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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE – UFF

INSTITUTO DE ESTUDOS COMPARADOS EM ADMINISTRAÇÃO


INSTITUCIONAL DE CONFLITOS – INEAC

DEPARTAMENTO DE SEGURANÇA PÚBLICA – DSP

CURSO DE SEGURANÇA PÚBLICA

MÉTODOS E TÉCNICAS DE PESQUISA IV – 2017.2

PROFº. DRº. LENIN PIRES

ESTAGIÁRIO DOCENTE MICHAEL BATISTA

Fichamento:

MILLS, C. Wright. A Imaginação Sociológica. Tradução de Waltensir Dutra. 2ª


edição. Rio de Janeiro: Zahar, ? Apêndice. Do Artesanato Intelectual.

Objetivo:

Transmitir ao estudante iniciante um senso útil de método e teoria.

Problema:

Como se realiza o ofício de “método-e-teoria-em-geral”, a partir da conversação


na qual os pensadores experimentados trocam informações sobre suas formas práticas de
trabalho, para que o aluno iniciante tenha imaginação criadora.

Parte 1:

Como intelectual, o estudante deve reconhecer que a erudição é uma escolha de


como viver e ao mesmo tempo uma escolha de carreira. O trabalhador intelectual forma
o seu próprio eu à medida que se aproxima da perfeição de seu ofício. O artesanato é o
centro de si mesmo em que a experiência que possui significa que o passado pode influir
e afetar o presente, podendo definir a capacidade de experiência futura. “O primeiro passo
na tradução da experiência, seja a dos escritos de outros homens, ou de nossa própria
vida, na esfera intelectual, é dar-lhe forma” (p. 215). O artesão intelectual é quem deve
saber controlar esta interinfluência complexa dos tempos para saber o que experimentar
e isolá-la ou usá-la como guia e prova para as próprias reflexões. “Como fazer isso?”,
pergunta Mills: “deve-se organizar um arquivo”. No arquivo unem-se a experiência
pessoal e as atividades profissionais. Neste arquivo, o artesão intelectual tenta juntar o
que está fazendo intelectualmente e o que está experimentando como pessoa. O arquivo
estimula a captura de “pensamentos marginais”, a desenvolver hábitos de auto-reflexão,
a manter o mundo interior desperto; a escrever, o que desenvolve a própria capacidade de
expressão para poder empenhar-se na experiência controlada. Deverá o estudante,
assevera Mills, manter um arquivo especial para seu tema principal, que deve escrever e
reescrever para si mesmo. Sob vários tópicos deste arquivo há ideias, notas pessoais,
excertos de livros, itens bibliográficos e delineamentos de projetos. O uso do arquivo
estimula também a expansão das categorias que se usa no raciocínio; sendo a forma pela
qual essas categorias se modificam, desaparecendo algumas e surgindo outras – “é um
índice de nosso progresso e vigor intelectual. Tudo isso exige notas e o hábito de tomá-
las deve ser adquirido.

Parte 2:

“Mas como deve ser usado esse arquivo (...) na produção intelectual?” (ibid., p.
216). A questão da “estratificação” que Mills cogita ter surgido com a leitura de Veblen;
escreveu um livro sobre organizações e líderes trabalhistas; afirmando que a ideia e o
plano saíram dos próprios arquivos, asseverando que todos os projetos próprios começam
e terminam nestes. Depois de preparar um esboço rudimentar para um livro, examina-se
todo o arquivo, seja nas partes com tópicos, seja nas divisões aparentemente irrelevantes,
pois, “tentamos empenhar nossos recursos intelectuais, como exemplificado no arquivo,
nesses novos temas” (ibid., p. 217), diz. O bom trabalho intelectual compõe-se de muitos
estudos bons, podendo dispor-se “das teorias existentes sistematicamente, como uma
série de escolhas, e com isso permitir que seu âmbito organize o próprio problema”1 (ibid.,
p. 218). Mills permite que algumas teorias (em seu livro sobre a elite como a de Mosca,
Schumpeter, Veblen, Marx, Lasswell, Michel, Weber e Pareto) só se disponham segundo

1
Uma referência a Mills que é A Nova Classe Média (White Collar) Zahar, 1969, cap. 13. O mesmo sendo
feito nas próprias notas de Mills, com Lederer e Gasset vs. ‘teoristas da elite’, como duas reações à doutrina
democrática dos séculos XVIII e XIX.
o seu arranjo; verificou, em exame, a demonstração de três tipos de formulação: a)
aprendemos de alguns pela reformulação do que o homem diz, de determinados pontos
ou de um todo; b) alguns autores são aceitos ou refutados, dando razões e argumentos; c)
outros são usados como fonte de sugestões para nossas próprias elaborações e projetos.
Segue com exemplos de excertos de notas preliminares sobre Mosca para ilustrar o que
descreve (ibid., p. 219).

Parte 3:

Na condição intelectual das Ciências Sociais de hoje, “muita ‘pesquisa empírica’


acaba sendo frágil e desinteressante” (ibid., p. 221), diz Mills, não havendo mais virtudes
na pesquisa empírica do que na leitura, pois o objetivo empírico da pesquisa empírica é
solucionar desacordos e dúvidas sobre fatos e assim tornar mais frutíferas as discussões
dando a todos os lados maior base substantiva: “a razão é a guarda avançada de qualquer
campo de conhecimento” (ibid., p. 221). O estudo empírico “nos leva à pesquisa de novos
dados, que com frequência mostram relevância insuspeitada para nossos problemas”
(ibid., p. 221). Para dominar problemas, segundo Mills, o “modo mais econômico de
formular um problema para resolver o maior número de seus aspectos possível é um só:
o raciocínio” (ibid., p. 222), pois raciocinando, diz o autor, tentamos: a) isolar cada
questão que perdura; b) fazer indagações de fato que as respostas prometam ajudar a
sociedade a resolver novos problemas, através de novos raciocínios. Os quatro estágios
que Mills entende como relevantes para dominar problemas são: 1) as definições que
cremos serem levadas em conta; 2) as relações lógicas entre essas definições; 3) a
eliminação de falsas opiniões; 4) formulação e reformulação das questões de fato que
perdurem. No curso da leitura e análise das teorias de outros, com manuseio dos arquivos,
dá-se organização a uma lista de estudos específicos; a medida que avancemos, diz Mills,
“devemos, decerto, ajustar nosso objetivo ao que é acessível” (ibid., p. 227).

Parte 4:

“Mas o leitor pode indagar: como ocorrem as ideias?” (ibid., p. 227). A


imaginação sociológica consiste no passa de uma perspectiva a outra; ela também pode
ser cultivada, pois é de rotina2. Das formas definidas de estimular a imaginação, segue:
1) pela redisposição do arquivo com nova arrumação; 2) atitude lúcida em relação às
frases e palavras definidas sobre o problema ajuda a liberar a imaginação; 3) a reflexão
sobre as noções gerais e seus tipos e para isso, o uso da classificação cruzada: sendo a
“melhor forma de imaginar e obter novos tipos, bem como criticar e esclarecer outros,
mais antigos” (ibid., p. 229). Para o sociólogo, “a classificação cruzada é o que a
diagramação de uma sentença é para o gramático” (ibid., p. 230); 4) pensar o oposto
daquilo que nos preocupa diretamente. A “coisa mais difícil do mundo é estudar um
objeto: quando procuramos contrastar vários deles, temos melhor percepção dos materiais
e podemos então estabelecer as dimensões em que as comparações são feitas” (ibid., p.
230). A ideia central é “usar vários pontos de vista” (ibid., p. 230). Ao procurar
compreender um novo campo intelectual, “uma das primeiras coisas a fazer é expor os
principais argumentos” (ibid., p. 231); 5) aplicar um estímulo que proporcione pensar nos
extremos opostos. A imaginação pode ser libertada, às vezes, invertendo-se
deliberadamente o senso de proporção3. Mills nunca pensa em mensurar objetos de
pesquisa se antes não jogou com cada um dos elementos “num mundo imaginário no qual
controle a escala de tudo” (ibid., p. 231), sendo isso que os estatísticos deveriam entender
ao invés de tentar ‘conhecer o universo da amostragem’ (ibid., p. 231); 6) da utilidade da
obtenção de uma percepção comparada: “a busca de casos comparáveis, seja numa
civilização e período histórico, ou em vários, nos dá as chaves” (ibid., p. 231). A
abordagem por contraste exige o exame do material histórico, portanto, podendo ser
usado “devido ao desejo de se obter um alcance maior, ou um alcance mais adequado de
algum fenômeno (...) uma perspectiva que inclua as variações de dimensões conhecidas”
(ibid., p. 232); 7) “a forma pela qual dispomos o material para apresentação sempre afeta
o conteúdo de nosso trabalho” (ibid., p. 232). Mills adquiriu tal ideia com um compilador,
chamado Lambert Davis, isto é, o que significa a distinção entre tema e tópico. O tópico
é um assunto. O tema é uma ideia, “habitualmente de alguma tendência significativa, um
conceito importante, uma distinção-chave, como a racionalidade e a razão, por exemplo”
(ibid., p. 232). O tema pode exigir um capítulo ou uma seção, talvez ao ser introduzido
ou talvez num sumário final. Verifica-se que um livro não tem temas, mas sim uma

2
Mills cita os artigos sobre “percepção” e “realização criadora” de Hutchinson, em Study of International
Relations, que foram organizados por Patrick Mullahy, N. York, 1949.
3
Mills lembra que Kenneth Burke ao analisar Nietzsche deu a isso o nome de ‘perspectiva pela
incongruência’. Ver Burke, Permanance and Change, N. York, 1936.
“fileira de tópicos, cercados por introduções metodológicas à metodologia, introduções
teóricas à teoria” (ibid., p. 233).

Parte 5:

A importância de esclarecer as respostas das três perguntas: 1) quais seriam as


dificuldades e as complexidades do respectivo assunto? 2) quando se escreve, que status
estou pretendendo para mim mesmo? 3) para quem deve-se procurar escrever? 1) “a
habilidade do autor está em fazer que o círculo de sentido do leitor coincida exatamente
com o seu, escrever de tal modo que ambos fiquem no mesmo círculo de sentido
controlado” (ibid., p. 237). A ‘soclíngua’ não tem complexidade de assunto ou
pensamento: “é usada (...) quase totalmente – para pretensões acadêmicas” (ibid., p. 237);
2) é distinguir duas formas de apresentar o trabalho de ciência social, “segundo a ideia
que o autor faz de si mesmo, e a voz com a qual fala” (ibid., p. 237). A outra forma de
apresentar trabalho é a de não usar qualquer voz humana, isto é, significa “um som
autônomo, uma prosa fabricada por uma máquina” (ibid., p. 237); 3) é importante ter em
mente os públicos aos quais se dirige e “também o que realmente pensa deles” (ibid., p.
237). A linha entre a profundidade e a verborragia é delicada e perigosa. Os membros da
comunidade acadêmica devem se ver “como representantes de uma linguagem realmente
grande” (ibid., p. 238). No contexto da apresentação surgirão novas ideias à medida que
se trabalhe neste contexto, em suma, “um novo contexto de descoberta, diferente do
original, em nível mais alto (...) porque mais socialmente objetivo” (ibid., p. 239).

Parte 6:

O arquivo é a construção de um mundo com elementos-chaves que participam do


trabalho a ser executado: “ideias, fatos, ideias, números, ideias” (ibid., p. 239); “um
inventário de tudo o que parece envolvido no que estamos procurando compreender”
(ibid., p. 240). Pensar é lutar para impor ordem. 1) sejamos um bom artesão; 2) evitemos
a singularidade bizantina dos Conceitos associados e dissociados, o maneirismo da
verborragia, mas imponhamos a simplicidade das afirmações claras (ibid., p. 241); 3)
façamos as construções trans-históricas que julgamos necessárias, mas pratiquemos
também as minúcias sub-históricas; 4) não estudemos apenas um ambiente pequeno
depois de outro: estudemos as estruturas sociais nas quais os ambientes estão organizados;
5) o objetivo do trabalho de pesquisa é o entendimento comparado e pleno das estruturas
sociais que surgiram e hoje existem na história mundial; 6) mantenhamos sempre os olhos
abertos para a imagem do homem (ibid., p. 242); 7) devemos saber que herdamos e
estamos levando à frente a tradição da análise social clássica.

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