
espírito de religiosidade apenas dirá o quão secos os ossos estão, enchendo-
os de desencorajamento e de condenação, e não lhes transmitindo vida nem
poder para que vençam as circunstâncias negativas.
Os apóstolos e os profetas recebem autoridade para cons truir e para
demolir. Contudo não temos o direito de demo lir se primeiro não construímos.
Eu não dou autoridade a ninguém para corrigir os que estão sob meus
cuidados, a menos que veja naquela pessoa um histórico em que demonstre
haver encorajado outros. Talvez você diga que isso elimi na o ministério dos
profetas. No entanto eu afirmo que esses "profetas" é que necessitam ser
eliminados do ministério. Como Judas disse a respeito deles: "Os tais são
murmuradores", vivem procurando erros nos outros, e são como rochas
submersos em vossas festas de fraternidade. Como diz um velho provérbio: "Basta
um burro qualquer para pôr abaixo um celeiro, mas é necessário um bom
carpinteiro para o construir".
O estilo de liderança do Senhor foi o de permitir que seus seguidores
cometessem erros e depois aprendessem com os mesmos. Se exigíssemos de
nossos filhos a perfeição, isso seria contraprodutivo. Na verdade estaria lhes
reprimindo o crescimento e a maturidade. O mesmo é verdade com respei to à
Igreja. Temos que corrigir os erros, porque é assim que aprendemos. No entanto a
correção tem que encorajar e libertar, e não condenar e acabar com toda iniciativa.
Mesmo assim, como Eli nos serviu de exemplo, ai dos pas tores que alimentam
as ovelhas e delas cuidam, mas se es quecem de corrigi-las, ou se recusam a
isso. A verdadeira graça de Deus é encontrada no meio de dois extremos: o do espirito
crítico de procurar erro em tudo e o de uma misericórdia não santificada
(demonstrando misericórdia a coisas que Deus desaprova). Cada um desses
extremos pode ser o resultado da ação do espírito de religiosidade. A verdadeira
religião não é um jugo pesado, mas se traduz pela maior liberdade e a maior
alegria que a alma humana pode experimentar. Isso só é possível acontecer
quando se conhece o Senhor e se tem comunhão com ele. Q uando vemos a sua
glória, não mais ficamos cativos de nossas qualidades, sejam elas positivas ou
negativas; a beleza do Senhor é que tomará a nossa alma. Até mesmo os
vinte e quatro anciãos depositam suas coroas diante dele. Este é o alvo que a
verdadeira fé cultiva: ver o Senhor, permanecer nele, e revelá-lo a outras
pessoas. Isso parece ser muito fácil, mas é a única resposta ao nosso gran de
dilema.
O mundo está se tornando cada vez mais avesso à reli gião. Entretanto,
quando Jesus for exaltado, todos serão atraídos a Ele. Porque toda a
Criação surgiu unicamente mediante Ele, e foi feita para Ele. Todos temos na
alma um enorme buraco, do tamanho de Jesus. Nada nos satisf ará nem nos
proporcionará paz, a não ser um genuíno relacio namento com o Senhor.
O movimento da Nova Era tornou-se uma poderosa força na estratégia do diabo para
cegar o mundo em relação ao evangelho de Jesus Cristo. Uma razão por que esse
movimento tem tido bastante sucesso é que muitos dos seus ensinamentos re -
fletem bem de perto grandes verdades do evangelho, mas a partir delas levam a
conclusões que estão em total conflito com a verdade mais central de todo o Cristianismo:
a cruz.
Devido à seriedade desse engano, é compreensível que a Igreja haja desenvolvido
uma reação imediata até mesmo às palavras nova era. Entretanto, a forma de
combatermos as trevas não é fugindo delas, e sim firmando nossa posição na verdade
e rejeitando drasticamente essas trevas. A luz é mais poderosa que as trevas.
Quando abrimos as cortinas da nossa sala à noite às trevas de fora não entram nela.
Pelo contrário, a luz interna é que brilha nas trevas do lado de fora. Não temos que
temer as trevas, se conhecemos a Luz, Jesus.
O Que é o Movimento da Nova Era?
O movimento da Nova Era é basicamente uma combinação disfarçada de feitiçaria
com hinduísmo, de forma a torná-la aceitável pelos profissionais de colarinho
branco. Essa forma de espiritualismo tem como alvo esse grupo de pessoas devido
a uma razão importante. Por cerca de 5.800 anos, dos 6.000 anos da história da
humanidade da qual se tem registro, cerca de 95 por cento dos trabalhadores eram
agricultores. Em apenas um pouco mais de um século, essa estatística reverteu com-
pletamente, de modo que agora, no Ocidente, menos de 5 por cento dos trabalhadores
trabalham na zona rural. Tal mudança é decorrente de avanços tecnológicos, o
que possibilitou que esses 5 por cento produzam mais que os 95 por cento do século
dezenove.
Quando o Senhor previu que o saber se multiplicará, foram poucos os que
compreenderam o grau em que isso se daria. Em meados da década de 50, no
Ocidente, os trabalhadores de colarinho branco já excediam em número Os
operários da indústria. Desde então essa maioria tem crescido até o ponto em que
agora se estima que, em futuro próximo, os operários da indústria terão o mesmo
destino dos trabalhadores rurais, compondo apenas uma pequena fração da
população. A informação é o bem de consumo mais valioso neste mundo, e o
negócio que acumula, interpreta, embala e transfere informações é hoje a maior
indústria sobre a Terra.
Os que se encontram envolvidos com essa indústria não são apenas os que
estão em maior número, mas são os mais ricos e os mais poderosos. Eles
constituem também o grupo que a Igreja tem tido cada vez menos sucesso em
alcançar. Isso contribuiu para a proliferação do movimento da Nova Era e de
outras seitas.
Deus nos criou para que tivéssemos comunhão com ele. Ele é Espírito, e até que
essa comunhão com ele seja restaurada haverá sempre um vazio espiritual no
homem. Uma verdadeira comunhão com Deus é uma experiência sobrenatural,
porque Deus é sobrenatural. O vazio que existe quando o homem não tem essa
comunhão é uma fome pelo sobrenatural. Se ela não for satisfeita mediante um
relacionamento com Deus, o diabo rapidamente a alimentará com seus substitutivos.
O Poder de Deus
O dia em que se podia ter uma neutralidade sobrenatural já era. Os que não
conhecem o verdadeiro poder de Deus mediante o Espírito Santo se tornarão cada vez
mais sujeitos aos poderes sobrenaturais malignos e fraudulentos de Satanás. Aqueles
cujas doutrinas e cujos temores os tenham levado a esquivar -se do poder
sobrenatural de Deus, e principalmente seus filhos, tornam-se presa fácil do maligno.
Paulo deixou bem claro que o reino de Deus não consiste em palavras, mas em
poder. Satanás sabe disso, e é seu prazer batalhar no nível das palavras (doutrinas, e
por aí afora). Não importa o quão bem argumentemos em favor de nossas doutri-
nas, que são verdadeiras. Satanás não tem problema algum para conquistar os que não
conhecem o poder de Deus. Uma vida de retidão é o resultado de crermos em nosso
coração, e não em nossa mente; os que não conhecem o poder de Deus crêem no
Senhor apenas em sua mente.
À luz da loucura dos movimentos pentecostais, renovados, do evangelho pleno,
da terceira onda e assim por diante, é fácil compreender por que muitos se
esquivam dos dons do Espírito. Contudo isso é também uma das provas que
separam os verdadeiros crentes daqueles que apenas conhecem suas crenças e
doutrinas. Deus escolheu as coisas loucas do mundo para envergonhar Os
sábios. Somente os humildes é que alcançarão o que o Senhor está fazendo, e
ele dará sua graça tão-somente a eles.
Quanto mais secularizada for à sociedade, mais as pessoas terão fome do
sobrenatural. É por isso que os ateístas de uma maneira geral são atraídos para
as formas mais baixas de feitiçaria e de magia negra. Eles crêem tratar-se de
poderes humanos naturais que há dentro do homem. As igrejas que rejeita ram o
poder sobrenatural de Deus já se deixaram influenciar pelo movimento da Nova
Era. Outros, sob diversas formas, não têm resistido ao espírito desta era. Não
apenas aceitam como membros da igreja pessoas pervertidas e incrédulas, mas
ainda os ordenam como pastores e líderes!
Muitas dessas igrejas e denominações foram aos poucos se tornando totalmente
inexpressivas, com bem pouco ou quase nenhum poder para atrair pessoas à
conversão. E quase todas essas denominações e movimentos estão se encolhendo,
por se haverem tornado inexpressivos e enfadonhos, até mesmo para seus
próprios membros. Numa situação totalmente oposta a essa, as denominações e
movimentos que pregam e caminham no poder sobrenatural de Deus não apenas
estão crescendo, mas são sem dúvida Os movimentos religiosos que mais cres -
cem no mundo, quando considerados como um só grupo.
O apóstolo Paulo declarou: A minha palavra e a minha pregação não consistiram em
linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de podei; para
que a vossa fé NÃO SE APOIASSE EM SABEDORIA HUMANA, e sim no PODER DE
DEUS. O conflito entre o reino de Deus e o reino do mal não é apenas um
conflito entre a verdade e o erro (embora seja isso), mas é também o
confronto de dois poderes sobrenaturais. Ambos os lados procuram preencher o
vazio criado pela Queda.
Quem declara que é bíblico, mas não anda no poder sobrenatural de Deus, está
em contradição. Toda a história do que Deus fez para a raça humana tem se
realizado mediante seu Poder sobrenatural. Jesus não apenas afirmou que
Deus tem poder para curar, para salvar, para libertar; ele curou enfer mos e
expulsou demônios. Jesus afirmou que assim como o Pai o enviou ao mundo,
ele nos enviou. Era sua expectativa que seus discípulos, paralelamente a curar
enfermos e expulsar demônios, pregassem o reino de Deus. Jesus não muda. Se
vamos pregar o evangelho, temos que pregar tal como ele pregou, demonstrando o
amor e o poder de Deus.
As igrejas que não andam no poder de Deus se tornarão cada vez mais
desqualificadas para enfrentar o crescente poder do mal que se manifestará nos últimos
dias, conforme as profecias do Apocalipse. A primeira defesa que temos contra o
poder sobrenatural enganoso do inimigo é conhecer o verdadeiro poder de Deus.
Temos assim que buscar com dedicação os dons espirituais, principalmente o dom de
profecia. Deus é espírito; e importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em
verdade!
A maioria dos crentes de hoje desejam dons espirituais, mas para que os recebam
essa busca tem que ser feita com dedicação. Jesus determinou que para receber
temos de pedir, buscar e bater. Quando alguém diz: "Estou aberto para receber os
dons do Espírito", geralmente isso é uma forma de não querer de fato recebê-los.
Tal pessoa se sente com freqüência bastante temerosa, ou então tem muito
orgulho, não querendo arriscar-se a um fracasso. Os que apenas estão "abertos" para
que o Senhor Os use quase nunca são por ele usados.
Há também os que resistem ao Espírito, dizendo: "Temos que buscar Aquele
que dá os dons, e não os dons". Isso soa espiritual, mas não é bíblico. Com
certeza temos que buscar o Senhor, que nos dá os dons, muito mais do que
buscar os dons em si. Contudo o mandamento é que busquemos inclu sive os
dons; as duas buscas não são mutuamente exclusivas. A busca por andar nos
dons do Espírito é uma das formas de se buscar a Deus; e o que é mais importante: é
estarmos sendo obedientes à Palavra.
O amor é o dom maior, e somos informados de ser ele o caminho sobremodo
excelente. 9 Entretanto, os dois textos que cercam este capítulo nos encorajam a
buscar dons espirituais. Em 1 Coríntios 12:31 somos exortados a buscar com
dedicação os melhores dons. Em 1ª Coríntios 14:1 a palavra a nós dirigida nos
diz que sigamos o caminho do amor e busquemos com dedicação os dons
espirituais, principalmente o dom de profecia. Os dons não cancelam nosso amor;
pelo contrário: eles devem ser usados com amor - e são destinados a isso!
Há ainda os que tiveram o coração endurecido pela falsa doutrina que diz que Deus já
não atua em nosso tempo de forma sobrenatural, como atuava antes. Entretanto, nos
últimos anos alguns dos teólogos e apologistas da fé mais brilhantes, que antes
acreditavam que Deus não mais atuava sobrenaturalmente, mudaram de opinião após
testemunharem um único milagre genuíno. Observe que eu disse "genuíno"; esta é a
chave. Os que amam a Deus e procuram andar em seu verdadeiro poder muitas
vezes acabam se fechando, em virtude de falsas manifestações c do engodo que
ocorrem com freqüência em alguns ministérios destituídos do verdadeiro poder.
Entretanto, muitos dos que crêem que o Senhor não mais atua de maneira sobrenatural
estão em busca da verdade, e quando testemunham a manifestação autêntica, então
mudam sua teologia.
O verdadeiro Cristianismo é a verdadeira Palavra de Deus confirmada pelo verdadeiro
poder de Deus. Jesus se dedicou a fazer e a ensinar. Freqüentemente ele realizava
milagres antes de ensinar, porque sabia que as pessoas que houvessem tido um
inegável encontro com Deus estariam bem mais abertas a ouvir o que ele tinha para
lhes dizer. O mesmo é verdade hoje; as demonstrações do poder de Deus fazem com
que os conceitos intelectuais se transformem numa verdadeira fé nos ensinos do
Senhor. É necessário tanto a Palavra como o poder de Deus para mudar o homem
interior. O vazio espiritual do coração tem de ser preenchido por uma verdadeira
comunhão com Deus para que seja liberto da influência espiritual e do poder do
inimigo.
Tendo em vista que a filosofia da Nova Era é basicamente a falsificação da
autoridade espiritual, só estaremos totalmente libertos do seu poder quando
estivermos completamente submissos ao poder e à autoridade de Deus. Se não
estivermos dessa maneira submissos, vamos nos tornar cada vez mais sujeitos a
alguma forma de feitiçaria, à medida que nos aproximarmos do fim dos tempos. A
Batalha de Armagedom será travada no "Vale da Decisão". Nesse dia, todos sobre a
Terra, sem exceção, terão que tomar uma decisão: escolher entre o poder e a autori-
dade de Deus e o poder e a autoridade do maligno.
Para vencermos o movimento da Nova Era temos que impedir que seus
partidários estejam roubando nossas palavras e pervertendo e falsificando nossos
ensinamentos.
Não Permitamos que o Inimigo Roube Nossas Palavras
nem Nossos Ensinamentos
Não podemos permitir que o inimigo nos roube as palavras, nossas práticas e
nossos ensinamentos. As palavras nova era não pertencem ao diabo, mas ao
Senhor. Temos urgentemente de resgatá-las. Muito do sucesso do movimento da
Nova Era tem vindo do roubo da elevada base de esperança quanto ao futuro que há
no evangelho. Isso é domínio da Igreja, e temos de nos recusar a conceder um
mínimo que seja do nosso território aos inimigos da cruz.
Uma verdade fundamental do evangelho é que uma nova era está por vir. Uma era
de paz, de retidão e de justiça prevalecerá sobre toda a Terra. Essa é a era em que
Jesus Cristo reinará como o Príncipe da Paz, o Rei dos reis e o Justo Juiz. Esta é a
verdadeira mensagem quanto à era que está por vir, a respeito da qual a Igreja é
chamada a pregar, e cuja autenticidade cristã o inimigo está tentando subverter pelo
movimento da Nova Era.
Quase todo aspecto do ensino da Nova Era é uma fraudulência da verdadeira
esperança do evangelho. Entretanto, do mesmo modo que não deixamos de usar
o dinheiro verdadeiro em razão de alguém haver criado dinheiro falso, não
abandonemos uma única verdade de Deus com referência ao reino que está
vindo. Se existe dinheiro falso circulando por aí, temos que conhecer bem mais o
que é verdadeiro, para que possamos reconhecer o falso. O mesmo temos que fazer
com respeito às verdades essenciais do reino. O inimigo não estaria indo atrás des-
sas verdades, se não fossem tão importantes.
Nosso Enfoque Mal Orientado quanto ao Fim desta Era
Um dos modos pelos quais o movimento da Nova Era tem conseguido roubar a
importante e elevada base de esperança quanto ao futuro tem sido pelo fato de a
Igreja haver cultivado a tendência de enfocar demais o fim da presente era. Não é
apenas o fim de uma era; é o inicio de uma nova era na qual Cristo reinar á sobre a
Terra! Para que a Igreja reivindique a elevada base de esperança para o futuro
temos de proclamar seu início, a vinda do reino. A esperança no futuro é
fundamental para o poder do evangelho. A era que está vindo pertence ao Senhor, e
a mensagem da nova era a Ele pertence.
Quando o Senhor veio a Terra pela primeira vez, Ele veio para comprar nossa
redenção com o próprio sangue. O Salmo 24 declara: Ao SENHOR pertence a Terra e
tudo que nela se contém, o mundo e Os que nele habitam. O preço da Terra toda, e de
todos os seus habitantes, foi integralmente pago na cruz.
Depois da ressurreição Jesus poderia imediatamente ha ver destruído o
diabo, assumindo todo o domínio que por direito veio a ter então sobre a Terra.
Em lugar disso, o plano de Deus era que um povo fosse primeiro remido da Terra,
para então se tornar co-herdeiro com o Filho de Deus. Esse povo então reinaria
com o Senhor na era que está por vir. As Escrituras testificam que o Senhor
retornará para redimir a Terra de todas as conseqüências da Queda. Pedro se
referiu a isso como sendo a restauração de todas as coisas. Esta é a razão por
que até . agora toda a criação está gemendo e suportando angústias.
As Escrituras são claras quando dizem que o fim desta era terá um tempo de
tribulação tal como o mundo nunca experimentou. Essas profecias bíblicas não
podem ser alteradas, e temos que ensiná-las, se é que pretendemos ensinar toda a
verdade. Entretanto, as Escrituras são claras também ao dizer que o tempo das
trevas mais densas será um tempo de glória para o povo de Deus. Essa glória
não apenas está vindo sobre nós para que tenhamos uma boa aparência! Sua
glória aparecerá em nós porque estaremos vivendo na realidade da era que virá, e
estaremos experimentando sua glória agora mesmo.
A N o va E r a Ag o r a M e s m o
A maior esperança que o Senhor nos deu quanto ao seu reino é que o reino de
Deus está PROXIMO. Os que ouvem o Senhor e Nele crêem podem viver no seu reino
agora! Embora estejamos sobre a Terra, estamos também sentados com ele nas
regiões celestes. Os milagres que ele realizou foram uma evidência de que o reino
estava disponível para quem pudesse vê-lo pela fé. Quando Jesus expulsou
demônios, Ele disse: Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus,
certamente é chegado o reino de Deus sobre vós.
A mensagem da última trombeta no livro do Apocalipse é esta: O reino do mundo
se tornou de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará pelos séculos dos séculos. Os
que vivem agora na realidade do poder do seu reino estarão pregando a
mensagem do reino. Não esperamos pelo milênio para que Jesus reine sobre nós.
Seu reino já está "próximo" de nós; já está ao nosso alcance.
Os que têm o Espírito Santo de Deus estão com um poder habitando em si que
é maior do que o poder de todos os demônios juntos. Não devemos ser
ignorantes quanto ao diabo e seus esquemas. Contudo não temos que temê-lo
em nada que ele pretenda fazer contra nós. Quando andamos na luz, os de mônios
é que nos temem. João escreveu:
Amados, não deis crédito a qualquer espírito; antes, provai os espíritos se procedem de
Deus, porque muitos falsos profetas têm saído pelo inundo afora. Nisto reconheceis o
Espírito de Deus: todo espírito que confessa que Jesus Cristo veio em carne é de Deus; e
todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo contrário, este é o
espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que vem e, presentemente, já
está no mundo. Filinhos, vós sois de Deus e tendes vencido os falsos profetas, porque
maior é aquele que está em vós do que aquele que está no mundo. (1 João 4:1-4)
Se conhecemos Jesus já vencemos o anticristo. Nosso evangelho deixará de ser
verdadeiro na medida em que Jesus não seja o centro da nossa vida. Até mesmo
o céu não seria céu se Cristo não estivesse lá. Nossa esperança está no Rei, não
apenas no reino. Satanás procurará oferecer todos os elementos do reino, mas
sem Jesus; essa é a essência no movimento da Nova Era. A nossa mensagem do
reino é que Jesus é Rei!
Exatamente na hora em que as trevas estiverem cobrindo a Terra, a glória do
Senhor surgirá. Isso fará com que as nações se voltem para o povo de Deus. Por fim, a
Igreja se tornará tudo o que foi destinada a ser: a noiva de Cristo, pura e sem
manchas. Então a luz da Igreja será ainda mais brilhante diante de um cenário
todo em trevas.
O E va n g e l h o d a E s p e r a n ç a
A G LO RI O S A E SPE R ANÇ A
A mensagem que Jesus confiou à Igreja contém uma esperança bem mais gloriosa do
que qualquer utopia da era de Aquário p r e v i s t a p e l o s h u m a n i s t a s o u
e s p i r i t u a l i s t a s . A n o s s a m e n s a g e m é o reino de Deus. A mensagem que Jesus
pregou não foi o evangelho da salvação, embora isso estivesse nela incluído. Sua
mensagem também não foi sobre a Igreja. Em todas as suas mensagens ele
apenas fez breves referências à Igreja.
A mensagem do Senhor era o Reino, e esta é a mensagem que nos foi dada a pregar.
Isso não diminui a importância da nossa salvação, nem nega o elevado posto que a
Igreja tem em seu plano. Entretanto, a mensagem do Reino é maior que tudo isso.
Grandes verdades estão incluídas nessa mensagem, mas elas não têm o propósito de
desprestigiá-la.
A mensagem do Reino é em essência uma única verdade básica, mas que
abrange tudo: Jesus é o Rei! Ele reina, e seu reino será um reino eterno.
Quando ele voltar para estabelecer seu Reino sobre a Terra ele não apenas
acabará com toda guerra, mas inclusive trará harmonia a toda a Criação. O leão
deitar-se-á ao lado do cordeiro. As crianças brincarão com cobras em plena
segurança. Não apenas doenças e enfermidades serão removidas da Terra, mas
até mesmo a morte terá sido abolida. As nações beberão do Rio da Vida, e
comerão do fruto da Árvore da Vida:
Então me mostrou o rio da água da vida, brilhante com cristal, que sai do trono de Deus e
do cordeiro. No meio da sua praça, de uma e outra margem do rio, está à árvore da vida, que
produz doze frutos, dando seu fruto de mês em mês, e as folhas da árvore são para a anã dos
povos. Nunca mais haverá nenhuma maldição. Nela estará o trono de Deus e do cordeiro.
Seus servos o servirão, contemplarão a sua face, e na sua fronte está o nome dele. Então já
não haverá noite, nem precisam eles de luz de candeia, nem da luz do Sol, porque o Senhor
Deus brilhará sobre eles, e reinarão pelos séculos dos séculos. (Apocalipse 22:1-5)
A verdadeira mensagem do reino tem de conter tanto a bondade como a
severidade de Deus. Ele está vindo para trazer a paz, mas também está vindo com
pulso de ferro para afligir as nações. Tanto o leão como o cordeiro têm de ser incluídos
na mensagem cio reino.
A hora mais escura e mais fria da noite acontece um pouco antes do amanhecer.
Por algum tempo ela pode ficar ainda mais fria e escura, mas em seguida o dia do
Senhor vem: não mais prantos, não mais dores, não mais fome, não mais
enfermidades. Nunca mais um pai sobre a Terra abusará de uma criança inocente, e
ninguém procurará causar qualquer tipo de mal ao próximo, nem humilhá-lo ou
defraudá-lo. A verdade prevalecerá sobre toda mentira, e o amor prevalecerá em toda
a Terra.
Uma nova era está chegando, e ela será muito mais gloriosa do que qualquer utopia,
do que qualquer filosofia ou religião que haja sido em algum tempo concebida pelo
coração humano.
Uma visão
Guerra e Glória
Em agosto de 1993 tive uma visão da Igreja que era repre sentada como uma
ilha no meio de um mar. Havia muitos edifícios diferentes por toda a ilha, cada
um dos quais entendi que representava uma denominação ou movimento dife -
rente. Os edifícios contrastavam arquitetonicamente entre si, uma vez que alguns
bem antigos estavam ao lado de outros bem modernos. Uma guerra estava
sendo travada entre muitos dos edifícios, que em sua maioria estavam reduzidos
a simples estruturas, pelo efeito das bombas. Havia gente ainda morando nos
prédios, mas quase todos os moradores estavam enfrentando fome, e feridos.
Dois espíritos das trevas sobre a ilha comandavam essa guerra. Um deles
chamava-se inveja, e o outro, Medo. "roda vez que um dos edifícios sofria um dano, ou
pessoas eram feridas, esses espíritos se congratulavam entre si.
Vi então dois espíritos poderosos e aterrorizantes surgindo sobre o mar. Eles
se transformaram em tempestades. Um se chamava Raiva, e o outro, Anarquia.
Agitavam fortemente o mar, formando grandes ondas que iam se quebrar na ilha.
Logo a tempestade se tornou tão forte que parecia ser mais ameaçadora para a
ilha do que propriamente uma guerra.
Senti que o povo na cidade tinha que ser advertido quanto à tempestade. Diversos
homens, que aparentemente eram guardas, estavam tentando fazer isso, mas
ninguém lhes dava a menor atenção. As pessoas ficavam discutindo e argumentando
entre si quanto à sua dúvida de serem ou não os guardas dignos de confiança. Isso
era estranho, porque quem olhasse para cima veria a tempestade com Os próprios
olhos. No entanto ninguém olhava para cima.
As guerras ali haviam deixado tantos feridos que os hos pitais — movimentos
ou denominações que estavam proporcionando a cura das pessoas — estavam
se tornando rapidamente os maiores edifícios da ilha. Com o crescimento dos
hospitais, as outras facções guerreiras não Os respeitavam como um lugar em
que até mesmo seus próprios feridos estavam sendo tratados; em vez disso eles
estavam determinados a destruí-los, Voltando-se contra eles mais do que contra
os demais edifícios.
Como a guerra prosseguia, até mesmo os que não estavam seriamente feridos
tinham a aparência de fantasmas, ou se haviam grotescamente deformado pela
fome e pelas enfermidades. As pessoas eram atraídas a qualquer dos edifícios que
estivesse recebendo suprimento de alimentos. Os demais então alvejavam esse
edifício. Eu não podia compreender como até mesmo uma guerra poderia ser tão
cruel - contudo tratava-se da Igreja!
Em meio à batalha, alguns ainda estavam tentando ampliar suas construções,
ou começando a edificar novos prédios, mas era em vão. Quando um edifício
começava a subir um pouco acima dos demais, ou quando uma nova construção
tinha início, eles se tornavam o alvo principal de todos os outros, e rapidamente eram
reduzidos a entulho.
Foram-me Mostrados então muitos líderes poderosos, que estavam à frente
dessa guerra. Todos eles tinham a mesma palavra na testa: Traição. Eu me
surpreendi, pensando como alguém poderia seguir as ordens de quem tivesse
isso escrito sobre si. No entanto as pessoas lhes obedeciam. Lembrei-me então
de 2ª Coríntios, 11:20: Tolerais quem vos escravize, quem vos devore, quem vos
detenha, quem se exalte, quem vos esbofeteie no rosto.
Um Remanescente
Entretanto, havia alguns que pareciam como luzes em quase todos Os edifícios.
Essas luzes se recusavam a participar da luta, mas passavam todo o tempo
esforçando-se por reparar os edifícios ou cuidar dos feridos. Embora não se
dessem conta, não paravam de esforçar-se no que faziam.
Cada uma dessas luzes tinha o poder de curar ferimentos, e esse poder
aumentava à medida que trabalhavam. Os que saravam tornavam-se luzes,
tais como os que Os haviam curado. Essas pessoas agora tinham condições de
fazer mais do que os hospitais, porque estes estavam sendo alvo de ata ques
demasiado cruéis. Tendo conhecimento dessa situação, os hospitais
dispersavam seu pessoal em equipes de atendi mento médico que iam por
toda a ilha, entrando nos mais diversos edifícios.
Havia vários pequenos acampamentos distribuídos ao longo do perímetro da
ilha. Alguns deles estavam envolvidos na guerra entre os edifícios, e pareciam
pretender destruir todos eles, de modo a trazer as pessoas dos mesmos para as áreas
que ocupavam. Os líderes desses acampamentos tinham a mesma palavra —
Traição — escrita na testa.
Alguns desses acampamentos não estavam envolvidos com a guerra, e eles
também eram como luzes. Estavam crescendo em autoridade, mas era uma
autoridade de tipo diferente. Eles tinham autoridade sobre acontecimentos. Oravam
para que não houvesse mais pequenas batalhas e para que pequenas tempes tades
se mantivessem bem longe da ilha. E estava acontecendo tal como eles oravam.
Os dois espíritos sobre a cidade que estavam produzindo as duas grandes
tempestades tornaram-se bastante intimidados por aqueles pequenos acampamentos.
Senti que aqueles grupos de intercessão se encontravam de fato bem perto de
conseguir autoridade suficiente para interromperem as maiores batalhas e as grandes
tempestades, que obviamente eram a fonte de agitação comandada por esses grandes
espíritos.
A Tr a g é d i a
Uma enorme quantidade de barcos e navios se posicionavam ao redor de toda a
ilha, esperando poder entrar na cidade assim que a guerra terminasse. Muitas
dessas embarcações estavam cheias de refugiados de outras guerras, e muitos
deles feridos. Havia ainda navios que levavam reis, presidentes e pessoas que
tinham a aparência de ser prósperas e ricas. Todos tinham medo das
tempestades, mas não tinham como entrar na cidade por causa da guerra.
Gemiam e gritavam bem alto, num óbvio desespero, de modo que fiquei surpreso
por ver que ninguém na cidade Os ouvia; ninguém parecia ter nem mesmo consciência
de que eles se achavam ali.
Então vi o Senhor em pé, observando tudo. Sua glória era tão grande que me
fez pensar e me perguntar por que não o vira antes, ou por que todos na cidade
não haviam parado para adorá-lo. Para meu espanto, ninguém tinha condições
de vê-lo. Olhei para os olhos de algumas pessoas e vi que estavam tão vermelhos que
me admirei pelo fato de ainda conseguirem ver alguma coisa.
Considerei comigo mesmo por que motivos o Senhor não interrompia aquela
guerra. Pelo contrário, Ele parecia sentir prazer em simplesmente observar o
que acontecia. Como se houvesse compreendido meus pensamentos, Ele se
voltou para mim e me disse:
Essa é a minha Igreja. Essas eram as casas que as pessoas tentavam construir para
mim. Bati na porta de cada uma delas, mas nenhuma me foi aberta. Eu teria trazido a paz,
porque Só habito numa cidade em que haja paz.
Em seguida Ele se virou, e apontando para as pessoas dos navios, disse:
Se eu permitisse que todos eles fossem agora para a cidade, eles seriam arrebatados para
a guerra. Quando os clamores deles se tornarem mais altos que o barulho da guerra, então
construirei um lugar para eles.
Então ele olhou para mim com um ar muito sério e disse:
- Permiti que isso acontecesse para que nunca mais venha a ocorrer de novo!
É difícil comunicar o poder dessa declaração, mas ela me transmitiu um
profundo entendimento de que o Senhor havia permitido que esse conflito
continuasse, tendo como base uma profunda sabedoria. Então ele disse:
- Enquanto você não compreender isso, você não poderá entender o que estou prestes a
fazer.
Quando os clamores dos que estavam nas embarcações se tornaram mais
altos que o barulho do conflito na cidade, o Senhor deu uma ordem, e o mar foi
posto em liberdade. Então grandes ondas se levantaram e passaram
impetuosamente por toda a ilha, até cobrirem os edifícios. Os espíritos que
eram as tempestades ajuntaram-se com Os espíritos que atuavam na ilha, e
quase dobraram de tamanho. Então a ilha desapareceu completamente nas
trevas dos espíritos e no mar agitado.
O Senhor não se moveu enquanto tudo isso acontecia. Eu sabia que a minha
única proteção era permanecer tão perto Dele quanto possível. Eu não podia
olhar para nada, a não ser para Ele, durante aquela grande tempestade. Olhando
para a face do Senhor, pude ver tanto um sentimento de dor como de
determinação.
Aos poucos a tempestade foi diminuindo e aquelas ondas tempestivas cessaram.
Aqueles que eram luz nos edifícios emergiram e permaneceram onde anteriormente
havia os edifícios. Então o Senhor saiu da extremidade da ilha, onde estava, e diri-
giu-se para o centro da mesma, e disse:
- Agora vou construir a minha casa.
Todos os que eram luz foram então voltando-se em direção ao Senhor. Ao se
voltarem para Ele, à luz deles se tornou ainda mais forte, e cada grupo se
transformou numa coluna viva no local em que estava. Logo ficou patente que
aquelas colunas eram a estrutura de um edifício, que cobria quase toda a ilha.
Compartilhando a Glória
Quando aqueles que vieram do cemitério tornaram lugar no edifício, os que dele já
faziam parte lhes davam a glória que tinham. E ao fazerem isso, a glória que irradiava do
Senhor aumentava, e Ele dava ainda mais glória àqueles que haviam renunciado à glória
que tinham. Aqueles que mais se dedicavam a compartilhar o que tinham eram usados
para dar início à construção de mais um andar no edifício, que ia ficando cada vez mais
alto.
Fiquei pensando: Como isso era o oposto de toda a inveja que antes prevalecera em
toda a cidade. Então quis meditar um pouco sobre aquela inveja, para tentar compreendê-
la um pouco mais. Contudo não conseguia. Ela era por demais irreal, como se somente
houvesse acontecido num pesadelo. A alegria dos que compartilhavam era tão grande
que seria incompreensível se assim não acontecesse. Quanto mais a glória era
compartilhada, mais cada um a recebia de volta para poder dividi-la com os outros.
Eu sabia que todos passaríamos a eternidade apenas buscando aqueles com quem
compartilharíamos a glória. Tive uma forte impressão de que o Senhor estaria criando
muitos mundos novos, apenas para que viéssemos a ter novos lugares para compartilhá-
la. Então compreendi que foi por isso que ele criou o universo com tamanha diversidade,
e o criou de forma a expandir-se continuamente, em alta velocidade. Ele pusera em
movimento uma gloriosa reação em cadeia que nunca cessaria! Não havia limites de
tempo ou de espaço, e iríamos necessitar de todo esse universo!
As Tempestades Retornam
De repente a minha atenção se voltou para a tempestade, que continuava a ficar mais
intensa no mar. Para meu espanto ela crescera muito em intensidade, e mais
rapidamente que a casa do Senhor — e agora vinha em direção à ilha.
Enormes ondas cobriram a ilha, e o edifício desapareceu da minha vista, embora eu
ainda estivesse bem perto dele. A fúria dessa tempestade ultrapassava toda possibilidade
de compreensão, mas eu absolutamente não senti medo. Eu já morrera para este mundo,
e tinha uma vida que nunca poderia me ser tirada. Da mesma forma tão maravilhosa
como a ilha havia sido, eu me sentia agora muito feliz de morrer fisicamente, de modo a
ficar livre para poder levar a glória do Senhor ao restante do universo. Teria sido muito
difícil escolher entre ficar ou partir. Então me aquietei e esperei.
Aos poucos a tempestade foi diminuindo, e o edifício emergiu. Tanto o edifício como a
ilha eram agora bem menores, mas eram mais gloriosos ainda. Observei então que a
tempestade havia apenas se desviado a uma certa distância da praia, e estava
retornando. Tudo isso aconteceu diversas vezes, e a cada vez o edifício emergia um
pouco menor, mas bem mais glorioso. Sempre que isso acontecia à tempestade era
também menor; elas estavam se consumindo na ilha. Em pouco tempo o máximo que a
tempestade fazia era gerar pequenas ondas, em nada ameaçadoras. A glória da casa
agora ultrapassava toda possibilidade de descrição por palavras humanas.
Então as nuvens se dissiparam completamente no mais belo céu azul que eu já vira. Ao
contemplá-lo, vi que se enchia da glória que emanava da casa. Não havia dano algum
provocado pela tempestade, embora a casa fosse bem menor. Mesmo assim, a glória que
agora dela emanava era muito maior que antes, e se refletia por todas as coisas. Senti
que ela era tão grande que deveria já estar se expandindo a uma distância enorme da
Terra.
Então a visão mudou, e fiquei sozinho com o Senhor. Eu não sentia mais nenhum dos
grandes sentimentos que experimentara, nem mesmo o amor. O Senhor olhou para mim
muito sério e disse:
— A guerra está quase no fim. É hora de se preparar para as tempestades. Diga ao
meu povo que ninguém que tenha o sangue de seu irmão nas mãos construirá a minha
Casa.
Fiz o que pude para prestar atenção a essas palavras, e assim guardá-las. Ao mesmo
tempo pensava no grande amor que sentira. Então o Senhor me disse de novo:
— Isso foi um sonho, mas é real. Você recebeu no seu coração tudo que lhe mostrei neste
sonho. Agora creia de coração, e meu amor voltará a ser real para você. É isso que você
tem que buscar: conhecer o meu amor.
2. O Dinheiro
O dinheiro se constituirá no principal falso deus no fim desta era. É por isso
que a "marca da besta" é uma marca econômica, e o amor ao dinheiro é chamado de
raiz de todos os males. Um deus não é apenas algo diante de que as pessoas se
dobram, mas algo em que elas confiam.
Grandes ministérios podem envolver grandes somas de dinheiro. Devido ao
fato de que muitas igrejas e ministérios São construídos fazendo enormes
dívidas, as pressões financeiras podem fazer com que os líderes façam o que
normalmente não fariam. Muitos dos próximos conflitos que ocor rerão entre
movimentos, denominações e igrejas isoladas estarão profundamente
enraizados no poder que agora o di nheiro tem sobre a Igreja. Os líderes farão
uso de diferenças doutrinárias e de outras questões para justificar seus ataques
a seus irmãos, mas a verdadeira razão será a perda — ou uma perda em potencial
— de dinheiro.
A mordomia é um dos assuntos mais cruciais que todo líder deverá compreender
e exercer nesses tempos. Se cedermos e não atentarmos ao que a Bíblia
estabelece a esse respeito, cairemos numa das mais devastadoras e súbitas
armadilhas do inimigo.
Outra causa para a Guerra Civil Americana foi a compulsão de muitos do Sul, de
simplesmente preservarem seu modo de vida ou suas tradições. O mesmo é verdade com
respeito à Igreja.
3. Tradições
Há muito boas tradições que devemos honrar, mas muitas delas são
substitutos de um relacionamento vivo com o Se nhor. Uma das atuações de
uni espírito de religiosidade é fazer com que as pessoas honrem o que Deus
fez no passado para que assim possam justificar sua oposição ao que ele está
fazendo atualmente.
Os fariseus (que amavam a Palavra de Deus e apreciavam tanto as tradições como
a esperança pela vinda do Messias) rejeitaram Jesus e se opuseram a Ele mais do que
ninguém, quando Ele veio. Eles adoravam suas tradições mais do que a Deus, de modo
que, quando o Senhor veio e não considerou da mesma maneira aquelas tradições, eles
não quiseram recebê-lo. Os que depositarem sua segurança e sua fé mais nelas do
que no Deus vivo, se oporão a quase tudo que o Senhor estiver realizando. Uma
grande parte da Igreja atacará todo movimento novo que nela surgir. Quanto maior for à
unção de um novo movimento, mais os tradicionalistas se sentirão ameaçados por
ele, e com maior veemência o atacarão.
Outra causa da Guerra Civil Americana que terá um paralelo nesse próximo
conflito espiritual foi à pretensão de direitos de Estado por parte dos partidários da
secessão. Direitos territoriais também serão uma causa da guerra civil espiritual.
4. Direitos Territoriais
A reivindicação dos sulistas de terem direitos de Estado pode até dar a entender
ser uma pretensão a desfrutarem liberdade, mas na verdade o que eles queriam
era satisfazer uma obsessão pela independência. Se a liberdade realmente estivesse
no coração deles, por que tinham a pretensão de manter a escravidão? (Para quem
possa estar curioso a meu respeito, sou sulista, nascido na Carolina do Norte e
criado em Richmond, no estado da Virgínia. Meus antepassados foram senhores de
escravos. Entretanto, não escrevo isso levado por algum sentimento de culpa, mas
simplesmente porque foi isso que me foi mostrado).
De igual modo, muitos dos que estão exigindo com veemência sua independência
de organizações e denominações muitas vezes põem um jugo de doutrinas de medo
em seus seguidores, de forma a mantê-los sob seu controle. Os que assim agem
estarão entre os principais instrumentos que o acusador usará no conflito que está
por acontecer.
Além dessas causas, há outros pontos paralelos entre a Guerra Civil Americana e a
guerra civil espiritual que haverá na Igreja.
Guerra e Glória
Recordando a visão a que dei o nome de "Guerra e Glória", eu disse que vi uma
ilha com muitos edifícios diferentes, que eu sabia que representavam
denominações e movimentos. A desarmonia arquitetônica entre aqueles edifícios
era tão impressionante que chegava a ser grotesca. Era como se todos eles al-
mejassem tanto ser diferentes que não se preocupavam em se ajustar uns aos
outros. Eu não conseguia nem mesmo imaginar alguém que desejasse entrar
naquela cidade, ainda que não houvesse conflito algum.
A Igreja está causando muito mais dano a si mesma em razão de sua luta
interna do que provocariam Os próprios inimigos do lado de fora. Na hora dessa visão,
conscientemente me surpreendi pelo fato de o Senhor não intervir naquela luta tão
destruidora. Contudo, os que lutavam contra outras denominações e movimentos
foram todos desqualificados quanto a fazerem parte da casa que o Senhor construíra.
Isso me fez lembrar o rei Davi, que não recebeu autoriza ção para construir o
templo do Senhor por ser "homem de guerra "e por haver "derramado muito
sangue", embora isso não haja sido motivo bastante para desqualificá-lo da
salvação, ou para impedi-lo de ser considerado um dos grandes homens de
Deus, aliás o homem segundo o coração de Deus, como diz a Bíblia. Senti que
muitos dos verdadeiros santos, até mesmo grandes homens de Deus, estavam
tragicamente se desqualificando dessa obra maravilhosa por se haverem
envolvido nessa guerra civil espiritual. Isso os levou inclusi ve a perder a luz que
tinham; apenas os pacificadores e os que procuravam reparar e construir, em
vez de destruir, tinham nessa visão uma luz que deles brilhava.
Creio que era significativo que quase todos, se não todos aqueles prédios
continham os que eram verdadeiras luzes. Esses podem dar agora a impressão
de serem luzes muito pequenas, mas eles se tornarão a fundação sobre a qual o
Senhor construirá a sua casa.
Em vista de o mar representar algumas vezes massas humanas nas
Escrituras, as multidões se levantarão em grandes ondas que destruirão uma
grande parte da presente estrutura visível da Igreja. Os que forem uma
verdadeira luz não serão varridos pelas ondas, porque os que andam na verdade têm
um fundamento que não pode ser abalado.
O comando do Senhor dando liberdade ao mar não fez com que ele se
acirrasse; tão-somente removeu aquilo que o estava retendo. O mar foi então de
encontro à ilha com muita fúria, como se estivesse sendo controlado por um
grande ódio. Creio que isso estava representando o grande ódio que se levantará
contra o Cristianismo visível e institucional. O Senhor permi tirá que ele venha a
destruir essas instituições.
Quando as grandes ondas cessaram, deixaram de existir instituições cristãs
da forma como representadas pelos edifícios que havia antes. Entretanto,
tudo que fazia parte do verdadeiro Cristianismo permaneceu. Creio não ser
errado procurar reparar essas estrut uras (uma vez que o Senhor honrou e
preservou os que assim agiram), mas essa visão confirmou muito em mim a
necessidade de nos concentrar na edificação de pessoas.
Embora os edifícios anteriores hajam sido destruídos, cada um deles continha
pessoas que vieram a ser colunas na casa do Senhor. Essa era uma construção
totalmente nova, mas os que se tornaram suas principais colunas de apoio
tinham vindo de quase todas as denominações e movimentos. O Senhor é "o
Homem sábio que do seu tesouro dá tanto o que é novo como o que é velho". O
Senhor tem de fato um vinho novo para servir, mas Isaías declara que ele vai
servir também vinhos velhos, bem purificados. O Senhor não vai usar exclu-
sivamente o vinho velho, ou apenas o vinho novo, e sim os dois, o velho e o novo.
A casa do Senhor foi construída em meio às crescentes tempestades de ira e de
anarquia. Ela irradiou uma luz bem mais brilhante, em virtude das tempestades.
Fiquei animado por ver que o Senhor construirá uma Igreja neste mundo que
refletirá a sua glória. A presente era não terminará até que ele a haja construído.
Não poderia ser de outro modo. Quando o Senhor ameaçou destruir Israel,
Moisés o fez lembrar que os povos diriam que ele conseguira tirar seu povo do Egito,
mas fracassara em conduzi-lo à terra prometida.' Mediante sua Igreja o Senhor
terá um testemunho que perdurará por toda a eternidade. Nesse teste munho
ficará claro que ele não apenas pode perdoar Os peca dos da sua Igreja, como
tem poder e sabedoria para libertá-la de seus pecados e transformá-la numa
gloriosa noiva, sem manchas e sem rugas.
Uma visão
Todo mover de Deus se constrói sobre o fundamento dos moveres que vieram
antes. Para discernirmos onde o próximo mover de Deus vai se quebrar, temos
que compreender a natureza e as características dos anteriores. Precisamos entender
que há um "princípio de continuidade" espiritual. Até mesmo o Senhor teve que
honrar os que haviam chegado antes dele, e que prepararam seu caminho. Ele
se submeteu ao batismo de João para cumprir toda a justiça. Os principais
sacerdotes e os anciãos lhe perguntaram: com que autoridade fazes estas coisas?
E quem te deu essa autoridade? Jesus lhes respondeu: Eu também vos farei uma
pergunta; se me responderdes, também eu vos direi com que autoridade faço estas
coisas. Donde era o batismo de João? Do céu ou dos homens?
A resposta do Senhor à pergunta que lhe fora feita não foi uma tentativa de
fugir da questão, visto que era a resposta à pergunta por eles formulada. Jesus
tinha credenciais. João se achava como representante da velha ordem, enviado
para declarar que Jesus era Aquele de quem todos os profetas e sábios haviam
falado desde o princípio.
Se arrogantemente apontarmos para movimentos anterio res como
pertencentes a uma velha ordem, e declararmos que n ó s é q u e s o m o s d a
n o v a o r d e m , c e r t a m e n t e n o s desqualificaremos de sermos delas
participantes. Apenas aqueles que vêem os movimentos anteriores com honra, e
se entregam à sua mensagem e aos seus ensinos é que estarão qualificados a
receber o nível seguinte de autoridade. Para que qualquer movimento permaneça
por muito tempo na Terra ele tem que honrar seus pais espirituais.
Tiago nos exortou de um modo muito interessante com respeito ao
tratamento que devemos dar à lei, que foi o "movimento" que precedeu o
Cristianismo: Irmãos, não vos queixeis uns dos outros, para não serdes julgados.
Eis que o juiz está às portas.
Entretanto, seremos tolos se não aprendermos com os er ros dos
movimentos precedentes. O potencial para que as mesmas falhas se repitam
se acha em nós. Temos de buscar a graça para permanecermos de pé nas áreas
de perigo. As mesmas forças das trevas que conseguiram desviar Os moveres de
Deus procurarão fazer com que o próximo avivamento também se desvie de seus
propósitos. Assim como a verdade do evangelho nunca mudou, o engano que se
lhe opõe também não muda nunca.
O próximo grande avivamento que está por acontecer tem também o propósito
de causar uma vasta transformação social e espiritual, o que evitará conflitos
sociais. Quando ele acontecer, teremos que nos conservar em humildade, e orar
para que ele permaneça em seu propósito. Precisaremos estar vigilantes contra
forças políticas que tentarão desviá-lo de seus objetivos. Embora possamos até mesmo
concordar com a moralidade destes, as estratégias a serem propostas para que
eles sejam atingidos serão devastadoras para o avivamento em si, e inclusive
afetarão o país todo. Seria interessante que começássemos a ler acerca dos
avivamentos do passado, para nos preparar convenientemente para a próxima onda.
Para pegar a próxima onda a Igreja tem de ser adequada mente treinada, de
maneira a ficar em forma. Temos que ter a "prancha" certa. Precisamos discernir
onde a onda vai se quebrar, e para lá nos dirigir. E estar devidamente
posicionados para a pegarmos!
4. ESTEJAMOS ADEQUADAMENTE POSICIONADOS
Enquanto mantivermos os olhos buscando ver na praia o movimento das
águas até onde for possível ver, e nos conser varmos firmes com o que temos,
estaremos em melhores condições de avançar com a próxima onda, em vez de
nos desviarmos dela ou deixarmos que passe por nós. Não importa quem esteja
liderando uma onda, se toda a glória estiver sendo dada ao nosso Líder. 'ler uma
atitude diferente desta é ser enganado como o jumentinho em que Jesus montou
em sua entrada em Jerusalém. Será que esse animal pensou que toda aquela
comoção e toda aquela adoração eram dirigidas a ele, e não àquele que nele
montava?
Infelizmente são líderes relativamente imaturos que dirigem a maior parte dos novos
movimentos. Isso se dá porque os líderes maduros muitas vezes se tornam "odres
velhos", sendo muito inflexíveis para receber o vinho novo. O Espírito, que requer fle-
xibilidade e abertura, é que tem de dirigir os movimentos espirituais. Às vezes as
pessoas com que ele pode contar, aquelas que são suficientemente flexíveis, são as
imaturas, posto que não têm idéias preconcebidas. Os líderes imaturos são
conseqüentemente mais inclinados a ser dependentes do Espírito Santo cio que da
própria experiência, permitindo a ele dirigir como lhe aprouver. Foi
provavelmente por isso que homens dos quais nada era de se esperar, considerados
bastante "desqualificados" aos olhos humanos, é que foram escolhidos como líderes
para serem o fundamento da Igreja. Tão desqualificados eram que tiveram que
depender desesperadamente da graça e da direção do Senhor.
Muito raramente um líder espiritual surge com uma grande experiência e sabedoria, a
par de uma sensível dependência do Espírito Santo. Entretanto, tal liderança é
certamente preferível à do imaturo que permite ao Espírito Santo dirigir, mas cuja fal -
ta de experiência pode permitir que Outras influências o atinjam. Por isso o
Senhor sempre parece dar aos líderes de movimentos anteriores a oportunidade
para liderar o movimento seguinte. Os maiores líderes saberão como permitir que o
Espírito Santo os conduza, tendo experiência e discernimento para manter o
movimento fora do alcance daqueles que estão fora da lei ou que sejam legalistas.
Josué e Calebe são dois exemplos bíblicos de pessoas que têm tanto maturidade e
experiência como flexibilidade e dependência ao Espírito Santo. Certamente eles
demonstraram ser dependentes do Espírito quando somente eles disseram: Se o
SENHOR se agradar de nós, então nos fará entrar nessa terra, e no-la dará... — apesar
dos gigantes! Então, embora houvessem crido em Deus, Os dois tiveram que
perambular em círculos com Os israelitas até que todos os que eram daquela geração
incrédula houvessem perecido. Isso deve haver sido uma prova bem maior
quanto à sua fé do que quando viram os gigantes e as fortalezas que havia na
terra. Essa fé será requerida para o movimento que levar a Igreja a atravessar seu rio
Jordão em direção à batalha para a conquista da sua terra prometida.
Essa fé pode apenas resultar de dois grandes fatores espirituais. O primeiro é
que a verdadeira fé não se encoraja nem se desencoraja baseada na condição
das pessoas, posto que não é uma fé nas pessoas, mas em Deus. O segundo é que
a verdadeira fé sempre vê as condições atuais sob a perspectiva da eternidade. É por
isso que os grandes homens de fé nas Escrituras se satisfaziam com o fato de
conhecerem as promessas proféticas, ainda que não tivessem que receber essas
bênçãos no seu tempo.
A verdadeira fé não contempla as pessoas, nem olha para o temporário. Algumas das
mensagens do Senhor mais ungidas fizeram com que as multidões se retraíssem. Os
que são verdadeiramente sábios não se sentirão excessivamente incentiva dos
quando as pessoas os cerquem, nem serão desmotivados quando se afastem.
Se formos incentivados por homens, isso só prova que foi deles que recebemos
nossa autoridade. Contudo, se a nossa autoridade foi recebida do Alto, ninguém a
poderá tomar. Foi por isso que Jesus fugiu para as montanhas quando as
multidões vieram para fazer dele rei. Se as pessoas fizerem de você um rei, então
serão elas que reinarão sobre você, não importando o titulo que você tenha.
Uma das maiores pedras de tropeço para se andar num ver dadeiro ministério é
a tendência a se tomar o jugo das pessoas, em vez de tomar o jugo do Senhor. O
jugo das pessoas nos fará ficar ocupados com muitas coisas que parecem ser boas
e com muitos frutos, mas que contribuirão para nos impedir de fazer mos a vontade
do Senhor.
Quantos de nós, podendo dar início a um avivamento que agitaria toda uma
cidade, entregaríamos essa tarefa às mãos de outras pessoas, para irmos
testemunhar a apenas um homem? Foi o que Filipe fez. Filipe era alguém que poderia
receber do Senhor toda a autoridade e todo o poder para "incendiar" uma cidade
inteira, devido à sua obediência. Se a sua atenção estivesse voltada para as
pessoas, para o que é temporário, ele nunca teria saído de Samaria. Alguns
séculos depois, missionários que foram enviados para a Etiópia ficaram
deslumbrados ao encontrar lá muitos cristãos. Esse fruto ficara escondido dos olhos
humanos, e provavelmente até mesmo de Filipe, mas com certeza lhe foi creditado.
Uma grande lição com respeito à liderança pode ser encontrada na natureza, nas
aves aquáticas migradoras, tais como gansos e patos. Eles voam com a formação de
um "V" porque a ave líder cria uma corrente de ar que facilita o vôo das que se
encontram logo atrás. Entretanto, como a ave que está na ponta tem um trabalho
bem mais árduo, cortando o ar, ela permanece nessa posição apenas por algum
tempo; depois ela se retira para o fim da formação, para descansar. Essa
rotatividade faz com que as aves dividam entre si a carga da liderança, e todas se
beneficiam da corrente de ar quando uma outra está à frente.
Se uma das aves se recusasse a deixar sua posição de lide rança no devido
tempo, isso faria com que toda a revoada tivesse que diminuir a velocidade. Os
que deixarem sua posição no tempo oportuno terão a oportunidade de
descansar enquanto estiverem indo no rastro de outros, permitindo que cada
um assuma a liderança no devido tempo. Muito raramente na história da
Igreja um líder ficou no ponto de liderança por mais de alguns poucos anos. É
algo muito difícil a um líder ceder sua liderança. Dá para se ver um evidente pon to
de mudança na vida dos que se recusam a cedê-la; naquele ponto a pessoa pára
de ir adiante e começa a atacar os que ainda estão avançando.
Chegar ao seu destino é o objetivo dos gansos voadores; seu alvo não é serem
honrados como a ave que esteja na liderança. Quando nossa posição pessoal se
torna um fim em si mesma, passamos a ser um impedimento para o avanço da
Igreja. Um líder pode ainda exercer uma grande influência e controle so bre as
pessoas um bom tempo após haver perdido a verdadeira unção para a liderança
espiritual. Foi o que aconteceu com o rei Saul.
Entretanto, o rival de Saul, o rei Davi, não foi apenas um extraordinário líder no seu
tempo. Davi tinha a sabedoria de perceber os limites da sua autoridade. Quando
compreendeu que não era para ele construir o templo, começou a juntar todo o material
para passar a seu herdeiro, e assim a tarefa dele se tornasse mais fácil. Os
maiores líderes não apenas reconhecem até que ponto devem ir; eles sabem
como preparar meios de ajuda para a próxima geração, e têm consciência da
hora adequada em que deverão passar o cetro.
Para pegarmos a próxima onda temos de estar adequada mente
posicionados, e fixar toda a atenção nos movimentos necessários para quando ela
chegar.
Uma Visão
Nos últimos cento e cinqüenta anos a Igreja tem se acostu mado a estar na
crista de seus avanços espirituais. Entretanto, em alguns países a performance
espiritual tem sido maior do que em outros. Com base nisso muitos perguntam
sobre a razão de o Senhor estar aparentemente atuando mais em algu mas
nações, e menos em outras.
Antes de mais nada, preciso definir exatamente o que quero dizer com a palavra
avivamento. Neste contexto, defino avivamento como a "restauração, depois de
um declínio da verdadeira fé, entre aqueles que se tornaram indiferentes".
Evidentemente, estou incluindo o despertamento e a salvação dos que não são
crentes, de forma que toda a estrutura da sociedade seja alterada pela retidão.
Um avivamento está vindo. É iminente. Creio que cada nação tem suas pedras
na ponte que vi na visão compartilhada no último capítulo. Entretanto, também
poderosas pedras de tropeço têm surgido, cujo principal objetivo é obviamente
opor-se e, se possível, até mesmo frustrar e impedir o avivamento que está por
acontecer. Temos que examinar essas pedras de tropeço para que possamos
receber todo o benefício desse despertamento. Embora eu não creia que elas
tenham condições de evitar a chegada do avivamento, poderão ainda assim
limitar sua amplitude, sua profundidade, sua duração e seus frutos.
1. O ORGULHO
Muitos são os que normalmente pensam que tudo o que Deus está fazendo
está fazendo apenas no seu país, na sua denominação, no seu movimento.
Essa mentalidade tem feito com que muitos deixem de ver o que Deus tem
realizado em outros lugares, perdendo desse modo o privilégio do intercâmbio
com outras- situações em que há o mover de Deus. Assim como cada g e r a çã o se
t or n a m a is f r aca q ue a ant er i or num r eb a nh o em que só há cruzamentos
entre si, todo movimento, igreja ou denominação que não se relacionam com
outros movimentos se tornarão mais fracos a cada nova geração. Isso tem
acontecido em larga escala nas Ultimas décadas.
Se olharmos mais de perto para a verdadeira condição da Igreja, veremos que ela
tem sido superficial na fé e nos frutos. Uma falta de perspectiva histórica e de uma
visão mais ampla que ultrapasse as condições locais tem resultado em
teologias e escatologias incompreensíveis aos povos de outras culturas, o que
inibe ainda a ocorrência de maiores inter-relacionamentos.
Os grandes escândalos que envolveram alguns evangelistas da televisão
durante os anos da década de 80 tiveram um grande impacto, mas o resultado
final disso foi saudável. Esses escândalos fizeram com que se considerasse com
bastante seriedade algumas teologias erradas, o orgulho espiritual e outras
questões que foram à base e a fonte de tais erros. O livro de Provérbios nos
adverte: A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito, a queda. Temos que
compreender como foi que esse orgulho entrou, para nos libertar dele e
conseguirmos novamente avançar. A partir daí precisamos nos manter bem
longe dele, para que não venhamos a tropeçar, quando de fato viermos a avançar.
As Escrituras nos advertem que Deus resiste aos soberbos; mas dá graça aos
humildes.
O orgulho significa julgar que podemos ficar firmes por nós mesmos, que não
precisamos de Deus. Essa atitude causou a Q u e d a n o p r i nc i p i o , e e s t á
e n vo l vi d a c o m t o d as a s q u e d a s acontecidas desde então. Pedro não era
nada covarde. Naquela mesma noite ele enfrentara pessoalmente um destacamento de
soldados romanos e da polícia do templo. Entretanto, na ma nhã do dia seguinte
ele não conseguiu nem mesmo se sustentar diante de uma criada! Deus não fez
com que Pedro caísse; o Senhor apenas removeu a graça pela qual ele se mantinha de
pé.
Gálatas, 6:7 afirma: Não VOS enganeis: de Deus não se zomba; POIS aquilo que o
homem semear, isso também ceifará. Se queremos colher graça, temos que semear graça.
Se semearmos julgamento, o mesmo colheremos. Fomos muito bem advertidos:
Não julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e
sereis perdoados. (Lucas 6:37)
Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que
julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas.
(Romanos 2:1)
Nas décadas de 70 e 80 a Igreja promoveu muitas doutrinas e atitudes que de
certa forma contribuíram para fortalecer o orgulho. Isso a predispôs a uma grande
queda. Mesmo que individualmente nem todos os cristãos se hajam deixado levar
por tais doutrinas, foi a graça de Deus que nos preservou. Toda queda de líderes da
Igreja, que se tornou pública, foi para que nos arrependêssemos como Igreja.
Alguém um dia me disse: "Se não mudarmos a nossa direção, acabaremos chegando
ao lugar para onde fomos direcionados". Digo que a Igreja de hoje não quer
acabar chegando ao lugar para onde está agora caminhando. Nossa amargura e
falta de perdão para com aqueles que num certo sentido sofreram a queda que
nos atingiu a todos têm restringido a graça que libera o genuíno avivamento.
Temos que aprender as lições que nos mostram por que houve essas quedas
tão trágicas. Contudo não poderemos fazer isso com um espírito de amargura, pois
em caso contrário nós mesmos cairemos.
O E x em p l o d e D a vi
Nenhum dos lideres evangélicos que foram publicamente destituídos no século vinte
chegou nem mesmo perto do grau em que o rei Davi se posicionou no caso que teve
com Bate-Seba.
Ele não apenas cometeu adultério, mas também assassinou um dos seus
homens mais fiéis, e isso para acobertar o primeiro pecado. Foi provavelmente
por essa razão que todo o Israel ficou com Absalão, numa conspiração contra Davi.
Pode haver sido difícil entender como Davi pôde continuar sendo um homem de
Deus depois de haver feito o que fez. No entanto o Senhor nunca removeu a unção
que estava sobre ele. Apesar de toda a evidência em contrário, Zadoque, o sacerdote,
reconheceu que a unção ainda estava presente, e lhe permaneceu fiel. Em virtude
disso Deus abençoou Zadoque com a promessa de que seus filhos estariam
sempre ministrando na presença do Senhor. Hoje estamos desesperadamente
necessitados do discernimento de Zadoque.
O pecado de Davi não pegou Deus de surpresa. Quando o Senhor o chamou, ele
sabia que esse mal estava no coração dele, e que em determinadas circunstâncias
se manifestaria. Deus usou Davi antes e depois da sua queda. Pode-se argumentar que
os mais grandiosos salmos proféticos foram escritos após esta. Seu pecado o levou a
conhecer as profundezas da graça do seu Redentor. Esse conhecimento fez com que
Deus levantasse Davi a níveis espirituais ainda mais elevados.
Numa das mais incompreensíveis demonstrações da graça de Deus nas
Escrituras, o Senhor na verdade ungiu Salomão, o filho que Davi teve com Bate-Seba,
como herdeiro do trono, e tornou-o um ancestral direto de Jesus. Como pôde fazer
isso? Será que isso não oferece um respaldo ao adultério e ao assassinato? É claro
que não! Trata-se apenas de mais uma grande revelação da grande graça de Deus
e do seu coração dado à redenção. O Senhor pode usar até mesmo nossos piores
erros para o bem - e certamente fará isso. O fato de haver escolhido Salomão não é
menos maravilhoso do que haver aceito os filhos de Adão como filhos seus, a ponto
de vir habitar entre nós.
Alguns dos líderes e pastores que tropeçaram em nossos dias vão ainda se
levantar. Na verdade alguns deles alcançarão níveis espirituais até mesmo mais
elevados. Isso será um testemunho para o mundo de que o nosso Deus realmente é um
Deus de redenção, e tem o poder de nos redimir até mesmo de nossos mais trágicos
erros.
Será que disso então decorre que poderemos pecar para que tenhamos uma graça
ainda maior? Paulo respondeu àqueles que lhe dirigiram essa pergunta tão tola:
Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que seja a graça mais abundante?
De modo nenhum! Como viveremos ainda no pecado, nós os que para ele morremos? Ou
porventura ignorais que todos nós que tomos batizados em Cristo Jesus fomos
batizados na sua Morte? Fomos; pois, sepultados com ele na morte pelo batismo; para
que, como Cristo foi ressuscitado dentre os Mortos pela glória do Pai, assim também
andemos nós em novidade de vida. (Romanos 6:1-4)
Por se haver arrependido Davi foi restaurado, e o Espírito Santo não foi retirado
dele. Mesmo assim a lei da semeadura e da colheita continuou valendo, e Davi
pagou um preço bem alto por seu pecado. Sua casa nunca mais teve paz; os
pecados dos pais tiveram efeito sobre os filhos. Pecar para que a graça seja mais
abundante é calcar aos pés o Filho de Deus e despertar situações que não valem o
prazer que é efêmero e vazio, inerente ao pecado.
Conquanto o pecado de Davi haja liberado as sementes da tragédia na própria
família, o Senhor lhe preservou totalmente o trono, tornando-o eterno. Jesus
mesmo está assentado no trono de Davi. O Senhor estendeu sua graça a Davi
de maneira tão abundante em razão de ele haver demonstrado muita graça
para com seu antecessor, Saul. Mesmo depois de o Se nhor haver retirado o
Espírito Santo do rei Saul, Davi não ousou levantar sua mão contra ele, ainda
que diante de suas maiores atrocidades, isso porque ele era ungido do Senhor. O
Senhor é que teria que destituí-lo, porque fora ele que o revestira de
autoridade, não importando o quanto ele pudesse haver errado.
Muitos homens de Deus que têm caído em pecado chegam a usar a expressão
"Não toque no ungido do Senhor" como um escudo para se proteger contra algum tipo
de correção. Será que isso significa que devemos permitir que o pecado continue
e que os que o estejam cometendo permaneçam na liderança da Igreja? Não.
Temos que, com todo o cuidado, seguir o mandamento bíblico de trazer a
correção, para que não nos ponhamos em perigo.
Desse modo não é para concluir que diante dos erros te mos que ficar
cegos. As Escrituras são totalmente honestas quanto à maneira de
descreverem até mesmo os maiores heróis espirituais. Entretanto, os erros
deles foram registrados não para os punir nem para os humilhar, e sim com O
objetivo de instruir os que viriam após eles. Não foram escritos para expor
atividades escandalosas nem, o que seria pior, para atacar os que nos
ameaçam ou aqueles que temos dificuldade de compreender.
A intenção de Deus é restaurar os pecadores, não apenas mostrar quem de
fato eles são: Irmãos, se alguém for surpreendido NALGUMA FALTA, vós, que sois
espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guarda-te para que não sejas
também tentado. Se não corrigirmos com o espírito correto, podere mos nos
abrir às mesmas tentações e pecados. Não importa quão grande seja a nossa
unção, nem quanta repulsa sinta mos diante de certos pecados. Se em razão
do orgulho Deus retirar a graça da nossa vida, poderemos cair naquilo que mais
abominamos.
O orgulho é o primeiro fator que inibe a chegada do avivamento; o ceticismo profano
é o segundo.
2. O CETICISMO PROFANO
O Senhor designou anciãos para dar à Igreja tanto proteção como direção; ele
não designou jornalistas com tal missão. Temos que ser gratos pela liberdade de
imprensa que desfrutamos, mas com toda liberdade vem também à responsabilidade.
Onde Estão os Anciãos?
A função de ancião era a mais elevada e mais respeitada dentre todas as funções
na igreja local. O próprio significado da palavra ancião implica um certo grau de
longevidade num serviço fiel à igreja, antes de alguém receber tal posição de influência.
Escrever pode se tornar um aspecto de um ministério bíbli co, e alguns
jornalistas obviamente tem um ministério como mestre e pastor. Alguns deles
chegam a atender fielmente aos padrões bíblicos para líderes na Igreja, e pela
fidelidade e sabedoria por eles demonstradas num certo período de tempo te mos
condições de reconhecê-los como verdadeiros anciãos. Entretanto, o atendimento aos
preceitos bíblicos para se corrigir erros da Igreja é algo crítico até mesmo para os
anciãos, pois se eles não atenderem a esses preceitos, também poderão tornar-se
pedras de tropeço. Paulo advertiu os anciãos que ele indicara para a igreja de
Éfeso: Dentre vós mesmos se levantarão homens falando coisas pervertidas. Pelo
simples fato de havermos sido reconhecidos ou designados para uma
determinada função, isso não quer dizer que não possamos cair.
Muitos dos que são fontes desse espírito de crítica que está prevalecendo agora na
Igreja estão firmados numa plataforma carnal de influência, muito mais do que
numa verdadeira unção. Alguns receberam a posição que têm em razão de um trei-
namento profissional em escolas fundadas numa filosofia humanista de
comunicações. Essa filosofia tem uma aparência de sabedoria e de genuína busca
da verdade, mas está em conflito com a própria Verdade. Outros receberam uma
verdadeira comissão de Deus, mas sucumbiram ao espírito do mundo. As escolas
seculares podem nos ensinar a mecânica de uma boa escrita, mas a filosofia que
transmitem a seus alunos tem sido devastadora para a mídia cristã.
João disse: Sabemos que somos de Deus e que o mundo in teiro jaz no
Maligno. Os procedimentos do mundo não são os procedimentos de Deus. O
apóstolo Paulo nos exortou a "nos despojarmos do velho homem, que se
corrompe segundo as concupiscências do engano, e nos renovarmos no espírito
do nosso entendimento, e nos revestirmos do novo ho mem, criado segundo
Deus, em justiça e retidão procedentes da verdade.
Para que estejamos caminhando em retidão, santidade e verdade, temos
que nos revestir de uma nova personalidade, vivendo segundo uma filosofia
diferente da filosofia própria do mundo.
Boas Intenções
Muitos jornalistas cristãos entram em cena pretendendo ser uma fonte
alternativa de informação, em relação à mídia secular. Essa é uma nobre visão e
é de fato necessária. A Igreja é chamada a ser uma coluna e um suporte da
verdade. Entretanto, a precisão com que fatos são relatados no jornalismo
evangélico não parece ser melhor do que no jornalismo secu lar - tem-se apenas
uma certa conotação mais espiritual. As reportagens decorrentes de
investigações, feitas por cristãos, de eventos que eu mesmo cheguei a
testemunhar, ou sobre indivíduos que conhecia pessoalmente, foram
lamentavelmente desonestas. Alguns deles estavam tão predispostos ao em-
prego de mexericos, de "ouvir dizer" e de conjecturas, que pareciam ser mestres
dessas práticas. A verdade, porém, é nosso mais precioso bem, e não podemos
continuar permitindo que seja desfigurada ou comprometida.
A quem respondem os que atuam na mídia como evangélicos? Que padrões
têm eles que atender? Quem lhes deu autoridade para corrigir a Igreja?
Essas são importantes questões. Assim como a mídia secu lar consegue agora
manipular a opinião pública, e muito freqüentemente até mesmo ditar
procedimentos, os quais são publicamente acatados, às vezes com muito mais
eficiência do que os transmitidos pelos que foram eleitos a postos go -
vernamentais, os homens da mídia evangélicos também po dem fazer o mesmo.
Quem lhes deu esse poder? Será que ele nasceu da capacidade de comunicar-
se, ou surgiu como resultado de unção e de um comissionamento que Deus lhes
deu? Por acaso qualquer um de nós tem o direito de influenciar em larga escala a
Igreja, apenas por ter em suas mãos o mercado, por distribuir nossas revistas,
nossos boletins, ou por apresentar nossos programas?
Com toda a honestidade afirmo que não estou querendo apontar o dedo
para outros, sem apontá -lo para mim tam bém. Quando recebi a comissão do
Senhor para dar início a um ministério público, recebi uma severa advertência.
Foi- me dito que muito do que é feito a título de comunicações públicas dentro
do Cristianismo é considerado por Deus maledicência, e que ele estaria
julgando seus protagonistas em razão disso. Não recebi essa advertência de
homem algum, mas diretamente do Senhor, e nos meus ouvidos ainda resso am
essas palavras.
Tiago advertiu-nos: Meus irmãos, não vos torneis, muitos de vós, mestres,
sabendo que havemos de receber maior juízo." É uma questão muito séria essa, a
de termos influência sobre a casa do Senhor! Tenhamos todo o cuidado com
respeito à forma em que adquirimos essa condição, e à maneira em que a
exercemos!
Paulo explicou que ele não ultrapassou os limites da esfera de autoridade que
lhe fora entregue. Todos nós temos uma esfera de autoridade que nos foi dada, mas
se a ultrapassarmos correremos o risco de ficarmos além da graça que nos foi conce-
dida para permanecermos no Caminho.
Juizo sobre Ministérios de Comunicação
Nestes últimos anos os ministérios evangélicos de televisão têm estado sob
intenso juízo. Ao mesmo tempo, a confiança e a estima em relação aos tele-
evangelistas caiu provavelmente a um nível mais baixo que o de qualquer outro
grupo profissional. Esse juízo não terminou ainda, mas está agora come çando
a atingir a imprensa evangélica. As fundações de jornalismo seculares estão
prestes a ser atingidas, mas o juízo começa pela casa de Deus. O jornalismo
cristão ficará muito em breve sob o mesmo tipo de juízo dos ministérios televisivos.
No milênio que se inicia, entraremos num período em que os céticos
impiedosos de revistas, jornais e boletins receberão o mesmo julgamento, as
mesmas invectivas com que mediram os outros. Até mesmo Os que procuraram
ser honestos e justos, mas estiveram operando numa base humanística, ve rão o
colapso dessas suas bases.
Será que esse juízo poderá ser evitado? Creio que as Escrituras ensinam com a
maior clareza que todo juízo que esteja prestes a acontecer pode ser evitado
mediante um verdadeiro arrependimento. Podemos julgar a nós mesmos para não
sermos julgados. Contudo arrepender-se é mais do que pedir perdão por
nossos erros; arrepender-se é voltar ao ponto em que entramos numa estrada
errada e enveredarmos pelo caminho correto, o que com freqüência inclui
termos que fazer restituições em relação a tudo que por nossa culpa provocou
dano a alguém.
Ao escrever estas linhas não estou apontando o dedo de juízo para nenhum
grupo ou ministério em particular. Quando Paul Cain e eu escrevemos há algum tempo
um boletim profético sobre o “espírito de intolerância”, perguntaram nos por que não
citamos os nomes de pessoas e grupos em particular. Posso com toda a
honestidade afirmar que não fizemos isso porque não tínhamos em mente
nenhum grupo nem pessoas em particular para citar.
Muitos dos obreiros naquela ponte eram de Londres, de modo que ela ficou conhecida
como a "Ponte de Londres". Londres chegou a ser a capital de um império que se
estendia por todos Os continentes, de modo que se chegava a dizer que "o sol nunca
se põe no Império Britânico". De algum modo, a ponte entre a renovação e o
avivamento finalmente se estenderá por toda a Terra, ligando povos, culturas e
nações. O que os britânicos fizeram na esfera do mundo natural foi uma figura que
prenunciava a construção dessa ponte pela qual Os mensageiros do Senhor
passarão para levar o evangelho do reino. Isso se deve também ao fato de haverem
sido Os britânicos um dos principais recipientes dos movimentos de renovação,
inclusive os integrantes das nações da Comunidade Britânica. Eles foram
chamados para ser os principais construtores dessa ponte que leva ao avivamento.
Essa foi também uma razão para o Grande Avivamento Galês, e os desenhos do
projeto dessa ponte podem ser encontrados no País de Gales.
O fato de os britânicos se haverem envolvido na construção dessa ponte fez com
que muitos nela viessem a confiar. Entretanto, para outros isso foi um motivo
para desconfiança. O envolvimento britânico foi um sério ponto de gargalo, até que
construtores alemães e judeus se juntaram aos movimentos britânicos nessa obra.
Então todo o mundo pareceu confiar na ponte, e o gargalo se rompeu.
O Avivamento de Brownsville
Os Batistas
Os batistas têm um alto propósito no prepar o para a colheita que está por vir, e
eles fornecerão muitos dos trabalhadores para a ceifa no fim desta era. O ponto
mais positivo da pedra que representava Os batistas era o fato de ela ser constituída de
elementos bem fortes.
Sua fraqueza se atribuía ao fato de que, por ser tão forte, exigiu um bom
tempo para se ligar com o concreto e com outras pedras na Igreja. Embora fosse
difícil para Os obreiros trabalharem com ela, valia à pena, porque ela acrescentava
muita solidez e contribuía para uma grande extensão em toda a ponte.
O Centro de Sonhos
O nome que estava nessa pedra é aquele com que é conhecida a Igreja
Internacional de Los Angeles - e eu acredito ser este seu nome no céu. Essa pedra
tinha a forma de um triângulo; seu vértice superior tocava o início da ponte, e ela
continuava alargando-se à medida que se estendia em direção à outra ex-
tremidade. Ela representava outras pedras que haviam recebi do a forma de
pequenas âncoras, que simbolizavam a esperança. Essas eram colocadas ao lado
de outras muito pálidas e fracas, o que lhes dava mais força juntas, senti que
faziam com que a ponte pudesse suportar mais peso. Entretanto, elas eram ao
mesmo tempo muito frágeis; facilmente se deixavam arra nhar, e podiam até
mesmo ser esmagadas. Elas representavam o início da esperança, o que pode ser
realmente algo muito frágil.
Promise Keepers
A pedra que representava esse movimento americano, chamado Promise
Keepers (Mantenedores da Promessa), era muito larga mas não muito comprida.
Para mim, pareceu-me que a sua largura representava sua característica de incluir
muitos, e possivelmente sua qualidade de tolerância. O que a tornava ampla a
fazia também ser muito fina em certos lugares, onde se tornava então muito perigosa.
Mesmo assim, era uma parte que se destacava na ponte. Em razão disso o inimigo
arremessou nela duas grandes pedras — a Inveja e a Divisão —, procurando atingir os
lugares em que sua espessura era muito fina, com o propósito de a despedaçar.
Movimentos Femininos
Inúmeras pedras representavam diferentes movimentos de mulheres. Muitos
deles eram bem grandes. Alguns eram movimentos de oração, que tinham a
forma da cabeça de uma flecha. As flechas lançadas a partir dessas pedras tinham
a capacidade de derrubar os ataques feitos sobre outros movimentos, como os
que atingiam os Promise Keepers. Uma característica comum dessas pedras é que
todas elas tinham a capacidade de absorver o calor proveniente do sol. Isso fez
com que toda a ponte permanecesse aquecida, de modo que se tornava impos-
sível haver gelo sobre ela. O calor proveniente delas também mantinha as
pessoas em movimento, atravessando a ponte. Isso era muito importante, porque
muitos queriam parar numa certa pedra, mas eram impedidos, visto que seus pés
começavam a arder de calor.
Outros Movimentos
A ponte tinha em sua construção muitas outras pedras bem grandes. Algumas
delas eram movimentos que eu podia reconhecer, mas na sua maioria me eram
desconhecidos. Creio que não os conhecia porque ainda não existem, o que nos
mostra que muitos movimentos novos surgirão para ser uma parte dessa ponte que vai
da renovação ao avivamento. Muitas igrejas e comunidades começaram ainda a unir-
se. Ao fazerem isso seu tamanho aumentou, e rapidamente elas passaram a
contribuir para aumentar a ponte.
É verdade que todos os que são parte do povo de Deus supostamente conhecem a
voz do Senhor. Entretanto isso não nega a necessidade do ministério
profético. Os olhos não podem dizer à mão: não precisamos de ti. Precisamos
de tudo que Deus nos deu mediante seu Santo Espírito. O rei Davi, um dos
grandes profetas das Escrituras, teve a sabedoria e a humildade de em
determinadas circunstâncias con sultar outros profetas. Aliás, durante toda a
sua vida ele permaneceu aberto aos profetas. Ele nunca se considerou tão
maduro a ponto de não necessitar deles.
Até mesmo os mais bem aquinhoados com o dom profético têm horas difíceis em
que não conseguem ouvir de Deus por si mesmos; muitas vezes pedem a outros profetas
uma direção para a sua vida. Evidentemente Deus poderia falar com eles sobre suas
questões pessoais. Isso Ele o faz ocasionalmente, mas geralmente não o faz. Ele pôs
uma ordem na vida de modo que todos tenhamos de depender uns dos outros. Isso
contribui para que nos mantenhamos humildes, podendo dessa maneira o Senhor nos
confiar maior autoridade espiritual.
Martinho Lutero foi uma das vozes proféticas mais poderosas da era do Novo
Testamento. Ele era apenas um monge, mas conseguiu abalar até as bases os líderes
e as instituições influentes do seu tempo. Até então ninguém havia feito como
fizeram Paulo e Silas, que deram ensejo aos líderes do poderoso Império Romano a
declarar: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui. Isso só
aconteceu quando o mundo assistiu ao revolucionário poder de Lutero. Ele se
postou contra as maiores trevas do seu tempo, recusou-se a retratar-se, e fez com
que as trevas retrocedessem.
A pequenina igreja de Wittenberg, na Alemanha, não era maior que o espaço
de muitas garagens de hoje. No entan to, quando Deus determina fazer
alguma coisa ele não se importa com locais ou tamanho. Quando altero
cravou suas noventa e cinco teses na porta daquela igreja, o mundo inteiro as leu
e tremeu. Nenhum conquistador e nenhum líder político em toda a história transformou
o mundo tanto quanto aquele padre. Ele é um dos grandes testemunhos do poder
que um homem humilde é capaz de ter. Tornando sua posição diante da verdade
ele absolutamente nada cedeu, e fez com que o mundo inteiro se curvasse a ela.
Essa é a natureza do verdadeiro poder profético.
Se os pastores permitirem que sua equipe e os membros da sua
congregação exerçam o ministério profético, os se guintes dois princípios de
discernimento poderão ser usa dos, levando em conta as doze formas
comuns de engano profético a seguir referidas, para que toda palavra profética
seja provada; eles poderão ainda ensinar sua congregação com respeito ao
uso dessas diretrizes. Se você é um leigo ou alguém que pertence à equipe
pastoral, e está interessado num ministério profético, é imperativo que atue
dentro dos seguintes limites:
Apresentamos a seguir doze principais modos pelos quais podemos ser enganados
e assim cairmos na armadilha que nos leva à falsa profecia ou aos falsos profetas.
Engano Número Um:
Deixar que Qualquer Verdade, mesmo uma Verdade Bíblica, Eclipse a
Centralidade de Cristo
Cristo é o propósito final de Deus. Como Mike Bickle, pas tor da Comunidade
Cristã Metro de Kansas City, no Missouri, afirmou certa vez: "Se não mantivermos
nossa atenção voltada para o propósito final de Deus, ela será desviada pelos
propósitos secundários de Deus".
Os que chegam a extremos, ou que se tornam excêntricos (o que significa "fora
do centro") são aqueles que deixaram de ter Cristo como foco. Como Efésios 1:9, 10
afirma: Desvendando- nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito que
propusera em Cristo, de fazer convergir nele, na dispensação da plenitude dos
tempos, todas as coisas, tanto as do céu como as da Terra.
O propósito central da Igreja é revelar Jesus. A comissão apostólica não visava apenas
ensinar verdades, mas trabalhar até que Cristo fosse formado na Igreja. Somente
quando ele se forma em nós é que poderemos fazer as obras que ele fez. Não permitamos
que nunca qualquer doutrina ou ênfase venha a eclipsar nossa intenção de estar perto
dele e nos tomar tal como ele.
Como o apóstolo orou: Mas receio que, assim como a serpente enganou Eva com
sua astúcia, assim também seja corrompida a vossa mente e se aparte da
simplicidade e pureza devidas a Cristo.
O propósito final do Pai é ter todas as coisas convergidas em seu Filho. Verdades, a
igreja, o ministério, até mesmo o culto podem tornar-se ídolos, se permitirmos que tomem o
lugar que pertence a Jesus por direito, como o centro de toda a nossa devoção.
Engano Número Dois: Tendo muita Simpatia com Respeito aos Interesses
Humanos
O prazer geralmente é detestável aos olhos dos homens. Há sempre alguém que vai
abominar o que estamos fazendo. Quem queremos que seja: Deus ou Os homens?
O Senhor Jesus disse também: Ai de vós, quando todos vos louvarem! Porque assim
procederam seus pais com os falsos profetas. Quando o evangelho é pregado
com pureza e poder, ele traz a mais veemente perseguição dos homens.
Jeremias fez uma observação muito séria: Os profetas profetizam falsamente, e os
sacerdotes dominam de mãos dadas com eles; e é o que deseja o meu povo. Porém que
tareis quando estas coisas chegarem ao seu fim? As pessoas na verdade terão enorme
prazer diante da falsa profecia, e se os profetas tiverem medo delas, eles acabarão
profetizando com falsidade, apenas para agradá-las.
Engano Número Três:
Ter uma Familiaridade não Santificada com Deus
O verdadeiro ministério profético tem de ter um equilíbrio adequado entre a amizade
com Deus e o temor do Senhor. João era íntimo do Senhor, mas Judas tinha
familiaridade com ele.
Há uma diferença entre esses dois. Embora João estivesse suficientemente próximo do
Senhor para poder encostar a cabeça em seu peito, quando viu o Cristo
ressurrecto, durante a revelação do Apocalipse, ele caiu ao chão como um morto.
Foi isso que Paulo quis dizer ao exortar a Igreja a conhecer duas coisas: ...a bondade e
a severidade de Deus.
Amós 3:7 afirma: Certamente o SENHOR Deus não fará coisa alguma, sem primeiro
revelar seu segredo aos seus servos, Os profetas. O Senhor faz isso porque os profetas
são seus amigos, e ele não quer fazer nada sem primeiro compartilhar com eles. A
essência de um verdadeiro ministério profético é então estar bem perto de Deus.
Mesmo assim o Salmo 25:14 acrescenta: A intimidade do SENHOR é para os que o
temem, aos quais ele dará a conhecer a sua aliança. É muito sábio que procuremos
estar tão perto do Senhor quanto possível, ao mesmo tempo que nos lembremos de
quem ele é, e quem somos nós. Quem não teme o Senhor não o vê como ele é.
Uma característica evidente na vida de todos os verdadeiros profetas é o temor puro e
santo em relação ao Senhor. É algo atemorizante presumir que falamos no nome do
Senhor, quando na verdade ele nada falou. Que mais enganoso poderia ser que
presumir que estamos pondo palavras na boca do Deus Altíssimo? Tenha muito cuidado
com qualquer mensageiro que não demonstre ter esse santo temor em relação ao
Senhor.
Engano Número Quatro:
Pensar que Somente Você é que Vê a Verdade
Até mesmo os profetas somente vêem em parte. Para que tenhamos o quadro inteiro
temos que juntar nossa parte com as partes dos demais. No texto de Amós, há pouco
citado, o Senhor declarou nada fazer sem antes revelar seu segredo aos seus servos, Os
profetas. Veja que esta palavra está no plural. Os que apenas ouvem um só profeta ou
um só mestre geralmente fazem parte de uma seita. O Senhor dispôs seu corpo de
forma tal que cada um de nós precisa dos demais. E os profetas não apenas necessi-
tam ouvir outros profetas; eles têm necessidade dos outros ministérios dados ao Corpo,
da mesma forma que todos têm.
Quando Elias se queixou ao Senhor dizendo que todos os profetas haviam sido
mortos, e que apenas ele restara, Deus o censurou. O Senhor lhe informou ter ainda
outros profetas em Israel, em número de sete mil. O Senhor instruiu Elias a ungir
seu sucessor, porque chegara a hora de ele ir para sua casa no céu. O engano
que leva ao isolamento, quer seja real ou imaginário, é terrível; pode pôr fim aos
frutos até mesmo do mais poderoso ministério.
Engano Número Cinco:
Tenha Cuidado com Aqueles que não Andam Conforme Aquilo que Pregam
Um elemento chave para quem quer que esteja num verdadeiro ministério
profético é a fidelidade à sua própria mensagem: Porque quem esteve no conselho
do SENHOR, e viu, e ouviu a sua palavra? Quem esteve atento à sua palavra e a
ela atendeu? Precavenha-se em relação àqueles que não vivem de acordo com o que
pregam. Isso não quer dizer que um profeta não pode cometer erros. Entretanto,
temos que discernir entre os que com sinceridade estão buscando obedecer ao
Senhor e viver retamente perante ele e aqueles que pregam a Palavra mas não
obedecem a ela.
Engano Número Seis:
A Profecia de Preconceitos
Os profetas que permitem que preconceitos influenciem as palavras que eles
acrescentam à frase "assim disse do Senhor" tornar-se-ão falsos profetas. Os
preconceitos podem ser de ordem cultural, religiosa, racial - decorrentes de feridas
que não foram curadas ou de falhas de caráter. Todo aquele que se sentir chamado
para o ministério profético ou que às vezes é usado com dons proféticos tem que
prestar atenção à seguinte exortação: Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o
coração, porque dele procedem às fontes da vida. Veja a seguir os preconceitos mais
comuns que desastradamente influenciam a profecia: Doutrinas de estimação podem
influenciar profecias negativamente. O Senhor não dá profecias para conferir
doutrinas - para isso ele nos deu a Bíblia. A profecia foi usada para escrever a Bíblia,
mas agora o cânon está completo. Uma profecia não é empregada para conferir ou
estabelecer uma doutrina. Uma profecia pode ser usada para iluminar aplicações
específicas das Escrituras, tal como foram às revelações que levaram Pedro a
pregar aos gentios. Tenha cuidado com o uso da profecia para conferir doutrinas,
especialmente em relação às que são ambíguas ou obscuras.
Amargura e ressentimento também podem influenciar a mensagem. Os
sacerdotes no Antigo Testamento não podiam ter feridas expostas. Feridas não
curadas podem constituir um elemento destruidor em qualquer ministério. Se temos
feridas de alma, é porque ainda não as levamos à cruz e nelas aplica mos o
bálsamo do perdão. Aquele que estiver vivendo com a falta de perdão em sua vida
pode facilmente sujeitar-se ao engano.
Rejeição é outro problema que pode fazer dum verdadeiro profeta um falso
profeta. O Senhor muitas vezes permite que seus profetas sejam rejeitados a fim de
libertá-los do temor aos homens. Para que tenham uma palavra profética eles
precisarão aprender a viver com a rejeição, sem se tornarem reacionários nem
amargurados. Se eles permanecerem por demais sensíveis, essa ferida não curada
poderá afetar sua percepção.
Rebeldia é outra fortaleza que pode levar à falsa profecia. A rebeldia pode ter sua
raiz tanto na rejeição como no egoísmo, ou em ambas as coisas. Isso pode ser
algo mortal para um ministério profético. É como Samuel advertiu o rei Saul: ...a
rebelião é como o pecado de feitiçaria. Pode haver uma linha muito fina entre a
adivinhação e a revelação, e profetas rebeldes s e r ã o p o s s i ve l m e n t e
l e v a d o s c o m a m a i o r f a c i l i d a d e a atravessá-la. A feitiçaria, que é a
falsificação da autoridade espiritual, é exatamente o contrário do ministério profético.
O "espírito partidário" ou sectarismo pode também levar à falsa profecia.
Quando profetas obtêm seu reconhecimento de uma única organização, haverá
pressão para profetizar a "linha do partido". Isso pode tornar muito difícil preservar a
integridade profética.
É claro que todas as fortalezas podem perverter qualquer ministério, não
apenas o profético. Todos nós temos que estimar de tal forma a Palavra do Senhor
que jamais permitiremos que nossa própria opinião ou nossas falhas influenciem o
que dizemos em seu grande nome. Quanto mais respeito tivermos a isso, mais ele
nos confiará sua autoridade espiritual e suas revelações.
Engano Número Sete:
Cuidado com quem Assume uma Autoridade Maior do que a que o
Senhor Outorgou
Mesmo que o Senhor dê uma revelação a um profeta, isso não lhe confere
necessariamente autoridade para determinar um procedimento a ser feito, nem
para fazer com que as pessoas venham a agir de determinada maneira em
decorrência do que foi revelado.
No Antigo Testamento os profetas freqüentemente eram chamados de "vigias",
porque espiritualmente ficavam "nos muros de Jerusalém". Naquela posição eles
eram os primeiros a ver alguém que se aproximasse. Era função deles distinguir
entre pessoas amigas e inimigas, transmitindo seu discernimento aos anciãos
que se assentavam junto aos portões. Entretanto, não era função do vigia
determinar que atitude tomar. Isso era responsabilidade dos anciãos, que decidiam se
alguém poderia entrar ou ser deixado do lado de fora da cidade; eles ainda toca-
vam o alarma para mobilizar as tropas, quando era o caso.
Infelizmente, muitos profetas caem na armadilha de crer que têm a responsabilidade
de ver sua profecia acontecendo. Diante disso chegam a tomar autoridade para
fazer com que ela aconteça. Isso traz muitos conflitos desnecessários a
congregações e a ministérios, uma vez que o Senhor estabeleceu pastores e
anciãos na "Igreja com tal propósito. Paulo falou sobre o cuidado que tinha de
permanecer dentro do âmbito da autoridade que fora posta sobre si. Aqui ele estava
falando sob um enfoque geográfico, mas é, espiritualmente, igualmente verdadeiro. Paulo
disse também aos coríntios: Se não sou apóstolo para outrem, certamente o sou para
vós outros. Desse modo ele reconheceu que não era um apóstolo para toda a
Igreja. Quando Paulo foi a Jerusalém, a ele não foi dada a autoridade apostólica
sobre a igreja de lá, embora haja sido honrado como um apóstolo para os gentios.
Ele não podia determinar procedimentos ali, como podia fazer em relação às
igrejas que estabelecera. Em Jerusalém ele era apenas um missionário visitante,
estimado, mas não alguém a quem eles tinham que seguir.
Alguns profetas caem na armadilha de se acharem responsáveis por acabar com
tudo o que crêem não ser de Deus. Entretanto, os profetas somente têm
autoridade para acabar, ou destruir, o que eles mesmos foram usados para
levantar. Paulo advertiu a igreja de Corinto que ele tinha autoridade para acabar
com qualquer coisa lá, bem como construir, porque era o pai daquela igreja.
Será que há um pai responsável que deixaria uma pessoa estranha chegar até a
sua família para lhe corrigir alguma coisa ou para lhe determinar algum
procedimento? Eu certamente não permitiria que ninguém viesse trazer qualquer
tipo de correção a um trabalho que fosse de minha responsabilidade, a menos que
tal pessoa se houvesse também envolvido pessoalmente na sua execução. Se você é
um líder com responsabilidade sobre uma igreja ou sobre uma obra, e alguém que
nunca teve envolvimento algum com esse trabalho vêm até você dizendo haver sido
enviado para corrigir alguma coisa, ou para pôr as coisas em ordem, você tem todo o
direito de pô-lo para fora.
A verdadeira autoridade espiritual é construída com base no amor e na confiança.
O amor e o serviço ganham confiança. Se alguém chegar até mim com uma palavra de
correção sobre algo a ser feito no berçário, alguém que nunca teve a menor disposi-
ção de trabalhar ali, eu nem mesmo me incomodarei quanto a ouvi-lo. Como a
maioria dos pastores, recebo pilhas de profecias de pessoas que procuram
determinar procedimentos para nosso ministério, e muitas delas eu nem mesmo
as conheço! Tais usos indevidos da "profecia" deixam bem clara a razão de tantos
pastores a desprezarem. Ações desse tipo podem haver causado tantos
problemas, que o fato de o pastor ainda estar aberto à profecia só vem
demonstrar ser ele dotado de uma extraordinária graça.
Alguns profetas, que se dizem vigias, não têm um relacionamento adequado com
os anciãos da igreja, chegando até mesmo a querer usurpar-lhes a autoridade.
Se membros da igreja ou membros do ministério são chamados como vigias, eles
têm que permitir que o Senhor estabeleça a autoridade deles por meio de
pessoas que têm autoridade, não tendo de batalhar para por si mesmos conquistar
influência.
Engano Número Oito:
Uma Palavra que não vem como Demonstração do Fruto do Espirito
Deus negou a Moisés a bênção de levar as pessoas para dentro da terra prometida. Isso
foi resultado de ele haver ferido a rocha com raiva, quando o Senhor lhe dissera que
apenas falasse com a rocha para produzir água. Como profeta Moisés estava
representando o Senhor como estando irado. No entanto Deus não estava irado, e isso
custou muito caro a Moisés. É fácil compreender sua frustração. Na verdade os
profetas não devem nunca expressar seus sentimentos como se fossem do Senhor.
Muitos profetas foram desclassificados em relação a níveis mais elevados de autoridade
por haverem representado o Senhor de forma indevida.
Pensar que Deus pensa do mesmo modo que os profetas, pelo simples fato de
ocasionalmente fazer uso deles, ou que os sentimentos dos profetas são os mesmos de
Deus é um engano total. Os profetas têm que ter todo o cuidado de distinguir seus
próprios sentimentos daqueles que são decorrentes da unção. Isso não é fácil de
conseguir, mesmo no caso de profetas maduros.
Elias orou para que os juízos do Senhor viessem sobre o povo, mas isso não foi
decorrente da sua própria ira. A ira de Deus não é como a nossa ira; nem seu zelo
é como nosso zelo ou ciúme, tão voltado para nós mesmos. Os profetas têm que ter
sempre o cuidado de não demonstrar sua própria ira como se fosse do Senhor, ou
acabarão tal como Moisés. Sempre que um profeta tem uma palavra de correção
para algum ministério, ou alguma pessoa, esse profeta em potencial deveria se
fazer três importantes perguntas: Será que eu amo essas pesso as? Será que
Deus me deu autoridade sobre elas? Será que a ponte de confiança foi
construída, de modo que se possa esperar que eles recebam o que eu penso que
devo compartilhar?
Engano Número Nove: O Pecado
Tendo em vista que os profetas são chamados a ser os olhos do corpo, o inimigo
geralmente concentra seus ataques nos olhos dos profetas. Portanto, a pornografia,
o sexo oposto e variadas formas de luxúria são seríssimas armadilhas. Para que Os
profetas funcionem como sendo os olhos do corpo, eles têm que ter todo o
cuidado quanto ao uso dos próprios olhos. Já demonstrou uma grande sabedoria
ao dizer: Hz aliança com meus olhos; como, pois, os fixaria eu numa donzela? Já fizera
o voto de não olhar para o que pudesse fazer com que tropeçasse. Se os olhos de
um profeta estiverem sobre o Senhor, todo o seu corpo estará cheio de luz. Se um
profeta olhar para a luxúria ou para outro pecado, as trevas entrarão em sua alma.
E o engano virá em decorrência de tais trevas.
Todos os profetas deveriam lembrar-se do seguinte versículo: ...pelo contrário, exortai-
vos mutuamente cada dia, durante o tempo que se chama Hoje, a fill7 de que nenhum de vós
seja endurecido pelo ENGANO DO PECADO.
Esse era o padrão sob a lei. Sob aquela aliança, quem falhasse em algum ponto da
lei estava sob a condenação de toda a lei. Entretanto, não podemos pôr o profeta do
Novo Testamento sob a lei, sem pôr de igual modo o restante de todo o Corpo
debaixo da lei.
Que pastor ou mestre poderia viver com um jugo que o removesse de seu ministério
se cometesse apenas um único erro? Quando ministérios proféticos jovens,
batalhadores, procuram cumprir os preceitos do Antigo Testamento, isso irá
distorcer seriamente o desenvolvimento e o carácter deles. Tal jugo lhes torna impossível
reconhecer seus erros e aprender a partir dos mesmos.
Isso não significa que podemos comprometer os elevados padrões que são
requeridos de quem se propõe falar no nome do Senhor. Os erros deverão ser
encarados, e suas razões buscadas. Nenhum pr of et a é inf alíve l, e é por isso
q ue a pr of ecia neotestamentária tem de ser julgada. Há até mesmo casos em
que o profeta cio Antigo Testamento haja falhado numa previsão e numa profecia,
mas mesmo assim foi reconhecido como profeta do Senhor (Jonas, Isaías e Elias
fizeram afirmações que não se comprovaram como verdadeiras, ou que não
aconteceram). Pelo fato de que todos podem errar, a Igreja é responsável por
conhecer a voz do Senhor.
Engano Número Onze:
Profetas que Dizem não ser Necessário o uso dos Procedimentos e dos
Passos Estabelecidos na Bíblia
Os profetas da antiga aliança eram em sua maioria usados para corrigir o
povo de Deus. Contudo tal não é o caso no Novo Testamento. Na nova aliança os
apóstolos e os anciãos assumiram tal encargo. Isso não quer dizer que um
profeta não possa ser usado para corrigir uma situação. Entretanto, essa já não
é sua primeira responsabilidade. E quando os profetas são usados desse modo eles
têm que se submeter aos procedimentos para a disciplina estabelecidos em
Mateus 18 e Gálatas 6:1. Quem tenta disciplinar alguém publicamente, não
tendo primeiro estado com tal pessoa em particular, e depois com outras
testemunhas, na melhor das hipóteses está agindo de maneira desordenada. E
na pior das hipóteses está sendo uma pedra de tropeço.
Engano Número Doze:
Admitir que a Profecia tenha de ser Especifica ou Espetacular
Normalmente as palavras proféticas são palavras de ordem geral. Por exemplo,
o Senhor poderia haver sido bem mais específico em suas profecias nas
Escrituras. Ele poderia haver se referido ao surgimento do continente das
Américas, revelado as datas e os lugares em que as guerras mundiais
aconteceriam, ou feito referência a outros importantes acontecimentos histó ricos
com muito mais detalhes. Contudo ele não fez isso. Uma profecia raramente é dada
para convencer alguém quanto à existência de Deus, ou para testificar que somos
mensageiros dele. Ela é dada visando revelar a verdade estratégica do Senhor e
com vistas ao despertamento da Igreja para a necessidade que ela tem de se
preparar para as situações e os acontecimentos que estão por vir. O Senhor quer
que a profecia seja de ordem geral, de modo que os que a recebem não apenas
têm que conhecer a voz do Senhor como terão também de andar em fé e em
sabedoria. Muitos fizeram de uma boa profecia uma profecia falsa, por irem além
da mensagem que lhes fora entregue, e isso com o único propósito de a tornarem mais
espetacular.
Paul Cain disse certa vez: "Quase toda heresia tem sido decorrente de se
querer tirar uma conclusão lógica do que Deus revelou apenas em parte". Creio
que isso pode ser confirmado por muitos acontecimentos da história.
Finalmente, tanto pastores como profetas têm que acaute lar-se com respeito ao
espirito de feitiçaria.
Este é o nosso chamado. Amar a verdade, a retidão e a justi ça. Fazer tudo
em prol do evangelho. Viver não mais para nós mesmos, mas para Aquele
que nos comprou com seu próprio sangue. Desafiar as grandes trevas do
nosso tempo, e fazer com que retrocedam. O poder da verdade que nos foi
dado é maior do que qualquer mentira. Nunca mais teremos de nos pôr em
retirada diante dos inimigos da cruz. Pelo poder que nos foi dado m ediant e
a cruz agora poderem os vencer o m al com o bem. O reino do Senho r está
chegando, e a sua vontade está por ser feita, aqui na Terra como no céu.
Proclamar esta ver da d e p or in st r um e nt o da s u a vid a é a r azã o p e la q u a l
vo c ê está aqui.