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A construção
“ Pero la suerte es falta;
da posteridade
esperanza no falta,
muchas vezes”
(Um ensaio
sobre Cláudio Manuel
da Costa)
mineiro” “o mau gosto gongórico, o abuso serve à reposição das categorias dicotô- 7 Almeida Garret, op. cit., p.
356.
de exageradas imagens e amplificações”; micas de Wöllflin para “o Clássico” e “o
8 João Adolfo Hansen lembra
apreciação, cujos suportes críticos mais Barroco”, é o tipo de simplificação que que “data de 1624 a cunha-
remotos são seguramente Sismondi (1813) transforma o hipérbato em critério descri- gem do termo ‘culterano’, que
relaciona ‘culto’ e ‘luterano’,
e Garret (1825), que já na primeira metade tivo para a classificação, supostamente his- usado para classificar a poe-
sia de Góngora como heresia
do século XIX repunham a partir de tórica, de um “objeto literário” como “bar- poética” (J. A. Hansen, “Retó-
Bouterwek (1805) o esquema de Cláudio roco”, à semelhança das imagens em espi- rica da Agudeza”, in Letras
Clássicas, no 4, São Paulo,
êmulo de Metastásio, apesar dos “vários ral e da profusão das formas nas artes plás- Humanitas, 2000, p. 329).
resquícios de gongorismo e afetação ticas, ou da polifonia na música. Porém, o 9 “Sermão da Sexagéxima”, in
seiscentista” (7). A permanência dos juízos “rebuscamento sintático”, muitas vezes Antonio Vieira, Sermões (orga-
nização de Alcir Pécora), vol.
críticos constitui uma história da reposição subentendido na expressão “estilo culto”, I, São Paulo, Hedra, 2001.