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Contexto Histórico
1Pontífice máximo (em latim: pontifex maximus , lit. "máximo/supremo construtor de pontes"), na Roma Antiga,
designava o sacerdote supremo do colégio dos sacerdotes, a mais alta dignidade na religião romana. [1] Inicialmente
somente os patrícios podiam ocupá-lo, até um plebeu ser designado para o cargo em 254 a.C..
2 O Ius Romano é formado por “fontes”, que deram origem ao Ius Civile. São as fontes manifestandi, referentes ao modo de
formação das normas jurídicas,nomeadamente os Mores Maiorum, que constituem a base do Ius Romanum.Os Mores Maiorum são a primeira
fonte manifestandi, a primitiva interpretatio,sendo produzida pelo “populus”, que constitui a fonte exsistendi do Direito
Romano.Assume-se como a tradição de uma comprovada moralidade, um saber/costumetranslacticío que se impunha aos cidadãos como norma
O costume romano era semprealgo moral, honesto, digno de acatamento e de imitações, uma prática reiterada comconvicção de
obrigatoriedade.Dá-se, portanto, na sociedade Romana, a transformação da tradição, que nãoexige convicção de obrigatoriedade, em costume, a
partir do momento em que um actode autoridade é assumido por todos, ocorrendo a massificação do conhecimento que se torna laicizado
3 A Lei das Doze Tábuas (Lex Duodecim Tabularum ou simplesmente Duodecim Tabulae, em latim) constituía uma
antiga legislação que está na origem do direito romano. Formava o cerne da constituição da República Romana e
do mos maiorum (antigas leis não escritas e regras de conduta). Foi uma das primeiras leis que ditavam normas
eliminando as diferenças de classes, atribuindo a tais um grande valor, uma vez que as leis do período
monárquico não se adaptaram à nova forma de governo, ou seja, à República e por ter dado origem ao direito civil e
às ações da lei, apresentando assim, de forma evidente, seu caráter tipicamente romano (imediatista, prático e
objetivo).
foram paulatinamente – e no decorrer dos séculos seguintes – se especializando na
interpretação, na criação e na execução das leis.
Começam a destacar-se, então, os primeiros grandes pensadores do direito romano –
que serve de esteio para o direito ocidental moderno, direta ou indiretamente.
Um dos principais representantes deste grupo é, sem dúvida, Marco Túlio Cícero, que,
embora se tenha destacado muito mais pelos seus discursos jurídicos e pelo seu papel de
defensor público, contribuiu de maneira notória para a formulação do conceito e dos
elementos das leis em dois de seus tratados filosóficos: o De Republica e o De Legibus.
Influenciado por Platão, Cícero escreveu o De Republica, na qual defende o modo
republicano de Roma, no qual aos aristocratas mais educados e ricos detinham todo o
poder político.
Complementando esta obra, Cícero escreveu o De Legibus, na qual ele apresenta sua
noção a respeito de lei e justifica certas leis romanas de então. O De Legibus é
composto de cinco livros, mas apenas os três primeiros chegaram até nós.
Baseando-se em preceitos da filosofia grega estóica e da Academia, Cícero concebe o
direito como algo racional e natural:
“A lei é a razão suprema da Natureza, que ordena o que se deve fazer e proíbe o
contrário. Esta mesma razão, uma vez confirmada e desenvolvida pela mente humana,
se transforma em lei. Por isso, afirmam que a razão prática é uma lei cuja missão
consiste em exigir as boas ações e vetar as más.”
É a natureza que faz com que os homens sejam capazes de discernir entre o bem e o
mal, o honroso do desonroso.
Desta forma, na conceção ciceroniana de lei, o agir com justiça e honestamente é
simplesmente seguir a natureza, de acordo com a vontade das divindades. Dada esta
proporção universal/natural da lei, torna-se evidente o motivo pelo qual a lei romana
para Cícero era em si natural e comum a todos os seres humanos, e justifica a
transmissão desta lei a todos os povos através do Império territorial.
A lei natural une os homens entre si e, ao mesmo tempo, une homens e deuses.
“Ó Origem causa das causas, não te esqueças de mim!” – esta foi a frase que Cícero
pronunciou pouco antes de ser morto pela espada de um soldado. Isso revela sua
percepção estoica do mundo. Era a ideia de logos, a causa das causas, que Cícero traduzia
por Deus.
Os soldados voltaram a Roma dando a noticia de que a cidade se livrava naquele momento
daquele que, pelo poder da palavra, subvertia a ordem e o poder constituído.
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Questor (do [latim] quaestor, procurador) era o primeiro passo na hierarquia [[política]/ da Roma Antiga (cursus
honorum). O cargo, que implicava funções administrativas, era geralmente ocupado por membros da classe
senatorial. O mandato como questor dava acesso direto ao colégio do senado romano. Por serem os cobradores de
impostos do império, eram mal-vistos pela população, pois eram "interventores"
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1. Vereador, membro da Câmara Municipal.
2. Magistrado que tinha a seu cargo vários serviços urbanos na Roma antiga.
6
Pretor (em latim: Praetor) era um dos títulos concedidos pelo governo da Roma Antiga a homens que
atuavam em duas diferentes funções oficiais: comandante de um exército (já em campanha ou, muito
raramente, antes dela) ou um magistrado eleito para realizar diversas funções (que variaram em
diferentes períodos da história de Roma).
7
Cônsul (Roma Antiga) — magistratura máxima durante a República Romana e no início do Império Romano
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procônsul (proconsul, em latim) era o governador de uma província romana.
Influência de Cícero
A física estoica tem por base a afirmação da existência de uma razão universal, uma
natureza intrínseca presente e atuante em todas as coisas que produz e governa a
realidade de acordo com um conjunto de leis que se encadeiam de maneira necessária e
harmoniosa.
Para os estoicos o homem tem, desde o início de sua existência, por natureza, meios de
distinguir o que é conforme e o que é contrário à natureza.
Assim viver de maneira ética seria viver de acordo com a natureza.
A virtude residiria na conformação à ordem natural das coisas, o que levaria o homem a
felicidade.
Cícero, em sua filosofia, traz do estoicismo a crença de um universo racionalmente
ordenado, na presença da razão em todos os homens, que atribui a cada ser a sua
essência e a tarefa para o qual foi direcionado durante sua existência, e ainda na
consubstancialidade dessa razão com a alma humana, ligando a ordem da natureza com
a ordem moral.
Para fundar o direito seria necessário, pois tomar essa lei inscrita no interior
de cada homem, identificada com a razão, e explicitá-la.
É a lei natural que funda o direito possibilitando e gerando a convivência social.
A formação do caráter ético tem início no aprimoramento das primeiras
tendências e inclinações que o homem recebe da natureza. Sendo o ser humano
parte da razão universal e sujeito à ordem cósmica, espontaneamente repelirá o que
for prejudicial e acolherá o que for útil.
É assim a Natureza que permite distinguir entre o justo e o injusto, entre o honroso e o
desonroso, por nos ter dotado de igual inteligência e nos ter capacitado para relacionar o
honroso com a virtude e o desonroso com o vicio.
O Direito, na concepção de Cícero, é apresentado como o respeito que os homens
devem a tudo que é humano, a saber, como o conjunto dos direitos de todos sobre cada
um, ou das obrigações de cada um em relação a todos.para estabelecer um direito capaz
de governar uma comunidade humana, é necessário que remontemos à fonte de toda a
universalidade: a natureza.
A experiência de Cícero como homem público forma nele o entendimento de que sem o
direito não é possível organizar a vida social.
No entanto, essa organização deve ser pautada no verdadeiro direito, qual seja o direito
natural.
Cícero entendia que o estudo do direito não poderia se limitar ao estudo de questões
meramente casuísticas, pois o direito é um dos elementos mais importantes para se
manter a República.
Cícero acreditava que, para conhecer o direito, era necessário aproximar-se da
Filosofia, pois para descobrir suas fontes era preciso em primeiro lugar colocar em
evidencia os dons recebidos da natureza, analisar as qualidades boas que o espírito
humano possui, verificar a tarefa reservada para o gênero humano. A natureza do
direito, segundo ele, é explicada e entendida a partir da natureza do homem e não
dos textos jurídicos.