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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO


HISTORIA

ALEX CASTELLER NIOTTI

Projeto de ensino

O ENSINO DE HISTÓRIA DURANTE A DITADURA MILITAR NO


BRASIL (1964-1985)

Ararangua
2016
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ALEX CASTELLER NIOTTI

Projeto de ensino

O ENSINO DE HISTÓRIA DURANTE A DITADURA MILITAR NO


BRASIL (1964-1985)

Ararangua
2016
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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 6
2 JUSTIFICATIVA........................................................................................................5
3 REFERENCIAL TEORICO.......................................................................................7
4 SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA.....................................13
5 OBJETIVO..............................................................................................................14
6 PROBLEMATIZAÇÃO............................................................................................15
7 O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO ............................................................16
8 TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO.......................................................17
9 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS ...............................................................18
10 AVALIAÇÃO ........................................................................................................ 19
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 20
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O Projeto trata-se de uma investigação acerca do ensino de História


na Educação Básica e no ensino superior, sobretudo, na formação de professores
de História durante o período Militar (1964-1985) no Brasil. Busca-se como esse
trabalho analisar as práticas pedagógicas utilizadas no ensino da disciplina nesse
contexto e heranças ou resquícios que desempenham influências até os dias atuais.
Nessa perspectiva, esse é muito importante não apenas para nós
acadêmicos do curso de História, mas para os docentes, historiadores e
simpatizantes das Ciências Humanas em geral, pois faz uma reflexão a cerca da
trajetória do ensino de História no Brasil. Pretendemos responder durante a
discussão algumas questões, tais como: como se constituiu o ensino de História
durante o período Militar? Quais fatores levaram a substituição da disciplina por
Estudos Sociais e OSPB? Que cidadãos se buscavam formar? Por que foi
implantada no currículo escolar a disciplina Educação Moral e Cívica? Quais as
preocupações com a formação do professor de História? Quais práticas pedagógicas
eram utilizadas na escola básica e na academia? Dentre outras inquietações que
forem surgindo no desenvolvimento da pesquisa.
Para responder a esses questionamentos, retomaremos num
enfoque histórico o conjunto de circunstâncias que antecederam o golpe militar de
1964 e a repressão dos governos totalitários ao ensino de História, por seu teor
crítico e das demais ciências humanas. Com a substituição da História enquanto
disciplina escolar, pelos Estudos Sociais no ensino de 1º Grau, há uma
desvalorização da historiografia e das reflexões sobre a realidade, própria do ensino
de história surge uma História factual voltada a ideais nacionalistas e a figura de
heróis.
Cabe ressaltar, que não se pretende aqui julgar como bons ou ruins
os métodos e práticas usados no ensino de História no contexto do regime militar,
mas analisar as consequências destes para as atuais dificuldades encontradas pelos
docentes da disciplina, em especial o fato dos alunos não gostarem das aulas de
História, pela forma factual com foi trabalhada durante as décadas de 60 a 80,
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deixando resquícios nos métodos de ensino atuais. Para nortear a discussão


apresentaremos opiniões de diferentes teóricos e estudiosos a respeito do tema.
O objetivo principal da pesquisa é analisar as práticas pedagógicas
desenvolvidas no ensino de História durante o Regime Militar e compreender as
razões que levaram as reformas no ensino básico e superior, bem como reconhecer
os legados deixados que influenciaram toda uma geração e ainda continuam sendo
sentidos atualmente.
Dentre os objetivos específicos busca-se conhecer um pouco da
história do ensino de História no Brasil, a partir da análise da conjuntura histórica
que antecedeu ao golpe militar, as mudanças ocorridas na prática do ensino da
disciplina de História em todos os níveis de ensino, estabelecendo comparações
entre o período de 1964 -1985 com os dias atuais.
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2 JUSTIFICATIVA:

As discussões acerca das transformações ocorridas no ensino de


História durante o Regime Militar no Brasil, ocupa grande destaque no cenário
historiográfico. Dentre os fatores responsáveis pelas mudanças, a intervenção do
Estado na educação destaca-se como elemento importante para manter a política de
dominação própria do governo militar, uma vez que a escola e a universidade
desempenham a função de reprodutoras das ideologias do mesmo.
De modo geral, o ensino de História pode ser caracterizado a partir
de dois grandes momentos. O primeiro teve início na primeira metade do século XIX,
com a introdução da área no currículo escolar. Após a Independência, com a
preocupação de criar uma genealogia da nação, elaborou-se uma história nacional,
baseada em uma matriz européia e a partir de pressupostos eurocêntricos. O
segundo momento ocorreu a partir das décadas de 30 e 40 deste século, orientado
por uma política nacionalista e desenvolvimentista. O Estado também passou a
realizar uma intervenção mais normativa na educação e foram criadas as faculdades
de filosofia no Brasil, formando pesquisadores e professores, consolidando-se uma
produção de conhecimento científico e cultural mais autônoma no país.
Para que se possa entender o contexto da educação na época da
Ditadura Militar, é necessário que se faça uma pré-recapitulação dos aspectos
educacionais, para que possamos fazer uma análise mais clara.

Para Gustavo Capanema, Ministro da Educação durante o período estado-


novista, a educação deveria tornar-se um dos principais “instrumentos do Estado” e
dirigir-se por um sistema de diretrizes morais, políticas e econômicas, totalmente
voltado ao discurso político e ideológico do Estado Novo.

Com o surgimento do Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos (INEP),


fundado por Capanema no ano de 1938, inaugura-se a Faculdade Nacional de
Filosofia da Universidade do Brasil, que teve bastante influência no Ensino Médio e
Superior. No ano de 1939, foram fundadas a Faculdade Nacional de Arquitetura e a
Faculdade de Ciências Econômicas, e á no ano de 1941, foi inaugurada a Escola
Nacional de Educação Física e Desportos, visando principalmente à formação de
profissionais e técnicos em Educação Física.

Na década de 1950, influenciados pelo ideal socialista,


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desenvolvem-se pensamentos progressistas que conquistaram apoio de um grande


grupo de intelectuais e passaram a atuar com partidos de esquerda ou, até mesmo,
servindo como teóricos para motivações de vanguardas políticas e culturais,
fortalecendo, assim, o compromisso com a problemática do ensino público.
O início da década de 1960 foi marcado por crises de ordem política,
econômica e social que culminou na formação da união civil-militar que tirou João
Goulart e tomou poder. Para que se possa entender o contexto da Ditadura Militar é
necessário que se faça uma retrospectiva de como se desencadeou o golpe do ano
de 1964.
O Estado brasileiro sempre se mostrou preocupado com a forma
com que o conhecimento construído com o estudo das Ciências Humanas, em
especial com o conhecimento histórico era passado à sociedade. Por tal motivo,
foram realizadas as reformas no ensino de História, uma vez que esta significava
ameaça aos interesses do Estado representado pelos militares. Esvaziar o teor
crítico da disciplina era a garantia da segurança nacional, diante das transformações
sociais ao longo do período ditatorial.
Tal preocupação dos governos em relação ao conhecimento
histórico é uma herança histórica desenvolvida na sociedade brasileira desde 1837,
com a criação do Colégio Pedro II no Rio de Janeiro e a fundação do Instituto
Histórico e Geográfico Brasileiro (IHGB), quando se institui a História como disciplina
escolar obrigatória nos currículos escolares, como confirma Elza Nadai:
No Brasil, sob influência do pensamento liberal francês e o bojo do movimento
regencial, após a Independência de 1822, estruturou-se no Município do Rio de
Janeiro, o Colégio Pedro II (que durante o Império funcionaria como
estabelecimento-padrão de ensino secundário, o mesmo ocorrendo na República,
sob denominação de Ginásio Nacional) e seu primeiro Regulamento, de 1838,
determinou a inserção dos estudos históricos no currículo, a partir da sexta-série.
(NADAI, 1993, p.145-146)
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3 REFERENCIAL TEORICO

Como base para a realização esse projeto será analisados as obras:


A Política de Formação de Professores de História no Regime Civil-Militar: A criação
de Licenciatura Curta em Estudos Sociais. O Ensino de História durante a Ditadura
Militar, dissertação de Rosimary Plazza, fonte também de origem primária. O Legado
Educacional do Regime Militar, dissertação de Derneval Saviani, realizada em 2008.
Soma-se a estes alguns textos de outros autores, como O ensino da Educação
Moral e Cívica durante a ditadura militar, artigo de Nataly Nunes e Maria José de
Rezende. O livro didático de Educação Moral e Cívica na Ditadura Militar de 1964: A
construção de uma disciplina, Artigo de Juliana Miranda Filgueiras
O mundo após a Segunda Guerra Mundial vivia uma grande
tensão com a Guerra ideológica travada entre as duas grandes potências
econômicas vencedoras no conflito mundial, a URSS e os EUA. A busca por aliados
ora do sistema econômico socialista propagado pela União Soviética, ora pelo
capitalismo norte americano dos Estados Unidos, mantinham os países em
constante insegurança, o medo das armas nucleares se espalham entre as nações,
sobretudo nas subdesenvolvidas como no caso do Brasil.
Segundo Tiago Henrique Mendes, o que estava em jogo era a
estrutura econômica que acaba por definir as outras, países cujos problemas sociais
eram de grandes proporções acabavam sendo influenciado pela possibilidade de um
mundo melhor através da adesão ao socialismo, porém, os países centros do
capitalismo, especialmente os EUA tentava impedir que essa possibilidade se
alastrasse por mais países como já havia acontecido com Cuba aqui na América
Latina.
[...] afetou o poder e prestígio dos EUA no continente e concorreu
decisivamente para o desenvolvimento de uma ofensiva anticomunista na América
Latina que fez ressurgir os valores da Guerra Fria. Na verdade, a experiência
cubana fascinou os oprimidos de vários países e os EUA empenharam-se em evitar
o surgimento de algo semelhante em outro ponto das Américas. (GERMANO, 1992,
p.50)
A década de 60 no Brasil é marcada por significativas
transformações no campo político que se intensificam com a tomada da presidencia
da república, então representada por João Goulart. Segundo os militares e políticos
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conservadores as Reformas de Base propostas por João Goulart, em especifico a


reforma agrária constituía uma ameaça aos interesses do empresariado e da elite
brasileira, uma vez que afetaria inteiramente o direito a propriedade privada. “Em
meio à crise que ocorria no mundo, tal fato despertou insegurança nos setores
tradicionais da nossa sociedade, pois poderia colocar em risco a manutenção do
sistema capitalista no Brasil”. (SILVA, 1978)
No cenário educacional a LDB nº 4024 /61, “sancionada após 13
anos de debate especialmente sobre a escola pública e privada, representou uma
vitória dos empresários da educação e dos representantes religiosos da Igreja
Católica”. (FONSECA, 1993, p. 20)
O Golpe ou Revolução Militar de 1964 foi justificado pelos militares
como uma ação de proteção a segurança do país, alegando proteger a política
nacional que segundo eles estava ameaçada pelos comunistas, portanto era preciso
manter a ordem para garantir o desenvolvimento econômico do Brasil:
Os rumos do desenvolvimento precisavam ser definidos, ou em
termos de uma revolução social e econômica pró-esquerda, ou em termos de uma
orientação dos rumos da política e da economia de forma que eliminasse os
obstáculos que se interpunham à sua inserção definitiva na esfera de controle do
capital internacional. Foi esta última a opção feita e levada a cabo pelas lideranças
do movimento de 1964. (ROMANELLI, 1978, p.193)
“O papel da educação assim como as metas para o setor,
estabelecidas pelo Estado Brasileiro a partir de 64, estiveram estritamente
vinculados ao ideário de segurança nacional e de desenvolvimento econômico”.
(FONSECA, 1993, p.19)
Neste sentido, as idéias apresentadas pelos dois autores citados
acima, podemos perceber que as escolas e universidades públicas se configuram
como aparelho ideológico do Estado, isto é, a educação ideológica é usada para
manter os interesses do mesmo. Assim os currículos e programas constituem o
instrumento mais poderoso de intervenção do Estado no ensino, o que significa sua
interferência, em última instância, na formação da clientela escolar para o exercício
da cidadania, no sentido que interessa aos grupos dominantes.
Segundo Skidmore (1988), “tornou-se necessário naquele momento,
adequar todas as instâncias nacionais aos interesses da nova classe no poder para
que o Regime Militar pudesse ser legitimado e não correr o risco de ser deposto”.
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Nesta perspectiva, foi criado um aparato governamental que restringia os direitos


civis e políticos da população a fim de calar as possíveis vozes de contestação ao
regime. É nesse momento que o governo estruturou e aprovou as reformas
educacionais, sendo elas a Reforma Universitária (Lei 5.540/68) e a Reforma do 1º e
2º graus (Lei 5692/71)
[...] ao se revestir de legalidade [Lei 5.540/68 e do Decreto 464/69],
possibilitou o completo aniquilamento, por parte do Estado de Segurança Nacional,
do movimento social e político dos estudantes e de outros setores da sociedade civil.
A ordem foi restabelecida mediante a centralização das decisões pelo Executivo,
transformando a autonomia universitária em mera ficção, bem como pelo uso e
abuso da repressão político-ideológica. A institucionalização das triagens
ideológicas, a cassação de professores e alunos, a censura ao ensino, a
subordinação direta dos reitores ao Presidente da República, as intervenções
militares em instituições universitárias, o Decreto-lei 477/69 como extensão do AI-5
ao âmbito específico da educação e a criação de uma verdadeira polícia-política no
interior das universidades, corporificada nas denominadas Assessorias de
Segurança e Informações (ASI), atestam o avassalador controle exercido pelo
Estado Militar sobre o Ensino (GERMANO, 1994, p. 133).
Nas idéias do estudioso fica explicito a interferência direta dos
militares no ensino, pois o Estado usa as instituições educacionais para manter o
controle sobre a sociedade.
É no auge da ditadura que foram assinados os Acordos entre o MEC e a USAID. Os
técnicos da USAID (United States Agency for International Development)
participaram diretamente na reorganização do sistema educacional brasileiro. Tais
acordos deram à USAID um poder de atuação em todos os níveis de ensino
(primário, médio e superior), nos ramos acadêmico e profissional, no funcionamento
do sistema educacional, através da reestruturação administrativa, no planejamento e
treinamento de pessoal docente e técnico, e no controle do conteúdo geral do ensino
através do controle da publicação e distribuição de livros técnicos e didáticos
(SILVA, 2005, p.5).
A implantação de um Estado autoritário, a partir de 1964, teve como
conseqüência algumas transformações na área educacional. Instalou-se a educação
tecnicista, atendendo às necessidades advindas com a crescente industrialização,
fruto da influência do capital estrangeiro.
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O modelo político econômico tinha como característica fundamental um


projeto desenvolvimentista que busca acelerar o crescimento sócio-econômico do
país. A educação desempenhava importante papel na preparação adequada de
recursos humanos necessários à incrementação do crescimento econômico e
tecnológico da sociedade de acordo com a concepção economicista de educação
(VEIGA, 1989, p.34).
Entre os anos de 1964 a 1968, os presidentes militares: Humberto Alencar
Castello Branco e Arthur da Costa e Silva junto aos americanos estabeleceram uma
parceria, através do MEC, realizando doze acordos com a United States
International for Development (USAID), realizado os acordos, fez com que esta
parceria fosse tão significativa influenciando reformas e leis na área educacional
brasileira. Os acordos MEC/USAID visavam o fortalecimento do ensino primário, a
acessoria técnica dos americanos para o aperfeiçoamento de melhorias no ensino
médio, modernização administrativa, universitária, entre outros setores incluídos nas
ideologias previstas pólos acordos MEC/USAID (ROSA,2006).
Segundo Romanelli (1978), o agravamento da crise do sistema educacional,
que já vinha de longa data, serviu como justificativa para os acordos entre MEC e a
agência educacional dos Estados Unidos. Os conhecidos “Acordos MEC/USAID”,
eram firmados com a AID (Agency for International Development), a qual daria
assistência técnica e financeira para o sistema educacional brasileiro.
Os acordos MEC/USAID trouxeram mudanças dentro do sistema educacional
- marcado por influência norte americana – que seriam um sustentáculo às reformas
do ensino superior e posteriormente de 1º e 2º graus (VEIGA, 1989). Entre 1964 e
1968 foram realizados doze acordos MEC/USAID, sendo que alguns desses
vigoraram até o ano de 1971. Ocorreu, assim, um comprometimento da política
educacional brasileira, pois, tudo o quanto se estabelecia era convencionado pelas
determinações dos técnicos americanos (GHIRALDELLI, 2000).
O novo modelo educacional desenvolveu como característica um sistema
educacional autoritário e domesticador (RIBEIRO, 2000). Para Aranha (1996), a
política norte-americana direcionada ao Brasil se assenta em três pilares
ideológicos: educação e desenvolvimento ; educação e segurança ; educação e
comunidade.
O intuito da neutralidade científica foi inspirado nos princípios de
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racionalidade, eficiência e produtividade. Através desses, instalou-se nas escolas a


divisão do trabalho com a mera justificativa de produtividade e verificou-se maior
saliência na distância entre quem planeja e quem executa.
Onde se tem de procurar a causa principal desse estado, antes de
inorganização do que de desorganização do aparelho escolar, é na falta de quase
todos os planos e iniciativas da determinação dos fins da educação (aspectos
fisiológicos e sociais) e da aplicação (aspecto técnico) dos métodos científicos aos
problemas da educação (...).Certo, um educador pode bem ser um filósofo e deve ter
a sua filosofia de educação; mas, trabalhando cientificamente nesse terreno, ele
deve estar tão interessado na determinação dos fins da educação, quanto também
dos meios de realizá-los. O físico e o químico não terão necessidade de saber o que
está a se passar além da janela do seu laboratório.[...] (AZEVEDO In RIBEIRO,
2000, p.167).
Segundo Pellanda (1986), como fórmula para “limitar” as ciências humanas,
extraiu-se o principal objetivo através do engessamento do censo crítico e do
desenvolvimento da relação professor/aluno. O ensino deveria estar voltado para o
desenvolvimento científico e tecnológico, culminando no chamado cientificismo, isso
causou uma visão restrita, limitada e reduzida, segundo a qual, a ciência (exata) é o
único conhecimento válido.
A educação pública tem de ser, pois, reestruturada para contribuir também,
como lhe compete para o progresso científico e técnico, para o trabalho produtivo e
o desenvolvimento econômico. A reivindicação universal da melhoria das condições
de vida, com todas as suas implicações econômicas, sociais e políticas, pode
permanecer insensível ou mais ou menos indiferente à educação de todos os graus
se nesse ou naquele setor, como no ensino de grau médio e, especialmente, o
técnico, a precária situação em que ainda se encontra a educação, está ligada ao
estágio de desenvolvimento econômico e industrial, ou por outras palavras, se deste
dependem os seus pregressos, é legítimo indagar em que sentido a medida a
educação , em geral, e, em particular, a preparação científica e técnica pode ou
deve concorrer para a concepção econômica do país. Os povos têm demonstrado
que “o seu poder e sua riqueza dependem cada vez mais de sua preparação para
alcança-los[...] (GHIRALDELLI, 2000, p.155).
A educação tecnicista se encontrava encaixada nos ideais de racionalismo,
objetivando organização e eficiência. O educador era considerado um técnico
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orientado por outros técnicos através de instruções técnicas e objetivas.

A adaptação do ensino à concepção taylorista , típica da mentalidade


empresarial tecnocrata, exige, portanto, o planejamento e a organização racional do
trabalho pedagógico além da operacionalização das objetividades desejadas.
Quanto às reformas tecnicistas, houve a tentativa de aplicar, na área educacional,
um sistema empresarial característico do capitalismo com finalidade de atender às
exigências de uma sociedade industrializada e tecnológica (PELLANDA, 1986).
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4 SÉRIE/ANO PARA O QUAL O PROJETO SE DESTINA

O Projeto consiste para alunos do ensino médio que em um objetivo geral


tende desenvolver um estudo crítico em relação ao período da ditadura militar,
dando ênfase em compreender fatos históricos como ações humanas significativas
em determinado período histórico, entender os sujeitos da História enquanto agentes
de ação social, por isso significativo para os estudos históricos.
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5 OBJETIVOS

 Desenvolvimento de competências ligadas à leitura, análise, contextualização


e interpretação das diversas fontes e testemunhos da época da ditadura.

 Debater, tomando uma posição, defendendo-a argumentativamente e


mudando de posição em face de argumentos mais consistentes.

 Produzir novos discursos sobre as diferentes realidades sociais, a partir das


observações e reflexões realizadas.
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6 PROBLEMATIZAÇÃO

A aula irá contribuir e favorecer o reconhecimento dos acontecimentos


ocorridos durante o período da ditadura militar. Podemos através de fatos históricos
conhecer a luta pelos direitos humanos e cidadania, de modo que os alunos tenham
a oportunidade de reconhecer a importância dessas lutas e suas conquistas para o
nosso país.
Refletir sobre as transformações decorrentes ao fim da segunda guerra
mundial (redefinição da ordem política, econômica internacional), o mundo deixa
para trás o totalitarismo. Será analisado o caso Brasileiro no contexto do golpe, a
ditadura e a volta a democracia, trabalhar com fotos do período de repressão para
contextualizar este período conturbado da História do Brasil.
Expor aos alunos os efeitos dos atos institucionais que promoveram a perda
de garantias e direitos individuais, como forma de reprimir o movimento comunista e
a luta armada no Brasil. É importante analisar a ordem cronológica dos fatos.
Como forma de aprofundar a capacidade de argumentação dos alunos,
promover um debate em classe sobre os problemas econômicos, sociais e políticos
enfrentados pelo país durante o regime militar, mostrando qual a influência, nos dias
atuais, das soluções encontradas naquele período.
E ter esse entendimento de como era ensinar a história em um período que a
disciplina foi abolida do currículo escolar. Esse foi o desafio dos professores durante
o regime militar (1964-1985) no país.
Além do fato de os professores passarem por ‘treinamento’ oferecido pelo
sistema, as matérias de História e Geografia foram substituídas pelo chamado
“Estudos Sociais”. Nessa disciplina o mesmo professor teria de ensinar as duas
matérias com livros didáticos que obrigatoriamente passavam pelo crivo da censura.
A consciência histórica é fundamental para as pessoas se desanuviarem de
preconceitos e estereótipos. Possibilita pensar de forma empática, se colocando no
lugar do outro.
O ensino de História no Brasil se confunde com a própria História do país e da
educação. A instrução pública que nasceu com a promessa de uma
instrumentalização dos homens para o exercício da liberdade e do desenvolvimento
social se mostrou, ao longo dos séculos XIX e XX, muitas vezes, comprometida por
fatores econômicos e políticos desfavoráveis, mas que não impediram a reflexão e a
busca por um ensino de melhor qualidade.
No que se refere, particularmente, ao período do regime militar, a luta de
amplos setores da sociedade, que envolveu acadêmicos, professores e alunos,
mesmo no período de maior repressão, fez a diferença: tanto para a
redemocratização do país quanto para questionar a forma tradicional e conservadora
de se pensar a educação e o ensino de História. A importância que os militares
dispensaram na descaracterização da disciplina nos serve, ainda hoje, como um
ponto de partida para a reflexão acerca das possibilidades que a História nos
fornece para questionarmos a ordem vigente.
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7 O PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO

Introdução ao conteúdo: GOLPE DE ESTADO

-Golpe de Estado, também conhecido internacionalmente como coup d’État


(em francês) e Putsch ou Staatsstreich (em alemão), designa uma mudança de
governo súbita, imposta por uma minoria que age com o elemento surpresa.

-Tem este nome de golpe porque se caracteriza por uma ruptura institucional
violenta, contrariando a normalidade da lei e da ordem e submetendo o controle do
ESTADO(poder político institucionalizado) a pessoas que não haviam sido
legalmente designadas .

-Um Golpe de Estado costuma acontecer quando um grupo político renega as


vias institucionais para chegar ao poder e apela para métodos de coação, coerção,
chantagem, pressão ou mesmo emprego violência direto da para desalojar um
governo. No modelo mais comum de golpes (principalmente em países do terceiro
mundo), as forças rebeladas (civis ou militares) cercam ou tomam de assalto a sede
do governo (que pode ser um palácio presidencial ou real, o prédio dos ministérios
ou parlamentares), às vezes expulsando, prendendo ou até mesmo executando os
membros do governo deposto. Outros aspectos comuns que acompanham
(antecedendo ou sucedendo) um Golpe de Estado são:

Suspensão do PODER LEGISLATIVO, com fechamento do congresso ou


parlamento;

Prisão ou exílio de oposicionistas e membros do governo deposto;

Intenso apoio de determinados setores da sociedade civil;

Instauração de regime de exceção, com suspensão de direitos civis,


cancelamento de eleições e decretação dees, estado de sítio,estado de emergência
ou leis marcial;

Instituição de novos meios jurídicos (decretos, atos institucionais, nova


constituição) para legalizar e legitimar o novo poder constituído.
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8 TEMPO PARA REALIZAÇÃO DO PROJETO

CRONOGRAMA DO PROJETO DE ENSINO EM HISTÓRIA


TEMA: ENSINO DA HISTORIA NA DITATURA MILITAR
( ) Ensino Fundamental ( x ) Ensino Médio Ano Escolar: 2º ano
Data: Atividades
06/05/2016 Introdução ao conteúdo com analises de imagens
10/05/2016 Trabalho através das musicas da época
13/05/2016: Vídeos sobre a ditadura
17/05/2016 Entrevista com professores que vivenciaram essa época
20/05/2016 Estudar as noções de moral e civismo que foram implantadas
no currículo escolar da época.
24/05/2016 Discussão em sala de aula
27/05/2016 Prova sobre o tema
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9 RECURSOS HUMANOS E MATERIAIS

Materiais como revistas, filmes, livros e musicas.


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10 AVALIAÇÃO

Conhecer a trajetória do ensino de História do Brasil é um fator fundamental


para a atuação dos profissionais da educação que trabalham com a disciplina.
Porém, ainda é algo distante da realidade de grande parte dos professores que a
lecionam nas escolas da rede pública.
Neste sentido, buscou-se com esse projeto fazer uma discussão sobre as
reformas no ensino de História durante a Ditadura Militar no Brasil (1964-1985), bem
como compreender as razões políticas para estas reformas. Portanto, conhecer
como se deu a formação dos professores de História nos cursos de Licenciatura
Curta em Estudos Sociais e o reflexo dessa formação na escola, foram as bases de
construção desse trabalho. Para isso, foi necessário fazer uma trajetória do ensino
de História no Brasil.
Não se pretende avaliar como instrumentos de alienação ou redução da
capacidade de pensar dos alunos a inclusão das disciplinas de EMEC, OSPB e
Estudos Sociais no currículo. Visto que as duas primeiras já haviam sido inclusas em
momento anterior ao golpe ou revolução de 1964, com as reformas de ensino
propostas pela LDB de 1961. Por outro lado, não se pode negar que suas propostas
teriam sido modificadas pelo governo militar.
Durante o desenvolvimento do presente Trabalho, se procurou estabelecer
uma comparação entre o ensino de história durante o período da Ditadura Militar
com os dias atuais, buscando apontar os resquícios desse período de
desvalorização da disciplina, onde os métodos tradicionais e a preocupação da
formação de cidadãos nacionalistas substituem a preocupação da formação política,
social e cultural dos educandos.
Nesta perspectiva, se percebe que muitas características do ensino da
História Tradicional, ainda estão presentes nas escolas brasileiras atualmente, a
exemplo de métodos como aula expositiva, aplicação de questionários e o uso do
livro didático como único recurso para muitos professores. Permanecem “o ensino
factual do conhecimento histórico, anacrônico, positivista e temporalmente estanque”
(SCHIMIDT & CAINELLI, 2004, p.12).
No entanto, com as mudanças ocorridas no ensino após o fim da Ditadura
Militar na década de 1980, muitos profissionais romperam com as práticas
tradicionais de ensino. “Desta forma, novos textos, tais como a pintura, o cinema, a
fotografia etc., foram incluídos no elenco de fontes dignas de fazer parte da história
e passíveis de leitura por parte do historiador” (CARDOSO e MAUAD, 1997,p. 402).
Portanto, o desafio para os profissionais da área de História hoje se constitui em
fazer uso de linguagens alternativas, isto é, o uso de fontes iconográficas, não se
pautando apenas aos documentos escritos, mas usufruir dos recursos tecnológicos
em suas aulas.
Em suma, partindo do pressuposto de que a aprendizagem é um processo
subjetivo e com influências coletivas, requer do educador a utilização de
metodologias inovadoras, com uso de objetos mediadores variados, que promovam
a motivação, o prazer de aprender, desconstruindo nos alunos a idéia de que a
História é uma disciplina chata que estuda apenas o passado. Assim, o educando
passa a perceber que a História é uma disciplina dinâmica, importante para a
compreensão do presente, portanto indispensável para sua formação enquanto
cidadão.
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REFERÊNCIAS:

PLAZZA o Ensino de História durante a Ditadura MilitarRosimary Plazza

SAVIANI o Legado Educacional do Regime Militar Saviani

FILGUEIRAS o livro didático de Educação Moral e Cívica na Ditadura Militar de


1964: A construção de uma disciplina

GERMANO, José W. Estado Militar e Educação no Brasil. 2ed São Paulo: Cortez,
1994.

LIMA E FONSECA, Thais Nívia de. O ensino de História do Brasil: concepções e


apropriações do conhecimento histórico (1971-1980). In: CERRI, Luiz Fernando
(org). O Ensino de História e a Ditadura Militar. 2ª ed. Aos Quatro Ventos, 2007.

NADAI, Elza. O ensino de História no Brasil: trajetória e perspectiva. Revista de


História, no 25/26. São Paulo: ANPHU, 1993, p.143-162.

CARDOSO, Ciro F. & MAUAD, Ana Maria. “História e imagem: os exemplos da


fotografia e do cinema”. In: Domínios da História: Ensaios de Teoria e Metodologia.
Rio de Janeiro: Campus, 1997, p. 401-418.

SCHIMIDT, Maria & CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione,
2004.

SILVA, H. 1964: Golpe ou Contragolpe? 2a. edição. Porto Alegre: L&PM Editores
Ltda., 1978.

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