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Graduando em Ciências Biológicas do Centro Universitário Metodista Izabela Hendrix
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Drª em Genética e Melhoramento de Plantas e professora do Centro Universitário Izabela
Hendrix
Por ser de fácil plantio, em algumas regiões o milho é plantado o ano todo, em
regime de safra e safrinha (CRUZ et al., 2008).
Mais de 20 doenças já foram identificadas no milho, contudo, pela
frequência e intensidade em que ocorrem, somente algumas apresentam
35 relevância econômica (FERNANDES & BALMER, 1990).
Podemos destacar as doenças fúngicas como as que acarretam maiores
perdas na produção (CASA et al.; FERNANDES & OLIVEIRA, 2000).
O presente estudo tem como objetivo identificar as principais doenças
fúngicas quem acometem o milho, fazendo uma comparação entre suas
40 características e as principais formas de manejo.
MATERIAL E MÉTODOS
O milho na economia
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Tabela 01: Estimativa de consumo de milho em grãos no Brasil
2001
Uso
(1000 t) (%)
Conumo animal 26.366 63,5%
- Avicultura 13.479 32,4%
- Suínocultura 8.587 20,7%
- Pecuária 2.772 6,7%
- Outros animais 1.528 3,7%
Industrial 4.163 10,0%
Consumo Humano 1.505 3,6%
Perdas e Sementes 263 0,6%
Exportação 5.629 13,6%
Outros 3.613 8,7%
Total 41.539
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Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), nas safras de 2007
a 2012, a produção brasileira total de milho situou-se em 54 milhões de toneladas
anuais. A safra recorde foi obtida em 2008, quando o país colheu 58,65 milhões de
toneladas (Tabela 02).
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Tabela 02: Produção brasileira do milho 2007 a 2008
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As doenças fúngicas podem atacar diversos órgãos da planta. As podridões do
colmo e da raiz no milho, são importantes por reduzirem a qualidade dos grãos e
forragens durante a produção (COSTA et al., 2009). Dentre as patologias fúngicas que
120 acometem o colmo e a raiz, as principais estão descritas na Tabela 03.
CONDIÇÕES
FUNGO SINTOMAS EVOLUÇÃO DA
DOENÇA AMBIENTAIS
PATOGÊNICO PRINCIPAIS DOENÇA
FAVORÁVEIS
Coalescencia das
Lesões elípticas na Longos perídodos de
Antracnose Colletrochum lesões formando
vertical, encharcadas, alta temperatura e
do colmo graminicola extensas áreas
estreitas ou ovias. umidade
necrosadas
Fontes: PINTO et al., 2007; FERNANDES & OLIVEIRA,2000; PEREIRA, 1997; CASELA et al., 2006
Doenças fúngicas foliares (Tabela 04), segundo Fornasieri Filho (1992), por
125 Jardine & Laca-Buendia (2009), os danos causados pelas doenças foliares em milho,
são indiretos, através da redução da área foliar ficando a planta debilitada e mais
vulnerável a entrada de patógenos apodrecedores de colmo e raiz.
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Tabela 04: Principais doenças fúngicas foliares do milho
Pústulas marrom-claras
Alta umidade, tempraturas em
Ferrugem circulares a ovais, Lesões necróticas e
Puccinia polyssora torno dos 27 ºC e altiutudes
polissora distribuidas em ambas merrom-escuras
inferiores a 900 m
as faces da folha.
Pústulas se rompem Temperaturas entre 16 ºC e
Pústulas elípticas
Ferrugem longitudinalmente, 23 ºC, umidade alta, presença
Puccinia sorghi alongadas em ambas as
comum assumindo aspecto de do hospdeiro intermediário,
faces da folha
fendas trevo (Oxalis spp.)
Pústulas brancas ou
amareladas em Morte prematura das Ambientes úmidos,
Ferrugem
pequenos grupos folhas por temperaturas moderadas a
tropical ou Physopella zeae
distribuidos em amabas coalescimentos das altas ( 22ºC a 34 ºC), baixa
Ferrugem branca
as faces da folha, lesões altitude e plantio tardio
paralelos as nervuras
Fontes: PINTO et al., 2007; FERNANDES & OLIVEIRA,2000; PEREIRA, 1997; CASELA et al., 2006
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140 2) realizar o plantio em época adequada, de modo a evitar que os períodos críticos
para a cultura coincidam com condições ambientais mais favoráveis ao
desenvolvimento da doença;
3) utilizar sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas;
4) utilizar rotação com culturas não suscetíveis;
145 5) rotação de cultivares;
6) manejo adequado da lavoura – adubação equilibrada (N e K), população de plantas
adequada, controle de pragas e de invasoras e colheita na época correta.
Entretanto, as formas citadas por Costa et al. (2009), existem suas vantagens e
150 desvantagens, sendo cada medida específica para um casa, conforme mostra a figura
01.
Figura 01: Eficiência das medidas para o controle das principais doenças do milho
155 Fonte: PINTO et al., 2007. Manejo das Principais Doenças do Milho
DISCUSSÃO
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160 De acordo com Silva e Schipanski (2007), os danos observados pelas
foliares são decorrentes de lesões e necroses do tecido vegetal que limita a
intercepção da radiação solar e translocação de fotoassimiliados, justificando o
motivo das doenças fúngicas foliares serem tão severas e as que necessitam de
maior atenção. Com a destruição foliar, a planta terá deficiência em seu
165 processo de nutrição, sendo este diretamente ligado com a fotossíntese,
resultando em severas complicações nos demais órgãos vegetais, como por
exemplo na inutilidade dos grãos (BRITO et al, 2008). Pode-se considerar que a
folha da espiga e as folhas acima e abaixo da espiga podem representar de 33%
a 40% da área total da planta (Pataky, 1992). Se haver uma redução de 50% da
170 radiação incidente 15 dias antes e 15 dias depois do florescimento pode provocar
uma redução de 40% a 50% no rendimento de grãos (Fischer & Palmer, 1984).
Segundo Fancelli (1988), uma destruição de 25% da área foliar do milho em sua
porção terminal, próximo ao florescimento, pode reduzir 32% a produção.
Shurtleff, (1992) e Reis et al., (2004), mostram que podridões do colmo
175 consistem no apodrecimento dos tecidos do colmo evidentes quando as plantas
estão próximas da colheita, onde os danos causados são atribuídos a
paralisação do processo normal de enchimento de grãos, ao acamamento das
plantas e a morte prematura da planta no final do ciclo da cultura.
Ao falar das formas de manejo, PINTO et al.,(2007) condiz que é difícil
180 acumular em um único cultivo, ter genes de resistência para todas as doenças
do milho. Mas mesmo assim, no mercado estão disponíveis mais de 200
cultivares de milho, com diferentes níveis de resistência às principais doenças
dessa cultura, já que o melhoramento genético é a principal e a mais eficaz forma
de manejo das doenças fúngicas.
185 Outra forma é a rotação de cultivares, segundo Reis et al. (2004), essa é
uma técnica essencial e eficiente somente à doenças onde o patógeno sobrevive
nos restos das culturas infectadas ou no solo, garantindo assim não
contaminação dos cultivares seguintes a ao fungo transmissor. Porém deve-se
levar em conta que as estruturas de propagação dos patógenos que sobrevivem
190 nos restos de cultura, somente são eliminadas totalmente após a completa
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mineralização da palhada. Assim, o tempo necessário de rotação com outras culturas
depende diretamente do tempo necessário para a mineralização dos restos culturais
do milho (PINTO et al., 2007)
O controle químico possui eficiência no controle das doenças foliares do milho
195 mediante o uso de fungicidas, onde irá depender da eficácia de sua pulverização na
cultura, onde é muito dificultada pela disposição da planta, principalmente na planta
adulta (PINTO et al., 2007).
Das doenças fúngicas citadas no trabalho, destaca-se a alta umidade, como fator
favorável comum ao desenvolvimento das doenças fúngicas. Observa-se também que
200 na maioria das patologias fúngicas, em trono de 25 ºC e 28 ºC, irá favorecer a doença.
Devido ao aumento da produção do milho no Brasil, pode este, ser um fator
contribuinte para o aumento das doenças, já que o crescimento da população,
deslocamento da cultura para novas regiões, plantio direto, onde este contribuiu para
o acúmulo de inóculos de patógenos, sobrevivência de insetos vetores (FERNANDES
205 & OLIVEIRA, 2000).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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BRITO, André Humberto de, et al. Avaliação da severidade da cercosporiose e
rendimento de grãos híbridos comerciais de milho, Revista Brasileira de Milho e
Sorgo, 2008.
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CASA, Ricardo Trezzi, et al., Quantificação de Danos causados por doenças em
milho, Santa Catarina
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JARDINE, D. F., LACA-BUENDÍA, J. P. Eficiência de fungicidas no controle de
255 doenças foliares na cultura do milho, Uberaba, 2009.
PATAKY, J. K. Relationships between yield of sweet corn and northern leaf blight caused
260 by Exserohilum turcicum. Phytopathology, Saint Paul, v. 82, p. 370-375, 1992.
PEREIRA, O.A.P., et al. – Doenças do Milho (Zea mays), In KIMATI, H; AMORIM, L.;
BERGAMIN F., A.; CAMARGO, J. F. A. C.; REZENDE, J. A. M. - Manual de fitopatologia:
Doenças das plantas cultivadas. 3a Ed. Vol. 2, Editora Agronômica Ceres Ltda. São Paulo
265 SP, 1997.
270 SILVA, O.C.; SCHIPANSKI, C.A. Doenças do milho: o desafio da produtividade com
qualidade. In: Milho: fatores determinantes da produtividade. FANCELLI, A.L.;
DOURADO NETO, D. (Eds.), Piracicaba: ESALQ/USP/LPV, 2007. p.106-116.
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