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A jurisprudência como fontê dê

dirêito: a sumula vinculantê


19/02/13

Existe uma motivação pragmática para a introdução da súmula vinculante no nosso sistema
jurídico, evitar a banalização dos recursos constitucionais. A súmula vinculante agregou ao
instrumento da súmula o traço da impositividade, que a jurisprudência, normalmente, não tem
no Direito Brasileiro. O efeito disso é que a ação nova versando sobre aquela matéria já
sumulada é resolvida de imediato, não passa por todas as instâncias processuais, ou seja, tem
o efeito prático de reduzir o número de ações.

Temos alguns casos pontuais no nosso Direito em que existe uma previsão de imperatividade
de entendimento jurisprudencial. Ordinariamente, a jurisprudência não é fonte formal do
nosso direito, mas há manifestações jurisprudenciais determinadas, de acordo com a
Constituição, com caráter impositivo. Dentre elas, destacamos a súmula vinculante.

No sistema do Commom-Law, o efeito vinculante é exatamente a questão do precedente


jurisprudencial, como nele a legislação é escassa, o direito surge basicamente do precedente
jurisprudencial, que é a solução que se dá ao caso inédito, a partir do juízo de equidade.

No Brasil, defende-se que a emenda constitucional nº 45 teria criado uma fonte jurisprudencial
de direito, de natureza formal.

A vinculação é formal, cria uma impositividade, mas o que se constata, na prática do Direito, é
que existe uma espécie de vinculação de fato. Uma vez que os tribunais superiores fixarem um
entendimento de maneira sólida sobre uma questão jurídica, a tendência é de os diferentes
tribunais siguirem aquela diretriz prefixada, isso se chama vinculação de fato.

Concluindo, embora os juízes tenham liberdade decisória em súmulas sem caráter vinculante,
normalmente, eles se curvam à corrente majoritária, já que, existindo decisões contraditórias,
o Poder Judiciário pode ser visto com descrédito pela sociedade. Os juízes, então, preocupam-
se em manter uma homogeniedade nas decisões, mantendo a continuidade jurisprudencial,
que dá segurança jurídica.
O STF é o único que edita súmulas de caráter vinculante, ao contrário das demais súmulas, que
podem ser editadas por outros tribunais.

A função dos tribunais superiores é, ordinariamente, de analisar recursos, na sua área de


competência. O STJ é um tribunal cuja competência é a analise, ordinariamente, envolvendo a
incidência de legislação federal. O STF tem como competência básica decidir sobre matéria
envolvendo a constituição brasileira. Esses tribunais, pela própria natureza que
desempenham, não são uma espécie de terceira instancia recursal, em caráter regular, apenas
excepcionalmente.

Contudo, a partir da Constituição Cidadã, o nosso sistema jurídico ficou muito permeável à
subida desses recursos aos Tribunais Superiores. Houve uma distorção da função ordinária
deles. Recorre-se a uma terceira instância, muitas vezes, apenas para retardar o cumprimento
da decisão (recursos protelatórios). Era necessária uma reforma que racionalizasse o sistema
de recursos, surgiu, então, a súmula vinculante.

Portanto, pode-se notar que existe uma motivação pragmática para a introdução da súmula
vinculante no nosso sistema jurídico, evitar a banalização dos recursos constitucionais e o
excesso de recursos idênticos. O novo traço da impositividade fez com que a ação nova
versando sobre uma matéria já sumulada seja resolvida de imediato, não precise passar por
todas as instâncias processuais, logo tem o efeito prático de reduzir o número de ações.

 Excesso de recursos idênticos nos tribunais superiores


 Banalização dos recursos constitucionais
 Afirmação da autoridade interpretativa do STF em relação à constituição

Existe uma outra motivação, cujo caráter é filosófico. Considerando que o STF é o tribunal
guardião pela Constituição, a criação da súmula vinculante conferiu uma autoridade a
interpretação constitucional feita pelo Supremo. É compreensível que, sendo o STF o guardião
da Constituição, a interpretação dada por ele prevaleça. Evita também uma insegurança com
relação à interpretação do documento matricial do Direito brasileiro.

Quando o juiz decide contrariamente à súmula vinculante, ao invés de um processo longo


(recorrer naquele próprio tribunal, aguardar a decisão dele, para então recorrer ao STF
contrário à decisão do tribunal), a parte pode fazer o que é chamado de reclamação
constitucional, isto é, requerer a cassação da decisão diretamente no STF. Deste modo, o STF
pode cassar a decisão, isto é, ele declara a nulidade dela e o órgão competente é obrigado a
proferir outra decisão, funcionando de maneira bem diferente do recurso.
Mas isso não seria uma forma de engessar a atuação judicial? Isso não iria prejudicar a
adaptação do direito a novas situações?

Na realidade, a legislação prevê a possibilidade dos incidentes de revisão de súmula, mesmo


de uma de caráter vinculante. Trata-se de permitir a mudança de um direito sumulado em
função de mudanças, ocorridas com o passar do tempo, que justifiquem a revisão.

Temos que ter em mente que o nosso sistema de direito é ordinariamente legislativo, logo a
função do juiz (ou até do ministro de Tribunal Superior) é de interpretar e aplicar as lei, ele
não as cria. Essa é a atuação regular, a que ocorre em 99% dos casos.

Já no sistema do Common-Law, a logica é inversa, excepcionalmente o juiz vai se curvar a lei,


ordinariamente, o que vai direcionar a pratica do direito do países do Common-Law é a
decisão do caso, é o precedente, que não surge de uma interpretação da lei, pelo menos não
dá forma que se dá no direito de tradição europeia-continental, uma lei abstrata.

Isso é importante porque, na realidade, ao atribuir caráter vinculante a uma súmula do STF, o
que vincula, na realidade, é a interpretação que o STF da Constituição, ele não cria a norma,
apenas a interpreta e essa interpretação adotada que passará a ser obrigatória.

Deste modo, não existe invasão do poder legislativo nisso, pois o STF está aplicando a
constituição a um caso concreto, só que o critério de interpretação que ele utilizar será
reproduzido em outros casos semelhantes que ocorrerem.

A súmula vinculante cria uma espécie de sincretismo entre a tradição do Common-Law e a


nossa tradição de Direito. Sincretismo porque nos utilizamos de um instrumento pertencente
ao nosso sistema já há algum tempo (o enunciado da súmula), mas confere a esse instrumento
um caráter de vinculação.

É importante entender que súmula vinculante se difere de precedente. Este último não tem
uma base normativa prévia, surge de equidade pura, de um juízo de valor que reincide, já a
súmula é uma interpretação, seja da Constituição, seja do Código Civil. Só que, no caso do STF,
a súmula vinculante tem um valor agregado, além de ser uma interpretação, é uma
interpretação obrigatória a todos. Exatamente por isso defende-se que ela é uma fonte
interpretativa de direito no Brasil. Lembrando que as características apresentadas por uma
fonte de direito é oficialidade, aplicar-se de maneira genérica e impositividade.

Outra diferença importante entre os dois sistemas é que no Common-Law basta um


precedente para criar entendimento jurisprudencial, já no nosso sistema, para se editar
súmulas, são necessárias dezenas de decisões em um determinado sentido, justamente para
evitar a indefinição.(32:00)
No entanto, essa questão da vinculação da decisão à interpretação do STF, não é inteiramente
nova no nosso Direito, isto é, não nasceu com súmula vinculante, mas sim com a Constituição
Cidadã, quando ela introduziu o chamado “controle concentrado de constitucionalidade das
leis ou por via de ação”. A constituição prevê a possibilidade de determinados entes, previstos
no art. 102, ajuizarem ações diretamente no STF, arguindo a inconstitucionalidade ou a
constitucionalidade de uma lei. E quando o STF decide a respeito disso, sua decisão tem
caráter vinculante, já que ele que tem a guarda da Constituição.

No entanto, essa questão da vinculação da decisão à interpretação do STF, não é inteiramente


nova no nosso Direito, isto é, não nasceu com súmula vinculante, mas sim com a Constituição
Cidadã, quando ela introduziu o chamado “controle concentrado de constitucionalidade das
leis ou por via de ação”. A constituição prevê a possibilidade de determinados entes, previstos
no art. 102, ajuizarem ações diretamente no STF, arguindo a inconstitucionalidade ou a
constitucionalidade de uma lei. E quando o STF decide a respeito disso, sua decisão tem
caráter vinculante, já que ele que tem a guarda da Constituição.

Efeito vinculante, que surgiu com a constituição de 1988. A inovação que a súmula vinculante
traz é que a partir do advento da súmula vinculante, o STF decide no caso concreto, sob a
constitucionalidade de lei, sob a interpretação que vai ser atribuída a uma lei qualquer, e essa
decisão também tem caráter impositivo em todo o território nacional. Logo, atribuiu-se então
as decisões do STF em sede de recurso, em ações concretas, um efeito análogo ao das decisões
em sede da jurisdição constitucional.

Por conta disso, considera-se a súmula vinculante como fonte atípica jurisprudencial de Direito
brasileiro, ou seja, ordinariamente, a jurisprudência não é fonte formal do nosso Direito,
porém, no caso da súmula vinculante, esse instrumento preenche os requisitos da teoria das
fontes.

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