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PLANEJA
Capítulo 1 -IMPORTÂNCIA DO PLANllAMENTO
Aldo Dórea Mattos
indústria da construção tem sido um dos ramos produtivos que mais vem sofrendo altera-
Nesse contexto, o processo de planejamento e controle passa a cumprir papel fundamental nas
empresas, na medida em que tem forte impacto no desempenho da produção. Estudos realizados
no Brasil e no exterior comprovam esse fato, indicando que deficiências no planejamento e no
controle estão entre as principais causas da baixa produtividade do setor, de suas elevadas
perdas e da baixa qualidade dos seus produtos.
Atualmente, mais do que nunca, planejar é garantir de certa maneira a perpetuidade da empresa
pela capacidade que os gerentes ganham de dar respostas rápidas e certeiras por meio do
monitoramento da evolução do empreendimento e do eventual redirecionamento estratégico.
(a)Conhecimento
plenodaobra
(b) Detecçãodesituaçõesdesfavoráveis
(c)Agilidadededecisões
(d) Relaçãocomo orçamento
(e)Otimizaçãodaalocaçãoderecursos
(f) Referência
paraacompanhamento
(g) Padronização
(h) Referência
parametas
(i) Documentação
e rastreabilidade
(j) Criaçãodedadoshistóricos
(k) Profissionalismo
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EJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS
A prática de parar para pensar no trabalho somente poucos dias antes de começá-Io é totalmente
equivocada pois não permite tempo hábil para mudança de planos.
Por falta de planejamento e controle, a equipe da obra deixa para tomar providências quando o
quadro de atraso já é irreversível.
Quanto mais cedo o gestor puder intervir, melhor. A Fig. 1.1 ilustra o que se costuma chamar de
oportunidade construtiva, que é a época em que se pode alterar o rumo de um serviço ou do
próprio planejamento a um custo relativamente baixo. Com o passar do tempo, essa intervenção
passa a ser menos eficaz e sua implantação, mais cara - é a oportunidade destrutiva.
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Tempo
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Capítulo l-IMPORTÂNCIA DO PLANEJAMENTO
Aldo Dórea Mattos
o planejamento e o controle permitem uma visão real da obra, servindo de base confiável para
decisões gerenciais, como: mobilização e desmobilização de equipamentos, redirecionamento de
equipes, aceleração de serviços, introdução do turno da noite, aumento da equipe, alteração de
métodos construtivos, terceirização de serviços, substituição de equipes pouco produtivas etc.
Ignorar as produtividades com que os serviços foram orçados significa ficar sem um importante
parâmetro de controle.
Por meio da análise do planejamento, o gerente da obra pode jogar com as folgas das atividades
e tomar decisões importantes como nivelar recursos, protelar a alocação de determinados
equipamentos etc. Como será visto mais à frente, o entendimento do conceito de folga é essencial
para o engenheiro saber quais tarefas podem ter seu início postergado, em qual data mais tarde se
deve mobilizar certo recurso e, também, até quando determinadas despesas podem ser adiadas
sem atrasar a obra.
É contra a linha de base que se compara o que foi efetivamente realizado no campo e que se
tomam as medidas corretivas cabíveis. Ter um planejamento referencial é importante também do
ponto de vista da gestão de pessoas - ele é a meta a ser buscada, é a "cartilha" que todos devem
seguir na condução de suas tarefas diárias.
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lUlEJülENTlO E CONTROLE DE OBRAS
19JPadronização
Programas de metas e bônus por cumprimento de prazos podem ser facilmente instituídos porque
há um planejamento referencial bem construído, sobre o qual as metas podem ser definidas.
Por gerar registros escritos e periódicos, o planejamento e o controle propiciam a criação de uma
história da obra, útil para resolução de pendências, resgate de informações, elaboração de pleitos
contratuais, defesa de pleitos de outras partes, mediação de conflitos e arbitragem.
A falta de administração contratual é um problema sério nas construtoras. Muitas vezes, as empresas
perdem a oportunidade de reivindicar reajustes de prazo e valor por pura falta de registros.
(k) Profissionalismo
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Capítulo 1 IMPORTÂNCIA DO PLAN
Aldo Oórea Manos
A deficiência dos construtores se manifesta em graus variados. Há empresas que planejam, mas
o fazem mal; outras que planejam bem, mas não controlam; e aquelas que funcionam na base da
total improvisação. Enquanto algumas construtoras se esforçam por gerar cronogramas detalhados
e aplicar programações semanais de serviço, outras creem que a experiência de seus profissionais é
o bastante para garantir o cumprimento do prazo e do orçamento.
A deficiência do planejamento pode trazer consequências desastrosas para uma obra e, por
extensão, para a empresa que a executa. Não são poucos os casos conhecidos de frustração de
prazo, estouros de orçamento, atrasos injustificados, indisposição do construtor com seu cliente
(contratante) e até mesmo litígios judiciais para recuperação de perdas e danos.
Um problema sério é que a elaboração do planejamento é muitas vezes encarada como uma missão
enfadonha que o setor técnico da empresa precisa cumprir. O produto final serve apenas para "fazer
figura" ante o cliente. São planilhas, gráficos e cronogramas que prescindem de análise apurada e
muitas vezes nem são aprovados por quem vai fazer a obra, ou sequer submetidos ao crivo da
equipe de produção. Planejamento serve para ajudar, não para representar um ônus.
Em vez de serem vistos como um processo gerencial que deve permear toda a estrutura da empresa,
o planejamento e o controle muitas vezes são confundidos com o trabalho isolado de um setor da
empresa ou com a simples aplicação de técnicas para a geração de planos.
2S
PLANEJAMENTO E CONTROLE DE OBRAS
Os planos gerados sob essa sistemática carecem tanto de uma base de informações consistente,
quanto de procedimentos que garantam a disseminação das informações geradas aos seus
usuários, em um formato adequado e no tempo certo.
Outro problema comum é a equipe fazer o planejamento inicial, mas não atualizá-lo periodicamente.
Sendo a obra um sistema mutável e dinâmico, um planejamento pode virar letra morta rapidamente
se não for atualizado. Planejamento sem controle não existe, o binômio é indissociável. Se um
dos objetivos do planejamento é minimizar as incertezas da obra, é preciso um mecanismo de
apropriação de dados de campo que permita ao gerente avaliar se seu planejamento está sendo
frutífero ou se é melhor replanejar a obra.
Em vez de ser repudiado por trabalhar com premissas que podem não se verificar na prática, o
planejamento deve ser visto como um exercício técnico que se presta a tentar prever, dentro do
melhor cenário futuro verossímil, o impacto das atividades. As incertezas, à medida que o tempo
passa, vão sendo incorporadas ao planejamento por meio de alterações e adaptações dos planos,
com utilização das corretas produtividades dos serviços nas diversas situações.
A informalidade reside no hábito de achar que o planejamento são as ordens transmitidas pelo
engenheiro de campo a seus mestres de obra. Procedendo-se assim, perde-se o conceito sistêmico
de planejamento, com a visão de longo prazo sendo obstruída pelo imediatismo das atividades de
curto prazo.
A falta de um planejamento global formal determina a inadequação dos planos de médio e curto
prazos, acarretando a utilização ineficiente de recursos humanos e materiais da obra.
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Capítulo 1 -IMPORTÂNCIA DO PLAN
Aldo Dórea Mattos
É comum encontrar nas empresas uma supervalorização do "tocador de obras'; engenheiro que
tradicionalmente tem postura de tomar decisões rapidamente, apenas com base na experiência
e na intuição, sem o devido planejamento, o que é considerado perda de tempo. Pela falta de
planejamento, forma-se então um círculo vicioso, uma vez que surge a carência do profissional
com o perfil de "tocador de obras':
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