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RONNY CHARLES
•Advogado da União (AGU).
•Professor/Palestrante
•Mestre em Direito Econômico.
•Pós-graduado em Direito tributário.
•Pós-graduado em Ciências Jurídicas.
• Autor de diversos livros jurídicos, entre eles:
o Leis de licitações públicas comentadas (9ª edição. Ed. JusPodivm);
o Terceiro Setor: entre a liberdade e o controle (Jus Podivm);
o Direito Administrativo (Co-autoria. 8ª edição. Ed. Jus Podivm).
O que é licitação?
Noções gerais sobre licitações
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
• O inciso XXVII do artigo 22 da Constituição Federal: outorga
à União a competência privativa para legislar sobre normas
gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades,
para a Administração Pública Direta, autárquica e
fundacional da União, Estados, Distrito Federal e
Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as
empresas públicas e sociedades de economia mista, nos
termos do inciso III do § 1° de seu artigo 173.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
• Inciso XXI do artigo 37 da Constituição Federal: ressalvados
os casos especificados na legislação, as obras, serviços,
compras e alienações serão contratados mediante processo
de licitação pública que assegure igualdade de condições a
todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam
obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas
da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as
exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS
• Inciso III do § 1° do artigo 173 da Constituição: esse
dispositivo, ao tratar das estatais, definiu que a lei
estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da
sociedade de economia mista e de suas subsidiárias que
explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços.
INTRODUÇÃO
9
Quem detém competência para
legislar sobre contratações diretas?
10
Entidades do Sistema S podem criar
hipóteses específicas de dispensa?
11
TCU
13
TCE/MT
RESOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 17/2014 – TP
O TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE MATO GROSSO, nos termos dos artigos 1º, XVII,
48 e 49, todos da Lei Complementar nº 269/2007 (Lei Orgânica do Tribunal de Contas do
Estado de Mato Grosso), e dos artigos 29, XI, e 81, IV, da Resolução nº 14/2007
(Regimento Interno do Tribunal de Contas do Estado de Mato Grosso), resolve, por
unanimidade, acompanhando o voto do Relator, que acolheu o voto vista apresentado
pelo Conselheiro Substituto Luiz Carlos Pereira, e de acordo com o Parecer nº 2.463/2014
do Ministério Público de Contas, alterado oralmente em Sessão Plenária no sentido de
acompanhar integralmente as conclusões e razões do voto vista, responder ao consulente
que: a) a competência constitucional para legislar sobre nomas gerais de licitações e
contratações públicas é privativa da União, cabendo aos demais entes da federação a
possibilidade de legislarem acerca da matéria apenas de forma suplementar, por meio de
normas específicas; b) a competência legislativa suplementar dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios consiste na possibilidade de regulamentar as normas gerais
expedidas pela União por meio da Lei nº 8.666/1993, a fim de adequá-las às
peculiaridades regionais e locais, e somente naquilo que não foi definido ou delimitado
pelas normas gerais insculpidas na Lei de Licitações;
TCE/MT
RESOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 17/2014 – TP
(...) c) o artigo 22 da Lei de Licitações que estabelece as modalidades licitatórias é
norma geral, editada pela União, sendo legalmente vedada a criação de novas
modalidades pelos demais entes federados; d) o artigo 23 da Lei de Licitações é
norma específica, editada pela União com vistas a fixar os valores a que tão
somente seus órgãos e entidades se sujeitam para escolha das modalidades
licitatórias, sendo juridicamente possível a outros entes da federação, a exemplo
dos Municípios, estabelecerem novos valores para a definição das modalidades
licitatórias previstas na Lei nº 8.666/1993; e) a Lei nº 8.666/1993 revogou
integralmente o Decreto-Lei nº 2.300/1986, em especial seu artigo 85, caput, e
parágrafo único, extinguindo a vedação a que os demais entes da federação
alterassem os limites máximos de valor fixados para as modalidades licitatórias,
vedação esta não reproduzida pela Lei nº 8.666/1993; f) a eventual disciplina
estadual concorrente supletiva, e a suplementar municipal, em matéria de fixação
do valor das modalidades licitatórias nacionais deverá ser feita por lei em sentido
formal;
TCE/MT
RESOLUÇÃO DE CONSULTA Nº 17/2014 – TP
(...) g) o valor a ser fixado pelos demais entes, a título de limite máximo para
fixação das modalidades licitatórias do artigo 22 da Lei nº 8.666/1993, à luz da
regra constitucional da licitação e do princípio da razoabilidade, jamais poderá
servir de burla à regra constitucional de submissão das aquisições e alienações ao
próprio processo licitatório; h) o artigo 120 da Lei nº 8.666/1993 é norma geral,
editada pela União, tão somente na parte em que prescreve o indexador de
reajuste dos valores fixados na referida lei, e a periodicidade do reajuste; e, i) os
Chefes do Poder Executivo poderão atualizar monetariamente os valores fixados
pela Lei nº 8.666/1993, tão somente com base no indexador e na periodicidade
nacionalmente fixados pelo artigo 120 da Lei nº 8.666/1993.
Exceções ao dever de licitar
Lei nº 8.666/93
Contratações diretas
DISPENSÁVEL INEXIGIBILIDADE
DISPENSADA
Exceções ao dever de licitar
DISPENSA INEXIGIBILIDADE
reservados. 19
Exceções ao dever de licitar
Lei nº 13.303/2016
Convênios
NÃO OBSERVÂNCIA
PARCIAL
Contrato de
patrocínio
Objeto social
EXCEÇÃO À
OBRIGATORIEDADE NÃO OBSERVÂNCIA
Lei 13.303/2016 Parcerias
estratégicas
Dispensa
CONTRATAÇÃO
DIRETA
Inexigibilidade
Da não observância
(inaplicabilidade)
Da não observância das regras licitatórias
Art. 28 (...)
§ 3o São as empresas públicas e as sociedades de economia
mista dispensadas da observância dos dispositivos deste
Capítulo nas seguintes situações:
I - comercialização, prestação ou execução, de forma direta,
pelas empresas mencionadas no caput, de produtos, serviços
ou obras especificamente relacionados com seus respectivos
objetos sociais;
II - nos casos em que a escolha do parceiro esteja associada a
suas características particulares, vinculada a oportunidades de
negócio definidas e específicas, justificada a inviabilidade de
procedimento competitivo.
Da atividade econômica relacionada
especificamente ao objeto social
1. Da diferença em relação à dispensa ou à inexigibilidade
35
• Lei 9.636/1998
Art. 30. Poderá ser autorizada, na forma do art. 23, a permuta de imóveis
de qualquer natureza, de propriedade da União, por imóveis edificados ou
não, ou por edificações a construir.
§ 1o Os imóveis permutados com base neste artigo não poderão ser
utilizados para fins residenciais funcionais, exceto nos casos de
residências de caráter obrigatório, de que tratam os arts. 80 a 85 do
Decreto-Lei no 9.760, de 1946.
§ 2o Na permuta, sempre que houver condições de competitividade,
deverão ser observados os procedimentos licitatórios previstos em lei.
A permuta de terreno pertencente à entidade da Administração
Pública por unidades imobiliárias a serem nele construídas
futuramente não se insere na hipótese de dispensa de licitação
prevista na alínea c do inciso I do art. 17 da Lei n. 8.666/1993,
devendo ser, portanto, precedida de procedimento licitatório na
modalidade concorrência (Acórdão n.º 2853/2011 - Plenário).
É possível a permuta por imóvel cuja utilização
que não se enquadraria claramente como
finalidade precípua da Administração?
38
PARECER n. 1596 da CONJUR/MP
"15. Já no tocante à dispensa de licitação, não há como se enquadrar a situação ora
narrada no teor do art. 17, inciso I, alínea "c", da Lei n. 8.666, de 21 de junho de 1993. Isso
porque a permuta não tem por finalidade que a União adquira imóvel destinado ao
atendimento das finalidades precípuas da administração, cujas necessidades de instalação
e localização condicionem a sua escolha (art. 24, inciso X, da Lei de Licitações). Na
verdade, o objetivo é o de solucionar complexa situação fático-jurídica que se estabeleceu
sobre os imóveis da União que serão permutados, sem que o ente federal reste
prejudicado financeiramente.
16. Contudo, se não é possível a aplicação da alínea "c" deste inciso I do art. 17 da Lei n.
8.666/93, o mesmo não se pode dizer da alínea "b". Isso porque, interpretando
logicamente esta norma, não faria sentido concluir que a União é dispensada de licitar
para doar imóvel a outra entidade da administração pública, mas não seria para permutar
(hipótese de alienação em que seu patrimônio é recomposto). Portanto, entendemos ser
viável juridicamente que a dispensa seja fundamentada no art. 17, inciso I, alínea "b", da
Lei n. 8.666/93, de modo que o preâmbulo da minuta deve ser adequado.”
É necessária inviabilidade de competição
para que se realize a permuta?
40
• Lei nº 9.636/1998
Art. 30. Poderá ser autorizada, na forma do art. 23, a permuta de imóveis de
qualquer natureza, de propriedade da União, por imóveis edificados ou não, ou
por edificações a construir.
§ 1º Os imóveis permutados com base neste artigo não poderão ser utilizados
para fins residenciais funcionais, exceto nos casos de residências de caráter
obrigatório, de que tratam os arts. 80 a 85 do Decreto-Lei no 9.760, de 1946.
§ 2º Na permuta, sempre que houver condições de competitividade, deverão
ser observados os procedimentos licitatórios previstos em lei.
TCU
"27. É de se notar que o art. 17, I, da Lei Geral de Licitações e Contratos é claro ao estabelecer os critérios para
alienação de bens imóveis da Administração Pública, quais sejam: a existência de interesse público devidamente
justificado; b) avaliação prévia; c) autorização legislativa; d) licitação na modalidade concorrência, para órgãos da
administração direta, autarquias, fundações e paraestatais. Extrai-se, ainda que a licitação poderá ser dispensada
no caso de permuta, desde que cumpra os requisitos constantes do art. 24, X, da referida lei.
(...) 29. A escolha do imóvel a adquirir, portanto, está subordinada a alguns outros condicionantes, previstos no
art. 24, inciso X. São eles: 1) o imóvel deve ser destinado ao atendimento das finalidades precípuas da
Administração; 2) as necessidades de instalação e locação da Administração devem condicionar a escolha; e 3) o
preço do imóvel deve ser compatível com o valor de mercado. (...)
30. A Lei n. 9.636/1998, por sua vez, ampliou a abrangência das possibilidades de permuta dos imóveis da União,
já que previu, em seu art. 30, a hipótese de permuta de imóveis de qualquer natureza, por imóveis edificados ou
não, ou por edificações a construir. Ratificou, no entanto, no parágrafo segundo do mesmo artigo, a imperiosa
necessidade de licitação, sempre que houvesse condições de competitividade.
31. Dessa forma, não resta dúvida de que a licitação, no caso de permuta de imóveis da Administração Pública, é a
regra. O afastamento do procedimento licitatório só poderá ser admitido diante da inviabilidade de competição. É
esse o expresso mandamento da Lei n. 9.636/1998, e o entendimento possível da conjugação do art. 17, I, c, com
o art. 24, X, da Lei de Licitações.“ (Acórdão 2853/2011, Plenário)
CONJUR/MPOG
“Como se vê, a licitação para a permuta de imóveis só é dispensada
quando a Administração pretender trocar o bem de sua propriedade
por outro cujas características de instalação e localização condicionem
a escolha do Poder Público. Ou seja, para que a permuta possa ser
realizada de forma direta, o imóvel particular deve ser o único que
atenda às necessidades da União. Caso contrário, impõe-se a realização
do prévio procedimento licitatório” (Parecer nº 0870-
5.2.2/2014/MAA/CONJUR-MP/CGU/AGU)
Doação de móveis (inciso II, alínea a)
a) doação, permitida exclusivamente para fins e uso
de interesse social, após avaliação de sua
oportunidade e conveniência sócio-econômica,
relativamente à escolha de outra forma de alienação;
É possível que alguns bens inservíveis, doados,
sejam utilizados pela entidade beneficiada para
alienação e conversão em pecúnia?
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“Aspecto relevante diz respeito à doação de bens móveis inservíveis
para a Administração, para que uma entidade, promovendo a sua
alienação, os transforme em recursos. Essa possibilidade é
admissível, sem laivo de dúvida, vez que o interesse social mediato
poderá estar presente no uso dos recursos.” (JACOBY FERNANDES,
J.U. Contratação Direta sem Licitação. 9ª edição. Belo Horizonte:
Fórum, 2014. p. 256)
Principais hipóteses de licitação dispensável
I. para obras e serviços de engenharia de valor até 10% (dez por
cento) do limite previsto na alínea “a”, do inciso I do artigo anterior,
desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou serviço ou
ainda para obras e serviços da mesma natureza e no mesmo local que
possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II. para outros serviços e compras de valor até 10% (dez por cento)
do limite previsto na alínea “a”, do inciso II do artigo anterior e para
alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não se refiram a
parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior vulto que
possa ser realizada de uma só vez;
Dispensa de pequeno valor e fracionamento
60
AGU
SOMENTE É OBRIGATÓRIA A MANIFESTAÇÃO JURÍDICA NAS CONTRATAÇÕES DE
PEQUENO VALOR COM FUNDAMENTO NO ART. 24, I OU II, DA LEI Nº 8.666, DE
21 DE JUNHO DE 1993, QUANDO HOUVER MINUTA DE CONTRATO NÃO
PADRONIZADA OU HAJA, O ADMINISTRADOR, SUSCITADO DÚVIDA JURÍDICA
SOBRE TAL CONTRATAÇÃO. APLICA-SE O MESMO ENTENDIMENTO ÀS
CONTRATAÇÕES FUNDADAS NO ART. 25 DA LEI Nº 8.666, DE 1993, DESDE QUE
SEUS VALORES SUBSUMAM-SE AOS LIMITES PREVISTOS NOS INCISOS I E II DO
ART. 24 DA LEI Nº 8.666, DE 1993.
(ORIENTAÇÃO NORMATIVA Nº 46, DE 26 DE FEVEREIRO DE 2014)
É necessária a publicação do extrato
contratual, nas contratações diretas?
62
AGU
"O ato administrativo que autoriza a contratação
direta (art. 17, §§ 2º e 4º, art. 24, inc. III e seguintes,
e art. 25 da Lei nº 8.666, de 1993) deve ser
publicado na imprensa oficial, sendo desnecessária a
publicação do extrato contratual.” (Orientação
Normativa nº 33, de 13 de dezembro de 2011)
É obrigatória a comprovação da regularidade
fiscal e trabalhista na contratação por dispensa
de pequeno valor?
64
Lei nº 8.666/93
Art. 32. Os documentos necessários à habilitação poderão ser
apresentados em original, por qualquer processo de cópia autenticada por
cartório competente ou por servidor da administração ou publicação em
órgão da imprensa oficial. (Redação dada pela Lei nº 8.883, de 1994)
§ 1o A documentação de que tratam os arts. 28 a 31 desta Lei poderá ser
dispensada, no todo ou em parte, nos casos de convite, concurso,
fornecimento de bens para pronta entrega e leilão.
TCU
Salvo na aquisição de bens e serviços de pequeno valor, nos termos
definidos em seus regulamentos, os serviços sociais autônomos deverão
exigir comprovação de regularidade com a seguridade social tanto nas
contratações decorrentes de licitação quanto nas contratações diretas,
realizadas mediante dispensa ou inexigibilidade de licitação. Acórdão
2743/2017 Plenário, Prestação de Contas, Relator Ministra Ana Arraes.
Quais os limites da dispensa de pequeno
valor na nova Lei das estatais?
67
LEI 13.303/2016
Art. 29. É dispensável a realização de licitação por empresas públicas e
sociedades de economia mista:
I - para obras e serviços de engenharia de valor até R$ 100.000,00 (cem
mil reais), desde que não se refiram a parcelas de uma mesma obra ou
serviço ou ainda a obras e serviços de mesma natureza e no mesmo local
que possam ser realizadas conjunta e concomitantemente;
II - para outros serviços e compras de valor até R$ 50.000,00 (cinquenta
mil reais) e para alienações, nos casos previstos nesta Lei, desde que não
se refiram a parcelas de um mesmo serviço, compra ou alienação de maior
vulto que possa ser realizado de uma só vez;
• IV - nos casos de emergência ou de calamidade pública, quando
caracterizada urgência de atendimento de situação que possa
ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de pessoas, obras,
serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou particulares, e
somente para os bens necessários ao atendimento de situação
emergencial ou calamitosa e para as parcelas de obras e serviços
que possam ser concluídas no prazo máximo de 180 (cento e
oitenta) dias consecutivos e ininterruptos, contados da ocorrência
da emergência ou calamidade, vedada a prorrogação dos
respectivos contratos;
Pressupostos da contratação emergencial
80
• É possível utilizar a dispensa nos casos de emergência, caso
verificada a desídia do gestor?
• "A dispensa de licitação prevista no inciso IV do art. 24 da Lei
8.666/1993 não distingue a emergência real, resultante do
imprevisível, daquela resultante da incúria ou inércia
administrativa, cabendo a utilização do dispositivo desde que
devidamente caracterizada a urgência de atendimento a situação
que possa ocasionar prejuízo ou comprometer a segurança de
pessoas, obras, serviços, equipamentos e outros bens, públicos ou
particulares" (Acórdão 1.599/2011 - Plenário).
"A contratação direta também se mostra possível quando a situação
de emergência decorre da falta de planejamento, da desídia
administrativa ou da má gestão dos recursos púbicos. O art. 24,
inciso IV, da Lei 8.666/1993 não distingue a emergência resultante do
imprevisível daquela resultante da incúria ou da inércia
administrativa, sendo cabível, em ambas as hipóteses, a contratação
direta, desde que devidamente caracterizada a urgência de
atendimento a situação que possa ocasionar prejuízo ou
comprometer a segurança de pessoas, obras, serviços, equipamentos
e outros bens, públicos ou particulares. (Acórdão 1122/2017
Plenário, Auditoria, Relator Ministro Benjamin Zymler).
AGU
Ementa: A CONTRATAÇÃO DIRETA COM FUNDAMENTO NO
INC. IV DO ART. 24 DA LEI Nº 8.666, DE 1993, EXIGE QUE,
CONCOMITANTEMENTE, SEJA APURADO SE A SITUAÇÃO
EMERGENCIAL FOI GERADA POR FALTA DE PLANEJAMENTO,
DESÍDIA OU MÁ GESTÃO, HIPÓTESE QUE, QUEM LHE DEU
CAUSA SERÁ RESPONSABILIZADO NA FORMA DA LEI.
(Orientação Normativa AGU Nº 11, de 01 abril de 2009)
Contratação emergencial e o dilema da
decisão
Contratação emergencial e o dilema da decisão
93
AGU
NÃO SE DISPENSA LICITAÇÃO, COM FUNDAMENTO NOS
INCS. V E VII DO ART. 24 DA LEI Nº 8.666, de 1993, CASO
A LICITAÇÃO FRACASSADA OU DESERTA TENHA SIDO
REALIZADA NA MODALIDADE CONVITE. (Orientação
Normativa AGU Nº 12, de 01 abril de 2009)
É possível a contratação por dispensa,
decorrente de licitação deserta, em serviços
contínuos?
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TCU
Cada ato de prorrogação equivale a uma renovação
contratual, motivo pelo qual a decisão pela prorrogação de
contratação direta deve ser devidamente planejada e
motivada, principalmente mediante a indicação da hipótese
legal ensejadora da dispensa ou da inexigibilidade de licitação,
válida no momento do ato de prorrogação contratual.
Acórdão 213/2017 Plenário, Embargos de Declaração,
Relator Ministro Bruno Dantas
VIII - para a aquisição, por pessoa jurídica de direito público
interno, de bens produzidos ou serviços prestados por órgão
ou entidade que integre a Administração Pública e que
tenha sido criado para esse fim específico em data anterior à
vigência desta Lei, desde que o preço contratado seja
compatível com o praticado no mercado;
• Deve haver vinculação da contratante e da contratada à mesma
pessoa política?
Hipótese de dispensa e exploradoras de atividade econômica
Chamamento público
Posso usar a locação/aquisição de imóvel, por
dispensa (24, x), quando há mais de um imóvel
compatível com a necessidade administrativa?
103
1ª 2ª
corrente corrente
TCU
Na aquisição de imóvel mediante dispensa de licitação (art. 24,
inciso X, da Lei 8.666/93) faz-se necessária a conjugação de três
requisitos: (i) comprovação de que o imóvel se destina ao
atendimento das finalidades precípuas da Administração; (ii) escolha
condicionada a necessidades de instalação e de localização; e (iii)
compatibilidade do preço com o valor de mercado, aferida em
avaliação prévia. É inaplicável a contratação direta se há mais de
um imóvel que atende o interesse da Administração (Acórdão: AC-
5948-38/14-2 Data da Sessão: 21/10/2014 Relator: RAIMUNDO
CARREIRO Colegiado: Segunda Câmara)
TCU
A existência de um único imóvel apto a, por suas
características de instalação e localização, atender às
finalidades precípuas da Administração não é requisito
para a contratação por dispensa de licitação fundada no
art. 24, inciso X, da Lei 8.666/1993
(Acórdão 5244/2017. Primeira Câmara, Representação,
Redator Ministro Benjamin Zymler).
AGU
DIREITO ADMINISTRATIVO. LICITAÇÕES E CONTRATOS ADMINISTRATIVOS. COMPRA OU
LOCAÇÃO DE IMÓVEL. NECESSIDADE DE CONSULTA PRÉVIA À SECRETARIA DO PATRIMÔNIO
DA UNIÃO. RECOMENDAÇÃO DE CHAMAMENTO PÚBLICO PRÉVIO PARA A PROSPECÇÃO DO
MERCADO IMOBILIÁRIO. INEXIGIBILIDADE LICITATÓRIA NO CASO DE IMÓVEL ÚNICO.
PLURALIDADE DE IMÓVEIS APTOS NÃO AFASTA A DISPENSA PREVISTA NO ART. 24, X, DA LEI
N.º 8.666/93.
I – A compra ou locação de imóvel deve necessariamente ser precedida de consulta à
Secretaria do Patrimônio da União sobre a existência de imóvel público disponível.
II – Inexistindo imóvel público que atenda aos requisitos necessários para a instalação do
órgão ou entidade, é recomendável a promoção de chamamento público para a prospecção
do mercado imobiliário.
III – Se somente um imóvel atender às necessidades da Administração, será constatada a
inviabilidade de competição, o que permitirá a contração direta por inexigibilidade com
fundamento no art. 25, caput, da Lei n.º 8.666/93.
IV – Se após o chamamento público forem encontrados dois ou mais imóveis, é possível a
realização de licitação ou, caso cumpridos os requisitos estampados no art. 24, X, da Lei n.º
8.666/93, poderá haver a contratação direta por dispensa licitatória. (Parecer nº
92/2017/DECOR/CGU/AGU)
Contratação direta e imóveis inacabados
115
1ª 2ª
corrente corrente
Ausência de interesse na prorrogação
• A ausência de interesse da contratada em prorrogar avença de
prestação de serviços de natureza continuada não autoriza a
realização de dispensa de licitação para contratação de
remanescente de obra, serviço ou fornecimento, de que trata o art.
24, inciso XI, da Lei 8.666/93, nem a convocação prevista no art. 64,
§ 2º, do mesmo diploma legal. (Acórdão: AC-0819-10/14-P Data da
Sessão: 02/04/2014 Relator: ANA ARRAES Colegiado: Plenário)
Ausência de interesse na prorrogação
A ausência de interesse da contratada em fazer nova prorrogação de
avença de prestação de serviços de natureza continuada autoriza a
realização de dispensa de licitação para contratação de remanescente
de obra, serviço ou fornecimento (art. 24, inciso XI, da Lei
8.666/1993), desde que atendida a ordem de classificação da
licitação anterior e aceitas as mesmas condições oferecidas pelo
licitante vencedor, inclusive quanto ao preço. Acórdão 1134/2017
Plenário, Auditoria, Relator Ministro-Substituto Augusto Sherman
• XIII - na contratação de instituição brasileira incumbida
regimental ou estatutariamente da pesquisa, do ensino
ou do desenvolvimento institucional, ou de instituição
dedicada à recuperação social do preso, desde que a
contratada detenha inquestionável reputação ético-
profissional e não tenha fins lucrativos;
Dispensa e instituição de pesquisa
Subcontratação
A contratada, com base no inciso XIII do artigo
24, pode subcontratar parte da execução
contratual?
121
Subcontratação
• A entidade contratada por dispensa de licitação, com base
no art. 24, inciso XIII, da Lei 8.666/1993, deve comprovar
indiscutível capacidade para a execução do objeto pactuado
por meios próprios e de acordo com as suas finalidades
institucionais, sendo regra a inadmissibilidade de
subcontratação. Acórdão 2669/2016 Plenário, Pedido de
Reexame, Relator Ministro Benjamin Zymler.
Subcontratação da mão de obra
• Configura burla ao dever de licitar a dispensa com base no art. 24,
inciso XIII, da Lei 8.666/93 para contratar instituição que utiliza
profissionais não integrantes do seu quadro funcional para a
execução do objeto contratual, uma vez que resta caracterizada a
intermediação da prestação dos serviços (Acórdão: AC-0344-05/14-
P Data da Sessão: 19/02/2014 Relator: WALTON ALENCAR
RODRIGUES Colegiado: Plenário)
AGU
• Ementa: Os contratos firmados com as fundações de apoio
com base na dispensa de licitação prevista no inc. XIII do
art. 24 da Lei nº 8.666, de 1993, devem estar diretamente
vinculados a projetos com definição clara do objeto e com
prazo determinado, sendo vedadas a subcontratação; a
contratação de serviços contínuos ou de manutenção; e a
contratação de serviços destinados a atender as
necessidades permanentes da instituição (Orientação
Normativa AGU Nº 14, de 01 abril de 2009).
É possível o uso da dispensa prevista no inciso
XIII do artigo 24 na contratação de Fundação
para a realização de concurso ou de vertibular?
125
Realização de concurso vestibular
• É possível a contratação de fundação de apoio por dispensa de licitação, com
fundamento no art. 24, inciso XIII, da Lei 8.666/1993, para a realização de
vestibular, desde que haja nexo efetivo entre a natureza da instituição e o
objeto contratado e compatibilidade com os preços de mercado (Acórdão
2506/2013-Segunda Câmara, relator Ministro José Jorge, 7.5.2013).
• É possível a contratação de fundação de apoio por dispensa de licitação, com
fundamento no art. 24, inciso XIII, da Lei 8.666/93, para a realização de
vestibular, desde que haja nexo efetivo entre a natureza da instituição e o
objeto contratado, assim como compatibilidade com os preços de mercado
(Acórdão: AC-1828-09/15-1 Data da Sessão: 31/03/2015 Relator: BENJAMIN
ZYMLER Colegiado: Primeira).
TCU
SÚMULA Nº 287 DE 12/11/2014
• "É lícita a contratação de serviço de promoção de concurso
público por meio de dispensa de licitação, com fulcro no
art. 24, inciso XIII, da Lei 8.666/1993, desde que sejam
observados todos os requisitos previstos no referido
dispositivo e demonstrado o nexo efetivo desse objeto com
a natureza da instituição a ser contratada, além de
comprovada a compatibilidade com os preços de mercado."
Há tempo mínimo de existência, para que a
instituição seja contratada através da hipótese
de dispensa do inciso XIII do artigo 24?
128
Tempo de atuação da licitante na atividade
• O pouco tempo de existência da entidade não impossibilita, por si
só, o atendimento ao requisito da inquestionável reputação ético-
profissional exigido para as contratações por dispensa de licitação
com base no art. 24, inciso XIII, da Lei 8.666/93. (Acórdão: AC-3262-
47/14-P Data da Sessão: 26/11/2014 Relator: AROLDO CEDRAZ
Colegiado: Plenário)
• XXI - para a aquisição ou contratação de produto para
pesquisa e desenvolvimento, limitada, no caso de
obras e serviços de engenharia, a 20% (vinte por
cento) do valor de que trata a alínea “b” do inciso I do
caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de
2016)
COMPARAÇÃO COM TEXTO ANTIGO
• XXI - para a aquisição ou contratação de produto para pesquisa e
desenvolvimento, limitada, no caso de obras e serviços de
engenharia, a 20% (vinte por cento) do valor de que trata a alínea
“b” do inciso I do caput do art. 23; (Incluído pela Lei nº 13.243, de
2016)
Pressuposto material
Introdução
Justificativa do preço
DISPENSA DE PEQUENO VALOR E PESQUISA DE PREÇOS
Pesquisa de mercado
Prorrogação x renovação
Contratos de escopo
Álea
Álea ordinária
extraordinária
Reajuste Reequilíbrio
Repactuação
estrito econômico
Revisão econômica do contrato
Reajuste.
Repactuação.
Reequilíbrio econômico.
Observações
Serviços continuados “com” e “sem” dedicação exclusiva de mão
de obra.
Repactuação e anualidade diferenciada
Repactuação e categorias não constantes na convenção
Requerimento e análise da planilha
Possibilidade de distribuição de riscos, no contrato
Manutenção do equilíbrio econômico e disponibilidade
Repactuação e preclusão lógica
Requerimento e análise da planilha
•1. A contratada, ao iniciar, tardiamente, a execução dos serviços sem condicioná-la a revisão de preços,
implicitamente reconhece a adequação e a exequibilidade dos valores propostos na licitação, o que
configura renúncia ao reequilíbrio econômico-financeiro das condições iniciais contratadas, dando ensejo à
preclusão lógica.
•Recurso de Reconsideração interposto por empresa requereu a reforma do Acórdão 4.603/2013-Primeira
Câmara, por meio do qual o Tribunal julgara irregulares suas contas, condenando-a em débito
solidariamente com ex-prefeito, em razão da execução parcial de convênio firmado com o município, que
tinha por objeto a construção da sede da prefeitura local. No caso concreto, a vistoria in loco constatara a
realização de apenas 75,42% dos serviços previstos, ante o pagamento à contratada de 93,30% do valor total
do convênio. A recorrente alegou, dentre outros argumentos, que “desde o início o contrato encontrava-se
desequilibrado econômica e financeiramente por duas razões: falhas no projeto básico apresentado pelo
município, fato que teria imposto modificações na fundação do empreendimento, e demora superior a um
ano para expedição da ordem de início dos serviços”. Ao analisar o recurso, o relator rejeitou a primeira tese
apresentada pela recorrente segundo a qual a ausência de manifestação do município sobre a solicitação de
formalização de termo aditivo para correção do projeto implicaria o inadimplemento do contratante e o
dever deste pagar pelos serviços adicionais supostamente executados. (...)
• (...) Destacou o relator que “o silêncio administrativo não deve ser visto como fato
gerador de obrigações pelo poder público, até mesmo porque as mudanças na
fundação são difíceis de se constatar com o serviço já concluído”. Em relação à
demora para a expedição da ordem de serviço, o relator observou que a recorrente
assinara contrato com vigência de 120 dias e começara a execução da obra quase um
ano e cinco meses depois. Explicou que o edital não estabelecera critério para
reajustamento dos preços, dado o exíguo prazo de vigência do ajuste. Ponderou
contudo o relator que, mesmo que houvesse um índice fixado, “a construtora, ao
aceitar dar início aos serviços sem condicioná-los a uma revisão de preços,
implicitamente reconheceu a adequação e a exequibilidade dos valores propostos na
licitação”. Ou seja, “o ato voluntário da recorrente trouxe consigo a renúncia ao
reequilíbrio econômico- financeiro do contrato, dando azo à ocorrência de preclusão
lógica”. O Tribunal, acolhendo o voto do relator, rejeitou a tese defendida pela
recorrente relativa à ocorrência de desequilíbrio econômico e financeiro do contrato.
(TCU. Acórdão 4365/2014-Primeira Câmara, TC 017.547/2011-3, relator Ministro
Benjamin Zymler, 12.8.2014).
Revisão Econômica
REVISÃO ECONÔMICA NUANCES
• Fundamento econômico
• a) Reajuste estrito • Fato gerador
• Anualidade
• b) Repactuação • Previsão editalícia
• Instrumento
• c) Reequilíbrio econômico • Forma de cálculo
• Revisões subsequentes
• Sem previsão no edital, é possível reconhecer o direito ao
reequilíbrio econômico? E ao reajuste?
211
• É possível previsão, no edital, de repactuação cumulada com
reajuste em sentido estrito?
212
Sanções administrativas
• Advertência • Multa
• b) Amplitude
• Declaração de inidoneidade
• c) Prazo
• Impedimento de Licitar
• d) Sujeito passivo
• e) Competência
Pode ser aplicada sanção ao contratado, mesmo depois
de extinto o contrato?
É possível desconsideração da personalidade jurídica na
aplicação das sanções administrativas?
Desafios na execução dos contratos administrativos
Maximização da eficiência
Segregação de funções
Segregação de responsabilidades
Agradecimento
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