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CENTRO DE EDUCAÇAO-CEDUC
CAMPINA GRANDE – PB
2012
LUCIENE NAZARÉ SILVA
CAMPINA GRANDE – PB
2012
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Digitado.
Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em
História) – Universidade Estadual da Paraíba, Centro de
Educação, 2012.
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LUCIENE NAZARÉ SILVA
Aprovada em:____/____/____
_____________________________________________
Profa. Ms. Maria José Silva Oliveira
Orientadora
_______________________________________________
Prof.Ms. Matusalém Alves Oliveira
Examinador
______________________________________________
Prof.Esp. Anselmo Ronsard Cavalcanti
Examinador
(DES) CONSTRUINDO A IDENTIDADE NACIONAL:
UM ESTUDO HISTORIOGRAFICO
RESUMO
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Graduanda do Curso de Licenciatura Plena em Historia pela Universidade Estadual da Paraíba.
@
1-Introdução
O que foi produzido sob o titulo de nação brasileira era uma bricolagem; uma
profusão de características que perpassa questões étnicas, políticas, de gênero, religião,
região entre outros.
Na atualidade, as questões são ainda mais plurais visto que
Segundo Iara Andrade, não foi por meio de força, mas de consentimento que a
identidade nacional foi introjetada, e se os interesses do Estado estavam na região
Sudeste, era de lá que tinha que partir os discursos e símbolos representativos não de
uma região, mas, de da nação. “Aquele que tem o poder simbólico de dizer e fazer crê
sobre o mundo tem o controle da vida social e expressa a supremacia conquistada em
uma relação histórica de forças” (PESAVENTO, 2005, p.127)
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Para esse propósito, o Estado utilizava intelectuais para que criem símbolos de
identificação, obras que expressassem valores nacionais, colocando toda a nação
contraditoriamente em baixo das mesmas representações, causando estranhamentos em
função da multiplicidade de identidade que são silenciadas ao eleger uma identidade que
se quer única e absoluta, muitas vezes apelando para o sentimentalismo, patriotismo,
preconceitos.
Freyre produz uma obra mais ampla e plural que Varnhagen. Sendo possível
perceber a valorização das culturas, principalmente a cultura negra, isso por que no
momento da sua escrita o escravismo esta em baixa, e a miscigenação se alastrava. Para
ele, a base da cultura nacional precisava da contribuição indígena, negra e européia
tornando-a harmônica.
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O livro Historia Geral do Brasil, em seus dois tomos, 1854 e 1857 deu origem a
um enredo temático que constituiu um modelo de cronologia constantemente
encontrado em livros didáticos desde meados do século XIX. Sua escrita é permeada
pelo seu lugar social e de sua pratica enquanto historiador e pesquisador do IHGB.
Sergio Buarque de Holanda escreve Raízes do Brasil (1936), apenas três anos
depois de Casa Grande e Senzala (1933) de Gilberto Freyre, e também faz uma analise
das origens do Brasil em Portugal e no latifúndio escravocrata ou na família patriarcal
rural. Na sua obra, Sergio Buarque sugere a existência de três elites: Patriarcal rural,
patrimonialista e a burguesia paulista de base cafeeira. Para ele, “o Brasil está passando
por ‘uma grande revolução’ desde meados do Século XIX, que tem na elite cafeeira e
em setores urbanos mais amplos da sociedade sua base” (PEREIRA, 2000). Ou seja, no
momento da sua escrita, o Brasil esta em pleno processo revolucionário, no entanto,
esse movimento se dá em marcha lenta, em função do desconhecimento e desinteresse
que alguns tinham pela ‘revolução brasileira’. Sua proposta não era de uma revolução
futura, mas, da efetiva participação do povo brasileiro em prol de uma mudança.
Holanda almejava uma sociedade na qual, todos pudessem ter espaço para se
expressar dentro padrões comportamentais e consensuais, ou seja, todos tivessem direito
a cidadania: acredita no progresso e na evolução social como resultado da superação do
passado brasileiro, da sua forma antiquada de colonização pelos povos ibéricos. A
Revolução de 1930 foi um momento onde os intelectuais já não querem seguir idéias
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo foi produzido a partir das discussões, avaliações, seminários, debates,
leituras e pesquisas realizadas no componente curricular Historiografia Brasileira. Tem
como fundamento, os discursos dos autores e seu lugar social e são importantes para
compreendermos como, em diferentes momentos, emergem concepções distintas sobre
a identidade e as raízes da formação social brasileira.
A proposta central dessa analise, é pensar a identidade nacional como construção
ideológica e por isso, uma ‘celebração móvel’, fugaz, cambiável, onde a assimilação se
dá através de diferentes sistemas de representações que buscam homogeneizar a
sociedade.
Através dos estudos realizados na disciplina podemos perceber que esse processo
de construção se dá a partir de mudanças estruturais e institucionais ocorridas na
sociedade e este intimamente ligado as tramas e tessituras que se delineiam em torno do
poder e da ideologia nacional: A criação do Colégio Pedro II com seu currículo modelo
de excelência de ensino em 1837; o IHGB, fundado em 1838, que transmitia suas
pesquisas ao currículo do “colégio padrão do Brasil” e a criação do Conselho Nacional
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de Estatística em 1936, que dois anos depois da sua fundação apresentou uma nova
divisão territorial brasileira, dividindo o território nacional em cinco regiões distintas,
são exemplo de instituições que foram criadas com a finalidade de dar sustentabilidade
aos discursos nacionalistas em vários períodos da historia do Brasil.
Na historiografia Brasileira, Francisco Adolfo de Varnhagen, Gilberto Freyre e
Sergio Buarque de Holanda são nomes importantes, pois se identificam com as questões
de sua época, estão no interior desses debates e refletem suas preocupações, interesses e
objetivos nos seus escritos.
ABSTRACT
This article is the result of studies and research in the Brazilian historiography curricular
component of the course Full Degree in History, State University of Paraíba. The central
proposal of this analysis, is thinking about national identity as ideological construction and
therefore a 'mobile celebration. To analyze the construction of national identity, previously
discussed the concept of identity. Stuart Hall (2003) presents three concepts: The subject of the
Enlightenment, the subject sociological, and the postmodern subject. From the postmodern
subject, identity is pluralizes this form of assimilation and identity as well. One way to get these
codes is the representation of national identity. The state uses the ideological and symbolic
power to construct an identity, sustain itself and differentiate itself from other nations. This
concern is most clearly delineated from the Second Empire in order to frame the nation under
the same set of signs for this purpose, founded on IHGB and organs such as the College Pedro
II. In 1844, Von Martius writes "As You Shall Write the History of Brazil, with the view of
improvement of the three races: white, Indian and black; Subsequently, many works brought the
race issue into focus, even in the 1930s, with the emergence of a new form of writing. With the
New Republic, the State creates the National Statistics and this body divides Brazil into five
regions, these updates do not occur randomly. In the late nineteenth century, changes redefine
the world economy to a more dynamic, less agrarian, makes the Northeast may lose space to the
southeast, which had a greater economic and political prominence, and came to represent the
national ideology. Idealizing a national project, the state uses the ideological and symbolic
power to create bonds of belonging in part to the whole, for it makes use of intellectual and
organs that express national values. Among the intellectuals who wrote about Brazilian society,
we will consider the work of Brazil Historia General de Varnhagen, House Masters and the
Slaves by Gilberto Freyre and Roots of Brazil Sergio Buarque de Holanda. The speeches of
these authors and their place in society are important to understand how emerging discourses of
identity and the different conceptions about the roots of Brazilian society
REFERENCIAS
BERMAN, Marshall. Tudo que é sólido desmancha no ar. São Paulo: Cia das Letras.
1986. Pg.15
FREYRE, Gilberto. Casa-Grande & Senzala. Editora Record, Rio de Janeiro, 1998.
HOLANDA, Sérgio Buarque de. Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
2006.
MESGRAVIS, Laima. "A Sociedade Brasileira e a Historiografia Colonial". In: Marcos
Cezar Freitas. (Org). "Historiografia brasileira em perspectiva". São Paulo: Contexto,
1998.
PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. Relendo raízes do Brasil. Notas de Leitura e Releitura
de Livros Clássicos sobre o Brasil. 2000. Disponível em
http://www.bresserpereira.org.br/papers/2000/00-71.RelendoRaizesDoBrasil-
Holanda.pdf. Acessado em 11/03/2012%
REIS, José Carlos. Anos 1850: "Varnhagen: o elogio da colonização portuguesa". In:
REIS, J. C. "As identidades do Brasil: de Varnhagen à FHC". Rio de Janeiro: Fundação
Getúlio Vargas, 2000.
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VARNHAGEN, Francisco Adolfo de. História Geral do Brasil antes de sua separação e
independência de Portugal (8ª ed.). São Paulo/Brasília: Melhoramentos/INL, 1975.